U NIVERSIDADE F EDERAL DO R IO DE J ANEIRO C ENTRO DE C IÊNCIAS DA S AÚDE INSTITUTO DE C IÊNCIAS B IOMÉDICAS PROGRAMAS DE GRADUAÇÃO EM HISTOLOGIA E EM BIOLOGIA CELULAR E DO DESENVOLVIMENTO Rio de Janeiro, 24 de Novembro 2010. Ao: Diretor do Instituto de Ciências Biomédicas - ICB Prof. Roberto Lent De: Programa de Graduação em Histologia Programa de Graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento Prezado Senhor Diretor, Os Programas de Graduação do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) acima mencionados, após reunião de corpo deliberativo, vêm propor através desta, a indicação do Professor Radovan Borojevic como membro Emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para este fim, enviamos o presente texto solicitando que o mesmo seja apresentado aos membros da Congregação deste Instituto, no sentido de oficializar este pleito e dar o encaminhamento apropriado. Abaixo, fazemos um relato da vida e da atuação profissional do Professor Radovan destacando suas contribuições para o engrandecimento de nossa Universidade, através de atividades em múltiplas esferas acadêmico-científicas. Seu trabalho extrapola os muros de nossa Instituição, com a criatividade, pioneirismo e eficiência que tanto almejamos para a construção de um ambiente de excelência, com a mesma solidez das melhores Instituições nacionais e internacionais. Radovan Borojevic nasceu em 16 de Novembro de 1940 na Croácia, filho de um militar Sérvio e uma pianista Croata. Cresceu e ingressou na escola, em Zagreb, vivendo nesta época rodeado de intelectuais. Seu avô era um especialista em leis e seu bisavô foi contemporâneo de Sigmund Freud em estudos psicanalíticos. Embora seus estudos na Escola Clássica de Zagreb tivessem sido orientados para Matemática e Humanidades, com ênfase especial em Latim e Grego, optou posteriormente pelas Ciências Naturais. Do tempo que passou em Zagreb ele herdou a persistência ao trabalho e uma ampla visão sobre cultura e conhecimento humano. Na Faculdade de Ciências na Universidade de Zagreb, interessou-se por Biologia, estudando Biologia Marinha nos Institutos de Rovinj e de Dubrovnik no Mar Adriático. Ainda como aluno de graduação, recebeu uma bolsa na Universidade de Strasbourg. Foi no Instituto de Zoologia nesta Universidade que o então jovem estudante teve a sorte de conhecer o Professor Claude Levi e iniciar seus estudos em Taxonomia, Evolução e Ecologia de esponjas calcáreas. A influência do Professor Levi foi determinante na sua educação científica, aguçando sua curiosidade e ensinando-o a ter disciplina e método, o que muito contribuiu para seu amadurecimento científico. Assim, mesmo antes de sua graduação, tornouse um dos mais importantes especialistas na biologia do Phylum Porifera. A escolha das Esponjas Calcáreas como modelo de estudo influenciou significativamente o curso de sua vida científica, fazendo-o começar a pensar sobre o modelo da organização multicelular primitiva e o ponto inicial da evolução dos Metazoários. Em 1963, Radovan recebeu seu “Diplôme d’Études Supérieures” da Faculdade de Ciências da Universidade de Strasbourg. Neste mesmo ano lhe foi concedida a posição de pesquisador no Centre National de La Recherche Scientifique (CNRS). Em 1968, defendeu o seu “Doctorat en Sciences”, na Universidade de Paris,, aprofundando seus estudos sobre evolução, diferenciação celular e morfogênese em organismos multicelulares. A confiança e a coerência de suas idéias deram a ele a coragem de publicar sua Tese de Doutorado na renomada revista Developmental Biology em 1966. Sua pesquisa propunha e lançava as bases para uma visão evolutiva da organização multicelular e da segregação, desde o início da multicelularidade, das células-tronco e células diferenciadas. Sua hipótese foi confirmada posteriormente através de estudos genéticos e moleculares, desenvolvidos por seus alunos e seguidores, corroborando suas premissas. Esses dados deram a ele reconhecimento internacional através de um prêmio da Developmental Biology Society em Calgary, Canadá. Este foi o reconhecimento do valor de suas idéias, as quais têm sido verificadas por um grande número de trabalhos científicos. Além de toda a experiência em Biologia Celular, Radovan contribuiu enormemente na taxonomia da classe Calcárea, sendo até hoje uma das maiores referências mundiais no assunto. Ainda em 1968, participou da implementação e organização de um novo Laboratório de Biologia de Invertebrados Marinhos no Museu Nacional de História Natural de Paris, juntamente com o Professor Claude Levi, então nomeado Professor Titular