Cadê o Lixo que estava aqui? Programa de Educação Ambiental Oficina 3 Instituto Estre de Responsabilidade Socioambiental Presidente: Wilson Quintella Filho Diretor-executivo: Juscelino Dourado Coordenadora de educação: Fernanda Belizário Coordenadora de relações institucionais: Adriana Norte Analistas: Marcos Paulo Goldfarb e Mariane Pintor Estagiários: Ana Carolina Luccarelli, Bruno Braglin, Caroline Loiola, Felipe Fortuoso, Gabriel Guadalupe, Mariana Shimada, Mônica Barroso e William Sasao Coordenadora de conteúdo: Maria Candida Di Pierro Formação de educadores: Ana Lúcia Piazza, Mônica Maciel e Alciana Paulino Projeto gráfico: Marko Mello Ilustradores: Mario Cau e Vitor Gorino Instituto Estre de Responsabilidade Socioambiental Av. Pres. Juscelino Kubitschek, 1830 – Torre I – 2º andar CEP: 04543-900 – São Paulo – SP www.institutoestre.org.br Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre Estrada Municipal P.L.N. (Paulínia Nova Veneza) 190 s/nº CEP: 13 140-000 – Paulínia – SP Tel.: (19) 3984-9251 [email protected] 2 R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. Programa de Oficinas O que é? O Programa de Oficinas Pedagógicas do Instituto Estre é um convite para que você e seus alunos discutam sobre consumo e resíduos, temas fundamentais da educação ambiental. A pergunta que norteia as atividades do programa é “Cadê o lixo que estava aqui?” Isso significa que, ao invés de ‘esquecermos’ dos resíduos que colocamos da porta para fora, vamos olhar para eles de forma curiosa e investigativa. Vamos perguntar de onde eles vieram – ou seja, reconhecer o consumo como a origem dos resíduos. Iremos conhecer as alternativas existentes para o descarte de resíduos e seus impactos na natureza e na vida das pessoas. Assim, compreenderemos que nossas escolhas de consumo e de descarte fazem muita diferença. Conhecer é essencial para poder fazer as melhores escolhas. Saber que, ao consumir, nós produzimos resíduos, e que eles não somem, ao contrário, necessitam ser cuidadosamente tratados, é algo que nos ajuda a realizar as melhores escolhas na hora de consumir e de descartar. O que acontece na prática? O Programa de Oficinas Pedagógicas do Instituto Estre compreende três etapas distintas de trabalho: 1. Há uma primeira etapa de trabalho que se desenvolve na escola, antes da visita ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre (CEA). Nesse caderno você encontra sugestões de atividades para desenvolver nessa etapa. Elas foram pensadas para colocar os estudantes em contato com as questões relacionadas com o tema do programa, consumo e resíduos, e favorecem o maior aproveitamento da visita que vai ser feita. 2. A segunda etapa consiste na visita que você e seus alunos farão ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre e ao aterro sanitário. Essa visita será conduzida por educadores ambientais preparados para desenvolver atividades adequadas à faixa etária e ao nível de escolaridade dos seus alunos. 3. Finalmente, no retorno à sala de aula, estão previstas atividades (sugeridas nesse caderno) de sistematização das aprendizagens, em que você e sua turma elaboram um produto para ser encaminhado ao Instituto Estre, participando da troca de conhecimentos entre todas as escolas e as turmas que realizam as Oficinas Pedagógicas. A palavra consumo se refere à prática de fazer uso de materiais, produtos e serviços para a satisfação das necessidades humanas. Resíduo quer dizer resto ou sobra. Uma grande parte dos resíduos resultantes das atividades humanas pode ser aproveitada. Quando não são aproveitados, os resíduos sólidos são chamados de lixo. Qual a importância de conhecer um aterro sanitário? A visita ao aterro sanitário permite que os jovens percebam a importância de pensarmos seriamente sobre os resíduos. O aterro nos mostra que estamos produzindo muito resíduo e, portanto, nos faz pensar sobre o nosso consumo e as formas de descartar aquilo que não usamos mais. Ele nos mostra que os resíduos