17/11/2015 - BHP Billiton reavalia governança em joint-ventures A BHP Billiton vai reavaliar suas joint-ventures com o objetivo de "endurecer" as providências adotadas nas minas onde não tem uma administração direta... - Dilma afirma que Levy "fica onde está" Joaquim Levy fica no cargo de ministro de Fazenda. A presidente Dilma Rousseff chegou preparada para martelar essa mensagem... - Indenizações a elétricas serão pagas em cinco anos, mas só a partir de 2019 O governo está perto de uma solução para o pagamento das indenizações bilionárias às donas de linhas de transmissão de energia... - O Brasil se encontra em dominância fiscal? Uma das principais discussões e motivo de controvérsia entre os economistas nas últimas semanas é se o Brasil está ou não em dominância fiscal... - HapagLloyd planeja crescer no Brasil A HapagLloyd, quinta maior transportadora marítima de contêineres do mundo, vai aumentar em 5% sua capacidade de transporte... - Brookfield já negocia aporte na Invepar Enquanto tenta sacramentar seu ingresso no capital da Invepar, a Brookfield já negocia alguns passos relevantes com os demais acionistas da empresa... - Perdas com risco hidrológico somam R$ 3,2 bi até setembro na Eletrobras Desse total, R$ 2,7 bilhões são relativos às perdas obtidas pelas subsidiárias integrais da holding elétrica (Furnas, Chesf, Eletrosul e Eletronorte)... - Governo avançou pouco nos editais portuários Os editais das quatro áreas portuárias que serão licitadas em dezembro ainda estão sendo analisados sob a lupa de empresários e de escritórios de advocacia... - Samarco poderá operar sem barragem A Samarco tem opções para voltar a operar que dispensam o depósito de rejeitos em barragens... - Petroleiros da Bacia de Campos mantêm greve Outros cinco sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), do qual o SindipetroNF faz parte, decidiram manter a paralisação... - SP publica decreto do novo parcelamento fiscal especial O governo do Estado de São Paulo abriu um novo Programa Especial de Parcelamento (PEP) para pagamento de débitos de ICMS em até 120 vezes... - Dilma diz que respeita Lula, mas reafirma que Levy ‘fica onde está’ Presidente defende a aprovação da CPMF: ‗Não é para se gastar mais, é para crescer mais‘... - Pela 1ª vez desde 2003, previsão de inflação para o ano passa de 10% Economistas projetam que IPCA encerre 2015 a 10,04%, segundo pesquisa Focus - Relator pede abertura de processo contra Cunha no Conselho de Ética Relatório preliminar que pode levar à perda de mandato foi protocolado... - Eletrobras tem aval da Aneel para captar R$ 1,25 bi para distribuidoras Dinheiro será investido em concessionárias que atendem Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Alagoas e Piauí... - Após desastre, novo Código de Mineração ressurge no Congresso A discussão do projeto de lei que cria o novo Código de Mineração, em tramitação na Câmara desde 2013, ressurgiu... - EM DOIS ANOS, BTP VIRA A SEGUNDA MAIOR OPERADORA DO PORTO DE SANTOS Em menos de dois anos de operação, a Brasil Terminal Portuário (BTP) se transformou num dos maiores terminais de contêineres do País... - GRUPO DE TRABALHO ENTRE TRABALHADORES, ESTALEIROS E MINISTÉRIO DO TRABALHO DEFINE AGENDA PARA 2016 Na última sexta feira dia 13/11 o grupo técnico da NR.34 reuniu-se com representantes dos trabalhadores e Ministério do Trabalho na sede do Sinaval no Rio de Janeiro... - PETRONAS VAI INSTALAR CENTRO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO DE LUBRIFICANTES NO BRASIL A Petronas, da Malásia, está aumentando suas apostas no mercado brasileiro... - Samarco fecha acordo que prevê R$ 1 bi para reparar danos A empresa poderá ser obrigada a novos gastos ao final do inquérito aberto pelo MPE para investigar as causas do acidente em MG... - Governo quer nova mudança no projeto de repatriação de recursos O Palácio do Planalto vai trabalhar para que o Senado modifique o projeto de repatriação aprovado pela Câmara na semana passada... - Construção de hidrelétricas provoca desastre no Amapá, diz senador Randolfe alerta para morte de peixes, deslocamento da pororoca e alagamentos... - MP em Minas faz acordo para Samarco pagar R$ 1 bilhão Valor, que poderá ser aumentado, será usado em medidas emergenciais e compensatórias... 1ª PARTE NOTICIAS DO DIA 17/11 Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - BHP Billiton reavalia governança em joint-ventures Por James Wilson | Financial Times A BHP Billiton vai reavaliar suas joint-ventures com o objetivo de "endurecer" as providências adotadas nas minas onde não tem uma administração direta. A decisão foi tomada após o acidente no projeto brasileiro de minério de ferro. A mineradora anglo-australiana detém 50% da Samarco, a operadora brasileira da mina cuja barragem de rejeitos se rompeu, alagando com os detritos uma cidade próxima e deixando 600 desabrigados. A Vale é a outra acionista. A BHP, a maior mineradora mundial por capitalização de mercado, é reconhecida por ter se tornado uma operadora segura e eficiente de suas minas, e administra a maioria dos projetos de mineração em que investiu. No entanto, a Samarco se organizou como uma empresa operada separadamente, em que a BHP e a Vale têm representação no conselho, mas não supervisão de direção no dia a dia. Respondendo a perguntas formuladas numa teleconferência com investidores e analistas realizada ontem, Andrew Mackenzie, o principal executivo da BHP, disse que o grupo está apurando se a governança deveria ou não mudar nas joint-ventures não operadas diretamente pela empresa, como a Samarco. A companhia tem dois outros projetos de mineração estabelecidos como empresas autônomas. Na mina colombiana de Cerrejón, a BHP, a Anglo American e a Glencore detêm um terço do capital cada uma. Na mina de cobre de Antamina, no Peru, a Teck e a Mitsubishi são acionistas ao lado da BHP e da Glencore. "Esse é o tipo de medida que precisamos reavaliar e temos reavaliado, para ser sincero, para decidir não apenas sobre as perspectivas dos nossos acionistas como também dos acionistas das companhias que são parceiras dessa joint-venture", disse Mackenzie. A BHP detém participações não operacionais em projetos de petróleo e gás, mas estes, normalmente, estão sob controle operacional de uma das sócias. O principal executivo da companhia sugeriu que a BHP vai verificar "se um modelo mais semelhante ao do petróleo poderia ser mais adequado no futuro" para os empreendimentos de mineração que não opera diretamente. "Já faz algum tempo que a BHP pensa em suas joint-ventures e no risco que originam", disse James Gurry, analista do Credit Suisse. "Em alguns casos há providências de governança que poderiam ter sido apropriadas para as décadas de 1980 ou 1990, quando foram adotadas, mas que não são próprias para os dias atuais, em que há potencialmente mais risco e maior obrigação de responsabilidade no ambiente operacional de hoje, e em que algumas mineradoras já pensavam em reduzir ou aumentar suas participações em algumas dessas joint-ventures." Prevêse que as operações da Samarco permanecerão paralisadas por vários anos após o acidente, que também arrastou por muitas centenas de quilômetros, rio abaixo, uma torrente de rejeitos de mineração. Mackenzie disse que a BHP está ansiosa pela retomada das atividades no projeto. "Não somos a única parte interessada nisso... há um grande número de postos de trabalho em jogo no caso", afirmou. "Temos, sem dúvida, uma mina potencialmente viável, desde que possamos encontrar uma forma de processar corretamente os rejeitos da produção e de torná-los seguros", disse o executivo. A mineradora deverá realizar a assembléia anual de seus acionistas australianos nesta semana, quando os investidores deverão formular mais perguntas sobre os custos do acidente. A BHP não forneceu qualquer estimativa dos custos de recuperação ou das providências de seguro VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Dilma afirma que Levy "fica onde está" Por Assis Moreira | De Belek (Turquia) Joaquim Levy fica no cargo de ministro de Fazenda. A presidente Dilma Rousseff chegou preparada para martelar essa mensagem, e mostrar diferença com seu mentor, o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à imprensa brasileira antes de deixar a Antalya (Turquia), de onde viajou antes do fim da cúpula do G20. Dilma: "É extremamente nocivo para o país as especulações sobre Levy" A presidente sabia que a pergunta sobre Levy era inevitável. E ao ser indagada se concordava com a declaração de Lula, de que o prazo de validade de Levy na Fazenda tinha expirado, a presidente respondeu rapidamente que não concordava, mesmo "gostando imensamente" do expresidente. "Repito: considero o ministro Levy sobretudo um grande servidor público, que tem compromisso com a estabilidade do país". Para a presidente, é "extremamente nocivo e negativo para o país as especulações que vira e mexe são feitas sobre o ministro Levy, que me obrigam a sistematicamente vir a público e reforçar que o ministro Levy fica onde está". "Isso não contribui para o país", acrescentou a presidente, no seu pronunciamento visivelmente preparado. "Eu não tenho de concordar com tudo que pessoas das quais gosto imensamente, até porque somos adultos e cada um de nós pode ter sua forma de encarar a realidade, mesmo considerando que a gente concorda no geral quanto ao país." Mais tarde, quando foi perguntada se tinha algum problema com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, a presidente respondeu sem mencionar o nome daquele que é apontado como candidato de Lula ao Ministério da Fazenda. "Não tenho problema com ninguém", disse. Deu um passo à frente e acrescentou: "Estou na fase de Dilminha paz e amor." Na delegação brasileira, a nova resposta ao "fogo amigo" deveria ser feita. Ainda mais num cenário em que Dilma acha que situação política "está cada dia se normalizando mais", e que dá para focar ação no Congresso. "A avaliação do governo é de que temos hoje maioria [no Congresso] em alguns casos bem confortável, em outros mais apertada, mas temos maioria", afirmou a presidente. Considerando esse cenário, Dilma Rousseff continua não apostando em um plano B e insiste na aprovação da CPMF. "É fundamental aprovar a CPMF", disse ela, argumentando que é um imposto "para acelerar o processo de saída da crise". De acordo com a presidente, "não é [imposto] para [o governo] gastar mais, e sim para [o país] crescer mais''. Depois de afirmar que seu governo foi o que mais diminuiu impostos, Dilma acrescentou que agora o "reequilíbrio fiscal vai requerer de nós para fechar as contas, e fazer superávit, a consciência de responsabilidade para aprovar a CPMF". Para Dilma, em dois ou três anos os emergentes voltarão a crescer. "Há reconhecimento no G20 da desaceleração acentuada do crescimento nos emergentes, e a crença de que isso não permanecerá." Dilma notou que o Brasil é um dos países que sofre mesmo retração econômica. Mas que a visão no G20 é de que nos os países desenvolvidos "a economia está se recompondo, e de que os emergentes voltarão a crescer num horizonte mais próximo". Para ela, os emergentes "não têm grandes bolhas financeiras para superar, e as que existem foram superadas", sem entrar em detalhes. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Indenizações a elétricas serão pagas em cinco anos, mas só a partir de 2019 Por Daniel Rittner | De Brasília O governo está perto de uma solução para o pagamento das indenizações bilionárias às donas de linhas de transmissão de energia. Trata-se de uma das últimas heranças deixadas pela MP 579, a polêmica medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff em 2012, quando anunciou uma redução depois revertida de 20% nas contas de luz. As empresas cobram mais de R$ 20 bilhões por investimentos feitos antes de maio de 2000 e ainda não amortizados. Elas só receberam Eduardo Braga: "Desestímulos ao investimento e os desequilíbrios gerados ao longo do tempo vão sendo removidos" indenizações pelos ativos instalados após essa data. A nova fórmula estudada pelo Ministério de Minas e Energia prevê o pagamento integral das indenizações remanescentes, em um período de cinco anos, por meio de repasses dos valores remanescentes às tarifas dos consumidores a partir de 2019 ou 2020. Até lá, conforme explicou ao Valor o ministro Eduardo Braga, as pressões nas contas de luz decorrentes de episódios recentes já terão sumido. É o caso dos empréstimos bancários tomados no ano passado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para socorrer as distribuidoras, que tiveram uma explosão de custos, devido ao uso emergencial das usinas térmicas. A idéia, segundo o ministro, é criar um "ativo regulatório" para as transmissoras. Elas terão um período de carência de três anos ou quatro anos antes de começar a receber efetivamente as indenizações. Esse "waiver", como diz Braga, é necessário para livrar as tarifas de outras pressões e não sobrecarregar os consumidores. Uma alternativa o pagamento das últimas indenizações em extensão dos contratos de concessão existentes foi descartada. Braga está convencido que essa opção enfrentaria severas resistências do Tribunal de Contas da União (TCU). Também está fora de cogitação, diante das atuais restrições orçamentárias, um desembolso do Tesouro Nacional. As primeiras levas de indenizações foram pagas pelo dinheiro que estava na Reserva Global de Reversão (RGR), um fundo do setor elétrico, mas o dinheiro simplesmente acabou. O valor exato das pendências estão sendo calculados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Na semana retrasada, a agência definiu que Furnas terá direito a R$ 9 bilhões pelos investimentos não amortizados de transmissão. A subsidiária da Eletrobras havia pedido um valor maior, de R$ 10,7 bilhões, com base em um laudo elaborado pela Deloitte Touche Tohmatsu. Em julho, a Aneel havia calculado em R$ 1,007 bilhão o valor a ser pago para a Eletrosul. Das subsidiárias da Eletrobras, falta uma definição para Chesf e Eletronorte. Os ativos da Cteep, empresa controlada atualmente pela estatal colombiana ISA, foram avaliados em R$ R$ 3,74 bilhões pela Aneel. "Estamos tentando resolver o passivo do setor elétrico", afirmou o ministro. "Os grandes desestímulos ao investimento e os desequilíbrios gerados ao longo do tempo vão sendo removidos." O presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate), Mário Miranda, disse que já vinha discutindo alternativas de pagamento das indenizações com o ministério. Ponderou, no entanto, que não tinha conhecimento da idéia ventilada por Braga "com esse nível de detalhamento". O executivo evitou fazer comentários específicos, mas fez pressão por um desfecho mais rápido. "Estamos na expectativa e, quanto mais cedo começarmos a receber, seria melhor", afirma. De acordo com Miranda, se os valores das indenizações forem repassados às tarifas dos consumidores haveria uma pressão adicional inferior a dois pontos percentuais nas contas de luz. O presidente da Abrate diz que as empresas estão descapitalizadas e a demora em receber as indenizações prejudica a participação nos leilões. As transmissoras que esperam os pagamentos têm arrematado cerca de 60% das últimas linhas licitadas. Miranda lembrou ainda que há investimentos obrigatórios na rede já existente só em 2016, os desembolsos em melhorias da rede somam R$ 3,2 bilhões. "Estamos ansiosos pela definição das regras. Com isso, melhoraríamos a saúde financeira das concessionárias", afirmou. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - O Brasil se encontra em dominância fiscal? Por Juan Jensen Uma das principais discussões e motivo de controvérsia entre os economistas nas últimas semanas é se o Brasil está ou não em dominância fiscal. Antes de responder a esta pergunta, é fundamental definir o que os economistas têm chamado de dominância fiscal, pois divergências quanto à definição têm gerado confusão no debate econômico. A definição original aplicada ao Brasil sobre dominância fiscal remete ao artigo de Olivier Blanchard de 2004, "Fiscal Dominance and Inflation Targeting: Lessons from Brazil". Em uma situação normal, um aperto de política monetária reduz a inflação e um dos canais é a apreciação real do câmbio, dado que o diferencial de juros estimula a entrada de capital. Sob dominância fiscal, por outro lado, uma elevação dos juros acaba causando uma depreciação cambial. Isto ocorre em resposta ao aumento do risco decorrente da elevação da dívida pública. Na sequência, o efeito inflacionário via câmbio é maior que do que a desinflação via contração da atividade econômica. O resultado final é que uma elevação dos juros causa aumento da inflação. De fato, observamos ao longo de 2015 um aperto monetário razoável, elevação do risco país, elevação da dívida pública, forte depreciação cambial e elevação da inflação. Todas estas características remetem a um quadro de dominância fiscal em sua versão original. Entretanto, para que a dominância fiscal se verifique desta forma, a causalidade dos fatos é muito relevante. E há algumas evidências que nos mostram que não foi o aperto monetário que causou esta dinâmica. Primeiro, a dinâmica de aumento do risco país e de depreciação do câmbio tem relação direta com a política fiscal. Foi depois das revisões da meta de superávit primário em 22 de julho e 31 de agosto, com suas consequências sobre a dinâmica da dívida, que o risco país subiu, trazendo consigo a depreciação do real. Ou seja, não podemos atribuir ao aperto monetário a piora do risco e a consequente depreciação cambial. Segundo, a elevação atual da inflação é um fenômeno de ajuste de tarifas públicas e não de repasse cambial. Os preços administrados em doze meses passaram de uma alta 1,5% ao final de 2013, ano em que houve contenção de tarifas, para 5,3% em dezembro de 2014, e para 16% no último dado disponível, de setembro de 2015. A inflação dos preços livres, que é onde a política monetária atua, está andando de lado. Foi de 7,3% em 2013, 6,7% em 2014 e está em 7,6% no último dado. Estimativas com o Simulador 4CAST indicam que os preços livres estariam em 6,5% não fosse o atual choque de preços administrados. Adicionalmente, um ponto relevante colocado por Blanchard é que países com alta parcela de suas dívidas atreladas à moeda estrangeira têm maior probabilidade de estar em dominância fiscal. Apesar dos mais de US$ 100 bilhões em swap cambial e dos US$ 70 bilhões em dívida pública em moeda estrangeira, temos US$ 370 bilhões em reservas, o que faz do Brasil um credor líquido em moeda estrangeira. Neste caso, uma depreciação do real melhora a solvência do setor público, apesar da elevação do déficit nominal pelo pagamento dos swaps. A maior parte dos economistas concorda que não há dominância fiscal em sua versão original. Ao menos não por enquanto. A outra definição de dominância fiscal é que a dinâmica da dívida entra no conjunto de variáveis relevantes observadas pelo Banco Central. Com isso, como um aumento dos juros causa aumento da dívida pública, o Banco Central aumenta os juros numa magnitude menor do que ele deveria aumentar. Sob este conceito, é mais difícil afirmar se o país vive ou não sob dominância fiscal, o que explica a divergência de diagnóstico entre alguns economistas. Algumas evidências nos sugerem que, mesmo sob este conceito, parece que o Brasil não está em dominância fiscal. O aperto monetário conduzido pelo Banco Central de outubro de 2014 a julho de 2015 foi maior e mais intenso do que os economistas previam no seu início. Em outubro do ano passado, o mercado esperava uma elevação dos juros para 