Brasília - Sexta-feira, 7 de dezembro de 2001 CÂMARA DOS DEPUTADOS DEV OLU ÇÃ O A TID RAN GA Jornal da Câmara PRT - 47-840/92 Ano 3 - Nº 687 Plenário aprova reajuste dos professores PEC da imunidade no Senado A PEC da imunidade parlamentar, aprovada, em segundo turno, na última quarta-feira pela Câmara, já começou a tramitar no Senado. A proposta foi lida em plenário e o senador José Fogaça foi designado relator da matéria. Os autógrafos da PEC foram entregues ontem pelo presidente Aécio Neves ao presidente do Senado, Ramez Tebet. “É uma proposta que irá revolucionar a representação parlamentar no Brasil, transformando-a qualitativamente, já que os partidos agora terão de avaliar melhor as suas filiações”, declarou Aécio. Página 3 Malan aponta solidez do sistema bancário como resultado do Proer Seguridade terá grupo para examinar Programa de Medicamentos para Carentes Página 5 Página 8 Interpretação da AGU para emenda da saúde é considerada inconstitucional Parecer do deputado Alceu Collares (PDT-RS) à Consulta 6, de 2001, da presidência da Câmara sobre a interpretação da Advocacia-Geral da União (AGU) à emenda constitucional 29, que instituiu a vinculação constitucional de recursos orçamentários para as ações e serviços de saúde foi aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça e de Redação. No relatório aprovado, a interpretação da AGU é considerada inconstitucional e lesiva aos preceitos fundamentais relacionados à saúde pública e prevê-se um prejuízo de R$ 5,5 bilhões até 2004 nos repasses orçamentários para o setor, caso seja mantida a decisão. Página 2 Jornal da Câmara Sônia Baiocchi Um acordo de lideranças garantiu ontem a aprovação dos projetos de lei que reajustam os salários dos professores das instituições federais de ensino e dos servidores da Previdência Social. As propostas da categoria apresentadas durante as negociações com o MEC foram enviadas em Mensagem da Presidência da República e incorporadas ao texto pelo relator da Comissão de Educação, deputado Nelson Marchezan (PSDBRS). Nas negociações foram incluídas mais duas categorias que serão beneficiadas pelos reajustes os médicos residentes e os professores civis em instituições de ensino vinculadas ao Ministério da Defesa. Foi ainda aprovado o PL 5.493/01, que institui gratificação de desempenho para os servidores civis do Executivo sem plano de carreira, que representarão acrés- cimos de 21% a 86% nos salários de acordo com o cargo ocupado. Para os dois projetos, o desembolso previsto no próximo ano chega a R$ 900 milhões, dos quais R$ 366 milhões deverão sair da reserva de contingência destinada a emendas de parlamentares no Orçamento de 2002. Código Civil A redação final do novo Código Civil também foi aprovada com correções apenas por problemas de impressão do texto. O projeto, de 2.046 artigos, irá a sanção presidencial e entrará em vigor somente um ano após sua publicação para as novas normas serem assimiladas pela sociedade. Página 2 Aécio convida OEA a participar do Fórum Parlamentar das Américas Salú Parente também a situação da O presidente Aécio democracia nos países Neves (PSDB-MG) reamericanos. Aécio chacebeu ontem o secretámou atenção para o imrio-geral da Organizaportante papel que a ção dos Estados AmeOEA tem tido na Américanos (OEA), César rica Latina, por sua atuGavíria, a quem conviação em temas que têm dou para participar do preocupado todos os Fórum Parlamentar das Américas, que reunipaíses, como o terrorismo e a segurança herá os presidentes dos misférica. Em reuniões parlamentos dos 35 feitas após os atentados países americanos no aos Estados Unidos, a Congresso Nacional. O evento dará conti- Aécio recebe o secretário-geral da OEA, César Gavíria OEA aprovou uma renuidade aos debates sobre integra- ração de suas prerrogativas legis- solução que coloca o ato terrorista ção da Área de Livre Comércio lativas. Enfatizou especialmen- como um ataque a todos os países das Américas (Alca), iniciados du- te a importância da aprovação americanos. Quanto à segurança rante o seminário “O Brasil e a em segundo turno, da PEC da hemisférica, a intenção é a de criar Alca”, em outubro. imunidade parlamentar, como uma atmosfera que propicie maior confiança e segurança e incentive Aécio destacou as mudanças parte do pacote ético. por que vem passando o ConO presidente da Câmara e o re- a resolução de disputas por vias digresso brasileiro, com a recupe- presentante da OEA discutiram plomáticas e jurídicas. Na Internet: E-mail: www.camara.gov.br j o r n a l @ c a m a r a . g o v. b r 2 - Brasília, 7 de dezembro de 2001 POLÍTICA Jornal da Câmara Acordo garante aprovação de reajuste dos professores O plenário aprovou, na sessão extraordinária de ontem, os projetos de lei que reajustam os salários dos professores das instituições federais de ensino e dos servidores da Previdência Social. As correções acertadas recentemente no projeto entre as entidades representativas dos professores e o MEC foram enviadas em mensagem da Presidência da República e incorporadas ao texto pelo relator na Comissão de Educação, deputado Nelson Marchezan (PSDB-RS). Segundo o parlamentar, houve um esforço conjunto de todas as lideranças para se chegar a um acordo. “Gostaria de registrar esse amplo entendimento na Casa, com a colaboração de todos. Sempre me senti apoiado pelo presidente Aécio Neves, que várias vezes telefonou-me para acompanhar o processo. Quero registrar ainda a compreensão da Andif e da Andes, principalmente, sempre firmes na defesa de seus liderados”, ressaltou. Também os relatores pelas comissões do Trabalho, de Constituição e Justiça e de Finanças e Tributação, deputados Freire Júnior (PMDB-TO), Professor Luizinho (PT-SP) e José Carlos Aleluia (PFL-BA), emitiram pareceres favoráveis ao projeto. Nas negociações foram incluídas mais duas categorias que serão beneficiadas pelos reajustes - os médicos residentes e os professores civis em instituições de ensino vinculadas ao Ministério da Defesa. Para o deputado Gilmar Machado (PT-MG), “a greve mostrou que não é com intransigência que a questão é resolvida e o grande derrotado foi o ministro Paulo Renato, que recusou o diálogo tentando derrotar o movimento”. Ele lamentou o fato de o governo não ter negociado no início da greve. Foi aprovado também o PL 5.493/01, instituindo a Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-administrativa para os servidores civis do Executivo sem pla- no de carreira, que prevê acréscimos de 21% a 86%, de acordo com o cargo ocupado e a avaliação de desempenho. Para os dois projetos, o desembolso previsto no próximo ano chega a R$ 900 milhões, dos quais R$ 366 milhões deverão sair da reserva de contingência destinada a emendas de parlamentares no Orçamento de 2002. Urgência Foram aprovados ainda requerimentos de urgência para sete projetos de lei, dos quais dois referem-se às matérias acertadas pela bancada feminina com a presidência para