Roteiros dos Experimentos de Laboratório de Física I UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Centro de Ciências Naturais e Exatas Departamento de Física FSC122 – Laboratório de Física I Prof.: Felipe Bohn Prof.: Marcio A. Corrêa 1o semestre de 2006 0 Índice Ementa da Disciplina ....................................................................................................2 Quadro de Horários ......................................................................................................3 Metodologia de Avaliação.............................................................................................4 Estrutura para elaboração de relatórios para esta disciplina..................................5 1. Experimento N° 1 - Tratamento de medidas físicas...........................................6 2. Experimento N° 2 – Análise gráfica de resultados experimentais........................10 3. Experimento N° 3 – Movimento uniformemente acelerado: caso unidimensional.............................................................................................................14 4. Experimento N° 4 – Movimento de projéteis....................................................16 5. Experimento N° 5 – Lei de Hooke .....................................................................18 6. Experimento N° 6 – Segunda Lei de Newton....................................................20 7. Experimento N° 7 - Atrito ..................................................................................22 8. Experimento N° 8 – Determinação da expressão matemática da força centrípeta .....................................................................................................................25 9. Experimento N° 9 – Conservação da energia mecânica ..................................28 10. Experimento N° 10 - Equilíbrio .........................................................................30 11. Experimento N° 11 – Conservação do momento linear: colisões....................32 12. Experimento N° 12 – Momento de inércia........................................................33 1 Ementa da Disciplina FSC 122 LABORATÓRIO DE FÍSICA I UNIDADE 1 - MEDIDAS FÍSICAS 1.1 - Erros e estatística de erros associados às medidas físicas. 1.2 - Análise gráfica de experimentos. 1.3 - Instrumentos de medida. 1.3.1 - Paquímetro e micrômetro. 1.3.2 - Cronômetros. 1.4 - Medidas de densidade de sólidos e líquidos. UNIDADE 2 - ESTUDO EXPERIMENTAL DA CINEMÁTICA 2.1 - Medidas de velocidade, aceleração. 2.2 - Movimentos lineares. 2.3 - Movimentos no plano. UNIDADE 3 - ESTUDO EXPERIMENTAL DA DINÂMICA 3.1 - Medidas de força. 3.2 - Análise do choque em uma e duas dimensões. 3.3 - Conservação de energia. 3.4 - Conservação de quantidade de movimento. 3.5 - Movimento de corpos rígidos. 3.5.1 - Movimento de rotação. 3.5.2 - Momento de inércia. 3.5.3 - Estudo de translação e rotação de corpos rígidos. BIBLIOGRAFIA BÁSICA HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da física. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. v. 1. TIPLER, P.A. Física. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999. v. 1. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ALLONSO, M. & FINN, E.J. Física geral. São Paulo: Addison Wesley, 1986. NUSSENZVEIG H.M. Curso de física básica. São Paulo: Edgar Blücher, 1998. v. 1. YOUNG, H.D. & FREEDMAN, R.A. Sears e Zemansky Física I: Mecânica. 10. ed. São Paulo: Addison Wesley, 2003. 2 Quadro de Horários Neste quadro você poderá ter um controle dos experimentos já realizados durante o semestre. Não serão colocadas datas definidas, pois algumas mudanças na seqüência de experimentos podem ocorrer durante o andamento de curso. DATA Experimento Realizado 3 Nota Obtida Metodologia de Avaliação A avaliação desta disciplina estará baseada na entrega de relatórios semanais. Os relatórios deverão ser entregues na semana seguinte da realização do mesmo no inicio da aula. A estrutura exigida esta apresentada na seção O (zero) desta apostila. A média para fins de notas será feita utilizando-se a média aritmética das notas obtidas nos relatórios. É exigido dos alunos matriculados nesta disciplina uma média igual ou superior