O Conflito de Interesses no Oriente Médio Líbano, O Cedro Dividido. O mais recente desastre intervencionista dos Estados Unidos, sob a batuta do Presidente Gorge Bush e seus falcões da política externa, e que tinha com objetivo primordial remanejar as peças de dominó político no Oriente Médio; não alcançou seus objetivos principais que sabidamente eram o da justificação do uso da força de intervenção contra a Síria, e a exposição do Irã a condenação internacional. A Intenção era dar um recado bem claro que para os americanos, tanto faz se a intervenção seria em localidades remotas como a Ilha de Granada, o Panamá ou no Iraque; força de dissuasão não faltaria para defender as posições de política exterior americana e estabelecer a ordem desejada. Vejamos então os conflitos de interesses dentro do Líbano, que aparentemente não são vistos pela comunidade internacional. O Líbano tem seu parlamento constituído por uma imensa maioria composta por cristãos Maronitas, Druzos e Sunitas, ricos e falantes do inglês, e do francês, que é tido como expressão de cultura e até mesmo de desprezo pelo atraso cultural dos outros grupos habitantes do sul do Líbano. Ao sul temos um outro Líbano, habitado por populações pobres de orientação religiosa majoritariamente Shiita, constituída em boa parte por refugiados palestinos e seus descendentes e que apresenta um baixo nível de qualificação e ocupação profissional. A economia desta região é baseada em empreendimentos de pequeno porte, cujos proprietários não fazem parte da elite dominante da política e da economia do Líbano. O lado mais pungente da economia do Líbano é quase totalmente localizada no litoral e na região centro-norte do Líbano, sendo fortemente baseada no turismo, nos negócios bancários e de intermediação de contratos financeiros no mercado internacional. As atividades econômicas mais significativas se concentram no turismo, nas atividades agrícolas, na atividade industrial e nas áreas de metalurgia, petroquímica e siderúrgica; ainda praticada em níveis insuficientes para gerar exportações significativas. Nunca nos últimos anos e mesmo logo depois da guerra civil acontecida em 1982, ficou tão clara a existências de um Líbano que os libaneses não querem, como durante os acontecimentos mais recentes. Os libaneses habitantes do centro e do norte do país, sequer notaram que existiu um conflito armado dentro das suas fronteiras, enquanto a região sul habitada pelos Shiitas e fronteiriça com Israel, sofreu solitariamente ataques tão ou mais destrutivos, quanto os verificados na Europa durante a segunda guerra mundial. 1 Geopolítica: conflito. Síria versus Israel - Líbano o Tampão do Os sírios sob pretexto de proteger os seus interesses e o Líbano de uma nova invasão israelense, mantiveram uma grande força de ocupação na capital e na parte mais ao norte do Valle de Bekkar, dominando os setores econômicos e administrando permissões de desenvolvimento de atividades. Durante o período da ocupação, se estabeleceu a prática de uma cobrança forçada de imensas somas de todos os setores da economia, a título de taxas de proteção, notadamente nas áreas das telecomunicações, bancos, indústrias, comércio e serviços, não ficando sequer um ponto onde os sírios não tivessem de fato o pleno domínio da situação. A evolução das negociações mantidas pelo Presidente Hafez Assad com os Presidentes americanos e a crescente rejeição internacional ocasionada pela continuação da ocupação, exerceram forte pressão e obrigaram a Síria a promover uma desorganizada retirada do Líbano. A Linha dura militar da Síria quis deixar bem claro para os que se opunham a ocupação do Líbano por tropas sírias, que não existiam barreiras que protegessem quem vier internamente a contrariar interesses Sírios Líbano; O fato mais marcante os foi a eliminação do maior representante da unidade política libanesa contra a ocupação militar síria e a promessa política mais promissora, para o