INTRODUÇÃO AOS
JOGOS DE GUERRA
JOÃO CLÁUDIO
BARROSO PEREIRA
Copyright by João Cláudio Barroso Pereira
Todos os direitos reservados ao Autor. Proibida a
reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos, videográficos, atualmente existentes ou que venham a ser inventados. A violação dos direitos autorais é passível de
punição como crime (art. 184 e parágrafos, do Código
Penal, Lei n° 6.895, de 17/12/80) com pena de prisão
e multa, conjuntamente com busca e apreensão, e indenizações diversas (artigos 122 a 124 e 126 da Lei 11°
5.988, de 14/12/73, Lei dos Direitos Autorais).
ISBN: 978-85-464-0011-9
JOÃO CLÁUDIO
BARROSO PEREIRA
INTRODUÇÃO AOS
JOGOS DE GUERRA
Primeira Edição
São Paulo
2015
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS__________________________________ 7
DEDICATÓRIA _____________________________________ 9
INTRODUÇÃO ____________________________________ 11
BREVE HISTÓRIA DOS JOGOS DE GUERRA COM MINIATURAS ___ 15
GENERALIDADES SOBRE MINIATURAS ___________________ 29
SEPARANDO OS MATERIAIS ___________________________ 36
PREPARANDO AS MINIATURAS_________________________ 41
CRIANDO CENÁRIOS _______________________________ 47
OUTRAS DICAS RELACIONADAS A MINIATURAS E CENÁRIOS ____ 56
SOBRE REGRAS ___________________________________ 60
CENÁRIOS HISTÓRICOS _____________________________ 68
CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________ 86
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
AGRADECIMENTOS
Agradecimentos a Gibiteria e Bárbaras Magias
pelo apoio cultural, especialmente aos jovens Thiago
Villela e André Luís Carneiro.
À Senhora Marlene Barroso Pereira pela revisão
do texto.
Às Senhoras Emília Gonçalves Barroso e Marilene Vasques Miceli pela pintura das miniaturas.
À Dra Rosângela Ribeiro Machado Pereira e à Dra
Carla Maria de Souza Carneiro por terem cedido gentilmente as fotos que foram usadas nas capas do livro.
7
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
8
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado a dois grandes pacifistas:
Izhak Rabin e Mahatma Gandhi e a todos aqueles que
lutaram e ainda lutam pela paz.
9
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
10
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
INTRODUÇÃO
Desde o início dos tempos as guerras devastam
regiões, dizimam povos e culturas pelos motivos mais
mesquinhos e vis.
Mesmo com todo avanço científico, governos ricos preferem, descaradamente, apoiar conflitos e a expansão do mercado bélico e de novas tecnologias de
guerra, ao invés de se preocuparem com controle e erradicação de doenças e combater fome e miséria.
Diante deste contexto violento das guerras, um
hobby apaixonante e educativo, Wargames ou Jogos de
Guerra, consegue reunir nos Estados Unidos e Europa
estudiosos e fãs para tardes inteiras de simulações de
batalhas.
No nosso país, já existem algum tempo interessados neste tipo de passatempo que se encontram em
fanzines e lojas especializadas para jogarem, se divertirem e trocarem idéias. Estes preferem jogos de guerra
voltados para as Guerras Napoleônicas e Segunda
Guerra Mundial.
11
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Feira de Plastimodelo – INCAER - Foto Extraída
do site da Gibi-teria e Bárbaras Magias - www.gibiteria.com.br
Visando divulgar este hobby de modo sério e
competente, sem vulgarizá-lo, escrevi este livro de maneira sistemática e mais didática possível, voltado para
os iniciantes que talvez nunca tenham ouvido falar sobre o assunto e para todos veteranos que habitualmente trabalham suas miniaturas e jogam com elas,
este livro presta uma singela e sincera homenagem.
O livro foi dividido em oito capítulos. No primeiro
capítulo são abordados, inicialmente, um resumo dos
principais contextos históricos relacionados às guerras,
seguidos das referências sobre os jogos de guerra com
miniaturas citadas ao longo da história mundial.
No segundo, são discutidos os tipos de miniaturas, escalas e tipos de batalhas envolvendo as figuras.
No terceiro é feita uma referência sobre os tipos
de materiais empregados para preparar as peças, tanto
miniaturas, quanto cenários.
12
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
No quarto e quinto capítulos, o autor disserta sobre as noções básicas para preparo e pintura das peças
e construção de cenários. Esquemas ilustrativos e fotos
sobre o preparo das miniaturas e cenários estão incluídos nestes capítulos.
O sexto capítulo aborda, de forma inédita, temas
voltados para a segurança de quem manipula as miniaturas e material para o seu preparo.
No sétimo, é proposto um sistema simplificado e
próprio de regras, para jogar com miniaturas.
O oitavo capítulo descreve, sucintamente, algumas batalhas históricas e sugere exércitos de miniaturas e opções de terrenos, para cada batalha.
No final do livro, há uma série de sites da internet com dicas sobre pintura, confecção de miniaturas
e terrenos e outras dicas que certamente lhe servirão
para aprender mais sobre esse hobby.
Em momento algum, o autor ou todos aqueles que
contribuíram para este livro fazem apologia às guerras e à
violência. As guerras são atos infames e desprezíveis, que
contribuem cada vez mais para o retrocesso cultural e espiritual da humanidade.
O autor declara não haver qualquer conflito de interesses entre a sua obra e as marcas descritas no decorrer
do livro. Os produtos citados dispensam qualquer apresentação, em virtude da alta qualidade que os mesmos oferecem a este hobby.
13
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Detalhes das Capas:
Capa da Frente mostrando da esquerda para direita
fotografia do Leão de Saint Mark Paris-França, uma armadura medieval do Castelo de Chaves-Portugal e Cavaleiros
Medievais- do Metropolitam Museum Nova Iorque-EUA
Capa de trás mostrando da esquerda para direita
um dos castelos em Versailles- França, fotografia mostrando miniaturas de soldados e povos que passaram por
Chaves-Portugal e Castelo da fronteira entre Espanha e
Portugal.
14
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
BREVE HISTÓRIA DOS JOGOS DE GUERRA
COM MINIATURAS
PRÉ HISTÓRIA E ANTIGUIDADE
As guerras e as miniaturas de guerra são tão antigas quanto a humanidade, assim como o desejo e necessidade de registrar as vitórias sobre os oponentes.
Foram descritos no curso do período Pré-Histórico confrontos, caracterizados como escaramuças, entre grupos de caçadores e coletores e posteriormente
agricultores, que competiam entre si para ocupar territórios ricos em caça, pesca e matéria prima. Nesta fase
da história, aproximadamente, entre 12.000 a 5.000
AC, seria questionável considerar conceito de “guerra¨,
mesmo que fosse aplicado a números limitados de combates e de combatentes.
O sentido verdadeiro da palavra guerra, como
luta armada entre dois ou mais povos ou nações, foi
melhor definido, a partir do surgimento do Terceiro Milênio da nossa Era, na Fundação das Cidades Estados,
ou Estados, no caso Egito e Mesopotâmia. (3.000AC)
Foram encontradas em tumbas egípcias miniaturas de fundo religioso e militar, sendo que estas últimas tinham registro detalhado de nome da unidade e
força de combate. Não foi descoberta nenhuma regra
referente a este achado, porém especulou-se que estas
miniaturas fossem usadas como exercício de treinamento para jovens oficiais do exército do Faraó, fato
sem comprovação até o momento.
