Manual Um Contributo para o Desenvolvimento de Uma Política de Clusters Outubro 2006 INTELI _ Inteligência em Inovação Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Índice 1. Introdução ....................................................................................................................................................... 3 2. Os Clusters: Alguns Conceitos....................................................................................................................... 4 3. A Importância da Formulação De Uma Política de Clusters? ..................................................................... 10 4. A Necessidade de Realização de Uma Avaliação do Desenvolvimento Económico Local........................ 16 5. Acções de Suporte à Promoção e Desenvolvimento de Clusters ............................................................... 18 6. As Boas Práticas Enquanto Instrumentos de Reflexão............................................................................... 43 7. As Iniciativas de Clusterização em Economias em Vias de Desenvolvimento: um contributo final ........... 60 8. Bibliografia .................................................................................................................................................... 64 9. Anexo............................................................................................................................................................ 65 9.1. Instrumentos de Gestão Auxiliares ao Estudo e Implementação de Processos de Clusterização ................................................................................................................................65 9.2. Guia de Referência para a Implementação de Processos de Clusterização....................80 9.3. Auto Avaliação Sobre o Potencial de Desenvolvimento de Praticas da Cooperação.......83 9.4. Reflexão Sobre a Capacidade Inovadora De Um Cluster ................................................90 2/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 1. Introdução O IAPMEI – Instituto e Apoio a Pequenas e Médias Empresas e ao Investimento, em colaboração com a INTELI – Inteligência em Inovação, tem vindo a desenvolver um conjunto de instrumentos orientados para uma intervenção estratégica, no âmbito da cooperação empresarial. Alguns dos contributos chave que estas entidades divulgam, têm vindo a ser apresentados em Manuais, orientados para a actuação de “agentes” dinamizadores da cooperação empresarial, sistematizando um conjunto de conceitos e reunindo um conjunto de ferramentas de trabalho. Estes manuais, onde a cooperação empresarial se assume como elemento chave, visam a transferência de conhecimento e a valorização de competências, que induzam ao desenvolvimento regional e consequentemente à emergência de dinâmicas de rede, capazes de gerarem efeitos de clusterização. Para atender a este último objectivo, o IAPMEI considerou ser imprescindível desenvolver uma abordagem sistematizada, e mais orientada, envolvendo várias etapas de intervenção na economia, como as expostas neste manual. Neste sentido o presente manual pretende disponibilizar uma compreensão sobre o que é a clusterização duma economia e porque é defendida enquanto estratégia de competitividade e de geração de inovação. Pretende identificar uma metodologia de desenvolvimento económico regional, referindo as melhores práticas adoptadas por diferentes países europeus e identificando experiências, de forma a explanar muitas das complexidades do planeamento estratégico inerente à clusterização. Este manual procura, assim, dar um contributo importante para o entendimento da importância da clusterização, assim como difundir algumas medidas determinantes na implementação deste processo. O processo de recolha de informação para este manual, consistiu essencialmente, nas experiências nacionais e nos resultados alcançados em diferentes regiões de diversos países, assim como em relatórios e documentos oficiais de entidades envolvidas em processos desta natureza. 3/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 2. Os Clusters: Alguns Conceitos Os governos das economias mais avançadas, têm vindo a promover o desenvolvimento económico, apostando no fomento da capacidade de inovação a nível regional. Enfatizando as ligações, entre as empresas, as infraestruturas de I&D e os centros de saber, concentrados em determinados territórios, procuram estimular a criação de conhecimento especializado, enquanto parte integrante duma estratégia de prosperidade regional e como forma de promover a competitividade. Este facto conduz-nos ao conceito de cluster, enquanto ambiente de excelência ao desenvolvimento da capacidade inovadora regional e consequentemente da produtividade nacional. O que é um Cluster? De acordo com Porter (1990), um cluster “é formado por empresas e sectores ligados, através de relações verticais (cliente–fornecedor) e horizontais (tecnologia), numa determinada região”, sendo que “a concentração geográfica dos rivais, clientes e fornecedores promove a inovação e a competitividade do cluster”. O “The Clusters Policy Whitebook” (IKED, 2004) define clusterização como “o processo onde um conjunto de empresas e outros actores co-localizados numa área geográfica próxima, cooperam em torno dum nicho funcional, estabelecendo alianças promotoras de competitividade”. Neste sentido entende-se que, a importância do processo de clusterização na economia, traduz-se no número e na tipologia de externalidades positivas que proporciona, e pelo facto de não se esgotar no envolvimento de intervenientes de conhecimento intensivo. Fonte: Porter (2001) in IKED (2004) Figura 1 – O Diamante de Porter 4/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters O Que Significa a Prática de Clusterização? Os benefícios da clusterização reflectem-se na capacidade das empresas conseguirem operar, com maior eficiência e de se afirmarem ao nível da inovação. De acordo com Ketels (2003), a crescente aglomeração de competências e know-how, em determinados territórios, conduz ao aumento da especialização das economias regionais e consequentemente ao aumento da rapidez de resposta das empresas ao mercado. Por outro lado, as empresas em articulação próxima com instituições da ciência e tecnologia, do ensino e da educação, criam, adoptam e difundem uma maior quantidade de inovações. Por fim, a clusterização facilita a formação de negócio, dado que ao integrar de forma localizada todos os elementos da estrutura económica e institucional, afecta os processos de aprendizagem, permitindo de forma mais facilitada, a criação de novas tecnologias, novas empresas e novos produtos. Isto significa, que a extensão dos efeitos da clusterização na economia caracteriza-se; Por um lado, pelas actividades de investigação e pela intensidade de interacção, entre as unidades de investigação, os centros de saber e as empresas, que cooperam em torno do desenvolvimento de um certo domínio tecnológico e, por outro lado; Pelo grau de concentração de empresas, que desenvolvem actividades de I&D mais aplicadas e com maior proximidade ao mercado. Fonte: IKED, 2004 Figura 2 – Efeitos de Clusterização sustentada por Dinâmicas de Cooperação Quais são os Pressupostos Base para a Criação de Efeitos de Clusterização? Com base nas reflexões apresentadas, podemos entender que o pressuposto base da criação de efeitos de clusterização assenta nas sinergias a desenvolver, entre diferentes actores locais, integrados em lógicas de cooperação em rede, que se perpetuam no tempo e relacionam entre si. Este processo, designado por “dinâmicas de cooperação”, é o suporte do desenvolvimento económico dos países mais desenvolvidos. Aliás, de acordo com o já referido “The Clusters Policy Whitebook” (IKED, 2004), os clusters de sucesso integram habitualmente as dinâmicas de cooperação mais competitivas. Este facto é corroborado pela Finlândia e pela Suécia, os dois 5/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters maiores impulsionadores de dinâmicas de cooperação em toda a Europa, são simultaneamente consideradas como duas economias com competitividade significativa. Na verdade, estes casos são claramente demonstradores da importância que as dinâmicas de cooperação assumem no processo de clusterização. A aglomeração de competências, a troca de conhecimento, e a exploração de oportunidades específicas, que estas dinâmicas envolvem, constitui a mais valia fundamental para a produção de efeitos de clusterização. É por isso que, o desafio da clusterização exige aos diferentes actores a sua integração em contextos de rede. Cooke e Morgan (1998), afirmam mesmo que “as redes regionais (...) são a esfera privilegiada para o estabelecimento das relações de confiança essenciais aos processos de aprendizagem e inovação”. De notar, que por mais distinta que possa ser a abordagem ao desenvolvimento de clusters, ela constitui sempre reflexo das características e da funcionalidade das dinâmicas de cooperação que se encontram intrínsecas, condicionando, mesmo, na maioria das situações, a performance dum cluster. Esta questão das dinâmicas de cooperação é também importante, devido ao facto das mesmas não terem uma emergência espontânea. Do ponto de vista da eficácia duma iniciativa de desenvolvimento de clusters, esta questão é pertinente. De facto, não é possível induzir efeitos de clusterização, sem promover previamente dinâmicas de cooperação competitivas. Landabaso (2005), considera mesmo, que o papel crescente das dinâmicas de cooperação, apela a um novo conceito de cluster, mais amplo e localizado, apelando a novas formas de cooperação e de partilha de conhecimento. Prevalece, assim, o conceito de pólo de inovação em interacção com o de dinâmicas de cooperação, enquanto “ambiente socio-economico concentrado geograficamente, onde se verifica uma intensa partilha de conhecimento e uma cooperação flexível e multifacetada entre diferentes agentes, conducentes à promoção da inovação e desenvolvimento económico regional”. Quais são os Elementos Chave da Dinamização de um Cluster? De acordo com o Livro Branco (2004), um cluster caracteriza-se através da análise de sete elementos, a saber: Concentração Geográfica, as empresas localizam-se em termos geográficos, aproximadamente umas das outras, quer devido a factores hard associados ás economias de escala, quer por factores soft como sejam o capital social e os processos de aprendizagem; Especialização, os clusters centram-se em torno de uma actividade central, em torno da qual todos os actores se relacionam; 6/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Múltiplos Actores, os clusters e as políticas de clusters não integram apenas empresas, envolvem igualmente organismos públicos, universidades, intervenientes do sector financeiro, associações, entre outras entidades do Sistema Científico Nacional; Dinâmica de Rede, a relação estabelecida entre os diferentes actores dos clusters caracteriza-se pela competição e cooperação; Massa Crítica, essencial para atingir uma determinada dinâmica de interacção entre diferentes actores; Ciclo de Vida de um Cluster, os clusters e as políticas de clusters não são fenómenos de curto prazo, mas detêm perspectivas de longo prazo; Inovação, as empresas dos clusters estão envolvidas em processos de mudança tecnológica, comercial e organizacional. É de referir que os clusters são distintos entre si, e portanto muitos outros elementos poderiam aqui ser identificados como críticos ao seu desenvolvimento. Na figura n.º 3, abaixo apresentada, podemos identificar outros factores críticos, para além dos acima referidos, que assumem particular importância e que numa fase embrionária do ciclo de vida do cluster, possuem um impacto mais significativo. Fonte: Ecotec in DTI, 2004 Figura 3 – Factores Críticos de Sucesso da Clusterização 7/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Como se Caracteriza o Ciclo de Vida Dum Cluster? Os clusters possuem um ciclo de vida semelhante a qualquer entidade orgânica. Ou seja, os clusters tem um ciclo de vida dinâmico, sendo lhe reconhecido uma evolução e desenvolvimento que compreende diferentes estádios. Não existe um tempo definido, para cada estágio de desenvolvimento, sendo que a sua duração depende do impacto de variadíssimos factores externos e do potencial de desenvolvimento intrínseco ao próprio cluster. Fonte: DTI, 2004 Figura 4 – Ciclo de Vida de Um Cluster Embora sabendo, que não é possível identificar uma durabilidade para cada fase, e que o ciclo de vida dum cluster é descrito de diferentes formas, é representado, usualmente, por quatro fases: Criação, correspondendo a uma fase inicial. Os clusters que se encontram neste estádio de evolução, pressupõem um enfoque, que recai sobre a análise das actividades de cada um dos actores e o seu contributo para o desenvolvimento e fortalecimento das relações entre estes. Trata-se de um estádio que se caracteriza pelo “arranque” real do processo de cooperação; Consolidação, caracterizada pela importância que as actividades vão assumindo ao longo do processo e pelo grau de formalização das mesmas. Esta fase poderá consubstanciar-se, eventualmente, na adopção duma tipologia de cluster; Expansão, assumindo particular importância os recursos envolvidos. Nesta fase a optimização e, consequentemente, a exploração dos recursos, quer físicos, quer materiais, por parte de todos os actores envolvidos no cluster, assume elevada relevância; 8/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Desenvolvimento, prosseguindo a partir de uma sólida base de formalização de partilha de recursos, que se objectivam num aumento de competitividade dos actores do cluster. É de salientar, que a passagem entre as diferentes fases do ciclo de vida dum cluster, pode ser uma simples vertente da evolução da própria indústria. Eventualmente, enquanto reflexo da evolução dos produtos, para e num contexto de cluster. Com efeito, à medida que a base tecnológica e de produto dum cluster evolui, a capacidade inovadora, por conseguinte, tem de manter uma excelente performance. Em alguns casos, pode eventualmente surgir a necessidade de fazer alterações significativas, no sentido de criar uma nova forma de trabalho ou de entrar em novas áreas de mercado, para diminuir a possibilidade de um cluster, entrar na fase de declínio. Na prática, os clusters tem fortes probabilidades de desenvolvimento, de expansão e de transformação, dada a possibilidade de assumirem formas bastante complexas, onde as sinergias e as interacções que se estabelecem entre os actores, são variadas e diversificadas entre si. São vários os estudos que fazem referência à necessidade de um cluster ter acompanhamento externo, por parte de consultores vários, sendo que esse acompanhamento deve ser contínuo e devidamente adequado às diferentes fases do seu ciclo de vida. Ao longo deste manual, iremos procurar dar atenção a este aspecto. Ou seja, procuraremos identificar acções de acompanhamento específicas, que se constituam, enquanto medidas de intervenção e dinamização, adequadas a cada um das fases do ciclo de vida do próprio cluster. A título de exemplo, em fases de criação de clusters, o papel que o Estado assume, através das diversas entidades intermediárias, é bastante importante, nomeadamente no que concerne à promoção da cooperação inter-empresarial e enquanto agentes responsáveis pela disseminação, transferência de informação em áreas de conhecimento, como o desenvolvimento territorial, cooperação e inovação. Se assumirmos a importância do ciclo de vida em que se encontra o cluster, podemos concluir que o tipo de acções acima referidas, numa fase posterior à criação do cluster, parecem não ter um impacto tão significativo, ou pelo menos um contributo coerente com as necessidades de evolução de um cluster. Por outro lado, estimular a inovação, em clusters que se encontram numa fase de consolidação e expansão é crucial, nomeadamente para evitar ou diminuir os perigos do isolamento de determinados actores e consequentemente de algumas regiões. Este é um aspecto particularmente importante, para a manutenção da competitividade de clusters “tradicionais”, assim como um aspecto sensível, enquanto ponto de partida para a emergência de novas actividades e novas indústrias. Como é evidente, muitos exemplos poderiam ser aqui mencionados, corroborando a necessidade de diferentes tipos de intervenções, que se assumem como cruciais ao longo do ciclo de vida de um cluster. Porém não será demais salientar, que a intensidade exigida, assim como a forma como a intervenção é fornecida, é variável, assumindo importância o contexto em que se desenvolve o cluster, assim como o conjunto de estruturas, que o mesmo envolve e suporta a actividade dos diferentes actores. 9/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 3. A Importância da Formulação De Uma Política de Clusters? Nos últimos anos, praticamente em toda a Europa, as autoridades regionais têm vindo assumir um papel importante na promoção de políticas de clusters. Embora sabendo, que a consolidação dos clusters deve ser feita, a partir do tecido empresarial, cabe ao Estado a diminuição das imperfeições de mercado e das falhas de sistema, sendo que assume um papel particularmente importante, ao nível da identificação e formulação de uma política de clusters de sucesso. O Que se Entende por Política de Clusters? As políticas de clusters traduzem-se em esforços dos poderes públicos, com o objectivo de aumentarem os benefícios económicos, derivados da criação e desenvolvimento de clusters ou redes localizadas de conhecimento. Uma Política de Clusters Pode Ter Diferentes Abordagens? De acordo com Fromhold, M. (2004), as políticas de clusters podem ser categorizadas segundo dois eixos essenciais. Um primeiro eixo diferencia-as entre políticas explicitas e políticas implícitas, sendo que as primeiras são implementadas com a referência à noção de cluster, enquanto que as segundas não assumem o conceito de cluster como orientação básica, mas prosseguem objectivos relacionados com a promoção da colaboração sectorial-regional. Um segundo eixo distingue políticas top-down, onde as autoridades públicas impõem determinadas políticas no seio do sistema regional de inovação sem o envolvimento directo dos diferentes actores (empresas, universidades e outras organizações) no desenho e implementação dos programas e medidas, de políticas bottomup, em que as iniciativas emergem e são organizadas pelos agentes regionais, nomeadamente as empresas industriais. De notar que a CE (2000), nesta linha de pensamento, vem apontar para a importância do envolvimento da indústria local no design e implementação das políticas. Fonte: Fromhold, 2004 Figura 4 – Políticas de Clusters nos Países Europeus 10/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Desta forma, à primeira vista é perceptível, que a formulação de uma política de cluster não é uma questão homogénea, nem é unânime, particularmente porque depende da vocação, da orientação e da profundidade que se pretende dar à mesma. De acordo com a CE (2003) a formulação de uma política de clusters em tudo depende da sua abrangência, sendo que a mesma, como já salientamos anteriormente, pode assumir diferentes abordagens e características: Dependendo da extensão do conceito de cluster utilizado, a formulação de uma política de clusters pode orientar-se: para a promoção de “macro clusters”, sendo que a mesma assumirá uma escala nacional, eventualmente, apresentando a formação de “clusters de dimensão intermédia”. Por outro lado, a formulação de uma política de clusters pode orientar-se para uma óptica mais regional, onde a formação de “micro clusters” assume particular importância, enquanto resultado da co-aglomeração de um conjunto de redes de cooperação. Tratar-se-á duma política, que apresentará a formação de clusters com menor dimensão, e com menor expressão em termos de escala. Esta distinção nem sempre é suficientemente clara, já que as justificações e opções governativas muitas vezes deturpam aquilo que se entende por objectivo de uma política de clusters. Ou seja, independentemente do conceito utilizado, a formulação de uma política de cluster assenta na promoção da competitividade, ora através da melhoria das condições da envolvente dos clusters, ora induzida, através da facilitação e intermediação da cooperação entre as empresas. A política de clusters encontra-se directamente relacionada com a determinação de uma abordagem nacional ou regional, sendo que em qualquer circunstância o contexto internacional deve ser sempre equacionado; Face ao enquadramento no âmbito político, as políticas de cluster podem ter uma abordagem distinta. Se observarmos os diferentes países que apresentam a promoção de políticas de clusters, enquanto instrumento de competitividade, verificamos que a estratégia de desenvolvimento definida está intimamente ligada com as políticas de ciência e tecnologia, as políticas industriais e as políticas de desenvolvimento regional, sendo que eventualmente poderá resultar duma combinação entre estas três áreas. Efectivamente, quando se denota uma aposta particularmente forte nas estratégias de desenvolvimento industrial e nas de regeneração regional, verifica-se um enfoque no reforço dos clusters “tradicionais”, e de clusters já existentes. Quando as opções governativas apresentam uma relevância em políticas de ciência e tecnologia, verificamos que a formulação da política de clusters orienta-se para o desenvolvimento de novos clusters no seio de indústrias de elevado crescimento ou em emergência. A título de exemplo, referimos a região da Valónia (Bélgica), onde claramente existe uma distinção entre o apoio concedido a clusters de carácter tecnológico e aos clusters, diríamos de natureza económica, já existentes e em fase de desenvolvimento, sendo que esta distinção resulta do facto de existir diferentes tipos de abordagem ao longo dos diferentes ciclos políticos; 11/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Por fim, salienta-se a tipologia de cluster, enquanto factor determinante da abordagem que sustenta a formulação duma política de cluster. Assim, dependendo da tipologia de cluster que o Estado pretende apoiar, verificamos que a formulação da política pode assumir uma abordagem top-down ou bottom-up. Aproveitando ainda os exemplos acima referidos, é muito frequente que o apoio a novos clusters ou em emergência, no domínio da alta tecnologia, resulte duma decisão estratégica top-down, enquanto que o apoio a clusters “tradicionais” advenha duma abordagem mais bottom-up. É fundamental compreender, que o tipo de políticas públicas, varia igualmente, na proporção dum envolvimento mais ou menos intervencionista, por parte dos governos. Por exemplo, estaremos perante uma abordagem mais intervencionista quando