1. Introdução O Relatório de Actividades de 2006 apresenta, de forma sistematizada, as actividades realizadas em 2006 pela Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática (UTICT), o braço executivo da Comissão para a Política de Informática (CPInfo). O ano passado foi marcado por várias realizações que operacionalizam a Política de Informática e sua Estratégia de Implementação, bem como outras acções que, em conjunto, concorrem para a implementação do Programa Global da Reforma do Sector Público, com destaque para: Aprovação da Estratégia de Governo Electrónico; Elaboração da proposta de Lei das Transacções Electrónicas; Lançamento do Portal do Governo de Moçambique; Lançamento do Portal dos Balcões de Atendimento Único; Lançamento do Observatório das Tecnologias de Informação e Comunicação; Reforço da parceria entre a UTICT e a Unidade Técnica da Reforma do Sector Público (UTRESP) no âmbito da Estratégia de Governo Electrónico e da Reforma do Sector Público; Estabelecimento de novas parcerias para a realização de novas iniciativas; Desenvolvimento e lançamento da Unidade Móvel de Tecnologias de Informação e Comunicação; Estabelecimento de cinco novos CPRDs; Elaboração do Programa de Formação de Agentes de Tecnologias de Informação e Comunicação para o Desenvolvimento; e Extensão da Rede Electrónica do Governo (GovNet). Destas actividades, realce especial vai para a aprovação, pelo Conselho de Ministros, da Estratégia do Governo Electrónico, o quadro orientador da utilização das tecnologias de informação e comunicação no sector público em Moçambique, tomando como referência o Programa da Reforma do Sector Público, o Programa Quinquenal do Governo e o PARPA, com três objectivos, nomeadamente: Melhoria da eficiência e eficácia dos serviços públicos ao assegurar o acesso rápido à informação; Garantia de transparência e responsabilidade dos servidores públicos; e Combate ao excesso de burocracia e à corrupçã na Administração Pública e promoção de um ambiente favorável ao investimento e crescimento económico. O ano de 2006 foi igualmente um período de consolidação dos resultados alcançados em 2005 no âmbito da materialização dos projectos da Estratégia de Implementação da Política de Informática, entre os quais se destaca (a) o projecto da Rede Electrónica do Governo (GovNet), que em 2006 entrou na Fase de Extensão e que contempla a interligação dos órgãos centrais do sector público não abrangidos na fase piloto, bem como dos Governos Provinciais; (b) o estabelecimento de novos CPRDs nas Províncias de Cabo Delgado, Sofala, Zambézia, Nampula e Gaza; e (c) a elaboração do Programa de Formação de Agentes de ICTs para o Desenvolvimento, para trabalharem nas províncias. O Relatório de Actividades de 2006, à semelhança do programa do mesmo ano, está alinhado com a Política de Informática e sua Estratégia de Implementação, tendo como 1 prioridades as áreas de Recursos Humanos, Infra-estrutura, Governo Electrónico, Conteúdos e Aplicações, Políticas e Regulação, e Desenvolvimento de ICTs nas províncias. As páginas que se seguem demonstram, de forma inequívoca, que as tecnologias de informação e comunicação se tornaram num instrumento sine qua non para o desenvolvimento integral de Moçambique, para a materialização do Programa Quinquenal do Governo, do PARPA e do Programa da Reforma do Sector Público, e para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs), como proclamados pelas Nações Unidas e assumidos por Moçambique. Apesar dos avanços registados, a UTICT nota com alguma preocupação o facto de, em 2006, a Comissão para a Política de Informática não ter funcionado com a regularidade que a caracterizava desde a sua criação em 1998, tendo realizado apenas uma sessão de trabalhos, o que resultou não só na não tomada de decisões importantes em tempo útil como também na redução da disseminação e do impacto das actividades no conjunto dos órgãos da governação e na sociedade em geral. 2 2. Actividades Planificadas e Realizadas 2.1. Desenvolvimento da Capacidade Humana A capacidade humana, uma das seis áreas prioritárias da Política de Informática e sua Estratégia de Implementação, constitui um dos requisitos fundamentais para o sucesso de todos os programas, merecendo, por isso, uma atenção particular nos programas de actividades da UTICT. Assim, neste âmbito, foram desenvolvidos dois programas: (1) Programa de Formação e Desenvolvimento de Recursos Humanos em Tecnologias de Informação e Comunicação para o Desenvolvimento (ICT4D Human Resources); e (2) Programa de Formação e Sensibilização de Líderes e Funcionários Públicos em ICTs para o Desenvolvimento. 2.1.1. Formação e Desenvolvimento de Recursos Humanos em ICTs para o Desenvolvimento Esta actividade de formação foi integrada como uma componente do Programa ICT–forDevelopment, que decorre desde 2003, com o apoio do PNUD, tendo-se realizado o seguinte: (1) Estabelecimento de três centros de formação nas províncias de Sofala, Zambézia e Cabo Delgado, respectivamente, os quais também oferecerão todos os serviços que são oferecidos pelos CPRDs; (2) Desenho de Currículos de ICTs para o Desenvolvimento, que serão usados nas acções de formação a serem desenvolvidas pelos CPRDs e em substituição do actual módulo de informática leccionado nos Institutos de Formação em Administração Pública e Autárquica (IFAPAs) e nos Institutos do Magistério Primário (IMAPs); (3) Desenvolvimento dum portal onde serão colocados ou disponibilizados todos os materiais de formação e de apoio às actividades de formação em ICTs para o desenvolvimento; (4) Elaboração duma proposta de mecanismo de acreditação e certificação dos currículos de ICTs para o desenvolvimento; e (5) Levantamento de dados para a elaboração duma proposta de padronização das acções de formação de utilizadores, levadas a cabo pelas diferentes instituições privadas. 2.1.2. Formação e Sensibilização de Líderes e Funcionários Públicos em ICTs para o Desenvolvimento Para a realização das actividade de formação e sensibilização de líderes e funcionários públicos em ICTs para o desenvolvimento, usaram-se alguns dos materiais de formação desenvolvidos no âmbito do Projecto Information Society Technologies in Africa (IST Africa), financiado pela Comissão Europeia no quadro de um consórcio internacional que integra Moçambique, a África do Sul, o Botswana, a Tanzânia, a Irlanda e Malta, para levar a cabo várias acções de formação dirigidas a funcionários públicos. Os materiais de formação desenvolvidos pelos membros do consórcio têm por objectivo demonstrar como usar as ICTs para melhorar as actividades realizadas nas áreas da saúde, educação, agricultura, turismo, gestão de negócios e administração pública. Assim, foram realizados 7 seminários, 4 na Cidade de Maputo e 3 nas províncias de Inhambane, Sofala e Tete, em que foram abordados os temas listados na tabela a 3 seguir. Participaram nestes seminários 102 funcionários públicos, que são agora importantes agentes de mudança. Tabela 1: Seminários de Formação de Funcionários Públicos Província ou Cidade Temas Local Datas Nº Dias Participantes Secretários Permanentes, Directores Nacionais e Chefes de Departamento Funcionários Públicos (ANFP) Nº Participantes Maputo Requisitos de políticas e legais para a Implementação do Governo Electrónico MCT 28/30.11.06 3 Maputo ICTs na Função Pública (Teorias e Praticas) MCT 04/06.12.06 3 Maputo Gestão de Informação no Sector Público MCT 07/11.12.06 3 Responsáveis pela Informação na Função Pública 12 Sofala ICTs na educação IFAPA 12/14.12.06 3 Professores do Ensino Secundário da Cidade da Beira 24 ICTs na Função Pública (Teorias e Praticas) CPRD 12/14.12.06 3 Directores Provinciais, Chefes de Departamento 16 Disponibilização de serviços da saúde através das ICTs MCT 12/14.12.06 3 Funcionários da Saúde e do Hospital Central de Maputo 15 Gestão de Informação no Sector Público CPRD 19/21.12.06 3 Directores Provinciais, Chefes de Departamento 26 Inhamban e Maputo Tete Total de participantes 2.2. 10 9 112 Desenvolvimento da Infraestrutura A área de infraestrutura é uma das componentes que permitem o desenvolvimento de redes intrainstitucionais, interinstitucionais e interprovinciais para apoiar as diversas organizações públicas, privadas, cívicas e comunitárias na execução das suas operações, que de uma ou de outra forma concorrem para a melhoria do processo de governação em geral e de prestação de serviços em particular, disponibilizando também as suas aplicações sectoriais no âmbito da Reforma do Sector Público. Neste contexto, foram levadas a cabo as acções que a seguir se resumem: 2.2.1. Rede Electrónica do Governo (GovNet) A Rede Electrónica do Governo (GovNet) é uma plataforma física de comunicação de dados, que conecta órgãos e instituições do Governo, com cobertura nacional, garantindo a troca de dados e de informação de forma segura e fiável, a custos menores quando comparados com o somatório dos custos que as instituições suportariam se cada uma tivesse a sua própria rede ou se as diferentes instituições fossem servidas por redes diferentes como era a situação antes da GovNet. A GovNet é uma solução optimizada, em todos os aspectos, sem duplicação de gastos. Assim, em termos de conectividade, em 2006 foram integradas 31 novas instituições públicas em todo o país, tendo a maioria das instituições beneficiárias comparticipado 4 nos custos do equipamento e/ou de comunicação, passando a rede a interligar 47 instituições públicas e do Governo. Todavia, o atraso verificado no processo de procurement de equipamento para a interligação das instituições planificadas, num total de 77, fez com que a maioria das ligações efectuadas em 2006 fossem para as instituições não previstas (isto é, não indicadas no Projecto GovNet-Extension como beneficiárias), mas sim para aquelas que comparticiparam nos custos da sua interligação à GovNet. As razões fundamentais da demora do processo de procurement são: (1) Início tardio das actividades do projecto: as actividades do Projecto só iniciaram em Março de 2006, dando origem a um atraso de dois meses em relação ao previsto; e (2) Divergência nos princípios e critérios de adjudicação de alguns lotes dos equipamentos entre a UTICT e a Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE) durante o processo de avaliação do concurso público, pois a DNPE queria que a adjudicação fosse feita a favor de uma empresa que cobraria o dobro do valor cobrado pela empresa seleccionada pela UTICT, o que esta não aceitou, pois, para além de ser injustificado, tal custo tornava a aquisição financeiramente insustentável. Assim, o equipamento que seria usado para a conectividade de 65 dos 77 sites planificados só viria a estar à disposição da UTICT em finais de Dezembro de 2006. Acontece, porém, que nessa mesma altura a empresa TDM SARL, que fornece os circuitos de conectividade à GovNet, estava com ruptura de stocks desse tipo de material, não podendo desta forma iniciar de imediato o já atrasado processo de instalação. 2.2.1.1. Procurement do Equipamento Nos meados do 2º trimestre de 2006, a UTICT preparou os Termos de Referência (ToRs), em que foram definidas as especificações técnicas do equipamento e as respectivas quantidades em função da disponibilidade financeira, e submeteu o expediente à Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE). A DNPE elaborou o Caderno de Encargos e lançou o concurso público nº 44/2006, No processo de análise das propostas, houve divergências na escolha do fornecedor para os servidores dos sites periféricos, porque a UTICT optou por um fornecedor cujo preço e características técnicas de equipamento correspondiam às exigências apresentadas nos ToR’s, enquanto a DNPE defendia a adjudicação a um fornecedor que apresentava uma proposta que, em termos de custo, era quase o dobro, alegando ter apresentado uma proposta de “equipamento mais moderno”. A UTICT explicou à DNPE que tal argumento era desprovido de qualquer mérito técnico e sublinhou que os especialistas neste assunto eram os técnicos responsáveis pela GovNet e não os “técnicos” da DNPE. Nunca ficaram claras para a UTICT as verdadeiras razões para este tipo de actuação da DNPE, que é extremamente lamentável e, em última análise, lesiva dos interesses do próprio Estado! Dada a recusa da DNPE em reconsiderar a sua posição, apesar das várias tentativas de persuasão por parte da Direcção da UTICT, ficou acordado que esse lote seria cancelado e deveria ser lançado um novo concurso para a aquisição do equipamento. A tentativa de resolução das anomalias de avaliação dos resultados arrastou o processo por mais tempo em relação ao previsto. 