Junho / 2007
Por Paulo Alfredo Nicolau – Assistente Técnico (Aviagen do Brasil)
INTRODUÇÃO:
Com o advento das linhagens de conformação atendendo as necessidades
da indústria avícola, muitos são os pontos que passam a interagir no sucesso
da criação, sendo necessário o envolvimento de toda a cadeia produtiva.
Essas aves apresentam um perfil de crescimento inicial rápido. Trabalhar
as dietas pré iniciais com textura e níveis adequados, manejo e o controle da ambiência, são pontos fundamentais para se obter o máximo
desempenho.
A ingestão imediata de ração e água são fundamentais para a obtenção de
um bom peso aos 7 dias. Segue abaixo alguns pontos:
• Estabelecer uma condição de conforto à ave, temperatura e ventilação mínima adequada conferem uma boa distribuição e nível de atividade das aves.
Figura 1: Colocação das faixas de maneira intercalada com os
equipamentos e área de aquecimento livre.
•A ingestão de água vai facilitar o trânsito alimentar, uma vez que papo
e moela possuem uma motilidade baixa.
•Alta taxa metabólica voltada para o crescimento com maior deposição
de proteína na fase inicial.
•A ingestão de alimentos exerce estimulo sobre o intestino, suas estruturas e secreções.
•A nutrição adequada é importante para o desenvolvimento da Bursa.
•Manter a correlação de peso aos 7 dias; para cada grama a mais com 7
dias teremos condições de obter de 7 a 10 g com 42 dias.
EXPERIMENTO:
Nos primeiros trabalhos realizados, o objetivo foi quantificar o consumo
de ração em 24 horas e trabalhar o estímulo para consumo.
Segue abaixo alguns pontos:
•Lote Ross com 16.160 aves com idade da matriz de 47 semanas e peso
inicial de 41 gramas.
•Quantidade de aves para teste = 2.000 aves.
•Área do círculo = 42 m².
•Densidade = 47,60 aves por m².
•Equipamentos: 31 comedouros (sendo 18 tuboflex e 13 tubulares
infantis), 24 bebedouros (sendo 6 pendulares e 18 infantis) e duas
campânulas a gás.”
•Temperatura ambiente de 31°C e de cama de 28 a 30°C.
•Colocação de seis faixas de papel de 0,40 cm. x 6,00 m = 14,40 m²
– aproximadamente / 30% da área do círculo.
Figura 2: Distribuição ou layout dos equipamentos abrangendo toda
a área do círculo.
PONTOS LEVANTADOS:
•A distribuição das aves segue a colocação das folhas de papel;
quanto mais bem distribuídas, melhor será a ocupação da área do
círculo.
•Existe uma tendência nas primeiras horas que as aves consumam
mais ração no papel do que propriamente nos equipamentos; após o
primeiro dia, as mesmas passam a ocupar os equipamentos infantis
com maior frequência.
•Na figura 3, optamos por forrar as linhas de comedouros infantis (já
com uma melhor taxa de ocupação nas primeiras horas). Observe os
tuboflex ainda vazios com o mesmo tempo de alojamento (restrição
de consumo mesmo com a altura ajustada).
Figura 6: Papel limpo e sem umidade
Figura 3: Ocupação uniforme das aves na área do papel.
•Quando o papel é mal distribuído no círculo, as aves seguem a mesma
tendência.
•Não devemos colocar papel embaixo de fonte de calor, conforme
mostra a figura 4.•
Figura 7: materiais alternativos.
•Manter sempre uma excelente condição de limpeza do papel (figura 8).
Figura 4: Má distribuição das aves.
Figura 8: Troca de papel, evitando umidade e sujidades (problemas entéricos)
•A ração deve ser distribuída no papel de forma homogênea, não
concentrada em um único ponto com grande volume, conforme
mostram as figuras abaixo:
•A troca de material (papel) é importante evitando o excesso de sujidades
e umidade, conforme figura 6; materiais alternativos como cortina ou
Figura 5: Distribuição homogênea de ração e excesso de volume em
um único ponto.
sacos de ráfia podem ser utilizados mas possuem limitações por não
serem absorventes (figura 7).
CONCLUSÃO:
A utilização de papel para forração de círculos tem sido uma prática de
manejo indicada para a melhoria do consumo de ração; tal fato não exime
o investimento em equipamentos infantis. O estímulo para consumo é
fundamental na boa formação do sistema digestivo; 70% do nosso objetivo
para obtenção de peso está na qualidade entérica das aves.
O consumo de ração vai estar ligado a outros fatores como qualidade de
pintos (vivacidade e hidratação), idade da matriz e o peso do pinto, manejo
(fator humano), equipamentos e ambiência.
Após 24 horas, foram realizadas amostragens com médias de 93 a 94% de aves
com papo cheio (sem papel, de 11 a 12% a menos de aves com o papo cheio).
Duas empresas contribuíram com os testes. Além disso, outros testes para apurar
os números com maior precisão foram realizados, o que permitiu concluir:
1.O consumo médio de ração utilizando papel foi ao redor de 8g/ave;
2.O consumo de ração sempre foi mais baixo quando da não utilização
de papel (25% menor);
3.O peso de 7 dias foi de 5 a 6% superior quando da utilização de papel.
É importante ressaltar que estamos falando em números médios, onde o
propósito é mostrar ou pelo menos indicar os benefícios do uso do papel.
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Utilização de papel para forração de pinteiros