a mesma é implementada com referência à gestão do cluster, aos apoios financeiros concedidos, sendo menos intervencionista, aquando da presença de definição de objectivos a alcançar, relacionados com a indução e promoção de iniciativas de clusterização. Se olharmos para a realidade internacional e cruzarmos diferentes abordagens, para a formulação de uma política de clusters, obtemos a seguinte análise conclusiva: Tabela 1 – Análise de Algumas Tipologias de Política de Clusters Fonte: Thematic Report Clusters Policies, 2003 12/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Se cruzarmos esta análise com o estudo realizado por Ketels C. (2003), corroboramos a tendência actual, por parte da generalidade dos países europeus, para a utilização de políticas de clusters, enquanto instrumentos de competitividade, independentemente da abordagem de implementação e desenvolvimento optada. Tabela 2 – A Formulação duma Política de Clusters na Europa Fonte: Ketels, C., 2003 ... Mas Também Têm Características Comuns? De acordo com CE (2003), apesar das diferenças que subsistem em termos de conceito e implementação das políticas de clusters, estas detêm uma série de características comuns, que passamos a enumerar: São vistas como meios de promoção do desenvolvimento económico e da alteração estrutural, surgindo, na generalidade das vezes, associadas ao fomento da capacidade de inovação a nível regional; Perseguem o fomento da cooperação empresarial, induzindo forte importância na dinamização de processos sociais; Enfatizam as ligações entre as empresas e as infra-estruturas regionais de ensino e de I&D, estimulando a disseminação e transferência de conhecimento na economia regional. Em particular, as políticas de cluster procuram induzir a absorção de novas tecnologias, através da promoção de redes regionais de PMEs, visando o estabelecimento de sistemas regionais de inovação; Enfatizam o papel das organizações públicas e semi-públicas, como mediadoras da promoção da cooperação inter-empresarial e do desenvolvimento de projectos conjuntos, 13/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters entre várias entidades. Na fase inicial da formação de clusters, surge normalmente como necessário, o papel de uma entidade facilitadora, sendo que o Estado possui um papel importante na construção de confiança mútua entre os actores do cluster, no apoio à organização de redes inter-empresas, e no suporte à disseminação de informação, etc; Incorporam a necessidade de promoção da capacidade de inovação e de gestão de conhecimento nas empresas e, entre diversas entidades do Sistema Nacional de Inovação; Subjacente ao desenvolvimento das políticas de clusters, enfatiza-se a necessidade de criação de factores especializados, em particular ao nível do conhecimento, nomeadamente nos clusters regionais existentes. Quais são os Factores Críticos da Formulação de Uma Política de Clusters? De acordo com o Guia Prático para o Desenvolvimento de Clusters (2004), podemos identificar quatro factores críticos na formulação de uma política de Clusters: Mobilização, assentando na construção de interesses e no fomento da participação de diversos actores; Diagnóstico, passando pela definição do âmbito do cluster e pela identificação das suas forças e fraquezas; Colaboração Estratégica, através dos seus actores principais, identificando as acções e as medidas necessárias ao desenvolvimento do cluster; Implementação e Avaliação, induzindo junto dos actores, a importância do acompanhamento e avaliação das acções e das medidas, assim como a reflexão sobre as estratégias adoptadas. Fonte: DTI, 2004 Figura 5 – Factores Determinantes na Formulação duma Política de Cluster 14/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters De acordo com a Unidade de Coordenação do Plano Tecnológico, a formulação de uma política de clusters, por parte de entidades públicas, deve centrar-se essencialmente na correcção de falhas de mercado e na identificação concreta de factores, que impeçam a emergência de clusters, por via do mercado. Esta Unidade aprofunda ainda mais esta questão e refere, que as políticas públicas ao dispor das economias incidem sobre os seguintes vectores: Facilitação e Intermediação, sendo que o sucesso de um cluster depende da cooperação entre os seus actores. As instituições públicas podem promover plataformas de diálogo entre os intervenientes de diversas redes de modo a encorajar o seu desenvolvimento e expansão; Procura, facilitando o acesso a mercados, através da difusão de informação e da coordenação de diferentes actores; Formação, apoiando o desenvolvimento de competências fundamentais à colmatação das necessidades actuais e futuras; Relações Internacionais, favorecendo o fluxo de recursos e a especialização, através da diminuição das barreiras de transporte e comunicação entre os actores; Outras Condições Para o Sucesso, visando a criação de condições favoráveis ao desenvolvimento de clusters, sendo imprescindível assegurar a estabilidade macroeconómica , o bom funcionamento do mercado, o sistema de educação, a criação de infra-estruturas, do sistema de governação, de controlo e comunicação. Neste contexto podemos identificar três obstáculos importantes, para a formulação de uma política de clusters de sucesso, sendo que os mesmos se centram ao nível da cooperação entre actores chave: Cooperação entre empresas (relações contratuais, aprendizagem interactiva, partilha de informação e actividades comuns); Cooperação entre empresas e entidades de suporte (associações empresariais, entidades formadoras, instituições orientadas para o apoio ao comércio e exportação, entidades bancárias e financiadoras); Cooperação entre as empresas e o sector público. 15/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 4. A Necessidade de Realização Desenvolvimento Económico Local de Uma Avaliação do De forma a definir as melhores estratégias económicas e iniciativas de clusterização é essencial, que se conheça e se compreenda as características específicas de cada economia local. Sabendo que as regiões, em tudo dependem da sua população e respectivas dinâmicas de interligação, a avaliação do seu grau de desenvolvimento, não se limita, por uma jurisdição administrativa, mas sim pelas relações económicas, que se estabelecem numa determinada área geográfica. Quem Deve ser Responsável Pelo Desenvolvimento Económico Local? Os exemplos mais bem sucedidos sugerem os privados, pois apresentam mais capacidade para gerar riqueza. Porém é preciso salientar, que os privados requerem um ambiente favorável ao negócio, para gerar mais valia. Sabemos, igualmente, que as entidades públicas têm o papel fundamental na geração de condições favoráveis à implementação e prosperidade negocial. Isto significa, que um desenvolvimento económico local de sucesso decorre, fundamentalmente, das parcerias público - privadas estabelecidas. Quais São Os Factores Críticos De Uma Metodologia De Avaliação do Desenvolvimento de Uma Política de Clusters? Existem variadas metodologias e indicadores económicos, que, eventualmente, podem ser utilizados, para avaliar o impacto de uma política de clusters. Aqui podem ser enumerados métodos mais tradicionais, que assentam em indicadores como o número de postos de trabalho criados, aumento do volume de exportações, passando pelo número de novos negócios resultantes do e– commerce, até ao número de redes de cooperação criadas. A avaliação dependerá da natureza da intervenção/actividade desenvolvida pelo cluster. Porém, existe um consenso relativamente a metodologias de avaliação de políticas de clusters. Qualquer metodologia de avaliação de uma política de clusters tem que envolver, necessariamente, indicadores de performance microeconómica e micoreconomica. Assim, uma metodologia de avaliação de uma política de clusters e suas diferentes iniciativas deve basear-se em conceitos, que dêem uma perspectiva clara dos resultados alcançados, ao nível de diferentes indicadores de processo. A aplicação do Balanced Scorecard (Kaplan and Norton, 1994) é uma abordagem que referimos, enquanto exemplo, habitualmente utilizado. Os Desafios Internacionais A globalização aumentou as oportunidades e a concorrência negocial. Com efeito, com a globalização surgem mais oportunidades para as empresas locais identificarem novos mercados, mas representa, igualmente, desafios internacionais impostos pelos concorrentes de outros 16/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters mercados. Este facto, é tanto ou mais importante, se compreendermos que as regiões por mais pequenas que sejam, podem desenvolver oportunidades locais, por intermédio da valorização dos seus pontos fortes, numa óptica internacional. Avaliar esta possibilidade é fundamental para a implementação de um cluster bem sucedido. Com efeito, os desafios internacionais constituem factores críticos na avaliação do impacto e do grau de desenvolvimento de uma economia local. Os Desafios Nacionais Em termos nacionais, as reformas macro economicas, fiscais e monetárias causam impacto directo nas economias locais. O sistema legislativo e jurídico nacional, tal como as privatizações influenciam directamente o ambiente local para os negócios, quer ampliando, quer reduzindo o potencial para o desenvolvimento económico local. Ter percepção destes aspectos, é fundamental quando se definem políticas de cluster e principalmente, quando se avaliam os seus impactos no desenvolvimento económico. Os Desafios Regionais As diferentes regiões, geralmente, competem entre si para atrair os investimentos externos. A título de exemplo, referimos o caso da instalação de fábricas pertencentes ao grupo IKEA em Portugal. Por outro lado, existem oportunidades que resultam se as regiões colaborarem entre si, contribuindo dessa forma, para a melhoria das infra estruturas e do meio ambiente de forma a terem um impacto económico mais amplo. A consciência das limitações e das possibilidades de uma região, faz parte de uma avaliação do desenvolvimento económico local, assim como da definição da metodologia de avaliação dos impactos a adoptar. 17/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 5. Acções de Suporte à Promoção e Desenvolvimento de Clusters Compreender a clusterização enquanto valor acrescentado para um determinada região, em tudo depende do entendimento que se tem e se faz sobre as actividades, que compõem o processo, assim como do contributo individual de cada uma delas, para o crescimento das economias e para a melhoria do nível de vida das populações locais. Infelizmente não existe uma regra única, que possamos seguir para identificar as necessidades para a dinamização de clusters, sendo que estes envolvem vários tipos de relacionamentos sistemáticos e diversas indústrias e entidades de suporte. Porém, existe um conjunto de acções que podemos identificar como determinantes, para a dinamização de clusters de sucesso, sendo que a identificação da região é fortemente influenciada por variadíssimos factores, nomeadamente a geografia, o estádio de desenvolvimento das indústrias locais, as imposições fiscais, as necessidades e as prioridades ao nível de cada cluster, assim como as imperfeições e as preferências de cada mercado. Conscientes das limitações e das dificuldades em criar um metodologia de apoio à emergência de clusters, identificamos um conjunto de actividades chave como fundamentais, para a dinamização de clusters: Análise e benchmarking das economias regionais; Contratação de força de trabalho qualificada e identificação de entidades de suporte; Organização da prestação de serviços; Criação duma força de trabalho especializada; Atracção de recursos e investimentos; Estímulo à inovação e ao empreendedorismo. A realização das actividades acima referidas pressupõe o desenvolvimento de diversas acções, que são especificas à promoção e emergência de clusters, mas que evidentemente não se esgotam neste objectivo, mesmo quando estamos a considerar regiões em vias de desenvolvimento. Ao assumirmos, que existe um conjunto de factores económicos e sociais, que suportam o crescimento da economia, independentemente do sector ou da localização dos negócios, consideramos necessariamente, à partida, a existência de educação básica, de infraestruturas de transporte, de um número razoável de bens e utilidades públicas, de ofertas habitacionais e outros serviços como a segurança e as condições culturais e de recriação. Todos estes factores constituem os principais contributos, para o aumento da qualidade de vida, sendo que são essenciais para atrair investimento. 18/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Tabela 3 – Conjunto de Acções a Desenvolver no âmbito de Cada Actividade Chave Análise e benchmarking das economias regionais Mapeamento de clusters já existentes; Identificação e caracterização das sinergias e das relações sistémicas; Bechmarking entre concorrentes Contratação de força de trabalho qualificada e identificação de entidades de suporte Identificação e reconhecimento de necessidades locais; Formalização de canais de comunicação; Promoção da cooperação inter-institucional Organização da prestação de serviços Selecção, organização e disseminação de informação, por cluster; Estabelecimento de plataformas de suporte ás actividades dinamizadas por clusters; Fomento da criação de equipas de trabalho inter-clusters; Estabelecimento de canais de colaboração entre o Estado e os clusters; Facilitação das ligações externas para, e com os clusters Criação de uma força de trabalho especializada Qualificação da força de trabalho; Utilização dos clusters, enquanto contexto de aprendizagem; Estabelecimento de centros de competências vocacionados para os clusters; Criação de colaborações entre entidades de educação e formação e os clusters; Selecção e formação de competências de apoio a redes de cooperação, a nível regional Atracção de recursos e investimentos Disponibilização de incentivos ou apoios púbicos direccionados para projectos multiempresariais; Realização de investimentos em clusters de I&D; Disponibilização de financiamento a actividades e fases criticas ao desenvolvimento de clusters; Definição de objectivos para investimento interno; Promoção das actividades associadas ao desenvolvimento e expansão de clusters; Selecção e formação de especialistas na dinamização de processos de cooperação; Estímulo à inovação e ao empreendedorismo Realização de investimento em inovação e start ups; Apoio à emergência de novos clusters; Encorajamento de empreendedores de processos sociais; Estabelecimento de clusters de base tecnológica Fonte: Baseado “Creating Smart Systems: A guide to cluster strategies in less favoured regions”; 2002 19/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Análise e Benchmarking das Economias Regionais Mapeamento de clusters já existentes; Identificação e caracterização das sinergias e das relações sistémicas; Benchmarking entre clusters Um dos argumentos mais fortes, a favor da clusterização, consiste no facto dos clusters ajudarem as entidades públicas a compreender melhor o funcionamento das suas economias enquanto sistemas, sendo que suportam uma identificação mais coerente da política de intervenção necessária, assim como as iniciativas, que induzem impacto mais significativo no desenvolvimento económico e social de cada região. Com efeito, se analisarmos o funcionamento duma economia, através da observação dos seus sub-sistemas de inovação e cadeias de produção locais, facilmente são identificadas as imperfeições de mercado, os pontos críticos e falhas de sistema, quer em termos regionais, quer em termos nacionais. Na generalidade, os grandes desafios e oportunidades inerentes à clusterização de uma economia, devem basear-se nas circunstancias e nas variáveis de cada mercado e até nas características inerentes a cada produto. Aqueles que determinam estas variáveis de forma sistemática, consequentemente definem as intervenções correctamente, conseguindo ter mais sucesso e induzindo maior impacto. Mapeamento de clusters já existentes No que concerne ao mapeamento de clusters, existem muitos métodos de análise diferentes. Uns baseiam os seus critérios na dimensão e no grau de concentração dos clusters, e outros caracterizam as cadeias de valor, ou eventualmente, os relacionamentos com carácter sistémico, avaliando a performance empresarial de cada actor. Os mapeamentos de clusters, independentemente do método utilizado, enquanto instrumentos analíticos são valiosos como ponto de partida, para a caracterização de uma região. Com efeito, a importância deste tipo de trabalho reside no facto da caracterização da tendência de clusterização dum país, ser perceptível através da realização do mapeamento dos relacionamentos de actores em torno dum produto, dum processo, das cadeias de valor, das tecnologias ou competências chave, recursos naturais ou plataformas de distribuição. Porém, ultimamente, existe uma tendência para utilizar o senso comum, na realização destes mapeamentos, dado que os resultados de um observatório desta natureza, podem ser sustentados pela interpretação das origens e das características de cada um dos actores envolvidos no seio de cada cluster. A generalidade das caracterizações das economias regionais apresentadas pelas entidades públicas é feita através da sistematização de diversos indicadores, mais ou menos comuns. A título 20/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters de exemplo referimos: o número de empresas e de trabalhadores, por sector de actividade, o volume de emprego total, e de desemprego, o índice de pobreza, o nível salarial e de produto interno, assim como o nível educacional médio da força de trabalho. Porém, estes estudos não fazem referencia ao número de clusters e ao índice de impacto dos mesmos na região. O mapeamento dos clusters, com base no nível de clusters numa determinada região, enquanto um indicador comparável entre si, integra dados fundamentais, para a caracterização do local content nacional. É importante referir que estes mapeamentos podem, eventualmente, envolver o cruzamento de diversas variáveis, tais como a dimensão e a intensidade de relações, que se estabelecem no seio dos clusters. No entanto é de salientar que as relações mais fáceis de identificar e caracterizar são as sustentadas em torno das cadeias de valor, sendo na generalidade as que mais facilmente são apoiadas e fomentadas pelo Estado. Identificação e caracterização das sinergias e das relações sistémicas A identificação e caracterização de processos sociais, mais difíceis de realizar, são aqueles que ainda não são de uso tão corrente. Neste tipo de análise impõe-se, necessariamente, a sistematização de relacionamentos estabelecidos muito recentemente, quer numa perspectiva institucional, quer ao nível dos clientes-fornecedores, sendo que estas análises exigem um conhecimento profundo dos produtos, dos serviços prestados, assim como a contabilização de todas as actividades de suporte. Por outro lado, a caracterização de relações sistémicas entre diferentes actores de um cluster, passa pela identificação dos fluxos de conhecimento tácito e de inovação, o que não constitui uma tarefa igualmente simples, dado que este mapeamento implica aceder a um conjunto de informações de diferentes entidades, assim como um conhecimento claro sobre o seu comportamento associativo e inter pessoal (ver tabela 4). Será de realçar, que estas dificuldades fundamentam o facto da maioria destes mapeamentos serem muito genéricos, explicitando, os actores que compõem os clusters, referindo algumas das sinergias estabelecidas, sendo pouco precisos, relativamente à intensidade e durabilidade dessas mesmas relações. 21/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Tabela 4 – Factores Determinantes do Mapeamento do Capital Social Inerente aos Actores Envolvidos num Cluster Identificação das entidades, que constituem as cinco principais fontes de informação dos actores integrados em clusters (por ex. escolas técnicas, concorrentes, clientes, fornecedores ou consultoras), assim como o número de contactos estabelecidos entre as mesmas no último ano; Identificação dos indivíduos e das entidades com quem os actores tem cooperado nos últimos tempos, assim como o tipo de colaboração que foi estabelecida; Identificação dos indivíduos e das entidades que apoiaram de alguma forma, o desenvolvimento do cluster, nomeadamente disponibilizando conselhos e informação técnica, assim como empréstimos de equipamento, instalações, etc; Identificação de indivíduos e de entidades, considerados leaders do sector ou da mesma indústria, em termos de inovação; Identificação de associações profissionais inerentes a cada um dos clusters, com as quais foi desenvolvida, pelo menos uma actividade, por ano, identificando o número de eventos realizados nos últimos seis anos; Identificação de Comités/Comissões formais ou informais inerentes à educação, à formação, à tecnologia, ou desenvolvimento organizacional do cluster; Identificação de indivíduos e entidades, que possuem um papel ao nível da educação ou da formação dos trabalhadores inseridos em contexto de clusters, nos últimos anos. Benchmarking entre clusters Existe um número de características associadas à performance dum cluster, sendo vários os critérios, que podem ser utilizados como indicadores, como é demonstrado na tabela 5, abaixo apresentada. Através da aplicação destes indicadores é possível fazer a comparação entre clusters e, eventualmente, caracterizar as regiões, identificando fraquezas e equacionando actividades de suporte adequadas a cada contexto e necessidades especificas. 