inclusão na Ordem do Dia. A CPI do Banespa também foi prorrogada por 60 dias. CCJR considera parecer da AGU inconstitucional A Comissão de Constituição e Justiça e de Redação aprovou, ontem, o parecer do deputado Alceu Collares (PDT-RS) à Consulta 6, de 2001, da presidência da Câmara sobre a interpretação da Advocacia-Geral da União à Emenda Constitucional 29, que instituiu a vinculação constitucional de recursos orçamentários para as ações e serviços de saúde. O parecer de Alceu Collares considera a interpretação da AGU inconstitucional e lesiva aos preceitos fundamentais relacionados à saúde pública e prevê um prejuízo de R$ 5,5 bilhões até 2004 nos repasses orçamentários . A divergência se refere à interpretação da AGU para o princípio de anterioridade no cálculo dos recursos mínimos a serem aplicados em ações e serviços públicos de saúde. A AdvocaciaGeral da União concluiu que a expressão “ano anterior” do artigo 77 das Disposições Constitucionais Transitórias, que fixou os percentuais para investimentos em saúde até a aprovação de uma lei complementar, refere-se ao exercício financeiro de 2000. Todo cálculo, assim, deveria tomar como base o ano de 2000. O relatório do deputado Alceu Collares, aprovado pela CCJR, adverte, no entanto, que a interpretação é inconstitucional, pois os constituintes deixam clara a intenção de uma perspectiva crescente na correção dos valores entre 2000 e 2004 e a partir de 2005, se ainda não hou- ver sido votada a lei complementar específica. O parlamentar, em seu relatório, argumenta que “os recursos a serem alocados num dado ano devem ser superiores ao do ano anterior”, tendo em vista “a tendência de crescimento inercial das necessidades com saúde, num país com as carências sociais que o Brasil apresenta”. O relator constatou que a fórmula de cálculo sugerida pela AGU já provocou em 2001 uma perda de receita para o setor de saúde de R$ 1,1 bilhão e apresentou uma projeção demonstrando que até 2004 o prejuízo será de R$ 5,5 bilhões. A matéria foi encaminhada à CCJR pelo presidente Aécio Ne- Decisão agora será encaminhada ao presidente da Casa ves, a partir de questão de ordem uma Ação Direta de Inconstituformulada pelo deputado Ursici- cionalidade (Adin) no STF. A no Queiroz (PFL-BA). A inter- matéria agora será encaminhada pretação da AGU gerou uma ba- à presidência da Casa que decitalha jurídica em torno do assun- dirá os procedimentos seguintes, to, tendo provocado, inclusive com base na decisão da CCJR. Código Civil vai a sanção A redação final do novo Código Civil também foi aprovada, com correções apenas por problemas de impressão do texto. O projeto, de 2.046 artigos, irá à sanção presidencial e entrará em vigor somente um ano após sua publicação, para as novas normas serem assimiladas pela sociedade. Dentre as mudanças na área de família estão a possibilidade de alterar o regime de bens após o casamento, a redução da maioridade civil de 21 para 18 anos, o fim da diferença entre filhos legítimo e adotivo e da figura do chefe de família. O testamento poderá ser verbal e a herança será dividida igualmente para pais, filhos e cônjuges. Na separação, a guarda dos filhos será concedida a quem tiver melhores condições de criá-los. Nas regras de relação civil, o código estipula que o condômino que criar incompatibilidade de convivência com outros moradores poderá ser multado em até dez vezes o valor do condomínio. Outra inovação é a possibilidade de confisco de imóveis dos que não pagarem débitos tributários. Projeto de lei torna crime abusos de chefes ou patrões O Brasil poderá ser o segundo país do mundo, depois da França, a punir com penas de detenção os chefes ou patrões que causarem tortura psicológica ou física a seus subordinados ou empregados. O Projeto de Lei 4.742/01 que introduz artigo no Código Penal Brasileiro, tipificando os crimes de assédio moral no trabalho, foi aprovado ontem pela Comissão de Constituição Justiça e de Redação e será encaminhado ao plenário da Casa. Pelo projeto, o chefe ou o patrão que depreciar a imagem ou o desempenho de um servi- dor público ou de um trabalhador da iniciativa privada, sem justa causa, ou tratá-lo com rigor excessivo poderá sofrer pena de detenção de um a dois anos. O autor do projeto, deputado Marcos de Jesus (PL-PE), estima que no Brasil cerca de 40 milhões de trabalhadores sofrem algum tipo de assédio moral. Ele citou estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que indicam um contigente de 13 milhões de pessoas na Europa afetadas por algum tipo de comportamento abusivo de seus chefes. No Brasil, o assédio moral foi Deputado Marcos de Jesus comprovado por estudos científicos elaborados pela médica do trabalho e pesquisadora da PUC de São Paulo, Margarida Barreto. Em consultas realizadas em sindicatos, ela constatou um alto grau de depressão psicológica em trabalhadores que se queixavam de serem perseguidos por seus chefes. Como exemplos de assédio moral, o autor da proposta citou atitudes como sobrecarregar os subordinados com tarefas impossíveis de serem realizadas, mudar o local físico de trabalho para outro de condições precárias, ignorar o empregado, só se dirigindo a ele através de terceiros, entre outras arbitrariedades. POLÍTICA O Congresso Nacional deverá instalar o Conselho de Comunicação Social até o fim do ano legislativo. A informação é do presidente Aécio Neves, atendendo solicitação da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), coordenadora da bancada feminina. Ela considera a iniciativa inadiável e classifica o conselho como uma conquista do movimento de mulheres. A deputada explica que o conselho é um instrumento fundamental de controle da radiodifusão no Brasil e vai atender à necessidade de se melhorar o conteúdo e a qualidade da programação das emissoras de rádio e televisão, cuja responsabilidade social vem sendo reclamada por toda a sociedade. “O Conselho de Comunicação Social sempre foi uma necessidade, mas nunca interessou aos meios de comunicação a sua instalação. Agora não dá mais para esperar. A sociedade começa a reclamar que não se privilegie mais o lucro em detrimento do educativo”, afirmou. Para Jandira Feghali, as emissoras de televisão, na busca por audiência, não podem exibir qualquer programa agredindo valores humanos e sociais. “Não se trata de uma visão atrasada de censura pura e simples ou uma visão sem Elton Bonfim Congresso instala conselho de comunicação até o fim do mês Deputada Jandira Feghali critérios do que seria uma programação saudável da radiodifusão brasileira. O conselho será um fórum que pode ajudar muito para que se tenha um mínimo de controle social”, ressalvou. A deputada relatou a movimentação feita neste ano pela bancada feminina, junto à presidência da Câmara e do Senado, que, devido à crise institucional vivida com a saída de dois presidentes, acabou provocando o adiamento da instalação do conselho. “Tanto o deputado Aécio Neves