a 7.0. Para notas inferiores a esta, um exame disciplinar deverá ser realizado por parte do aluno, tal exame pode ser caracterizado por uma prova escrita desenvolvida pelo professor, onde toda o programa da disciplina estará presente, ou ainda provas práticas e orais. As provas práticas e orais serão estruturadas da seguinte forma: - Montagem de um experimento escolhido pelo professor; - Exposição oral do conteúdo envolvido no experimento; - Realização e obtenção dos dados do referido experimento; No término do exame o aluno deverá somar notas iguais ou superiores a: (Media obtida durante o ano letivo + nota do exame) / 2 ≥ 5.0 4 Estrutura para elaboração de relatórios para esta disciplina Cabeçalho. Relatório Nº XX Titulo do Experimento Objetivo Descrever aqui o objetivo a ser alcançado pelo atual experimento; Introdução teórica Fazer um apanhado teórico em torno do assunto que está sendo trabalhado no atual experimento, esta introdução deve ser ao mesmo tempo sucinta e completa, levando em consideração todos os pontos a serem trabalhados, a bibliografia indicada o roteiro deve ser observada e estudada. Porém, outras literaturas podem ser analisadas. OBS: Qualquer cópia de sities da internet é absolutamente vedada para a realização desta introdução teórica. Porém o estudo de sities adequadamente selecionados podem servir de base para elaboração deste item, desde que, o referido sitie esteja exposta na bibliografia. Material utilizado Aqui se descreve todo o material utilizado para a realização do experimento. Procedimento Experimental Aqui deve ser descrito todo procedimento experimental realizado para elaboração deste experimento. A descrição deve ser minuciosamente feita com todos os detalhes para montagem e elaboração do experimento. Podem ser utilizados esquemas em forma de figuras expositivas. Obtenção e analise dos resultados Nesta seção devem ser expostos os resultados obtidos mostrando os cálculos e os principais resultados devidamente organizados em tabelas quando necessário. E as devidas discussões a respeito destes resultados. Os gráficos, quando necessário devem ser citados nesta seção e colocados em anexo posteriormente no final do relatório. Conclusões Aqui devem ser expostas as conclusões do referido experimento, alem de uma exposição dos principais resultados obtidos anteriormente. (nesta parte do relatório, devem ser expostos novamente os principais resultados obtidos no item anterior). Bibliografia Todas as referências utilizadas para elaboração deste relatório devem ser expostas aqui. Em moldes as referências apresentadas no roteiro do experimento. 5 1. Experimento N° 1 - Tratamento de medidas físicas Objetivos O objetivo dessa atividade é expressar o resultado de um processo de medida levando em conta esses erros. Fundamentação teórica Ao expressar uma medida, deve-se sempre considerar que haverá um erro de algum dos seguintes tipos: a) Erro Sistemático: devido a problemas de calibração, problemas de leitura, erros de operação, erro devido a fatores climáticos, etc. Estes erros devem e muitas vezes podem ser evitados ou minimizados. Entretanto, sempre haverá um limite para a resolução de um determinado instrumento de medida. b) Erro Aleatório: flutuação da medida em torno de um valor médio ligada à limitações do instrumento de medida, limitações do operador, interferências, etc. Nenhuma medida pode ser considerada absolutamente precisa. Por exemplo, a velocidade da luz com a máxima precisão atingível no presente é expressa como: c = (2.99792458 ± 0.00000004)×108 m/s Qual é, então, o valor de uma grandeza que se quer medir? Para chegar o mais próximo possível do valor verdadeiro da medida, recorre-se ao tratamento estatístico. Sendo X o valor verdadeiro de uma medida de uma variável física x n o valor da n-ésima medida de X realizada com o uso de algum instrumento. N o número total de medidas realizadas em uma amostragem. então, N x x = ∑ n é a média aritmética das medidas, Δxn = ( xn − x) é o desvio de uma medida n =1 N Δx n ( x − x) =∑ n é o desvio N N n n médio da medida: mede a dispersão das medidas em torno da média e qualquer em relação a média x (n= 1,2,...,N), Δ x = ∑ σx = ∑ (Δx n n )2 = ∑ (x n − x) 