Curso de Educação Física
Ensino da Capoeira
Prof. MSc. Paulo José dos Santos de Morais
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CAPOEIRA
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Curso de Educação Física - Ensino da Capoeira
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Originou-se do vocábulo tupi-guarani:
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Etimologia
Cáa (mato) puera (que foi e já não é)
Utilizações do Vocábulo:
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Mato ou Vegetação; Localidades; Animais; Artefatos;
Luta.
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Origem
África?
Mama África!
(a minha mãe)
é mãe solteira
e tem de fazer mamadeira
todo dia
além de trabalhar
como empacotadeira
nas casas Bahia...
Chico César.
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“Era um sonho dantesco... O tombadilho
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Que das luzes avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite, Navio Negreiro
Horrendos a dançar...
Castro Alves - 1868
(...)
São os guerreiros ousados,
Que como tigres mosqueados
Combatem a solidão...
Homens simples, fortes bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão
(...)
Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao Leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d´amplidão...
Hoje... o porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...”.
Redemption Song (Canção da Redenção)
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Bob Marley
Velhos piratas, é, eles me roubaram
Me venderam para os navios mercantes
Minutos depois eles me jogaram no porão
Mas minha mão foi feita forte
pela mão do Todo-Poderoso
Seguimos nessa geração
Triunfantemente.
Você nao vai ajudar a cantar
Essas canções de liberdade?
Porque é tudo que já tive:
Canções de redenção
Canções de redenção
Emancipem-se da escravidão mental;
Ninguém além de nós mesmos pode libertar nossa mente.
Não tenha medo da energia atômica,
Porque nenhum deles pode parar o tempo
Por quanto tempo vão matar nossos profetas,
enquanto ficamos parados olhando?
É, alguns dizem que é só uma parte disso:
Temos que completar o livro.
Essas canções de liberdade,
Canções de liberdade.
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Brasil?
Origem
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Quadro 1 – Sobrevivências culturais dos negros no Brasil
A) Culturas Sudanezas
Yoruba (Nagôs)
Ewes (no Brasil Gêges)
Fanti-ashantis
B) Culturas Sudanezas
negro-maometanas
Haussás
Tapas
Mandingas
Fullahs
C) Culturas Bantús
(Bantos)
Angola-Conguenses
Moçambiques
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CAPOEIRA: CORAGEM E RESISTÊNCIA SÓCIOCULTURAL NEGRA
Coragem:
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“somos chamados a realizar algo novo, a enfrentar a terra
de ninguém, a penetrar na floresta onde não há trilhas
feitas pelo homem, e da qual ninguém jamais voltou que
possa nos servir de guia”,ou seja, a Coragem ou: “Fugir
em pânico ante a iminência do desmoronamento das
nossas estruturas; acovardar-nos com a perda dos portos
conhecidos; ficar paralisados, inertes e apáticos...”
 (MAY, 1975)
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CAPOEIRA: CORAGEM E RESISTÊNCIA SÓCIOCULTURAL NEGRA
Resistência Sócio-Cultural Negra
“Sua elaboração se deu como resultado da resistência articulada
no sentido de apontar ‘uma saída dentro do próprio sistema de
coação’. Esta saída encontrava-se no corpo, tido como o
principal eixo da resistência cultural africana: ou se trabalhava,
ou se deixava morrer (suplício), ou, então adestraria o corpo no
sentido de libertação (práticas religiosas ou capoeira). Um dado
importante a se ressaltar diz respeito a lógica da articulação do
sistema de resistência desenvolvido pelos negros através do
corpo. Vemos uma rede de atitudes que se interpenetra
dispersivamente, embora respondendo sempre ao mesmo
objetivo: assegurar a permanência dos códigos de referência da
identidade sócio-cultural do cotidiano de origem”.
 ( TAVARES, 1984)
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Onde se aprende!
Roda
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Origem
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Tradições Africanas: Batuque (Rugendas, 1830)
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Tradições Africanas: Negro Fandango (Earle, 1822)
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Dança de Negros (Harring, 1840)
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Jogar Capoeira ou Dança da Guerra (Rugendas, 1830)
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Negros Lutando (Earle, 1822)
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Salvador-Bahia (Verger, 1946-48)
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Mestre Bimba – Capoeira Regional
Bimba exerceu as
profissões de
trapicheiro,
doqueiro, carroceiro
e carpinteiro, mas
foi principalmente,
essencialmente,
notoriamente,
primordialmente,
capoeira.
