Placenta prévia Descolamento prematura da placenta (DPP) Prof. Rafael Celestino Placenta prévia Em condições normais o ovo se implanta no corpo uterino. Quando a implantação ocorre fora do corpo, chama-se implantação heterotópica; A placenta prévia é uma implantação heterotópica, em que a placenta se implanta no segmento inferior do útero, ocluindo total ou parcialmente o orifício interno do colo do útero Placenta prévia Ocorre após as 28 semanas de gestação; Classsifica-se em: -Placenta prévia total; -Placenta prévia parcial; -Placenta prévia marginal; Placenta prévia O grau de placenta prévia varia com a dilatação da cérvice; Principais fatores de risco: -Multiparidade; -Idade materna avançada; -Cicatrizes uterinas prévias (cesárias); -Aborto provocado; -Tabagismo. Placenta prévia A placenta prévia está relacionada com alterações atróficas e inflamatórias do endométrio, acompanhada de vascularização defeituosa; Quadro clínico Sangramento vermelho vivo, rutilantes, sem queixas dolorosas acompanhadas; Não causa grande repercussão hemodinâmica e cessa espontaneamente; Inicia-se ao final do 2º trimestre e ao longo do 3º devido estiramento das fibras miometriais; Não há distúrbio de coagulação, nem sangue retido. Diagnóstico Exame clínico: sangramento na 2ª metade da gestação + exame especular; Toque vaginal contra-indicado; USG: confirma o diagnóstico de forma precisa e segura; Atentar para fenômeno da migração placentária no 1º e 2º trimestres que podem confundir o diagnóstico. Condutas Gestação pré-termo: expectante. Avaliar a série vermelha do sangue e maturidade do concepto; Administrar corticóides para acelerar a maturidade fetal devido o risco de parto prematuro; Tocólise: inibem as contrações uterinas (sulfato de magnésio, bloqueadores dos canais de cálcio. Condutas Gestação a termo: depende das condições maternas, localização da placenta e vitalidade do feto; Placenta total: cesariana; Placenta marginal, ou feto morto ou com anomalias incompatíveis com a vida: parto transpélvico a depender das condições maternas; Realizar amniotomia e preparar CC. DPP Separação completa ou parcial da placenta, após 20 semanas de placenta normalmente inserida, antes da expusão do concepto; Descolamento superior a 50% é imcompatível com a vida; É condição importante pela repercussão materna e no concepto. DPP Situações que ocasionam maior risco: *Doenças hipertensivas; *Retração uterina; *Brevidade do cordão; *Anemias; *Tabagismo; *Traumatismo abdominal Fisiopatologia Descolamento sangramento retroplacentário infiltração na parede uterina - irritação das células miometrais - hipertonia miometral aumento do consumo de oxigênio – hipóxia - diminuição da contratilidade uterina - HIPOTONIA UTERINA; O feto encontra-se em hipóxia; Quadro clínico Hemorragia: 80% exteriorizado sangue vivo rutilante; 20% oculto que é exteriorizado tardiamente de coloração escurecida; Dor abdominal de início abrupto e aguda; Hemoâmnio: o sangue pode alcançar a cavidade amniótica; Hipertonia uterina. Quadro clínico Inicialmente não há comprometimento fetal, porém a progressão do quadro é rápida e ocorre deterioração da vitalidade fetal e seu óbito; Hipovolemia- Taquicardia-Hipotensão-Pele fria e úmida-Oligúria/Anúria. O pulso inicialmente pode está normal, não refletindo o quadro materno. Diagnóstico Exame físico: sangramento, hipertonia e sinais de choque; USG: confirma o diagnóstico pelo hematoma retroplacentário; BCFs: desacelerações, bradicardia, oscilações. Condutas Medidas gerais: veia calibrosa; débito urinário; SSVV de 15 em 15 minutos; reposição volêmica a partir da PVC; hemáceas, plasma e plaquetas; Monitorar sangramento; Requer rápida resolução da gestação, pelo alto risco de deterioração do concepto e risco materno Condutas Concepto vivo: cesariana; Concepto morto: parto vaginal indicado somente se houver dilatação maior de 8 cm e apresentação fetal baixa.