15
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Em ruínas do Império Romano, também foram
encontradas miniaturas representando legionários.
O primeiro jogo de guerra conhecido e voltado
para fins de simulações militares foi o Wei-Hai, atribuído ao famoso General Chinês Sun Tzu. Este jogo foi
criado aproximadamente em 3000 A.C. Foi a versão
original do jogo japonês Go, cujos estratagemas influenciaram Mao Tse Tung no século XX, na condução de
estratégias políticas e militares na China. O jogo impressionou pela simplicidade das regras e complexidade obtida. Era um jogo de disputa de territórios, e
cada jogador tentava ampliar seus domínios.
Um outro jogo de guerra criado na antiguidade
foi o Chaturanga, relacionado à história de Deuses e
Heróis da Índia. Havia uma representação mais detalhada de soldados, cavalarias e elefantes de guerra cujos movimentos eram determinados por jogadas de dados. Foi inclusive citado no poema épico Mahabharata
cuja criação seria bem anterior a história escrita, sendo
considerado o precursor do xadrez. Foram necessários
vários séculos, para o xadrez se popularizar, tendo sido
criadas várias versões.
IDADE MÉDIA E RENASCIMENTO
Na Idade Média, o cristianismo se tornou a religião adotada pelos estados, porém houve imensa distância entre os ensinamentos cristãos e a realidade
histórica. O conceito de uma “guerra justa”, foi elaborado por Santo Agostinho e definiu de vez o perfil belicoso da época.
As cruzadas não foram mais do que um exemplo
de guerra justa, uma guerra santa, dirigida contra os
infiéis. A guerra justa permitiu o surgimento de uma
16
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
novidade importante na história do cristianismo medieval, a formação das ordens de cavalaria, destinadas
à guerra.
No século XIV, a pólvora foi introduzida no Ocidente e durante a Guerra dos Cem Anos, os canhões
foram utilizados pela primeira vez. Mesmo assim, as
batalhas eram ganhas ou perdidas dependendo, principalmente, dos combates corpo a corpo, enquanto que
os combates à distância tinham um papel secundário,
servindo somente para retardar o avanço inimigo.
Durante o Renascimento, houve um avanço científico e artístico, tendo a Itália como berço cultural
destas manifestações. No início do século XV, as armas
de fogo individuais, como mosquete e arcabuz substituíram, progressivamente o arco e o arco-balestra. Entretanto, a infantaria com mosquetes necessitava de
proteção contra os inimigos, durante combate corpo a
corpo. Associada à infantaria havia contingente de piqueiros, soldados que portavam lanças compridas. A
cavalaria adquiriu pistolas, e os canhões foram usados.
Porém, as batalhas eram decididas pelos combates
corpo a corpo.
As principais referências conhecidas sobre miniaturas de guerra neste período foram:
Na Idade Média e Renascimento, soldados de
madeira ou metal eram manobrados sobre caixas de
areia ou mesas compostas por miniaturas de terrenos
que representavam campos de batalha, com finalidade
de facilitar a visualização dos territórios, assim como
treinar tropas para futuros combates contra reinos inimigos. Portanto, mais uma vez na história, estava
sendo provado o valor das miniaturas militares, como
importantes instrumentos para instrução dos reis e
príncipes nas táticas básicas da guerra.
17
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Junellus Turianus criou para o Imperador Carlos V, pequenos soldados armados para serem montados sobre uma superfície ou tabuleiro e que se movessem artificialmente, conforme a disciplina da guerra;
Um exército de madeira, com grande detalhe sobre as miniaturas e cenário utilizado, foi construído
para Filipe IV, futuro Rei da Espanha.
Houve também relato sobre um exército prateado de miniaturas, encomendado para o Rei Luís XIV
da França, visando sua instrução sobre exercícios de
estratégia.
SÉCULO XVII EM DIANTE (GUERRAS EM MASSA)
A partir do século XVII, começaram os conflitos
em larga escala, como por exemplo a Guerra dos 30
anos, que envolveram exércitos cada vez mais numerosos e disciplinados. A Europa se destacou como um “teatro de conflitos”, enfatizando desde a carnificina da
Idade Média, até os tempos modernos, aos quais foram
referidos como uma “revolução militar”, caracterizada
pelo crescimento quantitativo dos exércitos, maior poder de fogo, infantaria prevalecendo sobre a cavalaria,
modificações de sistema de defesas projetando instalações capazes de resistir ao fogo da artilharia e a análise
tática dos campos de batalha.
Dentro deste contexto histórico, em 1644 Christopher Weikmann criou baseado no jogo de xadrez, Koenigspiel (Jogo do Rei), também chamado de “xadrez
militar” ou “xadrez de guerra”. Foi bem aceito para sua
época, sendo eventualmente considerado para fins de
instrução. Este jogo incluía 30 peças para cada jogador,
18
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
com 14 tipos diferentes de peças, representando unidades militares, sendo que cada peça se deslocava de
modo próprio.
O primeiro wargame, totalmente diferente do xadrez, foi inventado em 1780 por Helwig, nobre súdito
do Duque de Brunswick. A simulação proposta pelo
jogo foi desenvolvida sobre um tabuleiro com 1666 quadrados, com cores diferentes, e cada um representando
um tipo diferente de terreno. As peças do jogo representavam grupos de soldados, e não mais um tipo de combatente, e cada peça tinha um valor diferente de movimento, por exemplo a infantaria se movia em 8 espaços,
enquanto a cavalaria em 12 espaços.
Em 1795, George Vinturinus, um escritor militar
do ducado Dinamarquês de Schlelswig, produziu uma
versão mais complexa e completa do jogo de Helwig.
Ele adaptou o jogo usando um tabuleiro maior
com 3600 quadrados ao todo, também coloridos para
representar terrenos. Havia um mapa definido, correspondendo à fronteira entre França e Bélgica. Novas peças representavam pontes, fortificações, equipes de
apoio e peças de combate habituais, com movimento
mais realista, porém limitado pelos quadrados.
Obviamente, os militares da época descobriram
uma oportunidade ímpar para este jogo, pois o mesmo
começaria a ser oficialmente empregado, para fins de
simulação de guerras.
SÉCULO XIX-CRIAÇÃO DO KRIEGSSPIEL
Destacadas as Guerras Napoleônicas e Guerra
Civil Americana que serviram como fonte de inspiração
para os jogos de guerra que foram desenvolvidos.
19
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
A invenção da baioneta revolucionou o modo de
guerra da infantaria, pois não eram mais necessárias
as unidades de piqueiros. A cavalaria adotou táticas de
carga contra os oponentes da infantaria, sendo que a
cavalaria pesada se destacou como a mais letal em situações de combate corpo a corpo. Os mosqueteiros já
conseguiam parar um assalto inimigo, mesmo antes do
combate corpo a corpo ocorrer.
Kriegsspiel, palavra alemã para jogos de guerra,
foi um sistema de simulação de combate usando miniaturas de guerra, voltado totalmente para treinamento
de táticas de guerra pelos oficiais do exército Prussiano
no século XIX.
O primeiro conjunto de regras foi produzido pelo
jovem Tenente do Exército Prussiano, Von Reisswitz,
baseado no trabalho anterior de seu pai, em 1824. Ele
fez várias melhorias comparadas ao trabalho do genitor, sendo que a principal diferença foi o cenário do
jogo. Substituiu a caixa de areia por mapas topográficos, com escala de 1:8000.