devem ser tratados com cuidado, com a mais avançada tecnologia, evitando danos ao meio ambiente. Além disso, o aterro nos conta que os resíduos têm valor, pois podem transformar-se em novos recursos, contribuindo para uma vida mais sustentável. Ao visitarmos o aterro, percebemos que a mudança nos nossos hábitos é urgente. É possível integrar as atividades do Programa de Oficinas Pedagógicas aos outros projetos e conteúdos curriculares que estão sendo desenvolvidos? Sim. Os professores das diversas matérias podem integrar-se ao Programa de Oficinas Pedagógicas sem que seja necessário abandonar os conteúdos ou a metodologia específicos da sua disciplina. As atividades sugeridas podem ser desenvolvidas de diversas maneiras: • Por um professor de uma disciplina relacionada com o tema do programa – por exemplo, Ciências – que desenvolve todas as atividades em suas aulas. • Por vários professores, cada um desenvolvendo atividades relacionadas com sua disciplina; por exemplo, o professor de Ciências desenvolve as atividades iniciais e acompanha a visita ao aterro sanitário; o de Artes trabalha a representação plástica da personagem; o professor de Língua Portuguesa elabora a atividade final, com a produção de um texto. • Por um ou mais professores, que desenvolve(m) as atividades com os alunos de maneira integrada, na forma de trabalho com projetos, considerando o caráter interdisciplinar da educação ambiental. 4 R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. 5 Oficina Cadê o Lixo que estava aqui? PARA QUEM Esta oficina destina-se a alunos e professores do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. RESUMO DA OFICINA Essa oficina constitui-se em uma sequência de atividades que acontece em três tempos: • ANTES da visita ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre, em sala de aula, os estudantes pesquisam de que é feito um objeto que faz parte de seu cotidiano, para compreender que ao consumir qualquer produto estamos consumindo direta e indiretamente muitos recursos naturais. • DURANTE a visita ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre: são realizadas atividades que complementam as de classe: •Levantamento das coisas usadas e descartadas pelos jovens no seu dia a dia. •Observação de maquete explicativa sobre lixão e aterro sanitário. Descrição Nessa atividade, os alunos pesquisam a composição de um produto comercializado, identificando a matéria-prima de que ele é feito e suas fontes. O objetivo é levar os alunos a estabelecer que são necessários muitos recursos naturais para produzir objetos que fazem parte da sua vida cotidiana. Isso os levará a perceber a importância de prolongar ao máximo sua vida útil, repensar seu consumo e as melhores maneiras de descartá-los. Materiais •Papel para cartazes (como craft ou cartolina). •Lápis, canetas e outros materiais para produção gráfica (recortes de revistas e jornais, pedaços de tecido, cola, fita adesiva etc.). •Material para pesquisa: livros, revistas e computadores com acesso à internet. Passo a Passo 1. Apresente a atividade para os seus alunos, dizendo que se trata de um trabalho a respeito das coisas que usamos e descartamos; e que a partir de agora eles vão pesquisar de que são feitos os objetos comuns de seu dia a dia. 2. Organize a classe em grupos. Peça que cada grupo faça um levantamento dos objetos e coisas que são de grande estima dos seus integrantes, algo de sua preferência ou algo sem o qual não gostariam de ficar (um chaveiro, um livro, um tênis, um celular etc.). •Visita monitorada ao aterro sanitário. •Fechamento com dinâmica que apresenta e discute o ciclo de vida dos materiais. Observação: Para efeito dessa pesquisa, oriente os alunos a selecionar um produto que tenha passado por etapas de produção e comercialização, evitando principalmente alimentos in natura, como frutas. • DEPOIS da visita, em sala de aula, duas atividades são sugeridas: •Reelaboração dos cartazes à luz dos 4 Rs, propondo o consumo e o descarte responsável dos objetos preferidos dos jovens. 