22/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Tabela 5 – Guia para a Realização de Bechmarking entre Clusters Factor em Análise Descrição Indicadores Despesa das entidades públicas, relacionadas com actividades de I&D, que envolvam actores, produtos e/ou processos inerentes a clusters; Capacidade em I&D Capacidade de investigação dos institutos de investigação públicos e privados em áreas Despesa das entidades privadas, relacionadas com a I&D ao nível dos produtos e relacionadas com actividades de I&D, que dos processos de cada cluster envolvam actores, produtos e/ou processos inerentes a clusters; Quantidade de investigadores especialistas individuais disponíveis Número de participações (clusters) em programas de relevância Número de investigadores (por cluster) envolvidos em programas de relevância Competências e disponibilidade da força de trabalho Grau de relação entre as competências da força de trabalho e as necessidades do cluster. A título de exemplo, referimos as competências técnicas, conhecimento generalizado da indústria e aptidões empreendedoras Número de graduados contratados por clusters Educação e formação em áreas chave, sendo Número de programas de formação relevante o contexto de desempenho em que se implementados em parceria entre clusters insere no cluster Número de programas de formação Educação e formação Formadores com experiência relevante dinamizados no seio de cada cluster Formação em mudança organizacional e tecnológica Proximidade dos fornecedores Proximidade com os fornecedores de primeira, de segunda e terceira linha, de forma a minimizar os custos de transacção e maximizar a interacção entre os actores dos clusters Caracterização das entidades financeiras locais e nível de interacção com os clusters e os seus actores chave Disponibilidade de capital Análise input/output de cadeias de valor inerentes aos clusters; Número de fornecedores de primeiro, segunda e terceira linha; Caracterização dos fornecedores actuais por produto ou cadeia de valor Valorização do venture capital e dos empréstimos realizados pelos clusters Disponibilidade das entidades financeiras para Participação das entidades financeiras nas actividades dos clusters trabalhar com start-ups Acesso a capital semente e a venture capital de forma a permitir a exploração de novas oportunidades Serviços especializados Integração no seio de cada cluster de qualificados com aptidão pedagógica Grau de disponibilidade das entidades financeiras Disponibilização de serviços por centros Números de consultores que se tecnológicos, assistência à exportação, serviços especializaram na intervenção em clusters prestados por designers, consultoria de engenharia, contabilistas e advogados que Valorização dos sub-contratados localmente possuem conhecimento especifico sobre a por parte de clusters clusterização Acesso a empresas que desenham e constróem máquinas, ferramentas e softwares utilizados pelos clusters; Fornecedores de equipamentos e designers de software Trabalho em colaboração entre os construtores de ferramentas e empresas que promovem a inovação Número de empresas que produzem e vendem equipamentos, desenham ferramentas e/ou softwares direccionados para clusters 23/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Frequência da cooperação formal, entre os actores dos clusters Redes e parcerias Número de joint ventures, parcerias, redes de cooperação ao nível da dinamização das competências, marketing de cluster, etc.. Número de profissionais, negócios e Tipo e grau de actividade entre empresas locais associações comerciais intervenientes nas e associações cívicas da região actividades dos clusters; Capital social Frequência de interacção Actores e participantes, por tipo de actividade desenvolvida Redes informais de contactos empresariais Caracterização das ligações existentes Número de novas start-ups geradas a partir Dinamização contínua de novos negócios, dos clusters sendo a complementaridade e competitividade dos produtos do cluster a base para a sua Número de novos investimentos atraídos implementação através dos clusters Empreendedorismo Criação e promoção de novos produtos e tecnologias, desenvolvidos, e/ou adaptados para o mercado Inovação Dispersão da inovação para outras empresas locais Número de registos de patentes e direitos de autor Valorização dos investimentos em novas tecnologias Instalação de novas linhas de produção Número de operações lideradas Identificação e caracterização dos campeões Presença de “campeões” Valorização de produtos dos clusters através da exportação Número de campeões e empresas âncora Valorização das vendas feitas a partir do clusters, para fora da região Joint ventures, contratos e parcerias com empresas Comunicação com especialistas de outras regiões Relações externas Benchmarking internacional das melhores práticas Número de estudos e análises de benchmarking de iniciativas para trocas comerciais Número de parcerias que incluem actores e membros externos ao cluster Empresas que se consideram enquanto Número de planos estratégicos colectivos sistemas, ou seja partilham objectivos globais, Número de criações de nomes e marcas tendo uma visão de futuro, assumindo uma próprias actividades inseridas em contextos responsabilidade sobre a competitividade de cluster colectiva. Liderança e visão comum Contratações de Força de Trabalho Qualificada e Identificação de Entidades de Suporte Identificação e reconhecimento das necessidades locais; Formalização de canais de comunicação; Promoção da cooperação inter-institucional O facto, de numa determinada região, se constatar a existência de uma elevada concentração de empresas, não é razão suficiente, para que o seu desenvolvimento seja concertado. A ausência de 24/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters empresas líderes de mercado, diminui as possibilidades de criação e melhoria das condições negociais, quer da região onde as empresas se inserem, quer das próprias empresas locais. Os clusters, constituem por si só, uma excelente forma de criação de uma identidade colectiva, assim como constituem um instrumento de articulação de necessidades e fomento de consensos. A título de exemplo, referimos a necessidade contínua, que as empresas têm relativamente à renovação da sua força de trabalho qualificada, assim como as solicitações constantes que subsistem no dia a dia no que concerne a entidades de suporte adequadas ás necessidades de desenvolvimento empresarial: os clusters oferecem ás entidades públicas novas formas de relacionamentos e de resposta ás necessidades colectivas da força de trabalho, em cada uma das regiões. Por outro lado, integram a criação e desenvolvimento de um conjunto de entidades de suporte ao desenvolvimento empresarial, que contribuem, directa e indirectamente, para o desenvolvimento económico das regiões. Os esforços para contratação e organização duma força de trabalho, que satisfaça as necessidades dum qualquer cluster, tornou-se nos últimos tempos umas das principais preocupações, para a sua criação e desenvolvimento. Neste contexto, um cluster constitui, igualmente, a âncora imprescindível para fazer as ligações sociais entre diferentes entidades de suporte, nomeadamente as que assumem um papel importante na identificação, selecção e formação de competências especializadas, para o desenvolvimento empresarial. Com efeito, os riscos associados a projectos com uma forte componente social, como é o caso dos clusters, prendem-se com o acesso, mais ou menos fácil, por parte dos seus actores, a entidades de suporte ao desenvolvimento local. De forma a maximizar os relacionamentos e a optimizar os recursos locais, uma das formas que permite equacionar e analisar a importância do envolvimento das entidades de suporte, passa pelo critério dos lucros e das vendas a nível local e regional. Porém, é importante salientar que estes são processos com componentes sociais muito fortes e a avaliação da importância e contributo de cada entidade de suporte nem sempre pode ser resumida a questões de natureza mais económica. Identificação e reconhecimento das necessidades locais O primeiro passo para compreender, como e quando, os clusters são formados é examinar os seus fluxos comerciais e de informação, as parcerias cívicas, profissionais e de suporte tecnológico envolvidas, a sua missão, assim como a tipologia de serviços desenvolvidos. A existência de clusters, numa determinada região consiste em assumir responsabilidades locais adicionais e ter necessidades particularmente orientadas. É fundamental para o desenvolvimento local e empresarial, a identificação das necessidades específicas, assim como o reconhecimento das particularidades de cada região e de cada indústria. É neste contexto, que os clusters assumem um papel importante. Primeiro, tem a necessidade de identificar os seus actores e caracterizar as suas necessidades. Segundo, os clusters, enquanto sistema actuam como ponto de contacto com o Estado e diferentes prestadores de serviços. É 25/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters expectável, que os clusters sejam responsáveis pela melhoria das condições locais, por gerar rendimentos adicionais, dado que constróem actividades de cooperação, sustentadas no reconhecimento de necessidades locais. Será importante realçar que a importância que os clusters assumem no que concerne à identificação e reconhecimento das necessidades locais, não deve constituir factor de desresponsabilização, por parte das entidades públicas locais. A delegação de responsabilidades, em termos de recolha de informação e planeamento, deve sempre ser entendida como uma complementaridade da actividade das entidades públicas e nunca em sua substituição. Aliás, a dinamização de clusters regionais, parte de uma identificação clara das necessidades locais e nunca o contrário. Tabela 6 – Aspectos Críticos na Identificação das Necessidades Locais Inventariação do capital social; Identificação da actividade dos principais cluster já existentes e avaliação do seu reconhecimento público; Caracterização empresarial local actualizada; Caracterização da liderança e da existência de campeões empresariais; Sistematização das relações sistémicas entre actores locais; Apresentação dos objectivos e de planos de acção, para o desenvolvimento de iniciativas locais; Grau de motivação e qualificação da força de trabalho local; Existência de um portal web de promoção regional; Disponibilidade de estruturas de suporte adequadas; Planeamento e contabilização de ganhos e vantagens regionais a gerar; Identificação e organização dos prestadores de serviços; Identificação de actividades colectivas sociais e profissionais existentes Formalização dos canais de comunicação É evidente que a internet permitiu a criação de sistemas, que simplificam a criação de ferramentas de comunicação colaborativas. Desde que os web sites sejam considerados enquanto instrumentos de identificação de oportunidades, o Estado possui justificação para suportar e apoiar o seu desenvolvimento. Existem exemplos de clusters, que desenvolveram web sites que possuíam bases de dados sobre produtos, competências e capacidades, clientes, fornecedores, oportunidades de negócio, bolsas de emprego, entre outras informações, que assumem particular importância em 26/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters termos de desenvolvimento regional. A existência de clusters, promove a comunicação frequente entre os seus actores, sendo que existem mecanismos formais, organizados para recolher e pesquisar informação específica. Neste contexto, a criação de condições e de ferramentas de comunicação e transferência de informação é algo que não deve ser descurado, quer pelas entidades públicas, quer pelos consultores e empresas locais. Promoção da cooperação inter-institucional/empresarial A emergência de clusters consubstancia-se, muitas vezes no facto de existirem projectos ou programas, que induzem e promovem a dinamização da cooperação inter-institucional/empresarial. Estes contextos colaborativos são considerados enquanto redes de carácter informal, que se organizam, muitas vezes em torno de associações regionais. O sucesso dos clusters existentes na região de Emilia Romana, em Itália resultou do trabalho desenvolvido pela Confederação Nacional de Artesãos em torno e a partir de redes de cooperação inter institucionais/empresariais. Esta Confederação, assumiu um papel fundamental na criação de valor em termos sociais, sendo que promoveu a cooperação inter-institucional/empresarial, essencial para o desenvolvimento sectorial e da própria região. Porém, estas redes de cooperação não se devem confundir na sua importância e objectivo com os clusters, não sendo necessariamente imposto uma organização formalizada. Em últimas circunstancias as redes de cooperação, assumem-se enquanto um fenómeno social, onde as interacções pessoais são utilizadas como instrumentos de transmissão e valorização de informação, ideias e conhecimento. Neste contexto é facilmente perceptível, que o sucesso de um cluster, em tudo depende da capacidade que os seus participantes ou os actores duma região possuem ao nível da formação de redes de cooperação. Organização da Prestação de Serviços Selecção, organização e disseminação de informação, por cluster; Estabelecimento de plataformas de suporte ás actividades dinamizadas por clusters; Fomento da criação de equipas de trabalho inter-clusters; Estabelecimento de canais de colaboração entre o Estado e os clusters; Facilitação das ligações externas para e com os clusters. 27/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Os clusters funcionam enquanto instrumentos organizacionais, impondo intervenções orientadas para os problemas, em detrimento das soluções a alcançar. Sugerindo a identificação de soluções independentes, interpreta necessidades interdependentes, inerentes à defesa dos interesses individuais, e em defesa de interesses colectivos. Ou seja, os clusters oferecem uma forma alternativa de recolha e selecção de informação, assim como de prestação de serviços, nomeadamente em torno das necessidades inerentes aos negócios, integrando uma complexidade e interdependência de relacionamentos, distinta das actividades desenvolvidas tradicionalmente, de forma individual. Estas reorganizações da prestação de serviços a nível local, podem, eventualmente, ser acompanhadas com a alteração de políticas promovidas, por brokers chave. Por outro lado, é um processo complexo, podendo ter que ser assegurado por associações promotoras do desenvolvimento regional, criadas exclusivamente com a missão de reorganizar a prestação de serviços, sustentada na criação e desenvolvimento de clusters ou vários clusters. Uma mudança significativa a este nível, consiste na criação de entidades inter-disciplinares, onde se incluem especialistas na intervenção ao nível dos clusters. Selecção, organização e disseminação de informação, por cluster A maioria das entidades regionais com responsabilidades em termos de apoio ao desenvolvimento local, organizam e publicam informação económica, por sector, por região e por mercado de trabalho, mas não em função dos clusters e por cluster. O desenvolvimento de estudos em torno dos clusters, são muito úteis, dado que permitem agregar informação sobre as indústrias e os actores económicos envolvidos, assim como os relacionamentos estabelecidos entre os mesmos. Por outro lado, o estudo dos clusters permite recolher e organizar informação mais abrangente, quer sobre o emprego local, as taxas de crescimento e as projecções de mercado, permitindo aos próprios clusters, e ás entidades governamentais desenharem programas e planos de desenvolvimento mais adequados. Para a obtenção de análises mais profundas e mais especificas, as entidades regionais deviam desenvolver periodicamente, estudos, relatórios de benchmarking, assim como cenarizações diversas, envolvendo os clusters, enquanto instrumentos chave de desenvolvimento regional. Estabelecimento de plataformas de suporte às actividades dinamizadas por clusters Uma das principais acções que o Estado italiano desenvolveu na região de Emilia Romana, em 1970, foi a criação de uma agencia pública, especificamente orientada para o desenvolvimento económico da região – ERVET – e onde o estudo dos clusters assumia particular importância. Esta agência pública, prontamente focou a sua actuação no fomento do desenvolvimento económico, a partir dos distritos industriais e estabeleceu a criação de um conjunto de plataformas orientadas para as actividades dos clusters. Agregando as necessidades de várias empresas de pequena 28/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters dimensão, estas plataformas conseguiam providenciar localmente, serviços especializados, que individualmente seria impensável e de difícil concretização. É facilmente perceptível, que a equipa que trabalha neste tipo de plataformas e agências tem que ter experiência na indústria, assim como uma compreensão relativamente abrangente, mas simultaneamente coesa e precisa dos problemas das empresas, perante as novas tecnologias, clientes e mercados. Sabemos que cada área de trabalho tem uma linguagem própria e a equipa de trabalho que compõem estas organizações de suporte tem de dominar a linguagem das empresas, para que possa ganhar a confiança necessária. Os centros tecnológicos, poderiam desempenhar esta função, desde que cumpram um conjunto de princípios, que salientamos na tabela seguinte. Tabela 7 – Factores Essenciais ao Funcionamento das Plataformas de Suporte às Actividades Dinamizadas por Clusters Enfoque na missão e nos objectivos dos clusters, para a definição adequada de actividades e prestação de serviços; Equacionar serviços de suporte, para cada um dos produtos e cadeias de valor; Integrar internamente uma equipa com experiência industrial; Intermediar serviços sempre que necessário e possível; Identificar formas de intervenção e trabalho envolvendo várias empresas; Caracterizar as empresas e ganhar a confiança de cada actor, através da competência e da capacidade de resposta; Estabelecer ligações formais com os clusters, enquanto organização de desenvolvimento económico regional Fomento da criação de equipas de trabalho inter-clusters A generalidade das consultoras já integram equipas multidisplinares, que permitem uma intervenção no mercado mais abrangente. Porém, nas regiões menos favorecidas, a existência de mão de obra especializada e qualificada é muitas vezes difícil de conseguir, o que é peculiar, já que é nestes mesmos contextos, onde a existência de equipas de trabalhos multidisciplares assume particular importância. Eventualmente, são equipas de trabalho que incluem formadores e técnicos especializados, entidades com responsabilidades em termos de desenvolvimento regional e local, assim como entidades, que prestam assistência tecnológica e de marketing. É importante realçar, 29/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters que o facto das equipas serem multidisciplinares, constitui uma característica necessária, mas não suficiente, para oferecer uma intervenção sistemática no âmbito de um contexto de cluster. É imprescindível, que estas equipas de trabalho para além de um conhecimento da indústria, incluam indivíduos, que invistam na aprendizagem sobre o funcionamento específico, necessidades e prioridades estratégicas inerentes ao desenvolvimento de um cluster. Estabelecimento de canais de colaboração entre o Estado e os clusters O estabelecimento de parcerias entre o Estado e os clusters é extremamente importante, assumindo-se como vital em algumas circunstâncias. Tratam-se de iniciativas com características relativamente complexas, parecendo à primeira vista, que não são possíveis de implementar. Existem muitos Estados, que implementam políticas de estimulo e fomento a iniciativas de colaboração, que visam a prosperidade dos clusters, tornando-se estas acções particularmente úteis, dado que cada cluster apresenta necessidades e impõe a emergência de serviços específicos indutores de desenvolvimento local. A título de exemplo, referimos os clusters industriais mais maduros, que exigem intervenções muito particulares, sustentadas em novas tecnologias e metodologias de trabalho, onde o estabelecimento de colaborações com o Estado assume particular importância. Isto significa que o estreitamento das relações entre um cluster e o próprio Estado é fundamental para o seu desenvolvimento, para não referir, a sua sobrevivência. Compreender, que o estreitamento das relações, entre os clusters e o Estado é algo que não passa necessariamente, ou pelo menos, somente, pelo interesse e empenho das partes, mas igualmente pelos entidades responsáveis pelo desenvolvimento económico local e regional. Facilitação de ligações externas para e com os clusters Os clusters que enfocam exclusivamente nas ligações internas, tendencialmente reduzem as fontes de informação e as colaborações externas. A indústria de relógios Suíça é um exemplo de um cluster de produção de relojoaria fina, que se recusa a estabelecer ligações com a indústria japonesa de chips, sendo que nunca intervém ao nível dos relógios digitais, subsistindo através da capacidade interna de produção de tecnologia mecânica. Não acedendo a práticas de benchmarking ao nível do produtos e do mercado, este tipo de clusters são limitados na sua capacidade de aprendizagem, contando apenas com a sua capacidade interna, e possuindo dificuldades em alcançar posições competitivas. A internet veio diminuir esta fragilidade. Porém nunca pode ser considerada enquanto uma experiência real, assim como uma fonte de informação suficientemente sistemática e credível. Isto significa, que apesar do desenvolvimento dos clusters assentar essencialmente no estabelecimento de diferentes colaborações, este é um processo que nem sempre é fácil, mesmo para o próprio cluster. Saber intervir junto deste tipo de clusters e conseguir apresentar soluções interessantes de parceria é um trunfo, que nem sempre é passível 30/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters de conseguir através da experiência, mas através da confiança e do conhecimento profundo dos princípios e da missão de cada cluster. Criação de uma Força de Trabalho Especializada Qualificação da força de trabalho; Utilização dos clusters enquanto contexto de aprendizagem; Estabelecimento de centros de competências vocacionados para os clusters; Criação de colaborações entre entidades de educação, formação os clusters Competências a nível regional de apoio a redes de cooperação O aumento do nível educacional é considerado como fundamental, para alcançar os objectivos sociais e económicos duma região. O estabelecimento de ligações entre os clusters e as entidades de ensino permite a configuração de programas, onde o contexto de aprendizagem é actual e determinado em função de necessidades reais. Se observarmos com atenção, verificamos que o programa educacional mais básico, como por exemplo o português vocacional, pode ser ensinado duma forma muito mais eficiente, se a criação de vocabulário estiver relacionada com a vivência diária de uma indústria. Relacionando o contexto de aprendizagem, que um cluster proporciona, concluímos que o mesmo induz, para além duma aprendizagem vocacionada, uma aprendizagem suficientemente abrangente, que pode ser considerada como mais valia, muito significativa, quer para o cluster em si, quer para a região, onde os recursos humanos se inserem. Qualificação da força de trabalho A importância dos recursos humanos, enquanto factor critico de desenvolvimento não é singular e não é preocupação única, por parte dos clusters. Porém, uma empresa, a título individual, dá muito valor à possibilidade de aceder a um mercado de trabalho cuja sua indústria é familiar e cujas operações, formas de negociação e intervenção são conhecidas, por parte da força de trabalho. Em regiões em vias de desenvolvimento, a emergência de clusters impõe prioritariamente a criação e qualificação de recursos humanos. Com efeito, não existe nenhum outro recurso sobre o qual os clusters sejam tão dependentes, sendo o investimento na educação e formação dos recursos humanos, prioritários. 