FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
NUCLEO DE SAÚDE
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA:
VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos
MONOGRAFIA DE GRADUAÇÃO
Porto Velho – Rondônia
2007
INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA:
VALORIZANDO A PRÁTICA PEDAGÓGICA NO ENSINO
FUNDAMENTAL
Autora:
ALINE TÂMI SOUSA DE VASCONCELOS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao
Departamento de Educação Física do Núcleo
de Saúde da Fundação Universidade Federal
de Rondônia, para obtenção do titulo de
licenciada em Educação Física.
Orientador: PROFº. MS CÉLIO JOSÉ BORGES
Co-orientadora: PROFª. ESP. NÚBIA MARIA ROSA DE SOUSA
Porto Velho – Rondônia
2007
FICHA CATALOGRÁFICA
Vasconcelos, Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos
Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Prática Pedagógica no Ensino
Fundamental. /Aline Tâmi Sousa de Vasconcelos – Porto Velho (RO): s.n, 2007.
54 fls.
Monografia (Graduação) – Departamento de Educação Física (UNIR). Área de Concentração:
Educacional.
Orientador: Prof. Ms. Célio José Borges.
1. Educação Física Escolar. 2. Prática Pedagógica. 3. Interdisciplinaridade
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
Nome: Aline Tami Sousa de Vasconcelos
Titulo: Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Pratica Pedagógica no
Ensino Fundamental
Data da defesa: _____/____/_____
BANCA EXAMINADORA
Professor Ms. Célio José Borges - Presidente
Avaliação __________________ Assinatura__________________
Professor Ms. João Bernardino de Oliveira Neto - Membro
Avaliação __________________ Assinatura__________________
Professora Ms.Angeliete Garcez Melitão – Membro
Avaliação __________________ Assinatura__________________
NOTA: ___________{_______________}
ii
Aos meus pais, por todo amor dedicado a mim,
pelas preocupações e angústias que passaram por
minha causa, pelos incentivos que me fizeram
prosseguir e por desejarem sempre a minha
felicidade, dedico-lhes essa conquista com muito
amor e gratidão.
iii
AGRADEÇO
A minha tia, Prof ª Núbia, pela ajuda indispensável, pela paciência, pelo carinho e
por ter caminhado ao meu lado rumo a essa conquista e ao meu orientador Prof Célio
Borges por ter sido tão prestativo e paciente.
A minha família pelo incentivo e por torcerem sempre pelo meu sucesso.
iv
“Seja você toda a mudança que deseja no
mundo”
Mahatma Gandhi
SUMÁRIO
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
viii
v
RESUMO
xi
ABSTRACT
x
INTRODUÇÃO
11
1- HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR
14
1.1- Influencias Históricas em Práticas Atuais
15
2- DESENVOLVIMENTO INFANTIL
18
2.1- Wallon e Piaget: A Importância da Genes da Piscomotricidade
18
2.2- Contribuições de Piaget
19
2.3- Gênese da Consciência Corporal
20
2.4- Do ato Motor ao Ato Mental:A Gênese da Inteligência
21
2.5- Desenvolvimento Motor e Cognitivo
22
2.6- Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Física
24
3- OS JOGOS NA EDUCAÇÃO FISICA ESCOLAR
25
4- PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES
27
4.1- O Papel da Educação Física Escolar
27
4.2- Prática Pedagógica na Educação Física: Consciente ou Negligente?
28
4.3- Pcn´s : Direcionando a Prática Pedagógica na Educação Física
31
5. INTERDISCIPLINARIDADE: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES
33
5.1 Interdisciplinaridade na Educação Física
34
5.2 Sugestões de Atividades Interdisciplinares
34
6. A PESQUISA
36
6.1 Metodologia
37
6.1.2- Procedimentos Metodológicos
37
6.2- Análise dos Resultados
41
6.2.1- Análise dos Questionários Aplicados aos Professores
42
6.2.2 – Análise das Notas Bimestrais dos Alunos
44
6.3- Discussão dos Resultados
45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
46
REFERÊNCIAS
48
ANEXO 1- AUTORIZAÇÃO
51
vi
ANEXO 2 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para a Diretora
52
ANEXO 3 – Modelo do Questionário (coleta de dados)
53
vii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Foto 1
Imitando Animais
Foto 2
Conhecendo o Corpo Humano
Foto 3
Formando Operações
Gráfico 1
Respostas da 1ª Pergunta do Questionário
Gráfico 2
Resposta da 2ª Pergunta do Questionário
Tabela 1
Notas Bimestrais da 1ª série A
Tabela 2
Notas Bimestrais da 1ª série B
Tabela 3
Notas Bimestrais da 2ª série
Tabela 4
Notas Bimestrais da 3ª série
viii
RESUMO
Esta pesquisa apresenta levantamentos históricos sobre as Práticas Pedagógicas na
Educação Física, tendo como objetivo geral valorizar a disciplina Educação Física no
âmbito escolar e como objetivos específicos observar a aceitação dos professores de outras
disciplinas para o desenvolvimento de uma prática interdisciplinar, constatar a contribuição
das aulas de Educação Física escolar para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos
e melhorar a adaptação, assimilação e aquisição de conhecimentos. A interdisciplinaridade
é utilizada na escola para estimular e favorecer o processo de ensino aprendizagem. A
Educação Física como uma das disciplinas que compõe o currículo escolar, também têm
conteúdos específicos e responsabilidades com o aprendizado do aluno. A pesquisa foi
realizada no Sesc-Escola de Porto Velho, com crianças do Ensino Fundamental (1ª à 3ª
série), onde foi possível perceber a concepção dos professores acerca do assunto e a
aceitação dos mesmos para iniciar um trabalho interdisciplinar na escola, integrando a
Educação Física com outras disciplinas que os alunos demonstravam dificuldade de
assimilação. Iniciou-se nas aulas de Educação Física atividades que relacionavam os
conteúdos das disciplinas envolvidas favorecendo a construção e a socialização do
conhecimento a partir de uma vivência concreta estimulada pelo professor que como
“facilitador” deve oferecer subsídios para que o aluno como protagonista de sua própria
história possa edificar-se física, cognitiva e socialmente. As notas dos alunos foram
comparadas no 3º e 4º Bimestre, com a constatação de uma melhora no último bimestre e
da satisfação de todos os envolvidos no processo. A prática pedagógica da Educação Física
se valoriza a partir do enriquecimento do aprendizado do aluno, contextualizado e com
significado real. A Educação Física, como disciplina escolar, muito tem a contribuir para o
desenvolvimento da aprendizagem, posto que trabalha com o corpo, fonte de aspirações e
realizações do individuo.
PALAVRAS-CHAVE:
Interdisciplinaridade.
Educação
Física
ix
Escolar,
Prática
Pedagógica
e
ABSTRACT
This research presents Practical historical surveys on the Pedagogical ones in the
Physical Education, having as objective to verify the effectiveness of the results of works
interdisciplinar. It displays aimings for the valuation of the profession and its autoaffirmation in the pertaining to school context. The interdisciplinaridade is boarded as
something that can be used in the school to stimulate and to favor the education process
learning, being the Physical Education one disciplines that it is part of the pertaining to
school resume, also has responsibilities with the learning of the pupil. The research was
carried through in the Sesc-School of Porto Velho, with children of Basic Ensino (1ª to 3ª
series), where it was inquired conception of the teacher concerning the subject and the
acceptance of the same ones to initiate a work to interdisciplinary in the school,
emphasizing you discipline them that the pupils demonstrated assimilation difficulty. One
initiated in the lessons of Physical Education activities that related - with the contents of
you discipline them involved. The notes of the pupils had been compared in 3º and 4º
Bimestre, arriving themselves it conclusion of that the work to interdisciplinar values
Practical the Pedagogical one and enriches the learning of the pupil, therefore and of the
meaning real at the contents. The Physical Education, as it disciplines pertaining to school,
much has to contribute for the development of the learning, rank that works with the body,
source of aspirations and accomplishments of individual.
