A.L.2.6 DUREZA DA ÁGUA E PROBLEMAS DE LAVAGEM QUÍMICA 11.ºANO QUESTÃO-PROBLEMA Porque é que o sabão nem sempre lava bem? Porque é que em certas regiões do país a roupa e os cabelos acabados de lavar ficam ásperos? Há alguma vantagem em lavar com detergente em vez de sabão? Como amaciar uma água? PREPARAÇÃO PRÉVIA Para compreender a actividade laboratorial deve ser previamente introduzido aos alunos o conceito de dureza da água, nomeadamente, origem, consequências a nível doméstico e amaciamento. É importante que saibam classificar uma água em dura, branda ou macia pois esse é um dos objectivos da actividade. TRABALHO LABORATORIAL MATERIAL (POR GRUPO) Material Quantidades Balança 1 Copo de 250 mL 1 Equipamento para filtração a pressão reduzida ou centrifugadora e respectivos tubos 1 Esguicho Espátula 1 2 Placa de aquecimento com agitação magnética 1 1 Pipeta graduada de 10 mL Pompete 3 1 Régua 1 Tubo de ensaio 9 Suporte de tubos de ensaio 1 Vareta de vidro 1 REAGENTES Reagente Frases R Frases S R36 S2, S22, S24 R36, R37 S2, S22, S26 Água destilada Cloreto de cálcio Sulfato de magnésio Sabão (“azul e branco”) Champô Detergente Carbonato de sódio PROCEDIMENTO 1 A - IDENTIFICAÇÃO DE UMA ÁGUA DURA, BRANDA OU MACIA 1. Colocar 10 mL de água 1 (água destilada) em três tubos de ensaio (A, B e C); 2. Adicional 1,0 mL de água ensaboada ou sabão líquido, gota a gota, à água 1 do tubo A e agitar com a vareta de vidro até obter uma espuma persistente; 3. Registar a altura da espuma (em cm) e a limpidez da solução; 4. Repetir os procedimentos 2 e 3 para os tubos B e C, mas adicionando 1,0 mL de detergente no tubo B e 1,0 mL de champô no tubo C; 5. Colocar 10 mL de água 2 (solução aquosa de sulfato de magnésio) em três tubos de ensaio (D, E e F) 1 Adaptado de Dantas, M. d., & Ramalho, M. D. (2009). Caderno de actividades laboratoriais, Jogo de Partículas - Física e Química A - Química - Bloco 2 - 11.º/12.º ano. Lisboa: Texto Editores, Lda. e Martins, I. P., & al., e. (2003). Programa de Física e Química A, 11.º ou 12.º ano. Mistério da Educação 2 6. Adicional 1,0 mL de água ensaboada, ou sabão líquido, ao tubo D, 1,0 mL de detergente ao tubo E e 1,0 mL de champô ao tubo F. A adição dos produtos deve ser feita gota a gota, até se obter uma espuma persistente. Registar a altura da espuma (em cm) e a limpidez da solução, em cada caso; 7. Colocar 10 mL de água 3 (solução aquosa de cloreto de cálcio) em três tubos de ensaio (G, H e I); 8. Adicional 1,0 mL de água ensaboada, ou sabão líquido, ao tubo G, 1,0 mL de detergente ao tubo H e 1,0 mL de champô ao tubo I. A adição dos produtos deve ser feita gota a gota, até se obter uma espuma persistente. Registar a altura da espuma (em cm) e a limpidez da solução, em cada caso. B – AMACIAMENTO DE UMA ÁGUA DURA 1. Juntar num copo de 250 mL as águas duras remanescentes dos procedimentos 6 e 7 da parte A. Adicionar carbonato de sódio (por exemplo, 3,0 g / 100 cm3); 2. Aquecer a mistura numa placa de aquecimento e agitar durante 5 minutos; 3. Retirar o copo de cima da placa e deixar arrefecer; 4. Separar o sólido (precipitado) por filtração ou centrifugação; 5. Aproveitar parte do filtrado para fazer um novo teste, usando sabão; 6. Comparar a altura de espuma formada com testes realizados anteriormente. NOTA: A fim de se rentabilizar o tempo, este teste deverá ser realizado, em simultâneo, por uma parte dos elementos do grupo. 