12% ao longo de 2015, mas a taxa Selic subiu para 14,25%. Em termos de atividade, o mercado previa expansão do PIB de 1% em 2015 e de 2% em 2016, e agora as projeções são de retração de 3,1% e 2% respectivamente, uma mudança em nível de mais de 8 pontos percentuais. Quanto a inflação, o mercado previa 6,33% para 2015 e 5,5% para 2016, e agora projeta 10,04% e 6,5% respectivamente. É fato que nas últimas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) o Banco Central manteve a taxa de juros estável, mesmo com elevação das expectativas de inflação para 2016, que agora ameaçam o cumprimento da banda. Este comportamento poderia fazer supor que estamos sob dominância fiscal neste segundo conceito. Entretanto, o comportamento da atividade econômica justifica plenamente esta ação por parte do Banco Central. O mercado projeta atualmente que o PIB vai se contrair por dois anos consecutivos, sendo a pior recessão desde a década de 1930, quando o PIB se retraiu 2,1% em 1930 e 3,3% em 1931. Nestas condições, é razoável que o Banco Central não imponha ainda mais custos para a atividade econômica, e que, portanto, a convergência da inflação à meta seja feita de uma forma mais lenta. É verdade que o Banco Central poderia ser mais explícito em seus comunicados, mas isso é em parte o que ele quer dizer quando diz que a atual taxa de juros, e não uma taxa de juros maior, "é necessária para a convergência da inflação à meta no horizonte relevante da política monetária". O sistema de metas de inflação é suficientemente flexível para reagir a situações conjunturais como a atual. A adoção de metas de inflação ajustadas, como feito em 2003 e 2004, poderia ajudar neste processo de convergência da inflação e de ancoragem das expectativas em horizontes mais longos, como 2017, para a qual as expectativas já começaram a se descolar do centro da meta. Juan Jensen é sócio da ([email protected]). 4E Consultoria e professor do Insper VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - HapagLloyd planeja crescer no Brasil Por Fernanda Pires | De São Paulo A HapagLloyd, quinta maior transportadora marítima de contêineres do mundo, vai aumentar em 5% sua capacidade de transporte nas rotas que envolvem o Brasil em 2016, na contramão da crise. São três novidades. Uma nova rota entre o Brasil e a Costa Oeste da África, onde comprará espaço em um serviço de outro armador; a redistribuição em três rotas de um antigo serviço com o Oriente Médio, feita em 2015 mas cujos efeitos devem reverberar em 2016; e o aumento da capacidade no tráfego com os Estados Unidos. Somadas, as inovações 20 pés (o chamado Teu) por semana nos tráfegos "Nessa indústria o crescimento se dá a longo termo", disse Jansen, presidente irão adicionar 400 contêineres de da Hapag que escalam o Brasil. De passagem pelo país, o presidente mundial da companhia de origem alemã, Rolf Habben Jansen, disse que acredita no crescimento do Brasil, a despeito das turbulências atuais. Em 2014 a Hapag se fundiu com a chilena CSAV, armador forte nas rotas da América do Sul, onde a presença da Hapag era pequena. Desde então, a Hapag subiu alguns degraus e hoje divide com a Maersk Line maior armador do mundo o terceiro lugar no volume de contêineres cheios de importação e exportação transportados no Brasil. Dados da consultoria Datamar mostram que de janeiro a setembro ambas tiveram cada qual 14% de participação nos tráfegos brasileiros, cujo acumulado no período soma 3,3 milhões de Teus. A líder foi a Hamburg Süd (com 22%), seguida pela MSC (20%). Jansen diz que ao se unir à CSAV a Hapag fez uma aposta de futuro na América do Sul. "Realmente o Brasil hoje não está tão bom quanto imaginávamos há cerca de dois anos. Mas isso não muda a nossa visão. O Brasil tem muito potencial. No negócio da indústria marítima o crescimento se dá a longo termo. Neste contexto estamos investindo e é a coisa certa a fazer." O executivo vem duas vezes por ano à região acompanhar os negócios e visitar clientes. Do Brasil, seguiria para Argentina e Chile. No Brasil a Hapag é muito forte na exportação de cargas refrigeradas, como frutas e carnes. Por isso, enfrenta um problema de "desbalanceamento" no transporte dos contêineres especiais que levam essas cargas os navios vão cheios de cargas na exportação mas voltam quase vazios, o que é agravado pela queda das importações. Questionado sobre o interesse em ativos do Brasil, especificamente na LogIn empresa de cabotagem, que faz a navegação doméstica e no Sepetiba Tecon, ambos à procura de um sócio, Jansen disse que a Hapag está "em geral olhando todas as oportunidades, mas no momento não esses ativos". A empresa fechou os primeiros nove meses do ano com faturamento de € 6,8 bilhões ante € 1,9 bilhão em 2014 (a fusão com a CSAV foi a maior responsável pela alta). O lucro líquido foi de € 106,4 milhões, ante prejuízo de € 224 milhões. Devido às sinergias da fusão, as despesas por Teu caíram US$ 240, para US$ 1,1 mil, mas o ambiente competitivo da navegação fez o valor médio do frete cair 12%, para US$ 1,2 mil por Teu. Globalmente, a empresa tem 175 navios, atrás da Maersk, MSC, CMA CGM e Evergreen, respectivamente. No dia 6 a empresa completou a oferta inicial de ações (IPO), gerando receita bruta de US$ 300 milhões para investimento em navios e em contêineres. Cinco portacontêineres com capacidade nominal para 10,5 mil Teus serão entregues entre 2016 e 2017 para cobrir os tráfegos da América do Sul com a Ásia. Neste ano a empresa prevê redução no seu volume global de transporte entre 3% a 4%, devido à divisão entre vários provedores de clientes que eram tanto da Hapag quanto da CSAV. "Isso já estava previsto. Vamos recuperar em 2016". A empresa deve fechar o ano com 7,7 milhões de Teus transportados globalmente e o Brasil representará de 8% a 9% disso. Também haverá queda no negócio da empresa no Brasil. A estimativa é que a empresa transporte 650 mil Teus ante 700 mil Teus em 2014. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Brookfield já negocia aporte na Invepar Por Vanessa Adachi | De São Paulo Enquanto tenta sacramentar seu ingresso no capital da Invepar, a Brookfield já negocia alguns passos relevantes com os demais acionistas da empresa. Segundo duas fontes qualificadas, Brookfield e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobras), conversam sobre uma possível injeção de novos recursos na Invepar, ao mesmo tempo em que negociam alterações no acordo de acionistas da companhia. Além do desembolso para ficar com a fatia de 24,4% da OAS na Invepar, a Brookfield gostaria de fazer uma injeção de capital diretamente na empresa de infraestrutura, para torná-la apta a avançar sobre novos projetos e crescer. Conversas têm ocorrido nesse sentido, mas os fundos não demonstram a mesma disposição em aportar dinheiro novo na empresa. Um aumento de capital seria uma das alternativas que avaliam. A leitura é que a companhia precisa resolver um descasamento de caixa apenas conjuntural e não estrutural. Os investimentos feitos têm perspectiva de gerar altos retornos, mas demandam uma injeção de recursos atualmente. Estruturas de financiamento ou venda de algum ativo são outras opções avaliadas. Quanto ao acordo de acionistas, chama mais atenção a cláusula que determina que os sócios utilizem a Invepar como único veículo para investimentos na área de infraestrutura. A cláusula foi incluída no acordo a pedido dos fundos de pensão para pôr uma barreira à atuação da OAS como construtora. A Brookfield já tem outros investimentos na área e gostaria de eliminar a restrição. Os fundos, segundo apurou o Valor, não oferecem grande resistência a esse desejo do futuro sócio. Mas a questão não é simples, segundo um interlocutor. A Brookfield é sócia, por exemplo, da Arteris, do setor de concessões de rodovias. No caso de uma nova rodada de leilões, por exemplo, a Brookfield poderia tanto participar via Arteris quanto via Invepar e é esse tipo de conflito de interesse potencial que precisará ser dirimido pelo novo acordo de acionistas a partir da retirada da cláusula. Essas tratativas ainda são muito preliminares. A entrada da Brookfield é bem vista pelas fundações, que têm disposição em negociar novos termos para a sociedade. Representantes da OAS voltaram na semana passada de Nova York, onde se reuniram com credores internacionais e com a Brookfield para fechar as negociações da venda. O principal impasse era o valor ofertado pelo fundo, que estava abaixo do que os credores da empreiteira estavam dispostos a aceitar. O fundo canadense mostrou-se disposto a oferecer um montante maior pela fatia da holding, apurou o Valor. A expectativa é que o plano de recuperação judicial, mais a venda, sejam aprovados nesta quinta-feira, durante nova assembléia de credores. (Colaborou Victória Mantoan). VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Perdas com risco hidrológico somam R$ 3,2 bi até setembro na Eletrobras Por Rodrigo Polito | Do Rio A Eletrobras contabilizou uma perda de R$ 3,2 bilhões com o déficit de geração hídrica (medido pelo fator GSF, na sigla em inglês) no acumulado do ano até setembro. Desse total, R$ 2,7 bilhões são relativos às perdas obtidas pelas subsidiárias integrais da holding elétrica (Furnas, Chesf, Eletrosul e Eletronorte) e o restante, R$ 500 milhões, corresponde à participação da estatal em sociedades de propósito específicos (SPEs) de hidrelétricas. Casado, diretor financeiro, diz que a empresa está estudando a proposta da Aneel para repactuação do risco hidrológico Segundo o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Eletrobras, Armando Casado, a área de regulação da estatal está trabalhando em tempo integral na análise da proposta de acordo feita pelo governo federal para a repactuação do risco hidrológico. Ele não informou se a empresa vai aderir