restabelecimento da democracia no Líbano; O Primeiro Ministro Rafiq Harriri, assassinado em um atentado com características cinematográficas e despreocupado com a opinião interna do Líbano, e mesmo da comunidade internacional. Nascimento de representatividade política do povo do sul do Líbano. O Movimento denominado Hizballah(1) ou Partido de Deus é um movimento ortodoxo fundamentalista Shiita de orientação doutrinária clerical Islâmica, criado a partir do ensinamento de libertação e do isolamento do Estado Islâmico dos ensinamentos, e dos valores de paises não islâmicos ou ocidentais. Este movimento tem como base critérios de libertação e administração política, com fundamentos ortodoxos religiosos para a vida cotidiana dos cidadãos, e orientação para seus procedimentos políticos. A organização do Partido de Deus teve sua fase inicial de estabelecimento e crescimento no sul do Líbano, e nas faixas do Vale de Bekkar e região de Baalkek. O propósito maior declarado era o da consolidação de uma posição de assistência as populações carentes, com a distribuição de donativos tais como suprimentos para agricultura, assistência médica, estabelecimento de uma administração regional encarregada de limpeza pública, escolas do ensino básico, postos de saúde, creches e agência de empregos para populações menos favorecidas. O objetivo político estratégico por trás destas iniciativas, foi o de estabelecimento de Bases Operacionais, com suprimentos militares e o treinamento de milícias para defesa do sul do Líbano, contra eventuais ataques do exercito israelense. 2 Ideologia & Estratégia do Movimento. A ideologia básica do Movimento Hizballah e o seu ideal é o estabelecimento de uma República Pan-islâmica dirigida por clérigos religiosos, baseada na crença fundamentalista religiosa Islâmica e na administração clerical pregados pelo Imã Khomeinn. Em uma ligeira análise da plataforma política declarada em fevereiro de 1985, pode-se claramente observar os propósitos e meios a serem empregados, na implantação do regime defendido pelo movimento para todo o Líbano: A solução para os problemas do Líbano, passa necessariamente pelo estabelecimento de uma República Islâmica, como único tipo de regime que poderá assegurar a justiça e a igualdade para todos os cidadãos libaneses; O movimento Hizballah vê como necessária e determinante, a luta para expulsar o imperialismo ocidental de todo o Líbano, com a expulsão americanos e franceses de inclusive de grupos e/ou instituições por eles representados; O Conflito com Israel é tido como preocupação central, e não se resume apenas à presença das forças de defesa de Israel(IDF) no Sul do Líbano, passa necessariamente pela destruição completa do Estado de Israel e o estabelecimento da capital em Jerusalém, representa o objetivo principal. A Ideologia radical deste movimento tem no uso do terror o meio de alcançar seus objetivos mais imediatos, O Movimento Hizbalah não reconhece o estado de Israel sendo considerado invasor regional, e uma ameaça ao estabelecimento de uma Republica Islâmica. A destruição do Estado dever religioso; o movimento justifica o de Israel constitui uma obrigação e uso de ações terroristas contra estes inimigos, como arma permanente nas mãos dos fracos e oprimidos que deve ser utilizada sem cessar, contra um agressor mais forte e suportado por potencias ocidentais (USA). Para manter viva a linha ideológica e o engajamento dos seus militantes, os lideres encorajam permanentemente a execução de ações terroristas contra o Exército de Israel, dentro e fora das fronteiras do Líbano(Interior de Israel e sua Capital). Os dirigentes locais, pregam abertamente a intolerância religiosa contra os judeus e disseminam a ideologia do movimento clerical iraniano, iniciado pelo Imã Komeini. O Movimento Hizballah sofre enorme influência da Síria desde a ocupação do Líbano por tropas Sírias, a qual tem como maior interesse, manter uma forte influencia no único movimento armado no sul do Líbano, como forma de dar continuidade as ações terroristas contra os Israelenses. Com o propósito de manter uma constante situação de fustigamento das tropas israelenses, o exército sírio fornece continuadamente, segundo os serviços secretos israelenses, suprimentos militares, recursos financeiros e suporte político junto ao governo libanês, e utiliza o Movimento Hizballah, para dar suporte aos seus propósitos políticos regionais. 