3 REGISTO E TRATAMENTO DE DADOS A - IDENTIFICAÇÃO DE UMA ÁGUA DURA, BRANDA OU MACIA Agente de limpeza Sabão (Água ensaboada) Detergente Champô Variáveis a medir Observações Água 1 Água 2 Água 3 Altura da espuma (cm) 0,2 Nã o Nã o Formação de escuma Nã o Si m Si m Limpidez Nã o Nã o Nã o Altura da espuma (cm) 0,3 0,1 2,0 Formação de escuma Nã o Si m Si m Limpidez Si m Nã o Nã o 2,1 0,6 0,5 Nã o Si m Si m Si m Nã o Nã o Altura da espuma (cm) Formação de escuma Limpidez Classificação da água quanto à dureza 4 Macia Dura Dura DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Para a correcta interpretação dos dados é necessário fazer uma discussão prévia com os alunos sobre as possíveis espécies químicas responsáveis pela dureza da água, o tipo de solos que lhe dão origem, intervalos de concentração mássica em CaCO3 para águas macias, brandas e duras e implicações a nível doméstico da utilização de águas duras. Sugerem-se as seguintes questões2: • Há diferenças na aparência de uma água macia e dura? Não, a aparência é semelhante. • Poder-se-á avaliar a dureza de uma água através de efeitos que provoca aquando da lavagem com sabão comercial de lavagem manual ou de um detergente comercial? Como? Sim, pelo formação de espuma e/ou escuma. Os sabões e detergentes na presença de águas duras originam sais insolúveis de cálcio e magnésio, a escuma. Por outro as água moles favorecem, em geral, a formação de espuma. • Qual é a água dura, branda e macia? A água 1 foi considerada mole e as águas 2 e 3 águas duras. A base destas conclusões está na observação da formação de escuma, que se verificou apenas nas águas 2 e 3, e na diminuição da altura da espuma nestas águas, comparativamente à água 1. Note-se que no caso do detergente não é notório este efeito na espuma provavelmente devido a uma insuficiente agitação no tubo da água 1. Estas conclusões são coerentes com o esperado pois a água 1 era água destilada, pobre em iões, por oposição às outras que são ricas nos dois iões dos sais que tornam a água dura: cálcio e o magnésio. • Onde é que o sabão é mais eficiente, na água macia ou na água dura? Em águas macias, pois à menor formação de escuma. 2 Adaptado de Martins, I. P., & al., e. (2003). Programa de Física e Química A, 11.º ou 12.º ano. Mistério da Educação 5 • Qual é o produto mais eficiente numa água dura: sabão ou detergente? Pelos resultados, verificasse que o sabão não formou praticamente espuma nas águas duras pelo que se pode afirmar que o detergente será mais eficiente. • Como explicar o amaciamento da água dura usando carbonato de sódio? Qual o nome do sólido que ficou retido no filtro? A adição do carbonato de sódio provoca o amaciamento das águas devido há ocorrências das seguintes reacções: !" !! !" + !"! !!! ! → !"!!! ! + 2!" ! !" !"!! !" + !"! !!! ! + !"(!")! ! → !"(!")! ! + !"!!! ! + 2!" ! !" No filtro fica retido o carbonato de cálcio. Nota: A parte B da experiencia não foi possível realizar devido à inexistência de remanescentes e constrangimentos de tempo. Seria de esperar no teste realizado à água tratada um aumento na altura da espuma e possível eliminação da escuma. CONSIDERAÇÕES 1. As soluções de águas duras podem ser o remanescente da A.L. 2.2 Chuva «normal» e chuva ácida. 2. Caso se preparem as soluções de águas duras, ter em conta que a preparação da solução de cloreto de cálcio é uma reacção exotérmica e do sulfato de magnésio ligeiramente endotérmica. Estas soluções devem ser preparadas com água da torneira. 3. Pode realizar-se os testes também à água da torneira a fim de classificar a água da região quanto à dureza. 4. Muitos alunos revelam dificuldades em diferenciar espuma de escuma. É conveniente clarificar a distinção. 6 BIBLIOGRAFIA Dantas, M. d., & Ramalho, M. D. (2009). Caderno de actividades laboratoriais, Jogo de Partículas - Física e Química A - Química - Bloco 2 - 11.º/12.º ano. Lisboa: Texto Editores, Lda. Dantas, M. d., & Ramalho, M. D. (2009). Jogo de Partículas - Física e Química A Química - Bloco 2 - 11.º/12.º ano. Lisboa: Texto Editores, Lda. Martins, I. P., & al., e. (2003). Programa de Física e Química A, 11º ou 12º anos. Ministério da Educação. 7