5 Por outro lado, ficou também cancelado o lote para a aquisição dos routers regionais, pelo facto de o concorrente favorito não ter apresentado catálogos do equipamento que propunha, o que, segundo a DNPE, era motivo suficiente para a exclusão da proposta. Estes lotes não irão afectar o processo de interligação das instituições beneficiárias previstas no Projecto, apesar de limitar o valor acrescentado da Rede. A equipa da GovNet já efectuou testes de conectividade com routers sem os servidores dos sites periféricos, tendo concluído que algumas funções de controle, gestão e monitoria da Rede ficam perdidas. 2.2.1.2. Encomenda do Equipamento (Hardware) Após a conclusão do processo de adjudicação do concurso público para a compra de equipamento, procedeu-se à formalização dos contratos com as três empresas vencedoras, nomeadamente Bytes & Pieces, Cornastone e Digidata. Os contratos para o fornecimento de equipamento assinados com as três empresas moçambicanas cobrem os montantes indicados na tabela seguinte. Tabela 2: Equipamento adquirido no âmbito do Projecto “Rede Electrónica do GovernoFase de Extensão” (Concurso público 44/2006) Empresa Bytes & Pieces (Contrato assinado a 08 de Novembro de 2006 Cornastone (Contrato assinado a 21 de Novembro de 2006) Digidata (Contrato assinado a 08 de Novembro de 2006) Total Valor do Contrato [MT] Equipamentos Adjudicado 6.736.619,80 (O prazo de entrega do equipamento era de 6 semanas e terminava a 20-Dez-2006) – 4 UPS – 1 Impressora LaserJet 2420dn – 1 Impressora DeskJet 6940dt – 65 Routers (mais 65 cabos V.35, V.35 MF DTE, 65 WIC-IT Serial Card to support V.35 cable) – 4 Computadores – 4 Server rack mountable – 3 Server rack mountable – 2 LAN Switches – 1 Firewall – 1 Backup Device – 11 Racks – 1 Computador portátil – 65 UPS – 1 Mail e LDAP Server – 2 Computadores Servers – 1 UPS 10KVA – 1 Rack com Keyboard 1.838.729,23 (O prazo de entrega do equipamento era de 3 semanas e terminava a 12-Dez-2006) 1.351.273,60 (O prazo de entrega do equipamento era de 30 dias e terminava a 8-Dez-2006) 9.926.622,63 (nove milhões, novecentos e vinte e seis mil, seiscentos e vinte e dois meticais e sessenta e três centavos) Nota: O Câmbio usado foi de €1 = 32,11 MT (Fonte: Jornal Notícias de 09-Nov-2006) Aqueles valores ainda não foram pagos na íntegra, devido a atrasos na disponibilização do montante correspondente à 2ª tranche do Projecto GovNet-Extension, no valor de Quinhentos e Sessenta Mil dólares (US$560.000), pelo financiador, o Governo da Itália. 6 Assim, a UTICT ainda tem que pagar 50% dos montantes indicados na tabela às duas primeiras empresas e 100% do montante à terceira. 2.2.1.3. Recepção do Equipamento (Hardware) Até ao dia 21 de Dezembro de 2006, todas as empresas haviam efectuado a entrega do equipamento encomendado, tendo de imediato iniciado o processo de confrontação das especificações técnicas do mesmo com as indicadas no Caderno de Encargos, para homologação ou aceitação dos mesmos. Verificou-se que todo o equipamento fornecido correspondia às especificações técnicas constantes do Caderno de Encargos. 2.2.1.4. Evolução da Conectividade Para 2006, estavam planificadas 77 novas instalações, isto é, todas as ligações previstas para o projecto, sendo 21 para instituições a nível central e 56 para dez Governos Provinciais e algumas das suas Direcções Provinciais, indicadas localmente. O projecto previa adquirir somente 65 routers e igual número de servidores dos sites que garantiriam a conexão de igual número de instituições planificadas, pelo que a UTICT deveria mobilizar fundos adicionais, por exemplo, fundos de comparticipação do Estado no projecto, ou usar sinergias de outros projectos, de modo a financiar os 10 sites com défice de equipamento e a atingir a meta estipulada de 77 instituições. Visto que os equipamentos de base para a conectividade das instituições são os routers e estes só estiveram à disposição da UTICT em finais de Dezembro de 2006, a meta da ligação dos 77 sites planificada para 2006 ficou comprometida. Nalguns casos, esta situação foi ultrapassada usando sinergias de outros projectos ou comparticipações de algumas instituições do Governo, como, por exemplo, a Presidência da República, a Assembleia da República e o Ministério da Justiça. A tabela seguinte mostra a distribuição das instituições beneficiárias pelos diferentes níveis governamentais interligados em 2006, no âmbito da Rede Electrónica do Governo, isto é, no âmbito do Projecto GovNet-Extension, fora do Projecto GovNet e também as ligações efectuadas anteriormente (na Fase Piloto do Projecto GovNet), entre Março de 2004 e Dezembro de 2005. Tabela 3: Instituições interligadas à Rede Electrónica do Governo até Dezembro de 2006 # Instituições do Governo Ministérios Ligações Planificadas no Âmbito do Projecto GovNetPlanificadas Realizadas Extension 16 0 Ligações Realizadas Fora do Âmbito do Projecto GovNetPlanificadas Realizadas Extension 0 0 Ligações Realizadas no Âmbito da Rede Electrónica do Governo Totais (até 2006) 8 1 2 Governos Provinciais 10 1 1 1 2 3 Direcções Provinciais 40 0 10 7 7 4 12 2 0 2 11 5 Instituições a Central A Nível Distrital 4 0 0 0 0 6 Outras Instituições 10* 10 1 10 19 77 13 12 18 47 Totais Nível * Sem cabimento orçamental no Projecto GovNet-Extension. Realizado a custa da comparticipação de outras instituições. No cômputo geral, desde Março de 2004, a UTICT efectuou 47 ligações sendo que 31 novas ligações foram efectuadas em 2006. Das 31 novas ligações, 13 estavam 7 planificadas no âmbito do Projecto GovNet-Extension e apenas 1 estava fora do Projecto. Portanto, em 2006 aderiram voluntariamente à Rede Electrónica do Governo 18 novas instituições inicialmente não abrangidas pelo Projecto GovNet-Extension. As instituições que mais contribuíram para a rede GovNet são a UTRESP, que subsidia o Projecto de Interligação Electrónica do Balcão de Atendimento Único da Cidade de Maputo e Direcções do Governo da Cidade de Maputo nele representadas, num total de dez, e o Ministério da Justiça, que comparticipa com o seu Projecto de Interligação dos Serviços Provinciais de Registos e Notariado e do Registo Criminal. Na tabela que se segue são apresentadas todas as ligações efectuadas em 2006, bem como os respectivos financiadores. 8 Tabela 4: Lista de instituições ligadas à GovNet em 2006 # Instituições Data Banda Comparticipação nos Custos Equipament Comunicaç o ão INEFP GovNet GovNet 1 Instituto Nacional de Emprego e 128 10/2006 Formação Profissional (INEFP) kbps 2 Presidência da República 05/2006 128 kbps PR 3 Assembleia da República 09/2006 128 kbps GovNet 4 CPRD de Tete 06/2006 128 kbps GovNet 5 CPRD de Inhambane 09/2006 128 kbps Projecto GovNet Moz 02/002 6 Governo da Província de Inhambane 09/2006 128 kbps GovNet 7 SPGC de Gaza 09/2006 128 kbps GovNet 8 9 10 11 12 13 14 Balcão de Atendimento Único da Cidade dedaMaputo Governo Cidade de Maputo Direcção da Indústria e Comércio da Direcção Educação e Cultura da Cidade dede Maputo Cidade de Maputo Direcção de Saúde da Cidade de Maputo de Migração da Cidade de Direcção Maputo Direcção da Mulher e Acção Social da Cidadede de Turismo Maputo da Cidade de Direcção 07/2006 07/2006 08/2006 11/2006 11/2006 11/2006 11/2006 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 Maputo Direcção de Transportes e Trânsito da Cidade de Maputo Direcção de Finanças da Cidade de Maputo Direcção de Registos e Notariado da Cidade de Maputo Direcção do Trabalho da Cidade de Maputo Registo Criminal de Maputo Registo Criminal de Lichinga Registo Criminal de Pemba Registo Criminal de Nampula Registo Criminal de Quelimane Registo Criminal de Tete Registo Criminal de Chimoio Registo Criminal da Beira Registo Criminal da Manga Ministério da Justiça (Repartição de Registo Comercial) 30 UTICT – Circuito de Intranet 31 Autoridade Nacional da 128 kbps 128 kbps 128 128 kbps kbps 128 kbps 128 kbps 128 11/2006 kbps 128 (Penden kbps 11/2006 128 te) (Penden kbps 11/2006 128 te) (Penden kbps 11/2006 128 te) (Penden kbps 11/2006 128 te) (Penden kbps 04/2006 64 kbps te) 12/2006 64 kbps 12/2006 64 kbps 12/2006 64 kbps 08/2006 64 kbps 12/2006 64 kbps 12/2006 64 kbps 12/2006 64 kbps 12/2006 64 kbps 128 08/2006 kbps 05/2006 2 Mbps Função 12/2006 LAN 9 UTRESP UTRESP Ministério da Justiça GovNet MJ GovNet ANFP Não # Instituições Data Banda Comparticipação nos Custos Equipament Comunicaç o Pública (ANFP) ão Aplicável No tocante às contribuições fora do que estava orçamentado no projecto GovNet Extension, o Ministério da Justiça (MJ) e a UTRESP comparticiparam não somente nos custos de comunicação para as instituições indicadas, como também contribuíram com equipamento informático diverso e de comunicação. 2.2.1.5. Custo das Comunicações Importa realçar que o maior constrangimento que a Rede Electrónica do Governo tem está relacionado com o custo das comunicações, derivado da adesão massiva de instituições e da pouca utilização dos circuitos interprovinciais até à data. Os custos de comunicações classificam-se em três categorias distintas, a saber: a) Custo de aluguer de circuitos locais; b) Custo de aluguer de circuitos interurbanos (interprovinciais); e c) Custo de aquisição de largura de banda para o acesso à Internet. O custo médio de aluguer de circuitos locais é, regra geral, da ordem dos 8 mil meticais por mês, para a largura de banda de 128 kbps, na Cidade de Maputo. Os circuitos interurbanos, assim classificados pela TDM quando a distância entre os dois pontos postos a comunicar é superior a 50 km, são os mais onerosos e, ao mesmo tempo, indispensáveis para as comunicações com e entre as províncias, bem como com e entre os distritos. A adesão massiva de instituições ao nível provincial poderia rentabilizar estes circuitos, mas sacrificaria a qualidade de serviços. O número ideal de instituições interligadas à GovNet é de 10 por província. O custo típico de circuitos interurbanos subdivide-se, por sua vez, em duas categorias, sendo a primeira aplicada para as províncias ao sul do rio Zambeze, com excepção de Tete, a um valor da ordem dos 35 mil meticais/mês, e sendo transmitidos via fibra óptica ou micro-ondas; a segunda categoria aplica-se para as restantes províncias do norte, sendo a transmissão via satélite, a um valor médio de 62 mil meticais/mês. Todo o circuito interurbano está automaticamente associado a dois circuitos locais, um em cada uma das suas duas extremidades. O acesso à Internet é feito por uma banda de 2Mbps, em ambos os sentidos de fluxo de dados a custos mensais de cerca de 170 mil meticais. Como nos finais de 2006 se dispunha de 47 instituições conectadas à GovNet, o custo médio mensal de comunicações no final do ano era já de um milhão de meticais, como ilustrado na tabela abaixo: Tabela 5: Custos de comunicações da GovNet em 2006 9 Circuitos 1 Circuito 200 Circuitos Custo Total [MT] Interurban de 6 Locais os Internet Mês Nr. [MT] [MT] [MT] Nr. Pago Em 10 Total Jan 16 118.090, 93 118.090, 93 118.090, 93 118.090, 93 402.097,5 6 402.097,5 6 433.140,2 0 433.140,2 0 (15.351, 93) (15.351, 93) (15.326, 77) 1.766,51 26 Fev 16 Mar 16 Abr 16 Mai 18 153.999, 56 143.100, 00 154.991, 00 433.140,2 0 381.853,2 1 378.564,0 0 1.766,51 28 Jun 18 170.661, 00 169.184, 00 28 Jul 20 Ago 23 177.481, 00 250.390, 00 305.001, 00 430.449,0 0 462.963,0 0 462.193,0 0 165.325, 00 167.637, 00 166.274, 00 33 Set 27 Out 36 Nov 45 237.812, 00 462.193,0 0 287.607, 00 Dez 53 312.949, 00 462.193,0 0 201,191. 00 26 26 26 504.836, 56 504.836, 56 535.904, 36 552.997, 64 Dívida 0,00 0,00 0,00 0,00 504.836, 56 504.836, 56 535.904, 36 552.997, 64 588.906, 27 695.614, 21 699.184, 00 0,00 773.255, 00 880.990, 00 933.468, 00 0,00 55 0,00 927,894. 