6 DE QUE É FEITO MEU OBJETO PREFERIDO? ATIVIDADE 1: Depois desse levantamento, cada grupo deverá escolher apenas um desses objetos e pesquisar os materiais de que ele é feito, buscando identificar os recursos naturais que deram origem a esses materiais (petróleo, minérios, madeira, vegetais etc.). •Elaboração do produto final:“Histórias do Aterro”. R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. 7 3. Programe um tempo para os alunos realizarem a pesquisa, de maneira que você tenha ao menos duas aulas com a turma antes da apresentação dos resultados. Na primeira aula, eles devem trazer o objeto que vão pesquisar. Mostre que eles podem descobrir quais são alguns dos materiais que compõem os artigos observando seus rótulos, quando se trata de um produto comercial. Depois, para saber de que e como são feitos esses materiais, eles devem investigar em sites da internet, livros didáticos, enciclopédias, revistas de curiosidades científicas etc., até identificar o mais detalhadamente possível os recursos naturais que compõem os materiais daquele produto. Essa pesquisa pode ser conduzida em horário de aula ou fora dele. 4. Na aula seguinte, conheça os resultados obtidos até então pelos grupos e aproveite para dar novas orientações, fazendo correções na rota de pesquisa dos grupos e instruindo-os para a confecção dos cartazes. 5. O resultado das pesquisas deverá ser apresentado em cartazes que exponham de forma atrativa as informações a respeito dos materiais que compõem o produto. Os estudantes devem utilizar ilustrações, imagens de jornais e revistas, fotos e textos que organizem e apresentem as informações da maneira mais completa possível. Institua um momento de socialização dos cartazes, permitindo que os estudantes contem como fizeram a pesquisa, suas estratégias e fontes principais. 6. Depois disso, leve os alunos a discutir sobre as motivações para o consumo do produto escolhido e também as maneiras como ele é usado: a aquisição desse produto é necessária? Será que ao adquirir esse artigo os alunos se davam conta de tudo que estavam consumindo? O consumo desse artigo deveria ser repensado por algum motivo? Ele é durável? Como poderiam prolongar sua vida útil? Peça que imaginem o que acontecerá com aquele objeto no dia em que não lhes servir mais: ele será jogado fora? Para onde ele irá? O que acontecerá com os materiais que o integram? Eles se decompõem facilmente? Eles são contaminantes? Qual a melhor maneira de descartar esse objeto, na opinião dos alunos? Faça um levantamento dessas e outras questões e considerações que os alunos fizerem a respeito do consumo e descarte dos artigos, registrando-as para levar à visita ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre e ao aterro sanitário. Diga que na próxima etapa do trabalho essas reflexões serão aprofundadas, pois a turma irá conhecer o lugar para onde o lixo das nossas casas vai. 8 R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Importante: O que levar na visita ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre Organize com os alunos o registro das questões que ficaram sem resposta, bem como um dos cartazes elaborados na atividade. Leve-os na visita e apresente-os aos educadores ambientais que receberão a classe. Esses materiais servirão de referência para as atividades que serão desenvolvidas, sendo devolvidos no final da visita. Para pensar... De que é feita a minha calça jeans? Para responder a essa pergunta, vamos ver alguns dos produtos e recursos que participam da produção e da comercialização desse artigo utilizado por milhões de pessoas no mundo todo: • Uma calça jeans é feita de tecido resistente chamado denim, cuja matéria-prima é o algodão. • O algodão é um produto agrícola cultivado em cerca de 80 países, entre eles o Brasil. Para seu cultivo são usados defensivos agrícolas, fertilizantes, água e energia. Sua colheita pode ser feita de forma manual ou