SETÚBAL
JORNAL MUNICIPAL.setembro | outubro 2011.ano 11.n.º 42
Festa une cidade
pág. 7
Qualidade garantida
Obra de mais
de 3 milhões
de euros
moderniza
Mercado do
Livramento,
de onde sai
a sardinha,
eleita o
melhor peixe
de Portugal
págs. 4, 5 e 15
Privatização da água e redução de autarquias preocupam
págs. 11 a 14
Orgulho coletivo
embeleza concelho
pág. 8
Música passa
de mão em mão
pág. 18
2SETÚBALsetembro|outubro11
Acordo Ortográfico
O “Setúbal – Jornal Municipal” é escrito de acordo com as regras
do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa aprovado em 1990,
que tem de entrar em vigor no País até ao início de 2014. Pedimos
a compreensão por qualquer lapso resultante da adaptação e das
dúvidas que ainda subsistem.
SETÚBAL
o 11.n.º 42
| outubro 2011.an
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Festa une cidade
pág. 7
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Obra de mais
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págs. 11 a 14
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Orgulho coletivho
embeleza concel
pág. 8
Música passa
de mão em mpágão
. 18
sumário
4 PRIMEIRO PLANO O Mercado do Livramento está renovado, mas mantém a tradição da qualidade dos
produtos. A requalificação também avança no Fórum Luísa Todi e moradores repararam prédio na Bela Vista.
6 LOCAL O Bosque do Centenário é um novo espaço de lazer num concelho que comemorou com entusiasmo
o feriado municipal. A privatização da água é um cenário que preocupa a Autarquia.
9 FREGUESIA Anunciada e Santa Maria foram as mais recentes freguesias por onde passou o “Ouvir a
População, Construir o Futuro”. A Junta de S. Simão criou um estaleiro e a do Sado recupera entrada no Faralhão.
10 AMBIENTE Terrenos baldios estão a ser limpos no âmbito de um plano de desmatações. O combate a
doenças que afetam o arvoredo do Concelho é outra das áreas de atuação em termos ambientais.
11 PLANO CENTRAL A campanha “Setúbal Mais Bonita” foi um exemplo de cidadania. Sete mil pessoas de
todas as idades participaram nas ações de voluntariado que, em muitos casos, foram propostas por munícipes.
15 TURISMO Setúbal tem o melhor prato de peixe do País, a sardinha assada, eleita uma das 7 Maravilhas da
Gastronomia. A ostra é outra iguaria de excelência como ficou demonstrado num festival que foi um êxito.
16 INCLUSÃO O apoio aos sem-abrigo é desenvolvido em Setúbal através de uma rede de parcerias. Câmara
Municipal e diversas entidades juntaram as mãos para enfrentar um problema que ganha novos contornos.
18 CULTURA O Mês da Música irradiou sonoridades por cada recanto de Setúbal, com iniciativas que
abriram as portas a outras expressões artísticas. A Festa do Teatro é outro evento em destaque no Concelho.
19 DESPORTO O melhor treinador de futebol do mundo, José Mourinho, é o patrono da edição de 2012 de
uma prova internacional de natação que decorre em Setúbal. A cidade discutiu a gestão desportiva.
20 EDUCAÇÃO A comunidade educativa foi recebida numa festa em que ficou a conhecer o que tem sido
feito para a melhoria do parque escolar. O ano letivo conta ainda com apoios para diversas atividades.
21 ACADEMIA Projetos inovadores continuam a sair da Escola Superior de Tecnologia. Professora propõe
desinfeção de águas com recurso a lâmpadas LED e aluna cria aparelho que facilita as análises ao sangue.
22 RETRATOS Praticamente todos os eventos de relevo contam com a presença de um “cameraman” que
trabalha por gosto. António Simões da Silva ocupa a reforma a registar o presente para memória futura.
23 INICIATIVA São 15 anos a percorrer caminhos da cultura em passeios que contribuem para uma mente sã
em corpo são. A aposta da SAL vai agora para rotas citadinas, no âmbito de protocolo com a Autarquia.