00 987.612, 00 62 0,00 976.333, 00 976.333, 00 30 37 47 51.285,7 5 51.885,0 0 0,00 0,00 588.906, 27 746.899, 96 751.069, 00 773.255, 00 880.990, 00 933.468, 00 Nota: Os valores indicados nesta tabela incluem as comparticipações da UTRESP e do Ministério da Justiça. Alguns dos circuitos locais indicados na tabela acima são usados para estabelecer condutas de comunicação (pipes) entre a central da TDM e o site central GovNet na UTICT. Estes pipes servem para concentrar todo o tráfego de e para o site central da GovNet em Maputo na central da TDM, evitando assim vários circuitos dedicados entre estas duas estações (central da TDM e site central da GovNet). A evolução dos custos de comunicações dos circuitos locais (a parte flutuante das despesas de comunicações) em função do número dos circuitos estabelecidos mensalmente em 2006 está apresentada na figura abaixo. 11 Evolução dos Circuitos Locais e Respectivos Custos de Comunicação 350 Custos [x1000MZN] 312,95 305,00 300 250,39 250 237,81 200 118,09 150 154,99 154,00 118,09 118,09 177,48 143,10 118,09 100 50 16 16 16 16 18 18 20 Mai Jun Jul 0 Jan Fev Mar Abr Ano de 2006 Evolução do Número de Circuitos Locais Evolução dos Custos de Comunicação 27 23 Ago Set 53 45 36 Evolução dos Custos de Comunicação Evolução do Número de Circuitos Locais Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov 16 16 16 16 18 18 20 23 27 36 45 Dez 53 118,09 118,09 118,09 118,09 154,00 143,10 154,99 177,48 250,39 305,00 237,81 312,95 Figura 1: Evolução das despesas de comunicações da GovNet em 2006 Nota-se, do gráfico acima, que o custo se manteve constante nos primeiros quatro meses, em virtude de não ter acontecido nenhuma ligação adicional neste período, para, de seguida, se verificarem variações constantes e consideráveis. A seguir, apresenta-se a distribuição percentual dos custos segundo a categoria de circuitos relacionados, isto é, pelo tipo de serviço prestado. Esta amostra é da última factura do ano, portanto, de Dezembro de 2006. Figura 2: Distribuição dos custos de comunicações pelo tipo de serviço (Dez./2006) A ilustração acima torna evidente que os custos associados à largura de banda de acesso à Internet representavam apenas 29% do total, com 47% para os circuitos interprovinciais e 24% para os locais. Estas constatações permitem concluir que o 12 número de instituições interligadas localmente à GovNet não é o factor crítico do aumento dos custos de comunicação, e quanto maior for o número de instituições ligadas à GovNet nas províncias, melhor será a taxa de rentabilização dos circuitos interurbanos. Contudo, tal rentabilidade será feita com o sacrifício da qualidade de serviços prestados, devido ao uso intensivo da largura de banda interurbana. A figura que se segue ilustra o esquema geral das comunicações adoptado para a Rede Electrónica do Governo, com a indicação dos custos dos circuitos interurbanos referentes ao mês de Agosto de 2006. Figura 3: Comunicações da GovNet (sites central e provinciais) e respectivos custos A figura acima pode ser representada em forma de uma árvore invertida, o que permite fazer uma análise mais detalhada sobre a distribuição da infra-estrutura aos diversos níveis governamentais (central, provincial e local): 1. 2. 3. No topo da hierarquia, encontra-se o nó central, que gera, controla e disponibiliza os diversos serviços informáticos de comunicação; A seguir, estão indicados os nós ao nível dos ministérios e/ou províncias, que por sua vez podem gerar, controlar e distribuir os seus serviços específicos para a rede; Finalmente, encontra-se o nível local, responsável pela distribuição dos serviços; O diagrama seguinte apresenta os vários níveis lógicos de concepção da infra-estrutura da GovNet: 13 Figura 4: Distribuição da infra-estrutura e serviços da Rede GovNet O valor acrescentado que a Rede Electrónica do Governo representa, não somente para as instituições do Estado, como também para a sociedade em geral, é inquestionável e requer que o Governo aloque à GovNet os recursos humanos, financeiros e materiais indispensáveis ao seu funcionamento adequado e à sua extensão aos distritos, já identificados como os pólos de desenvolvimento e de combate à pobreza no país. A situação actual, em que a Rede Electrónica do Governo depende quase totalmente de finaciamento externo é incompatível com o seu carácter claramente estratégico e põe em risco uma função essencial das instituições públicas, a de ter, a todo o momento, uma comunicação eficiente, segura e fiável. Nunca existira no Estado em Moçambique uma infra-estrutura de informação e comunicação com tantos serviços agregados e versáteis, seguros e robustos, fornecidos e controlados a partir de um só e mesmo centro de comando, baseado na visão do Governo como um todo no processo de governação e de prestação de serviços públicos com recurso às tecnologias de informação e comunicação. Mesmo países mais avançados elogiam esta visão e solução, pois a maior parte deles ainda não atingiu este estágio! 14 Os custos de operação dessa infra-estrutura, apesar da sua comprovada viabilidade, por o modelo explorar a economia de escala e o conceito de valor de exterioridade da rede, são elevados e envolvem despesas operacionais de comunicações e manutenção e de salários dos técnicos, entre outras. Tais custos serão, porém, muito mais elevados se cada entidade governamental tiver que procurar a “sua” solução de comunicações, com todos os riscos de incompatibilidade dos sistemas adoptados. O Governo tem, pois, que assumir gradualmente todas as despesas da GovNet, numa primeira fase, através da comparticipação no pagamento dos custos de comunicação, para logo depois assumir na íntegra as restantes despesas. 2.2.2. Actividades Desenvolvidas por Outras Instituições Devido à importância que têm para a evolução das aplicações e serviços de tecnologias de informação e comunicação no país, a UTICT tem vindo a seguir de perto os desenvolvimentos e realizações das empresas que têm, entre as suas responsabilidades, a de desenvolvimento da infra-estrutura de telecomunicações no país. 2.2.2.1. Expansão e Modernização da Infraestrutura de Comunicações da TDM A empresa Telecomunicações de Moçambique (TDM), SARL, continua a estabelecer gradualmente os troços de interligação, via satélite, da Rede Nacional de Transmissão por uma infraestrutura baseada em rede de fibra óptica de alta capacidade, lançada tanto por via terrestre como por via submarina. Segundo dados da TDM, durante o ano de 2006, grandes avanços foram registados na implantação da fibra óptica nos troços Beira-Caia, Caia-Quelimane e QuelimaneNampula, com conclusão prevista para 2007. A conclusão destes troços em fibra óptica permitirá a substituição das interligações actualmente feitas via satélite, contribuindo assim para a introdução de novos serviços de comunicação de dados, a redução dos custos de comunicação e a melhoria da qualidade das comunicações entre os diferentes centros urbanos e sedes distritais, que estarão interligados por esta infra-estrutura de fibra óptica. Ainda no âmbito da modernização da infra-estrutura de comunicações, a empresa TDM implementou durante o ano de 2006 a sua Rede IP-VPN (rede baseada na tecnologia de endereçamento IP, que permite fazer a comutação de pacotes em vez da comutação de circuitos, como tem vindo a acontecer até agora, o que possibilitará à TDM, a partir de 2007, oferecer uma nova gama de serviços de comunicações aos seus clientes, incluindo a GovNet. A introdução desta nova abordagem de disponibilização de serviços de comunicação de dados vai ter grande impacto na GovNet não só do ponto de vista de custos como também da possibilidade de configuração de novos agrupamentos, arranjos ou topologias de interligação das instituições do Governo e novos serviços como a telefonia IP, vídeo-conferência, múltiplas redes privativas especificas de instituições ao nível central e dos Governos Provinciais, em função dos serviços a disponibilizar e organização hierárquica na função pública ou estrutura administrativa do país, etc. 2.2.2.2. Expansão e Modernização da Infraestrutura de Comunicações da mcel e Vodacom As empresas operadoras de serviços de telefonia móvel celular (mcel e Vodacom) têm vindo a introduzir novos serviços e a alargar a cobertura das suas redes para zonas 15 rurais no país. Estas empresas têm vindo a reportar crescimento no número de subscritores das suas redes e respectivos serviços bem como a introduzir novos tipos de serviços. A competição entre estas duas empresas tem trazido benefícios ao cidadão, incluindo, para além da diversificação dos serviços acima mencionada, a redução dos custos de telecomunicações, tanto fixas como móveis. 2.3. Conteúdos e Aplicações 2.3.1. Portal do Governo O Portal do Governo de Moçambique (www.portaldogoverno.gov.mz) foi oficialmente inaugurado por Sua Excia a Primeira-Ministra e Presidente da Comissão para a Política de Informática, Dra. Luísa Dias Diogo, no dia 24 de Julho de 2006. A partir de então, o portal tem-se evidenciado como um instrumento útil e oportuno para responder às necessidades dos cidadãos, das instituições públicas e do sector empresarial, no quadro da agenda do desenvolvimento nacional. Figura 5: Suas. Excias a Primeira-Ministra e o Embaixador da Itália no lançamento do Portal do Governo O Portal do Governo é uma componente do Projecto Rede Electrónica do Governo- Fase de Extensão, tendo uma vocação bivalente: por um lado, oferece ao cidadão uma visão unificada do Governo (através da Internet) na disponibilização de informação e serviços públicos e, por outro, proporciona os serviços de comunicação eficazes e eficientes ao funcionário público (através da Intranet), com vista ao melhoramento do desempenho do Sector Público. Várias são as pessoas que têm acedido a esta plataforma electrónica com objectivos variados, entre os quais: (a) Aceder a minutas e formulários oferecidos por vários serviços Estado; (b) Obter informação sobre o país; (c) Aceder ao Webmail; (d) Ler notícias sobre as actividades do Governo; (e) Ler e descarregar Boletins da República e outros documentos importantes; (f) Consultar políticas e estratégias de vários sectores do Governo; 16 (g) Ler comunicados das sessões do Conselho de Ministros. Por estas razões, o Portal do Governo da República de Moçambique tem constantemente registado um número crescente de visitantes, como demostrado na figura a seguir, o que revela a pertinência e eficácia desta forma de prestação de serviços públicos. Figura 6: Crescimento da utilização do Portal do Governo O gráfico anterior, de 24 de Dezembro de 2006, demonstra de forma clara que, desde o seu lançamento oficial em Julho de 2006, o Portal do Governo tem registado um número crescente de visitantes. No mês anterior ao lançamento oficial, o portal havia registado 460.000 visitantes, para nos dois meses seguintes (Julho e Agosto) o número disparar para 1.000.000 e 1.242.751 visitantes, respectivamente. Em Novembro, o número de visitantes foi de 1.423.541! Esta subida em flecha do número de visitantes é, sem dúvida, um indicativo de que o Portal veio preencher um vazio que existia numa sociedade cada vez mais sedenta de informação e ávida de aprender. Entre os objectivos do Portal do Governo, podemos destacar os de proporcionar aos cidadãos um instrumento de acesso à informação e aos serviços públicos, deste modo facilitando e elevando a participação do cidadão no debate e na tomada de decisões sobre a vida nacional. Desde o lançamento do Portal, cidadãos nacionais e estrangeiros, no país e no estrangeiro, têm-se servido deste para: (1) Pedir esclarecimento sobre vários aspectos relacionados com os serviços e informação disponibilizados pelo Governo, tais como: (a) Oportunidades de negócios em Moçambique; (b) Procedimentos para arrendamento de habitação; (c) Procedimentos para a entrada de viaturas com matrícula estrangeira em Moçambique; (d) Requisitos para visitar o país; (e) Procedimentos para o encaminhamento de documentos a certas entidades, etc., etc. 17 (2) (3) (4) Pedir esclarecimento sobre como aceder ao Webmail do Governo, um dos serviços disponibilizados através do Portal; Solicitar contactos e endereços; e Dar sugestões que têm ajudado a melhorar certos aspectos no Portal. Para responder a algumas das questões acima referenciadas, a UTICT solicitou a cada uma das instituições públicas que indicasse um elo (focal point), para quem são encaminhados todos os pedidos de esclarecimento dos utilizadores do Portal, referentes à informação e serviços oferecidos. O elemento de ligação é responsável por dar o devido encaminhamento interno dos pedidos de esclarecimentos enviados pela equipa de gestão do Portal, recolher as respostas e remetê-las de volta à equipa do portal