3 Conclusão: Ao final das hostilidades, ficou constatado, que a Síria do sucessor do Hafez Assad, Bashar Assad, ao contrário das expectativas dos norte-americanos e os seus aliados incondicionais de primeira hora, não caiu na armadilha de apoiar publicamente o movimento Hizballah em um confronto direto com o exercito de Israel. Neste episodio, o Irã se manteve prudentemente a distância dos acontecimentos ocorridos no sul do Líbano. O resultado do conflito foi o mais inesperado possível para os EUA e para o Estado de Israel, que teve multiplicado por cem as perdas militares e civis em relação à justificativa usada para iniciar a intervenção no Líbano, cujo propósito declarado era o de libertar dois soldados das forças de defesa de Israel, capturados pelo Hizballah. Passados os eventos restou enorme prejuízo da causa sionista, com a velada rejeição da comunidade internacional pelos intensos bombardeios e pelas perdas de vidas humanas, infligidas ao povo libanês habitantes da região Sul. O Líbano saiu do ostracismo institucional no qual, as elites cristãs Maronitas governantes sempre se refugiaram, para uma posição de reorganização do Estado. Pela primeira vez nos últimos vinte anos, tropas regulares do Exercito Libanês se posicionaram na fronteira com o Estado de Israel, assumindo o domínio da totalidade do seu território, notadamente da região sul, antes sob o domínio do Movimento Hiazballah. O Líbano do pós-guerra será reunificado até quando ainda não se pode prever, mas certamente com ajuda de forças internacionais de paz por um longo período, sem as quais não poderia restabelecer a ordem e a credibilidade junto ao governo israelense. O objetivo primordial no momento para a estabilização; é garantir que os ataques ao norte de Israel não voltem a ser repetir, e tampouco sejam lançados contra o território israelense, foguetes disparados pelos integrantes do Hizballah. A comunidade internacional deverá manter uma estreita observação da evolução da situação interna do Líbano, possibilitando uma maior participação de representante das minorias Shiitas do sul do Líbano, e carreando enormes somas de recursos destinados para a reconstrução das áreas habitacionais mais atingidas e recuperar a infra-estrutura das atividades econômicas. O Movimento Hizballah sai fortalecido politicamente no âmbito interno pela força e resistência demonstrada pelos seus integrantes, e externamente pelos equipamentos utilizados, os quais contaram pela primeira vez com poder de atingir localidades situadas mais ao interior de Israel, inclusive sua capital, o que induz a consideração de negociações por parte dos governantes israelenses. 4 Programa do Partido de Deus (Hizb’Allah) *Nota do autor: Esta é uma tradução livre e ligeiramente condensada e o documento original na qual a mesma se baseia, carrega o selo do Sheik Muhammad Hussein Fadlallah, mentor do HizbAllah, e é inspirada por seu fi-l-fi-l-Islam de Ma'maalQuwma, (Beirute 1979). ~~~~~~ Nossa Identidade Somos perguntados frequentemente: Quem somos nós o Hizballah? E qual é a nossa identidade? Nós somos os filhos do Umma (comunidade muçulmana) partido do deus (Hizb Allah) a vanguarda de que foi feito vitorioso por Deus no Irã. Lá a vanguarda sucedeu para colocar as bases de um estado muçulmano de relevada importância no mundo. Nós obedecemos às ordens de um líder, sábio e justo, que de nosso tutor e faqih (jurista) que cumpre todas as circunstâncias necessárias, Ruhollah Musawi Khomeini. Ó Deus conservai-o! Pela