KEYWORDS: Pertaining to school Physical education, Practical Pedagogical and
Interdisciplinary.
x
11
INTRODUÇÃO
Essa pesquisa foi realizada no SESC-ESCO LA, situada no Bairro Pedrinhas, no
município de Porto Velho.
Ao ingressar no mercado de trabalho como professora de Educação Física, no
Ensino Fundamental de 1ª á 3ª série, de imediato pude detectar a desvalorização da
Educação Física por parte de muitos professores da escola, que no primeiro contato me
apresentaram aos alunos como a nova professora de “ginástica”, a partir daquele momento
tive a curiosidade de constatar a concepção desses professores sobre as aulas de Educação
Física e a vontade de justificar a importância da Educação Física Escolar, que
supostamente vai muito além das aulas de ginástica.
Sobre esse fato Soler (2003,p.117), afirma que a ginástica é um dos grandes
conteúdos da Educação Física Escolar só não pode ser utilizado como um fim, pois, dessa
forma seu papel estaria sendo reduzido, o autor comenta ainda que a Educação Física que
nos conhecemos militaresca, doutrinadora e alienada já não é possível de sobreviver dentro
das escolas, pois, sua função hoje deve estar relacionada com a inclusão e a aprendizagem.
Além do descaso constatado no cotidiano, verificou-se através do estudo em
diversas fontes bibliográficas que o papel da Educação Física Escolar está repleto de
incertezas e indefinições, devido a presença de Práticas Pedagógicas direcionadas a
promover exclusivamente o desenvolvimento físico - motor e descomprometidas com a
aprendizagem dos alunos, esse fato vem acarretando uma desvalorização dessa disciplina
no âmbito escolar.
Devido a presente situação da Educação Física, surgiram as seguintes indagações
que foram foco dessa pesquisa: Os profissionais dessa área estão limitados em
proporcionar apenas benefícios físicos – motores aos alunos? De que forma o Professor de
Educação Física Escolar pode contribuir e beneficiar os alunos na aprendizagem de
conteúdos? A Interdisciplinaridade seria uma alternativa?
Duckur (2004), faz uma critica dirigida a hegemonia da visão fragmentada do
homem, que coloca a muitos Professores de Educação Física a idéia de que a ação
educativa desses profissionais se dirige tão somente à dimensão motora, ou melhor, a uma
12
formação desvinculada de outras dimensões que compõem a totalidade do ser humano,
afirma ainda que, historicamente a ausência de uma definição sobre a especificidade da
Educação Física Escolar permitiu que a disciplina / atividade curricular desenvolvesse uma
Pratica afastada das reais necessidades da escolarização.
Diante do exposto, o objetivo geral dessa pesquisa é valorizar a Prática Pedagógica
da Educação Física no Âmbito Escolar; e têm como objetivos específicos constatar a
concepção de alguns profissionais sobre as aulas de Educação Física para a realização de
um trabalho interdisciplinar; comprovar que a Educação Física trabalha também o lado
cognitivo, onde os jogos e brincadeiras podem ser utilizados como auxilio na
aprendizagem de outras disciplinas, melhorar a adaptação, a assimilação e a aquisição de
conhecimentos dos alunos apontando assim a interdisciplinaridade como um meio para tal
fim.
Essa pesquisa, têm como justificativa a busca de caminhos que possam direcionar a
Prática de profissionais de Educação Física Escolar e sugerir a eles a execução de práticas
inovadoras realmente comprometidas com o desenvolvimento integral do individuo.
Sobre os procedimentos metodológicos da pesquisa, mesma dividi-se em duas
etapas, na 1ª aplicou-se um questionário aberto contendo três perguntas aos Professores do
SESC- ESCOLA de Porto Velho, com o intuito de detectar a concepção dos mesmos sobre
a Educação Física Escolar, Na 2ª etapa foi acertado com os Professores de sala, do Ensino
Fundamental de 1ª á 3ª série, a realização de atividades interdisciplinares, relacionando a
Educação Física com as disciplinas que os alunos apresentavam maior dificuldade, após
dois meses realizando essas atividades durante as aulas de Educação Física, foi feita uma
comparação das notas Bimestrais nas disciplinas que os alunos possuíam maior dificuldade
antes(sem a ação interdisciplinar) e depois (com a ação interdisciplinar), com o objetivo de
constatar as possíveis contribuições das aulas de Educação Física na aprendizagem dos
alunos.
Através de uma analise após a execução do trabalho interdisciplinar, verificou-se que
houve em todas as turmas que participaram do estudo, um aumento significativo das notas
Bimestrais, confirmando que o trabalho interdisciplinar contribuiu para melhoria do
desenvolvimento e da aprendizagem dos alunos.
Essa pesquisa apresenta-se estruturada em capítulos: Os cinco primeiros capítulos
expõem embasamentos teóricos sobre o Histórico da Educação Física Escolar,
Desenvolvimento Motor e Cognitivo Infantil, Os Jogos na Educação Física Escolar, Prática
13
Pedagógica e Interdisciplinaridade onde contém sugestões de atividades interdisciplinares
relacionando a Educação Física com outras áreas de conhecimento.
O sexto capítulo apresenta a Metodologia onde estão inseridas informações
detalhadas de como foi realizada pesquisa, ou seja, a pesquisa em si; Análise dos Dados
onde estão presentes os gráficos sobre o questionário aplicado aos professores e as notas
Bimestrais dos alunos antes e após o estudo; Discussão dos Resultados onde relaciona-se
as notas Bimestrais dos alunos
com o trabalho interdisciplinar realizado.Por fim
Conclusão onde estão explicitas as relevâncias da pesquisa e os caminhos que ainda podem
ser percorridos nesse campo e o Referencial utilizado.
14
1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Para que se entenda a Educação Física Escolar atual, faz-se necessário um breve
apanhado histórico que delineará e facilitará a compreensão da prática pedagógica que
permeia a Educação Física nos dias de hoje.
No contexto escolar os exercícios surgem na Europa, no final do século XVIII e
inicio do século XIX, na forma cultural de jogos, ginástica, dança, equitação, destacandose na sociedade capitalista da época que almejava “construir” um novo homem, mais forte,
mais ágil, mais empreendedor.
O trabalho físico encontra-se ligado à cuidados físicos com o corpo nos quais
incluam hábitos higienistas como: tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos. Essa
concepção significa também cuidar da nova sociedade em construção cuja força do
trabalho produzida e posta em ação pelo corpo é fonte de lucro.
Segundo Pimenta & Libâneo (1992):
A preocupação com a inclusão dos exercícios nos currículos escolares remonta
ao século XVIII com Guths Muths (1712 – 1838), J,B Basedou (1723 – 1790) J.
J Rousseau (1712 – 1778) , Pestalozzi (1746- 18279) . Contribui para essa
inclusão o surgimento na Alemanha das escolas de ginástica (TURNVEREINE)
já no século XIX (Langlade e Langlade, (1970, p.17-31).
As primeiras sistematizações sobre exercícios físicos, surge como métodos
ginásticos tendo como autores mais conhecidos o sueco P.H Ling, o francês Amoros e o
alemão A. Spress, com contribuições advindas de fisiologistas, médicos e ainda
professores de musica.
A base da construção da identidade pedagógica da Educação Física está calcada nas
normas e valores próprio da instituição militar, posto que as aulas de Educação Física eram
ministradas por instrutores físicos do exercito que adotavam rígidos métodos militares de
disciplina e hierarquia, constrói-se portanto um projeto de homem disciplinado, obediente,
submisso profundo respeitados de hierarquia social.
No Brasil, especialmente nas quatro primeiras décadas do século XX, o sistema
15
educacional sob influencias dos métodos ginásticos e da instituição militar, ressalta o auge
da militarização da escola, correspondendo a execução do projeto de sociedade idealizado
pela ditadura do Estado Novo.
Após a segunda guerra mundial, depois do fim da ditadura do estado Novo no Brasil,
surgem outras tendências disputando a supremacia da instituição escolar, destacando-se os
métodos:

Natural Austríaco: desenvolvido por Gaulhofer e Streicher;

Método da Educação Física Generalizada: divulgadas no Brasil por Auguste
Lestelho, onde predomina a influencia do esporte e da cultura européia como
elemento predominante da cultura corporal.
Nas décadas de 70 e 80 surgem movimentos “renovadores” da Educação Física como a
“Psicomotricidade” com variantes como a “Psicocinética” de Jean Lê Bouch (1978) como
uma teoria geral do movimento que permite utiliza-lo como meio de formação,
privilegiando o estimulo do desenvolvimento psicomotor especialmente a estruturação do
esquema corporal e as aptidões motoras que segundo Le Bouch, melhoravam através da
pratica do movimento; desencadeando mudanças de hábitos, idéias e sentimentos. Nessa
concepção a instrumentalização do “movimento Humano” como meio de formação e de
secundarização da transmissão
de conhecimentos é uma das tarefas primordiais do
processo educativo em geral e da escola em particular.
Na perspectiva da pedagogia humanista tratada por Vitor Marinho Oliveira no livro
intitulado Educação Física Humanista, o autor se baseia teoricamente na psicologia
humanista de Maslow e Roger, introduzindo o principio do ensino “não Diretivo”.
Relacionando-se aos princípios humanistas aqui apontados, surge uma outra
tendência ligada ao movimento “Esporte para todos”, que se concretiza como movimento
alternativo ao esporte de rendimento; impregnando-se de uma antropologia que coloca a
autonomia do ser humano no centro. Não é o esporte que faz o homem, mas o homem que
faz o esporte. Nessa concepção não se fez presente em todas as manifestações desse
movimento em nível nacional especialmente aquela integrantes da políticas publicas para o
setor naquele momento.
A corrente, Esporte para todos, pôde ser situada também dentro do que Libâneo
(1985, p.25) denomina de”Tendência liberal não diretiva “na qual o social é entendido
como uma extensão do individual, do desenvolver atitudes de cooperação e solidariedade
para a inserção positiva no meio social, reconhecendo-se os limites a serem superados que
16
desconsideram os conflitos de classe, onde os interesses antagônicos se colocam no interior
do processo educativo.
Saviani (2003) afirma que “a pedagogia histórico-critica vai tomando forma a
medida que se diferencia da visão crítico- reprodutivista, uma vez que procura
articular um tipo de orientação pedagógica que seja crítica sem ser
reprodutivista”.
A Educação Física como parte de um processo histórico educacional, pode dentro
dessa perspectiva estruturar-se de forma a articular estratégias e métodos de ensino que
favoreçam um aprendizado crítico-social dos conteúdos, valorizado por uma prática
pedagógica clara, consciente, significativa e contextualizada.
1.1 Educação Física Escolar: Influencias Históricas em Práticas Atuais
A Educação Física Escolar atual sofre influencias do seu processo histórico, uma
vez que, observa-se em diversas literaturas, relatos que muitos profissionais apresentam
discursos e teorias atuais brilhantes, porém, ainda exercem práticas pedagógicas
excludentes, insistem em abordagens conservadoras e apenas detectoras de talentos
esportivos.
Sobre essa afirmação Duckur (2004, p. 41) diz que:
Subsiste um discurso avançado do professor, mas uma prática extremamente
conservadora em que há predominância do conteúdo esporte e dos processos de
exclusão dos menos hábeis, de uma perspectiva crítico - superadora, nota-se
também uma visível dificuldade no trato com as questões históricas e com a
superação das relações sociais de dominação, típicas do modo de vista
capitalista.
Atualmente discute-se muito sobre o papel do professor de Educação Física na
escola e isso tem gerado inúmeras criticas e reflexão sobre a prática alienada e militarizada
de muitos profissionais, o que para Duckur (2004), “A educação Física brasileira tem
vivenciado um processo de intensa critica ao paradigma da aptidão física e à função que
historicamente essa prática assumiu na sociedade brasileira.”
Esse processo de criticas, possibilita detectar problemáticas na metodologia de
ensino, que consolidam teorias e práticas coerentes e exeqüíveis na Educação Física
17
Escolar. Sobre essa nova concepção, os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação
Física sistematizam situações de ensino e aprendizagem que garantem aos alunos o acesso
a conhecimentos práticos c conceituais.
Acredita-se que, mudar a ênfase na aptidão física, para uma concepção mais
abrangente que contemple todas as dimensões envolvidas em cada pratica corporal, pode
contribuir para valorização da pratica pedagógica desses profissionais.
Muitas literaturas afirmam a importância em estabelecer uma clara distinção entre
os objetivos da Educação Física Escolar e os objetivos do esporte, da dança, da luta e da
ginástica profissionais, pois, embora seja uma referência, o profissionalismo não pode ser
meta almejada pela escola e também ressaltam que a Educação Física Escolar deve dar
oportunidades a todos os alunos para que eles desenvolvam suas potencialidades, de forma
democrática e não seletiva, visando aprendizagens e aprimoramento como seres humanos.
18
2. DESENVOLVIMENTO INFANTIL
2.1 Wallon e Piaget: A Importância da Gênese da Psicomotricidade
Wallon apud Dantas (1992, p.35) assimila bem a importância da motricidade na
emergência da consciência, sublinhando, a constante reciprocidade dos aspectos cinéticos e
tônicos da psicomotridade, bem como as interações entre as atitudes, os movimentos, a
sensibilidade e a acomodação perceptiva e mental no desenvolvimento da criança. Há em
Wallon uma nítida tendência a defender aspectos afetivos a qualquer tipo de
comportamentos ulteriores. Em qualquer movimento existe uma condicionante que lhe
insufla algo de intencional.
Wallon relaciona a significação do movimento e a sua contribuição para o
desenvolvimento mental da criança. Em cada estágio do desenvolvimento, o movimento
assume uma importância cada vez maior.
A ação ligada à sensibilidade reestrutura o processo histórico que caracteriza a
evolução psicomotora do indivíduo.
Progressivamente identificamos os estágios de desenvolvimento: estado impulsivo
(primeiras relações emocionais e afetivas com o meio): gestos úteis (são de expressões,
desenvolvidos para tomar objetos indispensáveis ao seu bem-estar); sensório motor
(discriminação da relação movimento-ação).
O estado sensorial sucede o desenvolvimento das atitudes, dos atos rudimentares,
das expressões emotivas, conflitando o comportamento do indivíduo constantemente.
As relações com o meio ambiente vão sendo cada vez mais indecisas e ambíguas.
Elas passam a revelar uma intencionalidade que cresce em paralelo com a evolução mental.
A representação mental serve de suporte à intencionalidade do gesto; ela se impõe à
consciência ainda dominada por impressões do momento e ligada ao jogo das associações
sensoriais; é o estado projetivo.
A criança exprime-se por gestos e palavras, onde ela parece organizar o
19
mimetismo do pensamento e distribuir pelo movimento suas imagens no meio atual,
também para lhe conferir uma certa presença.
Estamos diante do simulacro, um estágio de representação. É sempre a ação motriz
que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais. O ato, o
movimento, portanto, mistura-se com a própria realidade.
Nesta fase, a comunicação é na maioria das vezes gestual, uma forma de refúgio da
pouca expressividade.
Surge então a imitação, que parece implicar, de maneira incontestável, relações
entre movimento e representação. Os movimentos deixam de ser puramente gestuais, para
atender as necessidades de situações exteriores.
A imitação, depois de ser uma simples repetição, estabelece um sistema de ligações
perceptivo - motoras e projeta-se numa reação convergente.
Toda essa dimensão de expressão é possível por intermédio da marcha e da palavra.
Estas duas aquisições encaminham a criança para a sua autonomia.
A sensação e o prazer da autonomia , à partir dos 3 anos, tem uma importância
elevada na formação da autoconfiança da criança deixando a motricidade de ser limitada,
obtendo evolutivamente um fim cognitivo: seu espaço é delimitado pela experiência . É
pelo movimento que a criança integra a relação significativa das primeiras formas de
linguagem (simbolismo). Com o surgimento de todas as formas de comunicabilidade; a
linguagem , como resultado da representação, dá origem à inteligência.
O comportamento, não sofre interações só de ordem motora, mas como fatores
determinantes da inteligência, da afetividade e da percepção.
2.2 Contribuição de Piaget:
Piaget considera que a motricidade interfere na inteligência, antes da aquisição da
linguagem.
O movimento constrói um sistema de esquemas de assimilação, e organiza o real a
partir de estruturas espaço – temporais e causais.
As percepções e o movimento, ao estabelecerem relação com o meio exterior,
20
elaboram a função simbólica que gera a linguagem, e esta dá origem à representação e ao
pensamento.
Piaget realça a importância da motricidade na formação da imagem mental e na
representação imagética.
Estes elementos e tantos outros estudos revelam a importância psicológica do
movimento, porque a formação da vida mental é baseada numa inteligência prática
definidora de uma imitação interiorizada que prepara a imagem verbal e sonora.
A inteligência é uma adaptação, ou seja, é a procura de um equilíbrio dialético entre
o indivíduo e o meio (Piaget apud Taille 1992, p.48).
Para (Vygotsky apud Oliveira 1992,p.24) o processo de adaptação subdivide-se em:

Assimilação: que constitui o funcionamento do organismo que, condenando os
dados do meio, os incorpora.