2 n é o desvio padrão da média. N ( N − 1) N ( N − 1) Pode-se afirmar que o valor verdadeiro de uma variável física é expresso como: X = x ±σ x Material Simulações de Resultados Experimentais e 1 Régua. Procedimento Experimental a) Determinação da força eletromotriz de uma pilha elétrica 6 Para determinar a força eletromotriz de uma pilha elétrica comum, foram efetuadas as medidas da tabela I abaixo, numa amostra de 15 medidas. medida ε n (V ) 1 1.555 2 1.527 3 1.482 4 1.552 5 1.569 6 1.506 7 1.551 8 1.529 9 1.557 10 1.555 11 1.484 12 1.569 13 1.529 14 1.542 15 1.594 ε n − ε (V ) Média 7 2 ε n − ε (V 2 ) Tabela 1 Determinar: 1. A média aritmética das medidas. 2. O desvio padrão da média. 3. Expresse o valor verdadeiro da medida. b) Medida do tempo de reação de uma pessoa Um colega segura uma régua verticalmente com o zero da escala coincidindo com a parte inferior de sua mão e, sem aviso prévio, solta a régua que você deve segurar o quanto antes possível. Repita o mesmo procedimento por trinta vezes, anotando quantos centímetros a régua percorre de cada vez. Para cada medida de distância percorrida (d), calcule o tempo de reação através da fórmula: t = 2d / g , onde g = 9.8 m/s2 é a aceleração da gravidade. Preencha a tabela 2 abaixo, calculando o desvio médio das trinta medidas e o desvio padrão da média. Em seguida, calcule o verdadeiro tempo de reação. Discussão e Conclusões Inclua aqui as suas observações e impressões acerca dos experimentos realizados nesta aula. Bibliografia [1] R. Axt e V. H. Guimarães, Física Experimental I e II – manual de laboratório, Porto Alegre, Editora da Universidade, 1981. (disponível na biblioteca do ccne). 8 Medida N° 1 d n ( m) t n ( s) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Média Tabela 2 9 Δt n ( s ) (Δt n ) 2 ( s 2 ) 2. Experimento N° 2 – Análise gráfica de resultados experimentais Objetivos Possibilitar aos alunos de Laboratório de Física I ganhar familiaridade com os métodos gráficos de identificação ajuste de uma função matemática a partir de um conjunto de pontos experimentais. Material Necessário Dados experimentais de fornecidos no roteiro, papel mili-metrado, papel monolog e di-log. Fundamentação Teórica Muitas funções que descrevem os fenômenos físicos não são lineares, ou seja, não são funções do tipo y = ax + b . Entretanto, muitas dos fenômenos estudados em nas disciplinas de física geral podem ser representados por funções do tipo y = ax n (função de potência) ou y = ae bx (função exponencial). Em geral, após a realização de um experimento, deseja-se estabelecer a função matemática que relaciona as variáveis dependentes às variáveis dependentes no fenômeno físico estudado e isto consiste, além da identificação da forma da função, na determinação o valor numérico das constantes a , b e n das expressões matemáticas acima. Um dos métodos mais simples para abordar este problema é o da análise gráfica e linearização dos resultados experimentais. Felizmente, este método serve para a maior parte dos experimentos realizados na disciplina de Laboratório de Física I sendo esta a razão para apresentá-lo neste roteiro. Deve-se mencionar que além dos métodos gráficos, existem vários métodos numéricos para realizar a mesma tarefa, dentre os quais citamos o método dos mínimos quadrados e o método do gradiente (para funções de muitas variáveis) [1]. Estes métodos estão fora do alcance desta disciplina mas serão bastante empregados em disciplinas mais avançadas do curso de física. No que segue, a análise gráfica de funções do tipo linear, potência e exponencial serão brevemente descritos. 