24 PLANO SEGUINTE O maestro Rui Serodio, pianista e autor de composições que inovaram dentro da
tradição, deixa saudade e um vazio nas artes. A Fundação Escola Profissional de Setúbal completa 20 anos.
informações úteis
Câmara Municipal
Setúbal - Jornal Municipal
Propriedade:
Câmara Municipal de Setúbal
Diretora: Maria das Dores Meira,
Presidente da CMS
Edição: DICI/Divisão de Comunicação
e Imagem
Coordenação Geral: Sérgio Mateus
Coordenação de Redação: João Monteiro
Redação: Hugo Martins, Manuel Cordeiro,
Marco Silva, Susana Manteigas
Fotografia: Mário Peneque, Rui Minderico
Paginação: Humberto F.
Impressão: Sogapal
Redação: DICI - Câmara Municipal
de Setúbal, Paços do Concelho,
Praça de Bocage, 2901-866 Setúbal
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Tiragem: 60.000 exemplares
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O Jornal Municipal é distribuído domiciliariamente
no concelho de Setúbal pelos CTT. Em caso
de deteção de alguma anomalia na distribuição,
é favor contactar a nossa redação pelo telefone
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Sugestões e informações dirigidas a este jornal
podem ser enviadas ao cuidado da redação
para o endereço indicado nesta ficha técnica.
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e Atividades Económicas
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265 545 150
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265 545 010 | 915 174 442
Arquivo Fotográfico Américo Ribeiro
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Posto Municipal de Turismo - Azeitão 265 229 255
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265 550 200
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Balcão CMS: 265 550 228/29/30
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Piquete de água 265 529 800
Praça de Bocage – Paços do Concelho
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Piquete de gás 800 273 030
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espaços culturais
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Urgências
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equipamentos
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desportivos
808 242 400
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Linha Saúde 24
Complexo Piscinas das Manteigadas
Av. da Bela Vista, 10
808 242 424
Via Cabeço da Bolota
265 751 003
Hospital S. Bernardo
265 729 600
265 549 000
Polo Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra
Hospital Ortopédico do Outão
Estrada Nacional 10, Pontes
Piscina Municipal das Palmeiras
265 543 900
265 706 833
Av. Independência das Colónias
Companhia Bombeiros Sapadores
265 542 590
Polo de S. Julião
265 522 122
Pct. Ilha da Madeira (à Av. de Angola)
Linha Verde CBSS
Piscina Municipal de Azeitão
265 552 210
800 212 216
Rua Dr. Agostinho Machado Faria
Bombeiros Voluntários de Setúbal
212
199
540
Polo Sebastião da Gama
265 538 090
Rua de Lisboa, 11, V. Nogueira Azeitão
Proteção Civil
Complexo
Municipal
212 188 398
265 739 330
de Atletismo de Setúbal
Proteção à Floresta
Estrada Vale da Rosa
Fórum Municipal Luísa Todi
117
265
793
980
Av. Luísa Todi, 61-67
Capitania do Porto de Setúbal
265 522 127
265 548 270
Pavilhão Municipal das Manteigadas
Comissão Proteção Crianças
Cinema Charlot – Auditório Municipal Via Cabeço da Bolota
e Jovens de Setúbal
265 739 890
Rua Dr. António Manuel Gamito
265 550 600
265 522 446
PSP
Pavilhão João dos Santos
Museu de Setúbal/Convento de Jesus
265 522 018
Rua Batalha do Viso
Galeria de Pintura Quinhentista
GNR
265 573 212
Rua do Balneário Dr. Paula Borba
265 522 022
265 537 890
editorial
3SETÚBALsetembro|outubro11
Mercado renovado
numa Setúbal
Mais Bonita
Cento e trinta e cinco anos depois de ter aberto as portas pela primeira vez, o Mercado
do Livramento, verdadeiro ícone de Setúbal e orgulho dos setubalenses, reabriu,
no dia 11 de outubro, renovado e mais funcional, mais agradável, mais moderno.
A reabertura aconteceu depois de um ano de obras e de funcionamento em instalações
que, apesar do caráter provisório, cumpriram eficazmente o objetivo de acolher
comerciantes e clientes num espaço onde todos se sentissem bem.
Foi um ano difícil, de menos conforto e funcionalidade reduzida, mas sempre com
a mesma qualidade na prestação dos serviços a que a nossa praça e os nossos comerciantes
e operadores nos habituaram.