31/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Para além desta análise suficientemente generalista, é importante referir, que num contexto de cluster existe ainda a necessidade dum conjunto de competências superiores, que nem sempre estão disponíveis. A capacidade de gerar internamente sistemas de inteligência e sistemas de geração de spillovers, são capacidades mais difíceis de encontrar e só passíveis de serem desenvolvidas à medida que as pessoas vão mudando de empregos. No entanto, devido ás inúmeras redes de cooperação, mais ou menos formais, que se estabelecem no seio dos clusters, a geração de ciclos virtuosos de aprendizagem e de geração de conhecimento são susceptíveis de ocorrerem com maior probabilidade, permitindo a criação duma força de trabalho especializada. As entidades que procuram os clusters, enquanto contextos de aprendizagem, tendencialmente criam uma força de trabalho que é muito mais produtiva, suficientemente informada sobre os mercados e com um grau de interligação entre os trabalhadores muito mais forte. Para termos uma noção da abrangência das competências e das capacidades dos recursos humanos de uma determinada região, será essencial reconhece-los enquanto bens transferíveis, constituindo a base premissa do desenvolvimento de qualquer indústria. Tabela 8 – Factores Críticos na Qualificação Duma Força de Trabalho Especializada Definição de carreiras e níveis profissionais; Utilização de contexto de cluster, para fins educacionais; Criação de sistemas de recompensa; Promoção de um sistema de formação complementar contínuo Utilização dos clusters, enquanto contexto de aprendizagem O contexto em que ocorre a aprendizagem dos recursos humanos é importante. Sabemos que os educadores classificam os seus programas, por tipo de ocupação, embora as competências usadas sejam definidas, pelo contexto e pela variedade de indústrias onde são aplicadas. A título de exemplo, referimos o caso dum administrador de sistemas, que trabalha numa empresa multinacional. Este administrador de sistema tem exigências em termos de conhecimentos muito distintas daquelas que são necessárias a um administrador de sistema que trabalhe numa pequena empresa, com um mercado local, ou ainda numa entidade governamental, onde o ambiente cultural é muito distinto. Ao desenvolver um curriculum profissional em torno dum cluster, os aprendizes dão valor acrescentado a este contexto de aprendizagem, dado que o mesmo permite um melhor entendimento do contexto regional, das necessidades de desenvolvimento sectorial, sendo que o 32/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters contexto internacional e o domínio duma visão mais abrangente não deixe de ser imprescindível. Tratam-se de ambientes bastante aliciantes e, consequentemente, estimulantes, para definir carreiras profissionais. Estabelecimento de centros de competências vocacionados para os clusters Em detrimento das escolas ensinarem todas as necessidades de todos os negócios e de todo o tipo de empresas e/ou regiões, o que é totalmente impensável, seria interessante criar centros de excelência em torno dos clusters. Os centros de competências vocacionados para os clusters, associados a uma entidade com responsabilidades no desenvolvimento local, podem transformar-se nas entidades mais importantes na recolha de informação sobre a indústria, criação de carreiras, estabelecimento de ligações com outros clusters, actualização das competências padrão, práticas de benchmarking e recolha de informação generalizada, sobre programas e oportunidades de trabalho. É importante perceber que estes centros podem assumir um forma virtual, organizando-se por equipas de trabalho em função de problemas específicos, projectos de I&D ou desenvolvimento de oportunidades particulares. Estes centros podem providenciar web sites que fazem a ligação entre clusters de diferentes regiões e a sociedade civil. Esta actividade torna-se particularmente importante em comunidades que vivem com dificuldades. Ou seja os clusters assumem um papel social, onde se responsabilizam pelo desenvolvimento económico, mas igualmente pela melhoria das condições sociais e económicas de uma população. A título de exemplo referimos o Reino Unido, que tem vindo a apresentar algumas acções neste sentido, criando prémios, a atribuir, pelo nível de especialização, que os centros de excelência orientados para clusters alcançaram e pelo seu contributo para o desenvolvimento local e satisfação das necessidades das comunidades locais. 33/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Tabela 9 – Características dos Centros de Desenvolvimento de Competências Orientados para Clusters Não são tecnologicamente orientados; Enfoque no conhecimento específico sobre a indústria e não nas competências específicas e em função das oportunidades de trabalho; Possuem ligações críticas a associações industriais; Utilizam o negócio e não as tecnologias, enquanto contexto de trabalho e aprendizagem; Actuam, enquanto instrumento de recolha, selecção e acumulação de conhecimento, assim como portal de informação; O seu orçamento encontra-se inerente a equipas de trabalho; Partilham informação e padrões de carreira de forma abrangente, assim como disseminam e valorizam a informação proveniente de diversas fontes; Prioritizam as necessidades dos clusters e identificam competências padrão; Assumem responsabilidades perante a sociedade civil, particularmente sobre aquela, que apresenta maiores dificuldades. Criação de colaborações entre a instituições educacionais e os clusters As instituições educacionais para implementarem um programa adequado, necessitam de parceiros, sendo que os clusters constituem-se óptimos instrumentos para tal. Por outro lado, os clusters necessitam de estar activamente envolvidos na concepção de programas educacionais e de desenvolvimento para que possam contribuir para um futuro com sucesso. Trata-se de uma relação com vantagens, para ambas as partes. Actualmente são muitas as instituições de ensino que tem programas educacionais e programas de formação, que impõem a colaboração com a indústria. Porém os parceiros industriais são na sua generalidade de grandes dimensões e raramente encontram-se posicionados, para falarem em nome de indústrias especificas. Os clusters representam uma voz colectiva perante o sector privado, capaz de influenciar as políticas de educação e formação. Qualquer esforço duma determinada região em implementar programas de formação ou de criação de carreiras pode beneficiar da experiência que outros tiveram anteriormente. A inovação e a aprendizagem colectiva, assim como as actividades e as oportunidades interactivas permitem a troca de ideias que conduzem à melhoria de programas. O apoio à cooperação entre as entidades 34/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters de educação e formação e os clusters, permite uma aprendizagem mais eficaz, assim como a preparação de recursos humanos mais capazes. Tabela 10 – O Papel dos Clusters No Âmbito da Política de Educação Coordenação da realização de diagnósticos de necessidades; Contributo para o desenvolvimento de competências padrão; Contribuição para a concepção e desenvolvimento de curriculums Realização de projecções sobre as necessidades de emprego e sobre as competências de futuro; Criação de oportunidades de aprendizagem em contextos de trabalho; Facilitação ao acesso de tecnologias diferentes sob contextos de trabalho distintos. Apoio à criação de competências a nível regional e à emergência de redes de cooperação As competências disponíveis a nível regional resultam da aprendizagem e da colaboração que se vai estabelecendo entre as empresas, assim como de redes de cooperação que integram nas suas actividades e programas de formação. As redes de cariz internacional incluem, muitas vezes, o sector público, as entidades de educação e formação, e frequentemente criam oportunidades de trabalho. O problema mais critico neste tipo de estruturas consiste no facto de terem escolhas limitadas em termos de formadores. Na generalidade os formadores são aqueles, que asseguram a implementação dos processos de aprendizagem, sendo que tem que possuir uma flexibilidade e uma abrangência de conhecimentos muito grande. Isto nem sempre acontece, particularmente quando procuramos formadores com experiências e conhecimentos em processos de clusterização. 35/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Atracção de Recursos e Investimentos Disponibilização de incentivos ou apoios públicos direccionados para projectos multi-empresariais; Realização de investimentos em clusters de I&D; Disponibilização de financiamento para actividades e fases criticas de desenvolvimento inerentes aos clusters; Definição de objectivos para investimento interno; Promoção das actividades associadas ao desenvolvimento e expansão dos clusters; Selecção e formação de especialistas na dinamização de processos de cooperação; À semelhança de uma empresa, a realização de investimentos é importante para o desenvolvimento dos clusters, sendo uma forma comum, para criar reputação e atrair empresas e investimento adicional. Os clusters em função do seu ciclo de vida tem diferentes necessidades, sendo aqueles que se encontram em fases de desenvolvimento e expansão extremamente importantes para o desenvolvimento local e regional. Os clusters permitem uma racionalização da alocação dos recursos, assim como permite maximizar o impacto na economia. De forma a conseguirem um desenvolvimento considerável, algumas regiões foram induzidas atrair clusters com suficiente investimento realizado e com algum sucesso garantido. Outro aspecto muito importante é o marketing dos clusters. Os clusters mais bem sucedidos são resultantes da criação duma marca, que identifica o conceito e o espaço, estabelece fidelização de clientes, traduzindo-se no principal destino de determinada população alvo. A utilização de marcas foram muito comuns em clusters agrícolas. A título de exemplo, referimos a França, com o champanhe, a Escócia com o whiskey, os chocolates na Bélgica, a cidra em Vermont, assim como o vinagre balsâmico na Modena e o queijo em Parma. Todas estas marcas são globalmente conhecidas e associadas a clusters regionais. Noutras áreas a Finlândia tem vindo a tornar-se internacionalmente conhecida pelos seus telemóveis, a Califórnia do Sul com os filmes, a Alemanha com as máquinas e equipamentos, a Dinamarca com o mobiliário, Nova York com a Publicidade, Waterford com o cristal, Veneza com o vidro, assim como Orlando com os parques aquáticos e Boston com a educação e formação de recursos humanos. 36/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Disponibilização de incentivos ou apoios públicos direccionados para projectos multiempresariais Uma das formas mais fáceis de promover o negócio empresarial alcançando boas economias de escala, sem incorrer em custos adicionais é disponibilizar fundos, para projectos que envolvam mais do que uma empresa. Em Itália, em meados dos anos 80, era o que sucedia na Emilia Romana. O Estado financiava a associação de interesses, disponibilizando valorizações financeiras, para consórcios de empresas orientados para a formação de recursos humanos e prestação de serviços de apoio. Providenciando capital a consórcios, que quisessem criar ou desenvolver sites, financiava duma forma racional, grupos até cinco empresas, que adicionalmente demonstrassem interesse em promover as suas actividades e a região em que se inseriam. Desta forma, a região da Emilia Romana viu a expansão e o fortalecimento da sua região, através da criação de uma base de prestadores de serviços urbanos significativa. Realização de investimentos em clusters de I&D As investigações consideradas pioneiras e com resultados mais inovadores surgem na generalidade, no seio das universidades publicas. Historicamente, este tipo de investigações resultam de processos onde existe elevada competitividade entre as empresas. Porém são residuais os casos em que estas empresas estão ligadas ao desenvolvimento das economias regionais. Neste tipo de investigações as recompensas consistem geralmente na realização de publicações, e não tanto na comercialização dos resultados e aplicabilidade no mercado. Porém, a realidade tem vindo a impor outras necessidades e evidências. A investigação científica, tão necessária, só tem sustentabilidade quando alicerçada em fundamentos de mercado. Isto significa que a aposta em clusters de I&D é fundamental, nomeadamente no que concerne à promoção da inovação. O sucesso destes clusters passa necessariamente por uma forte ligação ao mercado, assim como uma compreensão clara das suas necessidades. Disponibilização de financiamento para actividades e fases criticas ao desenvolvimento de clusters Alguns clusters conseguem a sua própria sustentabilidade introduzindo o pagamento de fees e procurando continuamente, fontes de financiamento para garantir o desenvolvimento das suas actividades. O apoio de entidades regionais e, algumas vezes a partilha de custos é crucial para a sobrevivência de muitos clusters, particularmente numa fase inicial onde o retorno dos investimentos é praticamente nulo. Identificando e assegurando financiamentos multi anuais, o Estado consegue criar a estabilidade e as ligações necessárias para que os clusters possam desenvolver-se. 37/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Isto significa que o Estado tem que empenhar os seus recursos, para suportar os fundamentos do crescimento económico, sendo que estes constituem, igualmente, requisitos para o desenvolvimento de clusters. Estes fundamentos incluem disponibilização de educação básica desde a infância até ao secundário, infraestruturas rodoviárias, portos, transportes públicos, utilidades publicas, gestão de águas e resíduos, condições sanitárias, cuidados médicos e ambientais e construção adequada. As regiões em vias de desenvolvimento, muitas vezes, vêem-se num ciclo vicioso do qual não conseguem sair, já que tem dificuldade de redefinir impostos e recursos que permitam a criação das condições básicas, e consequentemente induzam o crescimento económico. Definição de objectivos para investimento interno A definição de objectivos é importante, quando se pensa em desenvolvimento económico, particularmente, se o mesmo passa pelo desenvolvimento de clusters. Apesar de muitos clusters surgirem de ocasos ou através do histórico das condições locais, não é pouco comum as regiões aspirarem a criação de clusters baseados em novas tecnologias ou em inovação. Pensar no desenvolvimento económico desta forma, significa determinar objectivos estratégicos coesos e consistentes, para cada cluster, direccionando esforços para a realização de investimento interno. A previsão e a captação de investimento interno ao nível de cada clusters, passa pelo desenvolvimento de estudos e por um entendimento claro da sua vocação e do contexto económico social em que se insere. Promoção das actividades associadas ao desenvolvimento e expansão de clusters Muitas entidades públicas existentes em todo o mundo usam os clusters, para promovem espaços regionais, enquanto locais desejáveis, para implementar e desenvolver negócios. Porém, poucos levaram este conceito tão longe como os austríacos, que tem uma região - Upper Austria - por eles considerada como uma “clusterland”. De forma a apostar fortemente na continuidade desta “clusterland”, as entidades públicas do país em causa têm vindo a desenvolver várias iniciativas de promoção das actividades desenvolvidas na região e particularmente, pelos clusters, que nela se instalaram. Actualmente, a Escócia, a Nova Zelândia, o Canadá e a Espanha todas usam os clusters como forma de promoção das regiões a novos investidores e clientes. Será importante referir, que muito do que estes países apresentam, actualmente, como símbolo de desenvolvimento e enquanto factor de sucesso ou eventualmente, como factor crítico de sucesso, resulta da actividade dos seus clusters. 38/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Selecção e formação de especialistas na dinamização de processos de cooperação Como é do conhecimento geral, as pequenas e médias empresas tem falta de recursos e conhecimento sobre diferentes países e regiões, de forma a poderem exportar mais eficazmente. Sabemos que existem programas de apoio à exportação, sendo poucas as pequenas e médias empresas que têm acesso aos mesmos. Essencialmente, devido ao desconhecimento que estas empresas têm, por um lado, dos próprios programas, mas principalmente dos mercados em si. A exportação tem sido uma, das muitas actividades, que tem sido desenvolvidas em cooperação. Na Nova Zelândia onde a exportação é uma questão de sobrevivência para as empresas locais, têm sido disponibilizados apoios a redes de cooperação, que apresentem produtos ou mercados comuns e que fundamentalmente seja exportáveis. Apoiadas pelo Estado, estas redes de cooperação têm servido enquanto exemplos e o seu sucesso, constituído fundamento, para a implementação de programas de apoio a redes de cooperação em diferentes países, principalmente na Europa. É de salientar, que a promoção da cooperação sustentada em produtos exportáveis, tem vindo a ser o principal alicerce para a criação de clusters bem sucedidos e consequentemente, para o reforço da capacidade competitiva empresarial de muitas regiões. No Canada, o Estado tem apoiado a criação de clusters sustentados em consórcios exportadores. Cada consórcio apresenta contextos e actividades distintas, porém, a existência de produtos exportáveis tem criado oportunidades de negócio, sendo sobre este princípio, que os clusters vão promovendo o seu desenvolvimento. Ou seja, o produto exportável tem sido o mote, para associar e integrar interesses comuns, sabendo que esta realidade não se esgota no objectivo da exportação. Tabela 11 – Motivações Mais Recorrentes Para a Criação de Redes de Cooperação Participação conjunta em exposições, feiras e eventos de promoção e marketing; Partilha de espaços em território internacional; Cooperação entre empresas para exportação; Oferta de produtos comuns e/ou complementares 39/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Estímulo à Inovação e ao Empreendedorismo Realização de investimento em inovação e start ups; Apoio à emergência de novos clusters; Encorajamento de empreendedores de processos sociais; Estabelecimento de clusters de base tecnológica. A inovação e o empreendedorismo são os principais motores de crescimento dum cluster. Sabemos que o crescimento dum cluster é possível através da geração de novas ideias e da criação contínua de novas empresas. Muitos clusters surgiram da capacidade empreendedora dos seus trabalhadores, passando pela expansão das cadeias de fornecimento, em detrimento de processos de downsizing/encerramento. Porém, sabe-se que o empreendedorismo e a inovação são influenciados, fortemente, pelo processo educacional existente no país, pelas normas culturais de uma região, sendo que o apoio público é fundamental, particularmente nos projectos vocacionados para a I&D. Realização de investimento em inovação e start ups O empreendedorismo tem sido, muitas vezes, responsável pela sustentabilidade de estratégias nacionais de inovação, sendo raro a sua orientação, para a criação de clusters, pelo menos duma forma explicita. Em clusters mais maduros, o empreendedorismo não tem assumido a importância que merece, o que muitas vezes constitui um elemento menos favorável à renovação e expansão do cluster. Por sua vez, os clusters em emergência e desenvolvimento incluem muitos empreendedores, que muitas vezes são concorrentes entre si. Com efeito, nos clusters em emergência, o mercado, o capital e a força de trabalho disponível para as empresas é relativamente limitado, quando comparado com o contexto dos clusters mais maduros. Sabendo que o empreendedorismo e a inovação são elementos importantes ao desenvolvimento dos clusters, é fundamental ter consciência das diferentes necessidades e contextos, face ao ciclo de desenvolvimento de um cluster. Independentemente da importância que possa assumir o empreendedorismo e a inovação é preciso definir políticas e instrumentos coerentes com o estádio de desenvolvimento dos actores de um cluster, assim como os recursos que têm disponíveis, para intervir no mercado Apoio à emergência de novos clusters As incubadoras são usualmente utilizadas como forma de apoiar a emergência de novas e pequenas empresas. O fundamento base é a redução de custos, através da partilha de espaços e 40/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters serviços, assim como a assistência técnica. Existem determinados tipos de indústrias, onde existe maior complementaridade de necessidades, outras ainda, que impõem serviços especializados e assistência técnica semelhante, encorajando a aprendizagem e a transferencia de tecnologia entre empresas. Este tipo de ambientes são propícios à emergência de novas empresas, sendo que o apoio à emergência de novos clusters é muitas vezes consequência natural. Saber explorar estas oportunidades e aproveitar as mesmas enquanto alavancas, para o desenvolvimento de novos clusters é muito importante, particularmente em cenários de desenvolvimento económico regional. Encorajamento de empreendedores de processos sociais Os empreendedores de pequenas empresas tem uma percepção muito clara da importância que as redes de cooperação assumem no seu desenvolvimento. Com efeito as PME´s são empresas com menor dimensão e na generalidade têm um número mais reduzido de experiências e rotinas. Este tipo de empresas prosperam através da partilha de informação e conhecimento, assim como pela identificação de oportunidades de negócio mais exigentes e que de uma forma individual não seriam possíveis de explorar. Porém, é de salientar, que uma rede de cooperação de sucesso é sustentada por relacionamentos intensos e contínuos, entre os seus empreendedores, que se fundamentam na obtenção de capital, na partilha de infraestruturas, de informação, passando pela comercialização em conjunto de produtos complementares ou comuns. Encorajar a emergência dos processos sociais e a continuidade dos mesmos é fundamental, passando pelo estabelecimento de reuniões inter-empresariais ou promoção de workshops temáticos. Estabelecimento de clusters de base tecnológica Em 1980 e 1990, muitas regiões investiram em centros tecnológicos, enquanto instrumentos de política de desenvolvimento económico regional. Os EUA, a Alemanha, a Irlanda e Valência são exemplos de países, que promoveram o aparecimento de centros tecnológicos, em diversas regiões, com o intuito de promoverem programas ou actividades especificamente direccionadas para clusters. Porém, os centros tecnológicos têm vindo a ter bastante dificuldade em manter uma ligação próxima com a indústria, sendo encorajável o desenvolvimento de planos de marketing e a promoção da sua capacidade de oferta de serviços. 