Acomodação: como resultado de pressões exercidas pelo meio, justificando que a
adaptação é um equilíbrio entre Assimilação e Acomodação.
Ao assimilar dados fornecidos pelo meio, o indivíduo constrói formas pensamento,
que Piaget denominou inteligência reflexiva ou gnósica .
Ao tentarmos aproximar Wallon e Piaget, notaremos que o Wallon supervalorizou
a estrutura mental, onde, o movimento, pensamento e linguagem são uma unidade
inseparável. Piaget, inter relaciona Biologia e ciência do comportamento, o movimento é o
pensamento em ato e o pensamento é o movimento sem ato.
Em Piaget, a linguagem se explica em termos de gênese lógica e de maturação
cerebral, que a tornam um novo instrumento de vida e de ação. A linguagem aparece como
forma social de conhecimento e pré – conhecimento, diferenciada da forma sensório –
motora.
2.3 A Gênese da Consciência Corporal:
O estado tônico é aceito por inúmeros autores como a “relação do indivíduo em
cada situação” com fatores de sua história biológica, traduzida na multiplicidade de
fenômenos neurofisiológicos, que permitem avaliar os aspectos da iniciativa motora.
21
O tônus possui uma visão informática fundamental na medida em que, ao unificar
as estimulações, as integra nos centros responsáveis pela elaboração, controle e execução
do movimento, sendo portanto, a motricidade espontânea que se encontra na base dos
fatores de decisão e iniciativa motora, em função disso, a utilização do corpo, adquire uma
especialização unilateral em conexão com a estruturação progressiva do cérebro,
possibilitando-nos relacionarmos ações motoras com análise e aquisição de conhecimento,
trabalhando com isto o fator percepto - cognitivo do individuo.
Para Vygotsky apud La Taille et al. (1992), o curso de desenvolvimento da criança
caracteriza-se por uma alteração radical na própria estrutura do comportamento; a cada
novo estágio a criança não só muda suas respostas, como também as realiza de maneiras
novas, gerando novos “instrumentos” de comportamento e substituindo sua função
psicológica por outra. Nessa perspectiva, Vayer (1989) esclarece que “em cada fase do seu
desenvolvimento, a criança é o resultado atual das relações e comunicações que se
estabelecem entre seu corpo, as outras pessoas e a realidade das coisas”.
2.4 Do ato Motor ao ato Mental: A Gênese da Inteligência
Wallon postula em seus trabalhos psicogenéticos, as primeiras etapas do
desenvolvimento psicomotor os estágios: impulsivo; emocional; sensorio – motor e
projetivo, sendo para este autor a expressão “motor” é sempre sinônimo de psicomotor. Le
Boulch (1982) aproveita e expõe a psicogenética como propostas de Educação psicomotora
que se caracterizam pela abrangência da compreensão do significado psicológico do
movimento.
Wallon busca os orgãos responsáveis pelo movimento: a musculatura e as
estruturas cerebrais, identificando na atividade muscular duas funções: cinética ou clônica
e postural ou tônica. A primeira responde pelos movimentos vivíveis, a segunda pela
postura ou mímica.
No antagonismo entre motor e mental, ao longo do processo de fortalecimento
deste último, por ocasião crescente do domínio dos signos culturais, a motricidade em sua
dimensão cinética tende a reduzir-se e a virtualizar-se em ato mental.
22
2.5- Desenvolvimento Motor e Cognitivo
Segundo Go Tani et al (1988) o desenvolvimento motor é um processo contínuo e
demorado, as mudanças mais acentuadas ocorrem nos primeiros anos de vida por isso é
necessário enfocar a criança, já que os primeiros anos de vida, do nascimento aos seis anos,
são cruciais para o individuo. Afirma ainda que dentro desse processo de desenvolvimento,
ordenado e seqüencial, há alguns aspectos que merecem ser comentado:
Em primeiro lugar está o aspecto de que a seqüência é a mesma para todas as
crianças, apenas a velocidade de progressão varia, pode-se dizer que a ordem em que as
atividades são denominadas depende mais do fator maturacional, enquanto que o grau e a
velocidade que ocorre o domínio estão mais na dependência das experiências e diferenças
individuais; Em segundo lugar, há o aspecto de existir uma interdependência entre o que
está se desenvolvendo e as mudanças futuras, daí surge a denominação “habilidades
básicas”, que constituem pré- requisito fundamental para que toda aquisição seja possível e
efetiva; Em terceiro lugar, está o aspecto de que todo o conjunto de mudanças na seqüência
de desenvolvimento reflete a uma mudança em direção a um maior controle dos
movimentos, esse aspecto dá importância ao sistema nervoso do ser humano.
Nesse terceiro aspecto, os primeiros anos de vida surgem com uma série de
movimentos voluntários, permitindo o controle da cabeça, tronco, movimentos de pegar de
alcançar, manutenção da postura ereta sentado, depois em pé, o andar ereto, correr, saltar,
arremessar entre muitos outros.
Sobre o Desenvolvimento Cognitivo Go Tani et al (1998), diz que o ser humano
apresenta formas de pensar qualitativamente diferentes ao longo da vida, isto reflete ao que
se costuma denominar de desenvolvimento cognitivo. Comenta ainda que, há aspectos
genéricos da cognição que incluem a aquisição do pensamento simbólico, do
posicionamento arbitrário que tomamos ao representar e explicar o mundo a nos mesmos,
mas também há aspectos da cognição que inclui a maneira pela qual as habilidades motoras
são controladas e programadas.
Halverson (1971), apud Go Tani et al, define a aprendizagem do movimento como
um processo que leva a melhoria da capacidade de se mover da criança, enquanto que na
aprendizagem pelo movimento, embora os movimentos sejam utilizados, o foco principal
não esta na melhoria do movimento, mas sim na sua utilização para a criança conhecer a si
23
mesma e ao mundo que a rodeia.
O movimento deve ser visto como um elemento essencial na aprendizagem, visto
que é através dele que o ser humano explora o ambiente, e isto é muito importante para a
percepção e, conseqüentemente para aprendizagem. A lateralidade, imagem corporal,
eficiência postura e de locomoção, percepção auditiva, visual e tátil são considerados
componentes da execução de movimentos, tendo papel significativo no desenvolvimento
cognitivo (Bertalanffy, 1952, apud Go Tani et al).
Isto serve para mostrar que eventos marcantes da evolução, que vão desde
movimentos refinados até a ciência e a arte, têm a mesma origem, ou seja, o cérebro
humano.
2.6 Desenvolvimento e Aprendizagem na Educação Física Escolar
A Educação Física Escolar começa a ser valorizada quando o professor planeja e
executa atividades que visam o desenvolvimento e a aprendizagem dos seus alunos, mas
para isso é necessário entender o que é desenvolvimento e aprendizagem.
Sobre esse entendimento Piaget apud Fonseca (2002, p.49) esclarece:
O desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo, ligado ao
processo global da embriogênese. A embriogenese diz respeito ao
desenvolvimento do corpo, mas também ao desenvolvimento do Sistema
Nervoso e ao desenvolvimento das funções mentais. No caso do
desenvolvimento do conhecimento nas crianças, a embriogênese só termina na
vida adulta... O desenvolvimento é um processo que se relaciona com a
totalidade de estruturas do conhecimento... A aprendizagem apresenta o caso
oposto. Em geral, a aprendizagem é provocada por situações, provocada por um
experimentador psicológico, ou por um professor com referencia a algum ponto
didático - por uma situação externa... assim considero que o desenvolvimento
explica a aprendizagem.
A partir da visão de Piaget, seria importante que os professores tivessem a
consciência de que cada faixa etária apresenta determinadas características quanto ao seu
desenvolvimento, motor, afetivo, social, cognitivo, moral e sexual. Dentro dessa visão
Freire & Scaglia (2003, p.14), o currículo da Educação Física deve apresentar conteúdos
abertos o bastante para que os alunos, em sua prática, tenham espaços para suas
manifestações individuais, em seu próprio ritmo de desenvolvimento.
24
Borges (1987, p.125), fala que a aprendizagem baseia-se na aquisição de algumas
habilidades. E afirma ainda que dependendo de pré-requisitos, as crianças poderão realizar
várias formas de aprendizagem, eis algumas delas:
a. Aprendizagem por imitação: sugere a formação de grupos heterogêneos,
isto é, composto por iniciantes e avançados. Os principiantes imitam os
outros por orientação do educador
b. Aprendizagem por experimentação: experimentação, no caso, não significa
apenas tentar fazer, mas também coloca-se em prova a auto-confiança. Esta
estimulação denomina-se “problema de movimento”.
c. Aprendizagem por competição: nessa estimulação é necessário que o
educador escolha tarefas de acordo com as aptidões variáveis dos seus
alunos.
25
3. OS JOGOS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Segundo Mello (1987), os jogos na escola, devem ser aplicados com o intuito de
proporcionar aos alunos alegria, envolvimento e principalmente deve estar associado com
o processo educacional, mas hoje na Educação Física, os jogos estão sendo vistos e
aplicados como atividades exclusivamente competitivas; e que no âmbito da escola “a
associação entre jogo e competição dá-se em um nível de tal profundidade que os termos
são constantemente empregados como sinônimos”.
O que não deve ser confundido são os jogos de alto rendimento com os jogos
infantis, um tem como fator principal competição e o outro visa o desenvolvimento e a
aprendizagem. É claro que a competição é importante e está presente nos jogos infantis,
mas não pode ser vista como prioridade absoluta.
Huizinga apud Mello (1987, p.60) define jogo como:
O jogo é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e
determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente
consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo,
acompanhado de um sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser
diferente da vida cotidiana.
Murcia (2005) comenta que os professores devem encarar os jogos infantis como
aliados de sua prática pedagógica, tendo em vista que quando bem aplicados trazem
inúmeros benefícios, diz também que o jogo é uma constante vital na evolução, no
amadurecimento, na aprendizagem do ser humano e acompanha o crescimento biológico,
psicoemocional e espiritual do homem; diz ainda que na aplicação de determinado jogo, o
educador deve conhecer etapas de desenvolvimento cognitivo da criança, pois os jogos são
predominantes em cada faixa etária.
Murcia (2005, p.35), estrutura a classificação dos jogos proposta por Piaget da
seguinte forma:
26
Classificação dos jogos do ponto de vista cognitivo.
Etapa
Sensório-motora
Tipo de jogo
Exercício
Exercício
Exercício*
Exercício
Exercício
Exercício
Simbólico*
Construção
Exercício
Simbólico
Regras
Construção
(0 – 2 anos)
Pré-operatório
(2-6/7 anos)
Operações concretas
(6/7-11 anos)
Operações formais (11 anos
(simples)*
Exercício
Simbólico
em diante)
Regras
Construção
(complexo)*
*Jogo predominante
Jogo de exercício: são ações que a criança realiza sobre seu próprio corpo e sobre
objetos, caracterizada por ausência de simbolismo.
Jogo de construção: são atividades que consistem na manipulação de objetos com a
intenção de criar algo, como construir uma torre de areia.
Jogo simbólico: predominam processos de assimilação das coisas, ou seja, a criança
manifesta comportamentos que tomam parte do seu repertório, “acomodando” a realidade
conforme seus interesses.
Jogos de regras: constitui-se de um conjunto de normas que cada participante deve
conhecer, assumir e ver em jogos dessa complexidade seja capaz de se envolver em jogos
dessa complexidade normativa, deve superar o egocentrismo, ou seja, deve ser capaz de se
colocar no lugar de outra pessoa.
Entre os 6 e 11 anos, jogos de regras prevalecem mesmo que se possa observar nas
atividades lúdicas momentos dedicados ao jogo de exercício, ao simbólico e ao de
construção.
Kishimoto (1998, p. 62) fala que atividades lúdicas foram adotadas como
instrumento de aprendizagem de conteúdos escolares, pois proporcionam uma conduta
livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo.
27
4 - PRÁTICA PEDAGÓGICA: CONCEITOS E DEFINIÇÕES
“Prática significa: ato de praticar, saber provindo de experiências e aplicação da