10 Relação Linear: Papel y y = a + bx y2 Δy a b = parâmetro linear = y0 y1 y 2 − y1 = a =coeficiente angular = Δy/Δx x 2 − x1 . Δx y0 x2 x1 x Relação de Potência: y = ax y=ax n y n a=? n=? Papel Milimetrado a=? n=? linearizar Para determinar os parâmetros a e n deve-se a função de potência. Façamos a aplicação do logaritmo a ambos os membros da expressão: x Papel Di-log log y = log a + n log x log efetuando a troca de variáveis: log y = Y log a = A log log log log x = X Chega-se à equação da reta Y = A + nX , onde A é o parâmetro linear da reta e a = log −1 A n= Δ log y 0 Δlog x log x1 log x2 (coeficiente angular da reta). O mesmo resultado pode ser obtido se a função for graficada em papel dilog, como mostra a figura ao lado. log y 2 − log y1 log x 2 − log x1 11 log x Relação Exponencial: Y = A + bx Papel Milimetrado onde a = ln −1 A e y b= ln y 2 − ln y1 x 2 − x1 Os mesmos resultados podem ser obtidos com a utilização de papel monolog, conforme pode ser observado na figura ao lado. 1 x y = ae bx a=? b=? Papel Mono-log ln y Para linearizar a função, aplica-se a ambos os membros o logarítmo neperiano: ln y2 ln y1 ln y = ln a + bx ln e Δ ln y Δx ln a ln e = 1 tem-se que como ln y = ln a + nx . Efetuando a troca de variáveis ln y = Y e ln a = A , obtem-se: 0 x1 x2 Referências [1] Numerical Recipes in C - The Art of Scientific Computing, William H. Press, Saul A. Teukolsky, William T. Vetterling and Brian P. Flannery. 12 x Atividades Propostas Atividade 1 A distância percorrida por corpo que desce um plano inclinado é medida em função do tempo gerando a tabela: t (s) 0 1 2 3 4 5 x (cm) 0,0 2,2 7,7 18,4 31,3 51,0 a) Represente graficamente os valores de x e t em papel milimetrado; b) Identifique o tipo de função; c) Como se determina os parâmetros da função? d) Estabeleça a expressão matemática, usando papel milimetrado e dilog. Atividade 2 A atividade de um certo material radiativo, isto é, o número de partículas emitidas por segundo, é medida em função do tempo e os dados colocados na tabela a seguir: t (s) 0 1 2 3 4 5 A (partículas/s) 100,48 60,67 36,78 22,33 13,50 8,21 a) Represente esses valores graficamente e identifique a função. b) Linearize a função para determinar seus parâmetros aplicando logaritmo neperiano aos valores experimentais e represente graficamente os mesmos em papel monolog c) Encontre a relação matemática entre atividade (A) e o tempo (t). 3. Experimento N° 3 – Movimento uniformemente acelerado: caso unidimensional Objetivos Representar graficamente os valores experimentais x = f (t); determinar a velocidade média do movimento; relacionar a função obtida pela linearização do gráfico de x=f(t) com a equação horária do movimento; determinar a velocidade instantânea do movimento em vários instantes e construir o gráfico de v=f(t); obter o valor da aceleração do movimento; Fundamentação teórica MRUV nos livros 1. Fundamentos da Física 1 - 6a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. 2. Física 1, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Material Trilho de ar, cronômetro, fita métrica, papel milimetrado e papel di-log. Procedimento experimental a) Coloque um dos sensores do cronômetro na posição inicial do carrinho. Coloque o segundo sensor nas posições 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160 cm (uma de cada vez). b) Solte o carrinho da posição inicial e faça cinco medidas de tempo para o carrinho chegar em cada uma das posições do item a) (20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160 cm) c) Preencha a tabela I com os dados obtidos e determine o tempo médio; d) Trace o gráfico de x vs. t, identifique a função obtida e o tipo relação matemática correspondente; e) Ache a velocidade média do movimento, entre a origem e o quinto ponto; f) Expresse a equação geral da velocidade média; g) Linearize a função x = f(t) do item d), encontre a aceleração; h) Determine a velocidade instantânea na função x = f(t) para cinco tempos quaisquer e preencha a tabela II; i) Construa um gráfico de v x t, e calcule a aceleração do movimento; j) Qual o valor da velocidade inicial do movimento? k) Relacione a aceleração obtida no item g e no item i. 14 TABELA I X/t t1 t2 t3 t4 t5 t 0 - 20 0 - 40 0 - 60 0 - 80 0 - 100 0 - 120 0 - 140 0 - 160 TABELA II v/t t1 t2 t3 v 15 t4 t5 4. Experimento N° 4 – Movimento de projéteis Objetivos Estudar o movimento bidimensional em um plano inclinado; analisar as componentes do movimento (horizontal e vertical); relacionar a função obtida pela linearização do gráfico de y=f(x) com as equações horárias do movimento ao longo dos eixos vertical y=f1(t) e horizontal x=f2(t) e obter o valor da aceleração do movimento vertical. Material Plano inclinado, bolita de aço, papel milimetrado e papel di-log. Fundamentação teórica MRUV nos livros