Foi um ano de permanente diálogo e procura das melhores respostas para os comerciantes
do Mercado do Livramento, eles que, afinal, são a verdadeira alma desta praça.
Encerrada a primeira fase da obra, podemos afirmar, sem margem
om os setubalenses para qualquer dúvida, que esta foi uma operação muito complexa,
mas absolutamente bem sucedida.
e azeitonenses unidos
Complexa porque implicou a mudança de centenas de comerciantes
e de toda a logística que os envolve, durante um ano, para um espaço
etúbal e zeitão serão
provisório, no qual foi necessário construir bancas e locais de venda
ainda mais bonitas adequados às necessidades de cada um para que todos pudessem
prestar, como sempre fazem, o melhor serviço.
Bem sucedida porque, e isso foi óbvio ao longo do tempo em que o mercado funcionou
em instalações provisórias, tudo correu bem, todos ficaram satisfeitos com os seus espaços,
todos tiveram uma palavra a dizer no processo.
Com a participação de todos concluímos a parte mais importante desta obra.
Com a participação de todos fizemos um mercado melhor, fizemos uma cidade melhor.
C
,
S
A
Os setubalenses e azeitonenses uniram-se.
Juntos fizeram o concelho mais bonito, mais agradável.
Juntos deram um exemplo de cidadania e provaram que têm a certeza de que uma cidade
e um concelho melhor são possíveis.
Saíram de casa no fim de semana de 24 e 25 de setembro armados de pincéis, trinchas,
baldes de tinta, ancinhos e enxadas e fizeram mais cidade no embelezamento de espaços
públicos.
A mais poderosa ferramenta que levaram foi a vontade e a força para fazer com que
o concelho que é a nossa casa fosse ainda mais bonito.
A todos eles, às empresas, associações, coletividades, a todas as pessoas de boa vontade
que fizeram Setúbal Mais Bonita, provando que são mais os que querem fazer bem
do que aqueles que se empenham em sujar e destruir, a Câmara Municipal agradece.
Um agradecimento profundo que queremos repetir no próximo ano, quando, no primeiro
fim de semana de junho, se repetir esta iniciativa, que passa a ter periodicidade anual.
Estamos já abertos a receber mais e novas propostas.
Com os setubalenses e azeitonenses unidos, Setúbal e Azeitão serão ainda mais bonitas.
Obrigada a todos!
Presidente da Câmara Municipal de Setúbal
4SETÚBALsetembro|outubro11
Mercado
ganha
alma nova
O Mercado do Livramento está como novo. O espaço comercial
aumentou a qualidade com condições de funcionamento
requalificadas. As melhorias continuam com a ampliação do
edifício para a criação de uma zona técnica e há a possibilidade
de construção de um novo parque de estacionamento
primeiro
plano
O
comércio tradicional ganhou outro fulgor no
Mercado do Livramento, equipamento municipal histórico fundado há 135 anos e agora
totalmente remodelado, com novas e melhores condições de funcionamento para operadores e clientes.
A qualidade e a variedade dos produtos disponíveis, do peixe à carne, do pão e dos doces
regionais aos produtos hortofrutícolas e vinhos, continuam a surpreender setubalenses
e visitantes que mantêm o Mercado do Livramento no topo das preferências.
Com renovadas dinâmicas e um novo conceito de funcionamento, o Mercado do Livramento, “verdadeiro ícone de Setúbal e orgulho
dos setubalenses”, como sublinhou a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores
Meira, na cerimónia de reabertura do equipamento, a 11 de outubro, apresenta-se “mais
funcional e agradável”.
As novidades saltam à vista assim que se entra. Os locais de venda, agora mais amplos,
sem estruturas superiores e adaptados às
exigências legais, permitiram implementar o
conceito de espaço aberto, o que confere um
efeito de panorâmica geral.
As novas bancadas foram executadas em alvenaria e mármore. “Uma exigência dos nossos
comerciantes que ajuda a preservar a tradição da
praça de Setúbal e, num mundo estandardizado,
a criar a diferença que se impõe e tanto agrada
a quem aqui vem”, acentuou Maria das Dores
Meira.
A típica calçada portuguesa continua presente na alameda principal do Mercado do Livramento, onde foram colocadas quatro estátuas
que retratam algumas das atividades dos comerciantes.
