FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR NUCLEO DE SAÚDE CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO Porto Velho – Rondônia 2007 INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA: VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO FUNDAMENTAL Autora: ALINE TÂMI SOUSA DE VASCONCELOS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Departamento de Educação Física do Núcleo de Saúde da Fundação Universidade Federal de Rondônia, para obtenção do titulo de licenciada em Educação Física. Orientador: PROFº. MS CÉLIO JOSÉ BORGES Co-orientadora: PROFª. ESP. NÚBIA MARIA ROSA DE SOUSA Porto Velho – Rondônia 2007 FICHA CATALOGRÁFICA Vasconcelos, Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Prática Pedagógica no Ensino Fundamental. /Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos – Porto Velho (RO): s.n, 2007. 54 fls. Monografia (Graduação) – Departamento de Educação Física (UNIR). Área de Concentração: Educacional. Orientador: Prof. Ms. Célio José Borges. 1. Educação Física Escolar. 2. Prática Pedagógica. 3. Interdisciplinaridade UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR Nome: Aline Tami Sousa de Vasconcelos Titulo: Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Pratica Pedagógica no Ensino Fundamental Data da defesa: _____/____/_____ BANCA EXAMINADORA Professor Ms. Célio José Borges - Presidente Avaliação __________________ Assinatura__________________ Professor Ms. João Bernardino de Oliveira Neto - Membro Avaliação __________________ Assinatura__________________ Professora Ms.Angeliete Garcez Melitão – Membro Avaliação __________________ Assinatura__________________ NOTA: ___________{_______________} ii Aos meus pais, por todo amor dedicado a mim, pelas preocupações e angústias que passaram por minha causa, pelos incentivos que me fizeram prosseguir e por desejarem sempre a minha felicidade, dedico-lhes essa conquista com muito amor e gratidão. iii AGRADEÇO A minha tia, Prof ª Núbia, pela ajuda indispensável, pela paciência, pelo carinho e por ter caminhado ao meu lado rumo a essa conquista e ao meu orientador Prof Célio Borges por ter sido tão prestativo e paciente. A minha família pelo incentivo e por torcerem sempre pelo meu sucesso. iv “Seja você toda a mudança que deseja no mundo” Mahatma Gandhi SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES viii v RESUMO xi ABSTRACT x INTRODUÇÃO 11 1- HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR 14 1.1- Influencias Históricas em Práticas Atuais 15 2- DESENVOLVIMENTO INFANTIL 18 2.1- Wallon e Piaget: A Importância da Genes da Piscomotricidade 18 2.2- Contribuições de Piaget 19 2.3- Gênese da Consciência Corporal 20 2.4- Do ato Motor ao Ato Mental:A Gênese da Inteligência 21 2.5- Desenvolvimento Motor e Cognitivo 22 2.6- Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Física 24 3- OS JOGOS NA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR 25 4- PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES 27 4.1- O Papel da Educação Física Escolar 27 4.2- Prática Pedagógica na Educação Física: Consciente ou Negligente? 28 4.3- Pcn´s : Direcionando a Prática Pedagógica na Educação Física 31 5. INTERDISCIPLINARIDADE: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES 33 5.1 Interdisciplinaridade na Educação Física 34 5.2 Sugestões de Atividades Interdisciplinares 34 6. A PESQUISA 36 6.1 Metodologia 37 6.1.2- Procedimentos Metodológicos 37 6.2- Análise dos Resultados 41 6.2.1- Análise dos Questionários Aplicados aos Professores 42 6.2.2 – Análise das Notas Bimestrais dos Alunos 44 6.3- Discussão dos Resultados 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS 46 REFERÊNCIAS 48 ANEXO 1- AUTORIZAÇÃO 51 vi ANEXO 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Diretora 52 ANEXO 3 – Modelo do Questionário (coleta de dados) 53 vii LISTA DE ILUSTRAÇÕES Foto 1 Imitando Animais Foto 2 Conhecendo o Corpo Humano Foto 3 Formando Operações Gráfico 1 Respostas da 1ª Pergunta do Questionário Gráfico 2 Resposta da 2ª Pergunta do Questionário Tabela 1 Notas Bimestrais da 1ª série A Tabela 2 Notas Bimestrais da 1ª série B Tabela 3 Notas Bimestrais da 2ª série Tabela 4 Notas Bimestrais da 3ª série viii RESUMO Esta pesquisa apresenta levantamentos históricos sobre as Práticas Pedagógicas na Educação Física, tendo como objetivo geral valorizar a disciplina Educação Física no âmbito escolar e como objetivos específicos observar a aceitação dos professores de outras disciplinas para o desenvolvimento de uma prática interdisciplinar, constatar a contribuição das aulas de Educação Física escolar para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos e melhorar a adaptação, assimilação e aquisição de conhecimentos. A interdisciplinaridade é utilizada na escola para estimular e favorecer o processo de ensino aprendizagem. A Educação Física como uma das disciplinas que compõe o currículo escolar, também têm conteúdos específicos e responsabilidades com o aprendizado do aluno. A pesquisa foi realizada no Sesc-Escola de Porto Velho, com crianças do Ensino Fundamental (1ª à 3ª série), onde foi possível perceber a concepção dos professores acerca do assunto e a aceitação dos mesmos para iniciar um trabalho interdisciplinar na escola, integrando a Educação Física com outras disciplinas que os alunos demonstravam dificuldade de assimilação. Iniciou-se nas aulas de Educação Física atividades que relacionavam os conteúdos das disciplinas envolvidas favorecendo a construção e a socialização do conhecimento a partir de uma vivência concreta estimulada pelo professor que como “facilitador” deve oferecer subsídios para que o aluno como protagonista de sua própria história possa edificar-se física, cognitiva e socialmente. As notas dos alunos foram comparadas no 3º e 4º Bimestre, com a constatação de uma melhora no último bimestre e da satisfação de todos os envolvidos no processo. A prática pedagógica da Educação Física se valoriza a partir do enriquecimento do aprendizado do aluno, contextualizado e com significado real. A Educação Física, como disciplina escolar, muito tem a contribuir para o desenvolvimento da aprendizagem, posto que trabalha com o corpo, fonte de aspirações e realizações do individuo. PALAVRAS-CHAVE: Interdisciplinaridade. Educação Física ix Escolar, Prática Pedagógica e ABSTRACT This research presents Practical historical surveys on the Pedagogical ones in the Physical Education, having as objective to verify the effectiveness of the results of works interdisciplinar. It displays aimings for the valuation of the profession and its autoaffirmation in the pertaining to school context. The interdisciplinaridade is boarded as something that can be used in the school to stimulate and to favor the education process learning, being the Physical Education one disciplines that it is part of the pertaining to school resume, also has responsibilities with the learning of the pupil. The research was carried through in the Sesc-School of Porto Velho, with children of Basic Ensino (1ª to 3ª series), where it was inquired conception of the teacher concerning the subject and the acceptance of the same ones to initiate a work to interdisciplinary in the school, emphasizing you discipline them that the pupils demonstrated assimilation difficulty. One initiated in the lessons of Physical Education activities that related - with the contents of you discipline them involved. The notes of the pupils had been compared in 3º and 4º Bimestre, arriving themselves it conclusion of that the work to interdisciplinar values Practical the Pedagogical one and enriches the learning of the pupil, therefore and of the meaning real at the contents. The Physical Education, as it disciplines pertaining to school, much has to contribute for the development of the learning, rank that works with the body, source of aspirations and accomplishments of individual. KEYWORDS: Pertaining to school Physical education, Practical Pedagogical and Interdisciplinary. x 11 INTRODUÇÃO Essa pesquisa foi realizada no SESC-ESCO LA, situada no Bairro Pedrinhas, no município de Porto Velho. Ao ingressar no mercado de trabalho como professora de Educação Física, no Ensino Fundamental de 1ª á 3ª série, de imediato pude detectar a desvalorização da Educação Física por parte de muitos professores da escola, que no primeiro contato me apresentaram aos alunos como a nova professora de “ginástica”, a partir daquele momento tive a curiosidade de constatar a concepção desses professores sobre as aulas de Educação Física e a vontade de justificar a importância da Educação Física Escolar, que supostamente vai muito além das aulas de ginástica. Sobre esse fato Soler (2003,p.117), afirma que a ginástica é um dos grandes conteúdos da Educação Física Escolar só não pode ser utilizado como um fim, pois, dessa forma seu papel estaria sendo reduzido, o autor comenta ainda que a Educação Física que nos conhecemos militaresca, doutrinadora e alienada já não é possível de sobreviver dentro das escolas, pois, sua função hoje deve estar relacionada com a inclusão e a aprendizagem. Além do descaso constatado no cotidiano, verificou-se através do estudo em diversas fontes bibliográficas que o papel da Educação Física Escolar está repleto de incertezas e indefinições, devido a presença de Práticas Pedagógicas direcionadas a promover exclusivamente o desenvolvimento físico - motor e