mecânica – o que envolve combustíveis. • Depois de cultivado e colhido o algodão, suas fibras passam por vários tratamentos para transformar-se em tecido. Nos processos de lavagem, tingimento, clareamento e amaciamento necessários para obter os tons e a consistência dos tecidos, são utilizadas substâncias como água, amaciantes e alvejantes. Muitos desses produtos são feitos de minerais e de substâncias como o cloro. • Alguns jeans possuem fibras de poliéster na sua composição. O poliéster é um tipo de plástico. Os plásticos são derivados de petróleo. • Depois disso, a calça é confeccionada, recebendo linhas de algodão e/ou poliéster, zíper (de plástico ou de metal), botões (geralmente de metal, cromados ou niquelados) e etiqueta de couro sintético, obtido a partir de plástico (petróleo). • Depois de pronta a calça passa por um processo de lavagem denominado stone wash, que dá a aparência de desgaste ao tecido. Mais água, energia e substâncias alvejantes. • Transporte: as fibras são produzidas em um lugar, os botões, as linhas, os zíperes e as etiquetas em outros, o corte e a costura são feitos em outro (frequentemente na Ásia), a lavagem em outro e a venda ocorre em muitos países. O transporte utiliza combustível, geralmente de fonte fóssil (petróleo, gás, carvão). O jeans é um produto feito para durar. Mas a moda não (muito ao contrário). Por isso, muitas calças jeans são deixadas de lado e substituídas por outras novas, com novo design. O que acontece com as calças velhas? Se elas forem trocadas ou doadas, além de beneficiar outras pessoas, as calças terão sua vida útil prolongada. Por isso, as trocas e doações de roupas e outros artigos podem ser entendidas não apenas como atos de solidariedade entre as pessoas, mas também de responsabilidade ecológica. Reprodução expressamente proibida. 9 A VISITA AO CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DO INSTITUTO ESTRE E AO ATERRO SANITÁRIO A visita é conduzida por educadores ambientais, e tem quatro momentos: •Na chegada, você e os estudantes serão recepcionados e convidados a pensar sobre o que acontece com tudo o que usamos e depois jogamos fora diariamente, em atividade apropriada à faixa etária e ao nível de escolaridade da turma. •Você poderá contribuir contando aos educadores as atividades que já foram desenvolvidas em sala de aula a respeito dos assuntos abordados. Você poderá mostrar-lhes os materiais que vocês organizaram: as perguntas e os cartazes. •Depois disso, os jovens conhecerão uma maquete que representa uma cidade que possui um aterro sanitário e um lixão. Essa atividade lhes permitirá comparar estas duas formas de dispor os resíduos, conhecer seu funcionamento e entender alguns problemas relacionados com os resíduos. •Você e sua turma serão conduzidos(as) ao aterro sanitário Estre, em ônibus adaptado para esse fim. O(a) educador(a) explicará como tudo funciona por lá. OS QUATRO Rs E MEU OBJETO PREFERIDO ATIVIDADE 2: Descrição Nessa atividade, os alunos retomam os cartazes que produziram e os reformulam, propondo novas formas de usar e descartar os objetos de sua preferência, baseadas nos 4 Rs. Materiais •A lista com perguntas que foi levada à visita. •Os cartazes produzidos na atividade anterior à visita. •O pôster “OS QUATRO Rs NO CICLO DE VIDA DE UM CELULAR”que acompanha esse material. Passo a Passo •Finalmente, retornando ao Centro de Educação Ambiental do Instituto Estre, os jovens participarão de uma dinâmica que demonstra o ciclo de vida dos materiais, discutindo a importância de fazer escolhas responsáveis tanto ao consumir produtos como ao descartar resíduos. 