Este sistema foi considerado precursor dos modernos jogos de guerra e suas regras estabeleceram várias convenções para jogos de simulações, com miniaturas, usadas até hoje em dia. As principais convenções
destacadas foram:




20
uso de mapas e tabelas de probabilidades;
escala de mapa, correspondendo de 6 a 8 polegadas por milha e escala de tempo, com duração do turno de 2 minutos;
distinção entre exércitos oponentes, com cores vermelha e azul para as peças;
regras detalhadas para movimento, combate,
linha de visão, alcance e moral da tropa.
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA

uso de dados para determinar elementos aleatórios nas batalhas, quantificando os resultados dos combates, que passaram a ser calculados.
Em 1857, o General Prussiano Von Moltke conferiu uma nova formulação militar ao Kriegsspiel, ressaltando sua importância na educação militar do Corpo
de Oficiais do Exército Prussiano.
A partir da segunda metade do século XIX, a
essência básica do Kriegsspiel foi divulgada para vários países, para fins de aprendizado de simulações
de conflitos.
Em 1879, Georg Vinturinus readaptou o Kriegsspiel original, criando “Neues Kriegsspiel”. Nesta nova
versão, um Juiz (em inglês-Umpire) de modo similar ao
Mestre dos Jogos (em inglês –Dungeon Máster) no RPG,
foi introduzido para esclarecer regras e organizar as
partidas.
Na América, em 1880, o Primeiro Tenente do
Exército Americano, Charles Totten desenvolveu o Strategos, uma versão americana do Kriegsspiel, muito
mais simples, combinando teorias dos jogos de guerra
e xadrez.
Já no final do século XIX, Robert Louis Stevenson escreveu um jogo de estratégia, com mapa, peças e
com a mecânica empregada para desenrolar dos combates baseada no lançamento de pequenas esferas de
chumbo. Além disso, certas situações como necessidade de reabastecimento das provisões e da munição
deram uma nova perspectiva ao jogo.
21
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
SÉCULO XX
Este século apresentou grandes transformações
científicas, tecnológicas e bélicas. Houve duas Guerras
Mundiais, sendo que na Segunda deu se a substituição
do modo cavalheiresco e romântico de guerrear, mesmo
assim não menos sangrento, por um moderno e avassalador. Após a Segunda Grande Guerra, o mundo mergulhou em estado de tensão constante, sujeito a uma
hecatombe nuclear, período conhecido como Guerra
Fria e que perdurou até 1989, com a queda do muro de
Berlim. Foi marcado por vários conflitos que tiveram
repercussões sociais, étnicas, políticas e religiosas em
todo o mundo.
Em 1991, houve a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Modernos jogos de miniatura receberam seus
fundamentos a partir da publicação por Herbert George
Wells, do livro Little Wars, em 1913. Foram empregadas
regras inovadoras, referentes à coleção, à confecção das
miniaturas de 54mm, com boa qualidade e preços bem
accessíveis aos cenários praticados no carpete, ou até
mesmo no chão de berçários, ou nos jardins e gramados, com terrenos construídos com terra, areia e pedras. Consequentemente, sem exceção o jogo elaborado
por HG Wells permitiu a divulgação deste hobby para
todos os públicos.
Durante a Primeira Grande Guerra, muitas simulações dos conflitos militares foram testadas pelas
potências envolvidas. Os jogos tiveram grande sucesso
ao provar os possíveis desfechos das batalhas, apesar
do descaso dos próprios Generais.
22
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Houve uma grande ausência no período entre
guerras, no que diz respeito às atividades das simulações envolvendo miniaturas. De uma forma geral, a
grande maioria do público desejava esquecer a carnificina da I Guerra Mundial, ao mesmo tempo em que se
associavam às figuras, como responsáveis pela deflagração do conflito.
A Alemanha foi uma exceção a esta regra de inatividade, pois manteve os jogos de guerra ou wargames
como uma ferramenta de treinamento, especialmente,
quando o Tratado de Versalhes lhe negou o direito de
manter um efetivo do exército apropriado, para exercícios de treinamento em larga escala.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a RAF e o
exército britânico utilizaram jogos de guerra, com regras muito mais sofisticadas e numerosas miniaturas,
a fim de defender a Inglaterra e preparar, juntamente,
com os aliados os ataques ao continente.
Concomitantemente, a Alemanha e Japão empregaram também simulações de guerra. O ataque a
Pearl Harbor foi encenando várias vezes pelos japoneses, usando miniaturas detalhadas dos navios de
guerra e aviões.
Este tema também foi considerado pelos americanos, segundo o relato do próprio Almirante Chester
Nimitz: “..a guerra naval com o Japão foi reencenada
várias vezes nas salas de jogos, por muitos e de modos
diferentes, durante a guerra, de forma que nada surpreendente ocorreu- absolutamente nada, exceto os
kamikazes que modificaram o curso final da guerra...”
Após a II Guerra Mundial, militares veteranos
começaram a divulgar este hobby, principalmente, na
Europa.
23
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Apesar deste livro abordar principalmente os jogos de guerra envolvendo miniaturas, alguns fatos relevantes sobre jogos de tabuleiro devem ser reportados:
Em 1952, foi criado o primeiro jogo de tabuleiro,
disponível comercialmente, Tactics, da autoria de Charles S Roberts, considerado o pai dos jogos de tabuleiro.
A novidade sobre este jogo era que o mesmo usava peças de papel cartão, ao invés das miniaturas dispostas
sobre um mapa. As mesmas possuíam impressões de
símbolos militares, indicando o tipo de unidade, assim
como números que quantificavam movimento e força de
combate. Foi também inventado um sistema de conjunto de tabelas, as tabelas de resolução de combate
em inglês “combat results table”, que seriam padronizadas e usadas por todos os jogos de guerra de tabuleiro, em diante.
Estes jogos eram bem mais baratos do que os de
miniaturas, podiam ser jogados por uma pessoa, e necessitavam de menos tempo e espaço para o preparo.
Facilmente, simulavam as situações operacionais e táticas da guerra, em comparação ao campo de batalha
tático das miniaturas.
Em 1957, foi criada a War Games Digest por
Jack Scruby e Homer Delabar, a primeira revista de jogos de guerra do mundo, que permitiu aos jogadores,
em todos os continentes, fizessem contatos e trocassem
idéias sobre esta nova forma de jogar wargames.
Em 1969, foi publicada a revista Strategy & Tactics por Christopher Wagner e James Dunnigan e cada
número incluía sempre um novo jogo de guerra com regras, mapa e peças de papel cartão, e material de apoio
para seu principal artigo de história militar. Oferecia
sempre material de qualidade, atraindo atenção de iniciantes e veteranos neste hobby.
24
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Em 1974, Gary Gygax e Dave Arneson adotaram
um novo conceito de jogos envolvendo miniaturas. Era
o Dungeon Dragons, que se passava em épocas e mundos de fantasia, onde a espada e magias dominavam.
Visava ao público mais adolescente, que se deliciava ao
ler os romances de JRR Tolken. O Dungeon Dragons era
um jogo de representação ou Role Playing Game, no
qual cada miniatura representava um personagem, ao
invés de unidades. Seguiram-se ao D&D vários tipos de
livros de RPG, com os mais diversos temas e cenários.
