A importância da Albumina Sérica no processo de
cicatrização de feridas
III SIMPÓSIO SOBRE FERIDAS E ESTOMAS EM PACIENTES ONCOLÓGICOS
Letícia Faria Serpa
Albumina Sérica e Feridas

A albumina é uma proteína presente em grande concentração no plasma humano e
cuja concentração plasmática é a mais elevada. Seu peso molecular é de 68.000
Daltons e é a principal responsável pela manutenção da pressão oncótica
intravascular.

É sintetizada no fígado, pelos hepatócitos. A síntese diária média de albumina é de
120 a 200 mg/Kg de peso e o tempo médio de síntese é de 20 minutos. Dois terços da
albumina corporal estão no compartimento extravascular e apenas um terço no setor
intravascular.
(Resolução RDC nº 115, de 10 de maio de 2004 - Diretrizes para o uso de Albumina)
Albumina Sérica e Feridas
• Marcador bioquímico para diagnóstico de Desnutrição:
• Albumina: < 3,0 mg/dl
• Pré Albumina: < 15 mg/dl
• Transferrina: < 200 mg/dl
• Obtido antes da implementação de qualquer terapia
•
História nutricional completa
• Individualização da terapia
(Kavalukas and Barbul. Nutrition and Wound Healing. Plast. Reconstr. Surg. 127: 2011)
Albumina Sérica e Feridas
• Albumina: Meia vida de 12 a 21 dias
– Pobre indicador de níveis de proteína visceral
•
•
•
•
•
São afetadas pelo estado de hidratação
alterações no metabolismo
Infecções
estresse agudo
Pré Albumina: Meia vida de 2 a 3 dias
– Indicador do estado nutricional de maior acurácia
• estado de hidratação
• estresse metabólico
• inflamação
(Posthauer ME, Dorner B, Collins N. Nutrition: A Critical Component of Wound Healing.
Adv Skin Wound Care, 2010)
Albumina Sérica e Feridas
• Taxa de síntese hepática:
– regulada pela quantidade de aminoácidos que chega ao fígado
– pela pressão coloidosmótica do plasma
• Velocidade de degradação
• Volume de distribuição nos líquidos corporais
• Oferta diminuída de aminoácidos ou aumento da pressão coloidosmótica
do plasma: ↓ síntese de albumina
• Estresse: cirurgia, trauma, infecção e irradiação: ↓ síntese
Albumina Sérica e Feridas
•
O trato gastrintestinal e o endotélio vascular são os principais
sítios de degradação de albumina:
– Em média 6 a 10% da albumina corporal total são
destruídos por dia.
– Alteração da função hepática
– Estado de hidratação: desidratação x sobrecarga hídrica
Albumina Sérica e Feridas
•
Depleção Proteica contribui para o atraso na cicatrização:
• Diminui a angiogênese
• Diminui a proliferação de fibroblastos
• reduzindo a síntese e remodelação de colágeno
• Níveis de Albumina < 3,0 mg/dl estão associados com
edema tecidual.
(Paggiaro AO, Teixeira Neto N, Ferreira MC. Princípios gerais do tratamento de feridas. Rev Med (São Paulo) 2010)
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Necessidades Nutricionais em Feridas
• Calorias: 20 a 35 kcal/kg/dia
• Proteínas: 1,2 a 1,5 g/kg/dia
• Carboidratos: 5 a 7 mg/kg/dia
• Gordura: 0,5 a 1,0 g/kg/dia
• Vitamina C: 60 mg/dia
• Vitamina A: 20000 a 25000 UI/dia(10 dias)
• Zinco: 12 a 15 mg/dia
• Água: 1,5 a 2,0 litros/dia
Albumina Sérica e Feridas
Necessidades Nutricionais em Feridas
Albumina Sérica e Feridas
 A albumina não é uma boa fonte protéica, principalmente quando comparada às
soluções parenterais de aminoácidos e aos lisados protéicos das soluções enterais.
 Não há elementos que justifiquem a utilização da albumina para correção de
hipoalbuminemia.