Resnick-Halliday, volume 1 Movimento de Projéteis: r = x(t)i + y(t)j (1) x(t ) t= V0 x x(t ) = x0 + V0 xt Se x0 = 0 então y (t ) = y0 + V0 y t + 12 a y t 2 (2) (3) Substituindo (2) em (3) e sabendo que y0 = 0 e V0 y = 0 , tem-se 2 ⎛ x(t ) ⎞ ⎟⎟ ou y[ x(t )] = a y ⎜⎜ V ⎝ 0x ⎠ a y = 12 y2 x 2 V0 x a que é uma função do tipo y = cx n , com c = 12 y2 e n = 2 . V0 x Através da linearização de y=f(x) encontra-se c e n. Caso ay seja conhecido, pode-se obter V0 x e estabelecer uma escala de tempos via a expressão (2) acima. Para ay toma-se o valor a y = 23 g sen θ que é a aceleração de um corpo esférico rolando em um plano inclinado a partir do 1 2 repouso. A aceleração não pode ser simplesmente a y = g sen θ , como seria esperado para um corpo que desliza sobre um plano inclinado sem atrito, porque parte da energia potencial gravitacional da bolita será gasta para girar a mesma. Procedimento experimental 1. Posicione o papel milimetrado no plano de Packard (plano inclinado). Este deve estar com uma inclinação de cerca de 10o. 2. Atire a bolinha com a mola. A mesma descreverá uma trajetória parabólica que ficará marcada no papel milimetrado devido ao papel carbono colocado no plano. 16 3. Marque pontos regularmente espaçados (no eixo x) e preencha a tabela I com os dados obtidos. 4. Linearize o gráfico de y=f(x) e determine a relação matemática que relaciona as duas variáveis. Obtenha o valor da velocidade ao longo do eixo x. 5. Calcule os instantes de tempo correspondentes as posições y e x da tabela I e construa os gráficos de y=f(t) e x=f(t). TABELA I Y X t 17 5. Experimento N° 5 – Lei de Hooke Objetivos Analisar as três leis de Newton no equilíbrio, analisar a proporcionalidade entre a elongação de uma mola e a força aplicada e mostrar que a relação é linear até um certo limite de elasticidade. Material Uma mola, um conjunto de pesos, suporte para mola, com régua graduada em “mm”. Fundamentação teórica 1. Fundamentos da Física 3 - 4a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. 2. Física 2, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Procedimento experimental a) Coloque a mola como mostra a figura e determine a posição inicial; X0 X Δx = b) Coloque o primeiro peso (P=mg, g=9.81m/s2) no suporte da mola e anote a elongação na tabela I abaixo. c) Repita o procedimento anterior com os demais pesos. d) Construa um gráfico da força peso pela elongação (P x Δx), com os dados da tabela. e) Qual o significado físico do coeficiente angular da reta obtida no gráfico anterior? f) Escreva a relação entre F e x, bem como o valor da constante (K) da mola. g) É possível determinar o peso de outros corpos com a mola e a régua? h) A lei de Hooke tem alguma aplicação prática? i) A lei de Hooke é sempre válida? Explique através de exemplos. 18 Massa (g) Peso (gf) Peso (N)=mg 10 20 30 40 50 60 Tabela I 19 Elongação (cm) 6. Experimento N° 6 – Segunda Lei de Newton Objetivos Verificar experimentalmente a Segunda Lei de Newton. Material Equipamento de colchão de ar, diferentes massas, cronômetro eletrônico, papel milimetrado. Fundamentação teórica Resnick - Halliday, volume 1 Tipler, volume 1 Procedimento experimental a) Variando a massa M do carrinho no sistema representado abaixo, meça o intervalo de tempo para que o carrinho, saindo do repouso, da posição x0, atinja a posição x1 indicada. Escolha valores apropriados de x0 e x1, levando em conta o tamanho da corda; Δx = x1-x0 M m b) Realize a medida do intervalo de tempo 5 vezes e calcule o valor médio, preenchendo a tabela abaixo. Selecione os valores de M dentre os disponíveis junto ao equipamento do colchão de ar; 20 Δt1 Δt2 Δt3 Δt4 Δt5 Δt(s) Δt2 a m F=P c) Calcule os valores da aceleração correspondente e faça um gráfico da aceleração em função da massa total em movimento (M + m); d) Linearize o gráfico ( use a função y = cxn, onde x = M + m), determinando os valores de c e n; F , qual o significado de n e c? e) Compare com a relação a = M+m f) Por que não pode ser usada apenas a massa do carrinho M como variável x na linearização acima? 