descomprometidas com a aprendizagem dos alunos, esse fato vem acarretando uma desvalorização dessa disciplina no âmbito escolar. Devido a presente situação da Educação Física, surgiram as seguintes indagações que foram foco dessa pesquisa: Os profissionais dessa área estão limitados em proporcionar apenas benefícios físicos – motores aos alunos? De que forma o Professor de Educação Física Escolar pode contribuir e beneficiar os alunos na aprendizagem de conteúdos? A Interdisciplinaridade seria uma alternativa? Duckur (2004), faz uma critica dirigida a hegemonia da visão fragmentada do homem, que coloca a muitos Professores de Educação Física a idéia de que a ação educativa desses profissionais se dirige tão somente à dimensão motora, ou melhor, a uma 12 formação desvinculada de outras dimensões que compõem a totalidade do ser humano, afirma ainda que, historicamente a ausência de uma definição sobre a especificidade da Educação Física Escolar permitiu que a disciplina / atividade curricular desenvolvesse uma Pratica afastada das reais necessidades da escolarização. Diante do exposto, o objetivo geral dessa pesquisa é valorizar a Prática Pedagógica da Educação Física no Âmbito Escolar; e têm como objetivos específicos constatar a concepção de alguns profissionais sobre as aulas de Educação Física para a realização de um trabalho interdisciplinar; comprovar que a Educação Física trabalha também o lado cognitivo, onde os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como auxilio na aprendizagem de outras disciplinas, melhorar a adaptação, a assimilação e a aquisição de conhecimentos dos alunos apontando assim a interdisciplinaridade como um meio para tal fim. Essa pesquisa, têm como justificativa a busca de caminhos que possam direcionar a Prática de profissionais de Educação Física Escolar e sugerir a eles a execução de práticas inovadoras realmente comprometidas com o desenvolvimento integral do individuo. Sobre os procedimentos metodológicos da pesquisa, mesma dividi-se em duas etapas, na 1ª aplicou-se um questionário aberto contendo três perguntas aos Professores do SESC- ESCOLA de Porto Velho, com o intuito de detectar a concepção dos mesmos sobre a Educação Física Escolar, Na 2ª etapa foi acertado com os Professores de sala, do Ensino Fundamental de 1ª á 3ª série, a realização de atividades interdisciplinares, relacionando a Educação Física com as disciplinas que os alunos apresentavam maior dificuldade, após dois meses realizando essas atividades durante as aulas de Educação Física, foi feita uma comparação das notas Bimestrais nas disciplinas que os alunos possuíam maior dificuldade antes(sem a ação interdisciplinar) e depois (com a ação interdisciplinar), com o objetivo de constatar as possíveis contribuições das aulas de Educação Física na aprendizagem dos alunos. Através de uma analise após a execução do trabalho interdisciplinar, verificou-se que houve em todas as turmas que participaram do estudo, um aumento significativo das notas Bimestrais, confirmando que o trabalho interdisciplinar contribuiu para melhoria do desenvolvimento e da aprendizagem dos alunos. Essa pesquisa apresenta-se estruturada em capítulos: Os cinco primeiros capítulos expõem embasamentos teóricos sobre o Histórico da Educação Física Escolar, Desenvolvimento Motor e Cognitivo Infantil, Os Jogos na Educação Física Escolar, Prática 13 Pedagógica e Interdisciplinaridade onde contém sugestões de atividades interdisciplinares relacionando a Educação Física com outras áreas de conhecimento. O sexto capítulo apresenta a Metodologia onde estão inseridas informações detalhadas de como foi realizada pesquisa, ou seja, a pesquisa em si; Análise dos Dados onde estão presentes os gráficos sobre o questionário aplicado aos professores e as notas Bimestrais dos alunos antes e após o estudo; Discussão dos Resultados onde relaciona-se as notas Bimestrais dos alunos com o trabalho interdisciplinar realizado.Por fim Conclusão onde estão explicitas as relevâncias da pesquisa e os caminhos que ainda podem ser percorridos nesse campo e o Referencial utilizado. 14 1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA Para que se entenda a Educação Física Escolar atual, faz-se necessário um breve apanhado histórico que delineará e facilitará a compreensão da prática pedagógica que permeia a Educação Física nos dias de hoje. No contexto escolar os exercícios surgem na Europa, no final do século XVIII e inicio do século XIX, na forma cultural de jogos, ginástica, dança, equitação, destacandose na sociedade capitalista da época que almejava “construir” um novo homem, mais forte, mais ágil, mais empreendedor. O trabalho físico encontra-se ligado à cuidados físicos com o corpo nos quais incluam hábitos higienistas como: tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos. Essa concepção significa também cuidar da nova sociedade em construção cuja força do trabalho produzida e posta em ação pelo corpo é fonte de lucro. Segundo Pimenta & Libâneo (1992): A preocupação com a inclusão dos exercícios nos currículos escolares remonta ao século XVIII com Guths Muths (1712 – 1838), J,B Basedou (1723 – 1790) J. J Rousseau (1712 – 1778) , Pestalozzi (1746- 18279) . Contribui para essa inclusão o surgimento na Alemanha das escolas de ginástica (TURNVEREINE) já no século XIX (Langlade e Langlade, (1970, p.17-31). As primeiras sistematizações sobre exercícios físicos, surge como métodos ginásticos tendo como autores mais conhecidos o sueco P.H Ling, o francês Amoros e o alemão A. Spress, com contribuições advindas de fisiologistas, médicos e ainda professores de musica. A base da construção da identidade pedagógica da Educação Física está calcada nas normas e valores próprio da instituição militar, posto que as aulas de Educação Física eram ministradas por instrutores físicos do exercito que adotavam rígidos métodos militares de disciplina e hierarquia, constrói-se portanto um projeto de homem disciplinado, obediente, submisso profundo respeitados de hierarquia social. No Brasil, especialmente nas quatro primeiras décadas do século XX, o sistema 15 educacional sob influencias dos métodos ginásticos e da instituição militar, ressalta o auge da militarização da escola, correspondendo a execução do projeto de sociedade idealizado pela ditadura do Estado Novo. Após a segunda guerra mundial, depois do fim da ditadura do estado Novo no Brasil, surgem outras tendências disputando a supremacia da instituição escolar, destacando-se os métodos: Natural Austríaco: desenvolvido por Gaulhofer e Streicher; Método da Educação Física Generalizada: divulgadas no Brasil por Auguste Lestelho, onde predomina a influencia do esporte e da cultura européia como elemento predominante da cultura corporal. Nas décadas de 70 e 80 surgem movimentos “renovadores” da Educação Física como a “Psicomotricidade” com variantes como a “Psicocinética” de Jean Lê Bouch (1978) como uma teoria geral do movimento que permite utiliza-lo como meio de formação, privilegiando o estimulo do desenvolvimento psicomotor especialmente a estruturação do esquema corporal e as aptidões motoras que segundo Le Bouch, melhoravam através da pratica do movimento; desencadeando mudanças de hábitos, idéias e sentimentos. Nessa concepção a instrumentalização do “movimento Humano” como meio de formação e de secundarização da transmissão de conhecimentos é uma das tarefas primordiais do processo educativo em geral e da escola em particular. Na perspectiva da pedagogia humanista tratada por Vitor Marinho Oliveira no livro intitulado Educação Física Humanista, o autor se baseia teoricamente na psicologia humanista de Maslow e Roger, introduzindo o principio do ensino “não Diretivo”. Relacionando-se aos princípios humanistas aqui apontados, surge uma outra tendência ligada ao movimento “Esporte para todos”, que se concretiza como movimento alternativo ao esporte de rendimento; impregnando-se de uma antropologia que coloca a autonomia do ser humano no centro. Não é o esporte que faz o homem, mas o homem que faz o esporte. Nessa concepção não se fez presente em todas as manifestações desse movimento em nível nacional especialmente aquela integrantes da políticas publicas para o setor naquele momento. A corrente, Esporte para todos, pôde ser situada também dentro do que Libâneo (1985, p.25) denomina de”Tendência liberal não diretiva “na qual o social é entendido como uma extensão do individual, do desenvolver atitudes de cooperação e solidariedade para a inserção positiva no meio social, reconhecendo-se os limites a serem superados que 16 desconsideram os conflitos de classe, onde os interesses antagônicos se colocam no interior do processo educativo. Saviani (2003) afirma que “a pedagogia histórico-critica vai tomando forma a medida que se diferencia da visão crítico- reprodutivista, uma vez que procura articular um tipo de orientação pedagógica que seja crítica sem ser reprodutivista”. A Educação Física como parte de um processo histórico educacional, pode dentro dessa perspectiva estruturar-se de forma a articular estratégias e métodos de ensino que favoreçam um aprendizado crítico-social dos conteúdos, valorizado por uma prática pedagógica clara, consciente, significativa e contextualizada. 