que, por seu turno, as faz chegar ao(s) interessado(s). O objectivo final é atingir um nível interactivo e transaccional que permita os contactos e relação directos em tempo real! 2.3.2. Portal dos Balcões de Atendimento Único No âmbito do projecto Moz/03/M01—Facilitação Empresarial, apoiado pelo PNUD via UNIDO, foi desenvolvido, em coordenação com o Ministério da Indústria e Comércio, o Portal dos Balcões de Atendimento Único (BAUs), o qual serve de veículo de comunicação entre as instituições públicas, por um lado, e o empresariado e os cidadãos, por outro. Figura 7: Ministro da Indústria e Comércio, António Fernando, lança o Portal dos BAUs 18 O Portal é particularmente um bom veículo de comunicação entre os funcionários dos BAUs, os clientes e o público em geral, garantindo a disponibilização dos seguintes instrumentos: 1. Formulários em formato PDF para o acesso aos serviços de licenciamento e registo de empresas providenciados pelos BAUs; 2. Legislação associada à área empresarial de comércio e indústria e de informação sobre os processos e procedimentos necessários para o licenciamento; 3. Uma forma de contacto entre o cliente e o funcionário do Balcão através do qual o primeiro pode acompanhar o desenrolar dos seus processos sem que, para tal, tenha que se deslocar aos BAUs, bastando apenas o envio duma mensagem electrónica, obtendo a resposta pela mesma via; e 4. Ferramentas de indexação e de procura de ficheiros. Com a plataforma desenvolvida no âmbito desta iniciativa e a ligação dos BAUs à Rede Electrónica do Governo (GovNet), não só é possível partilhar documentos como também trocar informação e comunicar entre os funcionários afectos aos BAUs e as respectivas instituições, optimizando assim os processos envolvidos na prestação de serviços dos BAÚs, ligados à GovNet. A interligação entre todos os BAUs e a GovNet é uma tarefa coordenada entre a UTICT, a UTRESP e o MIC, existindo já equipamentos para a interligação do Balcão da Cidade de Maputo, assim como das dez (10) direcções nele representadas. A iniciativa de implementação dos Balcões de Atendimento Único em Moçambique surge como resposta à necessidade de se encontrarem formas de melhorar a prestação de serviços públicos ao cidadão e de desenvolvimento de um ambiente favorável ao crescimento do sector privado. Estes objectivos são componentes centrais da Política de Informática (aprovada em 2000), da Estratégia Global de Reforma do Sector Público em Moçambique (aprovada em 2001 e a 2ª fase em 2006), da Estratégia de Implementação da Política de Informática (aprovada em 2002) e da Estratégia de Governo Electrónico (aprovada em 2006). O BAU é definido como “uma loja pública onde os cidadãos e homens de negócios podem obter respostas às suas preocupações e ter acesso a vários serviços num mesmo local”. Experiências a nível internacional demonstram a existência dos seguintes modelos de BAUs: (a) Vertical (Loja Especializada); (b) Horizontal (Centro Comercial); e (c) Horizontal Integrado (Supermercado). Nos Balcões de Atendimento Único, o cidadão pode ter acesso a um variado leque de serviços públicos oferecidos pelas diferentes instituições públicas. Este modelo de prestação de serviços oferece muitos beneficios tanto ao cidadão como à função pública, estando alguns deles relacionados com: 1. Transparência na relação entre o cidadão e os funcionários públicos; 2. Redução no custo e tempo de espera para o acesso a um determinado tipo de serviço; 3. Aumento da eficiência e eficácia na tramitação de documentos e processos; e 4. Acesso a vários serviços públicos num só lugar e duma única vez. 19 Para além da informação geral sobre os próprios BAUs e da informação geral sobre Moçambique (geografia, história recente, sistema político, população, economia, (etc.), o Portal dos Balcões de Atendimento Único disponibiliza a seguinte informação e dados sobre: 1. Procedimentos necessários para licenciamento e registo de pessoas singulares e colectivas interessadas no exercício de actividades empresariais; 2. Obrigações tributárias das entidades empresariais e procedimentos para a contratação de mão-de-obra nacional e estrangeira; 3. Repositório comum de documentos: formulários para licenciamento, regulamento de licenciamento, actividades dos BAUs (por exemplo, listagem dos resultados mensais dos balcões) e outro tipo de documentos de interesse público. À semelhança do que se disse acima sobre o Portal do Governo, o objectivo final aqui também é atingir um nível interactivo e transoccional completo online! 2.3.3. Observatório das Tecnologias de Informação e Comunicação O Observatório de ICTs é uma base de dados dinâmica de indicadores de ICTs, oficialmente lançada a 31 de Maio de 2006, e que, desde aquela data, está disponível ao público, através da Internet. Figura 8: Ministro da Ciência e lança Observatório das ICTs a 31-05- 2006 Tecnologia, Venâncio Massingue, Este Observatório é um dos projectos da Estratégia de Implementação da Política de Informática e tem como objectivo principal proporcionar ao Governo, ao sector privado, aos parceiros de cooperação e à sociedade em geral informação sobre a situação das ICTs em Moçambique. Pretende-se que, com este Observatório, qualquer cidadão, empresa ou instituição, em qualquer parte do mundo, possa aceder, via Internet, à informação sobre: (1) A disponibilidade de serviços e nível do desenvolvimento tecnológico de ICTs no país (telefonia, transmissão de dados, Internet, rádio, televisão, informática, multimédia, imprensa escrita, etc.); (2) O nível de acesso da população aos serviços prestados via ICTs; (3) O nível de utilização de ICTs nas instituições do Estado, académicas e de investigação, sector privado e sociedade em geral (redes de computadores, Internet, páginas web, bases de dados, etc.); 20 (4) (5) O nível de desenvolvimento da capacidade humana na área de ICTs (quantidade de instituições de formação e número de graduados, etc.); O nível de desenvolvimento da legislação na área de ICTs. A informação disponibilizada no Observatório vai, por sua vez, permite: Maior facilidade de monitorização do progresso das actividades que estão sendo realizadas nesta área; Melhor racionalização dos recursos existentes no sector, através do estabelecimento de acções coordenadas que permitam a harmonização das diversas iniciativas de desenvolvimento de ICTs em Moçambique; e Maior facilidade de mobilização de recursos para o sector de ICTs, atraindo investimento interno e externo. A informação actualmente disponível no Observatório cobre apenas 30% da gama de informação prevista, dada a complexidade da aquisição de dados e escassez de recursos para levar a cabo a tarefa. Durante o ano de 2007, ir-se-á colmatar esta lacuna. 2.4. Governo Electrónico O Governo Electrónico (e-Government) é, nesta era da informação, o instrumento mais adequado para a colocação de grande parte dos serviços públicos ao alcance do cidadão a qualquer momento e em qualquer lugar, para uma prestação de serviços mais eficaz, mais eficiente e menos dispendiosa, e para a redução da burocracia e das oportunidades para a prática de corrupção. Em última análise, o Governo Electrónico deve ser instrumento poderoso no combate contra a pobreza, na materialização do programa da Reforma do Sector Público e realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Foi nesta perspectiva que várias actividades de Governo Electrónico foram desenvolvidas ao longo do ano fiscal de 2006, como a seguir se indica. 2.4.1. Conclusão das Consultas sobre a Proposta de Estratégia de Governo Electrónico Foi realizado o Workshop de Consulta sobre a Estratégia de Governo Electrónico no Niassa, em virtude de, por razões logísticas, os seus delegados não terem conseguido deslocar-se a Nampula, local onde se realizou o workshop regional da zona norte em 2005. O Workshop do Niassa foi bastante importante, dado que foi possível fazer-se melhorias à proposta da Estratégia do Governo Electrónico com base nos subsídios que dele resultaram e com base nas contribuições que foram enviadas pelos sectores envolvidos. 21 Figura 9: Governador do Niassa, Arnaldo Bimbe, abre o Seminário Provincial de Consulta sobre a Estratégia de Governo Electrónico 2.4.2. Aprovação da Estratégia de Governo Electrónico A Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática (UTICT), em estreita articulação com a Unidade Técnica da Reforma do Sector Público (UTRESP), procedeu aos últimos melhoramentos da proposta de Estratégia de Governo Electrónico, que foi aprovada pela Comissão para a Política de Informática, que por sua vez a submeteu ao Conselho de Ministros. Este aprovou a Estratégia de Governo Electrónico de Moçambique, a 11 de Julho de 2006. Figura 10: Estratégia de Governo Electrónico de Moçambique A Estratégia de Governo Electrónico assume-se como um instrumento catalisador por excelência da Reforma de Sector Público, com a qual está profundamnete alinhada, e cobre os seguintes aspectos: Apresentação do conceito de Governo Electrónico; Contexto do Governo Electrónico em Moçambique; Cenário actual dos projectos da Reforma do Sector Público e da implementação da Política de Informática; Essência da Estratégia de Governo Electrónico; Enfoque do plano de acção de Governo Electrónico (Plataforma Comum de Comunicação e Quadro de Interoperabilidade, Sistema de Gestão Financeira e Fiscal do Estado; Sistema de Registo da Identificação Civil; Sistema de Registo e 22 Facilitação Empresarial; Sistema de Gestão de Terras e da Propriedade; e Sistema de Integração Horizontal dos Governos Locais); Financiamento da Estratégia de Governo Electrónico; Análise do Risco da implementação do Governo Electrónico; e Conclusão: Governo Electrónico como necessidade para a boa governação. 2.4.3. Implementação da Estratégia de Governo Electrónico Uma vez aprovada a Estratégia de Governo Electrónico, passou-se para a fase de implementação da mesma, que começou pelo recrutamento e contratação dos três membros do Secretariado Técnico da Estratégia do Governo Electrónico (STEGE): um Especialista de Governo Electrónico, um Especialista em Tecnologias de Informação e Comunicação e um Assistente de Programas — processo concluído no terceiro trimestre de 2006. Foram preparados os Termos de Referência dos seis projectos âncora identificados para o início da implementação da Estratégia de Governo Electrónico e elaboradas as propostas de despachos de criação dos respectivos grupos de trabalho. Deu-se início ao processo de formação dos grupos de trabalho, dos quais somente o do Sistema de Identificação Civil é que foi formalmente criado por despacho de Sua Excelência o Ministro da Ciência e Tecnologia e Vice-Presidente da Comissão para a Política de Informática, estando ainda por ser formados os restantes cinco. O trabalho desenvolvido pelo Grupo do Sistema de Identificação Civil consistiu na definição do conceito do projecto e do Sistema do Número Único de Identificação do Cidadão (NUIC). O grupo realizou, durante o ano, várias sessões de trabalho e várias visitas e contactos com organismos nacionais e estrangeiros, visando a recolha de experiências e mobilização de recursos bem como a identificação de potenciais parceiros na fabricação do documento único de identificação do cidadão. 2.4.4. Expansão dos Serviços da Rede Electrónica do Governo Para além de se alargar a cobertura da Rede Electrónica do Governo (GovNet) a plataforma ou infra-estrutura de comunicação do Estado como indicado na secção 2.2.1., a UTICT levou a cabo acções de criação de novos serviços, oferecidos através da GovNet, nomeadamente: Sistema Centralizado de Correio Electrónico; Hospedagem de Páginas Web; Hospedagem de Aplicações; Serviço de Mensagens Instantâneas; Serviço de Segurança de Redes; Fóruns de Discussão; e Repositório de Documentos. 23 2.5. Políticas e Regulação No âmbito de Políticas e Regulação, a UTICT coordenou a elaboração da proposta de Lei das Transacções Electrónicas e participou na elaboração das propostas de Políticas das Telecomunicações, Política e Estratégia de Acesso Universal, que foi coordenada pelo Ministério dos Transportes e Comunicações. Estes documentos foram elaborados no âmbito do Projecto de Reforma do Sector das Comunicações, gerido pela UGPTC— Unidade de Gestão dos Projectos de Transportes e Comunicações, do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC). No processo da elaboração, as propostas de Políticas das Telecomunicações, Política de Acesso Universal e Estratégia de Acesso Universal ficariam agragadas num único documento, e Estratégia das Telecomunicações, que foi subsequentemente aprovada pelo Conselho de Ministros. 