21 7. Experimento N° 7 - Atrito Objetivos Obter experimentalmente o valor do coeficiente de atrito de diferentes superfícies e identificar e comparar atrito estático e atrito cinético. Material Uma mola, um conjunto de pesos, suporte para mola com régua graduada em “mm”. Fundamentação teórica Fundamentos da Física 3 - 4a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Física 2, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Procedimento experimental Parte A: Atrito Estático Bloco Dinamômetro Madeira c) Monte o equipamento conforme o esquema acima. O dinamômetro deve ficar na horizontal, fixo ao suporte. O fio de nylon preso ao dinamômetro e ao bloco de madeira que estará sobre uma superfície de material conhecido e móvel. d) Estique o fio de nylon, puxando levemente a prancha de madeira sob o bloco de madeira. Observe e registre a elongação do dinamômetro. e) Determine a força de atrito estática máxima (é aquela que o dinamômetro registra no instante em que o bloco está por entrar em movimento). Anote o valor na tabela I. f) Conhecendo a massa de cada blovo, determine o coeficiente de atrito estático entre as duas superfícies em questão. g) O coeficiente de atrito mudará de o bloco for colocado com a menor superfície em contato? h) Se for colocado mais um bloco sobre o primeiro, o que acontecerá com a força de atrito e com o coeficiente de atrito? 22 N F(N) N Fs µs Tabela I Atrito Cinético a) Usando procedimentos semelhantes aos anteriores, puxe a prancha de madeira com velocidade constante, de modo a obter um registro praticamente constante no dinamômetro. Anote o valor lido na tabela II. b) Relacione este valor com o encontrado na Tabela I. c) Determine o coeficiente de atrito cinético e compare com o estático. N F(N) N Fk µk Tabela II Parte B a) Coloque o bloco de massa conhecida sobre uma das extremidades da prancha de madeira. b) Incline-a levemente e observe o estado de repouso do bloco. 23 L mg h mg m c) Anote o ângulo da régua com a horizontal no exato momento em que o bloco entra em movimento, ou meça a altura h e a distância L (ver figura acima). d) Determine a força de atrito estático e o coeficiente de atrito estático entre o bloco e o plano inclinado. Preencha a tabela III com os valores. N h L Tabela III 24 µk=tg θ =h/L Fk 8. Experimento N° 8 – Determinação da expressão matemática da força centrípeta Objetivos Obter a relação matemática entre a força centrípeta e a massa, velocidade angular e raio de giro de um corpo que se movimenta com velocidade angular constante. Material Papel milimetrado, papel di-log, Simulações de resultados experimentais. Fundamentação teórica 1. Fundamentos da Física 1 - 6a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 2001. 2. Física 1, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Procedimento experimental Inicialmente, monte o dispositivo representado na figura 1. No mesmo um carrinho de massa m variável é colocado no sobre um trilho giratório. O carrinho está ligado a um dinamômetro incorporado ao conjunto por um fio de massa desprezível, que passa por uma polia também de massa desprezível, conforme a figura. O trilho é colocado em movimento circular com velocidade angular constante por um motor cuja rotação pode ser controlada. Um sensor de posição permite a leitura do período ou da freqüência de revolução. O dinamômetro fornece uma leitura direta da força centrípeta (o que aconteceria com o carrinho caso ele não estivesse preso pelo fio?). Uma vez que o sistema esteja funcionando, é possível verificar a dependência da força centrípeta F = mω 2 r com a massa m, velocidade angular ω e raio do movimento r. Para atingir este objetivo, execute os passos descritos nos itens abaixo. a) Coloque o trilho em movimento a uma dada velocidade angular ω e mantenha a massa do carrinho fixa em m. Anote o valor da força centrípeta lida no dinamômetro para diversos comprimentos do fio (e portanto diversos valores do raio r). Preencha a tabela I abaixo. b) Repita o procedimento para um raio r e velocidade angular W fixos. Faça a leitura da tensão na corda (T=Fc) para diversos valores de massa do carrinho (se necessário, coloque algumas massas calibradas sobre o mesmo). Preencha as tabela II abaixo. c) Repita o procedimento para um raio r e massa m fixos. Faça a leitura da tensão na corda (T=Fc) para diversos valores de velocidade angular ω do carrinho. Preencha as tabela III abaixo. 