1. Explore com os alunos suas impressões a respeito do aterro sanitário e da atividade da qual participaram na visita. Retome a lista de perguntas e verifique as novas respostas que os alunos formularam para elas. 2. Retome os cartazes e peça aos alunos que formem os mesmos grupos de trabalho que os produziram anteriormente. Leve-os a pensar sobre as consequências do consumo e do descarte do produto que representaram, considerando o seu ciclo de vida (tema desenvolvido na visita). Para aprofundar essa reflexão, exponha para os alunos o pôster que acompanha esse material, que descreve o ciclo de vida de um telefone celular. Observando o pôster, eles poderão identificar o que é necessário para que um celular chegue até eles. Também deverão perceber-se como integrantes do ciclo, na medida em que são responsáveis pela etapa do consumo e pelo descarte. Além disso, poderão perceber-se como aqueles que têm as decisões a respeito das melhores maneiras de consumir e descartar os produtos que utilizam. 3. Depois disso, proponha que os grupos completem a ilustração ou esquema dos seus cartazes à luz das propostas expressas nos 4 Rs (repensar, reduzir, reutilizar e reciclar). Em outras palavras, os grupos deverão inserir novos desenhos, textos e flechas para que o consumo e o descarte daquele produto sejam feitos de maneira responsável, gerando a menor quantidade de resíduos possível. 4. 10 Por fim, esses produtos podem ser expostos para que outros alunos conheçam e se informem sobre a pesquisa e suas conclusões. E o mais importante: para que os próprios jovens adotem as proposições ali contidas para consumir e descartar com responsabilidade. R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. 11 ELABORAÇÃO DOS PRODUTOS FINAIS - HISTÓRIAS DO ATERRO ATIVIDADE 3: Descrição Essa atividade consiste na elaboração do produto final do Programa, os textos intitulados “Histórias do Aterro”: os alunos imaginam-se como objetos que foram parar no aterro e, por meio de um texto narrado em primeira pessoa, contam como foi sua vida até chegar lá. Essa atividade favorece que façam uma síntese a respeito dos temas abordados nas atividades anteriores: o ciclo de vida dos materiais e a necessidade de fazer escolhas responsáveis ao consumir e descartar. Materiais •Uma folha de papel para desenho por aluno. •Uma folha com linhas por aluno. •Materiais de desenho: lápis pretos e coloridos, gizes de cera, canetinhas coloridas e outros materiais para colagem como tecido, papéis de vários tipos, coisas retiradas do lixo reciclável, cola e fita adesiva. Passo a Passo 1. Convide os alunos a fechar os olhos e pensar no aterro sanitário que conheceram. Depois, peça que imaginem um ponto específico do aterro: uma célula aberta, ou seja, um lugar em que os resíduos estão sendo despejados, mas ainda não foram amassados nem cobertos de terra. Peça que façam mentalmente uma aproximação gradual, como o zoom de uma câmara fotográfica, chegando cada vez mais perto de um objeto do qual só é possível ver um pedacinho. Que objeto é esse? Como ele é? Peça que não digam, apenas imaginem. Por que será que foi parar ali? Quem o descartou, e por quê? 2. Peça que abram os olhos e conservem aquela imagem. Distribua as folhas de papel e peça que os alunos representem o que imaginaram; estimule-os a ser criativos, utilizando várias técnicas como colagem, desenho e pintura, misturando materiais e enriquecendo esse que será o seu personagem numa narrativa de sua autoria. 3. Na aula seguinte, os alunos retomam suas produções. Digalhes que esse objeto que imaginaram no aterro sanitário teve uma história, que principiou até mesmo antes dele existir, antes dele ser produzido, no tempo em que seus materiais ainda nem sequer tinham sido extraídos ou cultivados. Diga-lhes que se imaginem como aquele objeto e desenvolvam um texto que conte a sua história da maneira mais interessante possível, desde antes dele existir até chegar ao aterro. Essa história será narrada em primeira pessoa, como se fossem memórias, ou como uma história em quadrinhos, ou um conto, à escolha de cada um. Emoção e reflexão podem se articular com responsabilidade ambiental, resultando em textos interessantes, filosóficos e instrutivos. 