2.5.1. Legislação Electrónica A seguir à celebração do contrato entre o MTC e a empresa de consultoria Gide Loyrett Nouel, para a elaboração da proposta de Legislação Electrónica, foi iniciado um trabalho de levantamento do quadro legal e institucional de Moçambique no que diz respeito à implementação de legislação electrónica no país. Este trabalho de levantamento deu origem a um Relatório de Avaliação, que aborda os seguintes pontos: Legislação moçambicana actual; Auto-regulação e outras abordagens derivadas da indústria para a regulação de aspectos de transacções electrónicas; Identificação das estruturas e organizações actuais assim como do funcionamento dos agentes que regulam ou promovem transacções electrónicas em Moçambique; Impedimentos regulamentares, institucionais e técnicos quanto à implementação de um quadro legal e regulamentar para transacções electrónicas; Estudo comparativo das experiências e práticas estrangeiras relacionadas com a regulação de transacções electrónicas; Principais recomendações; e Identificação dos instrumentos legais actuais e dos padrões ou guiões industriais que necessitam de alteração. A UTICT fez o acompanhamento das actividades realizadas pelos consultores bem como a sua fiscalização, fazendo recomendações na vertente legal, de modo que o produto final fosse ao encontro das expectativas do Governo de Moçambique, dentro da realidade nacional, especialmente os objectivos e aspirações no âmbito do PARPA, do Programa Quinquenal do Governo, da Estratégia da Reforma do Sector Público, da Política de Informática, da Estratégia de Governo Electrónico e da Estratégia das Telecomunicações, tendo em conta o contexto regional e os padrões e melhores práticas internacionais nesta área. Como tem sido apanágio dos processos de produção legislativa em Moçambique, a UTICT envidou esforços de modo que se obtivesse a maior participação possível dos actores públicos e privados cujas actividades têm ligação com as matérias a abordar pela legislação electrónica. Ainda dentro deste espírito de inclusão, foi criado um grupo de trabalho inter-ministerial e inter-institucional, que se reuniu regularmente e que foi procedendo ao acompanhamento do trabalho, acautelando as mais diversas sensibilidades, interesses e preocupações. Seguiram-se workshops públicos com mais de uma centena de convidados em cada evento, que visavam a apresentação pública 24 do Relatório de Avaliação da primeira versão da proposta de Lei das Transacções Electrónicas de Moçambique e respectivo Relatório de Implementação. Nos períodos entre os workshops, o consultor internacional trabalhou estreitamente com o Grupo de Trabalho da Legislação Electrónica atrás referido, tendo sido feito o acervo das contribuições, críticas, sugestões dos mais diversos actores moçambicanos e estrangeiros que participaram nos workshops, bem como dos que não participaram mas puderam acompanhar os respectivos desenvolvimentos através da informação disponibilizada na Internet e que enviaram por escrito as suas contribuições. A proposta de Lei das Transacções Electrónicas foi objecto de debate público conduzido pela UTICT e pela Unidade de Gestão dos Projectos dos Transportes e Comunicações (UGPTC), tendo culminado com a realização, a 3 de Agosto de 2006, de um workshop em Maputo, que reuniu a sociedade civil, parceiros de cooperação internacional, os sectores privado e público e os profissionais da área. Este workshop foi orientado por Sua Excelência o ministro dos Transportes e Comunicações, Dr. António F. Munguambe, tendo sido encerrado por Sua Excelência a Presidente da Autoridade Nacional da Função Pública, Dra. Vitoria Diogo. Coube ao Grupo de Trabalho da Legislação Electrónica, juntamente com o consultor, proceder à selecção das contribuições que foram incluídas na versão final da proposta de lei, com o estrito respeito dos Termos de Referência previamente elaborados. A futura lei irá abarcar a regulamentação da Internet, de forma a garantir a promoção do comércio electrónico, contratos electrónicos, protecção dos utilizadores da Internet, criptografia e sistemas de segurança, e a área de governação. O desenvolvimento das actividades em matéria de legislação electrónica em Moçambique foi também reportado atempadamente à Comissão para a Política de Informática (CPInfo), tendo sido auscultadas e retidas as contribuições e recomendações provenientes dos seus membros. Houve também contribuições de parceiros do Governo Moçambicano, como o Banco Mundial, entre outros, que foram encaminhadas ao grupo de trabalho e mais concretamente à UTICT, e que mereceram a maior atenção, reflectida nos relatórios e pareceres periodicamente produzidos pela UTICT e enviados à UGPTC. Em Dezembro de 2006, foi entregue pelo Consultor Internacional o produto final, designado Proposta de Lei das Transacções Electrónicas e o respectivo Relatório de Implementação. A proposta de Lei das Transacções Electrónicas foi alvo de alterações e melhoramentos por parte da UTICT, tanto a nível de conteúdo, como a nível de apresentação gráfica. A última versão será apresentada à Comissão para a Politica de 25 Informática para aprovação e posterior envio à aprovação pelo Conselho de Ministros e envio à Assembleia da Republica. É posição consensual que a aprovação e publicação da Lei das Transacções Electrónicas devem ser acompanhada da aprovação dos instrumentos legais que possam concorrer para a sua operacionalização. Assim, a UTICT em parceria com a UGPTC, está a envidar esforços no sentido de assegurar a continuidade do trabalho para a produção dos instrumentos legais necessários e assegurar que o novo quadro de legislação electrónica de Moçambique é acompanhado da criação e adequação institucional à nova realidade. 2.5.2. Aprovação da Estratégia das Telecomunicações O Ministério dos Transportes e Comunicações concluiu, durante o ano de 2006, a elaboração da Estratégia das Telecomunicações, tendo a mesma sido aprovada pelo Conselho de Ministros em 28 de Novembro de 2006. Aquela estratégia resultou da integração de 3 documentos inicialmente concebidos como separados: as propostas de Política das telecomunicações, de política de Acesso Universal e de Estratégia de Acesso Universal. A UTICT participou na elaboração da Estratégia das Telecomunicações, a qual está de acordo com as necessidades e realidades dos diferentes sectores da sociedade moçambicana. Neste contexto, e de modo a auscultar e obter contribuições para o enriquecimento do processo de implementação da mesma, o Ministério dos Transportes e Comunicações, em coordenação com o INCM e a UTICT, promoveu três workshops regionais, que tiveram lugar nas províncias de Cabo Delgado, Zambézia e Inhambane. A Estratégia das Telecomunicações é um instrumento que estabelece as grandes linhas de orientação do desenvolvimento do sector das telecomunicações. Ela vem contribuir para a materialização do direito do cidadão de acesso à informação e à comunicação, tendo como objectivo geral potenciar o desenvolvimento do sector e facilitar o acesso à informação e comunicação no país. Os objectivos fundamentais da estratégia são: (a) Promover o direito de comunicar garantindo o acesso progressivo dos cidadãos aos serviços de telecomunicações; (b) Promover o desenvolvimento das infra-estruturas e o mercado das telecomunicações no país; (c) Incentivar a liberalização e a concorrência justa no mercado aberto das telecomunicações; (d) Fortalecer o papel da Autoridade Reguladora do Sector da Telecomunicações; e (e) Assegurar a protecção do consumidor. Para além da abordagem sobre o desenvolvimento da infra-estrutura nacional de informação e comunicação e seus serviços, o mercado das telecomunicações, a liberalização, a concorrência e a regulação do sector das telecomunicações, a estratégia inclui matérias sobre o serviço de acesso universal às telecomunicações (acesso à telefonia e à Internet). 26 2.5.3. Aprovação do Regulamento do Fundo de Serviço de Acesso Universal Foi também aprovado em 2006, pelo Conselho de Ministros, mais concretamente em 19 de Dezembro, o Regulamento do Fundo do Serviço de Acesso Universal. O Fundo do Serviço de Acesso Universal é um serviço público sob gestão do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM). Todas as entidades licenciadas ou registadas no âmbito do exercício da actividade de prestação de serviços públicos de telecomunicações devem contribuir para o FSAU com até 1% (um porcento) da receita bruta do ano anterior. Os recursos do FSAU serão aplicados em programas, projectos e actividades do âmbito do FSAU que estejam inscritos nos planos aprovados nos termos do presente Regulamento. 2.6. Desenvolvimento das ICTs nas Províncias No ano transacto, a UTICT continuou o esforço de mobilização de parceiros para o financiamento de iniciativas nas províncias. Foi nesse âmbito que, através de projectos financiados pelo PNUD, Governo da Itália e Microsoft, foi possível financiar o estabelecimento dos Centros Provinciais de Recursos Digitais (CPRDs), da Unidade Móvel e dos Centros Comunitários e Multimédia (CMCs), estes últimos em coordenação com o Projecto CMCs do CIUEM. 2.6.1. Centros Provinciais de Recursos Digitais (CPRDs) O projecto dos CPRDs é resultado de uma parceria entre a UTICT e seus parceiros externos, nomeadamente o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Governo Italiano e a Microsoft Corporation. Para 2006, foi planificada a criação de cinco novos Centros Provinciais de Recursos Digitais, designadamente de Gaza, Sofala, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado. Os novos centros vêm-se juntar aos dois em funcionamento desde 2003 nas províncias de Inhambane e Tete, e que têm garantido serviços indispensáveis na área de ICTs, indo ao encontro dos objectivos da Política de Informática de criar as condições necessárias para que mais populações do país tenham oportunidade de dispor das novas tecnologias para acesso à informação e conhecimento. Os CPRDs estão a ser possíveis graças a várias parcerias do Governo moçambicano com outros governos e com organizações internacionais. Assim, o CPRD de Gaza, está a ser criado com base em fundos que resultaram de uma parceria com o PNUD e a Microsoft Corporation, enquanto o de Nampula envolve apenas o PNUD, que financiará o CPRD no âmbito do Projecto Service Delivery Network to Support Decentralization of the Goverment of Mozambique, o qual inclui ainda o estabelecimento de dois Centros Comunitários Multimédia (CMCs) nos distritos de Monapo e Angoche. Os restantes três centros, nomeadamente os de Sofala, Zambézia e Cabo Delgado, serão criados no âmbito do Programa Desenvolvimento de Recursos Humanos no Domínio das Tecnologias de Informação e Comunicação para o Desenvolvimento, uma iniciativa apoiada pelo Governo Italiano e destinada a financiar a Sociedade de Informação nos países em vias de desenvolvimento, com fundos canalizados através do PNUD. 27 Os CPRDs estão a fomentar o desenvolvimento de redes, tanto locais como regionais, que apoiem as diversas organizações públicas, privadas, cívicas e comunitárias na execução das suas actividades de forma autónoma, disponibilizando as aplicações sectoriais adequadas, de modo a assegurar a realização dos objectivos do desenvolvimento local, uma importante dimensão do desenvolvimento nacional. Nas cinco províncias seleccionadas para o estabelecimento de CPRDs em 206, foram identificadas conjuntamente pele UTICT e pelos respectivos Governos Provinciais as instalações para o efeito. Eis o ponto de situação em cada uma das províncias: 2.6.1.1. CPRD de Gaza Foram realizadas missões de explicação acerca da natureza do projecto dos CPRDs e solicitado o apoio do Governo Provincial. No seguimento da primeira missão e em função da disponibilização do espaço pelo Governo da Província, foram ainda realizadas visitas de levantamento de dados e elaboradas propostas dos novos arranjos em termos de espaço ou instalações disponibilizados. Com base nestes dados, foram elaborados os termos de referência e cadernos de encargos, que culminaram com o lançamento do concurso da empreitada. A contratação da empreitada foi formalizada no segundo semestre de 2006, bem como a instalação de equipamento informático iniciou ainda em 2006 com perspectivas para terminar nos primeiros meses dois de 2007. Durante o período em referência, foram elaborados os Termos de Referência para os postos de Gestor e de Técnico do CPRD. Estas posições foram anunciadas em concurso público e as pessoas recrutadas já se encontram a desempenhar as suas funções no CPRD de Gaza. No que diz respeito ao pessoal de apoio do CPRD, este será seleccionado por concurso local durante o primeiro trimestre de 2007. No mesmo período, foi adquirido e enviado ao CPRD todo o equipamento necessário para o funcionamento normal da instituição, que inclui mobiliário de escritório, computadores, servidores, routers, etc. Foram também divulgadas as acções a serem levadas a cabo pelo CPRD junto ao Governo da Província e de outros interessados, incluindo instituições de ensino. Estas instituições mostraram grande interesse pelas actvidades em perspectiva, o que demonstra que o estabelecimento do CPRD na Província de Gaza é, sem sombra de dúvida, uma acção de grande impacto nesta província. A inauguração deste CPRD está prevista para o primeiro trimestre de 2007. 