à proposta e, em caso positivo, em que termos. Em teleconferência com analistas e investidores, sobre os resultados da empresa no terceiro trimestre, Casado também disse esperar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tenha aprovado, até o fim do ano, todos os valores de indenização dos ativos antigos de transmissão que as subsidiárias da Eletrobras têm a receber, por terem aderido à renovação antecipada das concessões, por meio da Medida Provisória 579, de 2012. Ele lembrou que a Aneel já aprovou a indenização no valor de R$ 1,01 bilhão à Eletrosul e de R$ 9 bilhões à Furnas. A companhia aguarda a definição dos valores solicitados por Eletronorte e Chesf. "Temos a receber [um valor] da ordem de R$ 26,4 bilhões [incluindo ativos de geração e transmissão]. É o que está sendo reivindicado por nós. Tudo isso referente a dezembro de 2012. Ou seja, ainda tem a correção de 2012 até o efetivo conhecimento. Sem considerar a primeira tranche que nós já estamos finalizando o recebimento, de R$ 14 bilhões, até o fim deste ano", completou. O executivo explicou aguarda edição de portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) relativa à forma e às condições de pagamento das indenizações. Após a medida, a companhia terá uma ideia de como as indenizações serão lançadas no balanço. Questionado se a Eletrobras pagará dividendos, em um eventual lucro que seja obtido neste ano, pelo efeito das indenizações, Casado disse que "uma vez a companhia dando lucro, ela pagará os dividendos". E acrescentou que a estatal não tem intenção de reter dividendos, como já fez no passado. No acumulado do ano até setembro, o prejuízo líquido da Eletrobras foi de R$ 4,1 bilhões. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Governo avançou pouco nos editais portuários Por Fernanda Pires | De Santos Os editais das quatro áreas portuárias que serão licitadas em dezembro ainda estão sendo analisados sob a lupa de empresários e de escritórios de advocacia. Mas a percepção inicial é que o governo avançou pouco em relação às minutas originais, de 2013, que foram alvo de grande crítica do empresariado. Quem está avaliando a documentação aponta que permanecem a "mão pesada" e a visão "antimercado" do governo, com excessiva possibilidade de multas pelas mais variadas razões. Também há críticas a dispositivos considerados muito rigorosos, como os valores das garantias das propostas (que variam de R$ 15,1 milhões a R$ 27,3 milhões) e dos seguros a serem contratados pelas empresas. Chama atenção, também, o capital social mínimo exigido para a empresa explorar o arrendamento. Neste aspecto, o valor mais alto é o da área que será arrendada no porto de Vila do Conde (PA) para movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais. O capital social inicial mínimo da Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída para a exploração do arredamento da área é de R$ 100,2 milhões, o que deve afastar os menores e médios do páreo, creem especialistas. O valor global estimado do contrato do terminal paraense, que será explorado por 25 anos, é de R$ 1,7 bilhão. "As minutas continuam muito ruins, com riscos excessivos sendo repassados aos futuros arrendatários, seguros desproporcionais, assunção de passivos ambientais, dentre outros", diz um executivo que prefere não se identificar. De outro lado, há quem entenda ter havido uma evolução nos novos editais, notadamente mais duros para o arrendatário explorar o ativo do que os feitos no passado pelas companhias docas, que eram as responsáveis pelas licitações antes da nova Lei dos Portos. O primeiro lote do pacote envolve, além do terminal em Vila do Conde, três áreas no porto de Santos (SP). Os editais foram lançados no fim de outubro e até o leilão, no dia 9 de dezembro, podem e devem, pelo que o Valor apurou sofrer vários questionamentos. Conforme o cronograma divulgado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), terminou ontem o prazo para solicitação de esclarecimentos. No dia 26 serão publicadas as respostas do governo. O prazo para impugnação dos editais expira em 2 de dezembro e no dia 4 saem as respostas a eventuais pedidos de suspensão dos editais. O ministro dos Portos, Helder Barbalho, está otimista com a perspectiva dos leilões. A estimativa do governo é que os quatro primeiros arrendamentos resultem em um valor global de outorga de R$ 1 bilhão. Contudo, esse montante é imponderável, dito por fonte do próprio governo ao Valor, já que não se sabe antecipadamente o lance que cada empresa dará para arrematar o ativo. Ainda, a permanecerem as tais condições excessivamente rigorosas, o valor estaria superdimensionado, dizem empresários. O ministro diz que os editais atraíram a consulta de mais de mil empresas entre as quais muitas estrangeiras. Barbalho crê no sucesso das licitações, uma vez que a tonelagem de cargas movimentadas nos portos brasileiros tem crescido, a despeito da crise econômica. Aqui, contudo, valeria uma análise mais profunda dos tipos de cargas que têm aumentado, já que "o volume portuário" leva em conta qualquer movimentação de guindaste e shiploader (equipamento que movimenta grãos), não diferenciando, por exemplo, o que é exportação, importação, transbordo, simples reposição de carga e carga de cabotagem cujas curvas estão muito dissonantes neste momento e cujos graus de remuneração são bastante diferentes. Desprezar essas nuances pode levar, em alguma medida, à errada visão de que o comércio exterior que é uma parcela da movimentação portuária esteja pulsante e que investir em qualquer nicho portuário seja um ótimo negócio. VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Samarco poderá operar sem barragem Por Francisco Góes | Do Rio A Samarco tem opções para voltar a operar que dispensam o depósito de rejeitos em barragens, embora hoje qualquer decisão sobre a retomada de produção da empresa dependa de uma ampla discussão com a sociedade civil e com o poder público. "Se não conseguirmos reerguer as comunidades e mostrar que há um plano possível de recuperação do rio Doce, não conseguiremos obter junto à sociedade as licenças para voltar a operar a Samarco", disse ontem o diretor-executivo de finanças da Vale, Luciano Siani Pires, em teleconferência com investidores. Luciano Siani, diretorexecutivo da Vale: "O obstáculo para voltar a operar é mais na discussão com a sociedade do que relacionada com meios técnicos Ficou claro que, do ponto de vista técnico, a Samarco tem a alternativa de retomar a produção jogando os rejeitos na cava (buraco) de Germano, mina exaurida da companhia, em Minas Gerais. Embora o rompimento das barragens tenha comprometido a captação de água e a deposição de rejeitos, os demais ativos da Samarco ficaram intactos: minas, minerodutos, pelotizadoras e porto. "O obstáculo para voltar a operar é mais na discussão com a sociedade do que relacionada com meios técnicos", disse Siani. Afirmou que o foco inclui reacomodar as pessoas afetadas, assegurar a estabilidade da barragem de Germano e tornar a água do rio Doce tratável, além assegurar o abastecimento de água. A Vale fez a teleconferência para esclarecer informações aos investidores. Entre o dia 4 deste mês, véspera do rompimento das barragens, e ontem as ações preferenciais da empresa (PNA) caíram 11,22% na BM&FBovespa, fechando a R$ 12,50. Já as ações da BHP Billiton na Bolsa de Londres recuaram 17,93% no período, cotadas ontem 8,78 libras por ação. Houve questionamentos, depois do desastre, na quinta, 5, em relação às responsabilidades de Vale e BHP como sócias da Samarco. Na teleconferência, Siani foi perguntado sobre a influência da Vale na Samarco e sobre a política de governança corporativa da controlada. "Há independência completa [da Samarco na gestão] e a atuação da Vale se dá via conselho de administração, estabelecendo diretrizes", disse Siani. Ele afirmou que existem legislações sobre direito da concorrência que proíbem interferência direta na gestão. "O acordo de acionistas é claro quanto à independência de gestão da Samarco." Disse que a Vale, assim como a BHP, vai dar todo o apoio necessário para que a controlada possa se reerguer e voltar a operar "desde que a socied ade entenda que assim deve ser." Um analista perguntou sobre possíveis efeitos da Samarco para a Vale. "Nosso entendimento é que não há responsabilidade solidária pela Vale, mas vamos procurar apoiar a Samarco e as comunidades de forma pró-ativa e humana e só estaremos satisfeitos quando houver recomposição plena do status anterior ao acidente". Do ponto de vista estritamente operacional, a Samarco teria condições de voltar a funcionar antes da conclusão final das medidas de remediação das áreas atingidas pelos rejeitos das barragens. Os trabalhos de remediação ambiental, incluindo o rio Doce, devem levar anos. A Samarco contratou especialistas estrangeiros para avaliar medidas de mitigação dos estragos causados ao rio Doce, disse Siani. Ele admitiu, no entanto, que o seguro da Samarco na área de responsabilidade civil não é suficiente para cobrir ao menos a multa de R$ 250 milhões aplicada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Já a apólice patrimonial inclui um valor "expressivo", disse Siani. Ele disse que a Samarco, no aspecto operacional, tem condições de gerar caixa com venda de energia e de serviços. Esse caixa seria equivalente aos custos fixos da empresa operando em um regime "otimizado" por um período razoável de tempo. O vencimento da dívida parece não preocupar a curto prazo. "O serviço da dívida não é expressivo até 2018", disse Siani. A incógnita para o seu futuro concentra-se, portanto, nas multas e indenizações. A empresa também precisará conseguir as licenças para voltar a operar. Classificou como "remota" a possibilidade de a Samarco operar as pelotizadoras em Ubu (ES) a partir de finos de minério de ferro fornecidos pela Vale. Há dificuldades logísticas nessa operação. "É difícil operar as pelotizadoras sem operar a mina." VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - Petroleiros da Bacia de Campos mantêm greve Por Rodrigo Polito | Do Rio Petroleiros do principal sindicato da categoria, o Sindipetro Norte Fluminense (SindipetroNF), que atuam nas plataformas localizadas na Bacia de Campos, responsável por 65% da produção petrolífera do país, rejeitaram o indicativo do comando da própria instituição pela suspensão da greve e decidiram permanecer de braços cruzados. Outros cinco sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP), do qual o SindipetroNF faz parte, decidiram manter a paralisação, contrariando a orientação dos diretores sindicais. "No SindipetroNF, foi uma surpresa. Havia mais de 800 pessoas na assembléia. E decidiram manter a greve. Quando a greve passa a ser protagonizada pela própria base, você perde o controle", disse um dirigente sindical da FUP, que pediu para não ser identificado. De acordo com a FUP, oito plataformas da Bacia de Campos estão totalmente sob controle do SindipetroNF, com a produção parada, e outras estão sendo entregues à equipe de contingência. A queda da produção na Bacia de Campos, segundo a FUP, é de 100 mil barris diários. A Petrobras informou que as perdas de produção devido à greve em todo o país se mantêm estáveis, em cerca de 5% do total da produção diária, o equivalente a cerca de 100 mil barris diários. Em assembléia realizada ontem petroleiros de dois sindicatos ligados à FUP, o Sindipetro Caxias (RJ) e o Sindipetro Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) acataram o indicativo de suspensão da greve e manutenção do "estado de greve", que consiste em um alerta de que a categoria pode retomar a paralisação a qualquer momento. Com isso, funcionários de sete sindicatos retornarão ao trabalho. O Sindipetro Caxias é um dos mais relevantes da FUP. O sindicato representa os trabalhadores da refinaria Duque de Caxias (Reduc), uma das principais do país, com capacidade de produção de 240 mil barris diários. A unidade produz diesel, gasolina, querosene te de aviação (QAV), nafta petroquímica, entre outros. Os petroleiros que optaram pela manutenção da greve foram motivados pela posição da Petrobras de descontar dos salários metade dos dias não trabalhados. A decisão da diretoria da estatal diverge da proposta feita pessoalmente pelo presidente da companhia, Aldemir Bendine, aos sindicalistas na última semana, de abono de 50% dos dias de greve e da compensação da outra metade pelo cumprimento de horas extras e banco de horas. "Foi uma falta de compromisso de palavra de uma instituição", afirmou o secretário-geral do Sindipetro do Litoral Paulista (SindipetroLP), principal sindicato da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Marcelo Juvenal Vasco. Ao contrário da FUP, o indicativo da FNP, que controla cinco sindicatos, é pela manutenção da greve. No fim da tarde de ontem o diretor do Sindipetro da Bahia, Deyvid Bacelar, que também é representante dos funcionários no conselho de administração da Petrobras, e o coordenador-geral da FUP, José Maria Rangel, participarão de reunião na sede da Petrobras, no centro do Rio, para tentar chegar a um acordo. "Vamos tentar convencer a gestão da empresa a mudar isso [a proposta de desconto de 50% dos dias não trabalhados]. A empresa não precisa da continuidade da greve", afirmou Bacelar ao Valor. Em outra estatal, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a greve pode provocar o adiamento do leilão de energia do tipo A5 (que negocia contratos com início de suprimento cinco anos a frente), marcado para fevereiro. Segundo uma fonte a par do assunto, com a paralisação, a mais radical e prolongada da história da estatal e que já dura 13 dias, a análise da documentação dos 1.055 empreendimentos cadastrados para o leilão pode não ser concluída a tempo do certame. A EPE, no entanto, informou que existe tempo hábil para concluir a habilitação dos projetos do leilão dentro do prazo previsto. A estatal, acrescentou que "está aberta a negociações". Segundo Agamenon Oliveira, diretor do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro (SengeRJ), porém, não há consenso entre as partes, nem previsão de uma nova reunião com a EPE. A categoria pede reajuste salarial pelo IPCA, da ordem de 9%, e correção de 16% do plano de saúde e de 40% do tíquete alimentação. Segundo o sindicato, a estatal informou que não tem recursos para conceder a correção da inflação no período e propôs um reajuste salarial de 5%. Oliveira contou que o sindicato vai tentar "outros canais de diálogo". A entidade vai procurar o ministrochefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, responsável pela aprovação do orçamento das empresas estatais. (Colaborou Flávia Lima). VOLTAR Fonte: Valor Econômico 17/11/2015 - SP publica decreto do novo parcelamento fiscal especial Por Laura Ignacio | De São Paulo O governo do Estado de São Paulo abriu um novo Programa Especial de Parcelamento (PEP) para pagamento de débitos de ICMS em até 120 vezes, com redução de 50% das multas e 40% dos juros. No caso de parcela única, o desconto é de 75% das multas e 60% dos juros. O contribuinte poderá aderir ao PEP do ICMS até o dia 15 de dezembro, por meio do site www.pepdoicms.sp.gov.br. A medida deve refletir nos cofres públicos ainda este ano. Os detalhes do parcelamento especial eram esperados desde a autorização para sua abertura pelo Convênio do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) nº 117, de outubro. Conforme o Decreto nº 61.625, publicado no Diário Oficial do Estado de sábado, podem ser incluídos no PEP débitos decorrentes de fatos ocorridos até 31 de dezembro de 2014, inscritos ou não em dívida ativa, inclusive os que já estão sendo discutidos no Judiciário. Se já foi lavrado auto de infração, mas a dívida ainda não foi inscrita, também aplicam-se descontos de 70%, 60% ou 45% sobre a multa punitiva. Quanto menor o período entre a autuação e a adesão ao programa, maior o desconto. Também poderão ser incluídos no PEP débitos do Simples e saldo de parcelamentos anteriores, como o Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) do ICMS, de 2007, e os PEPs de 2012 e 2014. Além disso, depósitos judiciais, que garantem débitos incluídos no parcelamento, poderão ser abatidos do valor a ser pago, desde que não tenha havido decisão final favorável à Fazenda. Para pagamento parcelado, a correção será maior, conforme o número de mensalidades. O mínimo será 1% ao mês para até 24 parcelas e o máximo, de 60 a 120 parcelas, de 1,80% mensal. E, no caso de atraso, serão aplicados também juros de mora de 0,1% ao dia. O novo decreto ainda perdoa os débitos de ICMS inscritos em dívida ativa até 31 de dezembro de 2009 e os, inscritos ou não, decorrentes de fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2014 e cujo valor originário seja de até 50 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo (Ufesps) R$ 1,06 mil. Embora autorizado pelo Confaz, o governo não incluiu no decreto o perdão para débitos inscritos na dívida ativa decorrentes de fatos ocorridos até 31 de dezembro de 2010 e valor originário de até 200 Ufesps (R$ 4,35 mil). Segundo ofício do secretário Renato Villela, da Fazenda, e do procurador-geral do Estado, Elival da Silva Ramos, o perdão atende a Lei de Responsabilidade Fiscal, que prestigia o cancelamento de débito cujo montante se revele inferior ao dos respectivos custos de cobrança. De 1º a 10 de dezembro, o governo fará um "mutirão de negociação fiscal" para incentivar a quitação de dívidas de IPVA, ITCMD e ICMS. As empresas que pensam em transferir saldo do PEP anterior para o novo devem, porém, de acordo com a advogada Gabriela Miziara Jajah, do Siqueira Castro Advogados, estar atentas para o aumento da correção das parcelas. "Além disso, é possível considerar que os juros de 0,1% ao dia, que incidirão nas parcelas em atraso, têm chances de serem afastados pelo Judiciário, por serem maiores do que a Selic", afirma. VOLTAR 2ª PARTE NOTICIAS DO DIA 16/11 Fonte: O Globo 16/11/2015 - Dilma diz que respeita Lula, mas reafirma que Levy ‘fica onde está’ Presidente defende a aprovação da CPMF: ‘Não é para se gastar mais, é para crescer mais’ POR VIVIAN OSWALD / ENVIADA ESPECIAL ANTÁLIA - Em meio a especulações sobre o futuro da pasta da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff disse que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ―fica onde está‖. Nos últimos dias, os mercados estiveram agitados sob rumores de que o ministro poderia deixar o cargo e de que poderia ser substituído pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. — Acho extremamente nocivas as especulações, o que me obriga a vir a público para reforçar que Joaquim Levy fica onde está — afirmou pouco antes de deixar o encontro prévio à cúpula do G-20 (as 20 maiores economias do mundo), a caminho do aeroporto de Antália, de onde segue para o Brasil. Dilma em encontro bilateral com o premier canadense Justin Trudeau no G-20 Volkan Furuncu / AFP Bem-humorada, Dilma não titubeou ao responder se tinha alguma coisa contra Meirelles: — Não tenho nada contra ninguém. Estou na fase Dilminha paz e amor. Sou a Dilminha paz e amor — brincou, antes de deixar a sala de entrevistas. Dilma disse que não concordava com a avaliação que teria feito o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que Levy tinha ―prazo de validade‖ no posto. — Não concordo. Não só gosto muito do presidente Lula, como é público e notório, como o respeito, mas não concordo, e não temos de concordar sobre tudo. Ela voltou a defender a aprovação da CPMF, que considera fundamental para estabilizar a economia do país e criar as