como, agora, o senador Ramez Tebet, mostraram-se sensíveis à implementação da medida”, acrescentou. Aécio encaminha PEC da imunidade ao Senado O presidente Aécio Neves (PSDB-MG), acompanhado dos líderes do PFL e do PT, entregou os autógrafos da PEC da imunidade parlamentar, aprovada em segundo turno pela Câmara na última quarta-feira, ao presidente do Senado, senador Ramez Tebet (PMDB-MS). “Este é o grande momento do Parlamento brasileiro neste ano, pois marca a aprovação de uma proposta que irá revolucionar a representação parlamentar no Brasil, transformando-a qualitativamente, já que os partidos agora terão de avaliar melhor as suas filiações”, declarou o presidente. Aécio pediu a Tebet que a proposta seja aprovada da forma como está, pois acredita que ela foi resultado do consenso que garantiu o voto de 442 parlamentares, na votação da última quarta-feira. “Peço que possamos entregar o texto que resgata a mais importante instituição democrática do país o mais rápido possível à sociedade brasileira”, ressaltou. Tebet disse que há aceitação do texto da Câmara pelos senadores e que a matéria será colocada em votação assim que pos- Órgão foi criado em 1988 Criado pela Constituição de 88 como órgão auxiliar do Congresso Nacional, o Conselho de Comunicação Social até hoje não foi instalado, embora a Lei 8.389 de 1991, que o regulamentou, previsse a eleição de seus membros em até 60 dias e sua instalação em até 30 dias após a sua eleição. Ao Conselho de Comunicação Social cabe realizar estudos, pareceres, recomendações e atender a outras solicitações que forem encaminhadas, pelo Congresso Nacional, na defesa da pessoa e da família de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem a Constituição. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão deverão dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas, respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família, promover a cultura nacional e regional, estimular a produção independente para sua divulgação e regionalização e garantir um percentual de regionalização da produção cultural, artística e jornalística é o que estabelece a constituição. De acordo com a Lei 8.389/91, o Conselho de Comunicação Social, que também deve defender a liberdade de manifestação do pensamento, da criação, da expressão e da informação, será composto por 13 membros assim definidos: um representante das empresas de rádio, um das empresas de televisão, um de empresas de imprensa escrita, um engenheiro especialista em comunicação social, um jornalista, um radialista, um artista, um representante das categorias pro- Brasília, 7 de dezembro de 2001 - 3 fissionais de cinema e vídeo e cinco representantes da sociedade civil. Os membros serão eleitos em sessão conjunta do Congresso Nacional, podendo as entidades representativas dos setores que comporão o conselho sugerir nomes à Mesa do Congresso Nacional. Os conselheiros terão estabilidade no emprego durante o período de seus mandatos, cuja duração será de dois anos, permitida uma recondução. O presidente e vice-presidente serão eleitos pelo conselho dentre os cinco representantes da sociedade civil. A lei prevê ainda que as despesas com a instalação e funcionamento do Conselho de Comunicação Social serão financiadas com recursos do orçamento do Senado Federal. Sônia Baiocchi Jornal da Câmara Proposta já foi lida em plenário e o relator será o senador José Fogaça sível. “Temos uma vontade muito grande de aprovar logo o texto, pois os senadores consideram que a Câmara aprimorou o projeto que saiu do Senado há dois anos, mas não podemos deixar que esse anseio sobrepuje a Constituição Federal e o Regimento Interno da Casa”, afirmou. O presidente do Senado explicou que, na noite em que o texto foi aprovado em segundo turno na Câmara, entrou em contato com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, senador Bernardo Cabral, que já nomeou o senador José Fogaça como relator da matéria. A expectativa é de que a CCJ dê o seu parecer na próxima semana. Logo após a entrega dos autógrafos por Aécio, a PEC foi lida no plenário do Senado e será publicada hoje. Tebet lembrou que poucos países no mundo têm um texto tão avançado sobre imunidade parlamentar. Presidente considera positivos resultados dos trabalhos em 2001 Aécio disse estar satisfeito com os trabalhos desenvolvidos na Câmara dos Deputados durante o ano de 2001. “Felizmente, a Câmara entendeu a necessidade de enfrentar não só o problema da imunidade parlamentar, mas muitos outros que foram tratados neste ano”, comemorou. O presidente lembrou que esta será a primeira vez que a Câmara votará um orçamento com a participação da sociedade. Isso porque a Comissão de Legislação Participa- tiva, que recebe projetos de entidades da sociedade civil, apresentou emendas orçamentárias, assim como as demais comissões permanentes. “É o orçamento participativo chegando à Câmara dos Deputados”, avaliou. Aécio declarou ainda que o projeto que corrige a tabela do Imposto de Renda poderá ser votado na próxima semana. Ele disse esperar que o governo avance nas conversas sobre o assunto com os líderes da base, para que seja viabilizado um acordo. 4 - Brasília, 7 de dezembro de 2001 ECONOMIA Jornal da Câmara Comissão debate formas de Deputados defendem ampliar adesão ao Simples verbas do Orçamento Valéria Aragão A Câmara dos Deputados, a Receita Federal e o INSS deverão formar um grupo de trabalho para analisar alternativas de aperfeiçoamento da legislação tributária relacionada às micro e pequenas empresas. A idéia foi apresentada pelo deputado Pedro Eugênio (PT-PE) durante a audiência pública realizada ontem pela Comissão de Finanças e Tributação com a participação do secretário adjunto da Receita Federal, Ricardo O deputado Pedro Eugênio (C) presidiu a audiência pública Pinheiro, a coordenadorageral de Arrecadação do INSS, encontram na informalidade ade- pela internet ou diretamente nos Lieda Amaral de Souza, o presi- rissem ao Simples, o universo de terminais de auto-atendimento. dente da Federação Nacional das contribuintes aumentaria, com- Representantes dos contabilistas Empresas de Serviços Contáveis pensando as possíveis perdas. Ao e parlamentares foram unânimes e de Assessoramento (Fenacon), mesmo tempo em que concordou em afirmar que a medida terá exPedro Coelho Neto, e uma repre- com a análise da Fenacon, o de- trema dificuldade de aplicação sentante do Conselho Federal de putado Germano Rigotto por parte de muitas pequenas emContabilidade, Marta Arakaki. (PMDB-RS) lembrou que o se- presas que não têm acesso à rede, A principal questão envolven- cretário da Receita Federal, Eve- sem falar naquelas que não posdo o Sistema Integrado de Paga- rardo Maciel, já admitiu que o suem, sequer, uma conta bancámento de Imposto e Contribuição Simples, justamente por esse ria. A sugestão de Pedro Coelho (Simples) está relacionada à am- fato, levou a uma ampliação da é que