ROTEIRO 4
O princípio de ação e
reação
OBJETIVO ESPECÍFICO:
•Explicar o princípio de ação e reação,
segundo o entendimento espírita.
•A lei de ação e reação
e lei de causa e efeito
são a mesma coisa?
A “lei de ação e reação”, ou princípio de causa e efeito,
está relacionada à Lei de Liberdade e à sábia manifestação da
Justiça e Bondade Divinas.
Os atos praticados contra a Lei de Liberdade, própria ou
alheia, nos conduzem à questão do livre-arbítrio, assim
resumida: [...] O homem não é fatalmente levado ao mal; os atos
que pratica não foram previamente determinados; os crimes que
comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por
prova e por expiação, escolher uma existência em que seja
arrastado ao crime, quer pelo meio onde se ache colocado, quer
pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre
de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele,
quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e
das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de
resistir aos arrastamentos a que todos nos temos
voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas
más tendências.
O livro dos espíritos. Questão 872, p. 447.
• Sendo infinita a Justiça de Deus, o bem e o mal
são rigorosamente considerados, não havendo
uma só ação, um só pensamento mau que não
tenha consequências fatais, como não há uma
única ação meritória, um só bom movimento da
alma que se perca [...].
Allan Kardec: O céu e o inferno. Primeira parte, cap. 7, n.º 8 (Código Penal da Vida Futura).
A Justiça e Bondade Divinas estão evidentes
nas manifestações da lei de causa e efeito. Desde
[...] que admita a existência de Deus, ninguém o
pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele
necessariamente tem todo o poder, toda a justiça,
toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é
soberanamente bom e justo, não pode agir
caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as
vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois
que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso
o de que cada um deve bem compenetrar-se.
O evangelho segundo o espiritismo. Cap. V, item 3, p. 98.
O fato de haver uma relação de causalidade
nos problemas, doenças e dores que enfrentamos
— consequência de nossas ações — não significa
que as causas estejam necessariamente em vidas
anteriores. Muitos males que nos afligem têm origem
em nosso comportamento na vida atual. E há
enfermidades, limitações e deficiências físicas que
são decorrentes de mau uso, isto é, usamos mal o
corpo e lhe provocamos estragos. [...] Isso acontece
particularmente com vícios e indisciplinas que geram
graves problemas de saúde.
SIMONETTI, Richard. Espiritismo, uma nova era. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB. 1999 (O efeito e a causa), p.
138-139.
Uma dessas “leis naturais” é a conhecida Lei de Ação e
Reação, a famosa terceira lei de Newton. Tal lei nos ensina
que: para toda força aplicada de um objeto para outro objeto,
existirá outra força de mesmo módulo, mesma direção e
sentido oposto. Em outras palavras, a Lei de Ação e Reação
nos diz que, para cada ação, existirá uma reação oposta e de
mesma intensidade. É oportuno salientar que as Leis de
Newton são somente aplicáveis para os movimentos nos
quais as velocidades dos objetos/corpos em deslocamento
são bem menores do que a velocidade da luz. Por essa
razão, a Física Quântica e a Teoria da Relatividade estão
sendo usadas para a compreensão dos movimentos de
objetos/corpos nos mundos microcósmico e macrocósmico.
Em resumo, a própria lei de ação e reação não é adequada
para descrever certos fenômenos, na esfera material dentro
do planeta Terra
Uma outra lei natural é a Lei de Causa e Efeito, a qual não foi
descoberta, mas revelada para todos nós, de forma
verossímil, através da Doutrina Espírita, no século XIX. Essa
lei é bem discutida nos livros da Codificação Espírita,
sobretudo nos seguintes livros: O Livro dos Espíritos, O
Evangelho Segundo o Espiritismo e O Céu e o Inferno. O
conhecimento da Lei de Causa e Efeito é bastante importante
para que possamos compreender o amor de Deus. Em
verdade, o entendimento claro e racional dessa lei tem o
potencial de fazer com que nós ajamos em concordância com
o Amor. Em outras palavras, a compreensão da Lei de Causa
e Efeito pode nos ajudar a tomarmos decisões sábias, em
nossas existências, e, consequentemente, a evoluirmos de
forma
mais
eficiente.
COMPARATIVO
Discriminação
Lei ação e reação
Lei Causa e Efeito
Natureza
Binária
Não Binária
Característica
Lei Física
Lei Moral (não Física)
Processo
Não Complexo
Complexo
Presivibilidade
Determinado
Variável
Aplicabilidade
Corpos/objetos dentro
de certas condições, no
mundo material, no
Planeta Terra
intrapessoais e
interpessoais, em ambos
os mundos, material
espiritual, não só na
Terra, como
possivelmente no
Universo como um todo.
Dependência do Tempo
Imediata
Variável
Fatores de Dependencia
Limitada
Muitos
. Apesar da associação entre essas duas leis ser
feita durante a aprendizagem, não é correto dizer
que as mesmas sejam as mesmas leis. Ao dizer que
essas duas leis são a mesma coisa, estamos a
assumir que o objeto de estudo é a mesma coisa
que o objeto de comparação e vice-versa. Tal
afirmativa pode nos levar a perceber a sentença
“nada é por acaso”, de forma incorreta. Como
consequência disso, existe uma possibilidade de se
criar uma “teoria de fatalismo divino”, a qual não tem
nada a ver com os ensinamentos espíritas.
“Entretanto,
em virtude do axioma de que todo
efeito tem uma causa, essas misérias são efeitos
que devem ter a sua causa, e desde que se
admita a existência de um Deus justo, essa
causa deve ser justa. Ora, a causa sendo sempre
anterior ao efeito, e desde que não se encontra
na vida atual, é que pertence a uma existência
precedente”. (ESE. Cap. V,
Um axioma ou postulado é uma sentença ou proposição que
não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou
como um consenso inicial necessário para a construção ou
aceitação de uma teoria. Por essa razão, é aceito como verdade
e serve como ponto inicial para dedução e inferências de outras
verdades (dependentes de teoria).
A quem, então, há de o homem
responsabilizar por todas essas aflições, senão a si
mesmo? O homem, pois, em grande número de
casos, é o causador de seus próprios infortúnios;
mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples,
menos humilhante para sua vaidade acusar a sorte,
a Providência, a má fortuna, a má estrela, ao passo
que a má estrela é apenas a sua incúria.
O evangelho segundo o espiritismo. Cap. V, item 4, p. 98-99.
Jesus afirma que quem usa a espada com a
espada perecerá, ou Paulo proclama que tudo o
que semearmos colheremos, reportam-se ao fato
de que receberemos de volta todo o mal que
praticarmos, em sofrimentos correspondentes,
não necessariamente idênticos, o que equivaleria
à sua perpetuação. [...] As sanções divinas não
dependem do concurso humano. Todo prejuízo
causado ao semelhante provocará desajustes em
nosso corpo espiritual, o perispírito, os quais,
nesta mesma existência ou em existências
futuras, se manifestarão na forma de males
redentores.
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O PRINCIPIO DE AÇÃO E REAÇÃO - Md. X Rot. 4