1.1 Educação Física Escolar: Influencias Históricas em Práticas Atuais A Educação Física Escolar atual sofre influencias do seu processo histórico, uma vez que, observa-se em diversas literaturas, relatos que muitos profissionais apresentam discursos e teorias atuais brilhantes, porém, ainda exercem práticas pedagógicas excludentes, insistem em abordagens conservadoras e apenas detectoras de talentos esportivos. Sobre essa afirmação Duckur (2004, p. 41) diz que: Subsiste um discurso avançado do professor, mas uma prática extremamente conservadora em que há predominância do conteúdo esporte e dos processos de exclusão dos menos hábeis, de uma perspectiva crítico - superadora, nota-se também uma visível dificuldade no trato com as questões históricas e com a superação das relações sociais de dominação, típicas do modo de vista capitalista. Atualmente discute-se muito sobre o papel do professor de Educação Física na escola e isso tem gerado inúmeras criticas e reflexão sobre a prática alienada e militarizada de muitos profissionais, o que para Duckur (2004), “A educação Física brasileira tem vivenciado um processo de intensa critica ao paradigma da aptidão física e à função que historicamente essa prática assumiu na sociedade brasileira.” Esse processo de criticas, possibilita detectar problemáticas na metodologia de ensino, que consolidam teorias e práticas coerentes e exeqüíveis na Educação Física 17 Escolar. Sobre essa nova concepção, os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física sistematizam situações de ensino e aprendizagem que garantem aos alunos o acesso a conhecimentos práticos c conceituais. Acredita-se que, mudar a ênfase na aptidão física, para uma concepção mais abrangente que contemple todas as dimensões envolvidas em cada pratica corporal, pode contribuir para valorização da pratica pedagógica desses profissionais. Muitas literaturas afirmam a importância em estabelecer uma clara distinção entre os objetivos da Educação Física Escolar e os objetivos do esporte, da dança, da luta e da ginástica profissionais, pois, embora seja uma referência, o profissionalismo não pode ser meta almejada pela escola e também ressaltam que a Educação Física Escolar deve dar oportunidades a todos os alunos para que eles desenvolvam suas potencialidades, de forma democrática e não seletiva, visando aprendizagens e aprimoramento como seres humanos. 18 2. DESENVOLVIMENTO INFANTIL 2.1 Wallon e Piaget: A Importância da Gênese da Psicomotricidade Wallon apud Dantas (1992, p.35) assimila bem a importância da motricidade na emergência da consciência, sublinhando, a constante reciprocidade dos aspectos cinéticos e tônicos da psicomotridade, bem como as interações entre as atitudes, os movimentos, a sensibilidade e a acomodação perceptiva e mental no desenvolvimento da criança. Há em Wallon uma nítida tendência a defender aspectos afetivos a qualquer tipo de comportamentos ulteriores. Em qualquer movimento existe uma condicionante que lhe insufla algo de intencional. Wallon relaciona a significação do movimento e a sua contribuição para o desenvolvimento mental da criança. Em cada estágio do desenvolvimento, o movimento assume uma importância cada vez maior. A ação ligada à sensibilidade reestrutura o processo histórico que caracteriza a evolução psicomotora do indivíduo. Progressivamente identificamos os estágios de desenvolvimento: estado impulsivo (primeiras relações emocionais e afetivas com o meio): gestos úteis (são de expressões, desenvolvidos para tomar objetos indispensáveis ao seu bem-estar); sensório motor (discriminação da relação movimento-ação). O estado sensorial sucede o desenvolvimento das atitudes, dos atos rudimentares, das expressões emotivas, conflitando o comportamento do indivíduo constantemente. As relações com o meio ambiente vão sendo cada vez mais indecisas e ambíguas. Elas passam a revelar uma intencionalidade que cresce em paralelo com a evolução mental. A representação mental serve de suporte à intencionalidade do gesto; ela se impõe à consciência ainda dominada por impressões do momento e ligada ao jogo das associações sensoriais; é o estado projetivo. A criança exprime-se por gestos e palavras, onde ela parece organizar o 19 mimetismo do pensamento e distribuir pelo movimento suas imagens no meio atual, também para lhe conferir uma certa presença. Estamos diante do simulacro, um estágio de representação. É sempre a ação motriz que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais. O ato, o movimento, portanto, mistura-se com a própria realidade. Nesta fase, a comunicação é na maioria das vezes gestual, uma forma de refúgio da pouca expressividade. Surge então a imitação, que parece implicar, de maneira incontestável, relações entre movimento e representação. Os movimentos deixam de ser puramente gestuais, para atender as necessidades de situações exteriores. A imitação, depois de ser uma simples repetição, estabelece um sistema de ligações perceptivo - motoras e projeta-se numa reação convergente. Toda essa dimensão de expressão é possível por intermédio da marcha e da palavra. Estas duas aquisições encaminham a criança para a sua autonomia. A sensação e o prazer da autonomia , à partir dos 3 anos, tem uma importância elevada na formação da autoconfiança da criança deixando a motricidade de ser limitada, obtendo evolutivamente um fim cognitivo: seu espaço é delimitado pela experiência . É pelo movimento que a criança integra a relação significativa das primeiras formas de linguagem (simbolismo). Com o surgimento de todas as formas de comunicabilidade; a linguagem , como resultado da representação, dá origem à inteligência. O comportamento, não sofre interações só de ordem motora, mas como fatores determinantes da inteligência, da afetividade e da percepção. 2.2 Contribuição de Piaget: Piaget considera que a motricidade interfere na inteligência, antes da aquisição da linguagem. O movimento constrói um sistema de esquemas de assimilação, e organiza o real a partir de estruturas espaço – temporais e causais. As percepções e o movimento, ao estabelecerem relação com o meio exterior, 20 elaboram a função simbólica que gera a linguagem, e esta dá origem à representação e ao pensamento. Piaget realça a importância da motricidade na formação da imagem mental e na representação imagética. Estes elementos e tantos outros estudos revelam a importância psicológica do movimento, porque a formação da vida mental é baseada numa inteligência prática definidora de uma imitação interiorizada que prepara a imagem verbal e sonora. A inteligência é uma adaptação, ou seja, é a procura de um equilíbrio dialético entre o indivíduo e o meio (Piaget apud Taille 1992, p.48). Para (Vygotsky apud Oliveira 1992,p.24) o processo de adaptação subdivide-se em: Assimilação: que constitui o funcionamento do organismo que, condenando os dados do meio, os incorpora. Acomodação: como resultado de pressões exercidas pelo meio, justificando que a adaptação é um equilíbrio entre Assimilação e Acomodação. Ao assimilar dados fornecidos pelo meio, o indivíduo constrói formas pensamento, que Piaget denominou inteligência reflexiva ou gnósica . Ao tentarmos aproximar Wallon e Piaget, notaremos que o Wallon supervalorizou a estrutura mental, onde, o movimento, pensamento e linguagem são uma unidade inseparável. Piaget, inter relaciona Biologia e ciência do comportamento, o movimento é o pensamento em ato e o pensamento é o movimento sem ato. Em Piaget, a linguagem se explica em termos de gênese lógica e de maturação cerebral, que a tornam um novo instrumento de vida e de ação. A linguagem aparece como forma social de conhecimento e pré – conhecimento, diferenciada da forma sensório – motora. 2.3 A Gênese da Consciência Corporal: O estado tônico é aceito por inúmeros autores como a “relação do indivíduo em cada situação” com fatores de sua história biológica, traduzida na multiplicidade de fenômenos neurofisiológicos, que permitem avaliar os aspectos da iniciativa motora. 21 O tônus possui uma visão informática fundamental na medida em que, ao unificar as estimulações, as integra nos centros responsáveis pela elaboração, controle e execução do movimento, sendo portanto, a motricidade espontânea que se encontra na base dos fatores de decisão e iniciativa motora, em função disso, a utilização do corpo, adquire uma especialização unilateral em conexão com a estruturação progressiva do cérebro, possibilitando-nos relacionarmos ações motoras com análise e aquisição de conhecimento, trabalhando com isto o fator percepto - cognitivo do individuo. Para Vygotsky apud La Taille et al. (1992), o curso de desenvolvimento da criança caracteriza-se por uma alteração radical na própria estrutura do comportamento; a cada novo estágio a criança não só muda suas respostas, como também as realiza de maneiras novas, gerando novos “instrumentos” de comportamento e substituindo sua função psicológica por outra. Nessa perspectiva, Vayer (1989) esclarece que “em cada fase do seu desenvolvimento, a criança é o resultado atual das relações e comunicações que se estabelecem entre seu corpo, as outras pessoas e a realidade das coisas”. 