28 2.6.1.2. CPRD de Nampula Foram realizadas missões de explicação acerca da natureza do projecto dos CPRDs e solicitado o apoio do Governo Provincial. No seguimento da primeira missão e em função do espaço disponibilizado (parte do Edifico da APIE), foram realizadas visitas de levantamento de dados e elaboradas as propostas sobre os arranjos a introduzir. Com base nestes dados, foram elaborados os Termos de Referência e o Caderno de Encargos, seguindo-se o lançamento do concurso de empreitada, de que resultou a selecção da empresa Construções África, Lda. Depois de adjudicada a obra, a Construções África, Lda, executou com sucesso a obra estando a inauguração do CPRD de Nampula prevista ainda para o primeiro trimestre de 2007. Durante o período em referência foram elaborados os Termos de Referência para os postos de Gestor e de Técnico do CPRD. Estas posições foram anunciadas em concurso público e as pessoas recrutadas já se encontram a desempenhar as suas funções no CPRD de Nampula. No mesmo período, foi adquirido e enviado ao CPRD de Nampula todo o equipamento necessário para o seu funcionamento normal. Parte do edifício reabilitado 2.6.1.3. CPRD de Sofala O Governo da Província de Sofala disponibilizou parte das instalações da APIE para a instalação do CPRD. Uma equipa técnica deslocou-se à província para a verificação das condições que o edifício apresenta e fazer o levantamento das necessidades de reabilitação do edifício. 29 Foi lançado o concurso de reabilitação do CPRD, ressalvando-se, contudo, o facto de existirem dificuldades na capacidade das empresas de Sofala em responder ao concurso lançado. Foram também elaborados os Termos de Referência para os postos de Gestor e de Técnico do CPRD. Estes postos foram anunciados em concurso público e já foi recrutado e a desempenhar funções o Gestor. Para o início de 2007, prevê-se a realização de entrevistas para o preenchimento da vaga de Técnico do CPRD de e a contratação do pessoal de apoio, a ser recrutado localmente. Parte do equipamento informático para este CPRD já foi adqurido e se encontra em Maputo, faltando apenas o equipamento o equipamento informático remanescente e a aquisição do mobiliário de escritório. Dado o estágio de resposta das empresas ao concurso de reabilitação do CPRD, a inauguração deste Centro só poderá ter lugar no segundo trimestre de 2007, a fim de se poder dar o tempo necessário a empresa que fôr a vencer o concurso a executar o trabalho da empreitada em causa. Vista parcial do edifício do CPRD de Sofala 2.6.1.4. CPRD da Zambézia Em face das dificulades do Governo provincial da Zambézia de desponibilizar espaço para a instalação do CPRD, o Director da UTICT negociou com a Presidente do Conselho de Administração dos Correios de Moçambique, E.P., e cedência de parte do edifício dos Correios de Quelimane para aquele efeito, solução que foi também favoravelmente acolhida pelas autoridades da Província. Lançada o concurso para a reabilitação do CPRD, a obra foi adjudicada à A.R.H. Construções. Foi recrutado o Gestor do CPRD e em 2007 serão recrutados o Técnico e o pessoal de apoio. Já foi adquirido parte do equipamento informático previsto para o Centro, encontrandose em Maputo a aguardar a sua expedição. Apesar de alguns atrasos verificados na execução da obra, prevê-se a inauguração deste Centro ainda no primeiro trimestre de 2007. 30 Fig. 17: Edifício do CPRD da Zambézia 2.6.1.5. CPRD de Cabo Delgado O Governo de Cabo Delgado escolheu o edifício da Biblioteca Provincial para a instalação definitiva do CPRD e foi lançado o concurso para a reabilitação do edifício, tendo a obra sido adjudicada à empresa Riana Construções. Foram recrutados o Gestor e o Técnico do CPRD e, em 2007, será recrutado o pessoal de apoio. Foi já adquirido parte do equipamento informático para o Centro, encontrando-se ainda em Maputo a aguardar o seu envio ao destino. Apesar de alguns atrasos verificados na execução da obra, prevê-se a inauguração deste Centro no primeiro semestre de 2007. Fig. 18: CPRD de Cabo Delgado 31 2.6.2. Centros Comunitários Multimédia (CMCs) A UTICT, com o apoio do PNUD no âmbito do projecto de apoio ao processo de descentralização e prestação/disponibilização de serviços públicos pelos governos locais com recurso às ICTs, está a implementar dois CMCs nos distritos de Angoche e Monapo, na província de Nampula. Este projecto conta com o apoio do Projecto dos CMCs do CIUEM. Com este projecto, pretende-se interligar os governos dos distritos de Angoche e Monapo à Rede Electrónica do Governo (GovNet), partilhando o acesso à Internet com os CMCs, incluindo o acesso ao Portal do Governo, que vai facultar o acesso à informação e aos serviços públicos disponibilizados através do Portal, permitindo que os órgãos locais também disponibilizem a sua informação na Internet e através da Intranet. 2.6.3. Unidade Móvel de Tecnologias de Informação e Comunicação Em Setembro, foi inaugurada a Unidade Móvel de ICTs, destinada ao CPRD de Inhambane, cerimónia realizada no distrito de Jangamo, e à qual presidiu Sua Excelência o Ministro da Ciência e Tecnologia e Vice-Presidente da Comissão para a Política de Informática.. Fig. 19: Sua Excelência o Ministro da Ciência e Tecnologia e VP da CPInfo inaugura a Unidade Móvel e demonstra os seus serviços A unidade foi concebida e desenvolvida para formar residentes dos distritos, promover o conhecimento e serviços da área das novas tecnologias entre as comunidades rurais e periurbanas. Ela consiste num veículo incorporando um contentor transformado em sala de formação e equipado com computadores ligados à Internet, via satélite, que se destinam à formação básica e intermédia em informática de estudantes, funcionários, membros dos Conselhos Consultivos Distritais e outros interessados. Os serviços a oferecer incluem o processamento de textos, folha de cálculo, apresentações, bases de dados, etc., assim como comunicação via correio electrónico e pesquisa de informação. O contentor está revestido de material adequado para oferecer segurança e reduzir ao mínimo o efeito das vibrações sobre o equipamento instalado, quando o veículo circular em estradas de terra batida. O equipamento acessório interior inclui um gerador para operar mesmo em zonas não electrificadas. A iniciativa da Unidade Móvel de ICTs, que se estenderá gradualmente a todas as províncias, surge no âmbito do Projecto Moz/02/002: Tecnologias de Informação e Comunicação para o Desenvolvimento, e é financiada pelo Governo e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e implementada pela Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática (UTICT), da Comissão para a Política de Informática. 32 Fig. 20: Unidade Móvel de Tecnologias de Informação e Comunicação A Unidade está adstrita ao Centro Provincial de Recursos Digitais (CPRD) de Inhambane e, com ela, pretende-se expandir e acelerar a disseminação das tecnologias de informação e comunicação a nível nacional, em particular nos distritos, definidos como base de planificação e desenvolvimento do país, contribuindo para a crescente materialização das directrizes do Programa Quinquenal do Governo, do PARPA, da Política de Informática, sua Estratégia de Implementação e a Estratégia do Governo Electrónico, entre outros instrumentos fundamentais de orientação. A partir do CPRD, e através de parcerias a estabelecidas e a estabelecer com instituições públicas, privadas e cívicas locais, a Unidade irá percorrer as zonas rurais e peri-urbanas para promover a inclusão digital, reduzindo as simetrias digitais entre o campo e as cidades, e fazer das novas tecnologias uma alavanca da modernização e do alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Como balanço dos quatro meses do seu funcionamento, a unidade já formou cerca de 40 funcionários do Estado nos distritos de Jangamo e Vilanculos. O primeiro distrito a beneficiar desta Unidade foi Jangamo e o segundo foi o de Vilanculos, onde foi possível estabelecer já parcerias com o Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFP), o Município e a Administração de Vilanculos. Nos locais por onde a unidade passou, foram muitos os apelos feitos pela comunidade no sentido de se abrir a unidade à formação dos membros da comunidade em geral, o que vai ser feito, pois é justamente esse um dos objectivos da unidade. 3. Actividades Não Planificadas Mas Realizadas Durante o ano de 2006, para além das acções inscritas no programa de actividades, a UTICT realizou outras dignas de menção, com especial destaque para a componente de Eventos e Trocas de Experiência, marcada pelos preparativos para a introdução, pela UTICT, das ICTs no Balcão de Atendimento Único de Maputo (área da governação) e para alguns eventos internacionais. 33 3.1. Apoio à Introdução de ICTs no BAU da Cidade de Maputo No âmbito da melhoria da prestação do Balcão Único da Cidade de Maputo, em 2006 a UTICT trabalhou com o Ministério da Indústria e Comércio (MIC) e a UTRESP, com vista a optimizar os serviços lá disponíveis. Como resultado de uma visita efectuada ao local, pela equipa conjunta (UTICT, MIC, UTRESP, e Entidades do BAU da Cidade de Maputo), constatou-se que os processos poderiam ser melhorados se fossem automatizados, com a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação. Constatou-se, ainda, que o melhoramento dos processos do BAU pelo uso das ICTs poderia ser conseguido: Providenciando ferramentas de trabalho eficientes, tais como computadores, impressoras, etc. Implementando um sistema de comunicação eficiente para apoio ao BAU através das seguintes acções: Instalação duma Rede Local de Computadores (LAN) no BAU; Interligação do BAU às respectivas Direcções do Governo da Cidade ali representadas, à sede do Gabinete da Governadora e aos ministérios; Estabelecimento de acesso à Internet; Formação dos técnicos do BAU em ICT´s e em outras áreas ligadas à prestação de serviços pelo BAU; e Desenho de um sistema de informação eficaz para as actividades. Neste rol de acções, coube à UTICT: Instalar o Sistema de Comunicações entre as Direcções Provinciais e o BAU. Esta actividade foi feita e concluída. Em colaboração com o MIC, apoiar este processo com a definição de especificações, configurações e instalações. Esta actividade foi feita e concluída. Tendo em conta a arquitectura e plataformas definidas e previstas na Rede Electrónica do Governo (GovNet) para a interligação com os Governos Provinciais, a solução em termos de arquitectura para comunicação entre as Direcções da Cidade do Governo da Cidade de Maputo e o BAU foi a seguinte: 34 Fig. 22: Esquema de ligação dos Balcões de Atendimento Único Em forma de resumo, como resultado das acções desenvolvidas pela UTICT em 2006: O BAU já possui uma rede de computadores preparada para servir processos informatizados; O processo de troca de informação e de acesso aos sistemas já pode ser feito usando esta conectividade; Os funcionários das Direcções Provinciais começam a usar este meio para troca de informações via correio electrónico; As Direcções já conectadas já usam a ligação para acesso à Internet; As 10 Direcções Provinciais estão conectadas ao BAU e a outras instituições que usam a GovNet. 