41/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Tabela 11 – Actividades Típicas dos Centros Tecnológicos em Contextos de Clusters Investigação e desenvolvimento aplicado; Qualidade e testes; Consultoria técnica; Intermediação entre redes; Formação técnica de recursos humanos; Realização de estudos técnicos 42/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 6. As Boas Práticas Enquanto Instrumentos de Reflexão O presente capítulo visa a apresentação de pequenos apontamentos sobre iniciativas implementadas em diferentes países e que de alguma forma, promoveram a emergência de clusters e/ou o desenvolvimento económico regional. Conforme já foi anteriormente referido, o processo de recolha destes dados, consistiu essencialmente, nas experiências e nos resultados alcançados em diferentes regiões de diversos países, assim como em relatórios e documentos oficiais de entidades envolvidas em processos desta natureza, nomeadamente o Guia Prático para o Desenvolvimento de Clusters (2004, DTI). Parcerias Estratégicas: A Experiência Escocesa O cluster da restauração escocês constitui um bom exemplo da importância que as redes de cooperação assumem em contextos de desenvolvimento e expansão económica. Com efeito, as empresas deste sector têm recorrido vulgarmente à dinamização de redes de cooperação, enquanto instrumento de promoção de cada uma das partes, impulsionando, simultaneamente, a indústria enquanto um todo. Cada empresa que integra o cluster, acredita que o seu desenvolvimento faz-se através das experiências, que partilham entre si e das oportunidades que exploram em conjunto. Por outro lado, estas empresas contaram desde inicio com o apoio de uma associação, a Associação Escocesa para a Restauração, a qual tem vindo a desenvolver actividades, essencialmente em quatro áreas: Disseminação de informação sobre mercados; Disponibilização de informação sobre novos fornecedores; Formação de recursos humanos, e; Assistência técnica no desenvolvimento de novos produtos. Actualmente apoiado, por diversas agências públicas, o cluster escocês da restauração é uma marca reconhecida mundialmente. Possui um website considerado de referencia no sector, com informação diversa, acerca das actividades que vão desenvolvendo e fundamentalmente, sobre os produtos que criam e oferecem ao mercado. É de salientar o facto do cluster em questão, possuir uma estratégia de desenvolvimento estruturada. Apartir das empresas que o compõem, organizam frequentemente workshops com uma vertente regional, oferecendo oportunidades a diferentes empresas de se conhecerem e relacionarem entre si, e simultaneamente interagirem com as 43/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters empresas, que integram o cluster. São as parcerias e as redes de cooperação dinamizadas no âmbito destes contextos que tem garantido a sustentabilidade do desenvolvimento e expansão do cluster escocês da restauração. Desenvolvimento de Novas Estruturas Institucionais: O Exemplo de Cambridge Todos nós sabemos a importância que as redes de cooperação assumem na formação de clusters, sendo que são instrumentos de intervenção no mercado muito usuais no seio de clusters, em fase de maturidade. Em Cambridge, por exemplo, a lógica de cooperação em rede é intensamente fomentada, sendo o modelo de funcionamento privilegiado, para promover o aparecimento de novas estruturas com carácter institucional. Ora vejamos: Os fornecedores locais, implantados em Cambridge, para reforçar a sua rede de colaborações, tem vindo a estabelecer parcerias com empresas de informática e telecomunicações locais e internacionais. Estas parcerias têm permitido explorar novas oportunidades de negócio, mas principalmente tem apresentado um conjunto de instrumentos e de soluções, que permitem difundir a sua imagem no mercado internacional; Por outro lado, tem vindo a ser estabelecidas colaborações entre as empresas e as universidades locais, de forma a explorarem cenários de acomodação de novas empresas em função de previsões de crescimento e desenvolvimento para a região; Por fim, é de realçar as parcerias estabelecidas entre o governo, as empresas locais e as universidades, que em muitas situações deram origem ao aparecimento de novas estruturas de intermediação de negócios e prestação de serviços técnicos, promovendo desta forma, a definição e estruturação dos clusters regionais. Promover e Manter a Cooperação entre Empresas: Uma Iniciativa no Estado de Oregon As empresas do Estado de Oregon, à semelhança de outras empresas em diferentes Estados Americanos, têm vindo a ter necessidade de serem mais competitivas e de apresentarem os seus produtos num contexto internacional. Neste contexto, o Estado de Oregon promoveu um programa de dinamização de redes de cooperação, muito à semelhança de algumas experiências europeias verificadas na Dinamarca. O intuito do programa de cooperação é encorajar as empresas a agruparem-se em função de necessidades especificas de forma a minimizarem custos e a maximizarem a exploração de recursos. Este programa público, pressupunha os seguintes elementos chave: 44/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Agentes Intermediários de Rede (Brokers) – actuam enquanto elemento chave da dinamização de uma rede de cooperação. Os agentes intermediários, intervém como facilitadores da emergência de redes de cooperação, contribuindo para o estabelecimento de dinâmicas entre diversas empresas e outras entidades institucionais. Perante as exigências da função, o Estado de Oregon implementou, simultaneamente, um programa de formação orientado para a preparação destes intermediários de rede, disponibilizando instrumentos e ferramentas de trabalho, especificamente concebidas para a dinamização de parcerias estratégicas; Agentes Disseminadores do Conceito – actuam enquanto consultores, sendo entidades estrategicamente seleccionadas, com excelentes redes de contactos e familiarizadas com a cultura e com a filosofia de actuação das empresas locais. Na generalidade, a sua função consiste em disseminar o conceito e o programa de cooperação, identificar oportunidades de colaboração entre empresas e partilhar essa informação com os agentes intermediários; Apoio Financeiro – numa fase inicial, a participação das empresas em processos colaborativos implica um esforço financeiro considerável, que nem sempre é passível de ser suportado. Neste contexto, o Estado de Oregon disponibilizou apoios financeiros às empresas, com o intuito de compensar alguns dos custos inerentes à gestão da rede de cooperação, reduzindo o risco financeiro, que está inerente a uma fase inicial do projecto; Campanhas de Informação – a divulgação e participação à sociedade civil das actividades desenvolvidas em cooperação parece ser uma elemento importante, actuando muitas vezes, como uma alavanca e salvaguardando a continuidade de muitos projectos. A realização de campanhas de informação incluem a disponibilização de apoio, por parte do Estado para: elaboração de brochuras, publicação de artigos técnicos, participação em feiras, eventos promocionais nacionais e internacionais, assim como o acesso aos media, enquanto instrumentos de divulgação das potencialidades das redes de cooperação. Como Incentivar a Colaboração das Empresas Escocesas: um outro exemplo É do conhecimento generalizado que existem várias formas de promover a integração das empresas em redes de cooperação. A Escócia não foi excepção relativamente à necessidade de promoção de programas de dinamização da cooperação inter-empresarial. A Agência de Desenvolvimento Económico, “Scottish Enterprise”, utilizou vários instrumentos de incentivo, para 45/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters levar as empresas a cooperarem entre si e a participarem no cluster do turismo, cluster este, já existente: Criação de um “Grupo Âncora” constituído por empresas de referência do sector e por empresas que integram accionistas expressivos em termos de contributos e influencia na indústria, com o intuito de assumirem a representatividade e liderança ao nível das negociações mais diversas; Disponibilização de consultores, que colaboram enquanto facilitadores com as empresas do “Grupo de Liderança”, na criação de um perfil de base e na definição de um posicionamento do sector a nível internacional; Realização de reuniões para apoiar a definição de objectivos estratégicos e para, da mesma forma, discutir prioridades relativamente ao desenvolvimento de um conjunto de actividades concertadas. Apartir de algum tempo torna-se fundamental delinear uma “visão” integrada ou até mesmo uma compreensão partilhada das iniciativas, para benefício de todos os intervenientes do cluster e para a região onde o mesmo se insere; Apoio na identificação de acções estratégicas a implementar por diferentes “Grupos de Acção”, que desenvolvem planos de negócio em detrimento das actividades, dos actores e dos mercados. O “Grupo de Liderança” disponibiliza continuamente apoio na revisão das acções desenvolvidas, avaliando enquanto um todo, os resultados obtidos. O Exemplo Inglês - Identificação de Pontos de Enfoque A agência de desenvolvimento económico do sul-este da Inglaterra, a “South East England Development Agency” (SEEDA), criou os chamados “Núcleos de Actividades”. Estes “Núcleos de Actividade” tem por objectivo implementar, novas dinâmicas de rede, dispondo para essa actividade dos seguintes apoios, garantidos pela própria SEEDA: Disponibilidade de espaços, por parte das incubadoras locais; Estabelecimento de acordos de colaboração com departamentos de investigação universitária; Criação de centros de negócios, que disponibilizem consultoria e mentoria das oportunidades de negócio; 46/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Disponibilização de aconselhamento financeiro e fiscal, via Internet; Cada um dos “Núcleos de Actividade” integra um conjunto de empreendedores e, pelo menos, uma empresa de referência na actividade a implementar, sendo apoiados por uma equipa de especialistas – universidades, centros tecnológicos, consultoras, etc -, em matéria de inovação, de concepção de produto, gestão financeira, tecnologias de informação e comércio electrónico, entre outras áreas. A Carolina do Norte e as Suas Dinâmicas de Prospecção Internacional A Associação dos Fabricantes de Meias do Estado da Carolina do Norte (EUA), a “Carolina Hosiery Association”, conjuntamente com os técnicos do Centro Tecnológico da universidade local, o director da Agência Tecnológica da Carolina do Norte e o assessor económico do Governador deslocaram-se a Castel Goffredo e Carpi, no Norte da Itália, com o intuito de fazerem promoção das actividades da região. Esta missão não só levou ao estabelecimento de parcerias, com os construtores de maquinaria em Brescia e à implementação de redes de exportação, como também reactivou a importância do centro tecnológico local, num cenário internacional, através do estabelecimento de propostas, para o desenvolvimento de investigação e formação de recursos humanos. Por outro lado, induziu a criação de uma instituição orientada para a I&D, que constitui o interface entre os fabricantes de meias da região e a Universidade Estatal da Carolina do Norte. Promover a Inovação, Por via de Instrumentos Institucionais: o caso do Massachussetts Grande parte dos clusters de sucesso são apoiados, por um leque bastante diversificado de entidades institucionais, que, em alguns casos, integram as dinâmicas do próprio cluster, podendo, noutros casos, ser um apoio, que possui contornos mais generalistas. Os clusters de Biotecnologia no Massachussetts (EUA) determinaram as seguintes entidades, como os seus principais agentes: O “Massachussetts Biotechnology Council”, enquanto associação, que representa comercialmente as empresas de biotecnologia; O “Massachussets Department of Economic Development”, com um papel preponderante ao nível da gestão e da melhoria das condições empresariais, induzindo a criação de benefícios fiscais, quer no âmbito da I&D e do investimento; 47/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters A “Massachussetts Technology Collaborative”, enquanto entidade pública independente, que apoia as empresas, com o seu elevado grau tecnológico; O “Massachussets Institute of Technology”, como centro de investigação e de comercialização biotecnológico de topo, que integra vários departamentos com diferentes capacidades de intervenção. Assim, exercendo funções enquanto incubador, este centro integra o “MIT Entrepeneurship Centre” que dá a formação aos empreendedores e o “MIT Technology Licensing Office” que identifica as tecnologias das diferentes start-ups, apresentando a vantagem tecnológica das mesmas a potenciais investidores, que usualmente, são instituições de capital de risco; O “Whitehead Institute of Biomedical Research”, actua enquanto entidade de investigação e de ensino independente. O exemplo mais conhecido no mundo, como entidade pública inserida em contextos de rede, é o “Massachussetts Technology Collaborative” (MTC). Esta entidade foi fundada, em 1994, a pedido expresso do governo, para promover o desenvolvimento económico, apoiando as comunidades vocacionadas para a inovação. O MTC responde de duas formas ao propósito inicialmente apresentado: Apoia, integra e patrocina projectos inerentes à indústria tecnológica, promovidos por clusters da região; e Patrocinar projectos no seio de comunidades, que cultivem uma cultura de inovação. Actualmente, o MTC apoia projectos em nove clusters chave. A localização do MTC, num campus universitário com cerca de 12,8 ha reflecte a sua cultura e até mesmo os seus objectivos. Promovendo parcerias várias, interage com diversos sectores industriais, estabelecimentos de ensino e entidades governamentais. Por outro lado, promove o intercâmbio de ideias, para a criação de novas actividades, também elas de cariz inovador, no seio de agências públicas, empresas privadas/clusters e instituições de ensino. A título de exemplo referimos um projecto promovido pelo MTC, que deu origem à criação do “Mass MEDIC”, uma associação comercial, que apoia as empresas de equipamento médico sediadas no Massachussetts. Para além desta associação, surgiu igualmente o “Berkshire Connect”, que visa disponibilizar acesso à internet em alta velocidade, em toda a região Oeste do Estado. 48/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters O caso da Agência Aeroespacial Britânica: influenciar a área local com formação A Agência Aeroespacial Britânica – “British Aerospace” – em Ayrshire, desenvolveu um curso, que possibilita a obtenção dum certificado em engenharia e ciência aeroespacial, de forma a elevar a qualificação da mão de obra disponível. A Irlanda e o Canada também implementaram iniciativas de formação em aeroespacial. A Universidade de Brookes, em Oxford (GB), desenvolveu cursos de formação inovadores, para responder às necessidades de qualificação, exigidas pelos principais clusters locais, nomeadamente o de biotecnologia, o de e-publishing e indústria automóvel. É de salientar que algumas destas iniciativas de sucesso não enfocam somente na criação de competências, mas também na capacidade de influenciar os organismos de ensino e outras entidades institucionais locais. É o caso da operadora de internet californiana “SkillsNetTM”, que actua como portal de informação e formação extensiva. A SkillsNetTM tem contribuído fortemente para o fornecimento de soluções multimédia, relacionadas com os recursos humanos, apoiando a disponibilização de formação, de bases de dados e informação vocacionada para trabalhadores do mundo digital. Através de um fórum on-line, estimula diversos actores do sistema nacional de inovação a comunicarem e a colaborarem entre si, promovendo o desenvolvimento das seguintes actividades: Disponibilização de consultaria sobre particularidades da indústria multimédia; Recrutamento e selecção de recursos humanos, para os principais clusters da região; Oferta de cursos de formação - actualmente já possuem mais de 150 cursos diferentes; Concepção de um guia sobre o emprego inerente a cada um dos clusters da região. A constituição da SkillsNetTM teve as seguintes fases críticas de desenvolvimento: Em parceria com a LMI Research, iniciaram a sua actividade, identificando as necessidades comuns das empresas locais, definindo estratégias de desenvolvimento de competências, determinando prioridades e implementando redes de suporte à sua intervenção no mercado; Constituição do Conselho de Competências para a Indústria, integrando líderes da indústria, com o intuito de orientar o desenvolvimento das actividades e a definição de novas estratégias de formação para as empresas locais; 49/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Divulgação das principais necessidades da indústria, junto de organismos públicos da administração central, que desempenham um papel ao nível da educação e formação dos recursos humanos; Desenvolvimento de consórcios regionais orientados para a formação de recursos humanos. Para além da formação, existem indícios claros, que as actividades de aconselhamento e de mentoria têm uma importância relevante no âmbito dos clusters, particularmente naqueles que se apresentam em declínio. A título de exemplo, referimo-nos ao caso da indústria do aço na Grã Bretanha, onde se implementou um Serviço de Resposta Rápida - “Rapid Response Service” -, para intervir ao nível do desenvolvimento de competências e de criação de novas qualificações. Foi constituído uma rede de parceiros locais, a qual integra o Instituto de Emprego Britânico – “Jobcentre Plus”, o Learning and Skill Council – “LSC”, o “Concelho de Aprendizagem e de Competência”, o “Business Link” - entidade pública britânica de informação para PME, o “Regional Development Agency - Agência Regional de Desenvolvimento”, com o intuito de desenvolver as seguintes actividades: Identificação das competências transferidas entre clusters; Caracterização das necessidades de formação; Caracterização das fontes de financiamento disponíveis para formação de recursos humanos; Selecção de candidatos através do “Jobcentre Plus”, para criação de novos contextos de aprendizagem, nomeadamente aprendizagem em ambiente de trabalho, para adultos; Disponibilização de apoio e aconselhamento técnico, por profissionais: realização de planos de negócios, identificação e negociação de financiamentos, elaboração de candidaturas a sistemas de apoio públicos; Realização de roadshows sobre emprego, formação e clusters. 50/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters O Caso Britânico da BioPharm: o melhoramento das competências de mais elevado nível O SEEDA - South East England Development Agency – Agência pelo Desenvolvimento do Sudeste da Inglaterra, assegura continuamente a formação necessária aos investigadores e gestores das indústrias que compõem o cluster “BioPharm”. Para alargar os conhecimentos dos efectivos da indústria da biotecnologia, o SEEDA criou um programa especificamente concebido para o efeito. A criação desse programa de formação assentou nos seguintes princípios: Realização de elevado investimento em centros de recursos, que permitam disponibilizar informação, actualizar conhecimentos (up-skilling), oferecer formação de actualização (retraining), assim como aconselhamento de carreira e educação, de forma contínua e sistemática; Elaboração de estudos e realização de benchmarking de oportunidades, para atrair os recursos materiais, humanos e financeiros adequados; Estabelecimento de uma Unidade de Competências do cluster “BioPharm”, que assegure o contacto directo com as empresas, de forma a diagnosticar as necessidades de competência e as fontes adequadas de fornecimento dos serviços, colaborando com os formadores no processo de criação e desenvolvimento das capacidades da indústria e da região. A Unidade de Competências do Cluster “BioPharm” apresenta as seguintes características: É constituído por diferentes centros especializados de competências; Centra-se na missão e nos objectivos do cluster e não nas suas tecnologias; Dá maior relevância ao conhecimento específico do sector; Fornece contactos e referências determinantes às associações industriais; Utiliza como contexto de sustentação das suas actividades, o negócio e não o equipamento; Funciona como o centro de recolha de informação e “portal” de difusão de competências e capacidades; Explicita a importância dos orçamentos e referencia os seus aspectos críticos; 51/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Partilha de informação sobre o emprego na região e apoia o processo de transferência de recursos humanos no seio dos diferentes clusters; Trabalha em conjunto com as associações inseridas em contextos de cluster, em torno dos níveis de competência e certificação necessários ao desenvolvimento de diferentes actividades; Promove o apoio ás populações mais desfavorecidas da região. Os Institutos de Investigação como Elementos Fundamentais, para o Desenvolvimento dos Clusters O papel desempenhado pelos institutos de investigação, quer públicos, quer privados, enquanto motores de desenvolvimento do cluster, tem vindo a ser reforçado pelas experiências realizadas em locais como, o Silicon Valley, nos EUA, e Cambridge, no Reino Unido. Com efeito a assistência técnica e tecnológica constitui o principal factor para o aumento da sua importância, sendo as universidades as principais incubadoras destes centros de investigação. Porém, os centros de investigação privados começam assumir particular responsabilidade neste processo, principalmente em áreas, onde a ligação com a indústria é deficitária e particularmente necessária. Será importante referir, que até aqui foram as universidades, de forma quase isolada os elementos fundamentais no desenvolvimento dos clusters. Estima-se que no cluster de Cambridge, a proporção de empresas, que nasceu no seio da universidade atinge os 31%. Quarenta e duas das cinquenta empresas inquiridas num estudo, destacaram o aconselhamento tecnológico, disponibilizado gratuitamente, por parte do corpo docente da Universidade, por via do estabelecimento de redes formais e informais, como o aspecto fundamental, para o crescimento das empresas no seio das universidades. Cerca de catorze dessas empresas referiram mesmo, ser esse o factor determinante, para o sucesso da sua estrutura e para o sucesso contínuo do cluster. O Exemplo da Inovação, Perante uma Base Universitária Inexistente A referência de sucesso à indústria americana de mobiliário, implantada