4. Se desejar, leve os alunos a rever os textos, aprimorando-os. Prepare um momento de troca em que leem seus textos em voz alta para os colegas, ou os expõem em painéis (ao lado das produções artísticas dos personagens centrais) para leitura de todos os jovens da classe ou da escola. Socializando as produções com todos os participantes do Programa de Oficinas Pedagógicas do Instituto Estre Encaminhe as produções dos seus alunos ao Instituto Estre para serem socializadas entre todas as escolas que participam do Programa de Oficinas Pedagógicas. Algumas delas poderão fazer parte de publicações do Instituto Estre. Acompanhe em www.institutoestre.org.br Estimule seus alunos a conhecer no site outras Histórias do Aterro, projetos para a diminuição de resíduos e as dicas que outras turmas criaram. Eles poderão se mobilizar para colocá-las em prática, verificando sua eficácia na diminuição da quantidade de resíduos produzidos. 12 R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. 13 POSSIBILIDADES DE CONTINUIDADE O tema do consumo e dos resíduos pode ser aprofundado por meio de uma série de atividades realizadas como projetos de trabalho ao longo do ano todo. A seguir, sugerimos algumas delas. Em www.hortadaformiga.com você encontra orientações para fazer compostagem na escola, produzindo adubo orgânico para plantas, jardins, hortas e pomares e evitando que muito material orgânico seja disposto nos aterros. Os alunos podem realizar um inventário do consumo de bens e serviços na escola, atentando principalmente ao uso de água, energia e papel. Realizado esse levantamento, eles poderão identificar as atividades mais “gastadoras” e propor ações para reduzir o consumo: formas de diminuir o uso de papel impresso, maneiras de não desperdiçar energia elétrica, pesquisar receitas culinárias com aproveitamento total dos alimentos, formas de reaproveitamento dos materiais etc. • Instalando a coleta seletiva na escola É muito importante que os alunos mobilizem a comunidade escolar para alcançar os objetivos do projeto. • Construção de uma composteira escolar Caso ainda não exista coleta seletiva de lixo no bairro, sua turma pode começar a fazer a separação do lixo da escola, reservando o material orgânico para compostagem e o seco para reciclagem. Os alunos devem informar-se a respeito de pontos de coleta do material reciclável e organizar-se para enviá-lo ao posto de tempos em tempos, ou então, entrar em contato com alguma entidade de coletores de material reciclável para fazer a coleta regularmente. 14 • Campanha para mudar o consumo e diminuir resíduos na escola R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . • Feira de trocas A feira de trocas é um momento em que os jovens trazem à escola um objeto que já foi usado e desejam trocar, como um gibi, livro, CD ou qualquer outro objeto que não seja de uso estritamente pessoal. Em momento preparado para isso, eles realizam trocas dos objetos, de acordo com seu próprio interesse. A proposta da feira de trocas é valorizar a reutilização e o reaproveitamento de produtos, em substituição da ideia de que “velho e usado = inútil”. Se a sua classe desejar, a feira de trocas pode ser ampliada e incluir outras classes, e até mesmo toda a escola. Reprodução expressamente proibida. 15 Glossário Aterro sanitário: Local de disposição de resíduos sólidos urbanos e industriais não perigosos com proteção ao solo e lençol freático, o que permite seu confinamento seguro em termos de controle da poluição ambiental e proteção à saúde pública. Chorume: Resíduo líquido altamente poluidor que resulta da decomposição anaeróbia da parte orgânica dos resíduos sólidos (lixo). Coleta seletiva: Uma alternativa de coleta de resíduos que prevê uma etapa inicial de separação dos tipos de materiais descartados antes de destiná-los à reciclagem, evitando o envio para aterros sanitários e/ou lixões. Combustíveis fósseis: Denominação dada a materiais formados de restos orgânicos fossilizados que liberam grande quantidade de energia em sua queima. Incluem petróleo, gás natural e carvão. Compostagem: Técnica de obtenção de