As esculturas, da autoria de Augusto Cid, ofe-
recidas à Autarquia pela Fundação Buehler­
‑Brockhaus ao abrigo do mecenato, captam
a atenção dos clientes, que não perdem a
oportunidade de tirar uma fotografia com o
talhante, a florista, a camponesa e o descarregador de peixe.
As bancas de venda, com exceção de algumas
mudanças, estão dispostas da mesma forma, com a venda de peixe ao fundo e a zona
de produtores nas alas, enquanto as áreas de
restauração e talhos continuam em lojas localizadas também no piso térreo.
Os comerciantes do Mercado do Livramento
são “a verdadeira alma desta praça, o verdadeiro
motivo que atrai tanta gente a este espaço que,
mais do que a vertente comercial, é um local de
convívio de velhos e novos amigos e um ponto de
encontro para setubalenses e forasteiros”, vincou
a edil setubalense.
O mercado foi reaberto após um ano de profundas obras e de funcionamento temporário
em instalações que, “apesar do caráter provisório, cumpriram eficazmente o objetivo de acolher
comerciantes e clientes num espaço onde todos se
sentissem bem”, frisou a autarca, exprimindo,
emocionada: “Valeu a pena.”
A segunda fase de intervenções, com conclusão prevista para o final do ano, vai permitir
ampliar o edifício do Mercado do Livramento
com vista à criação de uma zona de cargas e
descargas, áreas de frio, portaria, arrecadação, balneários e instalações sanitárias para
os comerciantes e ainda mais oito lojas.
Finalizada esta fase, os painéis de azulejos do
Mercado do Livramento, que vão continuar
protegidos durante as delicadas operações de
demolição que ainda são necessárias, são alvo
de operações de restauro, executadas por técnicos especializados.
A presidente da Câmara Municipal revelou
que foram iniciadas “negociações para adquirir
um novo espaço para instalar um estacionamento dedicado ao mercado”, o que “muito contribuirá para melhorar os acessos a esta grande
superfície comercial”.
A empreitada “Requalificação e Modernização do Mercado do Livramento”, do PIVZRS
– Programa Integrado de Valorização da Zona
5SETÚBALsetembro|outubro11
Ribeirinha de Setúbal, constitui um investimento global de 3 milhões, 206 mil e 265,16
euros, com uma comparticipação de 1 milhão,
183 mil e 524,43 euros de fundos comunitários através do PORLisboa – Programa Operacional Regional de Lisboa, no âmbito do
QREN – Quadro de Referência Estratégico
Nacional.
Comércio renovado
O Mercado do Livramento reabriu após obras
que, nomeadamente, integram uma nova estrutura de betão ao nível do primeiro piso, o
que permitiu a ampliação da área das lojas.
Foram executadas novas infraestruturas de
águas, gás, esgotos e eletricidade e a cobertura foi substituída por painéis metálicos, mantendo-se a estrutura de acordo com o original. Todos os revestimentos de paredes, tetos
e pavimentos foram substituídos, incluindo
as lojas da zona norte.
Os trabalhos da primeira fase da empreitada
de requalificação do Mercado do Livramento
incluíram também a recuperação dos vãos exteriores e da fachada exterior. “Temos um espaço em que a modernidade convive harmoniosamente com a tradição de um mercado fundado
em 1876”, reforçou a edil.
O mercado tem 30 lojas no piso inferior, onde
funcionam talhos, cafés e uma garrafeira, e
oito no superior, prevendo­‑se a existência
de esteticista, cafés, lojas de isco e artigos de
pesca e um salão de cabeleireiro.
Nas ilhas do piso térreo estão instalados 70
comerciantes de peixe, 38 de fruta e produtos
hortícolas, sete concessionários de venda de
pão, cinco de queijos, três de flores e cerca de
120 produtores de fruta e hortofrutícolas, espaço onde estão também incluídos três produtores de mel.
A nova definição dos espaços de venda implicou a redução do total de bancas, resultante
de conversações com todos os concessionários e respetivas associações para a redução e
agrupamento do número de titularidades em
função das características e da disposição das
novas áreas.
Moradores
requalificam
edifício
Remodelação
do Fórum
na reta final
A união fez o trabalho. Um grupo de moradores resolveu meter mãos à obra e realizou um
conjunto de intervenções de requalificação
nos espaços comuns do prédio que habitam.