as empresas com guias de pliação do universo de empresas que arrecadação. A presidente do valor até R$ 1 mil possam contipretendem aderir ao sistema. Segun- CFC acrescentou que 53% dos tra- nuar realizando seus pagamentos do Lieda de Souza, se atendidas to- balhadores brasileiros não têm re- nos guichês de caixa. das as solicitações judiciais existen- gistro em carteira, o que poderá ser Outra sugestão apresentada tes, haverá, em 2002, uma renúncia minimizado com o Simples. Essa foi a unificação da data de recotributária da ordem de R$ 2,6 bilhões, expectativa foi confirmada pelo re- lhimento dos encargos sociais. valor esse que deveria ser compen- presentante da Receita, segundo o Atualmente, o INSS é pago no dia sado de alguma forma. Na mesma li- qual, desde que o sistema foi apro- 2, o FGTS no dia 7 e o Imposto nha da representante da Previdência, vado, foram criados 526 mil novos de Renda semanalmente. A idéia o secretário adjunto da Receita lem- vínculos empregatícios. é que os pagamentos possam ser brou que, quando da sua implantaBenefícios feitos no dia 15 de cada mês. Os ção, em 1996, o Simples resultou em Outro tema bastante debati- representantes da Receita e do uma perda de arrecadação de R$ 1 do na audiência pública foi a INSS prometeram analisar a bilhão, montante que vem sendo re- obrigatoriedade definida pelo idéia. Lieda de Souza ressaltou, cuperado ano após ano e já em 2000 Ministério da Previdência de contudo, que esse adiamento girava em torno de R$ 600 milhões. que, a partir de janeiro de 2002, pode implicar a mudança das Um estudo apresentado pelo a guia de previdência social seja datas de pagamento dos benefípresidente da Fenacon mostra, to- exclusivamente eletrônica, de- cios previdenciários que, atualdavia, que, se as empresas que se vendo seu pagamento ocorrer mente, vão até o dia 10. Pompeo de Mattos condena divisão da Petrobras A Petrobras está sendo privatizada aos poucos, sem que ninguém se dê conta disto. A afirmação é do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), ao denunciar que a Lei 9.478, de iniciativa do governo FHC, permite que a Petrobras se transforme em holding, repar- tindo-se em várias empresas. “A sociedade brasileira precisa se dar conta de que, por este acordo, chamado de troca de ativos, a Petrobras está entregando 30% da Refinaria Alberto Pasqualini e uma série de postos de gasolina nos estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, causando prejuízos para o país de US$ 2,3 bilhões”, enfatizou o parlamentar. Ele pediu à bancada gaúcha, ao governo de seu estado e à sociedade civil organizada que lutem para que a refinaria não seja entregue a outras companhias. para área social O deputado Carlos Nader (PFL-RJ) apelou ao Ministério da Previdência e Assistência Social que encontre em seu orçamento uma forma de destinar verbas especificamente para programas de assistência e amparo aos idosos, a fim de resgatar a dignidade daqueles que, por um longo tempo, dedicaram seu suor, força física e intelectual ao desenvolvimento do país. Ele propõe que sejam feitos convênios inclusive com entidades não governamentais, pois acha que está mais do que na hora de se acabar com o inaceitável preconceito de que o idoso não tem mais nenhuma serventia à sociedade. “E os idosos sem recursos financeiros são os que mais sofrem: além de viverem em condições subumanas, são vítimas do desprezo, do esquecimento e da falta de perspectivas”, ressaltou Nader. Ao informar que disponibilizará os R$ 2 milhões referentes às emendas individuais do Orçamento Geral da União para 2002 em favor da área social, o deputado Nilson Mourão (PT-AC) destacou que suas propostas vão priorizar as crianças carentes, idosos, pequenos agricultores, extrativistas e a melhoria da saúde e do bem-estar da população do estado do Acre. O parlamentar ressaltou que também se empenhou em defender a aprovação de cinco emendas na Comissão de Agricultura e Política Rural que visam fortalecer a agricultura brasileira. “As emendas destinam recursos para equalizar os juros e bônus de adimplência no alongamento de dívidas dos agricultores, bem como para a pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia para segurança alimentar e ambiental”, destacou. Paulo Octávio propõe apoio do Legislativo ao setor turístico O deputado Paulo Octávio (PFL-DF) defendeu em plenário a criação da comissão permanente de turismo da Câmara. O parlamentar do Distrito Federal lembrou que o III Congresso Brasileiro da Atividade Turística, realizado na Casa em novembro e promovido pela Subcomissão de Turismo, teve como maior objetivo sensibilizar os parlamentares para a necessidade da criação da nova comissão. “Trata-se de medida necessária para dar o respaldo a esta atividade econômica de maior importância”, disse. Paulo Octávio acredita que o Brasil passa por um momento favorável para o desenvolvimento do turismo, já que os turistas estão optando por áreas mais seguras, após os atentados terroristas nos Estados Unidos. O parlamentar propôs ainda o aumento de entradas internacionais no país, incentivo ao turismo de fronteira, a viabilização de ações junto ao Poder Executivo que facilitem cruzeiros marítimos no Brasil, dentre outras medidas que, na sua opinião, vão conferir maior organização e eficiência ao setor. Konder Reis quer rever preço do gás boliviano O deputado Antonio Carlos Konder Reis (PFL-SC) pediu a adoção de urgentes medidas do governo federal para instituir a equalização do preço do gás e desta forma contornar os prejuízos que atingem todo o setor industrial da Região Sul. Com preços variando com base no câmbio, por ser 100% de origem boliviana, o gás que abastece Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná tem um custo relativo superior a 156%, contra 100% do custo pago no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, por exemplo, onde grande parte do gás tem origem nacional. Com isso, adverte o deputado, há sérios riscos para todo o parque industrial, em especial o de cerâmica e o têxtil, onde trabalham mais de 1,5 milhão de trabalhadores. Destacou ainda que estes setores representam cerca de 17% do PIB da região. Jornal da Câmara ECONOMIA/POLÍTICA Brasília, 7 de dezembro de 2001 - 5 Malan diz na CPI que Proer evitou quebradeira Valéria Aragão Durante depoimento onquais as instituições estavam tem à CPI do Proer, o ministro desacostumadas a lidar. “Hada Fazenda, Pedro Malan, gavia um número expressivo de rantiu que o objetivo do Probancos que tinham custos de grama de Reestruturação dos administração incompatíveis Bancos Privados não era socom sua capacidade de geracorrer bancos falidos. Ao conção de receitas”, afirmou. trário, a intenção era “preserPara defender a decisão do var a economia de milhões de governo, Malan lembrou que brasileiros” e o funcionamennão se tratava de patrimônio de to do sistema financeiro como bancos, mas de uma perda toum todo, através de um decital