2.4 Do ato Motor ao ato Mental: A Gênese da Inteligência Wallon postula em seus trabalhos psicogenéticos, as primeiras etapas do desenvolvimento psicomotor os estágios: impulsivo; emocional; sensorio – motor e projetivo, sendo para este autor a expressão “motor” é sempre sinônimo de psicomotor. Le Boulch (1982) aproveita e expõe a psicogenética como propostas de Educação psicomotora que se caracterizam pela abrangência da compreensão do significado psicológico do movimento. Wallon busca os orgãos responsáveis pelo movimento: a musculatura e as estruturas cerebrais, identificando na atividade muscular duas funções: cinética ou clônica e postural ou tônica. A primeira responde pelos movimentos vivíveis, a segunda pela postura ou mímica. No antagonismo entre motor e mental, ao longo do processo de fortalecimento deste último, por ocasião crescente do domínio dos signos culturais, a motricidade em sua dimensão cinética tende a reduzir-se e a virtualizar-se em ato mental. 22 2.5- Desenvolvimento Motor e Cognitivo Segundo Go Tani et al (1988) o desenvolvimento motor é um processo contínuo e demorado, as mudanças mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida por isso é necessário enfocar a criança, já que os primeiros anos de vida, do nascimento aos seis anos, são cruciais para o individuo. Afirma ainda que dentro desse processo de desenvolvimento, ordenado e seqüencial, há alguns aspectos que merecem ser comentado: Em primeiro lugar está o aspecto de que a seqüência é a mesma para todas as crianças, apenas a velocidade de progressão varia, pode-se dizer que a ordem em que as atividades são denominadas depende mais do fator maturacional, enquanto que o grau e a velocidade que ocorre o domínio estão mais na dependência das experiências e diferenças individuais; Em segundo lugar, há o aspecto de existir uma interdependência entre o que está se desenvolvendo e as mudanças futuras, daí surge a denominação “habilidades básicas”, que constituem pré- requisito fundamental para que toda aquisição seja possível e efetiva; Em terceiro lugar, está o aspecto de que todo o conjunto de mudanças na seqüência de desenvolvimento reflete a uma mudança em direção a um maior controle dos movimentos, esse aspecto dá importância ao sistema nervoso do ser humano. Nesse terceiro aspecto, os primeiros anos de vida surgem com uma série de movimentos voluntários, permitindo o controle da cabeça, tronco, movimentos de pegar de alcançar, manutenção da postura ereta sentado, depois em pé, o andar ereto, correr, saltar, arremessar entre muitos outros. Sobre o Desenvolvimento Cognitivo Go Tani et al (1998), diz que o ser humano apresenta formas de pensar qualitativamente diferentes ao longo da vida, isto reflete ao que se costuma denominar de desenvolvimento cognitivo. Comenta ainda que, há aspectos genéricos da cognição que incluem a aquisição do pensamento simbólico, do posicionamento arbitrário que tomamos ao representar e explicar o mundo a nos mesmos, mas também há aspectos da cognição que inclui a maneira pela qual as habilidades motoras são controladas e programadas. Halverson (1971), apud Go Tani et al, define a aprendizagem do movimento como um processo que leva a melhoria da capacidade de se mover da criança, enquanto que na aprendizagem pelo movimento, embora os movimentos sejam utilizados, o foco principal não esta na melhoria do movimento, mas sim na sua utilização para a criança conhecer a si 23 mesma e ao mundo que a rodeia. O movimento deve ser visto como um elemento essencial na aprendizagem, visto que é através dele que o ser humano explora o ambiente, e isto é muito importante para a percepção e, conseqüentemente para aprendizagem. A lateralidade, imagem corporal, eficiência postura e de locomoção, percepção auditiva, visual e tátil são considerados componentes da execução de movimentos, tendo papel significativo no desenvolvimento cognitivo (Bertalanffy, 1952, apud Go Tani et al). Isto serve para mostrar que eventos marcantes da evolução, que vão desde movimentos refinados até a ciência e a arte, têm a mesma origem, ou seja, o cérebro humano. 2.6 Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Física Escolar A Educação Física Escolar começa a ser valorizada quando o professor planeja e executa atividades que visam o desenvolvimento e a aprendizagem dos seus alunos, mas para isso é necessário entender o que é desenvolvimento e aprendizagem. Sobre esse entendimento Piaget apud Fonseca (2002, p.49) esclarece: O desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao processo global da embriogênese. A embriogenese diz respeito ao desenvolvimento do corpo, mas também ao desenvolvimento do Sistema Nervoso e ao desenvolvimento das funções mentais. No caso do desenvolvimento do conhecimento nas crianças, a embriogênese só termina na vida adulta... O desenvolvimento é um processo que se relaciona com a totalidade de estruturas do conhecimento... A aprendizagem apresenta o caso oposto. Em geral, a aprendizagem é provocada por situações, provocada por um experimentador psicológico, ou por um professor com referencia a algum ponto didático - por uma situação externa... assim considero que o desenvolvimento explica a aprendizagem. A partir da visão de Piaget, seria importante que os professores tivessem a consciência de que cada faixa etária apresenta determinadas características quanto ao seu desenvolvimento, motor, afetivo, social, cognitivo, moral e sexual. Dentro dessa visão Freire & Scaglia (2003, p.14), o currículo da Educação Física deve apresentar conteúdos abertos o bastante para que os alunos, em sua prática, tenham espaços para suas manifestações individuais, em seu próprio ritmo de desenvolvimento. 24 Borges (1987, p.125), fala que a aprendizagem baseia-se na aquisição de algumas habilidades. E afirma ainda que dependendo de pré-requisitos, as crianças poderão realizar várias formas de aprendizagem, eis algumas delas: a. Aprendizagem por imitação: sugere a formação de grupos heterogêneos, isto é, composto por iniciantes e avançados. Os principiantes imitam os outros por orientação do educador b. Aprendizagem por experimentação: experimentação, no caso, não significa apenas tentar fazer, mas também coloca-se em prova a auto-confiança. Esta estimulação denomina-se “problema de movimento”. c. Aprendizagem por competição: nessa estimulação é necessário que o educador escolha tarefas de acordo com as aptidões variáveis dos seus alunos. 25 3. OS JOGOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Segundo Mello (1987), os jogos na escola, devem ser aplicados com o intuito de proporcionar aos alunos alegria, envolvimento e principalmente deve estar associado com o processo educacional, mas hoje na Educação Física, os jogos estão sendo vistos e aplicados como atividades exclusivamente competitivas; e que no âmbito da escola “a associação entre jogo e competição dá-se em um nível de tal profundidade que os termos são constantemente empregados como sinônimos”. O que não deve ser confundido são os jogos de alto rendimento com os jogos infantis, um tem como fator principal competição e o outro visa o desenvolvimento e a aprendizagem. É claro que a competição é importante e está presente nos jogos infantis, mas não pode ser vista como prioridade absoluta. Huizinga apud Mello (1987, p.60) define jogo como: O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana. Murcia (2005) comenta que os professores devem encarar os jogos infantis como aliados de sua prática pedagógica, tendo em vista que quando bem aplicados trazem inúmeros benefícios, diz também que o jogo é uma constante vital na evolução, no amadurecimento, na aprendizagem do ser humano e acompanha o crescimento biológico, psicoemocional e espiritual do homem; diz ainda que na aplicação de determinado jogo, o educador deve conhecer etapas de desenvolvimento cognitivo da criança, pois os jogos são predominantes em cada faixa etária. Murcia (2005, p.35), estrutura a classificação dos jogos proposta por Piaget da seguinte forma: 26 Classificação dos jogos do ponto de vista cognitivo. Etapa Sensório-motora Tipo de jogo Exercício Exercício Exercício* Exercício Exercício Exercício Simbólico* Construção Exercício Simbólico Regras Construção (0 – 2 anos) Pré-operatório (2-6/7 anos) Operações concretas (6/7-11 anos) Operações formais (11 anos (simples)* Exercício Simbólico em diante) Regras Construção (complexo)* *Jogo predominante Jogo de exercício: são ações que a criança realiza sobre seu próprio corpo e sobre objetos, caracterizada por ausência de simbolismo. Jogo de construção: são atividades que consistem na manipulação de objetos com a intenção de criar algo, como construir uma torre de areia. Jogo simbólico: predominam processos de assimilação das coisas, ou seja, a criança manifesta comportamentos que tomam parte do seu repertório, “acomodando” a realidade conforme seus interesses. Jogos de regras: constitui-se de um conjunto de normas que cada participante deve conhecer, assumir e ver em jogos dessa complexidade seja capaz de se envolver em jogos dessa complexidade normativa, deve superar o egocentrismo, ou seja, deve ser capaz de se colocar no lugar de outra pessoa. Entre os 6 e 11 anos, jogos de regras prevalecem mesmo que se possa observar nas atividades lúdicas momentos dedicados ao jogo de exercício, ao simbólico e ao de construção. Kishimoto (1998, p. 62) fala que atividades lúdicas foram adotadas como instrumento de aprendizagem de conteúdos escolares, pois proporcionam uma conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. 