3.2. Actividades de Âmbito Internacional Realizaram-se várias actividades de âmbito internacional, tanto no país como no exterior, desde seminários e conferências a visitas de estudo e programas e workshops de formação. Dada a importância e o impacto dessas actividades mesmo alémfronteiras, são as mesmas resumidadas num capítulo autónomo, o capítulo 6 (Eventos Internacionais), mais adiante. 35 4. Parcerias e Mobilização de Recursos No domínio da cooperação com parceiros internacionais, foram desenvolvidas várias acções, que tiveram como resultado o reforço das relações já existents ou o estabelecimento das novas. O reforço de cooperação com a empresa Microsoft, por exemplo, é um ponto importante na agenda das ICTs em Moçambique. O mesmo se pode dizer em relação ao estabelecimento, pela primeira vez, de Memorandos de Entendimento com empresas Chinesas da área de ICTs (empresa Huawei e empresa ZTE). Foi igualmente assinado um memorando de entendimento com a empresa CISCO, empresa americana especializada na área de redes de comunicação. 4.1. Parceria Estratégica com a Microsoft Corporation Depois do acordo assinado com a Mocrosoft Corporation em Janeiro de 2004 em Maputo, as relações entre Moçambique e esta multinacional ganharam uma nova dinâmica, embora não ao nível desejado por Moçambique. Um acontecimento importante que marcou o nosso relacionamento com a empresa americana foi o encontro realizado em Julho do ano passado entre S. Excelência o Presidente da República, Armando Guebuza, e o Presidente da Microsoft, Senhor Bill Gates, na Cidade do Cabo, à margem do Fórum de Líderes Governamentais— Africa 2006. Fig. 23: Presidente Armando Emílio Guebuza, discursando no Fórum da Microsoft Na sequência deste encontro, o Presidente da Microsoft para África, Dr. Cheick Diarra, visitou o nosso país em Setembro de 2006, tendo-se reunido com Sua Excelência a Primeira-Ministra, a quem assegurou a disponibilidade da sua empresa em desenvolver laços mutuamente vantajosos com o nosso País. 36 Fig. 24: Presidente da Microsoft África, Doutor Cheick Diarra, em audiência com a Primeira-Ministra e Presidente da CPInfo, Dra. Luísa Dias Diogo Depois de várias concertações de ordem técnica, legal e financeira com a Microsoft, foram finalizados os preparativos para a assinatura do Acordo de Parceria Estratégica (APE), a acontecer brevemente. O Acordo abrange as áreas de Governo Electrónico, Educação, Desenvolvimento da Indústria Nacional das ICTs, transferência de tecnologias e desenvolvimento de capacidades na área ICTs, incluindo o licenciamento dos produtos da Microsoft para o sector público e para uso geral. O Acordo é válido por três anos, após os quais será acordado um quadro de cooperação mais ampla entre as partes. Trata-se do primeiro convénio do género no continente Africano e introduz um quadro para a aquisição e gestão de licenças da Microsoft pelo Estado, abarcando um universo de 2.416 computadores pessoais, incluindo um programa de assistência técnica, estimado em 1.617.000 USD. 4.2. Memorando de Entendimento com a empresa Huawei Foi assinado no mês de Agosto um Memorando de Entendimento (MoU) entre o Governo de Moçambique e a empresa Chinesa Huawei Tecnologies Investment Co., Ltd, visando estabelecer uma plataforma de cooperação através da qual a Huawei apoiará o Governo de Moçambique na consolidação da Rede Electrónica do Governo (GovNet). 37 Fig. 25: Ministro da Ciência e Tecnologia troca o Memorando de Entendimento com a Representante da Huawei Technologies A coberto deste MoU, a Huawei propõe-se providenciar equipamento e serviços de comunicações para a Rede Electrónica do Governo, capacitando-a para acomodar aplicações e serviços no âmbito do Governo Electrónico. 4.3. Memorando de Entendimento com a Empresa ZTE Foi também assinado um memorando de entendimento com outra empresa chinesa, a ZTE Corporation. O MoU estabelece uma plataforma geral de cooperação entre o Governo e a empresa e tem como principal objectivo apoiar técnica e financeiramente o Governo na implementação do Governo Electrónico. Ao abrigo do MoU, a empresa ZTE dispõe-se a apoiar a implementação de Fig. 26: Ministro da Ciência e Tecnologia troca Memorando de Entendimento assinado com o Representante da ZTE um projecto visando providenciar soluções, aplicações e serviços para o Governo Electrónico. 4.4. Memorando de Entendimento com a empresa CISCO Outro Memorando de Entendimento foi assinado com a empresa americana Cisco Systems International B.V., no qual as duas partes expressam sua intenção de cooperar nas áreas de Educação, Governo Electrónico, Indústria de ICTs e padronização para a rede de comunicação de dados. Através deste memorando, a CISCO dispõe-se, entre outros aspectos, a implantar academias CISCO e providenciar formação na área de redes de comunicação, apoiar o Governo na implementação do Governo Electrónico, apoiar a indústria nacional de ICTs e aumentar o número de empresas moçambicanas certificadas pela empresa. 38 5. Disseminação da Informação sobre as ICTs Este ano, a UTICT continuou a prestar atenção à divulgação das novas tecnologias, como forma de aumentar a consciência dos cidadãos sobre a importância destas ferramentas do desenvolvimento na melhoria do rendimento social e profissional das pessoas. A divulgação assumiu diversas formas, nomeadamente a cobertura das actividades e dos eventos levados a cabo pelos diferentes parceiros da UTICT na execução da Estratégia de Implementação da Política de Informática, a nível interno e externo. Para além dos órgãos tradicionais de comunicação social, nomeadamente a imprensa escrita e electrónica, o jornal, a rádio e a televisão também se usaram vídeos e folhetos, bem como a Internet, através dos sites da Comissão e do Portal de Governo. 5.1. Disseminação através da Imprensa Escrita, Rádio e Televisão Todos os principais enentos levados a cabo têm sido objecto de uma ampla cobertura jornalística 5.2. Disseminação através da Internet A componente comunicação está sempre presente nos programas de acção, que têm como destinatários privilegiados o funcionário público, o sector empresarial e a sociedade no seu todo, porque é a única forma de assegurar que tenham conhecimento dos mesmos dos objectivos almejados, é como do Portal do Governo, a Rede Electrónica do Governo (GovNet), os CPRDs e a Estratégia do Governo Electrónico, o Observatório de ICTs, o Portal dos Balcões de Atendimento Único e outros, que são objecto de divulgação regular nos órgãos de comunicação social e noutros, destacandose a colaboração com a, revista trimestral da Autoridade Nacional da Função Pública, em que foram publicados artigos, com o devido destaque, sobre o processo de elaboração e debate público da Estratégia de Governo Electrónico, da Lei das Transacções Electrónicas e outras iniciativas. Pode-se, a este respeito, dizer que os principais meios de divulgação foram indubitavelmente o portal do Governo (www.portaldogoverno.gov.mz), em bora a última não tenha tido uma actualização regular. 39 Na cobertura informativa, tiveram maior destaque o lançamento do Portal do Governo, do Portal dos Balcões de Atendimento Único, do Observatório das ICTs, da Unidade Móvel de ICTs em virtude de serem projectos virados para a melhoria da prestação de serviços públicos, com recurso às novas tecnologias. A divulgação destas novas iniciativas incluiu também a produção de dísticos e panfletos, que descrevem a natureza e importância dos mesmos. 5.3. Programa@Tecnologias em Cooperação com a TVM Com base no memorando de Entendimento assinado por e entre a televisão de Moçambique, E.P., e a Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática (UTICT), esta manteve a sua colaboração com a TVM na produção e edição do Programa@ Tecnologias, que a partir do segundo semestre contou com a parceria formal do MCT para a divulgação de actividades e iniciativas da área da ciência e tecnologia no âmbito da Estratégia de Implementação da Política de Informática e Estratégia de Ciência e Tecnologia. O programa “Tecnologias” tem um carácter informativo e formativo, abarcando um variado leque de temas relacionados com a ciência, tecnologia e a inovação, sendo emitido semanalmente com uma duração de 30 minutos. 6. 6.1. Eventos Internacionais Preparação da Conferência IST Africa 2007 No âmbito da preparação da conferência IST África 2007, que vai ter lugar em Maputo, de 9 a 11 de Maio de 2007, a UTICT, na qualidade de membro do Consórcio IST África, organizador da conferência, e na qualidade de membro anfitrião, iniciou em 2006 várias acções de carácter organizacional relacionados com a conferência. Foram acções de destaque em 2006, a elaboração e aprovação da estrutura do comité organizador da conferência e o orçamento. Dada a exiguidade dos fundos disponibilizados pela União Europeia ao projecto IST África para as despesas da conferência, a UTICT iniciou o processo de mobilização de 40 recursos, com envolvimento directo de Sua Excia. o Ministro da Ciência e Tecnologia, que desempenhou um papel decisivo nesta acção de angariação fundos assim no estabelecimento de contactos com personalidades de renome a nível nacionais e internacional para a sua participação como oradores de destaque na conferência. Outra actividade de relevo foi a divulgação, através da página Web do consórcio da IST Africa 2007, de toda a informação sobre a conferência e o apoio na difusão dos Call for Papers, angariação de apresentadores de papers e a constituição do Júri internacional para a selecção dos papers. 6.2. Reunião da Rede Africana de Estudos de Políticas Tecnológicas (ATPS) Realizou-se de 27 a 29 de Novembro de 2006, pela segunda vez consecutiva em Maputo, uma reunião da Rede Africana de Estudos de Políticas Tecnológicas (ATPS), na sua habitual conferência anual, que tem regularmente lugar num dos países membros, em reconhecimento do trabalho realizado na área da ciência, tecnologia e inovação em prol do desenvolvimento nacional. Com o seu Secretariado baseado em Nairobi, capital queniana, a ATPS é uma rede multidisciplinar que congrega investigadores, fazedores de políticas e seus intervenientes finais, num total de 23 países africanos, com o objectivo de gerar, promover e fortalecer as políticas de inovação tecnológica e de industrialização em África. A organização atribuiu troféus a outros três países qualificados, dos 20 presentes, nomeadamente os prémios da Melhor Exposição à Suazilândia, Melhor Advocacia Nacional a favor da Inovação a Lesotho, e da Melhor Classificação Geral à Costa do Marfim. 41 No total, foram cerca 80 representantes de países africanos, entre cientistas, técnicos e profissionais, trabalhando na Rede Africana de Estudos de Políticas Tecnológicas, que se deslocaram a Maputo para um encontro que decorreu sob o lema “Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedades Africanas: Implicações para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODMs) ”. 6.3. Seminário de Capacitação em Estratégias Nacionais e Sectoriais de ICTs Realizou-se de 28 a 31 de Agosto de 2006, em Maputo, o Seminário de Capacitação em Estratégias Nacionais e Sectoriais de ICTs, numa iniciativa organizada pelo Centro de Especialização em Administração Pública e Gestão (CESPAM), sediada no Botswana, a Rede de Tecnologias de Informação para o Desenvolvimento da Commonwealth (COMNET-IT) e a Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática (UTICT). Ainda no âmbito de capacitação realizou-se em Maputo um seminário sobre o desenho de estratégias nacionais e sectoriais de planificação de acções de promoção para o uso das tecnologias de informação e comunicação a nível nacional e sectorial. Este programa tinha em vista a capacitação de líderes e funcionários públicos dos países da Commonwealth, SADC e de Moçambique. Os objectivos da mesma eram de: fortalecer a capacidade de definição de políticas e estratégias de ICTs nos países membros da SADC e Commonwealth, de modo que os processos de planificação envolvidos atinjam um elevado grau de maturidade; providenciar metodologias e mecanismos que permitam refinar os conhecimentos já adquiridos nesta área; providenciar os meios de contacto, desde os níveis de programação aos níveis de financiamento, de iniciativas do Secretariado Executivo da SADC, Secretariado da Commonwealth e outros; levantar questões pertinentes e tendências debatidas a quando do Seminário da WSIS, dentre outras; desenvolver o papel do Governo como órgão catalisador e impulsionador do desenvolvimento duma sociedade baseada no conhecimento; e desenvolver o relacionamento entre os níveis nacional, sectorial e provincial no que concerne às estratégias e planificação em tecnologias de informação e comunicação. 