composto fertilizante (húmus) com base na mistura de terra e restos de vegetais e animais em decomposição, de origem conhecida e controlada, evitando a existência de contaminantes. Consumo: Aquisição e uso de bens, mercadorias e serviços para satisfação das necessidades humanas. Decomposição: Processo de transformação química da matéria orgânica em compostos simples, com resultante liberação de energia. A decomposição é realizada pelos fungos e bactérias. Quando acontece em presença de oxigênio é chamada decomposição aeróbia; na ausência de oxigênio a decomposição é anaeróbia. Descarte: No sentido tratado nesse material, o descarte é o ato de dar destinação aos materiais e às mercadorias após sua utilização. Dióxido de carbono (CO2) ou gás carbônico: Gás produzido quando se queima qualquer material contendo carbono em presença de oxigênio. É absorvido pelas plantas e fitoplâncton na fotossíntese e expelido pela respiração dos animais. É um dos gases do efeito estufa. Fitoplâncton: Organismos fotossintetizantes, em geral microscópicos, que flutuam no corpo de águas marinhas ou doces. Fotossíntese: Processo bioquímico realizado pelos seres clorofilados (entre eles a quase totalidade dos vegetais), em que a energia luminosa é convertida em energia química e armazenada nos carboidratos. No processo, são absorvidas moléculas de gás carbônico e liberadas moléculas de oxigênio. Gases de efeito estufa (GEEs): São os gases que retêm radiações solares re-emitidas pela superfície terrestre, mantendo a Terra aquecida. São gases de efeito estufa o dióxido de carbono, o óxido nitroso e o metano, entre outros. Lixão: Forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que consiste na descarga do material no solo sem qualquer técnica ou medida de controle. Matéria orgânica: Material originado de animais e vegetais. Metano: Gás de fórmula CH4, presente no petróleo e em jazidas de gás, produzido por processos biológicos em lodos, pântanos, arrozais, lixeiras e no intestino de muitos organismos vivos. Contribui para o efeito estufa, com a sua capacidade para reter o calor do Sol. Reciclagem: Processo por meio do qual um determinado material retorna ao ciclo de produção, após já ter sido utilizado e descartado, para que novamente possa ser transformado em um bem de consumo. Resíduo: Material ou restos de materiais que sobram de um processo de produção, transformação, extração de recursos naturais, execução ou consumo de produtos e serviços. Sustentabilidade ambiental: É o uso racional dos recursos naturais que acontece integrando crescimento econômico, justiça social e conservação da natureza. Também pode ser entendida como a relação adequada entre recursos e produção, e entre produção e consumo. Efeito estufa: Fenômeno natural em que gases presentes na atmosfera terrestre retêm parte da energia solar mantendo o calor e permitindo a existência de vida na Terra. 16 R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. 17 AMBIENTE BRASIL - Portal ambiental www.ambientebrasil.com.br CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem www.cempre.org.br CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo www.cetesb.sp.gov.br GREENPEACE - www.greenpece.org.br IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística http://ibge.gov.br IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor www.idec.org.br INSTITUTO AKATU PELO CONSUMO CONSCIENTE - www.akatu.org.br INSTITUTO ALANA - www.alana.org.br e www.criancaeconsumo.org.br MEC - Ministério da Educação www.mec.gov.br MMA -–Ministério do Meio Ambiente www.mma.gov.br RECICLOTECA - www.recicloteca.org.br SNIS - Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (Ministério das Cidades) www.snis.gov.br WWI - Worldwatch Institute –www.worldwatch.org (em inglês) WWF Brasil - www.wwf.org.br 18 R e pr od u ç ã o e x pre s s a m e n t e p ro i b i d a . Reprodução expressamente proibida. 19 O Programa de Educação Ambiental é uma iniciativa do www.institutoestre.org.br