virtude do acima, nós não constituímos um partido organizado e fechado no Líbano nem somos um grêmio político limitado. Nós somos uma Umma, ligada aos muçulmanos do mundo inteiro pela conexão doutrinal e religiosa contínua do islã, cujo Deus da mensagem quis ser cumprido pelo selo dos profetas, isto é, Mohamed. Isto é porque o que quer que toque ou golpeie os muçulmanos no Afeganistão, Iraque, as Filipinas, golpeia a todos umma muçulmano de que nós somos parte integral. Nosso comportamento nos é ditado pelos princípios legais colocados à luz de uma concepção política definida pelo jurista principal (al-faqih-faqih do wilayat). Quanto para a nossa cultura, é baseado no Alcorão Sagrado, no Sunna e nos ordenamentos legais do faqih de que é nossa fonte al-taqlid-taqlid que é a nossa fonte de inspiração (marja '). Nossa cultura tem a clareza do cristal e não é complicada e é acessível a todos. Ninguém pode imaginar a importância de nosso potencial militar porque nosso instrumento militar não é separado de nosso tecido social. Cada um de nós é um combatente. e quando se torna necessário empreender a guerra sagrada, cada um de nós assume suas atribuições na luta de acordo com as injunções da lei, e daquela na estrutura da missão realizada sob a tutela do jurista comandante. 5 Nossa luta Os EUA tentaram através de seus agentes locais, persuadirem os povos que aqueles que esmagaram sua arrogância no Líbano e frustraram sua conspiração contra aos oprimidos (mustad'afin), nada mais eram que um grupo de terroristas fanáticos, cujo único objetivo e destruir as instituições e atentar contra o capitalismo democrático. Tais sugestões não podem e não confundem nosso Umma, porque o mundo inteiro sabe que quem quer que deseje se opor aos EUA, esta superpotência arrogante, não pode ser complacente com atos marginais que podem o fazer desviar de seu objetivo principal. Nós combatemos o abominável e nós apegaremos as raízes preliminares da injustiça que são os EUA. Todas as tentativas feitas para nos dirigir em ações marginais falharão especialmente porque nossa determinação para lutar contra os EUA é contínua. Nós declaramos abertamente e alto que é isso que nós somos, um Umma que teme somente a Deus e não estamos de nenhuma maneira, prontos para tolerar a injustiça, a agressão e a humilhação da América, seus aliados do pacto de Atlântico e a entidade sionista na terra sagrada de Palestina. O Alvo destes agressores é fazer-nos comer continuamente a poeira, isto é porque nós estamos, mais e mais em um estado do alerta permanente, a fim repelir a agressão e defender nossa religião, nossa existência, e a nossa dignidade. Invadiram nosso país, destruíram nossas vilas, cortaram as gargantas de nossas crianças, violaram nossos templos e nos impuseram governantes, os quais infligiram os piores males e massacres ao nosso povo e a nossa Umma. Não cessam de dar a sustentação a estes aliados de Israel, e não nos permitem decidir nosso futuro de acordo com nossos próprios desejos. Em uma única noite os israelenses e os Falangistas executaram milhares de nossos filhos, mulheres e crianças em Sabra e em Shatilla. Nenhuma organização internacional protestou ou denunciou este massacre feroz de uma maneira eficaz, um massacre perpetrado com o acordo tácito dos aliados europeus dos Estados Unidos da América, que tinham recuado e deixado os campos desprotegidos alguns dias, talvez algumas horas antes do massacre nos acampamentos palestinos. Os derrotistas libaneses aceitaram pôr os acampamentos sob a proteção dessa raposa ardilosa, o emissário dos Estados Unidos Philip Habib. Nós não temos nenhuma alternativa, sem que seja a de confrontar pelo sacrifício a agressão imposta pelos falangistas e por Israel, cuja cooperação contínua torna-se cada vez mais sólida. Cem mil vítimas, esta é a cifra aproximada de crimes cometidos por eles e pelos EUA contra o nosso povo, mais que meio 6 milhão de muçulmanos foi forçado a sair de seus