naquela Instituição. Entretanto, o projeto foi prematuramente interrompido como conseqüência do conturbado momento sócio-político vivido pela França naquela década. Como um cidadão naturalizado francês, foi convocado ao serviço militar, integrando o Serviço de Cooperação Científica e Técnica do governo francês. Foi enviado para a Universidade Federal de Pernambuco, sendo encarregado do ensino e formação de pesquisadores no Laboratório de Ciências do Mar da UFPE. Ele aceitou o desafio proposto pela Marinha Brasileira de avaliar o potencial regional de recursos pesqueiros. Foi possível assim, contrastar a maravilhosa vista natural da costa do Atlântico, com as condições de saúde e problemas de nutrição das populações das regiões tropicais e sub-tropicais. As belezas naturais de nosso País aliadas à maneira alegre de viver de seu povo pobre de recursos, o fizeram permanecer aqui.; afirma Radovan em seu memorial para professor Titular. Com a intenção de colocar seu conhecimento científico a serviço da melhoria da qualidade de vida de populações mais carentes, em 1971 aceitou proposta feita pelo Serviço Francês de Cooperação Técnico Científica e pelo Instituto de Pesquisa da Marinha no Rio de Janeiro de organizar o Laboratório de Biologia Experimental. Diversos pesquisadores brasileiros foram orientados por ele em seus estudos sobre recursos marinhos. Naquele período também foi responsável pelo desenvolvimento de modelos “in vitro” de infecção por Schistosoma mansoni. A partir de uma colaboração com o pesquisador da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Professor José Pelegrino, veio a se interessar pela Biologia Parasitária e Patologia Celular. Este trabalho o fez voltar aos modelos de estudo do controle da proliferação e diferenciação celular e morfogênese, os quais havia deixado de lado quando terminou seus estudos de doutoramento na conturbada Paris de 1968. Na mesma época o Serviço Francês de Cooperação Técnico-Científica, junto com a Fundação Gonçalo Moniz, desenvolveu um projeto amplo de pesquisa sobre infecção por Schistosoma na Bahia. Mais tarde, apontado pela Embaixada Francesa como responsável pelo projeto, Radovan estreitou sua colaboração com a França através de pesquisas no Laboratório de Biologia Parasitária e Imunologia do Instituto Pasteur, em Lille, com o Prof. André Capron e no Laboratório de Patologia Celular do Instituto Pasteur, em Lyon, com o Professor Jean Grimaud. Entre 1972 e 1978, este projeto de cooperação desenvolveu vastos estudos epidemiológicos e imunopatológicos. A Organização Mundial da Saúde (WHO) reconheceu a importância do projeto e indicou-o como conselheiro externo. Naquele período desenvolveu estudos em imunologia geral e aplicada, assim como em ultraestrutura celular e citopatologia, em colaboração com o Professor Jean Grimaud. Em 1978, o Professor Radovan foi convidado pelo Serviço Francês de Cooperação Técnico-Científica a servir no Instituto Reza Pahlev em Teerã, em colaboração com o Instituto Pasteur. Sua decisão de recusar a chamada e deixar a cooperação foi resultante do fato de não desejar mais se envolver em trabalho administrativo, o que lhe havia consumido grande parte do tempo. Seu desejo era voltar a se dedicar integralmente à pesquisa científica fundamental. Assim sendo, ele concorreu novamente à posição de pesquisador no CNRS na França. Como pesquisador do CNRS, voltou a participar de cooperações com o Brasil, desta vez através de uma colaboração científica entre a Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro, e o Laboratório de Patologia do Instituto Pasteur em Lyon, onde havia sido convidado para expandir o Departamento de Biologia Humana. Na Universidade Santa Úrsula deu iníco a suas investigações sobre a dinâmica da mobilização de células inflamatórias e a mielopoiese tanto sob condições normais como patológicas. Embora colaborando com a Unidade de Patologia do Instituto Pasteur em Lyon, sentiu as limitações estruturais para o desenvolvimento de pesquisa fundamental numa Instituição privada. Finalmente, em 1980, aceitou o convite para ser Professor Visitante no Departamento de Bioquímica do Instituto de Química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A concordância do Instituto Pasteur permitiu que participasse mais intensamente no Departamento de Bioquímica e continuasse colaborando com o grupo do Dr. Grimaud. Com o tempo tornou-se difícil estar em ambos os laboratórios, já que o ensino no Curso de Pós Graduação em Bioquímica bem como o desafio de formar um novo grupo de jovens pesquisadores na UFRJ exigia sua presença