Na década de 80, a empresa Games Workshop
desenvolveu um jogo de guerra de miniaturas, usando
cenários de fantasia medieval, Warhammer, e uma variante deste, num mundo futurista, sombrio e assustador, Warhammer 40K, mundialmente conhecidos e
apreciados até hoje, com regras agradáveis e bem assimiladas. Uma variação do Warhammer foi devidamente
adaptada para cenários históricos, trazendo este hobby
de volta as origens.
Em 1988, durante o intervalo de uma convenção da Society of Ancients Conference (em português,
Sociedade das Conferências Antigas), Phil Barker desenvolveu e apresentou um conjunto de regras para
jogos com miniaturas muito simples, com duração
aproximada de 10 a 15 minutos. Este conjunto de
ideias foi publicado sob o título De Bellis Antiquitatis
ou DBA. Os jogadores perceberam que a grande simplicidade das regras produziu verdadeiro realismo nas
batalhas. Os jogadores representavam generais do
exército, ao invés de comandantes das unidades. As
regras do DBA agrupavam as miniaturas individuais,
tornando-as um único elemento. Grupos de elementos
se deslocavam juntos e cabia ao jogador assegurar a
coesão destes grupos. Os combates eram bastante
simplificados e rápidos e os resultados destes eram
mais importantes do que o processo do combate, assegurando um toque bem mais realista.
25
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
A partir do surgimento do RPG houve grande interesse em todo mundo por este tipo entretenimento, e
as décadas de 80 e 90 marcaram o apogeu do RPG e
declínio dos jogos de guerra com miniaturas.
SÉCULO XXI
O novo milênio foi marcado profundamente pelos
atentados de 11 de setembro de 2001 e pelo início da
cruzada contra o terrorismo. De uma certa maneira, a
preparação e a condução dos conflitos no Século XXI
serão marcados pelo avanço científico, a tal ponto que
a arte da guerra moderna se confundirá com o futuro
tecnológico, disponibilizando um enorme crescimento
do poderio militar, capaz de destruir a humanidade.
Os jogos de guerra acompanharam e possívelmente acompanharão os avanços tecnológicos, sendo
usados complexos simuladores de pilotos e sistemas
estratégicos computadorizados para treinamento das
forças armadas de vários países, fornecendo uma ferramenta complementar de aprendizado mais completo
e atual.
Pode–se concluir, sobre simulações com jogos de
guerra, é que a maioria das falhas ocorrem quando os
resultados são ignorados, e não quando seriamente
considerados.
No que concerne à história dos jogos de guerra
com miniaturas, neste período atual, vários títulos de
renome foram disponibilizados destacando-se: Mage
Knight, miniaturas da linha Confrontation, Crystal
Castle, entre outras, além das populares Warhammer
e Warhammer 40 K. Há inclusive uma versão para jogos de miniatura do famoso jogo de tabuleiro Axis and
Allies.
26
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Em 2003 houve pela Wizards of the Coast, mantenedora da marca Dungeon & Dragons (D&D)surgimento de nova linha de miniaturas colecionáveis, já
pintadas e preparadas, com cards ou cartões referentes
as miniaturas sendo estas destinadas: ou para utilização nos jogos de RPG, ou para fins de coleção, ou como
peças fundamentais para jogos de batalhas, do tipo escaramuças entre miniaturas, com regras usadas pelo
sistema do D&D. Uma mesma versão deste jogo foi produzida, utilizando miniaturas do universo Star Wars.
Com o lançamento previsto para maio de 2008
da Quarta Edição do Jogo Dungeon & Dragons (D&D),
haverá, provavelmente, o ressurgimento das miniaturas em mesas de jogos de RPG, pois as novas regras,
mais simples e dinâmicas, preconizam a necessidade
do emprego das miniaturas sobre um mapa ou cenário,
além de adaptarem para as novas regras seu jogo de
batalhas com miniaturas.
Baseado em todas as informações disponíveis,
na década de 70, os jogos de guerra com miniaturas
forneceram as origens para os jogos de Roleplaying Games, como conhecemos atualmente.
E cada vez mais os jogos de RPG, ao empregarem
miniaturas, simulando situações de combate, parecem
retornar as suas origens nos antigos jogos de guerra.
BIBLIOGRAFIA
-L`Histoire Spécial-Les Hommes et La Guerre Héroisme e
Barbárie, juillet 2002, n 267
-G.Parker. The Cambridge Illustrated History of Warfare,
Cambridge University Press, 1995.
-L`Histoire- L` aventure des chevaliers, juillet 2002, n 16
-L`Histoire- Lês militaires du Moyen
Age, n 26
27
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
-Neil Thomas. Wargaming An Introduction, Sutton Publishing, 2005.
-Peter Perla. The Art of Wargaming. A guide for Professionals and Hobbyists, Naval Press Institute, 1990.
-Cristina Von. A História dos Brinquedos. Ed Alegro,
2001.
-Jaques Attié.A História dos Wargames, partes I, II e III
-Paladino.A Era das Miniaturas. Revista Dragão Brasil,
número 60, quinto ano.
-Chris Pramas.What is Miniatures game? Setember 2001.
-Luciano M. Bastos. A História dos Wargames, Revista
Strategos, n 5, 2007.
-Phil Barker. De Bellis Antiquitatis- version 2.0, Wargames Research Group, 2001.
-Antônio Marcelo. Panzer Leader- Modulo Introdutório,
2007.
-Paulo Vicente. Jogos de Empresas, Ed Makron Books,2001.
-História dos Wargames na Internet(cin.ufpe.br)
-Kriegsspiel from Wikipedia.
-Scott Mingus. History of Wargaming.Military History
Online, 2000.
-Miniature Wargaming from Wikipedia.
28
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
GENERALIDADES SOBRE MINIATURAS
Os jogos inspirados em conflitos interessam a
humanidade há séculos, conforme discutido no capítulo anterior. Jogos como xadrez são tão abstratos e estilizados, que raramente são reconhecidos como um
wargame ou jogo de guerra e representam somente os
princípios militares da época.
As miniaturas militares modificaram este aspecto estilizado, deram um charme próprio ao hobby,
porém elas são, constantemente, alvos de críticas injustas e preconceitos sem fundamentos.
Segundo Peter Perla em The Art of Wargaming
basicamente, as pessoas se interessam por jogos de
guerra (inclusive aqueles com miniaturas-observação
do autor), pois apreciam a competição, conquista de
territórios ou gostam de história militar ou da confraternização e socialização que as partidas proporcionam. Os militares utilizam os jogos de guerra, como auxílio no treinamento e aperfeiçoamento dos oficiais de
alto escalão, discutindo e analisando eventuais problemas relacionados à instrução militar.
Ao contrário do que parecem, os jogos de guerra
com miniaturas permitem reviver, de modo sério, realista e responsável conflitos históricos, sendo os movimentos e combates entre tropas regulados por regras,
que criam maior precisão histórica, disponibilizando ao
jogador uma variedade interminável de batalhas, sobre
os mais variados terrenos.
As miniaturas possibilitam o prazer de um jogo
inteligente e estimulante, e como qualquer outro hobby,
29
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
pode ser necessário tempo disponível e esforço para se
dedicar.
A maior vantagem dos jogos de guerra com miniaturas é disponibilizar as figuras sobre um campo de
batalha, sob uma perspectiva tridimensional, situação
que nunca será conseguida com jogos de guerra de tabuleiro, com mapas e peças de papel cartão.
Nos cenários, as peças devem ter o mesmo tamanho e obedecer a mesma escala, para interagir com as
outras miniaturas e com as maquetes.