27 4 - PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES “Prática significa: ato de praticar, saber provindo de experiências e aplicação da teoria. Pedagógico: Adjetivo de pedagogia que significa; teoria e ciência da educação e ensino” (Aurélio 2004). Através dessa analise pode-se concluir, que, a Prática Pedagógica é a atuação dos professores no processo ensino - aprendizagem, onde executam suas atividades supostamente planejadas com o auxilio dos seus conhecimentos teóricos. Para Cunha apud Neto & Shigunov (2002 p.104), a Pratica Pedagógica é o cotidiano do Professor na preparação e execução de ensino. 4.1 O Papel da Educação Física Escolar Muitos autores afirmam que grande parte dos profissionais da área educacional, afirmam a importância das aulas de Educação Física na escola, porém, muitos não sabem ao certo o seu verdadeiro papel no contexto escolar. Freire (2002, p. 81) dentro dessa perspectiva expõe a seguinte opinião: Quando se procura justificar sua inclusão efetiva no currículo, os argumentos não são suficientes sólidos para corroborar as opiniões. Pois uma coisa é o inquestionável benefício da atividade no desenvolvimento de uma criança, outra é ver como esse benefício acontece dentro da escola. Entretanto, seria interessante que os professores de Educação Física, mudassem esse quadro de incertezas e indefinições freqüentemente encontrado em diversas bibliografias, direcionando-se em busca de inovações, aperfeiçoando e redesenhando a sua prática no âmbito escolar. Medina (apud Mello, 1989, p.45) expõe sua concepção de Educação Física Revolucionária: A arte e ciência do movimento humano que, através de atividades específicas, auxiliam o desenvolvimento integral dos seres humanos renovando-os e transformando-os no sentido de sua auto-realização e em conformidade com a própria realização de uma sociedade mais justa e livre. 28 Novas teorias surgem com o intuito de extinguir influencias negativas de práticas seletivas e super valorizadoras de aptidões físicas, formando assim uma educação física inclusiva que visa o desenvolvimento global do individuo. Nesse contexto inovador Melo (1989) afirma que o surgimento de importantes estudos que tratam da necessidade de uma atuação consciente e crítica que tome o educando como um ser no seu todo, com características psicomotoras, afetivas e sociais próprias e que se interligam, tem contribuído para a veiculação de um novo pensar que repercute ao nível prático na Educação Física Escolar e na Educação física de forma geral. Mello (1989) propõe ainda a caracterização da Educação Física atual: A Educação Física dos dias de hoje deve ser caracterizada pela busca constante de uma prática transformadora, que se integre nos avanços alcançados nos estudos da psicomotricidade, e que especialmente considere os aspectos culturais no processo de aprendizagem. 4.2 Prática Pedagógica na Educação Física Escolar: Consciente ou Negligente? Como dito anteriormente, a Prática Pedagógica é a ação dos professores no processo - ensino aprendizagem. Percebe-se neste contexto que essa prática é particular, pois cada professor possui um nível de conhecimento teórico- prático, por isso planejam e executam aulas de formas diferentes. Na Educação Física Escolar essa particularidade é um fato, já que existem professores que demonstram um comprometimento com o desenvolvimento global dos alunos e outros que valorizam apenas o desempenho técnicomotor e a aptidão física dos alunos. Molina apud Neto & Shigunov (2002, p. 86-87) representa os diferentes entendimentos que os profissionais tem em relação a teoria e prática no ensino da Educação Física, apresentando quatro categorias principais: a) A prática de conteúdo: é aquela onde o professor de Educação Física, com os meios materiais de que dispõe, e de acordo com suas preferências pessoais, programa os conteúdos possíveis, geralmente esportes coletivos ou aulas de ginástica geral, e os desenvolve usando estratégias didáticas convencionais e uma concepção esportiva tradicional. Sua preocupação está centrada em desenvolver o conteúdo 29 programado e que os alunos aprendam. Preocupa-se com a iniciação desportiva e se envolve pouco na integração de sua disciplina com o projeto pedagógico da escola, participando pouco de das questões escolares mais amplas. É um tipo de prática onde a Educação Física não incomoda. Trabalha com o material que tem na escola. b) A prática criativa: não causa contratempos ao sistema educativo e, diante das circunstancias adversas e dos desafios que lhe impõem na escola, sem amparo institucional, busca ajuda em colegas mais experientes, propondo alternativas criativas para atender as necessidades dos alunos e os objetivos da escola. É uma prática de elevado valor pessoal e docente, mas limitada por desconsiderar o questionamento das razões e os porquês da imposição destas condições e destes desafios. O professor dá aulas e, inclusive colabora com outras atividades dentro da rotina da escola. É uma prática docente com elevado grau de compromisso e interação com os alunos, e se caracteriza principalmente pelo ativismo. Além de conhecimentos específicos, desenvolve o como fazer, como solucionar os problemas de ensino que são propostos. c) A pratica disciplinadora: desenvolve-se com mais freqüência no ensino primário. Caracteriza-se pelo exercício da autoridade institucional sobre os alunos, controlando as formas e a circulação dos alunos na escola. É uma prática que busca educar as atitudes, os valores e comportamento do aluno através da disciplina corporal. Tem forte compromisso com a escola e como socializar os alunos para a adaptação e aceitação de normas institucionais. Está em plena contradição com os desejos de democratização pelos quais luta o professorado de Educação Física. Tem pouca interação com os alunos e desenvolve um conhecimento do controle e do manejo do grupo, tendo inclusive a pretensão de controlar os hábitos de postura corporal dos alunos. d) A prática reflexiva: é através dela que o professorado questiona o seu papel e de sua disciplina na escola. Usa sua especificidade e sua relação de ambos, seus limites e suas possibilidades de intervenção. Busca, sobretudo, a integração da Educação Física ao conjunto das praticas 30 educativas do currículo. Aprofunda sua critica ao sistema educativo e seus efeitos concretos sobre as diferentes parcelas da comunidade escolar, convertendo-se em um incomodo para grandes parcelas da administração da escola e do sistema educativo. Também é uma prática que tem um elevado grau de compromisso e integração com os alunos, mas que, sobretudo, caracteriza-se pela reflexão de sua ação prática. Diversos autores constatam na Educação Física, a existência de práticas pedagógicas negligentes. Neto e Shigunov (2002) concluíram ao realizar uma pesquisa que, o ensino da Educação Física Escolar abrange uma série de variáveis, no conjunto das quais destacam-se, neste estudo: os objetivos formulados e os conteúdos ministrados. Ao fazer uma analise preliminar da literatura estudada, evidenciaram que a aptidão física e o desempenho técnico motor, salvo raras exceções, são as referencias básicas para o planejamento e avaliação dos professores. Nessa pesquisa, os autores afirmam ainda não possuir, nas propostas dos professores de Educação Física objetivos direcionados ao ensino da disciplina para uma prática continuada das atividades físico-motoras. Sendo verificado ainda que, em muitas escolas, as aulas teóricas são praticamente inexistentes, raros são os professores que levam seus alunos para a sala de aula e abordam conteúdos teóricos sobre o esporte, higiene, saúde ou outros assuntos. Os autores chegaram á conclusão de que os que se dedicam ao esporte escolar costumam utilizar essas aulas para ensinar as regras das modalidades que treinam, sem, contudo, planeja-las para tal fim. Na preparação de suas aulas, poucos são os que modernizam os conteúdos, os processos e os objetivos, ministrando todo ano o mesmo assunto, sem seguir um planejamento definido e se esquecendo muitas vezes de que a aula é um momento, uma atividade, uma mensagem, um espaço aberto para o estudo e a reflexão e que por esses outros motivos, necessitam de um planejamento adequado. 31 Oliveira (1992) enfatiza que: Temos que redimensionar nossa prática e reavaliar nossas propostas pedagógicas a fim de rumarmos na construção de um novo paradigma para a Educação física, onde se reconheça a sua prática educativa como fundamental na formação do ser humano, onde ela ocupe seu espaço na sociedade como integrante dessa estrutura social e que trabalhe nas transformações da mesma entendendo-a como possível de tais atitudes e por fim, que seus profissionais tornem-se capazes de transceder o entendimento da prática pela prática. Na perspectiva do novo paradigma citado acima, Oliveira reconhece a importância da Educação Física na escola, no entanto, percebe o risco de perder este espaço, caso ainda ocorra a realização de práticas descomprometidas com a transmissão e produção de conhecimento. O autor ainda afirma que forma com que se apresenta a Educação Física na escola e seu desenvolvimento dentro do processo educacional é facilmente descartável, sendo necessário que se transforme um momento já vivido do “fazer por fazer” em um novo que requer o “refletir o fazer”. Durante o estudo desse capitulo observou-se, o interesse dos autores em subsidiar e fundamentar mudanças de uma Prática Pedagógica negligente para uma prática consciente, que sobreponha desmazelos atuais. 