de recursos de terceiros, e são rápida, antes que os proque governo de nenhum país blemas de uma instituição prodo mundo deixaria de agir nesvocassem um colapso do siste caso. Ele citou o exemplo tema, assegurou Malan. dos Estados Unidos, cujo proO ministro da Fazenda Pedro Malan explica na CPI os objetivos do Proer O ministro da Fazenda grama de recuperação do sisafirmou que não socorrer os Para Malan, o cidadão comum do um comitê de gerenciamento tema financeiro custou aos cofres bancos significaria correr o ris- talvez não tenha interesse em se das instituições financeiras fe- do governo entre US$ 200 bico de conseqüências imprevisí- inteirar dos detalhes do Proer, derais antes da criação do Pla- lhões e US$ 300 bilhões. veis para o funcionamento do mas, segundo ele, foi graças ao no Real, entre junho e julho de Sobre as propostas apresentasistema. “Hoje, o sistema ban- programa que este mesmo cida- 1994. A orientação era criar das para saneamento do Bamerincário brasileiro é reconhecido dão “não sabe o que é uma crise formas de impedir a queda de dus, o ministro da Fazenda lemcomo sólido por analistas de bancária, do tipo que viveram liquidez do sistema financeiro brou que a equipe econômica não setores privados e públicos de vários países, não só em desen- porque se apostava na diminui- abria mão da troca do controle das todo o mundo”, salientou, ao volvimento, mas também desen- ção abrupta da inflação – que na instituições que sofreram interressaltar que esta solidez só foi volvidos”. Ainda segundo o mi- época estava em mais de 2000% venção. O deputado Rubens Bualcançada devido a trabalhos nistro, a crise bancária poderia ter ao ano – o que levaria a uma eno (PPS-PR) questionou a decique foram desenvolvidos ao ocorrido, caso tivéssemos tido perda da receita inflacionária. são do HSBC de lançar no prejuuma postura passiva. longo dos últimos anos. Esta perda, segundo ele, pode- ízo suas ações do Bamerindus, em O ministro da Fazenda infor- ria chegar a um terço das recei- 31 de dezembro de 1996, quando mou aos parlamentares os crité- tas dos bancos. o preço do lote de mil ações era rios utilizados pelo governo fede R$ 18. Malan respondeu que Estabilização deral para evitar que instituições O ministro disse ainda que, na o fato não diz respeito ao goverfinanceiras em crise viessem a ocasião, o governo insistia na ne- no. “De qualquer forma, é possíquebrar, ocasião em que foi in- cessidade de mudanças mais es- vel que a decisão tenha contribuvestido o equivalente a R$ 27 bi- truturais para se adaptar a um ce- ído para agravar a situação, mas lhões em valores atuais. Ele lem- nário de estabilização, pois sabia certamente não foi determinante O deputado Fernando Ferbrou que o governo já havia cria- que surgiriam problemas com os para a crise do banco”, garantiu. ro (PT-PE) alertou para o perigo que a crise do setor energético americano poderá geJ.Batista rar no mercado brasileiro. Isto porque, segundo explicou o parlamentar, a privatização promovida pelo governo brasileiro na distribuição de energia torna o setor vulnerável às crises externas. O deputado citou como exemplo a decretação de concordata e falência da sétima maior empresa da área de energia dos Estados Unidos, a Enron. Conforme ressaltou Ferro, a empresa tem presença na economia brasileira pois é uma das que participaram da privatização da Cesp e Eletropaulo. “A crise da Enron revela, portanto, uma atitude do governo americano que levou a tal globaliO diretor-geral da Câmara, Sérgio Sampaio, deu posse nesta semana a mais oito zação às últimas conseqüêncandidatos aprovados para os cargos de Consultor de Orçamento e Fiscalização Financias, causando o afastamento do Estado de serviços essenceira - sete deles - e Analista de Informática Legislativa. Até o momento já foram convociais, como é o caso de supricados 25 candidatos para a consultoria da Câmara, do concurso realizado em 1998. mento de energia”, concluiu. Ferro alerta para efeitos da crise energética dos EUA Milton Temer questiona ajuda seletiva O deputado Milton Temer (PT-RJ) considera que o Proer foi o instrumento escolhido pelo governo para beneficiar banqueiros pré-determinados. Para o parlamentar, o fato de não existirem provas de corrupção não quer dizer que estas não tenham ocorrido. “O que existe de concreto é que o socorro existiu apenas para setores específicos do sistema financeiro”, salientou Temer. Em sua opinião, o Unibanco, por exemplo, não teria condições de comprar sozinho o Banco Nacional. O ministro Pedro Malan descartou enfaticamente a suspeita de favorecimento político nos casos dos bancos Econômico, Nacional e Bamerindus. Questionado pelo parlamentar carioca se teria conduzido as negociações da venda do Bamerindus para o HSBC, o ministro da Fazenda negou e garantiu ter tido apenas um encontro com controladores do banco HSBC, em janeiro de 1996. Malan admitiu ter aproveitado viagem a Londres, em janeiro de 1997, para sondar o interesse dos dirigentes do HSBC em aumentar sua participação no capital do Bamerindus. Como esses diretores disseram que iriam explorar a possibilidade, o ministro transmitiu a informação ao exsenador José Eduardo Andrade Vieira. “E isto é tudo o que eu tenho a dizer a respeito do episódio”, disse Malan. GERAL 6 - Brasília, 7 de dezembro de 2001 Eni Voltolini quer agilizar Agenda 21 nacional O atraso na elaboração da Agenda 21 nacional preocupa o deputado Eni Voltolini (PPBSC), que apresentou requerimento ao ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, solicitando explicações sobre as razões pelas quais, passados nove anos da realização da Eco-92, o documento ainda não está pronto. Para ele, isso só acontece porque o governo não considera prioritárias as ações ligadas à área ambiental. A Agenda 21 é um documento concluído durante aquela conferência, realizada no Rio de Janeiro, quando os países participantes traçaram um programa de trabalho para este século com o propósito de encaminhar soluções para os principais problemas ambientais do mundo contemporâneo. Na oca- sião, os 173 países comprometeram-se a elaborar suas agendas internas. “Desses, 30 já concluíram seus documentos, mas o Brasil corre o risco de comparecer à reunião das Nações Unidas Rio+10, marcada para setembro do ano que vem, em Johanesburgo, na África do Sul, sem apresentar a sua agenda”, alertou o parlamentar. Voltolini considera um absurdo esse atraso, principalmente tratando-se da nação mais rica do mundo em biodiversidade, já que abriga cerca de 56 mil espécies de plantas, 1.600 de pássaros e 77 de primatas. A agenda brasileira, que está sendo preparada há anos, deve determinar as diretrizes para assegurar a sustentabilidade da política de desenvolvimento do país. O de- putado catarinense disse não aceitar as justificativas apresentadas pela coordenadora da Agenda 21 brasileira, Maria do Carmo Lima Bezerra, de que estaria enfrentando dificuldades de organizar