no Mississipi, emergiu da actividade duma sub-estrutura de uma sociedade, a Futorian Furniture. Esta empresa que se assumiu ao longo do tempo, com perspectivas de desenvolvimento, para um futuro longínquo, resulta do estabelecimento de processos de inovação contínuos, onde mais de 200 empresas actuam integradas numa lógica de cluster, complementadas por respectivos fornecedores e serviços de apoio. As empresas são fortes concorrentes entre si, no que diz respeito à concepção e 52/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters à inovação. Trata-se de um cluster com um tecido empresarial bastante sólido, onde as ideias são rapidamente difundidas, através de ligações sociais e mobilidade dos trabalhadores. Trata-se de um verdadeiro caso de sucesso, onde o exemplo da inovação não resulta da dinâmica universitária, mas sim da solidez social e comunitária de uma região e particularmente, da visão duma empresa, assente numa lógica de rede. O Centro de Inovação de St. Johns, em Cambridge (GB), Enquanto Núcleo de Apoio em Tecnologia para PME’s Integrado no Parque da Inovação em Cambridge, o Centro de Inovação de St Johns propõe apoio à gestão, assim como a incubação de empresas orientadas para o conhecimento e para a inovação. O Centro de Inovação foi inaugurado em 1987 e disponibiliza consultoria em gestão, para as empresas locatárias, opções de aluguer de espaços extremamente atractivas e flexíveis contratualmente, assim como a possibilidade de partilhar instalações, que incluem salas de conferência e restaurantes. Este Centro de Inovação distingue-se de qualquer outro, pelos seguintes aspectos: Disponibiliza gratuitamente consultoria, de elevada qualidade, inerente à gestão do negócio; Contribui para a criação de riqueza na sub-região onde se localiza, actuando conjuntamente com os diversos departamentos da Universidade mais próxima e com órgãos Governamentais, apoiando os locatários, assim como os não locatários do parque de inovação, na participação em programas de apoio ao desenvolvimento local e regional; Apoia no acesso a incentivos inerentes ao empreendorismo, através da organização de diversas iniciativas, nomeadamente o GEIF - Great Eastern Investment Forum, a mensalQcapital, entre outros; Actua como catalizador na promoção tecnológica à escala local, regional, nacional e internacional, através do “East of England Innovation Relay Centre” (EEIRC). Oxford (GB): Processo de Comercialização da Investigação Universitária A Universidade de Oxford (GB) fundou a “ISIS Innovation”, uma empresa de transferência de tecnologia, que pretende apoiar os investigadores da própria universidade, a comercializarem as suas ideias. De facto, a universidade concedendo o seu título de propriedade dos resultados das 53/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters investigações universitárias à “ISIS Innovation”, permite que esta avalie, proteja e comercialize no mercado, as ideias dos diferentes investigadores. Desde 1997, que a “ISIS Innovation”, tem vindo a auxiliar, a criação de 28 empresas em spin-off e reporta, em média, o registo de uma patente, por semana. Ao gerir mais de 300 registos de patentes, a actividade da “ISIS Innovation” passa, por propor a diferentes empresas, patentes, para desenvolver e vender os seus produtos, com forte base tecnológica. Da realização do negócio, a “ISIS Innovation” recebe 30% do valor inerente aos direitos de autor, enquanto contrapartida pela promoção e registo da patente, ficando a universidade com os 70%, remanescentes. A percentagem do valor entregue à universidade, é em seguida repartida com o investigador responsável pelo projecto, de acordo com a política de IP - Internet Protocol - interna. Esta política de IP não só visa proteger as partes, como incentiva, desta forma a comercialização da pesquisa realizada pelos diferentes investigadores. Segundo o IP publicitado, o investigador fica com 90% do valor total recebido pela universidade e a sua proporção vai diminuindo em tranches pré-determinadas, em função das características da patente. O Exemplo da Região de Baden-Württemberg em Termos de Transferência de Tecnologia A “Steinbeis-Stiftung für Wirtschaftsförderung”, na região de Baden-Württemberg, consiste numa rede de cooperação, que integra 220 centros tecnológicos. Estes centros tecnológicos apoiam as PME’s no desenvolvimento da sua expertise tecnológica, dos seus produtos e da qualidade dos mesmos, por via da disponibilização de instrumentos de trabalho. Um dos maiores trunfos destes centros de transferência, consiste na facilidade que detém em apresentarem às empresas, novas tecnologias É de realçar ainda, os planos de apoio tecnológico desenvolvidos, sendo que subsidiaram 25% da inovação ao nível do produto, permitindo desta forma contribuir para a redução dos riscos financeiros. Estes planos de apoio, foram complementados pela concessão de empréstimos públicos, com taxas de juros muito favoráveis, a favor das PME’s e start-ups. Para tal o Banco público, Credit Bank, de Baden-Württemberg, coopera com diversas entidades, desde os bancos locais, às delegações de consultoria em inovação, para que até as empresas em regiões rurais, mais afastadas dos grandes centros urbanos, possam aceder à informação e aos benefícios económicos criados. Apesar de todo este sucesso, têm surgido questões relacionadas com a eficácia das estruturas actuais, face à alteração de enquadramento e de contexto, que alguns centros de transferencia de tecnologia tem vindo a sofrer e que consequentemente, se reflecte na forma como são utilizados. Com efeito, o enfoque destes centros de transferencia de tecnologia, tem vindo a passar da consultoria e da assistência técnica a projectos tecnológicos mais generalistas, para o desenvolvimento de projectos individuais, e particularmente específicos e orientados. Actualmente, 54/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters a actividade de transferência tecnológica enfrenta novos desafios, que compreende a reestruturação da economia regional, a internacionalização dos produtos e dos processos, sendo que acentua uma procura crescente de colaboração em actividades de I&D, por parte de várias empresas. O Caso de “Mentoring” Empresarial, no Reino-Unido O programa “Business to Business Mentoring” da DTI - Department of Trade and Industry e da PILOT que teve inicio em Outubro de 2000, integra 20 mentores dos principais grupos petrolíferos e de gás, aliados a 20 PME’s, enquanto “mentees”. O objectivo principal do programa caracteriza-se, por criar dinâmicas de proximidade entre as empresas do sector, permitindo aos vários participantes trabalhar com empresas vocacionadas, para diferentes fases da cadeia de fornecimento. Esta iniciativa foi crucial enquanto processo de aprendizagem conjunta entre grandes empresas e PME’s, tendo permitido melhorar a comunicação e a compreensão em ambos os lados, sobre as diferentes actividades e limitações. Os Primórdios da Clusterização no Japão No Japão, o cluster da maquinaria nasce apartir da empresa “Komatsu Construction”. A existência de uma grande empresa de montagem (“assembler”) permitiu a estruturação de um sistema de subcontratação vertical. Nas décadas de 50 e 60, na sequência do desenvolvimento das indústrias da aviação e do automóvel, a região onde se inseria a empresa de montagem, atraiu novos investidores e apoiou a realização de alguns spin offs, o que permitiu estruturar uma dinâmica própria em torno dum conjunto de empresas. O cluster possui actualmente uma estrutura hierárquica definida, constituída, por mais de 70 empresas, funcionando como fornecedor de primeira linha, de segunda e terceira linha, para a “Fuji Heavy Industries”. Embora a “Fuji Heavy Industries”, seja o assembler principal, a maior parte das indústrias que compõem o cluster, negoceia igualmente com outros assemblers, dentro e fora da região. Trata-se de um exemplo de cluster multipolar, onde as dinâmicas entre indústrias não se confinam ao próprio cluster. O Exemplo Francês de Desenvolvimento da Cadeia de Fornecimento A região Midi-Pyrénées, distrito do Aveyron, Corrèze e Lot organiza-se em torno dos sectores aeroespacial, automação e do equipamento, concentrando cerca de 210 empresas e 14.000 trabalhadores. A região em causa, é um dos onze projectos de desenvolvimento regional, da 55/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters responsabilidade da DATAR, onde o processo de clusterização assume particular importância. O DATAR é um organismo, que tem vindo a encorajar a diversificação e a reestruturação industrial através do desenvolvimento de cadeias de fornecimento. Grandes empresas, como a sociedade aeroespacial “Ratier”, em Figeac foram incentivadas a fixarem-se na região, dentro dos limítrofes do “distrito industrial”, devendo a mesma, confiar e promover a utilização das competências de base das PME’s locais. A experiência francesa demonstra, que este tipo de estratégias de organização espacial podem contribuir, para reforçar as relações entre empresas e a fixar as empresas dentro da economia local. Assim, de forma a compreendermos o impacto que estas políticas tiveram em França, salientamos os seguintes aspectos chave: Desenvolvimento de centros incubadores (“Pépinières”), que propõem serviços logísticos, que vão desde a disponibilização de ligações à internet, até ao aluguer de equipamentos com diferentes características e funcionalidades, passando pelo arrendamento de instalações, a custo muito baixo; Exoneração dos impostos municipais imobiliários, durante três anos; Redução das taxas de imposto, aplicadas pelas autoridades locais, sobre o imobiliário; Implementação de um “Serviço de Desenvolvimento Económico”, que disponibiliza informação ás empresas, sobre as mais diversas actividades, nomeadamente organização de reuniões de trabalho, promoção de redes de cooperação entre potenciais investidores financeiros nacionais e estrangeiros, etc; Financiamento parcial ou total de unidades de investigação e desenvolvimento. Estas unidades possuem diferentes objectivos, que vão desde a assistência técnica, à elaboração de projectos ou de candidaturas a concursos co-financiados, passando pelos estudos de mercado, até à criação de instrumentos de comunicação, para promover as vantagens e competências nucleares da região. Promover a Região: o caso do Arizona (EUA) No Arizona, o Ministério do Comércio tem a responsabilidade de promover o Estado a nível global, para atrair investimento. Oferecendo recursos humanos e financeiros a empresas em desenvolvimento ou àquelas, que pretendam optar pelo Estado do Arizona, para se estabelecerem. propõe um portofólio de serviços – uma “one-stop shop” – muito diversificado, nomeadamente 56/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Serviços de gestão, incluindo consultoria, apoio às exportação e acesso ao capital de risco; Sistematização de informação imobiliária; Recolha e sistematização de informação sobre as economias locais e envolvente dos negócios, nomeadamente impostos, mercado do trabalho, unidades de suporte, etc; Realização de relatórios sobre o nível de desenvolvimento industrial local, regional e nacional; Sistematização de listagens exaustivas de programas e incentivos, promovidos pelo Estado; Consultoria em inovação e tecnologia, que vai desde a realização de eventos, à promoção de redes de cooperação, organização de suporte tecnológico, identificação de incubadores e parques de investigação; Formação de recursos humanos. A Necessidade Essencial de Adaptar as Infraestruturas A criação de infraestruturas de suporte facilitam o desenvolvimento económico. Um bom exemplo disso é o Reino Unido , onde o desenvolvimento das ligações férreas a alta velocidade M4, M3 e M25 em direcção a Paddington e de acesso a Heathrow, permitiram a atracção de investimento. Com efeito, o desenvolvimento destas infraestruturas foram fundamentais para o crescimento da indústria ITCE - Informação, Tecnologia, Comunicações e Eléctronica, particularmente ao longo do corredor M4. Paralelamente, o desenvolvimento destas infraestruturas de suporte, dotou complementarmente a região com meios de comunicação, assim como, com a existência de investidores, com perfis específicos, particularmente orientados para uma especialização da região e sua promoção internacional. A Importância dos Incubadores Os incubadores, visam a criação de condições favoráveis ao negócio, oferecendo um ambiente seguro, favorável ao crescimento de start-ups. A “UKBI -UK Business Incubation” refere a existência 57/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters de quatro fases de desenvolvimento numa empresa, e onde o apoio do incubador é essencial, nomeadamente: Desenvolvimento da ideia empresarial – diminuição das barreiras físicas e organizacionais, permitindo aos empreendedores maior liberdade e disponibilidade, para se dedicarem à inovação; Sistematização da ideia empresarial – apoio ao agente inovador, facilitando tempo e meios técnicos e materiais; Formalização do desenvolvimento da ideia – suporte ao nível da criação da unidade de negócio; Criação de uma nova empresa – definição de estruturas organizacionais, elaboração de planos de negócios e orçamentos, apoio e assistência a novas empresas ao nível do investimento, do marketing e das vendas, assim como em termos jurídicos, da formação dos recursos humanos, da informática, comunicações e tecnologia e das próprias instalações. No Reino Unido existe um número considerável de incubadores, que estão directamente vocacionados para o desenvolvimento de clusters específicos. A “Babraham Bioincubator”, em Cambridge (GB), nasceu em 1998 e é um bom exemplo, no que concerne à biotecnologia. No conjunto das suas actividades, a “Babraham Bioincubator”, oferece um leque variado de “mentoring” em gestão, quer de índole técnica, quer científica, para proporcionar um ambiente propício à redução de custos, particularmente ao longo das primeiras fases de desenvolvimento do cluster. Promover Clusters Através de Políticas Públicas Os Programas da UE, como os “Multi-Annular Research” and “Technological Development Framework”, na maior parte dos casos, tornam a cooperação, como condição intrínseca, para apoio financeiro das actividades das empresas. Ou seja, encontra-se inerente à política de incentivos, a vantagem do financiamento das empresas inseridas em lógicas de cooperação e de cluster. Nos EUA, a “National Science Foundation” cruza os diferentes programas de incentivo, de forma a que a disponibilização de apoios a empresas, seja orientada e produza impactos mais abrangentes. A título de exemplo, referimos o facto dos incentivos orientados para os Centros de Investigação em Engenharia, não serem disponibilizados, somente para a investigação avançada de engenharia, 58/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters como também para a transferência de tecnologia, que se encontre documentada em empresas locais e comunidades inerentes ao ensino e ao jornalismo. Pretende-se desta forma cruzar o mundo científico, com o mundo literário e educacional, procurando desta forma dinâmicas que subsistam para além da lógica sectorial. 59/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 7. As Iniciativas de Clusterização em Economias em Vias de Desenvolvimento: um contributo final As economias em vias de desenvolvimento partilham algumas características, que as distinguem das economias mais desenvolvidas. Com efeito, de uma forma genérica as economias em vias de desenvolvimento, sofrem fortes impactos resultantes das iniciativas de cluster. A título de exemplo, referimos o caso da Eslovénia, que enquanto economia em vias de desenvolvimento, é um caso ilustrativo, do quanto as iniciativas de cluster contribuem para o aumento da competitividade. A importância do Capital Social O capital social é um aspecto chave no sucesso das iniciativas de cluster. Porém, apesar da sua importância, trata-se de uma mais valia, que escasseia na maioria das economias em vias de desenvolvimento: o entusiasmo relativo à intervenção governamental é limitado; as organizações industriais, possuem habitualmente um papel reduzido no desenvolvimento económico, sendo o valor gerado da intervenção das instituições públicas e dos fórums de cooperação industrial, reduzido. A confiança, sempre crucial, na implementação de políticas públicas, torna-se uma questão fulcral, no âmbito do desenvolvimento de clusters. No caso da Eslovénia, é de realçar a facilidade com que as indústrias de automação e de equipamento, conseguiram juntar forças, e iniciaram diversas iniciativas de cooperação, antes mesmo de qualquer entendimento sobre a importância da clusterização. Em comparação, no cluster da logística, entre outras iniciativas de cluster, que iniciaram posteriormente, imperou a desconfiança e a hesitação em partilhar informação, induzindo a criação de fortes obstáculos e desencorajamento. A reduzida importância atribuída, pelas entidades governamentais, ao capital social, conduziu a uma situação complexa. Com efeito, em economias em vias de desenvolvimento, onde o capital social é reduzido, ao promoverem-se programas de dinamização da clusterização, os Ministérios responsáveis, pelos mesmos, tiveram, em primeiro lugar, de considerar todo o cepticismo, relativo à intervenção do Estado. Nestas circunstâncias, alguns governos viram-se tentados a providenciar formação, particularmente para aquelas empresas que nunca tinham estado envolvidas em processos de cooperação. Esta solução não foi opcional, para o governo esloveno. Implementar Clusters Dinâmicos Os clusters, em economias em vias de desenvolvimento, são habitualmente pouco dinâmicos, acrescendo o facto de haver uma ausência significativa de investimento estrangeiro. Na Eslovénia, o governo optou, pela selecção prévia de clusters a apoiar, sendo esta avaliação feita apartir da análise da robustez dos clusters já existentes e não do potencial de atractividade de investimento, por parte das indústrias futuras. Dos clusters piloto previamente seleccionados, a 60/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters indústria de instrumentação é a mais competitiva, a nível internacional, e as suas iniciativas de desenvolvimento e expansão têm vindo a demonstrar um rápido progresso. Um outro aspecto interessante, que o exemplo da Eslovénia também nos permite analisar, é a importância que assume a coordenação das iniciativas de clusters, com os esforços de promoção do investimento directo estrangeiro. Ou seja, a estratégia de aumento de competitividade da economia eslovena passa necessariamente pelas iniciativas de cluster, sendo fundamental a sua interacção com os objectivos e actividades de investimento, quer em termos territoriais, quer em termos industriais e/ou de ciência e tecnologia. Um outro aspecto, que é encarado como desvantajoso nos clusters em economias de transição é o reduzido nível de competição, que habitualmente, se verifica entre as empresas. Em indústrias onde tradicionalmente o Estado eliminou o factor de competição, através da especialização, torna-se muitas vezes tentador, utilizar a clusterização como um processo, para seleccionar o mercado. Com efeito, um cluster pode ser demasiado pequeno para haver mais do que um player, com características integradoras, por segmento de produto. Com a promoção da cooperação empresarial, induz-se um clima de “colisão” e eventualmente de competitividade, que a longo prazo favorece o desenvolvimento industrial e uma especialização com qualidade. Criação de Lógicas de Funcionamento Comuns Sendo a clusterização uma estrtégia recente, principalmente em economias em vias de desenvolvimento, existe uma grande necessidade de divulgar a extensão do conceito e de dar a compreender ás empresas e outras entidades a profundidade dos efeitos associados a este processo. Com efeito, um aspecto muitíssimo importante, quando se induz efeitos de clusterização, é a criação de lógicas de funcionamento comum, onde subsiste uma metodologia de trabalho similar, assente em princípios e conceitos comuns. Sabemos, que os recursos disponíveis para esse efeito são limitados, sendo, que em economias em vias de desenvolvimento a vivência de experiências e a criação de instrumentos específicos de implementação e avaliação de políticas desta natureza são escassos, ou eventualmente inexistentes. Neste âmbito, os consultores/empreendedores a título individual, podem ter um papel crucial. Um consultor/empreendedor bem relacionado e respeitado pode mais fácil e rapidamente fomentar confiança, entendimento e consenso, fundamental à emergência de iniciativas de cluster. Sem um consultor/empreendedor deste tipo, as iniciativas de clusters podem falhar em questões essenciais, nomeadamente ao nível do estabelecimento de acordos de cooperação comerciais e outros aspectos, que a curto prazo, poderão não favorecer o dinamismo do próprio cluster. 61/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Empreendedorismo Os clusters desenvolvem-se e expandem-se, por via da criação de novas empresas e de spin-offs. No entanto, nas economias em vias de desenvolvimento, este processo de criação e emergência de novos actores é mais difícil. Os mercados financeiros são menos eficazes, o capital de risco é inexistente e os procedimentos burocráticos, nem sempre são facilitados. Todos estes factores são fortemente dissuasores do empreendedorismo. Como é evidente, as iniciativas de cluster, induzidas de uma forma isolada, sem qualquer integração com outros instrumentos, têm menos sucesso. Na Eslovénia, por exemplo, existe uma variedade de factores, que dificultam o empreendedorismo. Para além do grande número de indústrias tradicionais, a generalidade das empresas tem dimensão reduzida e apresentam escalas de produção com pouca expressão. Os empreendedores não tem acesso a capital de risco e enfrentam na sua generalidade processos burocráticos pesados, mesmo ao nível da criação das empresas. Será Que o Empenho do Governo é Fundamental Para o Sucesso das Iniciativas de Cluster? Em economias em vias de desenvolvimento, normalmente existem dúvidas sobre a longevidade das iniciativas promovidas pelo Estado, o que diminui o grau de confiança, por parte das empresas, em termos de empenho do Estado, sendo esse último um pré-requisito importante, para o sucesso das iniciativas públicas, e nas quais se incluem as iniciativas de cluster. Uma das grandes preocupações expressas pelos Eslovénos dizia respeito ao empenho demonstrado pelo Estado, particularmente ao longo de períodos duradouros, assim como à maneira como assegura e distribui os apoios financeiros. Com efeito, os agentes económicos tendencialmente desconfiam das intervenções do Estado e questionam-se habitualmente: será que as iniciativas públicas, promovidas pelo Estado Esloveno, resultam de impulsos? Assumem-se como políticas e instrumentos de intervenção a longo prazo? ou de carácter pontual? será que as iniciativas de cluster emergem, enquanto uma “moda”, promovida pelo governo? Estas são preocupações legitimas, alimentadas, por uma falta aparente de envolvimento dos Gabinetes do Estado. A título de exemplo referimos o Ministério da Educação. Ou seja, enquanto as iniciativas de clusters são consideradas preocupação principal e pessoal do Ministro da Economia, o mesmo empenho não é visível, por parte de outros membros e gabinetes do governo, e consequentemente nas suas políticas. Um dos resultados consequentes é a emergência de iniciativas de clusters, com uma necessidade premente de apresentar objectivos a muito curto prazo, no sentido de assegurar o financiamento disponibilizado pelo Estado e de induzir o pagamento de quotas, por parte dos diferentes actores membros. Porém, este tipo de estratégia muitas vezes não incentiva a inovação e o desenvolvimento de valor acrescentado, dado que são os objectivos de longo prazo, mais exigentes 62/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters no envolvimento dos actores participantes, que induzem a I&D. A clusterização, trata-se de uma estratégia que vai muito além dos objectivos de curto prazo e sob a qual assenta a sustentabilidade do desenvolvimento económico e o sucesso dos seus actores, assim como o aumento da competitividade duma região. Neste contexto, promover uma estratégia de clusterização, implica a criação dum conjunto de instrumentos de suporte, que vão muito além da disponibilização de incentivos, numa fase inicial do processo. Criar uma cultura de competitividade assente em processos de clusterização, implica ter uma visão de longo prazo e um empenho por parte dos governos, que não se esgota voluntariamente na criação e promoção da própria iniciativa. 