4.3 PCN’s: Direcionando a Prática Pedagógica na Educação Física Os PCN’s (Parâmetros curriculares Nacionais) apresentam propostas que procuram democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica de uma área de conhecimento em questão. A Educação Física buscando ampliar de uma visão biológica, para um trabalho que incorpore as dimensões cognitivas e sócioculturais dos alunos. De acordo com os PCN’s, são objetivos da Educação Física no Ensino Fundamental: a. Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características pessoais, físicas sexuais ou sociais. b. Adotar atitudes de dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas. c. Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar de manifestações de cultura corporal do Brasil e do mundo. 32 d. Adotar hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais. e. Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos. f. Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o pessimismo e preconceito. g. Reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer , reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e direito do cidadão. Ao analisar os objetivos e as propostas a serem tratadas pelos PCN’s , pode-se concluir que ambos quando bem interpretados e adaptados , servem como subsídios na melhoria da pratica pedagógica dos profissionais , quando aborda a complexidade das relações corpo e mente num contexto sociocultural , tem como principio a igualdade de oportunidade para todos os alunos e o objetivo de desenvolver suas potencialidades ,num processo democrático e não seletivo. Assim nas aulas de Educação Física o professor deverá sempre contextualizar a prática, considerando as varias dimensões de aprendizagem, priorizando uma ou mais delas e possibilitando que todos seus alunos possam aprender e se desenvolver. 33 5. INTERDISCIPLINARIDADE: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES Sabe-se que o conhecimento se constrói com as experiências vividas e percebidas pelo educando. No entanto ainda observa-se na educação a insistência em estimular a aprendizagem de forma compartimentalizada. Barbanti (1994, p.169) conceitua interdisciplinar como o “que é comum a duas ou mais disciplinas ou ramos de conhecimento” para que o aprendizado verdadeiramente aconteça de maneira integralizada. Para Werneck (2001, p. 56) “a interdisciplinaridade é a forma mais forte de pluridisciplinaridade, aquela onde existe realmente uma interação entre as disciplinas escolares”, trazendo para a escola uma nova visão didático-pedagógica à problemática da formação humana, proporcionando a vivencia de um currículo que veicula conceituações interligadas. Os elementos caracterizadores da visão interdisciplinar devem olhar o currículo em dois ângulos: O ângulo vertical: que organiza os conteúdos em função de determinados objetivos; O ângulo horizontal: que criará mecanismos auxiliares e definirá a estratégia para uma nova abordagem interdisciplinar. Os benefícios de uma aprendizagem interdisciplinar vão além dos currículos escolares, possibilitando ao educando uma visão de mundo onde a sociedade e os fatos se interligam continuamente. Werneck (2001, p.58) traça linhas mestras de praticidade deste processo e alerta que “a dificuldade maior está na mentalidade dos professores, seja pela falta de visão interdisciplinar das próprias coordenações, seja pela formação acadêmica e didático-pedagógica nas faculdades de educação”. Esta simples mudança de enfoque depende da vontade dos professores que ao trabalhar de forma dialética favorecerá um aprendizado mútuo, significativo e contextualizado. 34 5.1 Interdisciplinaridade na Educação Física Escolar A interdisciplinaridade é um componente indispensável para melhoria do ensino em qualquer disciplina. Dentro desse contexto a Educação Física na escola enfrenta barreiras, pois de uma forma geral, ainda existe a concepção de que a Educação Física trabalha com o “corpo”, e as demais disciplinas trabalham a “mente”. Sobre tal afirmação, Freire (1997,p.182) diz que a escola reserva-se a mente a quase totalidade das construções escolares; o espaço para o corpo perde-se escondido entre a sala de aula e administração. Dá para imaginar a escola como um ser de cabeça imensa e corpo diminuto, um ser, por isso, deformado. É preciso que a Educação Física afirme seu papel no âmbito escolar e que seus profissionais não encarem sua finalidade apenas como auxilio aos conteúdos de outras matérias.Freire (1997) diz que mesmo considerando-se a interdisciplinaridade um fator que viabiliza um melhor ensino, a Educação Física deve se justificar por si mesma, pelo conteúdo que desenvolve na escola. Freire(1997 p.183) fala sobre a real importância da interdisciplinaridade na Educação Física Escolar: A importância de demonstrar as relações entre os conteúdos da disciplina Educação Física e os das demais disciplinas reside, não na sua importância como meio auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos comuns do conhecimento e na dependência que o corpo e mente, ação e compreensão, possuem entre si. 5.2 Sugestões de Atividades Interdisciplinares Para valorizar a Prática Pedagógica em Educação Física, não basta apenas apontar as falhas ocorridas, é interessante que se proponha soluções. Dentro dessa perspectiva, as relações da Educação Física e das outras disciplinas da escola é explicitada por Freire (1997) que sugere algumas atividades resumidas a seguir: A. Boca de forno: Passemos de pronto, ao exemplo de uma variação desse brinquedo popular tão conhecido no Brasil, às vezes também com nome de “abacaxi”; “Boca de forno – forno – darei um bolo – bolo – fareis tudo o que o rei mandar? – faremos. – Então, corram até...” (e aí vai uma ordem para o cumprimento da tarefa”; “Em algumas regiões seria: “abacaxi – xi – maracujá – já – fareis tudo o 35 que o rei mandar?”; Uma criança comanda e as demais cumprem as tarefas, estimulando: trabalhos em grupos; O professor comandaria a atividade e solicitaria que trouxessem objetos de uma certa cor, de um certo peso, tamanho, estimulando o conhecimento lógico matemático que se forma a partir da classificação e seriação. Objetivos na Educação Física: Atenção, agilidade, corridas variadas, percepção espaçotemporal. Interdisciplinaridade: Português: separação de sílabas. B- Correspondência Provocada: As crianças se organizam em duas fileiras, com o mesmo número de elementos, uma de frente para outra de modo que cada criança de uma fileira ficasse a frente de outra, da fileira oposta e trocassem passes com uma, aos pares passando a bola para a companheira a sua frente; trata-se de uma questão de correspondência, porque a cada criança de uma fileira corresponde a outra na fileira à frente. Exercita-se aí um dos princípios básicos da noção de número. Objetivo na Educação Física: Organização, regras, coordenação óculo-manual, percepção espaço-temporal. Interdisciplinaridade: matemática. C - Adivinhar o Tempo: O professor avisa às crianças que vai marcar no relógio um certo tempo, por exemplo, 15 segundos. Ao sinal de início, as crianças tentam calcular mentalmente o tempo indicado. Conforme os cálculos ela informa ao professor quando acham que o relógio chegou aos 15 segundos.Terminada a tarefa, o professor revela qual delas acertou mais perto o tempo estabelecido; espaço e tempo não são categorias acessíveis ao nosso mecanismo sensorial; ninguém vê o tempo ou o espaço, entretanto nossas ações com esses objetos, estruturam-se noções que representam o correr mais, o chegar antes, o fazer mais ou menos força, formando idéia de tempo. Objetivo na Educação Física: Percepção temporal, atenção, concentração. Interdisciplinaridade: Matemática: conhecendo o tempo. D - Pular Corda com Separação de Sílabas: A criança entra e pula corda dizendo, em correspondência com os saltos, as sílabas de uma palavra que escolha. Por 36 exemplo: ca-ne-ca realizará 3 saltos, já-bu-ti-ca-ba, saltará 5 vezes. Objetivo na Educação Física: Saltos, percepção espaço-temporal, linguagem. Interdisciplinaridade: Português: separação de silabas E - Pular Corda com Números e Operações: A primeira criança entra na corda, pula uma vez dizendo “um”. A segunda criança entra e salta duas vezes dizendo um, dois’ e assim por diante, até a atividade se tornar cansativa, ou até alguém errar. A cada erro, pode-se começar de novo; pode-se pular mencionando-se só os números pares ou só os números impares; outra variação, o primeiro pode pular e dizer “um, três”, o próximo entra e pula quatro vezes, ou seja, a soma dos números ditos pelos companheiro anterior. Objetivo na Educação Física: Saltos, percepção espaço-temporal, linguagem. Interdisciplinaridade: Matemática: números pares, números impares, seqüência numérica. F - Formando Grupos:Os alunos devem andar pelo espaço da quadra, o professor da o sinal: “ dois à dois, ou três à três”... Os alunos, então, terão que se agrupar conforme o aviso do professor. Objetivo na Educação Física: Agilidade, atenção, coordenação e orientação espaço temporal. Interdisciplinaridade (Matemática): Operações de adição e noção de conjunto. G - Capitão do Mato Pega Escravo: Na quadra o professor distribui um ou mais chicotinhos pedagógicos, quem estiver com o chicote é o capitão do mato, os demais são escravos. O capitão corre atrás dos escravos , em quem ele bater com o chicote, tem que ficar parado com as pernas afastadas;para ficar livre tem que pedir socorro e gritar: “Lei Áurea ”, o colega que passar por baixo da perna deverá gritar: “ princesa Isabel” , e a criança estará livre do castigo passando a ser mais um escravo livre para salvar os outros que estão presos. Objetivo na Educação Física: Cooperação, agilidade e coordenação. Interdisciplinaridade (História): História do Brasil. 