De um modo geral, há dois tipos de jogos de miniaturas: tipo escaramuças (em inglês-Skirmish) e batalhas em larga escala (em inglês-Mass Battle).
No tipo escaramuças, uma miniatura ou figura
representa somente um soldado ou criatura (quando se
estiver jogando um cenário de fantasia) ou veículo. O
seu “exército” ou “esquadrão” é geralmente formado por
7 a 12 miniaturas. A vantagem de se usar este tipo de
jogo é que necessita de um número menor de figuras, e
consequentemente, um espaço menor, sendo este mais
rápido. A área proposta para dispor as figuras é de
60x60cm.
Nas batalhas em larga escala cada miniatura
pode representar de 20 a 50 soldados, sendo que este
número pode variar entre 100 e 300 ao considerar figuras com 6 a 10mm. Leva muito mais tempo para preparar e para jogar, são necessárias grande número de
miniaturas que proporcionam um espetáculo visual e
desafio tático entre os jogadores. O espaço sugerido
para este tipo de jogo é de 60x120cm ou 120x120cm.
30
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
SOBRE AS MINIATURAS E ESCALAS
Os tipos de miniaturas mais empregadas são as
de plástico e chumbo. São disponíveis em vários tamanhos e diferentes formatos, e obedecem a escalas prédeterminada. Estas escalas são muito frequentes em
modelismo, elas representam soldados e veículos em
geral. Os principais tamanhos com as respectivas escalas associadas são:
54MM E ESCALA 1:32
Esta foi a original usada por H. G. Wells, sendo
mantida sua produção até hoje em dia. Pelo alto custo
das miniaturas de chumbo, elas são adquiridas pelas
famílias mais abastadas. Soldados de plástico da escala
1:32 podem ser menos caros. É importante lembrar que
são compatíveis para jogos do tipo escaramuças.
25MM E ESCALA 1:76, 28MM E ESCALA 1:64
Este tamanho e escala são largamente utilizados
por vários fornecedores de miniaturas em todo mundo.
São geralmente muito detalhadas, portanto sendo mais
largas, e as figuras podem ser pintadas facilmente.
31
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Exemplos de miniaturas de 25mm - Miniaturas da
Wizards of the Coast para jogo de RPG gentilmente cedidas
pela
Gibiteria e Bárbaras Magias
20MM E ESCALA 1:72
É o tamanho clássico das miniaturas em plástico. É considerada por alguns autores, como a perfeita
escala para jogos de guerra. São grandes o bastante,
para permitir detalhamento aceitável, porém pequenas
o suficiente, para constituir grandes exércitos sobre
uma mesa de tamanho médio.
32
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Exemplos de miniaturas de 20mm pintadas a mão
e
representando cavaleiros e infantaria dos Cruzados
15MM E ESCALA 1:100(OU ESCALA 1:144)
Possuem tamanhos menores e baixos preços.
São um pouco mais fáceis de pintar. Servem também
para representar exércitos em larga escala.
33
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Miniaturas de escala 1:100 do jogo de Miniaturas
Axis & Allies
6MM E ESCALA 1:300
São disponíveis em metal. Nesta escala, pintura
detalhada se encontra fora de questão, apenas áreas
gerais da figura serão cobertas e evidentes. São muito
boas para serem consideradas nos combates em larga
escala, como as guerras napoleônicas e principalmente,
nos cenários da Segunda Guerra Mundial.
BIBLIOGRAFIA
-Neil Thomas. Wargaming An Introduction, Sutton Publishing, 2005.
-Chris Pramas.What is Miniatures game? Setember 2001
-Peter Perla. The Art of Wargaming. A guide for Professionals and Hobbyists, Naval Press Institute, 1990.
34
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
-D & D Chainmail –Livreto de Regras, Wizards of the
Coast, 2001
-Phil Barker. De Bellis Antiquitatis- version 2.0, Wargames Research Group,2001.
-Tom Moldvay. Dino Wars. Dragon Magazine 166, 1991.
-Antônio Marcelo. Panzer Leader- Modulo Introdutório,
1997
35
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
SEPARANDO OS MATERIAIS
Antes de preparar as miniaturas e cenários é
sempre conveniente separar os materiais que serão
usados. O objetivo deste capítulo é dissertar sobre estes
materiais.
MATERIAIS
Pincéis, tintas e verniz
Os pincéis são feitos de cerdas de qualidade e
variam de tamanho, de acordo com sua função. Para
pintura de cor de fundo da miniatura, pode –se empregar pincel do tipo 4/0 das marcas Revel ou Tigre ou
Condor.
Para ressaltar detalhes das miniaturas, principalmente, das miniaturas de 15 a 20mm, por exemplo
é aconselhável pincel 5/0 também das marcas Revell
ou Condor ou Tigre.
Para pintura de peças de plástico ou metal, assim como dos cenários é sugerido tinta acrílica, devido
as suas propriedades atóxicas, inodoras e a base de
água. (As marcas usadas como exemplo são: Revell e
Acrilex)
Outro tipo de tinta empregada é a tinta esmaltada (em inglês- enamel paints) que fornece um bom
brilho e boa cobertura para a peça. (Os exemplos de
marcas são: Testors e Revell)
36
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Tinta spray pode ser usada para fornecer cor de
fundo na miniatura, conforme será citado no capítulo
sobre o preparo das miniaturas.
O verniz é, geralmente, usado para dar o toque
final da miniatura ou cenário.
Pincéis e tintas comumente usadas
37
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Após uso de pincéis e paleta sugere-se limpá-los, para
fins de conservação destes materiais.
Estiletes, lixas e tesouras
Estiletes e lixas servem para retirar as imperfeições das miniaturas. Já tesouras e estiletes servem
para cortar isopor, borracha Eva e outros materiais,
para fins de confecção dos cenários.
Cola e paletas
São sugeridas cola branca ou superbonder. Para
fins de preenchimento de áreas, previamente imperfeitas das miniaturas e cenários, é recomendado massinhas de argila para pequenos espaços, durepóxi ou
epóxi para espaços maiores.
Um prato, pires ou azulejo de cor branca podem
ser usados como paleta, para servir como reserva de
cores e para misturar água com a tinta.
Isopor, papel cartão, cartolina, espuma e
borracha Eva.
Poderão ser devidamente preparados para formar maquetes de prédios, pontes e ruínas. Inclusive
papelão e plástico azul podem dar impressão de rio ou
mar.
A espuma pode ser usada na fabricação de colinas e terrenos, enquanto que a borracha Eva será útil
na formação dos terrenos. Para maior detalhamento na
confecção das colinas, um pirógrafo poderá ajudar.
38
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Pedras e materiais para confecção de terrenos.
Elementos naturais e cenários pré-fabricados
Estes itens podem ser, sabiamente, dispostos sobre o cenário de batalha, fornecendo um toque mais
natural e realista. Serão discutidos no capítulo sobre
confecção de cenários.
Cenários pré-fabricados
39
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
BIBLIOGRAFIA
-Cenários de Batalhas para Miniaturas- O Senhor dos
Anéis- As Duas Torres, Ed Games Workshop, 2002.
-Stephen Crane & Paul Murphy. Star Wars Miniatures
Battles, West End Games, 1991.
-Steve Jackson. Ogre Miniatures, SJ Games, 1995.