25 Figura 1. Foto do equipamento utilizado c) A partir dos dados tabelados, construir gráficos que representem a dependência entre F e r, F e m e F e ω. d) Identifique as relações lineares e não lineares. e) Determine os parâmetros de cada função obtida. f) Estabeleça a relação matemática de cada função. g) Compare as três relações matemáticas obtidas e generalize para F = f(r, m, ω) e estabeleça a expressão matemática da força centrípeta. Anexo: Fórmulas e expressões úteis ds = r ⋅ dθ v = r ⋅ω ac = r ⋅ ω 2 Fc = m ⋅ r ⋅ ω 2 2π ⋅ r v = 2π ⋅ r ⋅ f = T 2π ⋅ ω= = 2π ⋅ f T 26 Tabela I F(N) r (m) m= ω= Tabela III F(N) ω (rad/s) m= r= Tabela II F(N) m(Kg) r= ω= 27 9. Experimento N° 9 – Conservação da energia mecânica Objetivos Verificar experimentalmente conservação da energia mecânica. Material Equipamento de colchão de ar devidamente inclinado, carrinho, cronômetros eletrônicos e régua milimetrada. Fundamentação teórica 1. Fundamentos da Física 1 - 6a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 2001. 2. Física 1, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Procedimento experimental 9.1. Tendo montado o equipamento de colchão de ar conforme a figura anterior, meça o ângulo de inclinação do trilho. 9.2. Meça a massa do carrinho a ser utilizado no experimento. 9.3. Escolha duas posições para posicionar o sensor. Faça sua escolha de forma que o carrinho tenha velocidades visivelmente diferentes nas duas posições. 9.4. Meça a diferença de altura entre as duas posições. Determine a energia potencial do carrinho nas posições 1 e 2. 9.5. Solte o carrinho várias vezes, medindo o tempo que ele leva para passar por cada sensor. Δx A velocidade instantânea do carrinho na posição de cada sensor é dada por v1 = e Δt1 Δx v2 = , onde Δx é a largura da haste montada sobre o carrinho (é ela que interrompe Δt 2 o feixe de luz infravermelha, conforme indicado na figura abaixo). 28 9.6. Preencha a tabela a seguir, com os dados coletados: Medida No 1 Δt1(s) Δt2(s) v1 (m/s) v2 (m/s) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Valores Médios Desvio Padrão 9.7. Em seguida, preencha a tabela abaixo e compare as energias cinética, potencial e a energia total nas posições 1 e 2. Medida No Ek(J) U(J) ET(J) Posição 1 Posição 2 9.8. A energia se conserva? Explique e discuta as possíveis fontes de erro em seu experimento. 9.9. A força gravitacional é uma força conservativa? Qual o significado de ser ou não ser conservativa. 29 10. Experimento N° 10 - Equilíbrio Objetivos Estudar as condições de equilíbrio translacional e rotacional. Material Suporte, barra de ferro de 60 cm (graduada), suporte para massas e massas de 10g. Fundamentação teórica 1. Fundamentos da Física 1 - 6a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 2001. 2. Física 1, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Procedimento experimental a) Suspenda a barra pelo centro de gravidade em “O” e verifique se ficou na horizontal; O B A b) A massa de cada metade da barra interfere no equilíbrio? Por que? c) Coloque uma massa de 20g entre os pontos A e O da figura. O que você observa? d) Determine o torque. Que sinal você atribuirá ao torque? e) Equilibre a barra com massas nas duas metades, AO e OB. Expresse a relação entre os pesos e as distâncias ao ponto O. f) Preencha a tabela abaixo: xA (cm) mA (g) 05 20 10 20 15 20 20 20 25 20 30 20 PA (N) xB (cm) mB (g) 30 10 40 20 50 20 30 PB (N) g) Na tabela 1 encontre os valores para o equilíbrio. Em que condições se estabelece o equilíbrio? h) Desloque o ponto de apoio para um dos furos ao lado. Determine o peso e a massa da barra, anote na tabela 2. i) Na tabela 2, encontre os valores para o equilíbrio, nesta nova condição: xA(cm) mA(g) 10 30 20 20 PA(N) xB(cm) mB(g) 22,5 PB(N) xcm 5cm 70 31 5cm mbarra Pbarra 11. Experimento N° 11 – Conservação do momento linear: colisões Objetivos Verificar a conservação do momento linear, o impulso e a conservação da energia através do estudo do choque entre dois carrinhos sobre um trilho de ar. Material Trilho de ar, carrinhos apropriados, gerador de ar, cronômetros com sensores, massas de 1g e de 50g. Fundamentação Teórica 1. Fundamentos da Física 1 - 6a ed, D. Halliday, R. Resnick and J. Walker. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 2001. 2. Física 1, P. Tipler, Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1995. Procedimento Experimental a) Monte o equipamento conforme mostrado na figura abaixo. Certifique-se que não exista nenhuma tendência de os carrinhos se moverem devido a alguma inclinação indesejada do trilho. b) Certifique-se que a massa do carrinho I seja igual à massa do carrinho II. c) Dispare o carrinho I contra o carrinho II. Este último deve estar em repouso na posição central do trilho (aproximadamente). d) Determine a velocidade inicial e final de cada carrinho. e) Verifique se houve conservação do momento linear após o choque. f) Adicione 100g de massa ao carrinho II (50g em cada um dos lados) e repita os procedimentos dos itens (c) (d) e (e). g) O que é esperado acontecer quando a massa do carrinho I for maior do que a massa do carrinho II? Verifique sua resposta experimentalmente. h) Calcule o impulso sofrido por cada um dos carrinhos levando em conta o estado de movimento m de ambos antes e depois das colisões. i) Calcule a energia cinética de cada carrinho antes e depois da colisão e analise os resultados obtidos. j) Calcule o coeficiente de restituição dos carrinhos. Observação: devido a não ser possível obter sempre a mesma velocidade inicial do carrinho I, não se pode repetir as colisões um determinado número de vezes para obter valores médios das velocidades inicial e final. 32 12. Experimento N° 12 – Momento de inércia Objetivos Calcular o momento de inércia de um aro. Material Utilizado Anilhas, Aro de Bicicleta, fios, régua, suportes. Fundamentação Teórica e Procedimento Experimental A primeira lei de Newton estabelece que se a força resultante sobre um corpo for nula, os únicos estados de movimento possíveis para o corpo são estados de velocidade constante (inclusive nula). A mudança de um estado a outro, com velocidade diferente, só é possível se o corpo fica sob a ação de uma força resultante não nula. A segunda lei de Newton estabelece que a velocidade do corpo varia tanto mais rapidamente por efeito de uma força resultante não nula quanto menor for a sua massa. Assim, a massa mede a inércia do corpo. Mas, quando se consideram movimentos de rotação, a medida mais apropriada da inércia de um corpo é o seu momento de inércia. O objetivo dessa atividade é determinar o momento de inércia de um aro. Anote as massas M do aro e m do corpo suspenso, e os raios R do aro e r do cabeçote. Com duas voltas de fio no cabeçote e o sistema em repouso, deixe o aro girar movido pelo corpo suspenso. Anote o tempo t para que o fio se desenrole do cabeçote e as distâncias d1 e d2, de descida e de subida do corpo suspenso, respectivamente. Esses dados permitem determinar o momento de inércia do aro. A segunda lei de Newton, aplicada ao corpo suspenso, fornece: mg − T' − FA = ma e como T’ = T vem: T = m (g − a) − FA FA é o módulo da força de atrito, que pode ser determinado por conservação da energia: FA (d1 + d2 ) = mg (d1 − d2 ) onde o lado esquerdo representa o trabalho da força de atrito durante o percurso de descida e de subida do corpo suspenso e o lado direito, a sua (do corpo) variação de energia. Assim: FA = mg ( d1 − d2 ) / (d1 + d2 ) Assim, d1 e d2 determinam o módulo da força de atrito. Pela fórmula θ − θ0 = ω0t + ½ α t2 aplicada às duas voltas de desenrolamento do fio, o módulo da aceleração angular do sistema aro + cabeçote fica: α = 8π / t 2 33 O módulo da aceleração linear do corpo suspenso pode ser calculada pela fórmula a = αr. Dessa maneira, os módulos da aceleração linear do corpo e da aceleração angular do aro podem ser determinados a partir do tempo t. A tensão no fio provoca um torque de módulo τ = rT no sistema aro + cabeçote. Pela segunda lei de Newton para rotações, τ = Iα, onde I representa o momento de inércia do aro (já que o cabeçote é muito pequeno e não conta). Assim, finalmente, temos para o momento de inércia do aro: I = rT / α Calcule, com os seus dados e as fórmulas acima, o momento de inércia do aro. Compare esse resultado com o valor obtido diretamente da fórmula I = MR2. 34