condições para acelerar o processo de saída da crise. Esta é uma das principais medidas da pauta que o xerife da pasta vem tentando aprovar nos últimos meses para promover o ajuste fiscal e buscar a retomada do crescimento do país. — É fundamental que se aprove a CPMF. Acredito que muitos que, como eu que antes que eram contra aumentar impostos, entendem hoje que esse aumento não é para se gastar mais, é para crescer mais — disse Dilma, pouco antes de deixar a cúpula do G-20, a caminho do aeroporto de Antália, de onde já decolou de volta para o Brasil. Segundo a presidente, o governo acaba de fazer um esforço fiscal que vai exigir, além de todas as medidas de redução de despesas para fechar as contas públicas e obter um superávit (arrecadar mais do que gastar), a ―consciência e a responsabilidade para aprovar a CPMF‖. — É uma questão fundamental para o Brasil se ancorar, se estabilizar e ter condições de acelerar o processo de saída crise. MAIORIA NO CONGRESSO A presidente afirmou que a avaliação do governo, neste momento, é de que tem maioria no Congresso. — Em alguns casos, uma maioria bem confortável. Em outros, mais apertada. Mas temos maioria. Eu acredito que a situação política no Brasil está cada dia mais se normalizando — destacou. Antes de defender a aprovação da CPMF, Dilma disse ainda que o governo tem sido acusado de ter feito uma excessiva desoneração fiscal e concedido excessivos subsídios aos juros, e que isso teria levado ao desequilíbrio orçamentário. — Somos um governo que tem um retrospecto. Diminuímos impostos. Nos últimos anos, fomos o governo que mais diminuiu impostos. Não é questão de opinião, mas de números. VOLTAR Fonte: O Globo 16/11/2015 - Pela 1ª vez desde 2003, previsão de inflação para o ano passa de 10% Economistas projetam que IPCA encerre 2015 a 10,04%, segundo pesquisa Focus POR GABRIELA VALENTE BRASÍLIA - A previsão para a inflação neste ano rompeu a barreira dos dois dígitos, o que não acontecia desde 2003. De acordo com a pesquisa semanal que o Banco Central faz com instituições financeiras, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 9,99% para 10,04%. Foi a nona alta seguida da projeção para o índice oficial, que se distancia cada vez mais da meta de 4,5% neste ano com margem de tolerância de 2 pontos percentuais. Para 2016, a estimativa para inflação encostou no teto: passou de 6,47% para 6,5%, na 15ª elevação consecutiva da estimativa. O aumento do pessimismo em relação à inflação ocorreu mesmo com uma perspectiva menor para o câmbio. A previsão para o dólar no fim deste ano caiu de R$ 4 para R$ 3,96. Para 2016, a projeção continuou em R$ 4,20 no encerramento do ano. No entanto, os analistas acreditam que o dólar ficará num patamar mais baixo durante um ano. Por isso, a cotação média da moeda americana caiu de R$ 4,11 para R$ 4,08 durante todo o período. AS EXPECTATIVAS SEGUNDO O RELATÓRIO FOCUS ANALISTAS PREVEEM INFLAÇÃO MAIOR E RECESSÃO 2015 - 2016 INFLAÇÃO (EM %) A expectativa para a alta dos preços administrados no ano que vem piorou pela nona semana seguida e chegou a 7%, contra 6,95% antes. Para este ano permaneceu em 17%. O BC mudou recentemente o discurso e passou a destacar que fará o que for preciso para levar a inflação ao centro da meta em 2017, quando antes dizia que esse nível seria atingindo ao fim de 2016. RECESSÃO MAIOR EM 2016 Além de ter de lidar com uma inflação de dois dígitos, o brasileiro conviverá com forte recessão neste e no próximo ano. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano não piorou de uma semana para outra. Foi mantida em queda de 3,10%. Já a estimativa para 2016, chegou aos 2%, na sexta diminuição seguida. O cenário para a produção industrial também piorou para 2016, chegando a uma contração de 2,15%, sobre queda de 2% na semana anterior. O levantamento, que abrange uma centena de especialistas, não mostrou desta vez alteração na perspectiva para a taxa básica de juros no fim do ano que vem, permanecendo em 13,25%. Também foi mantido o cenário de que a Selic encerrará este ano nos atuais 14,25%. VOLTAR Fonte: O Globo 16/11/2015 - Relator pede abertura de processo contra Cunha no Conselho de Ética Relatório preliminar que pode levar à perda de mandato foi protocolado POR ISABEL BRAGA BRASÍLIA - O deputado Fausto Pinato (PRB-SP), relator do processo por quebra de decoro contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no Conselho de Ética, protocolou na manhã desta segunda-feira seu parecer preliminar pedindo a abertura do processo de investigação. Fausto antecipou a entrega do parecer. A data limite era o próximo dia 19. Pinato protocolou pessoalmente o parecer. — A denúncia é apta por justa causa, tem indícios suficientes para dar seguimento ao processo no Conselho de Ética. Temos a denúncia da Procuradoria-geral da República, o depoimento de Júlio Camargo e a transcrição da fala de Cunha na CPI. Pinato disse que está convencido de que a denúncia contra Cunha ―preenche todos os requisitos‖. Ele defende que a sessão do colegiado seja antecipada. — Já pedi ao presidente, se possível, que antecipe, a sessão do conselho. O presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PSD-BA), tenta retornar hoje a Brasília para verificar a possibilidade de antecipar a sessão do colegiado que estava marcada para o dia 24. Cunha alega que houve "cerceamento de defesa", mas disse que quem fala sobre isso é o seu advogado. O relator no Conselho de Ética, deputado Fausto Pinato, respondeu: — (No preliminar) Eu não fico atrelado à defesa prévia, fico atrelado só aos fatos da denúncia, se tem indícios suficientes. E há materialidade para abrir — afirmou. O presidente da Câmara poderá se manifestar a qualquer momento. Na semana passada, ele informou que entregaria sua defesa preliminar até hoje, segunda-feira. Mas seus advogados disseram que iriam adiar a entregar para amanhã ou quartafeira. Pelas regras do Código de Ética, nessa fase preliminar não é necessário que o processado apresente defesa, mas nada impede que ele o faça. VOLTAR Fonte: O Globo 16/11/2015 - Eletrobras tem aval da Aneel para captar R$ 1,25 bi para distribuidoras Dinheiro será investido em concessionárias que atendem Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Alagoas e Piauí POR REUTERS SÃO PAULO - A Eletrobras obteve aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para operações que visam captar até R$ 1,25 bilhão a serem investidos em suas concessionárias de distribuição que atendem Amazonas, Roraima, Acre, Rondônia, Alagoas e Piauí, segundo despacho no Diário Oficial da União nesta segunda-feira. A operação envolve a constituição de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FDIC) junto ao banco Credit Suisse, com base em recebíveis das distribuidoras, para captar até R$ 1 bilhão, enquanto outros R$ 250 milhões serão obtidos por meio da emissão de debêntures. As distribuidoras da Eletrobras têm enfrentado dificuldades financeiras — a Ceal, de Alagoas, teve o reajuste de tarifas bloqueado pela Aneel devido à inadimplência setorial, que também levou a agência a sugerir que o governo não renove a concessão da empresa. A Reuters havia antecipado em setembro que a Eletrobras buscava R$ 1 bilhão no mercado financeiro para socorrer suas subsidiárias de distribuição de energia. VOLTAR Fonte: Folha de S. Paulo 16/11/2015 - Após desastre, novo Código de Mineração ressurge no Congresso Moacyr Lopes Junior/Folhapress Socorristas trabalham em Bento Rodrigues (MG) após rompimento da barragem da mineradora Samarco MARIANA HAUBERT DE BRASÍLIA A discussão do projeto de lei que cria o novo Código de Mineração, em tramitação na Câmara desde 2013, ressurgiu no Congresso com a tragédia provocada pelo rompimento de duas barragens da mineradora Samarco na cidade de Mariana (MG). O relator da matéria, Leonardo Quintão (PMDB-MG), critica a decisão do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de criar no início deste ano uma comissão especial para analisar a proposta, mesmo depois de o texto já ter tramitado em comissões especiais desde 2013. "Eu pedi para ele [Cunha] não criar essa comissão porque não se tem mais nada para debater. Ele me disse que os novos parlamentares querem participar e querem rediscutir nessa nova comissão. Eu acho um erro. Temos que votar. Estou chateado com isso", disse Quintão à Folha. "Lanço um desafio. Coloque para votar e eu estarei lá para defender o projeto", disse. Apesar da pressão, o deputado disse que ainda não fez tal pedido diretamente a Cunha. No ano passado, Quintão rejeitou a inclusão de uma emenda que obriga as empresas de mineração a contratar um seguro ambiental para projetos com potencial elevado de contaminação da água ou do solo por resíduos tóxicos. No entanto, diante da tragédia, o deputado disse que passou a considerar colocar na proposta a obrigatoriedade de se contratar um seguro ainda mais amplo, contra danos ambientais, sociais e materiais. O relator também deverá alterar seu parecer para obrigar as empresas a tratar em adequadamente os rejeitos oriundos da exploração mineral. Financiado por mineradoras nas últimas eleições, Quintão negou que tenha atuado em favor de empresas do setor e disse desconhecer qualquer lobby pela não votação da proposta. "Legalmente eu recebi doações porque a mineração está no nome do nosso estado. Dizer isso é um desrespeito e uma demagogia", disse. "Não há um artigo no projeto em que eu estou beneficiando empresa A ou B. Pelo contrário. Eu sou relator e coloquei sobre o minério de ferro quatro vezes mais a cobrança de royalties de compensações que as empresas têm que pagar", explicou. "Eu não compactuo com lobby dentro do Congresso para não se votar esse projeto", completou. VOLTAR Fonte: portosenavios.com.br 16/11/2015 - EM DOIS ANOS, BTP VIRA A SEGUNDA MAIOR OPERADORA DO