37 6. A PESQUISA 6.1 Metodologia Tipo de pesquisa: Teórico-empírica descritiva. Local da pesquisa: SESC-ESCOLA de Porto Velho. Período de realização: de agosto à novembro de 2006. Instrumentos de coleta de dados: Questionário aberto com três perguntas. 1ª etapa (aplicação do questionário) público alvo: 4 estagiários (sendo três de Educação Física e um de sala) e 8 professores (sendo um de Educação Física e sete de sala). 2ª etapa (execução das atividades interdisciplinares) público alvo: 86 alunos do Ensino fundamental (1ª à 3ªsérie): 43 alunos da 1ª série (22 meninas e 21 meninos); 19 alunos da 2ª série (9 meninas e 10 meninos); 24 alunos da 3ª série (7 meninas e 17 meninos). Perfil dos alunos: Nível sócio econômico: classe média baixa, Faixa etária: 07 a 10 anos, Nível de repetência : nenhum aluno, Dificuldade de aprendizagem: 1ª e 2ª série- ciências e matemática, 3ª série- geografia e matemática. 6.2 Procedimentos Metodológicos: Na 1ª etapa da pesquisa foi realizada a aplicação do questionário aos professores que teve como objetivo averiguar a concepção dos professores do Ensino Fundamental sobre a Educação Física no processo educacional. As perguntas do questionário foram as seguintes: 1ª - Você considera importante, as crianças terem aula de Educação Física? Por quê? 2ª - Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou orientado? 3ª - As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem dos alunos? Como? 38 Na etapa seguinte foi proposto aos professores a iniciar no 4º bimestre um trabalho interdisciplinar entre a Educação Física e as disciplinas que os alunos demonstravam maior dificuldade de aprendizagem (Ciências e Matemática). Os conteúdos a serem desenvolvidos na sala de aula foram discutidos e partilhados com a professora de Educação Física que estruturou suas aulas adaptando os conteúdos de acordo com seus objetivos. As atividades foram selecionadas e desenvolvidas nas aulas de Educação Física, com a preocupação de associar temas desenvolvidos na sala de aula. A aquisição do conhecimento teórico se torna eficaz, quando se relaciona com a prática, possibilitando um aprendizado sólido e estruturado, com associações e comparações. Devido a essa afirmação, se faz necessário a apresentação das atividades interdisciplinar realizadas no Sesc- Escola de PVH, com a freqüência de uma vez por semana no decorrer do 4º Bimestre. 1ª Atividade Imitando os Animais: A turma foi dividida em 2 grandes grupos denominados de vertebrados e invertebrados.O professor deu para cada grupo uma seqüência de animais para eles imitarem, então, enquanto um grupo imitava, o outro tentava adivinhar qual era o animal. Quando um grupo adivinhava, ganhava 2 pontos e o outro grupo 1 ponto; quando um grupo errava ninguém fazia ponto.OBS: O grupo dos vertebrados imitava apenas animais vertebrados e o grupo dos invertebrados imitava apenas animais invertebrados. Material: Nenhum Objetivo na Educação Física: Expressão corporal e socialização. Interdisciplinaridade (Ciências): Animais Vertebrados e Invertebrados. Comentários: Atividade realizada com a 1ª e 2ª série do ensino fundamental. Os alunos se mostraram motivados durante a realização dessa atividade, não demonstraram inibição ao se expressar e socializaram de forma bem descontraída. Após a atividade foi realizada uma roda de conversa, para verificar o nível de aprendizagem da turma, e a resposta obtida foi que eles aprenderam imitar e identificar os animais vertebrados e invertebrados. 39 Foto 1: Imitando os animais 2ª Atividade Batata Quente: Foi formada uma grande roda com todos os alunos, o professor deu a bola para um aluno e esse passou para o colega do lado e assim sucessivamente, ao apito do professor os alunos paravam de passar a bola, o aluno que ficou com a bola na mão, respondeu uma pergunta sobre os animais Ex: Sapo é vertebrado ou invertebrado? Para os alunos da 3ª série as perguntas eram sobre Estados e capitais do Brasil, Ex: A capital do Acre é ? Material: Uma bola Objetivo na Educação Física: Agilidade e coordenação óculo-manual. Interdisciplinaridade 1ª e 2ª série (Ciências), 3ª série(Geografia): Animais vertebrados e invertebrados, Estados e capitais do Brasil. Comentários: Os alunos se mostraram alegres e ansiosos, se atrapalharam para passar a bola, pois queriam passar rapidamente para a bola não parar na sua mão. 40 3ª Atividade O Corpo Humano: Essa atividade foi realizada em sala de aula, onde explicouse a função do esqueleto humano e os diferentes movimentos que o nos podemos executar nas aulas de Educação Física (andar, correr, saltar, pular, dançar, nadar, agachar, rolar, entre outros) devido a presença dele no nosso corpo.Durante a aula foi lida uma estorinha sobre o assunto, depois foi apresentado um cartaz explicativo e por fim dividiu-se a turma em pequenos grupos para eles montarem um esqueleto do corpo humano. Material: Livro de estória, cartaz e esqueleto pedagógico de plástico. Objetivo na Educação Física: Conhecimento corporal. Interdisciplinaridade (Ciências): O Esqueleto humano Comentários: Essa atividade foi desenvolvida com a 1ª e 2ª série do Ensino Fundamental. Embora os alunos não gostem de realizar as atividades de Ed. Física na sala de aula, essa atividade atraiu a atenção e curiosidade dos alunos, todos participaram com entusiasmo e percebeu-se a evolução do conhecimento corporal. Foto 2: Conhecendo o corpo humano 41 4ª Atividade Formando Operações: Nessa atividade a turma foi dividida em dois grandes grupos, no chão da quadra com fita adesiva foi desenhada uma grande operação; Ex (operação da 2ª série):1ª linha__ X 2ª linha__ = 3ª linha_ . O professor dava o enunciado para um grupo de cada vez, Ex: “ Grupo 1: 2 dividido por 1 é igual a ? Então, esse grupo se organizava para formar a “operação humana”, ou seja, 2 alunos deveriam correr para 1ª linha, 1 aluno para 2ª linha e 2 para 3ª linha, e assim solucionavam a operação solicitada. Material: Fita adesiva Objetivo na Educação Física:Agilidade,atenção,cooperação, estruturação espacial. Interdisciplinaridade (Matemática): Operações (subtração, multiplicação e divisão) Comentários: Essa atividade foi realizada com os alunos do ensino Fundamental 1ª série (operação de subtração), 2ª série (operação de multiplicação) e 3ª série (operação de divisão). Os alunos tinham o tempo de 30 segundos para montar a operação, cada operação correta valia 1 ponto e vencia o grupo fizesse o maior número de pontos. Foto 3 : Formando operações 42 5ª Atividade Regiões do Brasil: Essa atividade foi realizada na quadra onde o professor embasado no mapa, desenhou no chão com giz círculos com aproximadamente 2 m de raio que indicavam as regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro- Oeste, Sul e Sudeste). Todos os alunos ficavam no 1º degrau da arquibancada, o professor dava o comando, “ Viajando para a região Norte” , os alunos corriam para o círculo que indicava a região Norte, o último aluno a chegar, saia da disputa para ajudar o professor a verificar os últimos alunos que chegavam. Material: Giz Objetivo na Educação Física: Agilidade, coordenação, rapidez de reação e orientação espaço-temporal. Interdisciplinaridade (Geografia): Regiões do Brasil Comentários: Essa atividade foi realizada com a 3ª série do ensino Fundamental, os alunos foram participativos, demonstraram total entusiasmo e concentração na atividade. 6.3 Análise dos Resultados 6.3.1 Analise do questionário aplicado aos professores No questionário aplicado aos professores, na primeira questão, todos consideram relevante, crianças terem aulas de Educação Física e enumeram alguns objetivos da disciplina nas seguintes proporções explicitas no gráfico a seguir. Pergunta: Você considera importante, as crianças terem aula de Educação Física? Por quê? 43 60 Desenvolver capacidades motoras 50 Vivenciar regras 40 Praticar atividades físicas como natação, futebol, volei, etc. 30 Desenvolver a interdisciplinaridade 20 Conhecer o próprio corpo 10 Manter a saúde 0 Objetivos respondidos Na segunda questão, os professores foram indagados sobre a eficácia do brincar livre e do brincar orientado. Pergunta: Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou orientado? 41% Brincar orientado Brincar livre e orientado 59% Terceira Pergunta: As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem dos alunos? Como? Os professores foram unânimes em afirmar que as aulas de Educação Física contribuem para a aprendizagem dos alunos em sala de aula, no entanto, apenas dois responderam que um trabalho interdisciplinar poderia auxiliar na aprendizagem nas disciplinas que os alunos demonstravam dificuldade de assimilação. 