as informações contendo aspectos sócioeconômicos e ambientais por conta das desigualdades sociais e regionais do país. A imprensa já divulgou que o governo garante que concluirá o documento até abril de 2002, mas Voltolini informou que diversos especialistas da área ambiental, como por exemplo, Roberto Messias Franco, diretor para a América Latina da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), temem o não cumprimento desse prazo. “Ou, pior que isto, a elaboração às pressas de um arremedo de agenda apenas para evitar constrangimentos em Johanesburgo”, finalizou Eni Voltolini. Padre Roque denuncia irregularidades em assentamento no MT O deputado Padre Roque (PT-PR) denunciou irregularidades no assentamento para fins de reforma agrária denominado Assentamento Brasil Novo, no município de Querência, no Mato Grosso. Ele informou que a empresa contratada pelo Incra, por intermédio de licitação, para construir 200 moradias no local do assentamento, edificou apenas 195, das quais 100 desabaram com a ocorrência das chuvas. Além disso, após receber o pagamento pela construção dessas moradias, a empresa foi desfeita. Sem ter a quem recorrer, os assentados pediram ANEXO I, 15ºANDAR, SALA 605 318-5098/99 Jornal da Câmara FF : (0: (061)61)318-2196 ONE XX AX XX ajuda à Comissão de Direitos Humanos da Câmara. O parlamentar paranaense informou que a comissão vai determinar uma missão externa para visitar o local, conhecer o drama dos assentados e denunciar as irregularidades às autoridades competentes. Jornal da Câmara Haroldo Bezerra propõe criação da universidade federal do sul do Pará O deputado Haroldo Bezerra (PSDB-PA) pediu o apoio dos parlamentares para sua proposta de criação da universidade federal do sul do Pará, cuja sede será em Marabá, cidade pólo da região. Ele informou que a indicação conta com a assinatura de todos os membros da bancada paraense, e leva em conta as “enormes desigualdades” regionais do estado. Ao propor a descentralização do ensino superior para criar uma universidade no sul do Pará, ele visa capacitar e integrar toda a juventude no processo de desenvolvimento da região. “Há mais de 1 milhão e 200 mil habitantes e cerca de 120 mil alunos dispostos a participar dessa atividade. Observou ainda o deputado paraense Para Aldo Arantes, construção de hidrovia vai degradar o Rio Araguaia O deputado Aldo Arantes (PCdoB-GO) manifestou-se contrário à construção da Hidrovia Araguaia-Tocantins, por entender que a obra vai promover a degradação do Rio Araguaia e do meio ambiente da região. O parlamentar goiano informou que apresentou projeto que proíbe a realização dessas obras, após realizar estudos e debates envolvendo a comunidade acadêmica de seu estado. Aldo Arantes disse ainda que várias entidades assinaram um manifesto criando o Tv Câmara - canal 14 -Net/DF canal 28 -Sky canal 235 -DirecTV Disque Câmara 0800 619619 Deputado Haroldo Bezerra que, no Norte do Brasil, estão assentados quase 10% da população e apenas 3,8% das universidades, enquanto que no Sul e no Centro-Oeste estão instaladas 72% das universidades. movimento em defesa do Rio Araguaia. Para o deputado, não há razão para a construção da hidrovia porque a região conta com a Ferrovia Norte-Sul como alternativa de transporte. “Há interesse de empreiteiras e grandes grupos econômicos querendo exatamente se locupletar de um saco sem fundo que vai ser o processo de retirada permanente de água do Rio Araguaia, trazendo conseqüências extremamente graves”, denunciou. Mídias Alternativas www.agencia.camara.gov.br Internet/Intranet [email protected] Jornal da Câmara na internet: www.camara.gov.br / E-mail: [email protected] Mesa da Câmara dos Deputados Presidente: Aécio Neves 1º Vice-Presidente: Efraim Morais 2º Vice-Presidente: Barbosa Neto 1º Secretário:Severino Cavalcanti 2º Secretário: Nilton Capixaba 3º Secretário: Paulo Rocha 4º Secretário:Ciro Nogueira Suplentes: Pedro Valadares, Salatiel Carvalho, Enio Bacci , Wilson Santos Procuradoria Parlamentar: Ricardo Izar Ouvidoria Parlamentar: Luiz Antonio Fleury Diretor-Geral: Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida Secretário-Geral da Mesa: Mozart Vianna de Paiva SECOM - Secretaria de Comunicação Social Jornal da Câmara Diretora: Amneres Pereira Diretora: Marina Carvalho (061) 318-5085 / Fax: (061) 318-2108 Divulgação: Juarez Pires (061) 318-5085 Relações Públicas: Flávio Elias F. Pinto (061) 318-5092 Rádio Câmara: Humberto Martins (061) 318-8310 TV Câmara: Roberto Stefanelli (061) 318-5080 Agência Câmara: Ademir Malavazi (061) 318-8473 Mídias Alternativas:Arnolfo Carvalho (061) 318-7420 (061) 318-5098/99 - Fax: (061) 318-2196 Editor-Chefe: Marcondes Sampaio Editores: Roberto Seabra, Paulo César Santos, Oscar Telles, Luiz Paulo Pieri, Vera Ramos Diagramadores: Antônio Alves Ferreira Júnior, José Alberto de Almeida Filho, André Cerino, José Antonio Filho Ilustrações: André Cerino Revisoras: Isolda Marinho, May Wolf, Francy Flach, Darisa de Castro Fotografia: J.Batista, Salu Parente, Sônia Baiocchi, Eltom Bomfim, Reynaldo Stavale Impressão: Comunidade Editora Ltda. GERAL Jornal da Câmara AGENDA Programação TV Câmara HORÁRIO Sexta 07/12 07:30 Palestra: Pais e Filhos Inimigos Íntimos 08:30 Tradição Ocidental: 14 A Queda de Roma 09:00 Plenário ao Vivo 12:30 Anos de Chumbo: 04 Expansão da Guerra e as Resistências 13:00 Reapresentação de Sessão Plenária ou de Comissão 18:00 Palestra: Pais e Filhos Inimigos Íntimos 19:00 Olhar da USP: Financiamento e Pesquisa I 19:30 TV Câmara Entrevista: 20:00 Vídeos da Fundação Joaquim Nabuco: Bajado, Um Artista de Olinda; Camara Cascudo - 100 Anos 20:30 Anos de Chumbo: 04 Expansão da Guerra e as Resistências 21:00 Tradição Ocidental: 14 A Queda de Roma 21:30 Jornal da Câmara 22:00 Brasil em Debate 22:30 Olhar da USP: Financiamento e Pesquisa I 23:30 Memória Política: Paulo Afonso 00:00 Conexão Sebrae 121 00:30 Tribuna Especial 01:00 Jornal da Câmara 01:30 Brasil em Debate 02:00 Tradição Ocidental: 14 A Queda de Roma 02:30 Memória Política: Paulo Afonso 03:30 TV Câmara Entrevista 04:00 Vídeos da Fundação Joaquim Nabuco: Bajado, Um Artista de Olinda; Camara Cascudo - 100 Anos 04:30 Palestra: Pais e Filhos Inimigos Íntimos 05:30 Anos de Chumbo: 04 Expansão da Guerra e as Resistências 06:00 Olhar da USP: Financiamento e Pesquisa I 06:30 Vídeo: Athaíde” HORÁRIO Sábado 08/12 07:30 Palestra: Família Prevenção de Drogas 08:30 Tradição Ocidental: 15 Império Bizantino 09:00 Brasil em Debate 09:30 Reapresentação de Sessão Plenária ou de Comissão 12:30 TV Câmara Entrevista: 13:00 Tribuna Especial 13:30 Reapresentação de Sessão Plenária ou de Comissão 18:00 Palestra: Família Prevenção de Drogas 19:00 TV Câmara Entrevista: 19:30 Tribuna Especial 20:00 Memória Política: Paulo Afonso 21:00 Tradição Ocidental: 15 Império Bizantino 21:30 Semana na Câmara 22:00 Brasil em Debate: 22:30 Sessão Especial - Luiz Carlos Vinhas 23:30 Memória Política: Paulo