constante no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, o Instituto Pasteur e o CNRS foram claros sobre suas intenções de contar com a importante colaboração do Professor em Lyon. Consciente dos possíveis riscos e das desvantagens envolvidos em sua decisão, optou deixar o CNRS e prestar um exame público, em 1986, para se tornar Professor Adjunto no Departamento de Bioquímica do Instituto de Química da UFRJ. Mais tarde, em 1994, tornou-se Professor Titular no mesmo Departamento. O período que o Professor Radovan integrou o Instituto de Química da UFRJ foi bastante produtivo. No Departamento de Bioquímica, Prof. Radovan estabeleceu o modelo experimental de esquistossomose mansoni em camundongos para o estudo de formação de granulomas hepáticos. Este modelo permitiu o estudo de dois processos celulares importantes na evolução da doença em humanos, assim como, em camundongos: o de produção de células hematopoiéticas no fígado de camundongos infectados e o fibrosamento que ocorre pela ativação das células estreladas hepáticas acumuladoras de lipídios (lipócitos) em miofibroblastos secretores de matriz extracelular e de fatores troficos para a hematopoiese. Este estudo resultou numa série de publicações que contribuíram para a compreensão do papel das células estreladas hepáticas na formação de um estroma hematopoiético hepático. Atualmente, seus artigos são citados em revisões importantes, demonstrando a relevância de seus estudos, como na revisão do Dr. Scott Friedman na revista “Physiological Review” de 2008: “Hepatic Stellate Cells: Protean, Multifunctional and Enigmatic Cells of the Liver.” Neste Departamento, em 1988, foi o responsável pela criação e implementação do primeiro Banco de Células da América Latina, que ele dirige até os dias de hoje. O Banco está localizado atualmente no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) tendo uma coleção de centenas de linhagens celulares distintas (animais e humanas) requisitadas por Instituições de Pesquisa brasileiras. Ao mesmo tempo, junto com Maria Helena Nicola, professora do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ), criou o primeiro Curso de Biotecnologia no Brasil. Esta iniciativa permitiu que jovens talentosos fossem absorvidos no mercado de trabalho e também fossem aceitos como alunos de pós-graduação em cursos da área Biomédica de Universidades Federais. Seu vasto conhecimento em Biologia Celular, assim como a experiência adquirida em Hematologia Experimental, levou-o a uma parceria valiosa com o Professor Halley Pacheco em 1994, e a criação do Serviço de Transplante de Medula Óssea do HUCFF. Neste projeto, foi também responsável pela criação do primeiro serviço de crio-preservação e controle de qualidade de progenitores hematopoiéticos, antes e após congelamento, que integra o Serviço de Transplante de Medula Óssea do HUCFF. O sucesso da implementação e o funcionamento deste projeto permitiram que o Professor Radovan criasse no ano de 2000, o Banco de Sangue de Cordão Umbilical que se tornou, posteriormente, uma empresa de biotecnologia independente, localizada no polo Bio-Rio (UFRJ/Campus Fundão), e que resultou em exemplo para implantação de outras empresas com a mesma finalidade, tanto no Rio de Janeiro quanto em outras grandes metrópoles brasileiras. Foi também responsável pela instalação e organização do Centro de Biotecnologia tanto como um Membro de seu Comitê Executivo, como um Membro Permanente e Coordenador Científico da Bio-Rio. Como um cientista de mente aberta, ele não se fechou para oportunidades de interação entre os setores científico e produtivo. A manipulação constante de células humanas juntamente com a experiência acumulada de anos dedicados à Biologia Celular e transplante de medula óssea, fizeram do Professor Radovan Borojevic um pioneiro no estudo de células tronco no Brasil. Nos anos 90, enquanto cientistas de todo o mundo ainda começavam a perceber o enorme potencial apresentado por células tronco, foram sua ampla visão em ciência e uma abordagem interdisciplinar que o permitiram criar e coordenar terapias celulares envolvendo pele e seus substitutos, osso e cartilagem, bem como terapias de células cardíacas. Sua transferência em 1997 para o Departamento de Histologia e Embriologia no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) na UFRJ teve contribuição decisiva, não somente para a Instituição como também para os professores que dela faziam parte. Como Chefe deste Departamento, agregou e incentivou os professores a buscarem níveis de produtividade e organizacionais até então não