PORTO DE SANTOS Em menos de dois anos de operação, a Brasil Terminal Portuário (BTP) se transformou num dos maiores terminais de contêineres do País. Hoje a empresa formada por uma joint venture entre as estrangeiras Terminal Investment Limited (Til) e APM Terminals - ocupa a segunda posição do ranking de operadores do Porto de Santos, colada na líder Santos Brasil. Pelos últimos dados da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o complexo santista, a BTP movimentou 584 mil contêineres entre janeiro e setembro deste ano - bem próximo da concorrente Santos Brasil, que carregou 622 mil unidades. Juntos os dois terminais movimentaram quase dois terços de tudo que entrou e saiu no Porto de Santos - responsável por 27% do comércio exterior brasileiro. Por trás da velocidade de crescimento da BTP, que no ano passado movimentava menos da metade do volume da Santos Brasil, estão poderosas companhias de navegação do mercado mundial, como a dinamarquesa Maersk e a suíça MSC. As duas armadoras compõem a estrutura societária da TIL e APM, donas da BTP. Esse tem sido o principal argumento dos concorrentes para explicar a perda de carga para o novo terminal. Em outras palavras, significa dizer que a empresa tem a garantia de escala dos armadores no cais. Mas, além dos sócios poderosos, seja do ponto de vista de capitalização ou de experiência na área portuária, há outros fatores que determinam o sucesso do terminal. Entre eles está o uso de equipamentos modernos, que elevam a eficiência da operação. O principal deles é o chamado portêiner, que são grandes pórticos que retiram e colocam os contêineres dos navios. Quanto mais rápido esses equipamentos carregarem ou descarregarem uma embarcação menor o custo dos armadores para se ter uma ideia, a diária de um navio em Santos varia de US$ 15 mil a US$ 20 mil. "Nossa preocupação não é ser o número 1, mas ser o mais eficiente. Não estamos numa corrida de Fórmula 1", afirma o diretor comercial da BTP, Cláudio Oliveira. Segundo ele, a movimentação média atual do terminal é de 33 movimentos por hora. Ou seja, cada um dos oito portêineres faz 33 movimentos por hora. Oliveira destaca, entretanto, que a eficiência depende do bom funcionamento de todo o terminal, da entrada do caminhão com carga até o embarque (ou vice-versa). Outro ponto positivo, aponta ele, é a localização do terminal e a estrutura para armazenamento dos contêineres. "Estamos na entrada do porto e, por isso, evitamos todo o trânsito de entrada e saída de navios do estuário como os demais terminais. Além disso, temos uma área exclusiva para contêineres refrigerados, com 1.582 tomadas." Sobre o diferencial de ter sócios armadores, ele discorda: "Temos dez armadores. Não somos exclusivos de dois". Concorrente Enquanto o terminal aumenta sua participação no porto, a Santos Brasil corre para não perder a liderança. A empresa acaba de conseguir a renovação antecipada do contrato de arrendamento até 2047 mediante a garantia de investimento de R$ 1,3 bilhão. A cifra dará novo poder de competitividade à companhia já que vai ampliar a capacidade de movimentação do terminal. "Quando chegamos em Santos não éramos líder. Conquistamos essa posição e continuaremos com ela", afirma o presidente da empresa, Antônio Carlos Sepúlveda. Com os investimentos, o tamanho do cais da Santos Brasil aumentará dos atuais 980 metros para 1.200 metros, que permitirá a atracação simultânea de três navios Panamax. Hoje a concorrente BTP tem 1.108 metros de cais, que já permite a entrada simultânea de três embarcações. A corrida dos dois terminais pela liderança em Santos deve ser acompanhada de perto pela Embraport - inaugurada na mesma época da BTP no complexo santista e que também está no rol dos mais modernos do País. O terminal, da Odebrecht Transport com a Dubai Port World, está em terceiro lugar no ranking e já desbancou a Libra Terminais. As informações são do jornal Fonte: O Estado de S. Paulo VOLTAR Fonte: portosenavios.com.br 16/11/2015 - GRUPO DE TRABALHO ENTRE TRABALHADORES, ESTALEIROS E MINISTÉRIO DO TRABALHO DEFINE AGENDA PARA 2016 Na última sexta feira dia 13/11 o grupo técnico da NR.34 reuniu-se com representantes dos trabalhadores e Ministério do Trabalho na sede do Sinaval no Rio de Janeiro para fechamento da agenda de trabalho 2015. Foram delineadas nesse encontro questões importantes para que a saúde e segurança dos trabalhadores não seja esquecida devido a crise que o setor passa. Outro fato importante que também foi discutido no encontro, agenda de trabalho para 2016 não será abandonada. ―Precisamos continuar levando e lutando pelo bem estar dos trabalhadores, afinal de contas a NR 34 surgiu para isso, cansamos de assistir trabalhadores sofrendo descaso e más condições de trabalho, chega de pagar com a vida de nossos companheiros ‖, cita Edson Carlos Rocha presidente do Sindicato dos trabalhadores de Niterói, membro da Confederação Nacional dos Metalúrgicos e Coordenador da bancada de trabalhadores da Nr.34. Marcelo Carvalho, vice presidente de relações institucionais do Sinaval e Coordenador da bancada patronal e equipe técnica da Nr.34 cita que foram anos de muito trabalho e dedicação para que um capitulo ruim do setor apague a importância de uma norma regulamentadora que foi criada por trabalhadores que vivem a verdade e a realidade dos estaleiros e empresas do seto. ‖O Sinaval de forma alguma irá abandonar os trabalhos desse grupo, trabalhamos muito e vimos muita coisa por esse Brasil, a NR.34 foi e será um grande marco do nosso setor‖, destaca Marcelo Carvalho. Apesar das turbulências que o atual governo vem passando o Ministério do Trabalho informa que as reuniões da secretaria nacional de inspeção juntamente com a Comissão tripartite paritária permanente CTPP, continuarão a discutir e atualizar as normas regulamentadoras conforme a necessidade da sociedade. Luiz Carlos Lumbreras, auditor fiscal do ministério do trabalho e coordenador da bancada de governo cita que regulamentações foram feitas para serem respeitadas e atualizadas. ‖Nenhuma Nr. é estanque, elas devem ser sempre atualizadas e de forma correta e legal, não estamos mais na era dos ajustes insanos ou simplesmente pensar que elas não existem, o governo sempre estará ao lado da empresa que souber respeitar os valores de saúde e segurança de seus colaboradores‖, disse Luiz Carlos . A agenda 2016 foi elaborada em acordo com as três bancadas e seguirá os seguintes destinos: 1º reunião – dias 23,24 e 25 de Fevereiro de 2016 em Maceió (atendendo um convite da Petrobrás) 2º reunião – dias 17,18 e 19 de Maio de 2016 em Angra dos Reis RJ 3º reunião – dias 16,17 e 18 de Agosto de 2016 em Pernambuco 4º reunião – dias 18,19 e 20 de Outubro de 2016 em Itajaí O grupo ainda se encontra mais uma vez esse ano, na sede de engenharia da Petrobras para discutirem os impactos das atualizações que a NR.35 sofreu e podem acarretar problemas para a aplicação da Nr.34 em alguns trabalhos, como por exemplo nas plataformas de petróleo. Fonte: Sinaval / Ivens Consult VOLTAR Fonte: petronoticias.com.br 16/11/2015 - PETRONAS VAI INSTALAR CENTRO GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO DE LUBRIFICANTES NO BRASIL A Petronas, da Malásia, está aumentando suas apostas no mercado brasileiro. A empresa decidiu instalar no Brasil, no município de Contagem (MG), um centro mundial de desenvolvimento de lubrificantes para o setor industrial. O objetivo é ampliar a posição do grupo no País e também na região da América Latina, com o plano de produzir para a demanda doméstica nacional e para a exportação. O projeto foi aprovado há cerca de quatros meses pela diretoria da companhia, segundo afirmou ao jornal Valor Econômico o presidente da Petronas no Brasil, Guilherme de Pádua, e está previsto para ficar pronto até o final de 2016. No Brasil, apesar da crise e da queda de 12% do mercado de lubrificantes desde 2012, a companhia espera fechar o ano com um faturamento da ordem de R$ 1,1 bilhão a R$ 1,2 bilhão, cifra estável em relação ao seu último resultado no país. Dentre os focos da nova unidade, está o fornecimento de produtos para fábricas, transportes e setor agrícola, além de auxiliar a empresa a subir de posição no ranking de maiores fornecedores de lubrificantes no Brasil, onde figura atualmente em quinto lugar, atrás de Petrobrás, Mobil, Ipiranga e Chevron. VOLTAR Fonte: Estadão 16/11/2015 - Samarco fecha acordo que prevê R$ 1 bi para reparar danos LEONARDO AUGUSTO - ESPECIAL PARA O ESTADO A empresa poderá ser obrigada a novos gastos ao final do inquérito aberto pelo MPE para investigar as causas do acidente em MG BELO HORIZONTE - A mineradora Samarco fechou um Termo de Compromisso Preliminar (TCP), com o Ministério Público Estadual (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF), que prevê gastos de R$ 1 bilhão na recuperação do meio ambiente e pagamento de indenizações pelo rompimento das barragens da empresa no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. O termo foi assinado nesta segunda-feira, 16, em Belo Horizonte. No acordo, ficou estabelecido ainda que a alocação dos recursos, que vão para um fundo, deverá ser auditada por empresa independente a ser escolhida pelo MPE e MPF. Até o momento sete mortes foram confirmadas. Quatro corpos aguardam identificação. O total de desaparecidos é de 15. A lama atingiu o Rio Doce, paralisou hidrelétricas e deixou cidades sem água, como Governador Valadares, no leste de Minas, município com 280 mil pessoas. BARRAGEM DE REJEITOS SE ROMPE EM MINAS GERAIS MÁRCIO FERNANDES/ESTADÃO Duas barragens se romperam em Mariana (MG). O distrito de Bento Rodrigues foi invadido pela lama A Samarco deverá ainda apresentar laudos mensais mostrando que o dinheiro está sendo usado exclusivamente "em medidas de prevenção, contenção, mitigação, reparação