MOURA (1991)
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Cooptação do Corpo – Estado Novo/Década de 30
Na década de 1930 apareceu em
sua academia um funcionário do
governo que entregou um ofício
convidando-o a comparecer ao
palácio. Bimba pensou que seria
preso, pois a capoeira ainda era
considerada coisa de marginais,
mas para sua surpresa o
governador / interventor Juraci
Magalhães queria apenas que ele
e seus alunos se exibissem para
alguns convidados”.
(MOURA (s.d.); citado por
CAPOEIRA, 2000)
A primeira academia de Capoeira fundada por
Mestre Bimba, em Salvador, localizava-se no
Engenho Velho de Brotas, com o nome de “Centro
de Cultura Física e Capoeira Regional da Bahia”.
Sendo a primeira a receber autorização oficial para
o ensino da Capoeira, em 1937, ano da decretação
do Estado Novo, documento expedido pela
Secretaria de Educação, Saúde e Assistência
Pública do Estado da Bahia, e reconhecia Mestre
Bimba como Professor de Educação Física
(VIEIRA, 1998).
Em 1953, dois anos após ter sido reconduzido
ao poder pelo voto popular, Getúlio Vargas,
presencia uma demonstração de Capoeira, para
o que foi convidado Mestre Bimba dentro do
Palácio do Governo da Bahia, que faz questão
de cumprimentar o Mestre e posar para uma
foto juntamente com seus alunos.
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Mestre Pastinha – Capoeira Angola
Filósofo, poeta,
gentleman, guardião
das tradições da
capoeira, capoeira.
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CORDÕES
(Identificação hierárquica)
Grupo Beribazu:
• Corda Azul, Azul-Marrom, Marrom, Marrom-Verde e Verde
– Aluno;
• Corda Verde-Amarela – Estagiário;
• Corda Amarela – Monitor;
• Corda Amarelo-Roxa – Instrutor;
• Corda Roxa - Contramestre (Professor);
• Corda Vermelho e Roxa – Mestrando;
• Corda Vermelha - Mestre Edificador;
• Corda Branca - Mestre Dignificador.
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CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CAPOEIRA
A- Graduação Infantil (3 a 12 anos)
1º estágio - iniciante: sem corda ou sem cordão 2º estágio - batizado: cinza claro/
verde
• 3º estágio - graduado: cinza claro/ amarelo 4º estágio - graduado: cinza claro / azul
• 5º estágio - intermediário: cinza claro/verde/ amarelo 6º estágio - adiantado: cinza
claro / verde / azul 7º estágio - estagiário: cinza claro / amarelo / azul
B- Graduação normal (a partir de 13 anos)
• 1º estágio - iniciante: sem corda ou cordão • 2º estágio - batizado: verde
• 3º estágio - graduado: amarelo • 4º estágio - graduado: azul
• 5º estágio - intermediário: verde e amarelo • 6º estágio - adiantado: verde e azul
• 7º estágio - estagiário: amarelo e azul
C- Docente de capoeira
• 8º estágio - Formado: verde, amarelo, azul e branco
• 9º estágio - Monitor: verde e branco
• 10º estágio - Instrutor: amarelo e branco
• 11º estágio - Contramestre: azul e branco
• 12º estágio - Mestre: branco
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Berimbau:
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A cabaça, o arame, um pedaço de pau!
Mais: Atabaque; Pandeiro, reco-reco, agogô
Toques:
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São Bento Grande
Cavalaria
Banguela
Santa Maria
Iuna
Idalina
Amazonas
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WAR (BOB MARLEY)
Até que a filosofia que torna uma raça superior
E outra inferior, seja finalmente permanentemente
Desacreditada e abandonada havera guerra,
Eu digo guerra.
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Até que não existam mais cidadãos
De 1º e 2º classe em qualquer nação.
Até que a cor da pele de um homem
Não tenha maior significado que a cor
Dos seus olhos havera guerra.
Até que todos os direitos básicos
Sejam igualmente garantido para todos,
Sem privilégios de raça, terá guerra.
Até esse dia o sonho da paz final,
Da almejada cidadania e o papel
Da moralidade internacional,
Não será mais que mera ilusão a ser percebida e nunca atingida,
Por enquanto haverá guerra, guerra.
Até que os ignóbeis e infelizes regimes
Que prendem nossos irmãos em Angola,
Em Moçambique, África do Sul escravizada,
Não mais existam e sejam destruídos,
Haverá guerra, eu disse guerra.
Guerra no leste, guerra no oeste, guerra no norte,
Guerra no sul, guerra, guerra, rumores de guerra.
E até esse dia, o continente africano não conhecerá a paz.
Nós africanos lutaremos, nós acharemos isto necessário
E conheceremos a vitória.
O bem sobre o mal, bem sobre o mal...
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