teoria. Pedagógico: Adjetivo de pedagogia que significa; teoria e ciência da educação e
ensino” (Aurélio 2004).
Através dessa analise pode-se concluir, que, a Prática Pedagógica é a atuação dos
professores no processo ensino - aprendizagem, onde executam suas atividades
supostamente planejadas com o auxilio dos seus conhecimentos teóricos.
Para Cunha apud Neto & Shigunov (2002 p.104), a Pratica Pedagógica é o cotidiano do
Professor na preparação e execução de ensino.
4.1 O Papel da Educação Física Escolar
Muitos autores afirmam que grande parte dos profissionais da área educacional,
afirmam a importância das aulas de Educação Física na escola, porém, muitos não sabem
ao certo o seu verdadeiro papel no contexto escolar.
Freire (2002, p. 81) dentro dessa perspectiva expõe a seguinte opinião:
Quando se procura justificar sua inclusão efetiva no currículo, os argumentos
não são suficientes sólidos para corroborar as opiniões. Pois uma coisa é o
inquestionável benefício da atividade no desenvolvimento de uma criança, outra
é ver como esse benefício acontece dentro da escola.
Entretanto, seria interessante que os professores de Educação Física, mudassem
esse quadro de incertezas e indefinições freqüentemente encontrado em diversas
bibliografias, direcionando-se em busca de inovações, aperfeiçoando e redesenhando a sua
prática no âmbito escolar.
Medina (apud Mello, 1989, p.45) expõe sua concepção de Educação Física Revolucionária:
A arte e ciência do movimento humano que, através de atividades específicas,
auxiliam o desenvolvimento integral dos seres humanos renovando-os e
transformando-os no sentido de sua auto-realização e em conformidade com a
própria realização de uma sociedade mais justa e livre.
28
Novas teorias surgem com o intuito de extinguir influencias negativas de práticas
seletivas e super valorizadoras de aptidões físicas, formando assim uma educação física
inclusiva que visa o desenvolvimento global do individuo.
Nesse contexto inovador Melo (1989) afirma que o surgimento de importantes
estudos que tratam da necessidade de uma atuação consciente e crítica que tome o
educando como um ser no seu todo, com características psicomotoras, afetivas e sociais
próprias e que se interligam, tem contribuído para a veiculação de um novo pensar que
repercute ao nível prático na Educação Física Escolar e na Educação física de forma geral.
Mello (1989) propõe ainda a caracterização da Educação Física atual:
A Educação Física dos dias de hoje deve ser caracterizada pela busca constante
de uma prática transformadora, que se integre nos avanços alcançados nos
estudos da psicomotricidade, e que especialmente considere os aspectos culturais
no processo de aprendizagem.
4.2 Prática Pedagógica na Educação Física Escolar: Consciente ou Negligente?
Como dito anteriormente, a Prática Pedagógica é a ação dos professores no
processo - ensino aprendizagem. Percebe-se neste contexto que essa prática é particular,
pois cada professor possui um nível de conhecimento teórico- prático, por isso planejam e
executam aulas de formas diferentes. Na Educação Física Escolar essa particularidade é
um fato, já que existem professores que demonstram um comprometimento com o
desenvolvimento global dos alunos e outros que valorizam apenas o desempenho técnicomotor e a aptidão física dos alunos.
Molina apud Neto & Shigunov (2002, p. 86-87) representa os diferentes
entendimentos que os profissionais tem em relação a teoria e prática no ensino da
Educação Física, apresentando quatro categorias principais:
a) A prática de conteúdo: é aquela onde o professor de Educação Física,
com os meios materiais de que dispõe, e de acordo com suas
preferências pessoais, programa os conteúdos possíveis, geralmente
esportes coletivos ou aulas de ginástica geral, e os desenvolve usando
estratégias didáticas convencionais e uma concepção esportiva
tradicional. Sua preocupação está centrada em desenvolver o conteúdo
29
programado e que os alunos aprendam. Preocupa-se com a iniciação
desportiva e se envolve pouco na integração de sua disciplina com o
projeto pedagógico da escola, participando pouco de das questões
escolares mais amplas. É um tipo de prática onde a Educação Física não
incomoda. Trabalha com o material que tem na escola.
b) A prática criativa: não causa contratempos ao sistema educativo e,
diante das circunstancias adversas e dos desafios que lhe impõem na
escola, sem amparo institucional, busca ajuda em colegas mais
experientes, propondo alternativas criativas para atender as necessidades
dos alunos e os objetivos da escola. É uma prática de elevado valor
pessoal e docente, mas limitada por desconsiderar o questionamento das
razões e os porquês da imposição destas condições e destes desafios. O
professor dá aulas e, inclusive colabora com outras atividades dentro da
rotina da escola. É uma prática docente com elevado grau de
compromisso e interação com os alunos, e se caracteriza principalmente
pelo ativismo. Além de conhecimentos específicos, desenvolve o como
fazer, como solucionar os problemas de ensino que são propostos.
c) A pratica disciplinadora: desenvolve-se com mais freqüência no ensino
primário. Caracteriza-se pelo exercício da autoridade institucional sobre
os alunos, controlando as formas e a circulação dos alunos na escola. É
uma prática que busca educar as atitudes, os valores e comportamento
do aluno através da disciplina corporal. Tem forte compromisso com a
escola e como socializar os alunos para a adaptação e aceitação de
normas institucionais.
Está em plena contradição com os desejos de democratização pelos
quais luta o professorado de Educação Física. Tem pouca interação com
os alunos e desenvolve um conhecimento do controle e do manejo do
grupo, tendo inclusive a pretensão de controlar os hábitos de postura
corporal dos alunos.
d) A prática reflexiva: é através dela que o professorado questiona o seu
papel e de sua disciplina na escola. Usa sua especificidade e sua relação
de ambos, seus limites e suas possibilidades de intervenção. Busca,
sobretudo, a integração da Educação Física ao conjunto das praticas
30
educativas do currículo.
Aprofunda sua critica ao sistema educativo e seus efeitos concretos
sobre as diferentes parcelas da comunidade escolar, convertendo-se em
um incomodo para grandes parcelas da administração da escola e do
sistema educativo.
Também é uma prática que tem um elevado grau de compromisso e
integração com os alunos, mas que, sobretudo, caracteriza-se pela
reflexão de sua ação prática.
Diversos autores constatam na Educação Física, a existência de práticas
pedagógicas negligentes. Neto e Shigunov (2002) concluíram ao realizar uma pesquisa
que, o ensino da Educação Física Escolar abrange uma série de variáveis, no conjunto das
quais destacam-se, neste estudo: os objetivos formulados e os conteúdos ministrados. Ao
fazer uma analise preliminar da literatura estudada, evidenciaram que a aptidão física e o
desempenho técnico motor, salvo raras exceções, são as referencias básicas para o
planejamento e avaliação dos professores.
Nessa pesquisa, os autores afirmam ainda não possuir, nas propostas dos
professores de Educação Física objetivos direcionados ao ensino da disciplina para uma
prática continuada das atividades físico-motoras. Sendo verificado ainda que, em muitas
escolas, as aulas teóricas são praticamente inexistentes, raros são os professores que levam
seus alunos para a sala de aula e abordam conteúdos teóricos sobre o esporte, higiene,
saúde ou outros assuntos.
Os autores chegaram á conclusão de que os que se dedicam ao esporte escolar
costumam utilizar essas aulas para ensinar as regras das modalidades que treinam, sem,
contudo, planeja-las para tal fim.
Na preparação de suas aulas, poucos são os que
modernizam os conteúdos, os processos e os objetivos, ministrando todo ano o mesmo
assunto, sem seguir um planejamento definido e se esquecendo muitas vezes de que a aula
é um momento, uma atividade, uma mensagem, um espaço aberto para o estudo e a
reflexão e que por esses outros motivos, necessitam de um planejamento adequado.
31
Oliveira (1992) enfatiza que:
Temos que redimensionar nossa prática e reavaliar nossas propostas
pedagógicas a fim de rumarmos na construção de um novo paradigma para a
Educação física, onde se reconheça a sua prática educativa como fundamental na
formação do ser humano, onde ela ocupe seu espaço na sociedade como
integrante dessa estrutura social e que trabalhe nas transformações da mesma
entendendo-a como possível de tais atitudes e por fim, que seus profissionais
tornem-se capazes de transceder o entendimento da prática pela prática.
Na perspectiva do novo paradigma citado acima, Oliveira reconhece a importância
da Educação Física na escola, no entanto, percebe o risco de perder este espaço, caso ainda
ocorra a realização de práticas descomprometidas com a transmissão e produção de
conhecimento.
O autor ainda afirma que forma com que se apresenta a Educação Física na escola e seu
desenvolvimento dentro do processo educacional é facilmente descartável, sendo
necessário que se transforme um momento já vivido do “fazer por fazer” em um novo que
requer o “refletir o fazer”.
Durante o estudo desse capitulo observou-se, o interesse dos autores em subsidiar e
fundamentar mudanças de uma Prática Pedagógica negligente para uma prática consciente,
que sobreponha desmazelos atuais.
4.3 PCN’s: Direcionando a Prática Pedagógica na Educação Física
Os PCN’s (Parâmetros curriculares Nacionais) apresentam propostas que procuram
democratizar, humanizar e diversificar a prática pedagógica de uma área de conhecimento
em questão.
A Educação Física buscando ampliar de uma visão biológica, para um trabalho que
incorpore as dimensões cognitivas e sócioculturais dos alunos.
De acordo com os PCN’s, são objetivos da Educação Física no Ensino
Fundamental:
a. Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os outros, reconhecendo e respeitando características pessoais,
físicas sexuais ou sociais.
b. Adotar atitudes de dignidade e solidariedade em situações lúdicas e esportivas.
c. Conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar de manifestações de cultura corporal do
Brasil e do mundo.
32
d. Adotar hábitos saudáveis de higiene, alimentação e atividades corporais.
e. Solucionar problemas de ordem corporal em diferentes contextos.
f. Conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e estética corporal, analisando
criticamente os padrões divulgados pela mídia e evitando o pessimismo e
preconceito.
g. Reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer ,
reconhecendo-as como uma necessidade básica do ser humano e direito do cidadão.
Ao analisar os objetivos e as propostas a serem tratadas pelos PCN’s , pode-se concluir
que ambos quando bem interpretados e adaptados , servem como subsídios na melhoria da
pratica pedagógica dos profissionais , quando aborda a complexidade das relações corpo e
mente num contexto sociocultural , tem como principio a igualdade de oportunidade para
todos os alunos e o objetivo de desenvolver suas potencialidades ,num processo
democrático e não seletivo. Assim nas aulas de Educação Física o professor deverá sempre
contextualizar a prática, considerando as varias dimensões de aprendizagem, priorizando
uma ou mais delas e possibilitando que todos seus alunos possam aprender e se
desenvolver.
33
5. INTERDISCIPLINARIDADE: CONCEITOS E CONTRIBUIÇÕES
Sabe-se que o conhecimento se constrói com as experiências vividas e percebidas
pelo educando. No entanto ainda observa-se na educação a insistência em estimular a
aprendizagem de forma compartimentalizada.
Barbanti (1994, p.169) conceitua interdisciplinar como o “que é comum a duas ou
mais disciplinas ou ramos de conhecimento” para que o aprendizado verdadeiramente
aconteça de maneira integralizada.
Para Werneck (2001, p. 56) “a interdisciplinaridade é a forma mais forte de
pluridisciplinaridade, aquela onde existe realmente uma interação entre as disciplinas
escolares”, trazendo para a escola uma nova visão didático-pedagógica à problemática da
formação humana, proporcionando a vivencia de um currículo que veicula conceituações
interligadas.
Os elementos caracterizadores da visão interdisciplinar devem olhar o currículo em
dois ângulos:

O ângulo vertical: que organiza os conteúdos em função de determinados
objetivos;

O ângulo horizontal: que criará mecanismos auxiliares e definirá a estratégia
para uma nova abordagem interdisciplinar.
Os benefícios de uma aprendizagem interdisciplinar vão além dos currículos
escolares, possibilitando ao educando uma visão de mundo onde a sociedade e os fatos se
interligam continuamente. Werneck (2001, p.58) traça linhas mestras de praticidade deste
processo e alerta que “a dificuldade maior está na mentalidade dos professores, seja pela
falta de visão interdisciplinar das próprias coordenações, seja pela formação acadêmica e
didático-pedagógica nas faculdades de educação”.
Esta simples mudança de enfoque depende da vontade dos professores que ao
trabalhar de forma dialética favorecerá um aprendizado mútuo, significativo e
contextualizado.
34
5.1 Interdisciplinaridade na Educação Física Escolar
A interdisciplinaridade é um componente indispensável para melhoria do ensino em
qualquer disciplina. Dentro desse contexto a Educação Física na escola enfrenta barreiras,
pois de uma forma geral, ainda existe a concepção de que a Educação Física trabalha com
o “corpo”, e as demais disciplinas trabalham a “mente”. Sobre tal afirmação, Freire
(1997,p.182) diz que a escola reserva-se a mente a quase totalidade das construções
escolares; o espaço para o corpo perde-se escondido entre a sala de aula e administração.
Dá para imaginar a escola como um ser de cabeça imensa e corpo diminuto, um ser, por
isso, deformado.
É preciso que a Educação Física afirme seu papel no âmbito escolar e que seus
profissionais não encarem sua finalidade apenas como auxilio aos conteúdos de outras
matérias.Freire (1997) diz que mesmo considerando-se a interdisciplinaridade um fator que
viabiliza um melhor ensino, a Educação Física deve se justificar por si mesma, pelo
conteúdo que desenvolve na escola.
Freire(1997 p.183) fala sobre a real importância da interdisciplinaridade na Educação
Física Escolar:
A importância de demonstrar as relações entre os conteúdos da
disciplina Educação Física e os das demais disciplinas reside, não na sua
importância como meio auxiliar daquelas, mas na identificação de pontos
comuns do conhecimento e na dependência que o corpo e mente, ação e
compreensão, possuem entre si.
5.2 Sugestões de Atividades Interdisciplinares
Para valorizar a Prática Pedagógica em Educação Física, não basta apenas apontar as
falhas ocorridas, é interessante que se proponha soluções. Dentro dessa perspectiva, as
relações da Educação Física e das outras disciplinas da escola é explicitada por Freire
(1997) que sugere algumas atividades resumidas a seguir:
A. Boca de forno: Passemos de pronto, ao exemplo de uma variação desse brinquedo
popular tão conhecido no Brasil, às vezes também com nome de “abacaxi”; “Boca
de forno – forno – darei um bolo – bolo – fareis tudo o que o rei mandar? –
faremos. – Então, corram até...” (e aí vai uma ordem para o cumprimento da
tarefa”; “Em algumas regiões seria: “abacaxi – xi – maracujá – já – fareis tudo o
35
que o rei mandar?”; Uma criança comanda e as demais cumprem as tarefas,
estimulando: trabalhos em grupos; O professor comandaria a atividade e solicitaria
que trouxessem objetos de uma certa cor, de um certo peso, tamanho, estimulando o
conhecimento lógico matemático que se forma a partir da classificação e seriação.
Objetivos na Educação Física: Atenção, agilidade, corridas variadas, percepção espaçotemporal.
Interdisciplinaridade: Português: separação de sílabas.
B- Correspondência Provocada: As crianças se organizam em duas fileiras, com o
mesmo número de elementos, uma de frente para outra de modo que cada criança
de uma fileira ficasse a frente de outra, da fileira oposta e trocassem passes com
uma, aos pares passando a bola para a companheira a sua frente; trata-se de uma
questão de correspondência, porque a cada criança de uma fileira corresponde a
outra na fileira à frente. Exercita-se aí um dos princípios básicos da noção de
número.
Objetivo na Educação Física: Organização, regras, coordenação óculo-manual,
percepção espaço-temporal.
Interdisciplinaridade: matemática.
C - Adivinhar o Tempo: O professor avisa às crianças que vai marcar no relógio um
certo tempo, por exemplo, 15 segundos. Ao sinal de início, as crianças tentam
calcular mentalmente o tempo indicado. Conforme os cálculos ela informa ao
professor quando acham que o relógio chegou aos 15 segundos.Terminada a tarefa,
o professor revela qual delas acertou mais perto o tempo estabelecido; espaço e
tempo não são categorias acessíveis ao nosso mecanismo sensorial; ninguém vê o
tempo ou o espaço, entretanto nossas ações com esses objetos, estruturam-se
noções que representam o correr mais, o chegar antes, o fazer mais ou menos força,
formando idéia de tempo.
Objetivo na Educação Física: Percepção temporal, atenção, concentração.
Interdisciplinaridade: Matemática: conhecendo o tempo.
D - Pular Corda com Separação de Sílabas: A criança entra e pula corda dizendo,
em correspondência com os saltos, as sílabas de uma palavra que escolha. Por
36
exemplo: ca-ne-ca realizará 3 saltos, já-bu-ti-ca-ba, saltará 5 vezes.
Objetivo na Educação Física: Saltos, percepção espaço-temporal, linguagem.
Interdisciplinaridade: Português: separação de silabas
E - Pular Corda com Números e Operações: A primeira criança entra na corda,
pula uma vez dizendo “um”. A segunda criança entra e salta duas vezes dizendo
um, dois’ e assim por diante, até a atividade se tornar cansativa, ou até alguém
errar. A cada erro, pode-se começar de novo; pode-se pular mencionando-se só os
números pares ou só os números impares; outra variação, o primeiro pode pular e
dizer “um, três”, o próximo entra e pula quatro vezes, ou seja, a soma dos números
ditos pelos companheiro anterior.
Objetivo na Educação Física: Saltos, percepção espaço-temporal, linguagem.
Interdisciplinaridade: Matemática: números pares, números impares, seqüência
numérica.
F - Formando Grupos:Os alunos devem andar pelo espaço da quadra, o professor
da o sinal: “ dois à dois, ou três à três”... Os alunos, então, terão que se agrupar
conforme o aviso do professor.
Objetivo na Educação Física: Agilidade, atenção, coordenação e orientação espaço
temporal.
Interdisciplinaridade (Matemática): Operações de adição e noção de conjunto.
G - Capitão do Mato Pega Escravo: Na quadra o professor distribui um ou mais
chicotinhos pedagógicos, quem estiver com o chicote é o capitão do mato, os
demais são escravos. O capitão corre atrás dos escravos , em quem ele bater com o
chicote, tem que ficar parado com as pernas afastadas;para ficar livre tem que pedir
socorro e gritar: “Lei Áurea ”, o colega que passar por baixo da perna deverá gritar:
“ princesa Isabel” , e a criança estará livre do castigo passando a ser mais um
escravo livre para salvar os outros que estão presos.
Objetivo na Educação Física: Cooperação, agilidade e coordenação.
Interdisciplinaridade (História): História do Brasil.
37
6. A PESQUISA
6.1 Metodologia

Tipo de pesquisa: Teórico-empírica descritiva.