63/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 8. Bibliografia Cooke & Morgan (1998); The Associational Economy – Firms, Regions and Innovation; Oxford University Press, Oxford; Comissão Europeia (2003); European Trend Chart on Innovation – Cluster Policies; Enterprise Directorate –General; DTI (2004), A Pratical Guide to Cluster Development, England´s Regional Development Agencies; Fromhold, M. (2004), IKED (2004); The Cluster Policies Whitebook, Hombergs, August 2004; Ketels C. (2003); European Clusters; Harvard Business School, Boston MA, USA; Ketels C. (2003); The Development of the Cluster Concept – present experiences and further developments; Harvard Business School, trabalho apresentado na Conferência NRW, Duisburg, Germany, 5 Dec 2003; Landabaso, M. (2005); Learning About Innovation in Europe´s Regional Policy, European Comission; Marshal (1890), Principles of Economics, Macmillan, London; Porter (1990), The Competitive Advantage of Nations, New York; Free Press, 1990; Porter (2001); Clusters Of Innovation: Regional Foundations of U.S. Competitiveness, Council on Competitiveness, Washington, DC; UE (2002); Creating Smart Systems: A guide to cluster strategies in less favoured regions; European Unions – Regional Innovation Strategies, Abril 2002 64/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 9. Anexo 9.1. Instrumentos de Gestão Auxiliares ao Estudo e Implementação de Processos de Clusterização CARACTERIZAÇÃO DE CONTEXTOS, QUE ALAVANCAM OPORTUNIDADES DE CLUSTERIZAÇÃO DA ECONOMIA Através deste diagnóstico vai obter uma caracterização de uma determinada região, assim como o seu state-of-the-art relativamente ao potencial de implementação e desenvolvimento de dinâmicas de cooperação e estratégicas de clusterização. O diagnóstico permite uma avaliação em quatro domínios: Caracterização do contexto empresarial da região; Caracterização do contexto negocial da região; Percepção das entidades públicas sobre o desenvolvimento da região; Caracterização do desenvolvimento económico da região; Os resultados do presente diagnóstico permitirão analisar o state-of-the-art da prática de implementação e desenvolvimento de dinâmicas de cooperação e estratégicas de clusterização. Eventualmente, o presente diagnóstico serve enquanto instrumento de reflexão sobre e deve ser respondido: Em função da situação actual e da prática real das empresa; A todas as perguntas, evitando a opção “Não Se Aplica” ou “Não Sei”, sempre que possível; Enquanto recolha e sistematização de um maior número de empresas e outros organismos da região. 65/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO EMPRESARIAL DA REGIÃO 1. IDENTIFIQUE A TIPOLOGIA DE ACTIVIDADES EMPRESARIAIS DESENVOLVIDAS NA REGIÃO Número de Empresas Sector de Actividade Telecomunicações, computadores e electrónica Biotecnologia, medicina/saúde Energia Comércio tradicional Químicos e materiais Automóvel e aeronáutica Outras indústrias transformadoras Quais? ______________________ Montante Médio dos Investimentos (€) ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ Transportes Serviços financeiros Outros serviços Quais? ______________________ ____________ Agricultura Construção ____________ ____________ Outros. Quais? ______________________ ____________ 2. DE UMA FORMA GENERALIZADA, IDENTIFIQUE EMPRESAS IMPLANTADAS NA REGIÃO A Estrutura Organizacional TIPOLOGIAS DE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL EXISTENTE NAS Capital Privado Nacional Estrangeiro Capital Público Nacional Estrangeiro Responsabilidade Limitada Sociedades Anónimas Sociedade por Quotas Cooperativas Agrupamentos Complementares de Empresas Outras. Quais? ______________________ 3. IDENTIFIQUE OS PRINCIPAIS PRODUTOS/SERVIÇOS PRODUZIDOS NA REGIÃO Principais Produtos/Serviços 1. ____________________________________ 2. ____________________________________ 3. ____________________________________ 4. ____________________________________ 5. ____________________________________ 6. ____________________________________ Montante Médio do Volume de Vendas(€) ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ 66/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 4. DOS PRODUTOS/SERVIÇOS PRODUZIDOS NA REGIÃO, IDENTIFIQUE AQUELES QUE TÊM MAIS IMPACTO NO MERCADO INTERNACIONAL. Principais Produtos/Serviços 1. ____________________________________ 2. ____________________________________ 3. ____________________________________ 4. ____________________________________ Montante Médio do Volume de Vendas(€) ____________ ____________ ____________ ____________ 5. IDENTIFIQUE O TEMPO DE VIDA MÉDIO DAS EMPRESAS NA REGIÃO? Menos de três anos Entre três e cinco anos Entre cinco e sete anos Mais de sete anos 6. IDENTIFIQUE O VOLUME DE VENDAS MÉDIO DAS EMPRESAS DA REGIÃO. Nenhum Inferior a 25 000 € 25 000 € a 50 000 € 50 000 € a 150 000 € 150 000 € a 300 000 € 300 000 € a 375 000 € 375 000 € a 500 000 € 500 000 a 1 000 000 € Superiores a 1 000 000 € 7. IDENTIFIQUE O VOLUME DE VENDAS MAIS E MENOS ELEVADO DA REGIÃO. Nenhum Inferior a 25 000 € 25 000 € a 50 000 € 50 000 € a 150 000 € 150 000 € a 300 000 € 300 000 € a 375 000 € 375 000 € a 500 000 € 500 000 a 1 000 000 € Superiores a 1 000 000 € 8. IDENTIFIQUE SE OS VOLUMES DE VENDAS MAIS EXPRESSIVOS SÃO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO E/OU SERVIÇOS. Indústria Comércio Serviços 67/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 9. CARACTERIZE A DIMENSÃO MÉDIA DAS EMPRESAS DA REGIÃO Número de Trabalhadores [1 a 5 ] [6-10 ] [11 a 50 ] [51-200 ] [» 201] [n.d.] Número de Empresas Outros. Quais? ______________________ CARACTERIZAÇÃO DO CONTEXTO NEGOCIAL DA REGIÃO 10. QUAL O NÚMERO MÉDIO DE EMPRESAS, QUE PRETENDEM EXPANDIR O SEU NEGÓCIO? Número Médio de Empresas [1 a 5 ] [6-10 ] [11 a 50 ] [51-200 ] [» 201] [n.d.] Outro. Qual? ______________________ 11. IDENTIFIQUE PARA ONDE A MAIORIA DAS EMPRESAS PRETENDEM EXPANDIR OS SEUS NEGÓCIOS. Dentro da Região [1 a 5 ] [6-10 ] [11 a 50 ] [51-200 ] [» 201] [n.d.] Fora da Região [1 a 5 ] [6-10 ] [11 a 50 ] [51-200 ] [» 201] [n.d.] Outro. Qual? ______________________ Outro. Qual? ______________________ Fora do País [1 a 5 ] [6-10 ] [11 a 50 ] [51-200 ] [» 201] [n.d.] Outro. Qual? ______________________ 68/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 12. CARACTERIZE AS EXPECTATIVAS DAS EMPRESAS DA REGIÃO RELATIVAMENTE AO SEU FUTURO. Muito elevadas Elevadas Nulas Baixas Muito Baixas 13. AS IDENTIFIQUE SE AS EMPRESAS ENFRENTAM DIFICULDADES, PARA RECRUTAREM PESSOAS QUALIFICADAS Sim Não A) SE RESPONDEU EM 13, QUE AS EMPRESAS ENFRENTAM DIFICULDADES DE RECRUTAMENTO, IDENTIFIQUE QUAIS SÃO AS ÁREAS ONDE SE DENOTAM MAIORES CONSTRANGIMENTOS? CLASSIFIQUE NUMA ESCALA DE 1 – “MUITA DIFICULDADE” ATÉ 4 – “NENHUMA DIFICULDADE”. [1] Áreas de Actividade [2] [3] [4] Gestão Finanças Contabilidade Informática Marketing e vendas Qualidade Engenharia Formação Outras. Quais? 14. RELATIVAMENTE AOS PRODUTOS/SERVIÇOS, QUE AS EMPRESAS DA REGIÃO OFERECEM, IDENTIFIQUE A QUE NÍVEL ENCONTRAM MAIOR CONCORRÊNCIA,? Outras empresas locais Empresas nacionais Bens/Fornecedores estrangeiros 15. AS EMPRESAS DA REGIÃO CONSIDERAM AS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS E SECTORIAIS, ENQUANTO INSTRUMENTOS DE EXPANSÃO DOS SEUS NEGÓCIOS? Sim Não 69/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters A) IDENTIFIQUE AS ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS E SECTORIAIS DA REGIÃO MAIS REFERIDAS PELAS EMPRESAS 1. __________________________________ 2. __________________________________ 3. __________________________________ 4. __________________________________ 5. __________________________________ 16. IDENTIFIQUE OS SECTORES ONDE AS EMPRESAS DA REGIÃO MAIS INVESTIRIAM PARA DESENVOLVIMENTO DE NOVOS NEGÓCIOS. Sector de Actividade Telecomunicações, Computadores e Electrónica Biotecnologia, Medicina/Saúde Energia Comércio Tradicional Químicos e Materiais Automóvel e Aeronáutica Outras Indústrias Transformadoras Quais? ______________________ Número de Empresas Transportes Serviços Financeiros Outros Serviços Quais? ______________________ Agricultura Construção Outros. Quais? ______________________ 17. IDENTIFIQUE, POR ORDEM DE IMPORTÂNCIA, OS FACTORES QUE MAIS DIFICULTAM NÃO APRESENTE EXEMPLOS. A EXPANSÃO DAS EMPRESAS? 1. ___________________________________ 2. ___________________________________ 3. ___________________________________ 4. __________________________________ 5. ___________________________________ 70/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters PERCEPÇÃO DAS ENTIDADES PÚBLICAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO 18. EM MÉDIA, QUANTO TEMPO DESPENDEM OS RESPONSÁVEIS DAS EMPRESAS, POR MÊS, PARA LIDAREM EXIGÊNCIAS REGULAMENTARES DAS ENTIDADES PÚBLICAS REGIONAIS? ______ dias COM AS A) AS EMPRESAS CONSIDERAM, QUE O TEMPO DISPENDIDO COM AS EXIGÊNCIAS REGULAMENTARES E NORMATIVAS DAS ENTIDADES PÚBLICAS REGIONAIS, É: Muito pouco Razoável Demasiado 19. APROXIMADAMENTE, QUANTO TEMPO MEDEIA ENTRE A SOLICITAÇÃO E A RECEPÇÃO DE LICENÇAS E ALVARÁS, QUE PERMITEM OPERAR COMO EMPRESÁRIO (INCLUIR O TEMPO, QUE MEDEIA ENTRE A COMPRA DO TERRENO, CONSTRUÇÃO, LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES E INFORMAÇÃO, ATÉ À OBTENÇÃO DA RESPOSTA DO PEDIDO DE LICENÇA, CERTIFICADOS E RESPECTIVOS ALVARÁS, ETC) ______ dias A) EM MÉDIAS, AS EMPRESAS CONSIDERAM, RESPOSTA É: QUE O TEMPO DISPENDIDO ENTRE OS PEDIDOS E A RECEPÇÃO DE Muito pouco Razoável Demasiado 20. CLASSIFIQUE NUMA ESCALA DE 1 – “MUITO FREQUENTE” ATÉ 5 – “POUCO FREQUENTE” CADA UMA DAS PRÁTICAS DESENVOLVIDAS, PELAS ENTIDADES PÚBLICAS REGIONAIS, RELATIVAMENTE ÀS EMPRESAS. Práticas Desenvolvidas Pelas Entidade Públicas Regionais Ausência de comunicação Morosidade dos processos Existência de regulamentação sobreposta e contraditória Regulamentação muito complexa e impossível de ser cumprida As solicitações são imprevisíveis e dependem do funcionário Empenho na satisfação das necessidades das empresas Custos elevados e imprevisíveis Sempre Muito Frequente Frequente Pouco Frequente Raramente ou Nunca Acontece 71/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Uso do poder regional para resolução de conflitos Uso do poder regional para resolução de problemas com a administração central Corrupção e práticas irregulares 21. CLASSIFIQUE, POR ORDEM DE IMPORTÂNCIA AS TRÊS MEDIDAS MAIS IMPORTANTES, QUE AS ENTIDADES PÚBLICAS REGIONAIS PODEM INTRODUZIR, PARA TORNAR MAIS FÁCIL O CRESCIMENTO DAS EMPRESAS (NÃO DÊ EXEMPLOS) 1. ____________________________________________________________________________ 2. ____________________________________________________________________________ 3. ____________________________________________________________________________ 22. DAS MEDIDAS DA LISTA ABAIXO, E CLASSIFICANDO-AS NUMA ESCALA DE 1-“NADA IMPORTANTE” ATÉ 5-“MUITO IMPORTANTE”, IDENTIFIQUE AQUELAS QUE AS EMPRESAS GOSTARIAM QUE FOSSEM INTRODUZIDAS PELAS CÂMARAS MUNICIPAIS, PARA AJUDAREM NO DESENVOLVIMENTO E NA EXPANSÃO DAS EMPRESAS LOCAIS. Medidas Disponibilizar formação e informação técnica para as empresas locais Melhorar os procedimentos e a regulamentação inerente a actividades empresariais Disponibilizar de forma sistemática informação sobre o desenvolvimento económico local e empresarial Contribuir para o desenvolvimento de infraestruturas de apoio às empresas Reforma da política fiscal Outras. Quais? ______________ Outras. Quais? ______________ [1] [2] [3] [4] [5] 72/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 23. COM BASE NO CONTEXTO ACTUAL REGIONAL, CLASSIFIQUE O IMPACTO QUE OS SEGUINTES FACTORES – INFRAESTRUTURAS, SERVIÇOS PÚBLICOS, QUALIDADE DE VIDA E OUTROS - INDUZEM NO DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS LOCAIS. Infraestruturas Nenhum Impacto Pouco Impacto Impacto Moderado Muito Impacto Impacto Muito Significativo Nenhum Impacto Pouco Impacto Impacto Moderado Muito Impacto Impacto Muito Significativo Nenhum Impacto Pouco Impacto Impacto Moderado Muito Impacto Impacto Muito Significativo Rodovias Ferrovias Aeroportos Acesso e serviço de portos Parques e espaços para alocação das empresas Serviços Públicos Carga fiscal Licenças, Alvarás, etc. Fornecimento de energia eléctrica Fornecimento das águas Tratamento dos resíduos sólidos Disponibilidade de telecomunicações Protecção policial Protecção e controlo de fogos Parqueamentos Qualidade de Vida Assistência médica e hospitalar Sistema educacional Hotéis e pousadas Instalações para conferências, seminários, etc Custo das telecomunicações Crime, roubo e desordem Disponibilidade de moradias Actividades de lazer e recreação 73/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Outros Nenhum Impacto Pouco Impacto Impacto Moderado Muito Impacto Impacto Muito Significativo Mão de obra qualificada Regulamentações comerciais e alfandegárias Corrupção Acesso aos financiamentos Disponibilidade de serviços de apoio ás empresas 24. COM BASE NO CONTEXTO ACTUAL, CLASSIFIQUE O NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO QUE OS SEGUINTES FACTORES – INFRAESTRUTURAS, SERVIÇOS PÚBLICOS, QUALIDADE DE VIDA E OUTROS – APRESENTAM NA REGIÃO. Infraestruturas Desenv. Inexistente Fraco Desenv. Desenv. suficiente Desenv. Necessário/ Adequado Excelente Desenv. Desenv. Inexistente Fraco Desenv. Desenv. suficiente Desenv. Necessário/ Adequado Excelente Desenv. Desenv. Inexistente Fraco Desenv. Desenv. suficiente Desenv. Necessário/ Adequado Excelente Desenv. Rodovias Ferrovias Aeroportos Acesso e serviço de portos Parques e espaços para alocação das empresas Serviços Públicos Carga fiscal Licenças, Alvarás, etc. Fornecimento de energia eléctrica Fornecimento das águas Tratamento dos resíduos sólidos Disponibilidade de telecomunicações Protecção policial Protecção e controlo de fogos Parqueamentos Qualidade de Vida Assistência médica e hospitalar Sistema educacional Hotéis e pousadas Instalações para conferências, seminários, etc Custo das 74/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters telecomunicações Crime, roubo e desordem Disponibilidade de moradias Actividades de lazer e recreação Outros Desenv. Inexistente Fraco Desenv. Desenv. suficiente Desenv. Necessário/ Adequado Excelente Desenv. Mão de obra qualificada Regulamentações comerciais e alfandegárias Corrupção Acesso aos financiamentos Disponibilidade de serviços de apoio ás empresas 25. CLASSIFIQUE NUMA ESCALA DE 1 – “MUITO MAU” ATÉ 5 – EXCELENTE, OS SERVIÇOS DE APOIO DISPONIBILIZADOS PELAS SEGUINTES ENTIDADES, ÀS PME´S LOCAIS Muito Mau Apoio a PME´s Associações empresariais Associações profissionais Câmaras municipais Administração central Entidades profissionais privadas Entidades de desenvolvimento económico local Entidades de desenvolvimento económico regional Entidades financeiras Organizações internacionais Organizações não governamentais Mau Satisfatório 26. NA GENERALIDADE, COMO CONSIDERAM AS EMPRESAS AS RELAÇÕES CLASSIFIQUE NUMA ESCALA DE 1 – “MUITO MAU” ATÉ 5 – EXCELENTE Relações de Trabalho Câmara municipal Juntas de freguesia Finanças Entidades de desenvolvimento económico Entidades Financeiras Muito Mau Mau Satisfatório Bom COM Excelente OS SEGUINTES ORGANISMOS? Bom Excelente 75/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 27. QUAIS SÃO OS DEPARTAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, QUE MAIS CONTRIBUEM (POSITIVAMENTE) PARA O DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS LOCAIS? E PORQUÊ? 28. QUAL SÃO OS DEPARTAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, QUE AFECTAM NEGATIVAMENTE DESENVOLVIMENTO DAS EMPRESAS LOCAIS? E PORQUÊ? O 29. CONSEGUE IDENTIFICAR O DEPARTAMENTO DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL RESPONSÁVEL, PELA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO LOCAL? Sim. Não A) SE RESPONDEU SIM, IDENTIFIQUE QUAL È O DEPARTAMENTO. _________________________________________ 30. QUAIS DAS ENTIDADES A SEGUIR (SE HOUVER) APRESENTADAS, É A MAIS ACTIVA NA PROMOÇÃO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO LOCAL. IDENTIFIQUE APENAS UMA. DO Presidência da câmara Parcerias público-privada Entidades privadas Entidades públicas Outro. Qual? _______________________ 76/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 31. A ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL FORNECE A ENTIDADES EXTERNAS PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO? À REGIÃO, ALGUM FINANCIAMENTO ORIENTADO Sim. Não A) SE RESPONDEU SIM, IDENTIFIQUE O DEPARTAMENTO ______________________________________________ QUE 32. QUAIS DAS SITUAÇÕES ABAIXO REFERIDAS MELHOR CARACTERIZA ECONÓMICO NA REGIÃO? DISPONIBILIZA A ORGANIZAÇÃO ESSE DO FINANCIAMENTO. DESENVOLVIMENTO A câmara municipal é a principal responsável pelas actividades de desenvolvimento económico local As actividades de desenvolvimento económico local estão distribuídas por diferentes entidades, independentes entre si O desenvolvimento económico local está centralizado, sendo algumas actividades desenvolvidas de forma independente O desenvolvimento económico local é da responsabilidade de uma agência pública, que para além deste fim, tem outras responsabilidades comunitárias O desenvolvimento económico local é da responsabilidade de uma agência privada, que para além deste fim, tem outras responsabilidades comunitárias Não sei CARACTERIZAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA REGIÃO 33. POR ORDEM DE IMPORTÂNCIA, QUAIS SÃO OS TRÊS SECTORES/INDÚSTRIAS QUE MAIS TÊM VINDO A CRESCER NA REGIÃO? 1. ___________________________________ 2. ___________________________________ 3. ___________________________________ 77/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 34. POR ORDEM DE IMPORTÂNCIA, QUAIS SÃO OS TRÊS SECTORES/INDÚSTRIAS QUE MENOS TÊM VINDO A CRESCER NA REGIÃO ? 1. ___________________________________ 2. ___________________________________ 3. ___________________________________ 35. IDENTIFIQUE OS TRÊS ASPECTOS (CONTEXTUAIS/AMBIENTE), QUE MAIS CONTRIBUEM PARA ATRAIR INVESTIDORES, PARA A REGIÃO. 1. ___________________________________ 2. ___________________________________ 3. ___________________________________ 36. IDENTIFIQUE OS FACTORES (CONTEXTUAIS/AMBIENTE) QUE MENOS CONTRIBUEM PARA ATRAIR INVESTIDORES PARA A REGIÃO. 1. ___________________________________ 2. ___________________________________ 3. ___________________________________ 37. CARACTERIZE O AMBIENTE NEGOCIAL DA REGIÃO, NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS. Melhorou Permaneceu igual Piorou 38. IDENTIFIQUE AS TRÊS PRINCIPAIS MEDIDAS, QUE PODERIAM CONTRIBUIR, PARA O DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA REGIONAL E LOCAL 1. ___________________________________ 2. ___________________________________ 3. ___________________________________ 78/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 39. COMO DESCREVE O DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO DA REGIÃO, NOS ÙLTIMOS CINCO ANOS? Crescimento rápido Crescimento moderado Crescimento lento A base da economia está estável, não se denotando crescimento ou declínio Declínio modesto Declínio significativo 40. A REGIÃO POSSUI UM PLANO OFICIAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO? Sim. Não A) SE RESPONDEU SIM À QUESTÃO 40. NO PROCESSO DE DEFINIÇÃO QUAL DOS MÉTODOS ABAIXO APRESENTADOS FOI APLICADO ? DO PLANO DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO Levantamento das necessidades empresariais Auscultação dos cidadãos e das entidades mais representativas da região Formação de task forces representativas do sistema de inovação regional e levantamento das suas necessidades Formação de task forces representativas dos principais sectores da região e levantamento das suas necessidades Realização de encontros abertos/recolha de opiniões públicas Inspecções/avaliações das condições e das infraestruturas de apoio ás empresas existentes Levantamento de estudos realizados por consultores Análise e interpretação dos dados económicos regionais e locais Levantamento de informações junto das agências públicas responsáveis pelo desenvolvimento económico Outro. Qual? ________________________ Outro. Qual? ________________________ 79/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 9.2. Guia de Clusterização Referência para a Implementação de Processos de Através deste diagnóstico vai obter uma avaliação do potencial da região, para o desenvolvimento de estratégias de clusterização O diagnóstico permite uma avaliação em oito domínios: Promoção da inovação; Promoção de I&D; Desenvolvimento de competências; Promoção de investimento interno; Reforço das dinâmicas internacionais; Acesso a Financiamento; Promoção do empreendedorismo; Criação de condições favoráveis ao negócio Os resultados do presente diagnóstico permitirão avaliaras acções e medidas, já implementadas, em detrimento das áreas de sustentabilidade das estratégias de clusterização. O presente diagnóstico deve constituir-se enquanto instrumento de reflexão e deve ser respondido: Em função da situação actual e da prática real de cada região; Indicando com uma “X” uma resposta para cada medida~. 