-Gary Gygax & Jeff Perren. Chainmail rules for medieval
miniatures, 2nd Edition, TSR, 1974
40
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
PREPARANDO AS MINIATURAS
Os jogos de guerra com miniaturas possibilitam
a visualização do enfrentamento entre exércitos no
campo de batalha, em escalas padronizadas, produzindo uma perspectiva quase próxima do real.
O preparo das figuras e cenários para as partidas pode ser um passatempo agradável. Há bastante
material disponível em livros e revistas sobre pinturas
das miniaturas e construção de cenários. Este capítulo
fornece de modo didático, uma introdução à arte do
preparo das miniaturas, sendo inseridos e analisados
somente conceitos básicos sobre pintura das miniaturas. A medida em que o leitor for se sentindo mais seguro ao lidar com os passos iniciais e progredir com a
técnica, ele poderá desenvolver e expandir seus talentos quanto a este hobby.
PASSO A PASSO- PINTURA DE MINIATURAS
Antes de pintar as miniaturas, você precisará
prepará-las. Remova, gentilmente, qualquer irregularidade ou resíduos, com estilete, alicate e qualquer excesso com lixa, mantendo cuidado para não arranhar e
ou danificar a pintura.
No caso de miniaturas de plástico, os moldes são fornecidos em grade. Portanto, é aconselhável, antes de fazer qualquer coisa, lavar a grade usando água morna e
um pouco de sabão ou de vinagre, para retirar qualquer
excesso que possa existir na grade...
Em seguida, cole as miniaturas sobre uma base.
A base pode ser de qualquer material, como plástico,
41
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
madeira, metal ou papel cartão. Ela permite uma maior
facilidade para a pintura das miniaturas, evitando que
o pintor toque a figura e provavelmente manche o trabalho, além de se sujar todo.
Uma vez que as miniaturas estejam coladas sobre a base, o leitor estará pronto para iniciar a técnica
de pintura.
Deve-se passar sobre as mesmas, uma pintura
como cor de fundo. Esta cor de fundo funciona como
uma camada protetora sobre elas, impedindo que partes de plástico e metal sejam vistas, além de facilitar o
processo de pintura. Tenha cuidado para não usar tinta
em excesso. As cores de fundo mais empregadas são
branca e preta, podendo ser aplicadas sobre as figuras,
pintando com pincel, ou através de spray.
Há quem diga, que especialistas neste hobby preferem
o preto como cor de fundo, e os iniciantes preferem o
branco, já que este seria mais fácil para aplicar as cores. Cabe ao leitor escolher a cor de fundo de sua preferência.
Miniatura coberta com tinta branca como cor de
fundo
42
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Após a secagem da cor de fundo, suas miniaturas poderão ser pintadas. Nesta fase é importante saber
o grau de detalhamento, para parecer visualmente próxima da realidade.
Utilização de secador de cabelo, para secar e preparar a
miniatura para ser pintada.
É verdadeira a assertativa, na qual áreas menores podem ser pintadas usando um estilo mais minucioso.
Mantenha sempre em mente, que na maioria das vezes,
as miniaturas serão vistas a cerca de 30 cm de distância, e consequentemente, haverá pouca necessidade
em detalhar os olhos, cintos, botões das roupas, a menos que se deseje isto de fato.
Aplique uma cor de cada vez e tente fazer de
modo mais limpo possível. Caso um pouco de tinta se
espalhe por outros lugares, estes pequenos erros podem ser facilmente ocultados, sem comprometer o aspecto final.
43
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Ao pintar, adote uma posição mais conveniente
e confortável possível, e procure não mover a miniatura, durante a pintura.
Lembre-se sempre de adotar um sistema similar
à linha de produção de fábrica, ou seja, ao invés de pintar uma figura de cada vez, pinte várias ao mesmo
tempo. É melhor pintar em todas as miniaturas, uma
cor de cada vez, começando nas superfícies maiores,
até completar a seção que você deseja terminar. Você
pode pintar, de uma vez, de seis a vinte miniaturas de
infantaria, e três a dez de cavalaria, dependendo da escala.
No momento em que a última figura tenha sido
completada, é provável que a tinta na primeira já tenha
secado, portanto é um bom momento para continuar o
seu trabalho, pintando a próxima superfície a ser escolhida. Aplicando estes conceitos básicos, em breve o leitor terá um exército pronto para a batalha.
Miniatura já sendo pintada, com a base pronta.
44
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Miniatura já totalmente pintada e envernizada, realçando alguns detalhes.
Uma área pintada somente com uma cor fica meio sem
graça. Para se obter um aspecto mais tridimensional, é
sugerido aplicar uma camada de tinta sobre a outra,
dando um efeito de sombra e luz. Pinte toda área, com
tom mais escuro da cor desejada e em seguida passe
uma segunda camada com o tom da cor, evitando pintar as partes mais escondidas, para que os tons mais
escuros fiquem visíveis. Por último, aplique uma camada de tinta com tom bem mais claro nos pontos mais
elevados. Após fazer tudo isso, dilua um pouco de tinta
preta em água, até fazer uma mistura bem fina e aplique esta a miniatura. A tinta aquarelada escorregará
entre os detalhes, escurecendo os cantos e espaços escondidos.
Uma outra técnica e que no final do processo de
pintura de miniaturas produz um grau de detalhamento maior é a de Drybrush (em português, Pincel a
Seco) que consiste em aplicar tinta sobre a figura, com
movimentos rápidos de pincel, praticamente quase
seco. As partes mais salientes das peças ficarão melhores detalhadas pela tinta remanescente no pincel.
45
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Finalmente, pinte as bases das miniaturas, geralmente de uma cor, como por exemplo marrom ou
verde. O leitor poderá decorar as bases usando pó de
serragem, areia ou grama eletrostática, realçando o aspecto das bases. Basta colocar cola em toda a superfície
da base e em seguida mergulhe a miniatura com a base
em areia ou em pó de serragem. Permita que a areia ou
grama cubra toda a base e em seguida chacoalhe toda
a miniatura com a base para eliminar o excesso.
A relação entre o número e tamanho das miniaturas e as dimensões das bases será discutida no último capítulo.
No final de todo o processo de pintura, se desejar, aplique uma camada de verniz sobre a miniatura.
Este verniz pode ser brilhante ou não, e pode ser aplicado com pincel ou spray. Esta aplicação cria uma camada protetora e evita que a pintura se desgaste e saia
com o uso.
BIBLIOGRAFIA
-Neil Thomas. Wargaming An Introduction, Sutton Publishing, 2005.
-Antônio Marcelo. Panzer Leader- Modulo Introdutório,
2007
-Peter Perla. The Art of Wargaming. A guide for Professionals and Hobbyists, Naval Press Institute, 1990.
-Stephen Crane & Paul Murphy. Star Wars Miniatures
Battles, West End Games, 1991.
-Paladino.A Era das Miniaturas. Revista Dragão Brasil,
número 60, quinto ano.
-Cenários de Batalhas para Miniaturas- O Senhor dos
Anéis- As Duas Torres, Ed Games Workshop, 2002.
-Aventura Visual –Armas e Armaduras, Ed Globo, 1988
46
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
CRIANDO CENÁRIOS
Além de pintar as miniaturas, os jogadores poderão construir seus próprios terrenos, onde se desenvolverão as batalhas. Dicas básicas de como preparar
terrenos e maquetes serão discutidas.
É sugerido que uma área de cerca de 90x180cm
ou 120x240cm seja considerada para começar a dispor
terreno suficiente, a fim de tornar o campo de batalha
bem mais interessante.