lares. Seus bairros foram virtualmente destruídos em Nab'a, meu próprio subúrbio de Beirute, assim como em Burj Hammud, Dekonaneh, Tel Zaatar, Sinbay, Ghawarina e Jubeil, todos eles situados nas áreas hoje controladas pelas forças cristãs libanesas. O invasor sionista iniciou em seguida sua invasão para usurpar o Líbano em estreita e aberta cooperação com as falanges, impedindo todas as tentativas de resistir às forças invasoras. Participaram na execução de determinados planos israelenses, com intuito realizarem seu sonho libanês, se submetendo a todas as exigências Israel a fim ganhar o poder, sendo isto o que realmente aconteceu. Bashir Jumayyil, esse carniceiro, obteve o poder com a cooperação de países do OPEP e da família Jumayyil. Bashir tentou melhorar sua péssima imagem, reunindo seis membros em um comitê de segurança, presidida pelo presidente anterior Elias Sarkis, que não era nada mais que uma ponte AmericanoIsraelense pedida pelos Falangistas a fim de oprimir os fracos. Nossos povos não poderiam nunca mais tolerar a humilhação, devendo destruir os opressores invasores e os seus lacaios. Mas os EUA persistiram em sua estupidez, instalaram o lacaio Amin Jumayyil para substituir seu irmão. Algumas de suas primeiras realizações assim chamadas deviam destruir os lares dos refugiados e de outras pessoas deslocadas, atacar Mesquitas, e requisitar que o exército Libanês lança-se bombas sobre os subúrbios do sul de Beirute, onde os povos oprimidos residiram. Solicitou o apoio de tropas européias para nos atacar e assinou em 17 de maio de 1984, acordos com Israel os quais fazem do Líbano um protetorado americano; Nossos povos não poderiam suportar mais esta traição. Decidiu se opor ao invasor, fosse ele francês, americano ou israelense, golpeando suas bases e lançando uma guerra verdadeiramente de resistência de encontro às forças da ocupação e finalmente, o inimigo teve que se decidir a recuar gradualmente. Nossos objetivos Permita-nos esclarecer isto verdadeiramente: os filhos de Hizhallah sabem quem são seus principais inimigos no Oriente Médio - os Falangistas, Israel, França e os EUA. Os filhos de nosso Umma estão agora em um progressivo estado de confrontação com os mesmos, e permanecerão assim até a consecução dos três seguintes objetivos: (a) Expulsar definitivamente do Líbano os americanos, os franceses e seus aliados, pondo um fim a qualquer entidade colonialista na nossa terra; 7 (b) Submeter os Falangistas a um julgamento justo, responsabilizando a todos eles perante a justiça, por seus crimes perpetrados contra os muçulmanos e aos cristãos; (c) Permitir que todos os filhos de nossos povos determinem seu futuro e escolher em toda a liberdade o tipo de governo que mais desejam. Nós convocamos todos para escolher a opção do governo islâmico, que, sozinho é capaz de garantir a justiça e a liberdade para todos, pois somente um regime islâmico pode deter todas as tentativas persistentes de infiltração imperialista em nosso país. Estes são objetivos do Líbano; aqueles são seus inimigos. Quanto para os nossos amigos, são os povos oprimidos de todo o mundo. Nossos amigos são também aqueles que combatem nossos inimigos e que nos defendem de seu demônio. Para estes amigos, indivíduos e as organizações, nós giramos e dizemos: Amigos onde quer que você esteja no Líbano..., nós estamos de acordo com você nos objetivos grandes e necessários: Acabar com a homogenia americana e por fim a opressiva ocupação israelense; impedindo quaisquer tentativas dos Falangistas, de voltar a monopolizar o poder e a administração de todos os setores do Líbano. Ainda que tenhamos pontos de vistas divergentes dos amigos, e diferentes entendimentos de como vencer os desafios, devemos superar estas pequenas divergências e consolidar a cooperação entre nós em benefício do projeto mais importante. Nós somos uma Umma unida pela mensagem do Islã. Nós queremos que todos possam estudar a mensagem divina a fim