42 7. 7.1. Gastos com a Implementação do Programa Fundo do Orçamento Geral do Estado No ano económico de 2006, a UTICT foi dotada de fundos para despesas correntes ou de funcionamento orçados em 5.233.950,00MT, tendo sido utilizado o valor de 4.325.820,33MT, que corresponde a uma execução de 82,65%. Para o Investimento, uma vez mais, não foi alocado nenhum fundo apesar de ter sido solicitado. Os gastos foram assim distribuídos: Ite m Designação da despesa Importância -MZM I 1 Despesas com O Pessoal Salários e outras despesas do Pessoal 1,574,125.46 2 3 II 1 2 3 Ajudas de custo fora do País Ajudas de custo dentro do país Bens Material de escritório e Consumíveis Combustíveis e Lubrificantes Manut. e Reparação de Imóveis 1,226,564.79 344,847.15 2,713.52 855,541.91 388,091.14 125,783.95 20,415.25 4 5 III 1 2 3 Manut. e Reparação de Equipamento Material duradoiro de escritório Serviços Comunicações Água e Electricidade Manutenção de Imóveis 43,759.39 277,492.18 1,896,152.95 1,043,985.40 34,778.45 9,456.35 4 5 6 7 8 9 10 IV Manutenção e Reparação de Equipamento Passagens para fora do país Seguros Renda de Instalações Despesas de Representação Consultoria e Assistência Técnica Residente Outras Despesas TOTAL 91,498.56 230,502.85 9,760.73 209,103.04 56,266.09 58,704.14 152,097.34 4,325,820.32 43 36% 44% Despesas com o Pessoal Bens Serviços 20% 44 7.2. Fundos Externos Projecto MOZ/02/002 – ICT For Development Programme Em 2006, o PNUD disponibilizou, no âmbito deste projecto, uma importância de USD335,773.82 (trezentos e trinta e cinco mil, setecentos e setenta e três dólares americanos e oitenta e dois cêntimos), tendo sido utilizado na totalidade conforme a seguir se descrimina: Ite m Designação da despesa Valor em USD 1 Salários do Pessoal 2 Acessórios de Redes e equipamento 3 Viagens Nacionais 244,922. 35 27,785.8 1 14,937.1 2 4 Contractos 5 6 Recursos audiovisuais e produção de material Miscelâneas 7 Total 13,688.1 4 14,440.4 0 20,000.0 0 335,773. 82 6% 4% 4% Salários do Pessoal 4% Acessórios de Redes e equipamento Viagens Nacionais Contractos 8% Recursos audiovisuais e produção de material Miscelâneas 74% Projecto ICT Human Resource for Development (ICT4D) Ainda em 2006, o PNUD disponibilizou, no âmbito do Projecto de Formação e Desenvolvimento de Recursos Humanos em ICTs, um valor de USD388.398,54 (trezentos oitenta e oito mil, trezentos e noventa e oito dólares americanos e cinquenta e quatro cêntimos), utilizados conforme a seguir se descrimina: Ite Designação da despesa 45 Valor em m USD Salários do Pessoal Nacional 1 2 Salário do Consultor Nacional Salário do Consultor Internacional 3 4 5 6 Custos de Administração e Logística Reabilitação de 3 Centros e Mobiliários Viagens Nacionais Equipamento 7 Miscelâneas-(UNDP services fees) 8 Total 4% 17,151.7 8 8,000.00 28,208.5 2 4,481.00 25,388.9 1 8,510.06 202,036. 74 94,621.5 3 388,398. 54 2% 7% 24% 1% 7% Salários do Pessoal Nacional Salário do Consultor Nacional 2% Salário do Consultor Internacional Custos de Administração e Logística Reabilitação de 3 Centros e Mobiliários Viagens Nacionais Equipamento Miscelâneas-(UNDP services fees) 53% Projecto Rede Electrónica do Governo (GovNET) No período em referência, a UTICT recebeu do Governo da Itália, a primeira tranche no montante de €560.000,00 para o financiamento das actividades do projecto Rede Electrónica do Governo (GovNet), tendo sido utilizado o valor de €483.622,03 assim distribuído: Ite m Designação da despesa Valor em €uros 1 2 Pagamento de Equipamento Informático Pagamento de Salários 3 Pagamento de Telecomunicações 4 5 Viagens de Nacionais Outras Despesas ( bancárias) 137,054.5 2 131,588.3 3 208,933.8 3 1,154.65 4,890.70 46 Comissões 6 0% Total 483,622.0 3 1% 28% Pagamento de Equipamento Informático 44% Pagamento de Salários Pagamento de Telecomunicações Viagens de Nacionais 27% Outras Despesas ( Comissões bancárias) Projecto Building Local Government Capacity in the Province of Gaza No mesmo ano, a UTICT recebeu, do PNUD e no âmbito Projecto Building Local Government Capacity in the Province of Gaza, um fundo da Microsoft de $59,314.92 (cinquenta e nove mil, trezentos e catorze dólares americanos e noventa e dois cêntimos), tendo sido utilizado o valor de USD$39,235.45 distribuído da seguinte maneira: Ite m Designação da despesa Valor USD em 1 2 3 4 Equipamento e Mobiliário Reabilitação do CPRD Viagens de Nacionais Total 14,779.35 23,463.48 992.62 39.235.45 3% 38% Equipamento e Mobiliário Reabilitação do CPRD Viagens de Nacionais 59% Projecto Service Delivery to Support Decentralization for Mozambique Para o financiamento das actividades deste projecto foi disponilizado pelo PNUD um montante de USD95.150,00, tendo sido utilizado valor de USD88.858,03 conforme o quadro que se segue: 47 11% Ite m Designação da despesa Valor USD 1 2 3 4 5 6 Salários Equipamento e Mobiliário Reabilitação do CPRD Contratos Viagens de Nacionais Total 3,496.14 37,033.15 35,577.05 9,356.39 3,395.30 88.858,03 4% em 4% Salários 41% Equipamento e Mobiliário Reabilitação do CPRD Contratos Viagens de Nacionais 40% 7.3. Gastos Globalizados Os gastos totais da UTICT, no exercício económico de 2006, foram realizados da seguinte forma: em moeda nacional, isto é, meticais da nova família, a UTICT teve gastos orçados em 4.325.820,33MT (quatro milhões, trezentos vinte e cinco mil e oitocentos e vinte meticais e trinta e dois centavos). Em moeda estrangeira, foram disponibilizados fundos em dólares americanos e em euros. Em dólares americanos os gastos ascenderam os 852.265,84MT (oitocentos cinquenta e dois mil e duzentos sessenta e cinco dólares americanos e oitenta e quatro cêntimos) enquanto em euros os gastos foram de €483.622,03 (quatrocentos oitenta e três mil, seiscentos vinte e dois euros e três cêntimos) 8. Avaliação do cumprimento do programa de actividades Foi muito positivo o cumprimento do Programa de Actividades de 2006. Na verdade das trinta e sete (37) actividades principais planificadas, apenas cinco não foram realizadas, o que corresponde a 87% de cumprimento. Se considerarmos que, das cinco grandes actividades não realizadas houve algumas que foram iniciadas mas não concluídas e houve também muitas tarefas não previstas no programa mas que foram realizadas, então podemos dizer que o cumprimento esteve, de facto, próximo dos 100% ou mais, por compensação. Nos aspectos qualitativos poderíamos, por exemplo, afirmar que graças aos workshops e cursos de formação e sensibilização de dirigentes e funcionários públicos sobre o uso das ICTs e do trabalho realizado com os diferentes parceiros vincou a necessidade da extensão destas acções a todas as províncias o país e a cobertura ou inclusão de mais funcionários públicos a todos os níveis. A instalação e entrada em funcionamento em algumas províncias de Centros Provinciais de Recursos Digitais (CPRDs) colmataram 48 parcialmente o problema de falta infra-estruturas para a realização deste tipo de acções ao nível das províncias a custos comportáveis. O início da operação da Unidade Móvel de ICTs ao nível de distritos da Província de Inhambane demonstrou a utilidade e a importância desta iniciativa para programas de sensibilização a este nível da estrutura administrativa do nosso país. Com base nesta unidade foi possível formar um número significativo de funcionários públicos nos distritos e usa-la para a disseminação de informação e serviços públicos nas áreas prioritárias como a educação, saúde, agricultura, etc. A extensão da Rede Electrónica do Governo (GovNet) e os seus serviços a mais instituições ao nível central e nas províncias veio contribuir para a necessidade da consolidação do princípio da abordagem coordenada da compra e desenvolvimento de sistemas de informação do Governo, principalmente nos aspectos da intranet do Governo e optimização e redução dos custos de comunicação e de acesso a Internet por parte de instituições públicas. A aderência de mais instituições aos serviços da GovNet e a sua prontidão em contribuir para os custos de largura de banda e de comunicação é uma das provas da importância e necessidade desta infra-estrutura comum de comunicações do Governo. O lançamento do Portal do Governo e o início gradual, mas com tendência crescente, de disponibilização de serviços públicos através da Internet tem um impacto difícil de avaliar mas os números, na ordem de milhões, de acesso e visita a este portal com crescente exponencial mostra lacuna que esta plataforma de ICTs veio cobrir. O mesmo pode ser dito em relação ao Portal dos BAUS que foi também lançado em 2006. Este Portal tem como foco a interacção entre o Governo e o sector privado, principalmente os aspectos ligados a facilitação dos processos ligados ao registo e licenciamento de empresas privadas nosso país. O ano passado foi possível trabalhar no sentido de disponibilizar via este portal a III Série do BR que contém informação importante relativa ao processo de registo e licenciamento de empresas e acredita-se com a publicação desta série do BR no formato electrónico vai contribuir significativamente para a redução do número de dias para licenciar uma actividade empresarial em Moçambique, pois o longo período de divulgação deste BR pela Imprensa Nacional no formato tradicional era sempre mencionado como um dos constrangimentos deste processo. No tocante ao papel dos parceiros de cooperação, uma nota de especial apreço vai para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e ao Governo da Itália que vem financiando o ICT-for-Development Programme Rede Electrónica do Governo (GovNet) e apoiando o Governo na mobilização de outros parceiros para considerarem as tecnologias de informação e comunicação como uma área transversal e essencial, a ser sistematicamente enquadrada nos programas que apoiam e financiam em Moçambique. Menção especial vai também para o Banco Mundial que tem vindo a apoiar a formulação da Legislação Electrónica e a Estratégia de Telecomunicações. As maiores dificuldades enfrentadas pela Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática continuaram a ser a exiguidade de recursos financeiros e outros meios essenciais para o trabalho para operar a Rede Electrónica do Governo, principalmente a cobertura dos custos de comunicações e da extensão desate infra-estrutura para os distritos e de contratação de técnicos qualificados para fazerem a manutenção gestão desta rede e seus serviços. Esta situação veio a ser parcialmente gerida com a contribuição de instituições do Governo através dos fundos da Comparticipação do 49 Estado no Projecto GovNet, da UTRESP usando fundos da Programa da Reforma do Sector Público e dos fundos do Governo da Itália para apoiar a implementação da Fase de Extensão desta rede, mas este projecto (Fase de Extensão da GovNet) termina em Dezembro de 2007 sendo prioritário a identificação de alternativas para manter esta rede depois de Dezembro de 2007, Há duas possíveis opções: Uma com base no Orçamento do Estado disponibilizado a UTICT como gestora da GovNet e outra com base na contribuição dos sectores (ministérios e governos provinciais, distritais e outras instituições do Estado que usam a GovNet) como pagamento de serviços disponibilizados a GovNet. Um ponto igualmente digno de menção especial é a colaboração pronta que se obteve de todos os sectores e instituições — organizações do Estado, sector privado, organizações da sociedade civil, instituições académicas e de pesquisa, etc. — no processo de finalização da proposta de Estratégia de Governo Electrónico e da Estratégia, da elaboração da Proposta de Lei de Transacções Electrónicas e da Proposta de Estratégia de Acesso Universal, que acabou fazendo parte da Estratégia de Telecomunicações. Espera-se que esta colaboração e esta parceria venham a consolidar-se no processo da implementação dos projectos e programas inscritos nas estratégias acima referidas e outros projectos e iniciativas que certos surgirão em 2007. 50