Ascites de origem neoplásica: o uso de albumina pode estar indicado apenas após
paracenteses evacuadoras.
(Resolução RDC nº 115, de 10 de maio de 2004 - Diretrizes para o uso de Albumina)
Albumina Sérica e Feridas
• Hipoalbuminemia
•
•
•
Leve: 3,0 a 3,5 g/dl
Moderada: 2,5 a 3,0 g/dl
Grave: < 2,5 g/dl
Transferrina:
Proteína carreadora do retinol: 2,5 a 7,6 mg/ml
Estudo Fife et al(2001):
* Baixo peso: 50% UP
* Albumina < 3,5g/dl: 21,4% UP
Albumina Sérica e Feridas
• Guia para o cuidado nutricional
• Indicador de prognóstico nutricional
– Estudo: Estado nutricional como um preditor de
cicatrização de feridas após amputação
• Níveis normais de albumina e de linfócitos totais
aumentaram o índice de cicatrização.
(Arnold M, Barbul A. Nutrition and Wound Healing. Plastic and Reconstructive Surgery, 2006)
Desnutrição: Hipoalbuminemia
Consequências:
• Aumento de complicações sépticas
• Dependência prolongada da ventilação mecânica
• Pneumonia
• Retardo na cicatrização de feridas
(Kavalukas and Barbul. Nutrition and Wound Healing. Plast. Reconstr. Surg. 127: 2011)
Albumina Sérica e Feridas
Consequências da Hipoalbuminemia
•
•
•
•
•
•
Hipercatabolismo
Alteração da imunidade
Retardo na cicatrização de feridas
Aumento de deiscência de anastomoses
Aparecimento de Fístulas
Edema intersticial: Mucosa intestinal:
• compromete a capacidade absortiva de água e eletrólitos
• diminui a motilidade gástrica e intestinal
• Diarréia
(Eduardo Botelho de Carvalho e Marcelo Mascarenhas Corrêa)
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• Nascimento CCS, Castanho LA. Terapia Nutricional na Cicatrização de
Úlceras de Pressão. Relato de caso. 2006.
– Objetivo: Avaliar o estado nutricional inicial e final da Terapia
nutricional e a evolução da cicatrização.
– Metodologia: Prospectivo, três pacientes portadores de UP e que
receberam suplemento nutricional
• O estado nutricional foi avaliado no início e ao final da terapia nutricional,
através de parâmetros antropométricos (dobra cutânea triciptal – DCT- e
circunferência muscular do braço - CMB), e laboratoriais (albumina e
contagem total de linfócitos - CTL).
• O processo cicatricial foi observado semanalmente, durante a realização
de curativos pelas enfermeiras da equipe, e registrado no protocolo de
acompanhamento, onde havia uma escala de cicatrização.
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Nascimento CCS, Castanho LA. Terapia Nutricional na Cicatrização de Úlceras
de Pressão. Relato de caso. 2006.
• Quanto ao processo cicatricial, todas as lesões tiveram evolução favorável,
com a formação de tecido de granulação e reepitelização.
•
O comprometimento do estado nutricional inicial seria um fator
desfavorável ‘a cicatrização, se não houvesse a intervenção dietética.
•
O aumento da albumina sérica e dos linfócitos totais favoreceu as fases
inflamatória e proliferativa.
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Nascimento CCS, Castanho LA. Terapia Nutricional na Cicatrização de Úlceras
de Pressão. Relato de caso. 2006.
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• Estudo: Efeito da Desnutrição na Cicatrização de Anastomoses Colônicas:
Estudo Experimental em Ratos. Ferreira MM, Scialom JM, Campos AD,
Ramalho LLZ, Marchini JS, Feres O, Rocha JJR. Ver. Bras Coloproct, 2006.
– O objetivo deste estudo experimental é avaliar a cicatrização
de anastomoses colônicas em ratos, na vigência de
desnutrição protéico-calórica e hipoalbuminemia.
• Grupo I (Grupo controle): avaliação da anastomose colônica em 15 ratos
previamente hígidos, sem desnutrição. Oferta de ração à vontade.
• Grupo II (Desnutrição protéico-calórica): avaliação da anastomose colônica em
33 ratos previamente hígidos, com desnutrição protéico-calórica provocada
por alimentação restrita à metade da ração normalmente ingerida pelos ratos,
durante 21 dias.
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Resultado: Não foi encontrada diferença significativa em relação à albumina sérica e a presença
de esteatose hepática, provavelmente devido ao curto período de desnutrição a que os animais
foram submetidos, não havendo tempo hábil para mudança desses parâmetros.
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Serpa LS, Santos VLCG. Capacidade preditiva da Sub escala Nutrição da escala de
Braden para predizer o risco para o desenvolvimento de UP. Tese [Doutorado] EEUSP,
2006.
 Estudo: Prospectivo, 2 hospitais privados, geral
 Amostra: 170 pacientes
 Idade: Média: 66,99±15,43
 Sexo: Masculino: 57,05%
 Escore médio de risco segundo Braden: 12,26 (com UP)
15,03 (sem UP)
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•
As variáveis mais importantes para predizer o desenvolvimento de UP, foram a albumina
(OR=5,226, p<0,001); ANSG (OR= 3,246, p < 0,001) e a idade (OR= 1,594, p< 0,001)
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Antropometria
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Peso
Altura
IMC
Pregas cutâneas
Avaliação Bioquímica
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•
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Albumina
Transferrina
Contagem total de Linfócitos
Avaliação Subjetiva
Triagem Nutricional
Cálculo da Necessidade Protéico-calórica
Observação da ingestão de nutrientes
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A cicatrização é um processo sistêmico
facilitado por
um ambiente adequado
Considerações Finais
OBRIGADA.
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