alcançados. Teve participação marcante no ensino de Graduação, desde a discussão conjunta de conteúdos das disciplinas até a reformulação do currículo de vários Cursos da área básica. Sua presença no Instituto o aproximou de outros pesquisadores na área da saúde, tanto do Centro de Ciências da Saúde (CCS) como do HUCFF, com os quais continuou desenvolvendo e fortalecendo projetos envolvendo interações básico-clínicas. Esta proximidade física, com o HUCFF, permitiu a criação do Programa Avançado de Biologia Celular Aplicado à Medicina (PABCAM) e a implementação de Serviços de Terapia Celular. O Professor é atualmente presidente da Associação Técnico Científica Paul Ehrlich, que gerencia diversas atuações deste Programa. Este Programa serviu de referência para o Instituto Nacional de Metrologia (InMetro) conceber alguns de seus mais recentes empreendimentos, como o estabelecimento de vários projetos de pesquisa na Área de Bioengenharia, e a implantação do Centro Brasileiro de Materiais Biológicos (CBMB) em convênio com o Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) para depósito de patentes biológicas. O professor Radovan tem contribuído decisivamente para a implementação de ambos os projetos. Tendo como objetivo maior colocar a ciência a serviço da saúde e estando sempre ciente de que o trabalho de pesquisa é realizado coletivamente, como exemplificado em sua notória frase “ninguém faz ciência sozinho, eu represento um grupo que trabalha junto”, o Prof. Radovan destacou-se por sua capacidade de organizar grupos de pesquisa multidisciplinares. Um importante exemplo foi o grupo que desenvolveu as primeiras terapias celulares para o tratamento de doenças cardíacas. Este grupo inaugurou uma importante colaboração com o Hospital Pró-Cardíaco, através do Dr. Hans Dohman, seu aluno de Doutorado e atual Secretário Municipal de Saúde do Estado do RJ. No primeiro teste clínico organizado pelo grupo foram obtidos resultados extremamente significativos de melhora funcional e da qualidade de vida dos pacientes, o que abriu as portas para as mais diversas propostas de estudos clínicos em terapia celular cardíaca em desenvolvimento hoje no Brasil. Ainda como conseqüência deste trabalho, Radovan recebeu o prêmio “Faz Diferença” do Jornal O Globo, que elegeu as 15 personalidades que mais se destacaram e ajudaram o Brasil a mudar ao longo do difícil ano de 2003. De maneira análoga, seus trabalhos em terapias de osso e cartilagem estão em pleno progresso. Nesse contexto o Prof. Radovan foi responsável por promover a aproximação de grupos já estabelecidos no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e na Universidade Federal Fluminense (UFF), tendo nesta última contribuído decisivamente para a criação de um pioneiro Laboratório de Cultura de Células. Desempenhou papel fundamental na consolidação do Laboratório de Biomaterias do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e sua articulação com área biomédica e hospitalar. Sua liderança na formação de uma rede de pesquisa em bioengenharia no estado do Rio de Janeiro, constituída por Laboratórios do UFRJ, da UFF, do CBPF e do INMETRO, garantiu tanto o desenvolvimento de novos biomateriais quanto a implementação de testes pré-clínicos e clínicos; fundamentais para a aplicação da medicina regenerativa. O sucesso deste grupo se confirma pelos projetos de pesquisa já aprovados em diversos Editais, tanto pelos pesquisadores do grupo individualmente, como pelo grupo conjunto (PRONEX, Pensa-Rio, Editais do SUS, SEDIADAS entre outros). Em especial, cabe destacar que nos últimos meses o Professor Radovan tem se dedicado à organização de uma rede nacional sobre toxicologia de nanomaterias. Esta rede, que se substancia em paralelo com outras redes em todo o mundo concebidas para o mesmo fim, irá contribuir para estabelecer normas e procedimentos para a avaliação e certificação de produtos nano-estruturados em nosso País. Como observador da natureza e um especialista em diferenciação celular e morfogênese de organismos multicelulares, este grande mestre orientou muitos estudantes, além de ter publicado centenas de trabalhos. Com sua presença e disponibilidade para ajudar, forneceu a todos que com ele conviveram ensinamentos e uma especial capacidade de colocar a ciência a serviço daqueles que dependam dela. Em recente publicação comemorativa dos 40 anos do ICB-UFRJ, no que toca à produção científica de seus membros (de 2002 a 2008), verifica-se a posição de destaque científico do Professor. O Professor Radovan publicou 69 artigos neste período, tendo o Instituto em sua