Afonso 00:30 Tribuna Especial 01:00 Semana na Câmara 01:30 Brasil em Debate: 02:00 Tradição Ocidental: 15 Império Bizantino 02:30 Sessão Especial - Luiz Carlos Vinhas 03:30 TV Câmara Entrevista 04:00 Vídeo: “Agenda Alternativa” 04:30 Palestra: Família Prevenção de Drogas 05:30 Reapresentação de Sessão Plenária ou de Comissão HORÁRIO Domingo 09/12 07:30 Palestra: O Uso das Drogas na Adolescência: O Regaste da Competência dos Pais 08:30 Tradição Ocidental: 16 A Queda de Bizâncio 09:00 Brasil em Debate: 09:30 Reapresentação de Sessão Plenária ou de Comissão 12:00 TV Câmara Entrevista: 12:30 Tribuna Especial 13:00 Memória Política: Paulo Afonso 14:00 Sessão Especial - Luiz Carlos Vinhas 15:00 Vídeo: “Athaíde” 16:00 Olhar da USP: Financiamento e Pesquisa I 16:30 Conexão Sebrae 122 17:00 Vídeo: “A Invenção de Brasília” 18:00 Palestra: O Uso das Drogas na Adolescência: O Regaste da Competência dos Pais 19:00 TV Câmara Entrevista: 19:30 Tribuna Especial 20:00 Sessão Especial - Luiz Carlos Vinhas 21:00 Tradição Ocidental: 16 A Queda de Bizâncio 21:30 Semana na Câmara 22:00 Brasil em Debate: 22:30 Filme: Fogo Morto 00:30 Tribuna Especial 01:00 Semana na Câmara 01:30 Brasil em Debate: 02:00 Tradição Ocidental: 16 A Queda de Bizâncio 02:30 Filme: Fogo Morto 04:30 Palestra: O Uso das Drogas na Adolescência: O Regaste da Competência dos Pais 05:30 Vídeo: “Guerra do Contestado” 06:00 Sessão Especial - Luiz Carlos Vinhas 07:00 Olhar da USP: Financiamento e Pesquisa Brasília, 7 de dezembro de 2001 - 7 Seminário propõe debate público sobre criação de novos estados A realização de debates nos estados do Pará e do Amazonas para incentivar o envolvimento da sociedade nas discussões sobre o desmembramento dos estados da Região Norte foi a decisão adotada no segundo dia do seminário Redivisão Territorial da Amazônia, presidido nesta quinta-feira pelo deputado Dr. Benedito Dias (PPB-AP). Diante dos dados apresentados pelos técnicos do IBGE e do IPEA, os parlamentares preferiram não emitir um juízo definitivo sobre os projetos de redimensionamento territorial dos estados e apoiaram o requerimento encaminhado pela deputada Socorro Gomes (PCdoB-PA), sugerindo o debate público com os setores científico, empresarial e sindical daqueles dois estados. Segundo o representante do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Paulo César Martins, em toda a década de 80, apenas 483 municípios foram criados. Enquanto que, somente no ano de 97, surgiram 533 novos municípios, o que mostra uma tendência separatista. “Contudo, o IBGE contribui com o processo de redimensionamento apenas na coleta e fornecimento de dados estatísticos. A verificação da viabilidade sócio-econômica dos novos municípios foi feita pelo IPEA”, informou Martins. A representante do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas, Maria Cristina Mcdowell, fez uma explanação detalhada sobre os impactos da criação de novos estados na economia dos estados Valéria Aragão Convidados e deputados da Comissão da Amazônia e Desenvolvimento Regional debateram durante dois dias a redivisão territorial do Nordeste. Isso porque esses esPara Socorro Gomes, é importados dependem dos recursos do tante ampliar as discussões sobre Fundo de Participação dos Esta- a questão do redimensionamento dos para se manter, e “como o bolo territorial, uma vez que não se do FPE não irá aumentar, ao con- dispõe de informações detalhadas trário, será apenas redistribuído, sobre a viabilidade das propostas. temos que saber qual o impacto Ela atacou a argumentação de que que os estados já existentes sofre- o Pará e o Amazonas, por serem rão com a redução da sua fatia”, grandes, concentram pobreza e ponderou Maria Cristina. geram maior dificuldade adminisNo que se refere à posição da trativa. “Será que o tamanho é, de Presidência da República acerca fato, o fator preponderante para a do tema, o secretário de Acompa- intensificação da pobreza? Se asnhamento e Estudos Institucionais sim o fosse, o Piauí não seria tão do governo federal, José Alberto pobre. Parece-me que o que auCunha Couto, disse não haver dú- menta a miséria não é o tamanho vidas de que as condições sócio- do estado e sim a falta de vontaeconômicas dos estados criados de política de desenvolvê-lo”, derecentemente melhoraram em clarou a deputada. “Já que não razão da redivisão. “Além dis- disponho de todas os dados para so, estrategicamente, a presen- me posicionar contra ou a faça do Estado nas regiões de vor da redivisão, sugiro que lefronteira reduzirá a vulnerabi- vemos o debate àqueles estalidade do país e reforçará a idéia dos a fim de formarmos melhor de soberania nacional”, previu. juízo do tema”, observou. Deputados divergem sobre redivisão política O deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA) admitiu que o IBGE tem prestado relevante serviço de fornecimento de dados estatísticos e se disse conhecedor da deficiência do órgão em relação ao serviço de pessoal, mas salientou a ausência do instituto nos municípios mais longínquos do país, onde os dados são colhidos por amostragem e, por isso mesmo, não refletem fielmente sua realidade. “Embora seja favorável à proposta de redimensionamento territorial, devemos procurar conhecer melhor os dados relatados pelas duas instituições antes de emitir uma opinião definitiva”, disse. Para isso, informou Bentes, o IBGE deve ser mais preciso nas suas aferições. Haroldo Bezerra (PSDBPA) rebateu a afirmativa da deputada paraense, dizendo não se tratar de tamanho e sim de todo o contexto sócio-econômico que o estado apresenta. Babá (PTPA), posicionando-se radicalmente contra a reorganização de seu estado, criticou defensores da redivisão, argumentando que os estados estão na miséria, quando eles mesmos foram responsáveis pelo empobrecimento estadual. “Muito dinheiro dos Fundos de Participação e das riquezas naturais do nosso estado foi desviado por estes separatistas que durante anos exploraram nossas riquezas irregularmente”, frisou. Para Antonio Feijão (PSDB-AP), a divisão é um fato diante da insustentabilidade do atual modelo federativo. Mas deve ser tratada como uma certeza a longo prazo, a qual merece amadurecimento. “Não podemos querer resolver o assunto a curto prazo, quando ainda nem conhecemos todos as conseqüências que isso possa gerar”, registrou. 