trazer a justiça, a paz e a tranqüilidade para o mundo. Isto é porque nós não queremos impor o Islã, tais quais tantos outros, tentaram nos impor suas convicções e seus sistemas políticos. Nós não queremos que o Islã governe o Líbano pela força como hoje é feito pelos Maronitas. Tudo o mais dito é o mínimo que nós podemos aceitar a fim poder por meios legais, realizar nossas ambições, livrando o Líbano de sua dependência do ocidente e do oriente e pôr um final à ocupação estrangeira. Queremos pôs adotar um regime escolhido livremente pelos povos de Líbano. Esta é nossa percepção da atual conjuntura e é o Líbano que nós antevemos. Sob a luz das nossas convicções, nossa oposição ao sistema atual é a função de dois fatores; (1) O regime atual é o produto da arrogância de modo que não pode ser remediado, devendo ser mudado radicalmente; (2) O imperialismo do mundo ocidental é que é hostil ao Islã. Nós consideramos que toda a oposição no Líbano expressa unicamente em nome da reforma, pode somente beneficiar o sistema atual. 8 (3) A oposição feita dentro da atual estrutura conservadora e dentro dos limites definidos pela atual constituição, é pura formalidade e não expressa os desejos de mudança nas bases, que possam beneficiar os oprimidos e menos afortunados. Do mesmo modo, toda a oposição que confrontar o regime atual, mas dentro dos limites definidos pela atual constituição, é uma oposição ilusória, que presta um grande serviço ao sistema de Jumayyil. Além disso, nós não podemos concordar com nenhuma proposição de reforma política, a qual aceita o atual sistema corrupto. Nós não poderíamos importar-nos mais menos com a criação deste ou dessa coalizão, ou com a participação deste ou daquela personalidade política em algum posto ministerial, que é mais uma parte deste regime injusto. A política seguida pelos chefes políticos maronitas através das forças mais avançadas não pode garantir a paz e o tranqüilidade para os cristãos de Líbano, visto que é fundamentada no “asabiyya” (particularismo ultrapassado), em privilégios de grupos ou em alianças com colonialismo. A crise libanesa provou que os privilégios confessionais são uma das causas principais da grande explosão de violência que devastou o país. Provou também que quando os cristãos mais necessitavam da ajuda do exterior, a mesma não tinha nenhuma valia. Os sinos anunciam para os cristãos fanáticos; livrem-se das alianças dominadoras e da ilusão que se deriva da monopolização de privilégios em detrimento de outras comunidades. Os cristãos devem responder ao apelo divino e fazer o uso da razão em contraposição ao uso das armas e a persuasão em vez da submissão. Aos cristãos Se vocês cristãos, não puderem tolerar a participação dos muçulmanos em determinados setores do governo, Allah disse ser intolerável que os muçulmanos participem em um regime injusto, injusto para vocês e para nós, em um regime que não fosse praticado sob as prescrições (ahkam) da religião e em tendo como base a lei (o Shari’a) como colocada por Muhammad, e aprovada pelos profetas. Se você procura por justiça, qual é mais justa do que a de Allah? É ele que emitiu na terra a mensagem do Islã através de seus profetas sucessivos, a fim de que julgassem os povos e lhes concedessem todos os seus direitos. Se você foi iludido ou enganado para acreditar que nós anteciparemos vinganças contra vocês, seus medos são injustificados. Para aqueles de você que são calmos, continue a viver em nosso meio sem que qualquer um pense em incomodá-lo. 9 Nós não lhes desejamos mal, lhes convidamos a abraçar o Islã, de modo que você possa ser feliz neste mundo e no seguinte. Se você recusar aderir ao Islã, mantenha seus laços com os muçulmanos e não faça parte de nenhuma atividade contra os muçulmanos. Livre-se das conseqüências da odiosa submissão. Expulsem dos seus corações todo o fanatismo e bairrismo. Abra seus corações a nossa chamada (da'wa) a que nós nos lhes dirigimos. Busque o Islã