80/92 Criação de Condições Favoráveis ao Negócio Promoção do Empreendedori smo Acesso a Financiamento Reforço das Dinâmicas Internacionais Desenvolvimen to de Competências Promoção de Investimento Interno Acções e Medidas de Intervenção Promoção de I&D Áreas de Sustentabilidade Promoção da Inovação Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Fomento das Interligações entre Empresas Reforço da Cooperação Tecnológica entre Universidades Estabelecimento de Dinâmicas de Cooperação entre Associações Criação de Agências Âncora Dinamização de Eventos (conferencias, visitas e workshops de apresentação) Criação de Dinâmicas de Cooperação de Caracter Estratégico Desenvolvimento de Centros de Excelência Criação de Condições para o Desenvolvimento da Cooperação Desenvolvimento de Acções de Marketing Regional Oferta de Aconselhamento Técnico e Consultoria Empresarial Oferta de Packages de Formação Garantir a Existência de Competências Base Oferta de Consultoria Financeira e de Financiamento Assegurar a Existências de Condições de Transporte e Mobilidade Garantir a Existência de Infraestruturas de Apoio à Inovação Criação de Programas de Apoio à Transferência de Tecnologia Disponibilização de Apoios Financeiros 81/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Apoio ao Desenvolvimento de Produto Criação de Facilidades Para Desenvolvimento de Projectos de Investigação Identificação de Novos Concorrentes Apoio em Termos de Mobilidade da Força de Trabalho Garantir a Prestação de Serviços Especializados e Apoio à Criação de Novas Empresas Apoio ao Desenvolvimento das Cadeias de Valor Disponibilização de Serviços Market Intelligence Criação de Redes de Facilitadores 82/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters 9.3. Auto Avaliação Sobre o Potencial de Desenvolvimento de Praticas da Cooperação Através deste diagnóstico vai obter uma avaliação do potencial para o desenvolvimento e participação em práticas de cooperação. O diagnóstico permite uma avaliação em seis domínios: A cultura empresarial; As redes de conhecimento; A Envolvente e as dinâmica de cooperação; As actividades das práticas de cooperação; O contributo para o desenvolvimento e expansão de actividades em cooperação; As práticas de cooperação, enquanto instrumento de apoio ao processo de decisão Os resultados do presente diagnóstico permitirão medir o potencial de cooperação das empresas, servindo eventualmente, como um instrumento de reflexão sobre a estratégia de desenvolvimento e expansão da empresa. O questionário apresentado deve ser respondido: Em função da situação actual e da prática real de cada empresa; A todas as perguntas, evitando a opção “Não Sei”, sempre que possível; Indicando com uma “X” uma resposta para cada pergunta. 83/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters A Cultura Empresarial Sim Não Não Sei A empresa tem um plano estratégico definido e formalizado, através de documento próprio? O plano estratégico considera o desenvolvimento de parcerias e/ou integração em redes de cooperação? È possível identificar os factores críticos da prática de cooperação, através da análise da estratégia da empresa? Toda a empresa tem conhecimento das diferentes parcerias estabelecidas pela mesma ? A empresa considera o desenvolvimento de práticas de cooperação uma alternativa ao desenvolvimento interno de actividades-chave ? A empresa considera as práticas de cooperação uma fonte de identificação e desenvolvimento de novas tecnologias ? A empresa estabelece práticas de cooperação com diferentes entidades da região em que se encontra ? A empresa sugere habitualmente a constituição de redes de cooperação com clientes e fornecedores com os quais se relaciona? Os clientes/fornecedores valorizam as práticas de cooperação estabelecidas pela empresa ? A empresa é sistematicamente vigilante ás tendências e evoluções de mercado ? A empresa confia nas políticas e no desempenho das entidades públicas ? Soma das Respostas Por Coluna Se obter mais de três respostas na coluna “Não Sei” procure informar-se melhor. Após esse trabalho opte por “Sim” ou “Não”, na medida do possível, até obter um máximo de três respostas nesta coluna. Coluna “SIM” • Se obteve mais de 8 respostas: Constata-se que a cultura da empresa é aberta, abrangente e propicia ao estabelecimento de práticas de cooperação. Existe um conhecimento generalizado da estratégia da empresa, associado a “capital social”, que assegura a geração de valor através do estabelecimento de práticas de cooperação. • Entre 4 e 8 respostas: A cultura da empresa é propicia ao desenvolvimento de práticas de cooperação. Porém, é necessário que a sua estratégia seja mais explicita, para todos aqueles, que contribuem para o seu desenvolvimento. Este facto é extensivo ás práticas de cooperação em que a empresa participa, sendo crucial, para obtenção do retorno máximo das mesmas, a identificação dos aspectos críticos ao seu desenvolvimento. • Menos de 4 respostas: A empresa possui um grave déficit em termos de estratégia. É necessário fazer uma planificação válida do negócio, para um tempo determinado. Existe necessidade de organização e de identificação do valor a gerar, evidenciando eventuais parcerias a estabelecer e salientando os aspectos fortes e fracos dessas mesmas parcerias, para a obtenção dos objectivos delineados. 84/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters As Redes de Conhecimento Sim Não Não Sei A empresa tem conhecimento da existência de redes de conhecimento (formais e/ou informais) sobre tendências de mercado, tecnologias, materiais, fornecedores, etc..? Consegue identificar as fontes de conhecimento mais relevantes para a empresa ? Existem pressupostos anuais para o acesso a redes de conhecimento ? Existe alguém na empresa com responsabilidade de identificar e seleccionar parcerias e redes de conhecimento de interesse, para o desenvolvimento da estratégia da empresa? Existe alguém responsável na empresa, por fazer vigilância competitiva em termos de práticas de cooperação ? Tem conhecimento do trabalho desenvolvido por algumas das redes de conhecimento existentes na Europa ? Utiliza habitualmente a internet para obter as informações que necessita, sobre redes de conhecimento nacionais e internacionais ? É habitual contactar com os centros tecnológicos, universidades, consultores especialistas externos em áreas e tecnologias chave, para a empresa ? A empresa dispõe de uma bolsa de consultores externos, por área de experiência e grau de disponibilidade, com quem desenvolve parcerias? A empresa contactou alguma vez um consultor externo, para validar informações e relatórios internos ? Costuma participar em workshops relacionados com o seu sector ? Quando participa em workshops, feiras, costuma identificar redes de conhecimento sobre as quais pretende obter informação? Sobre como a pode obter ? Soma dos Pontos Por Coluna Se obter mais de três respostas na coluna “Não Sei” procure informar-se melhor. Após esse trabalho opte por “Sim” ou “Não”, na medida do possível, até obter um máximo de três respostas nesta coluna. Coluna “SIM” • Se obteve mais de 8 respostas: Constata-se que existe um elevado grau de vigilância em torno das redes de conhecimento relevantes, para a empresa. Ao persistir no desenvolvimento desta estratégia e explorando adequadamente a sua participação nas diferentes redes de conhecimento, será difícil supreendelo. • Entre 4 e 8 respostas: A empresa tem uma estratégia de desenvolvimento demasiado “tradicional”. Será necessário avaliar mais sistematicamente o trabalho desenvolvido, pelas redes de conhecimento, enquanto instrumento de competitividade e explorar adequadamente as suas potencialidades. • Menos de 4 respostas: A empresa deve começar a identificar as redes de conhecimento existentes, avaliando os seus pontos fortes e fracos e analisando as mesmas, enquanto fonte eventual de informação. 85/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters A Envolvente e as Dinâmica de Cooperação Sim Não Não Sei A empresa tem criado responsabilidades e procedimentos, para explorar de forma sistemática as dinâmicas de cooperação, existentes em torno de: Fornecedores Clientes Concorrentes Empresas de referência no sector Entidades da região Tecnologias chave em uso (patentes, I&D, bibliografia técnica, oferta de tecnologias, etc..) Novas Tecnologias (patentes, I&D, bibliografia técnica, oferta de tecnologias, etc..) Produtos substitutos e actividades complementares Oportunidades de negócio (ex. concursos públicos) Sistema educacional (universidades, escolas técnicas e profissionalizantes, entidades formadoras, etc..) Sistema científico e tecnológico (centros tecnológicos, laboratórios, centros de tratamento de materiais, etc..) Legislação aplicável (novas disposições legais, etc...) Soma dos Pontos Por Coluna Se obter mais de três respostas na coluna “Não Sei” procure informar-se melhor. Após esse trabalho opte por “Sim” ou “Não”, na medida do possível, até obter um máximo de três respostas nesta coluna. Coluna “SIM” • Se obteve mais de 8 respostas: A empresa tem uma atitude proactiva relativamente ás práticas de cooperação, o que lhe assegura a obtenção de informação chave antes da concorrência e a estar preparado para as alterações mais significativas do mercado. • Entre 4 e 8 respostas: A empresa tem um sistema de identificação das práticas de cooperação mais referenciadas. Porém, devia analisar convenientemente essas dinâmicas de rede, entre outras, que eventualmente são detentoras de informação preciosa, para o desenvolvimento do seu negócio. • Menos de 4 respostas: A gestão e uso das práticas de cooperação, enquanto instrumento de competitividade é muito deficiente. A empresa devia começar a seleccionar e a organizar sistematicamente as práticas de cooperação já constituídas, começando, por aquelas que são mais críticas, para o desenvolvimento do seu negócio. 86/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters As Actividades das Práticas de Cooperação Sim Não Não Sei A empresa tem informação sistematizada sobre as experiências de cooperação em que participou e os resultados alcançados ? Existem periodicamente, reuniões internas, para reflectir sobre as actividades desenvolvidas em cooperação ou sobre práticas de cooperação onde a empresa pretende participar ? As reuniões internas relativas ao desenvolvimento de práticas de cooperação, envolvem pessoas de diferentes departamentos e com diferentes opiniões sobre a estratégia de desenvolvimento da empresa ? A avaliação do impacto e dos resultados das práticas de cooperação são validadas e complementadas com recursos a diversas fontes de informação ? Existe na empresa um sistema de análise, aprovado pela Administração, conhecido por todos, para classificar e qualificar as práticas de cooperação existentes ? As actividades desenvolvidas no seio das práticas de cooperação em que a empresa participa, são avaliadas, de acordo com o sistema interno existente ? Foram estabelecidos procedimentos de trabalho para dinamizar práticas de cooperação ? A informação recolhida através da exploração de práticas de cooperação é armazenada em algum repositório ? Existe algum critério para filtrar a informação, que não tem qualidade e é pouco fiável ? Existe alguém responsável, por garantir a qualidade da informação, sobre as práticas de cooperação em que a empresa participa ou pretende integrar ? È desenvolvido um plano estratégico e são definidas recomendações relativamente ás actividades a desenvolver em cooperação ? Soma dos Pontos Por Coluna Se obter mais de três respostas na coluna “Não Sei” procure informar-se melhor. Após esse trabalho opte por “Sim” ou “Não”, na medida do possível, até obter um máximo de três respostas nesta coluna. Coluna “SIM” • Se obteve mais de 8 respostas: A empresa tem uma boa prática de avaliação e análise das práticas de cooperação e do retorno alcançado. • Entre 4 e 8 respostas: A empresa avalia certas informações inerentes a práticas de cooperação. Porém, deve melhorar algumas componentes do processo de análise, tratamento e armazenamento de informação inerente ás práticas de cooperação, quer das existentes, quer sobre aquelas onde a empresa desenvolve actividades. • Menos de 4 respostas: De nada serve ter a informação, se não se analisa a mesma, de forma adequada. A compreensão dos objectivos e do funcionamento de cada práticas de cooperação é muito mais importante, que a sua simples identificação e integração. A empresa deverá nomear um responsável, que reflicta sobre o modo e os critérios, para filtrar, classificar, avaliar e analisar as práticas de cooperação. Será importante referir que as práticas de cooperação devem estar necessariamente ligados com o processo de tomada de decisão. 87/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Contributo Para o Desenvolvimento e Expansão das Práticas de Cooperação Sim Não Não Sei A empresa considera substituír/complementar o desenvolvimento interno de determinadas actividades, por parcerias com outras entidades ? A criação e desenvolvimento de plataformas de comunicação a utilizar especificamente em práticas de cooperação é um conceito impensável para a empresa ? A criação de ferramentas avançadas, com o intuito de agilizar a gestão de práticas de cooperação parece ser imprescindível ? Existem procedimentos acordados para distribuir as informações de maior importância entre os vários actores das parcerias em que participa ou pretende participar ? Nas práticas de cooperação onde pretende participar, são utilizadas as ferramentas de comunicação tradicionais, para cumprir com os procedimentos acordados ? Considera a existência de algum processo de distribuição de informação personalizado, para os actores da parceria ? A título de exemplo, segundo perfis de interesse ? Reconhece a importância da partilha de toda e qualquer informação e da tomada de decisão em conjunto e maioritário, para expandir as actividades em cooperação ? È fundamental um método de trabalho e de funcionamento sistematizado, para formalizar e distribuir responsabilidades entre os diferentes parceiros ? Só participa em práticas de cooperação onde o retorno seja equitativo, para todos os actores independentemente do seu contributo ? A existência de um sistema, que recompense os actores duma parceria em função da sua participação e envolvimento, constitui um critério de selecção de parcerias negativo ? Nas práticas de cooperação onde participou ou pretende integrar existe formalmente um gestor/responsável pela gestão da parceria. Isso é fundamental para dar o seu contributo ? Existe um sistema de avaliação e de decisão em torno das actividades a desenvolver, enquanto parceria ? Soma dos Pontos Por Coluna Se obter mais de três respostas na coluna “Não Sei” procure informar-se melhor. Após esse trabalho opte por “Sim” ou “Não” na medida do possível até obter um máximo de três respostas nesta coluna. Coluna “SIM” • Se obteve mais de 8 respostas: A empresa atingiu um elevado nível de compreensão sobre as vantagens das práticas de cooperação. • Entre 4 e 8 respostas: A empresa tem potencial para desenvolver práticas de cooperação, porém ainda não sabe tirar o maior partido das mesmas. È necessário potenciar o capital humano – articulação - antes de se preocupar com os resultados finais. • Menos de 4 respostas: A empresa não compreende as vantagens do trabalho em cooperação. É fundamental ter capacidade para articular ideias e projectos, entre diversos actores. Para tal, o entendimento claro sobre os procedimentos e a práticas de cooperação em si, é essencial. 88/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters As Práticas de Cooperação, Enquanto Instrumento de Apoio ao Processo de Decisão Sim Não Não Sei As actividades das práticas de cooperação desenvolvidas pela empresa influenciam os processos de tomada de decisão estratégicos ? Quando a parceria se afasta da estratégia da empresa (actor), são sugeridas melhorias ? Quando as práticas de cooperação alcançam resultados significativos, para o negócio da empresa, esta reconhece o trabalho realizado e reforça a sua participação ? São sempre transmitidas à empresa as variações de critérios de vigilância e de avaliação do mercado adoptados, pelas parcerias ? São feitas recolhas e análises de informação especificas e aprofundadas antes da integração da empresa em práticas de cooperação ? São solicitadas informações sobre o mercado junto dos actores das práticas de cooperação, sempre que a empresa não consegue aceder ás mesmas por si só ? A solicitação de apoio a outros actores da parceria, deve ser feito formalmente ? A título de exemplo, por escrito ? O processo de decisão no seio de uma parceria deve ser sempre e indiscutivelmente por unanimidade ? Deve ser redigido algum procedimento ou desenvolvida alguma política de privacidade, para identificar com facilidade o tipo de apoio e de informação, que os diferentes actores podem solicitar à parceria ? Considera a existência de informações de natureza confidencial e que só podem ser utilizadas, no âmbito da parceria ? e nunca numa óptica individual de cada actor? Só a administração da empresa deve ter acesso a informações e ás actividades desenvolvidas no âmbito das práticas de cooperação ? Consideraria o desenvolvimento de actividades no seio de uma parceria contrária à estratégia de desenvolvimento da sua empresa ? Soma dos Pontos Por Coluna Se obter mais de três respostas na coluna “Não Sei” procure informar-se melhor. Após esse trabalho opte por “Sim” ou “Não” na medida do possível até obter um máximo de três respostas nesta coluna. Coluna “SIM” • Se obteve mais de 8 respostas: A empresa utiliza correctamente as práticas de cooperação, enquanto instrumento de apoio ao processo de tomada de decisão. • Entre 4 e 8 respostas: A empresa tem que melhorar alguns aspectos relativamente à utilização e gestão das parcerias, pelo menos, enquanto instrumento de apoio ao processo de tomada de decisões. Por outro lado, a empresa tem de se capacitar, relativamente à preservação de informações de uso mais restrito. • Menos de 4 respostas: A empresa deve exigir informação antes dos processos chave de tomada de decisão internos. De outro modo, a participação numa prática de cooperação, pode ser considerada infortuita, sendo que num prazo curto de tempo qualquer actividade terá pouco ou nenhum retorno, para a mesma. 89/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Análise Global Resultados no Quadrante Superior “Se obteve mais de 8 respostas”: • Se obteve mais de 3 respostas: A empresa revela grande potencial de desenvolvimento de práticas de cooperação. Reconhece as vantagens e o retorno deste tipo de investimento, contribuindo sendo que pode, para o aperfeiçoamento destas práticas, quer em termos humanos, quer em termos operacionais. • Entre 2 e 3 respostas: A empresa reconhece a mais valia das práticas de cooperação, mas não desenvolve esforços suficientes, para obter o retorno desejado. Seria fundamental identificar as questões chave e implementar uma maior ligação com o plano estratégico de desenvolvimento da própria empresa. Considerase que a empresa tem potencial de desenvolvimento de práticas de cooperação, mas revela desde inicio muitas fragilidades, que eventualmente, poderão por em risco a confiança entre actores e necessariamente, as actividades a desenvolver em cooperação. • Menos de 2 respostas: A empresa possui fraco potencial de desenvolvimento de práticas de cooperação. Tem uma visão estratégica de desenvolvimento muito tradicional e que mais tarde ou mais cedo irá colidir com as suas necessidades e com as tendências de mercado. Tente criar “laços” com algumas entidades da sociedade civil, interesse pelo desenvolvimento da sua região e contribua sempre que lhe seja possível. Verá que poderá ser um bom inicio para obter outras vantagens para o reforço da sua capacidade negocial. 9.4. Reflexão Sobre a Capacidade Inovadora De Um Cluster O presente questionário pretende constituir-se enquanto instrumento de reflexão sobre a capacidade inovadora de um determinado cluster. Classifique numa escala de 1 – “Descordo” até 5 – “Concordo” cada uma das seguintes situações: Liderança, Estratégia e Recursos Humanos [1] [2] [3] [4] [5] A gestão do cluster está envolvida no processo de inovação O lançamento de novos produtos é sujeito a planificações e em função do tempo d a sua vigência no mercado O cluster dispõe de recursos humanos de acordo com a planificação de lançamento de novos produtos 90/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Criação de Novos Produtos [1] [2] [3] [4] [5] [1] [2] [3] [4] [5] [1] [2] [3] [4] [5] São recolhidas e sistematizadas as ideias (de clientes, trabalhadores, fornecedores...) que podem gerar novos produtos São seleccionadas as melhores ideias com base nas capacidades do cluster e na sua competitividade internacional É avaliada a viabilidade técnica, económica e comercial dos potenciais novos produtos Desenvolvimento de Novos Produtos Todo o processo de desenvolvimento de novos produtos é orientado para um cliente As características dos novos produtos são dadas a conhecer a todos os actores do cluster, desde o inicio O processo de desenvolvimento dos novos produtos está devidamente planificado (calendários, responsáveis pela gestão do projecto, recursos humanos e financeiros disponíveis...) São realizados testes em cada uma das fases de desenvolvimento do produto Processo Produtivo Os diferentes actores conhecem as tecnologias de fabrico disponíveis no seio do cluster É avaliado o custo de fabrico de novos produtos São planificados os investimentos ao nível das linhas de produção O processo de inovação integra os aspectos chave do cluster Estão disponíveis instrumentos e metodologias de identificação de oportunidades de inovação A gestão do cluster está envolvida na estruturação e redefinição de processos produtivos 91/92 Manual: um contributo para o desenvolvimento de uma política de clusters Organização [1] [2] [3] [4] [5] [1] [2] [3] [4] [5] O cluster dispõe de uma equipa especificamente responsável pelo processo de inovação Existem metodologias de trabalho especificas para os projectos de inovação As exigências operacionais do cluster impedem maior dedicação ao processo de inovação O processo de inovação depende do Conselho de Administração do cluster Gestão de Conhecimento e Tecnologia São identificadas e caracterizadas todas as tecnologias chave existentes no seio do cluster São conhecidas por todos os actores do cluster, as capacidades dos fornecedores É feita vigilância competitiva em relação aos processo e aos produtos É feita gestão de propriedade intelectual (marcas, direitos de autor, patentes, etc...) São utilizadas metodologias e técnicas que facilitam a gestão do processo de inovação 92/92