8 - Brasília, 7 de dezembro de 2001 GERAL Jornal da Câmara Seguridade abre debate sobre política nacional de medicamentos Valéria Aragão A Comissão de Segumente se for durante o ridade Social e Família recesso parlamentar, deve formar um grupo de que começa no próximo trabalho para debater a dia 15. A outra questão proposta da Associação também é temporal. AlBrasileira de Indústria guns deputados ficaram Farmacêutica (Abifarreceosos de que programa), de criação de um ma de auxílio-medicaprograma de acesso da mento do governo tenha população, principalmensido instituído menos te a mais carente, aos mepela população carente dicamentos. A sugestão e mais pelo período eleida presidente da comistoral que se aproxima. são, deputada Laura Car“O debate e a votaneiro (PFL-RJ), feita onção de uma política de tem durante audiência assistência farmacêutica pública, é ampla e pretené tarefa desta Casa e, em de ser o primeiro passo especial, da Comissão Abreu e Lima (E), Gonzalo Vecina, deputada Laura Carneiro e Ciro Mortella, da Abifarma para a formação de uma de Seguridade. Não política nacional de assistência No evento, em que o presi- mo tema, que estaria sendo ela- queremos que isso chegue farmacêutica. Responsável pela dente da Abifarma, Ciro Morte- borada pelo Ministério da Saúde. pronto do Executivo, mas que formulação de um projeto de lei lla, apresentou a sugestão da as- A preocupação se deve a dois seja debatido por vários setocomplementar da comissão, o sociação para um programa na- pontos principais. Primeiro, por- res para tentar fechar um texto grupo também tratará da regula- cional de acesso aos medicamen- que uma política nacional de me- de consenso”, sugeriu Laura ção das farmácias, setor avaliado tos, os parlamentares manifesta- dicamentos deveria ser debatida Carneiro, ressaltando ainda a na audiência como o mais desor- ram preocupação com relação à e votada pelo Legislativo, na ava- necessidade de se encontrar ganizado na cadeia produtiva e de medida provisória editada pelo liação dos deputados, e não esta- mecanismos para controle sodistribuição dos medicamentos. governo federal tratando do mes- belecida pelo governo, principal- cial na área farmacêutica. Abifarma explica programa e garante acesso a medicamentos para 50 milhões de brasileiros O presidente da Abifarma, Ciro Mortella, explicou aos deputados a proposta que servirá como base para os debates do grupo de trabalho, que contará ainda com a ajuda do Conselho Nacional de Saúde (CNS). A minuta propõe a criação de um programa nacional de acesso a medicamentos. De acordo com a sugestão, com o investimento público de R$ 4,8 bilhões será possível garantir o acesso de 50 milhões de pessoas à lista de remédios da Relação Nacional de Medicamentos (Rename), que atende às principais doenças no país. O programa estabelece a criação de um conselho consultivo, que define a lista de medicamentos que entrará no programa. E uma secretaria executiva, responsável pela realização de leilões na indústria, para obter os medicamentos com um preço sem- pre mais baixo. Um ponto fundamental é que, para isso, a Abifarma propõe a isenção de tributos. Os medicamentos são elaborados com uma embalagem especial, contendo um selo adesivo de código de barras. Cheque-receita Quando o médico do Sistema Único de Saúde (SUS) receitar um determinado medicamento, o paciente irá retirá-lo em qualquer farmácia de sua escolha, pagando um preço bem menor pelo produto. O selo adesivo da embalagem do medicamento é, então, colado à receita do paciente. E esta, chamada de chequereceita, será processada como um cheque pelo sistema financeiro do programa, que reembolsa as farmácias. “Todos têm a ganhar no processo: a população com acesso direto e efetivo ao medicamento; o governo com a ação social e politicamente eficiente, além do reordenamento fiscal com obje- tivo social; e o setor privado com a ampliação do mercado e o fim dos tabelamentos”, avaliou Mortella, que encaminhou a proposta à Câmara de Medicamentos, formada por representantes dos ministérios da Saúde, Fazenda, Justiça e Casa Civil. O representante da Confederação Nacional do Comércio, Adelmir Santana, manifestou apoio integral da entidade ao programa nacional de acesso a medicamentos proposto pela Abifarma. Em sua avaliação, a proposta deverá complementar a Lei dos Genéricos que, garantiu, não agregou novos consumidores, mas mudou o hábito de quem já comprava remédio e passou a adquirir o genérico para diminuir o custo. “Quem não tem R$ 5 também não tem R$ 3. O projeto vai agregar consumidores que hoje estão excluídos”, assegurou. Conselho de Saúde quer regulamentação O representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Mozart de Abreu e Lima, criticou a proposta da Abifarma para uma política de assistência farmacêutica e defendeu, para a solução do problema dos preços dos medicamentos, a regulamentação do mercado. O maior equívoco da proposta, segundo Mozart de Abreu, é utilizar as farmácias na distribuição dos medicamentos. “O sistema de comércio farmacêutico é caótico e, além de responsável pelos preços abusivos, é a parte que mais estimula a venda indevida de medicamentos”, disse. “Não podemos vincular recursos públicos de quase R$ 5 bilhões em um sistema que é o mais frágil da cadeia e o mais desorganizado”, acrescentou. O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Gonzalo Vecina Neto, destacou como principal mérito da proposta o fato de abrir à sociedade o debate sobre um assunto tão importante. Mas concordou que haverá dificuldade quanto à utilização das farmácias no processo de distribuição. “Temos que recuperar a farmácia enquanto estabelecimento de saúde, vendendo sob prescrição médica e sempre com a presença do farmacêutico”, indicou, ao ressaltar que tomou conhecimento da proposta da Abifarma apenas no dia anterior à audiência. Deputados avaliam proposta da Abifarma e criticam elaboração de MP O deputado Ivan Paixão (PPS-SE), ao revelar sua surpresa com a informação de que o governo prepara uma medida provisória para tratar da assistência farmacêutica, criticou a posição do governo de querer tratar de assuntos fundamentais para o país sem os debates necessários. Na avaliação do parlamentar, o projeto da Abifarma também não é positivo para a população. “É mais um remédio para as indústrias e farmácias do que para o povo. É mandar o hipocondríaco cuidar da farmácia”, disse, referindo-se ao fato de a Associação das Indústrias estar tratando de um assunto do seu interesse. Para o parlamentar, há dois problemas na proposta: a possibilidade de aprofundar a auto-medicação e o momento não apropriado para o debate do tema, às vésperas do processo eleitoral. “Sem falar que o receita-cheque será um antro de corrupção por esse país afora”, avaliou. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) registrou sua preocupação com o que chamou de “grande respaldo que o projeto da Abifarma parece ter dentro do Ministério da Saúde”. Para ele, não se pode debater uma política para a assistência farmacêutica sem se definir mecanismos de controle, a ser exercido pelo Poder Público. Henrique Fontana também sugeriu que a distribuição dos medicamentos não seja feita pelas farmácias, mas pela rede pública de saúde. “A distribuição deve ser o gerenciamento dentro dessa política de medicamentos. O controle do processo tem que ser nacional e as receitas, numeradas”, explicou o parlamentar gaúcho. Também participaram dos debates os deputados Dr. Rosinha (PT-PR), Jorge Alberto (PMDB-SE) e Rafael Guerra (PSDB-MG).