totalidade produzido cerca de 600 artigos. Esta produtividade representa mais do que 10% de toda a Instituição no período, com uma média de cerca de 8,6 trabalhos por ano. O Professor publicou 29 trabalhos em revistas internacionais entre 2009 e 2010, o que mostra que o ritmo de sua produção científica continua em ascensão. Em toda sua carreira, até o momento, o professor Radovan publicou 231 trabalhos científicos. Além disto, o Professor Radovan teve um papel fundamental na formação de inúmeros alunos de pós-graduação de diferentes Instituições brasileiras tendo até novembro de 2010 orientado 61 teses de mestrado e 42 teses de doutorado. Por si só, estes números já nos fazem orgulhar de sua presença em nosso Instituto, e no Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas (PCM). Por sua produtividade científica, como orientador acadêmico e por sua atuação em outras áreas correlatas, observa-se claramente seu enorme papel na divulgação científico-acadêmica de nossa Universidade. Tendo participado do PCM desde a sua criação (1995), atuou como seu Coordenador no períodos de Fevereiro de 1999 a Julho de 2000 e de Julho de 2002 a Julho de 2004. Neste período contribuiu decisivamente para a visibilidade das Ciências Morfológicas no País, e em particular no Rio de Janeiro. Teve papel fundamental para que o PCM atingisse a nota máxima na avaliação da CAPES, sendo naquele período o único programa de PósGraduação nesta área no país com nota sete. Muitos alunos formados pelo professor Radovan Borojevic, encontram-se atualmente em Instituições públicas de excelência em ensino e pesquisa, como: Instituto de Traumato Ortopedia (INTO), UFRJ (campus Macaé, Fundão e Xerém), UFBA, UNICAMP, UFRGS, UFG, UniRio, USP, UFSC, UFF, Moffitt Câncer Center, Tampa/EUA, UFAL, UERJ, INCA, Fundação Oswaldo Cruz, e Escola Técnica Federal de Química). Outros alunos foram absorvidos em empresas que já fornecem produtos para a sociedade na área de Biomateriais, como no caso de enxertos ósseos e terapias celulares para diversos fins clínicos: Excellion Serviços Biomédicos (EXCELLION); Fundação Bio Rio (BioRio); Criopraxis, Instituto de Traumato Ortopedia (INTO); Banco de Células do Rio de Janeiro e Natura. Dentre os prêmios e homenagens recebidos pelo Professor Radovan, selecionamos alguns por sua importância no presente contexto: 2010 • Prêmio concedido pelo Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (HEMO 2010), como melhor trabalho em Transplante de Medula Óssea. 2009 • 10o. Prêmio Amil de Medicina 2008 • Prêmio Edward B. Dietrich, Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular. • Prêmio Natura de Inovação Tecnológica - Programa Natura Campus, NATURA. • Award to the Best Poster - Allied Health Session, International Federation for the Surgey of Obesity and Metabiolic Disorders . 2007 • Homenagem - 20 Anos do Conselho Regional de Biologia - RJ, Conselho Regional de Biologia. 2006 • Prémio de Honra ao Mérito, FESBE. • Eleito como um dos pesquisadores que mais brilharam nos últimos 15 anos: Edição Especial dos da Revista Veja. 2005 • Membro Estrangeiro, Academia Brasileira de Ciências. • Doutor Honoris Causae da Universidade Federal da Bahia. 2004 • • Membro Emérito, Sociedade Brasileira de Biologia Celular. Latin America Award, Society for Developmental Biology. 2003 • Prêmio Mme Durocher - Micrometástases de câncer de mama em medula óssea, Academia Nacional de Medicina. • Best Presentation Award - International Symposium on MDS in Childhood - Stresa, Italia, New Hope in Health Foundation. • Prêmio Faz Diferença - Ciência, O GLOBO. 2002 • 50 Personalidades em Destaque no ano 2002, Revista VEJA. Todos nós brasileiros temos uma enorme gratidão por este cidadão croata, francês, bahiano e carioca; pela certeza de que as sementes que ele plantou estão gerando frutos em laboratórios de diversas Universidades, em Hospitais públicos e privados e, principalmente, nas mentes de todos os estudantes que tiveram o privilégio de trabalhar em sua companhia. A partir deste breve relato, esperamos contar com o apoio da Congregação do ICB para realizar a merecida homenagem ao Professor Radovan convidando-o a tornar-se Professor Emérito de nosso Instituto. Temos certeza de que, com sua presença e prestígio, o futuro Professor Emérito Radovan Borojevic irá contribuir enormemente para o fortalecimento cada vez maior de nossa Pós-Graduação em Ciências Morfológicas e para a superação dos desafios que compõem a permanente busca pela excelência que sempre motivarão nosso Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ. Atenciosamente,