Um modo rápido, fácil e satisfatório de se construir um
terreno bem básico é empilhar alguns livros e cobrir a
área com um feltro verde ou marrom, para representar
o chão. Basta espalhar algumas gemas de vidro, colocar papel colorido de azul simulando água, ou de cor
marrom simulando um terreno de difícil acesso.
TIPOS DE TERRENOS
Espaço Vazio - basta apenas cobrir a superfície,
com um feltro verde ou marrom. Liquens e grama de
várias formas e espessuras podem ser encontrados em
lojas de modelismo.
Colinas e Elevações - são feitas de espuma verde
ou marrom com espessura variável. Basta cortar alguns pedaços de espuma em formas de curvas irregulares. Os pedaços devem ter a mesma forma, porém tamanhos diferentes, e deverão ser colados em níveis, do
maior para o menor, no topo de cada nível.
47
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Montando as colinas
As colinas são montadas,
a partir da colagem de
sucessivos e pequenos níveis
Visão de cima dos
contornos
48
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Fotografia mostrando colinas e árvores
Florestas - uma grande variedade de arbustos e
árvores pode ser encontrada em lojas de ferromodelismo. Para criar uma floresta não muito densa, basta
colocar um grupo de árvores sobre uma base, dando
um espaço de cerca de 12cm para outro grupo de árvores. No caso de uma floresta densa, coloque várias árvores sobre uma base um pouco maior ou junte vários
grupos de árvores.
49
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Fotografia mostrando árvores dispostas formando
floresta
O líquen pode ser usado para representar matagais, arbustos, vegetações em geral e terrenos pantanosos, podendo ser reaproveitado para criar cenários diferentes.
Águas - para formar rios e lagos, usa-se uma fina
camada de plástico transparente, cortado nas dimensões desejadas. Pinte com azul mais escuro a parte central do plástico para dar aspecto de águas profundas, e
a parte periférica de azul mais claro, representando
profundidades menores. Uma outra maneira mais simples e barata é empregar papel cartão de cores azul
claro e escuro, prestando atenção aos níveis de profundidade, de forma que sejam devidamente identificados.
50
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Fotografia ressaltando rio e suas margens.
Fotografia ressaltando rio e suas margens, além de
ponte e árvores.
51
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Estruturas - estradas, pontes e edifícios podem
ser comprados em lojas de ferromodelismo. Dão um toque bem realista ao cenário a ser escolhido. São disponíveis em resina ou gesso. Além de kits voltados para
fabricar as próprias peças.
Outras variedades de elementos cenográficos
pré-construídos disponíveis são cercas vivas, muros,
ruínas, etc.
Pedras e pequenas rochas de seu jardim podem
ser usadas para criar um efeito pouco mais realista.
Seguem em anexo exemplos de elementos de cenografia extraídos da internet.
Exemplo de muro
Exemplo de ponte de pedra
52
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Exemplo de cerca - é sugerido dobrá-la na metade
e colar
e em seguida dobrá-la em 90 graus, a fim de manter firme
a cerca, do mesmo modo que uma sessão de muro.
Exemplo de cerca de vegetação
Exemplos de oficina de armeiro
53
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
Exemplos de torre de castelo
Exemplos de prédios em ruínas da Segunda
Guerra –
é sugerido colar essas peças no interior para formar
uma plataforma.
Campo de areia - talvez esta seja o campo de batalha mais complicado para se construir. Um campo de
54
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
areia não é nada mais do que uma mesa plana, coberta
com alguns centímetros de camadas de areia.
Obviamente, toda areia irá pesar muito quando
disposta sobre a mesa. A grande vantagem deste cenário é que permite aos jogadores um completo controle
para diversificar a paisagem e possibilitar um ponto de
vista bem mais realístico.
“Por terreno entendo as distâncias, se o terreno pode ou
não ser atravessado sem dificuldade, se é aberto ou
restrito e quais são as possibilidades de vida e morte.”
“...conhece o inimigo, conhece-te a ti mesmo; tua vitória
nuca será posta em risco. Conhece o terreno, conhece o
tempo, tua vitória será então total.”
Sun Tzu – A Arte da Guerra
BIBLIOGRAFIA
-Neil Thomas. Wargaming An Introduction, Sutton Publishing, 2005.
-Peter Perla. The Art of Wargaming. A guide for Professionals and Hobbyists, Naval Press Institute, 1990.
-The BattleTech Compendium-Fasa Corporation, Ed Fasa,
1990.
-Stephen Crane & Paul Murphy. Star Wars Miniatures
Battles, West End Games, 1991.
-Steve Jackson. Ogre Miniatures, SJ Games, 1995.
-Gary Gygax & Jeff Perren. Chainmail rules for medieval
miniatures, 2nd Edition, TSR,1974
-Cenários de Batalhas para Miniaturas- O Senhor dos
Anéis- As Duas Torres, Ed Games Workshop, 2002.
55
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
OUTRAS DICAS RELACIONADAS A
MINIATURAS E CENÁRIOS
Pintar miniaturas e construir cenários é uma atividade prazerosa, porém o manuseio destes elementos
implica na utilização de várias substâncias químicas,
contidas nas tintas, colas e solventes e que de algum
modo podem ser prejudiciais ao nosso organismo.
Serão discutidas algumas dicas de segurança,
para o trabalho com as figuras e maquetes.
SEGURANÇA DO LOCAL DE TRABALHO
Preferencialmente, trabalhe em um local bem
arejado, como por exemplo, quintal da casa ou área do
prédio. Caso não seja possível utilizar estes locais para
trabalhar, colocar pelo menos um ventilador, próximo
de quem estiver pintando ou colando as figuras e maquetes. Um ventilador de teto demora um pouco mais
para liberar o ambiente do cheiro das tintas, e um ventilador portátil ou de parede tende a criar um fluxo de
ar que impede a concentração de partículas e cheiro no
local de trabalho.
Coloque um ventilador portátil atrás ou do lado
de quem estiver pintando, pois dessa forma o fluxo de
ar gerado pelo ventilador afastará do pintor o cheiro da
tinta, solvente ou cola.
Ao pintar figuras e maquetes dê preferência a um
ambiente bem iluminado. Muitas vezes, é impossível
preparar as peças e cenários durante o dia. As figuras
pintadas durante a noite, provavelmente, terão uma cor
56
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
diferente sob a luz do dia. Um artifício, que de certa
maneira evita que isto aconteça, é pintá-las à noite,
usando uma lâmpada de luz negra, para produzir um
aspecto mais natural. Estas lâmpadas podem ser compradas nas lojas de pintura ou de hobbies.
SEGURANÇA PESSOAL
Medidas para proteção pessoal também são sugeridas. Tenha cuidado ao manusear tintas e solventes.
As situações hipotéticas descritas a seguir, raramente irão ocorrer com os pintores mais experientes e
iniciantes mais cuidadosos, porém ACIDENTES podem
acontecer com qualquer um e a qualquer hora.
Em todas estas situações abaixo é recomendado
procurar AUXÍLIO MÉDICO mais URGENTE e PRÓXIMO:
1) Contato de solventes com a boca, olhos e pele
produzindo algum tipo de ardência ou queimadura, lave muito bem com água e sabão
neutro a área afetada, cubra com gaze ou toalha limpa, em seguida pressione firmemente
o local. Procure atendimento médico o mais
rápido possível.
2) Diante da inalação ou ingestão acidental de
solventes, deve-se procurar o serviço médico
mais próximo.
