AS ORIGENS DA INFORMALIDADE NO BRASIL Introdução: Historicamente existe uma divisão do trabalho no Brasil. Na análise aqui proposta vamos considerar esses dois períodos: o período da escravidão que perpassa pelo período colonial imperial, até os anos de 1930. E um período mais recente da nossa história que compreende os anos 1930 aos dias atuais. A transição para o trabalho livre – da escravidão aos anos de 1930 Para um conhecimento sobre as raízes históricas do mercado de trabalho no Brasil, deve-se considerar o século XIX, no inicio do qual até 1888 a economia baseava-se na escravidão. O Brasil escravista contava no inicio do século XIX, com 3 milhões de habitantes, dos quais 1,6 milhão eram escravos, 400 mil negros eram libertos, um milhão de brancos, o que faz com que os escravos representassem mais de 50% da população. Com a abolição da escravidão e conseqüente movimento de imigração: A mão de obra imigrante chega ao Brasil e se ocupa cada vez mais da produção do café, uma parte da população liberta, até então escrava, vai se juntar ao contingente de homens livres, dedicando em sua maioria a economia de subsistência, alguns ramos assalariados especialmente a pequenos serviços urbanos. O surgimento do mercado de trabalho, ou a ascensão do trabalho livre, como base da economia foi acompanhada pela entrada significativa de uma população trabalhadora no setor de subsistência e em atividades mal remuneradas, esse processo vai dar origem ao que algumas décadas mais tarde serão denominadas de “setor informal”, no Brasil. O mercado de trabalho no Brasil foi criado: Pela existência do trabalho livre, por intermédio da ação estatal, através da abolição da escravidão, moldado por uma política de imigração. Esse mercado de trabalho nasceu dentro de um ambiente de exclusão. O Estado criou condições para a consolidação e existência de um excedente estrutural de trabalhadores, esses que vão gerar o nascimento do que se chama hoje de “mercado informal”. Nossa história recente: o mercado de trabalho no Brasil após 1930 Dos anos de 1930 aos anos de 1980: Período é caracterizado pelo crescimento e pela modernização e urbanização do país. Os anos de 1930 ficaram caracterizados por grandes transformações econômicas e sociais, essas em função da implantação da indústria brasileira, no governo de Getúlio Vargas. Período que se caracteriza de 1930 a 1980 Dessa forma o período que se caracteriza de 1930 a 1980 é considerado um período de evolução do nosso mercado de trabalho. Em primeiro lugar ocorreu uma forte concentração da população nas cidades: em 1940, dois terço da população brasileira viviam nas zonas rurais, e um terço nas cidades. A partir dos anos de 1980 Essa situação vai se inverter a partir de 1980, onde se caracterizou dois terços da população morando em regiões urbanas, contra um terço da população morando na zona rural. Essa transformação vai permitir a proliferação de favelas, e subúrbios habitados por uma população pobre, engajadas em atividades precárias, essas ligadas ao comércio ambulante, ao trabalho doméstico. (trabalho informal). Os anos mais recentes -1980- 2000. Esses anos marcados pela crise econômica iniciada nos anos de 1970. Com o aumento da inflação, crescimento da dívida externa e interna ocorreu uma recessão. Urbanização, que trouxe conseqüências como o crescimento da população urbana nas regiões metropolitanas. No final dos anos de 1980 o Brasil contava com uma imensa rede de aglomerados urbanos de mais de 15 milhões de pessoas, concentrando-se nelas 40% da população urbana do país. Esse quadro somado as questões econômicas e consequentemente o aumento do desemprego, verifica-se o aumento da informalidade. Aumento da informalidade. Desemprego a redução da força de trabalho protegida pela legislação. Precarização do trabalho aparecem como características no mercado de trabalho brasileiro. Cerca de 1,5 milhões de pessoas que entraram no mercado de trabalho nos anos de 1990 foram ocupados pela informalidade. Diante ao processo de globalização e mundialização do capital: Novas tecnologias, segundo os especialistas vão aumentar as taxas de crescimento da produção, porém,sem aumento correspondente de empregos. Países como o Brasil, a perspectiva real é do aumento das atividades informais, acompanhadas pela taxa de desemprego. A resolução desse problema é cada vez mais importante. REFERÊNCIAS PEREIRA, Jether; ARROCHELLAS, Maria Helena. Desenvolvimento subsistência e trabalho informal no Brasil. (org.). São Paulo: Cortez, 2004. POCHAMAN, Marcio; BORGES, Altamiro. “Era FHC”: A regressão do trabalho. São Paulo: Anita Garibaldi, 2002.