Local da pesquisa: SESC-ESCOLA de Porto Velho.

Período de realização: de agosto à novembro de 2006.

Instrumentos de coleta de dados: Questionário aberto com três perguntas.

1ª etapa (aplicação do questionário) público alvo: 4 estagiários (sendo três de
Educação Física e um de sala) e 8 professores (sendo um de Educação Física e
sete de sala).

2ª etapa (execução das atividades interdisciplinares) público alvo: 86 alunos
do Ensino fundamental (1ª à 3ªsérie): 43 alunos da 1ª série (22 meninas e 21
meninos); 19 alunos da 2ª série (9 meninas e 10 meninos); 24 alunos da 3ª série
(7 meninas e 17 meninos).

Perfil dos alunos: Nível sócio econômico: classe média baixa, Faixa etária: 07
a 10 anos, Nível de repetência : nenhum aluno, Dificuldade de aprendizagem: 1ª
e 2ª série- ciências e matemática, 3ª série- geografia e matemática.
6.2 Procedimentos Metodológicos:
Na 1ª etapa da pesquisa foi realizada a aplicação do questionário aos professores
que teve como objetivo averiguar a concepção dos professores do Ensino Fundamental
sobre a Educação Física no processo educacional.
As perguntas do questionário foram as seguintes:
1ª - Você considera importante, as crianças terem aula de Educação Física? Por
quê?
2ª - Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou
orientado?
3ª - As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem dos alunos?
Como?
38
Na etapa seguinte foi proposto aos professores a iniciar no 4º bimestre um trabalho
interdisciplinar entre a Educação Física e as disciplinas que os alunos demonstravam maior
dificuldade de aprendizagem (Ciências e Matemática). Os conteúdos a serem
desenvolvidos na sala de aula foram discutidos e partilhados com a professora de Educação
Física que estruturou suas aulas adaptando os conteúdos de acordo com seus objetivos. As
atividades foram selecionadas e desenvolvidas nas aulas de Educação Física, com a
preocupação de associar temas desenvolvidos na sala de aula.
A aquisição do conhecimento teórico se torna eficaz, quando se relaciona com a
prática, possibilitando um aprendizado sólido e estruturado, com associações e
comparações. Devido a essa afirmação, se faz necessário a apresentação das atividades
interdisciplinar realizadas no Sesc- Escola de PVH, com a freqüência de uma vez por
semana no decorrer do 4º Bimestre.
1ª Atividade

Imitando os Animais: A turma foi dividida em 2 grandes grupos denominados
de vertebrados e invertebrados.O professor deu para cada grupo uma seqüência
de animais para eles imitarem, então, enquanto um grupo imitava, o outro
tentava adivinhar qual era o animal. Quando um grupo adivinhava, ganhava 2
pontos e o outro grupo 1 ponto; quando um grupo errava ninguém fazia
ponto.OBS: O grupo dos vertebrados imitava apenas animais vertebrados e o
grupo dos invertebrados imitava apenas animais invertebrados.

Material: Nenhum

Objetivo na Educação Física: Expressão corporal e socialização.

Interdisciplinaridade (Ciências): Animais Vertebrados e Invertebrados.

Comentários: Atividade realizada com a 1ª e 2ª série do ensino fundamental.
Os alunos se mostraram motivados durante a realização dessa atividade, não
demonstraram inibição ao se expressar e socializaram de forma bem
descontraída. Após a atividade foi realizada uma roda de conversa, para
verificar o nível de aprendizagem da turma, e a resposta obtida foi que eles
aprenderam imitar e identificar os animais vertebrados e invertebrados.
39
Foto 1: Imitando os animais
2ª Atividade

Batata Quente: Foi formada uma grande roda com todos os alunos, o professor
deu a bola para um aluno e esse passou para o colega do lado e assim
sucessivamente, ao apito do professor os alunos paravam de passar a bola, o
aluno que ficou com a bola na mão, respondeu uma pergunta sobre os animais
Ex: Sapo é vertebrado ou invertebrado? Para os alunos da 3ª série as perguntas
eram sobre Estados e capitais do Brasil, Ex: A capital do Acre é ?
Material: Uma bola
Objetivo na Educação Física: Agilidade e coordenação óculo-manual.
Interdisciplinaridade 1ª e 2ª série (Ciências), 3ª série(Geografia): Animais
vertebrados e invertebrados, Estados e capitais do Brasil.
Comentários: Os alunos se mostraram alegres e ansiosos, se atrapalharam para passar
a bola, pois queriam passar rapidamente para a bola não parar na sua mão.
40
3ª Atividade

O Corpo Humano: Essa atividade foi realizada em sala de aula, onde explicouse a função do esqueleto humano e os diferentes movimentos que o nos
podemos executar nas aulas de Educação Física (andar, correr, saltar, pular,
dançar, nadar, agachar, rolar, entre outros) devido a presença dele no nosso
corpo.Durante a aula foi lida uma estorinha sobre o assunto, depois foi
apresentado um cartaz explicativo e por fim dividiu-se a turma em pequenos
grupos para eles montarem um esqueleto do corpo humano.
Material: Livro de estória, cartaz e esqueleto pedagógico de plástico.
Objetivo na Educação Física: Conhecimento corporal.
Interdisciplinaridade (Ciências): O Esqueleto humano
Comentários: Essa atividade foi desenvolvida com a 1ª e 2ª série do Ensino
Fundamental. Embora os alunos não gostem de realizar as atividades de Ed. Física na
sala de aula, essa atividade atraiu a atenção e curiosidade dos alunos, todos
participaram com entusiasmo e percebeu-se a evolução do conhecimento corporal.
Foto 2: Conhecendo o corpo humano
41
4ª Atividade

Formando Operações: Nessa atividade a turma foi dividida em dois grandes
grupos, no chão da quadra com fita adesiva foi desenhada uma grande operação; Ex
(operação da 2ª série):1ª linha__ X 2ª linha__ = 3ª linha_ . O professor dava o
enunciado para um grupo de cada vez, Ex: “ Grupo 1: 2 dividido por 1 é igual a ?
Então, esse grupo se organizava para formar a “operação humana”, ou seja, 2
alunos deveriam correr para 1ª linha, 1 aluno para 2ª linha e 2 para 3ª linha, e assim
solucionavam a operação solicitada.
Material: Fita adesiva
Objetivo na Educação Física:Agilidade,atenção,cooperação, estruturação espacial.
Interdisciplinaridade (Matemática): Operações (subtração, multiplicação e divisão)
Comentários: Essa atividade foi realizada com os alunos do ensino Fundamental 1ª
série (operação de subtração), 2ª série (operação de multiplicação) e 3ª série (operação
de divisão). Os alunos tinham o tempo de 30 segundos para montar a operação, cada
operação correta valia 1 ponto e vencia o grupo fizesse o maior número de pontos.
Foto 3 : Formando operações
42
5ª Atividade