3) Acidentes com objetos cortantes, como lâminas, estiletes, tesouras, podem produzir feridas que sangram. Nestes casos, pressionar ou
comprimir bem o local que esteja sangrando,
com toalha limpa ou gaze. Importante lembrar
que se esse for localizado nos membros (mãos,
braços, pés e pernas), NÃO fazer qualquer tipo
57
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
de garrote, próximo à lesão. Procurar atendimento médico urgente, para avaliar a ferida e
provável vacina antitetânica, conforme indicação.
É preciso esclarecer bem, que em nenhum momento as dicas deste capítulo possam desencorajar ou
servir como um obstáculo para o hobby de preparo de
miniaturas e maquetes. As informações supracitadas
visam divulgar e esclarecer medidas básicas de segurança para o público alvo interessado neste hobby, a
fim de apreciar cada vez mais, com menos riscos possíveis.
Procure não deixar ao alcance de crianças pequenas, frascos de tinta, cola, solvente, materiais cortantes e sacos plásticos, pois estas correm risco de ingestão acidental das tintas e solventes, risco de se cortarem com objetos afiados e risco de sufocamento acidental com sacos plásticos.
Um outro assunto que deve ser abordado neste
capítulo, é sobre intoxicação por chumbo, ou saturnismo. Sites especializados de RPG, assim como reportagens da revista Dragão Brasil, especializada em RPG,
atentaram para esta realidade.
No Brasil, existem várias fundições que ao prepararem suas miniaturas, o fazem com uma quantidade de chumbo, acima daquela permitida pelas normas brasileiras.
Consequentemente, isto pode levar a uma exposição e intoxicação pelo chumbo, caracterizando o saturnismo. A absorção do chumbo pode ser através da
pele, por inalação e ingestão acidental. Geralmente, se
relaciona a alterações em nível do sistema nervoso central (cérebro) e periférico (nervos periféricos), trato gastrointestinal (estômago e intestino), rins, e pode também estar relacionado a anemia.
58
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
Por mais piegas que seja esta afirmativa, sugerese que ao adquirir miniaturas de chumbo, procure pelo
menos se informar sobre a procedência delas.
BIBLIOGRAFIA
-José G.Alves. Emergências Clínicas, Ed Rubio,2007.
-Relatório Trabalhista- Intoxicação pelo chumbo- incapacidade para fins de benefícios, número 012, 10 de fevereiro de 2000. (sato.adm.br)
-Paladino. A Era das Miniaturas. Revista Dragão Brasil,
número 60, quinto ano.
-Primeiros Socorros- Guia Como Se Faz, Ed Escala
59
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
SOBRE REGRAS
Apesar de haver uma grande variedade de regras
disponíveis para os jogos de guerra com miniaturas,
pode-se afirmar que de um modo geral que elas possuem praticamente a mesma essência.
Para estes jogos são sempre necessários dois
exércitos e um campo de batalha. É preciso escolher o
período histórico ou cenário de fantasia que se deseja
jogar, assim como a escala das miniaturas e o tipo de
batalha, escaramuças ou batalhas em massa.
São geralmente definidas nas regras: os atributos das miniaturas incluindo seus deslocamentos, o posicionamento inicial das tropas, as regras que regem os
combates corpo a corpo, os combates à distância e a
avaliação do moral. São também consideradas os bônus e as penalidades para as peças.
ATRIBUTOS DAS PEÇAS
Os atributos das miniaturas são características
próprias que representam os valores de movimentação,
de combate, de moral e da quantidade de pontos de vida
ou dano das miniaturas.
Os valores de deslocamento correspondem a distância percorrida pelas peças, em centímetros, durante
o turno do jogo. São geralmente medidas por réguas ou
trenas.
60
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
ESTATÍSTICAS DE COMBATE
As estatísticas de combate se referem às habilidades das miniaturas em combater e empregar armas
de combate corpo a corpo e armas de longo alcance. Os
danos das armas também podem ser computados.
A maioria dos jogos empregam sistemas próprios
de registro de suas estatísticas e de seus danos. As chamadas tabelas de dano (em inglês- Wound Chart) e tabelas de acerto (em inglês- To Hit Chart) dos jogos da
série Warhammer e Senhor dos Anéis, as tabelas com
estatísticas das unidades, como em jogos disponíveis
pela Internet e no jogo Dino Wars, e cards com estatísticas individuais das miniaturas, conforme são encontrados nos jogos Chainmail de 2001 e Dungeon Dragons
Miniatures da Wizards of the Coast, Axis and Allies. São
bons exemplos de como os diferentes jogos lidam com
combate e dano.
MORAL
Moral é a variável que avalia o comportamento
das unidades, diante de uma situação inesperada.
PONTOS DE VIDA OU VITALIDADE
Pontos de vida ou vitalidade indicam a quantidade de dano ou ferimento que a miniatura pode suportar até ser retirada do jogo.
61
JOÃO CLÁUDIO BARROSO PEREIRA
BÔNUS E PENALIDADES
Os bônus são os modificadores que facilitam de
algum modo às jogadas de ataque das miniaturas, tornando o ataque bem mais eficaz. Já as penalidades ou
redutores atuam como modificadores, que diminuem
estas jogadas de ataque, dificultando um pouco mais
os ataques.
Armaduras e escudos, coletes a prova de bala
podem servir como protetores, minimizando o dano
provocado pelas armas.
Dependendo do ponto da vista, correspondem a
bônus para as miniaturas que se defendem, ou redutores para as miniaturas que atacam.
Baseado em tudo que foi discutido anteriormente é proposta uma regra simples para jogos de
guerra com miniaturas. Esta serve para ser usada em
qualquer período histórico ou cenário de fantasia e escala disponível, sendo preferível as de 20mm, escala
1:72.
REGRA SUGERIDA PARA JOGO DE GUERRA COM MINIATURAS
O jogo deve ser dividido em turnos e em cada
turno, cada jogador deverá por vez:
1) movimentar suas unidades;
2) atacar;
3) e se houver indicação avaliar o moral das suas
unidades.
Esta regra simples, prática e rápida se baseia em
remover miniaturas, dependendo do resultado obtido
62
INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA
nas jogadas de ataques. Isto significa que cada dano
produzido pelo combate corpo a corpo ou à distância,
provoca um ponto de dano e, consequentemente, cada
ponto de dano produzido corresponde a uma casualidade ou baixa, devendo ser a miniatura do oponente
retirada do jogo.
Por convenção, consideram-se as miniaturas
atacantes as que agem durante o turno, já aquelas que
adotam uma posição estática ou passiva são consideradas as miniaturas defensoras. Não serão incluídas
regras para veículos.
TIPOS DE UNIDADES
Os tipos de unidades usadas são infantaria, cavalaria, artilharia sendo que cada tipo de tropa dependerá do período escolhido.
As tropas de infantaria podem ser as de combate
corpo a corpo, como por exemplo de soldados ou piqueiros (períodos da Antiguidade e Idade Média), ou as de
combate à distância, como por exemplo arqueiros (Antiguidade ou Idade Média) e atiradores (Segunda
Guerra Mundial).
A tropas de cavalaria correspondem aquelas que
empregam cavalaria leve e pesada, como elefantes de
guerra, por exemplo (Antiguidade).
As unidades de artilharia representam catapultas, armas de cerco (Idade Média) e canhões (Guerras
Napoleônicas e Segunda Guerra Mundial).
63
Download

INTRODUÇÃO AOS JOGOS DE GUERRA