44 6.3.2 Análise das notas Bimestrais dos alunos: Antes e após o trabalho interdisciplinar As atividades interdisciplinares foram realizadas com: duas turmas de 1ª série, uma turma de 2ª série e uma turma de 3ª série do ensino Fundamental. As disciplinas trabalhadas juntamente dom a Educação Física foram Ciências e Matemática (para 1ª e 2ª séries) e Geografia e Matemática (para as 3ª séries). As notas foram comparadas no 3º bimestre (sem a ação interdisciplinar) e no 4º bimestre (com atuação interdisciplinar), tendo como resultado os seguintes dados: 1ª série A Ciências Matemática Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas 3º Bimestre 8,8 3º Bimestre 8,6 4º Bimestre 9,4 4º Bimestre 9,0 1ª série B Ciências Matemática Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas 3º Bimestre 7,9 3º Bimestre 7,8 4º Bimestre 8,0 4º Bimestre 8.0 2ª série A Ciências Matemática Bimestre Média das notas Bimestre Média das notas 3º Bimestre 7,6 3º Bimestre 7,3 4º Bimestre 8,3 4º Bimestre 8.7 3ª série A Geografia Matemática Bimestre Média das notas 3º Bimestre 7,2 4º Bimestre 7,7 Bimestre 3º Bimestre 4º Bimestre Média das notas 7,2 7,5 45 6.4 Discussão dos Resultados A Princípio, na 1ª etapa, houve aplicação dos questionários aos professores e a partir da análise dos mesmos chegou-se aos seguintes resultados: Os professores de uma forma geral reconhecem a importância da Educação Física no Âmbito Escolar. No momento de justificar essa importância, a maioria afirma que as aulas de Educação Física são importantes, pois, desenvolve capacidades motoras através da aplicação de jogos, apenas dois professores entre os doze participantes da pesquisa, justificaram a inclusão da Interdisciplinaridade nas aulas de Educação Física como uma forma de desenvolver não só o lado motor, mas também contribuir na aprendizagem dos alunos. Na execução da 2ª etapa percebeu-se a motivação e a melhoria na aprendizagem dos alunos, através de muitos fatores dentre eles as atividades Interdisciplinares previamente planejadas e desenvolvidas durante as aulas de Educação Física, fato esse comprovado com a análise das notas bimestrais antes e após essa pesquisa, que mostram um aumento significativo na média das notas de dos alunos nas áreas de conhecimento exploradas durante a pesquisa. 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentro do exposto a princípio nesse estudo, de que a Educação Física Escolar vem sendo desvalorizada por apresentar dificuldades em afirmar seu papel dentro da área educacional, devido a presença de Prática Pedagógicas descomprometidas com a transmissão e produção de conhecimentos. Ao executar essa pesquisa pude obter a certeza de que a Educação Física Escolar promove inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos alunos, mas é preciso ir além do óbvio e utilizar métodos contagiantes, motivadores realmente comprometidos com os aspectos educacionais, fazendo valer assim o seu verdadeiro papel enquanto disciplina escolar. Pode-se concluir ao realizar essa pesquisa que a interdisciplinaridade é um método que pode ser utilizado para direcionar e valorizar a Educação Física na escola, pois, possibilita realizar Práticas Pedagógicas comprometidas com o processo educacional, pois, possibilitam a construção de conhecimentos que proporcionam aprendizagens motoras e cognitivas aos educandos. A cada dia durante a realização dessa pesquisa, sentia-me gratificada pelo trabalho que estava desenvolvendo naquela escola, quando via durante minhas aulas a alegria expressa no olhar, a disposição e a vontade de aprender de cada aluno. A recompensa maior que tive foi quando iniciei o processo de comparação da notas Bimestrais dos alunos, onde foi possível constatar resultados positivos, em todas as turmas participantes da pesquisa, confirmando assim a importância da Educação Física para aprendizagem. Uma outra realização obtida foi quando as professoras do ensino Fundamental de 1ª a 3ª série, vieram me agradecer pelo trabalho Interdisciplinar desenvolvido, acredito que isso foi um reconhecimento, um novo olhar para Educação Física Escolar. Essa pesquisa serve para comprovar a importância da Educação Física no Âmbito Escolar e sugerir aos profissionais dessa área a execução de uma Prática Interdisciplinar que participa efetivamente no processo educacional, pois, possibilita a ligação da Educação Física com os conteúdos ministrados em sala de aula, porém sem deixar de promover o desenvolvimento das aptidões físicas dos alunos. 47 O período de três meses para a realização desse estudo foi satisfatório para obtenção dos resultados, que afirmam que a Educação Física Escolar muito tem a contribuir para o desenvolvimento integral do ser humano, posto que trabalha com o corpo fonte de todas as aspirações, e que a Interdisciplinaridade é um método que pode ser utilizado para direcionar e valorizar a Prática dos Profissionais dessa área, porém, seria extremamente interessante em pesquisas futuras, a execução desse estudo no decorrer de todo o ano letivo; pois antecipadamente é possível supor que as atividades Interdisciplinares teriam uma maior eficácia no que diz respeito ao aumento das notas bimestrais e a aprendizagem dos alunos. Porém é importante ressaltar que nessa pesquisa a Educação Física não foi a única responsável pelo aumento do desempenho e das notas dos alunos, e sim a interligação entre as disciplinas, a sintonia entre o professor de sala com o professor de Educação Física e o empenho de todos envolvidos nesse trabalho. Somente nos profissionais de Educação Física, podemos trabalhar para valorizar e conquistar o reconhecimento da nossa profissão; então cabe aqui deixar como mensagem final uma frase de Mahatma Gandhi que serviu de inspiração e motivação para a realização dessa pesquisa: “Seja você toda a mudança que deseja no Mundo”. 48 REFERÊNCIAS ASSMANN, Hugo. Reencantar a Educação: rumo à sociedade aprendente. 5.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998. BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e do Esporte. São Paulo: Manole, 1994. BORGES, Célio José. Educação física para o pré-escolar. Rio de Janeiro: Sprint,1987. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física, primeiro e segundo ciclo. Brasília: 1997. 96p. DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em Busca de Formação de Indivíduos Autônomos nas Aulas de Educação Física. Campinas, SP: Autores associados, 2004. FONSECA, Denise Grosso da. Educação Física: para dentro e para além do movimento. Porto Alegre: Mediação, 1999. FREIRE, João Batista & SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teorias e práticas da Educação Física. 4.ed. São Paulo: Scipione, 2002. GO, Tani [et al],Educação Física Escolar, Fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária,1988. LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl de & DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discursão. São Paulo: Summus, 1992. LIBÂNEO, J.C. e PIMENTA, S.G. (coords.). Metodologia do Ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. MELLO, Alexandre Moraes. Psicomotricidade, Educação Física e Jogos infantis. 4. ed. São Paulo: Ibrasa, 1989. NETO, Alexandre Shigunov & SHIGUNOV, Victor (org.). Educação Física: conhecimento teórico x prática pedagógica. Porto Alegre: Mediação, 2002. OLIVEIRA, Amauri A. B. de. Analisando a pratica pedagógica da Educação Física. Revista da Associação dos professores de Educação Física de Londrina. Londrina – PR. 49 Brasil, v.7, n.13, p. 11-14.1992. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico Critica. 8. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003. SOLER, Reinaldo.Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. WERNECK, Hamilton. Ensinamos demais, aprendemos de menos. 17. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001. 50 ANEXOS 51 AUTORIZAÇÃO Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial da presente obra, por qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte. Nome da autora: Aline Tami Sousa de Vasconcelos Assinatura da autora: ___________________________ Instituição: Fundação Universidade Federal de Rondônia Endereço: Rua Vicente Rondon, 4514, Bairro Rio Madeira Fone: (069) 8114-0841 Porto Velho, Rondônia, Abril de 2007. ___________________________ Assinatura 52 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O(A) DIRETOR(A) Prezado Senhor, Considerando a resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde, temos o prazer de convidá-lo a participar da Pesquisa intitulada “Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Pratica Pedagógica no Ensino Fundamental ”, como projeto de Monografia do Curso de Educação Física. Este estudo tem por objetivo valorizar a Prática Pedagógica da Educação Física através de uma ação Interdisciplinar. A metodologia trata-se de uma pesquisa – participante, onde as aulas serão realizadas no contexto escolar, sendo as atividades desenvolvidas para alcançar a finalidade a que se propõe esta pesquisa. Agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e colocamo-nos à sua disposição para quaisquer esclarecimento. Tel. 069 8114-0841. De acordo com o esclarecido, aceito colaborar na realização da pesquisa “Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Prática Pedagógica no Ensino Fundamental” , estando devidamente informado sobre a natureza da pesquisa. Porto Velho, ____de _________ de 2006. _______________________ Diretor(a) da Escola: ___________________________ 53 MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES (COLETA DE DADOS DA PESQUISA) Pesquisa de campo Questionário para os Professores 1ª) Você considera importante as crianças terem aulas de Educação Física? Por que? R/ 2ª) Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou orientado? Por que? R/ 3ª) As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem de conteúdos das outras áreas de conhecimento? Como? R/ Acadêmica : Aline Tami Sousa de Vasconcelos 54