Regiões do Brasil: Essa atividade foi realizada na quadra onde o professor
embasado no mapa, desenhou no chão com giz círculos com aproximadamente 2 m
de raio que indicavam as regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro- Oeste, Sul e
Sudeste). Todos os alunos ficavam no 1º degrau da arquibancada, o professor dava
o comando, “ Viajando para a região Norte” , os alunos corriam para o círculo que
indicava a região Norte, o último aluno a chegar, saia da disputa para ajudar o
professor a verificar os últimos alunos que chegavam.
Material: Giz
Objetivo na Educação Física: Agilidade, coordenação, rapidez de reação e orientação
espaço-temporal.
Interdisciplinaridade (Geografia): Regiões do Brasil
Comentários: Essa atividade foi realizada com a 3ª série do ensino Fundamental, os
alunos foram participativos, demonstraram total entusiasmo e concentração na
atividade.
6.3 Análise dos Resultados
6.3.1 Analise do questionário aplicado aos professores
No questionário aplicado aos professores, na primeira questão, todos consideram
relevante, crianças terem aulas de Educação Física e enumeram alguns objetivos da
disciplina nas seguintes proporções explicitas no gráfico a seguir. Pergunta: Você
considera importante, as crianças terem aula de Educação Física? Por quê?
43
60
Desenvolver capacidades motoras
50
Vivenciar regras
40
Praticar atividades físicas como
natação, futebol, volei, etc.
30
Desenvolver a
interdisciplinaridade
20
Conhecer o próprio corpo
10
Manter a saúde
0
Objetivos respondidos
Na segunda questão, os professores foram indagados sobre a eficácia do brincar
livre e do brincar orientado. Pergunta: Na sua concepção como educador, o que é mais
eficaz, um brincar livre ou orientado?
41%
Brincar orientado
Brincar livre e orientado
59%
Terceira Pergunta: As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem dos
alunos? Como? Os professores foram unânimes em afirmar que as aulas de Educação
Física contribuem para a aprendizagem dos alunos em sala de aula, no entanto, apenas dois
responderam que um trabalho interdisciplinar poderia auxiliar na aprendizagem nas
disciplinas que os alunos demonstravam dificuldade de assimilação.
44
6.3.2 Análise das notas Bimestrais dos alunos: Antes e após o trabalho interdisciplinar
As atividades interdisciplinares foram realizadas com: duas turmas de 1ª série, uma
turma de 2ª série e uma turma de 3ª série do ensino Fundamental. As disciplinas
trabalhadas juntamente dom a Educação Física foram Ciências e Matemática (para 1ª e 2ª
séries) e Geografia e Matemática (para as 3ª séries). As notas foram comparadas no 3º
bimestre (sem a ação interdisciplinar) e no 4º bimestre (com atuação interdisciplinar),
tendo como resultado os seguintes dados:
1ª série A
Ciências
Matemática
Bimestre
Média das notas
Bimestre
Média das notas
3º Bimestre
8,8
3º Bimestre
8,6
4º Bimestre
9,4
4º Bimestre
9,0
1ª série B
Ciências
Matemática
Bimestre
Média das notas
Bimestre
Média das notas
3º Bimestre
7,9
3º Bimestre
7,8
4º Bimestre
8,0
4º Bimestre
8.0
2ª série A
Ciências
Matemática
Bimestre
Média das notas
Bimestre
Média das notas
3º Bimestre
7,6
3º Bimestre
7,3
4º Bimestre
8,3
4º Bimestre
8.7
3ª série A
Geografia
Matemática
Bimestre
Média das notas
3º Bimestre
7,2
4º Bimestre
7,7
Bimestre
3º Bimestre
4º Bimestre
Média das notas
7,2
7,5
45
6.4 Discussão dos Resultados
A Princípio, na 1ª etapa, houve aplicação dos questionários aos professores e a
partir da análise dos mesmos chegou-se aos seguintes resultados: Os professores de uma
forma geral reconhecem a importância da Educação Física no Âmbito Escolar.
No momento de justificar essa importância, a maioria afirma que as aulas de
Educação Física são importantes, pois, desenvolve capacidades motoras através da
aplicação de jogos, apenas dois professores entre os doze participantes da pesquisa,
justificaram a inclusão da Interdisciplinaridade nas aulas de Educação Física como uma
forma de desenvolver não só o lado motor, mas também contribuir na aprendizagem dos
alunos.
Na execução da 2ª etapa percebeu-se a motivação e a melhoria na aprendizagem
dos alunos, através de muitos fatores dentre eles as atividades Interdisciplinares
previamente planejadas e desenvolvidas durante as aulas de Educação Física, fato esse
comprovado com a análise das notas bimestrais antes e após essa pesquisa, que mostram
um aumento significativo na média das notas de dos alunos nas áreas de conhecimento
exploradas durante a pesquisa.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro do exposto a princípio nesse estudo, de que a Educação Física Escolar vem
sendo desvalorizada por apresentar dificuldades em afirmar seu papel dentro da área
educacional, devido a presença de Prática Pedagógicas descomprometidas com a
transmissão e produção de conhecimentos.
Ao executar essa pesquisa pude obter a certeza de que a Educação Física Escolar
promove inúmeros benefícios para o desenvolvimento dos alunos, mas é preciso ir além do
óbvio e utilizar métodos contagiantes, motivadores realmente comprometidos com os
aspectos educacionais, fazendo valer assim o seu verdadeiro papel
enquanto disciplina
escolar.
Pode-se concluir ao realizar essa pesquisa que a interdisciplinaridade é um método
que pode ser utilizado para direcionar e valorizar a Educação Física na escola, pois,
possibilita realizar Práticas Pedagógicas comprometidas com o processo educacional, pois,
possibilitam a construção de conhecimentos que proporcionam aprendizagens motoras e
cognitivas aos educandos.
A cada dia durante a realização dessa pesquisa, sentia-me gratificada pelo trabalho
que estava desenvolvendo naquela escola, quando via durante minhas aulas a alegria
expressa no olhar, a disposição e a vontade de aprender de cada aluno. A recompensa
maior que tive foi quando iniciei o processo de comparação da notas Bimestrais dos
alunos, onde foi possível constatar resultados positivos, em todas as turmas participantes
da pesquisa, confirmando assim a importância da Educação Física para aprendizagem.
Uma outra realização obtida foi quando as professoras do ensino Fundamental de 1ª a 3ª
série, vieram me agradecer pelo trabalho Interdisciplinar desenvolvido, acredito que isso
foi um reconhecimento, um novo olhar para Educação Física Escolar.
Essa pesquisa serve para comprovar a importância da Educação Física no Âmbito
Escolar e sugerir aos profissionais dessa área a execução de uma Prática Interdisciplinar
que participa efetivamente no processo educacional, pois, possibilita a ligação da Educação
Física com os conteúdos ministrados em sala de aula, porém sem deixar de promover o
desenvolvimento das aptidões físicas dos alunos.
47
O período de três meses para a realização desse estudo foi satisfatório para obtenção
dos resultados, que afirmam que a Educação Física Escolar muito tem a contribuir para o
desenvolvimento integral do ser humano, posto que trabalha com o corpo fonte de todas as
aspirações, e que a Interdisciplinaridade é um método que pode ser utilizado para
direcionar e valorizar a Prática dos Profissionais dessa área, porém, seria extremamente
interessante em pesquisas futuras, a execução desse estudo no decorrer de todo o ano
letivo; pois antecipadamente é possível supor que as atividades Interdisciplinares teriam
uma maior eficácia no que diz respeito ao aumento das notas bimestrais e a aprendizagem
dos alunos.
Porém é importante ressaltar que nessa pesquisa a Educação Física não foi a única
responsável pelo aumento do desempenho e das notas dos alunos, e sim a interligação entre
as disciplinas, a sintonia entre o professor de sala com o professor de Educação Física e o
empenho de todos envolvidos nesse trabalho.
Somente nos profissionais de Educação Física, podemos trabalhar para valorizar e
conquistar o reconhecimento da nossa profissão; então cabe aqui deixar como mensagem
final uma frase de Mahatma Gandhi que serviu de inspiração e motivação para a realização
dessa pesquisa: “Seja você toda a mudança que deseja no Mundo”.
48
REFERÊNCIAS
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BARBANTI, Valdir J. Dicionário de Educação Física e do Esporte. São Paulo: Manole,
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1997. 96p.
DUCKUR, Lusirene Costa Bezerra. Em Busca de Formação de Indivíduos Autônomos
nas Aulas de Educação Física. Campinas, SP: Autores associados, 2004.
FONSECA, Denise Grosso da. Educação Física: para dentro e para além do
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FREIRE, João Batista & SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São
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LA TAILLE, Yves; OLIVEIRA, Marta Kohl de & DANTAS, Heloysa. Piaget, Vygotsky,
Wallon: teorias psicogenéticas em discursão. São Paulo: Summus, 1992.
LIBÂNEO, J.C. e PIMENTA, S.G. (coords.). Metodologia do Ensino da Educação
Física. São Paulo: Cortez, 1992.
MELLO, Alexandre Moraes. Psicomotricidade, Educação Física e Jogos infantis. 4. ed.
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NETO, Alexandre Shigunov & SHIGUNOV, Victor (org.). Educação Física:
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OLIVEIRA, Amauri A. B. de. Analisando a pratica pedagógica da Educação Física.
Revista da Associação dos professores de Educação Física de Londrina. Londrina – PR.
49
Brasil, v.7, n.13, p. 11-14.1992.
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico Critica. 8. ed. Campinas, SP: Autores
Associados, 2003.
SOLER, Reinaldo.Educação Física Escolar. Rio de Janeiro: Sprint, 2003.
WERNECK, Hamilton. Ensinamos demais, aprendemos de menos. 17. ed. Petrópolis,
RJ: Vozes, 2001.
50
ANEXOS
51
AUTORIZAÇÃO
Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial da presente obra, por
qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.
Nome da autora: Aline Tami Sousa de Vasconcelos
Assinatura da autora: ___________________________
Instituição:
Fundação
Universidade
Federal
de
Rondônia
Endereço: Rua Vicente Rondon, 4514, Bairro Rio
Madeira
Fone: (069) 8114-0841
Porto Velho, Rondônia, Abril de 2007.
___________________________
Assinatura
52
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA O(A) DIRETOR(A)
Prezado Senhor,
Considerando a resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional
de Saúde, temos o prazer de convidá-lo a participar da Pesquisa intitulada
“Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Pratica Pedagógica no Ensino
Fundamental ”, como projeto de Monografia do Curso de Educação Física. Este estudo tem
por objetivo valorizar a Prática Pedagógica da Educação Física através de uma ação
Interdisciplinar.
A metodologia trata-se de uma pesquisa – participante, onde as aulas serão
realizadas no contexto escolar, sendo as atividades desenvolvidas para alcançar a
finalidade a que se propõe esta pesquisa.
Agradecemos antecipadamente a atenção dispensada e colocamo-nos à sua disposição para
quaisquer esclarecimento. Tel. 069 8114-0841.
De acordo com o esclarecido, aceito colaborar na realização da pesquisa
“Interdisciplinaridade na Educação Física: Valorizando a Prática Pedagógica no Ensino
Fundamental” , estando devidamente informado sobre a natureza da pesquisa.
Porto Velho, ____de _________ de 2006.
_______________________
Diretor(a) da Escola: ___________________________
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MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES
(COLETA DE DADOS DA PESQUISA)
Pesquisa de campo
Questionário para os Professores
1ª) Você considera importante as crianças terem aulas de Educação Física? Por que?
R/
2ª) Na sua concepção como educador, o que é mais eficaz, um brincar livre ou
orientado? Por que?
R/
3ª) As aulas de Educação Física podem contribuir na aprendizagem de conteúdos das
outras áreas de conhecimento? Como?
R/
Acadêmica : Aline Tami Sousa de Vasconcelos
54
Download

interdisciplinaridade na educaçao fisica valorizando a pratica