e compensação dos danos ambientais ou socioambientais decorrentes do rompimento da barragem". A expressão "termo de compromisso preliminar" foi utilizada porque a empresa poderá ser obrigada a novos gastos ao final do inquérito aberto pelo MPE para investigar as causas do acidente. O acordo diz também que a Samarco está obrigada a depositar em até 10 dias, contados a partir desta segunda, em conta-corrente da própria empresa que será fiscalizada pelo promotores e procuradores, R$ 500 milhões. A segunda parcela, ainda conforme o termo, será dada em garantias a serem apresentadas pela mineradora em 30 dias, como uma carta-fiança de uma instituição financeira. Segundo o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, os danos ambientais devem ser integralmente reparados. "Ainda não é possível mensurar os danos efetivos e as medidas necessárias à mitigação, contenção, reparação e compensação, mas, pela extensão e gravidade, sabemos que os valores necessários poderão ser muito maiores. Porém, o termo estabelece uma garantia jurídica concreta, que não existia até então, de que os valores iniciais emergenciais estão resguardados", afirmou. VOLTAR Fonte: Folha de S. Paulo 16/11/2015 - Governo quer nova mudança no projeto de repatriação de recursos Pedro Ladeira - 15.jul.2015/Folhapress Deputados no plenário da Câmara; Planalto quer nova mudança no projeto MARINA DIAS DE BRASÍLIA O Palácio do Planalto vai trabalhar para que o Senado modifique o projeto de repatriação aprovado pela Câmara na semana passada. O texto, que já sofreu diversas alterações, cria um programa para regularização de recursos de origem lícita mantidos por brasileiros no exterior e ainda não declarados à Rec eita Federal. Segundo a Folha apurou, auxiliares da presidente Dilma Rousseff querem mexer na destinação dos recursos levantados com a nova lei, que, de acordo com integrantes do governo, poderia render à União pelo menos R$ 11 bilhões caso seguisse a proposta original do projeto. Durante reunião da coordenação política nesta segunda-feira (16), o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) disse que era preciso mudar o item que diz respeito à destinação dos recursos levantados com a cobrança da multa aplicada aos contribuintes. Em troca da taxação, eles não poderão ser processados por crime de sonegação fiscal, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Berzoini pediu ao líder do governo no Congresso, José Pimentel (PT-CE), que articule para voltar à proposta original, de os recursos serem direcionados a dois fundos para compensar Estados prejudicados com as mudanças no ICMS em tramitação e para financiar a infraestrutura em regiões menos desenvolvidas. No projeto aprovado pela Câmara, os deputados decidiram que o recurso das multas irá para o Tesouro, que terá que dividir o dinheiro com Estados e municípios, por meio dos fundos de participação, como ocorre com o imposto de renda. ARTICULAÇÃO Na reunião, houve discussão sobre a viabilidade de o governo conseguir modificar o projeto no Senado e, depois, manter as alterações quando o texto voltar para a Câmara antes de seguir para a sanção da presidente. A avaliação é a de que o Planalto perdeu votos em quase todos os partidos da base nas últimas votações e precisará de "grande esforço" nas próximas sessões se quiser conseguir alguma vitória. Berzoini defendeu a ideia de que é melhor mudar o projeto da repatriação agora do que inviabilizar as regras ou não conseguir os recursos necessários para o governo na conta do ajuste fiscal, que visa cobrir o déficit nas contas públicas. Ministros e os líderes da base na Câmara e no Senado se comprometeram então a seguir as orientações de Berzoini e tentar emplacar a mudança no projeto. VOLTAR Fonte: jb.com.br 16/11/2015 - Construção de hidrelétricas provoca desastre no Amapá, diz senador Randolfe alerta para morte de peixes, deslocamento da pororoca e alagamentos O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) denunciou o que avalia ser o maior desastre ambiental do Amapá, provocado pela instalação de três hidrelétricas no curso do Rio Araguari. O senador explicou que as hidrelétricas foram construídas sob o argumento de que gerariam desenvolvimento no estado. Mas o que aconteceu, segundo ele, foi a morte de peixes, o deslocamento do fenômeno da pororoca e o alagamento de parte dos municípios de Porto Grande e Ferreira Gomes, além do aumento da tarifa de energia elétrica. "Além do desastre ambiental, o mau cheiro dos peixes mortos ocasiona a presença de urubus, que são constantes na orla de Ferreira Gomes. Isso afasta o turismo que era uma das atividades principais daquele município. Os pescadores são os mais atingidos diretamente e os efeitos secundários repercutem em toda a economia local das comunidades de Ferreira Gomes, Porto Grande e de todos os municípios à margem do rio." "Os pescadores são os mais atingidos diretamente e os efeitos secundários repercutem em toda a economia local das comunidades" O senador Randolfe Rodrigues pediu que as comissões de desenvolvimento regional e de meio ambiente realizem audiência pública com as comunidades envolvidas na questão e cobrou rigor do Ministério Público com as empresas responsáveis pela construção das usinas hidrelétricas. Ele questionou, ainda, projeto que tramita no Senado que estabelece rito sumário de licenciamento ambiental em obras estratégicas, como rodovia, ferrovia, portos, aeroportos e empreendimentos de energia. Se houver simplificação do processo de licenciamento ambiental, advertiu o senador, a situação pode piorar ainda mais. VOLTAR Fonte: O Globo 16/11/2015 - MP em Minas faz acordo para Samarco pagar R$ 1 bilhão Valor, que poderá ser aumentado, será usado em medidas emergenciais e compensatórias POR JULIANA CASTRO Cerca de cem manifestantes protestaram em frente ao prédio da Vale, no Centro do Rio - André Horta/ Agência Fotoarena RIO - Os Ministério Público Estadual e Federal de Minas Gerais fizeram nesta segunda-feira um acordo com a Samarco, empresa responsável pelas barragens que se romperam em Mariana (MG). A companhia vai disponibilizar R$ 1 bilhão para garantir custeio de medidas preventivas emergenciais, reparadoras ou compensatórias decorrentes do acidente. Nos dez primeiros dias, a empresa vai disponibilizar metade do valor e, em 30 dias, os outros R$ 500 milhões. O valor, no entanto, pode subir após esse período. O acordo foi feito por meio de um Termo de Compromisso Preliminar. Uma empresa independente, que será escolhida pelos MPs Estadual e Federal, vai auditar os gastos. Pelos termos do acordo, a Samarco terá que apresentar laudos mensais comprovando que os valores foram gastos exclusivamente em medidas de prevenção, reparação e compensação dos danos ambientais ou socioambientais decorrentes do rompimento da barragem. A tragédia aconteceu no dia 5 de novembro. A lama está sendo levada para outra cidades de Minas e do Espírito Santo, interrompendo o abastecimento de água. As prefeituras das cidades atingidas estão se reunindo com a Samarco, para cobrar ações da empresa para diminuir o impacto causado. Segundo o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ferreira Pinto, os danos ambientais devem ser integralmente reparados. Ele disse que ainda não é possível mensurar os danos efetivos e as medidas necessárias à mitigação, contenção, reparação e compensação. Em entrevista ao blog da colunista Miriam Leitão, o procurador da República em Minas José Adércio Leite Sampaio considerou o valor pequeno: — O valor ainda é pequeno diante da dimensão das perdas sócio-ambientais causadas pelo rompimento da barragem. A Samarco divulgou um texto em que informa do acordo de hoje. "Todos os esforços necessários, com apoio irrestrito de seus acionistas, Vale e BHP Billiton, foram mobilizados para priorizar o atendimento e a integridade das pessoas que estavam no local do acidente ou nas áreas afetadas, além de inúmeras outras ações emergenciais para conter os impactos de todas as naturezas. A empresa contratou três organizações de ajuda humanitária para desenvolvimento de um plano de assentamento, que inclui acolhimento às famílias, apoio psicossocial e triagem médica, além, de todas as providências para o reassentamento dessas pessoas", diz a empresa no texto. Na tarde desta segunda-feira, cerca de 100 manifestantes fizeram um protesto em frente ao prédio da Vale, no Centro do Rio para cobrar por punições mais duras contra a empresa. Com banda de música e coro "não foi acidente", os manifestantes, sujos de lama, também atiraram lama na fachada do edifício da empresa. Sobre o protesto, a Vale afirmou que respeita e valoriza o direito constitucional de livre manifestação. A empresa disse ainda que, desde o último dia 5 está concentrada em oferecer total apoio e assistência às equipes envolvidas no resgate e atendimento às famílias afetadas. Na última sexta-feira, a Justiça determinou a ―indisponibilidade‖ de R$ 300 milhões na conta da Samarco Mineração S/A. A quantia, de acordo com nota do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, deverá ser usada ―exclusivamente para a reparação de danos causados às vítimas na cidade‖. Divulgada nesta sexta-feira, a decisão é do juiz Frederico Esteves Duarte Gonçalves, da Comarca de Mariana. SEGURO NÃO COBRE TODOS OS IMPACTOS O diretor-executivo de Finanças e Relações com Investidores da Vale, Luciano Siani, disse hoje que o seguro não cobre toda a responsabilidade civil referente aos impactos socioambientais causados pelo desastre, que deixou ao menos sete mortos, desalojou centenenas de famílias e prejudicou o abastecimento de água em várias cidades, com a poluição no Rio Doce. A vale é uma das donas da Samarco, junto com a BHP. Homem observa no que se transformou o Rio Doce - Daniel Marrenco / Agência O Globo VOLTAR