onde você encontrará a salvação e a felicidade nesta vida daqui por diante. Nós estendemos este convite também a todos os oprimidos entre os não Muçulmanos. Quanto para àqueles que pertencem ao Islã somente formalmente, nós os exortamos a aderir ao Islã na prática religiosa e renunciar todos os fanatismos que são rejeitados por nossa religião. Cenário Mundial Rejeitamos a Rússia e os EUA, o capitalismo e o comunismo, posto que ambos são incapazes de estabelecer as bases para uma sociedade justa. Com veemência especial nós rejeitamos a UNIFIL(Força de Paz da ONU) do modo arrogante com o qual nos foram impostas, para ocupar as áreas evacuadas por Israel e para servir para o último como uma zona desmilitarizada, devendo os mesmos ser tratados tal como os sionistas. Todos devem saber que os objetivos do regime dos Falangistas, não têm nenhuma relação com os combatentes da guerra sagrada, isto é, a resistência islâmica. Este é o atoleiro que espera toda a intervenção estrangeira! Em nossas concepções e em nossos objetivos que servem como nossa base e inspiram nossa marcha. Aqueles que os aceitam devem saber que todas as diretivas pertencem a Allah e ele se basta. Seremos pacientes com eles aqueles que o rejeitam, até que Allah se decide entre nós e os povos injustos. A Necessidade da Destruição de Israel: Nós vemos em Israel, a presença avançada dos Estados Unidos em nosso mundo islâmico. É o inimigo odiado que deve ser combatido até que os odiados recebam o que merecem. Este inimigo é o perigo maior para as gerações futuras e ao destino de nossas terras, particularmente porque apóia o intervencionismo e o estabelecimento de colonização e/ou a expansão já iniciada na Palestina, com a intenção de expandir as fronteiras de Israel do Rio Nilo até o Rio Eufrates. 10 Na nossa concepção preliminar em nossa luta contra o Estado de Israel, indica que a entidade sionista é agressiva na sua origem e que é construído em terras tomadas dos seus legítimos proprietários, à custa da propriedade dos povos muçulmanos. Conseqüentemente nosso esforço terminará somente quando esta entidade for eliminada. Não reconhecemos nenhum tratado com ele, nenhum cessar fogo, e o nenhum acordo da paz, ainda que separado ou consolidado. Nós condenamos vigorosamente todas as tentativas para a negociação com Israel, e consideramos todos os negociadores como inimigos, pela razão que tal negociação não é nada mais que o reconhecimento da legitimação da ocupação sionista da Palestina. Conseqüentemente nós nos opomos e rejeitamos os acordos de Camp David, as propostas do rei Fahd, o Acordo de Fez e de Reagan, a proposta de Brezhnev e a proposta Franco-Egipcía, bem como todos os acordos restantes que incluam o reconhecimento (mesmo o reconhecimento implícito) do Estado Sionista. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~x ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ * Linaldo Guimarães Pimentel CEO SecureTech Ltda. SecureTech Training Service Ltda. ** Com o propósito único de complementação desta ligeira análise da situação no oriente médio, mais notadamente da situação da região sul do Líbano; O autor disponibiliza esta tradução livre do documento que estabeleceu as bases da criação do HizbAllah, partido de maior representação dos povos de orientação Shiita e que ocupam o Líbano da parte norte de Beirute até a fronteira sul, com o estado de Israel. NT(01) As palavras Hizb (Movimento/Partido) mais Allah (Deus da fé Islâmica), é a raiz da formação da denominação Hezbolah, utilizada frequentemente na imprensa ocidental. NT(02): Falange é a denominação mais freqüente, para se referenciar aos grupos cristãos que atuavam no Líbano, cujas ações provocaram o isolamento dos povos muçulmanos Shiitas de origem palestina, no Sul do Líbano. Os Falangistas promoveram vários ataques como o desferido contra os campos de refugiados de Sabra e Shatilla, ocasionando enormes perdas de vidas entre os refugiados Palestinos. 11