O número 12 da Avenida da Bela Vista, no
­bloco E2B, já veste outros tons.
A iniciativa partiu de um grupo de jovens que,
numa das sessões de apresentação do RUBE
– Programa de Regeneração da Bela Vista e
Zona Envolvente, responderam afirmativamente ao desafio lançado pela Câmara Municipal para apoiar a mudança da face do bairro.
A ideia foi rapidamente materializada, tendo
os moradores organizado, de forma autónoma mas com o apoio da Autarquia, um grupo
de trabalho para a ação, que já está praticamente concluída.
As intervenções realizadas na Bela Vista pelos
moradores, que angariaram grande parte dos
materiais, sendo outros cedidos pela Câmara
Municipal, consistiram na reparação e consolidação de fendas, no remate de vários vãos
de corrimão das escadas e na recuperação e
pintura das caixas de correio e portões.
A pintura de todas as áreas comuns foi outra
das ações primordiais desta intervenção, faltando finalizar alguns locais, somente acessíveis através de andaimes. Também para mais
tarde fica a execução dos degraus das escadas
de acesso comum.
Para complementar o trabalho desenvolvido
pelos moradores, a Autarquia, no âmbito da
regeneração do parque habitacional do Bairro
da Bela Vista, está a preparar uma empreitada de requalificação exterior, com trabalhos
de reparação de fachadas e pintura, do bloco
E2B, composto por seis prédios, começando
os trabalhos exatamente pelo número 12.
O desafio lançado pela Câmara Municipal
para a organização de grupos de moradores,
apelando à participação dos munícipes na
defesa e manutenção das habitações, continua a dar frutos. Estão já a ser constituídos
outros grupos de moradores, mediados por
interlocutores escolhidos pelos residentes,
dispostos a arregaçar as mangas para executar
as tarefas de recuperação.
A Autarquia avançou entretanto, em setembro, com uma empreitada de 72 mil euros que
visa a realização de intervenções no interior
de diversas habitações da Bela Vista.
As obras destinam-se a reparar defeitos e
anomalias nas canalizações de abastecimento
de água e nas redes de drenagem de esgotos,
trabalhos que, em virtude da complexidade
de execução, não podem ser assegurados pelos serviços municipais.
Esta empreitada, que se estende até 2012,
decorre em frações habitacionais em vários
pontos da Bela Vista e pretende melhorar as
condições de habitabilidade.
A consignação da obra de modernização do
Fórum Municipal Luísa Todi, realizada a 15
setembro durante as comemorações do Dia
da Cidade, marca o arranque da fase final da
intervenção, com conclusão prevista para o
primeiro semestre de 2012.
No lançamento oficial da última fase da operação de requalificação do equipamento cultural, a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, destacou a importância
desta obra estruturante para o Concelho. “Vamos ter um Fórum Luísa Todi renovado e ampliado, para que Setúbal volte a estar no roteiro dos
grandes espetáculos que percorrem o País.”
A empreitada “Ampliação e Modernização
do Fórum Municipal Luísa Todi”, projeto do
ReSet – Programa de Regeneração Urbana do
Centro Histórico de Setúbal, foi adjudicada
à Alexandre Barbosa Borges pelo valor de 4
milhões, 279 mil e 461,71 euros, empresa que
dispõe de um prazo máximo de execução de
sete meses.
“O valor final da adjudicação fica bastante abaixo dos cinco milhões e 830 mil euros previstos no
caderno de encargos, o que representa, desde
logo, uma importante economia de recursos para
a Autarquia”, vincou a autarca, esclarecendo,
ainda, que “até ao fim de 2011 as despesas do
­Fórum Luísa Todi apresentadas à entidade gestora dos fundos comunitários serão comparticipadas a 65 por cento”.
O conjunto de intervenções programadas
para o Fórum Municipal Luísa Todi, que dota
este equipamento cultural das mais modernas condições de conforto para os espetadores e para a realização de iniciativas culturais,
contempla a ampliação da caixa de palco e dos
camarins e a criação de uma sala polivalente a
construir por cima.
A remodelação integral e apetrechamento do
palco, a criação de um fosso de orquestra, a
dotação do edifício com acessibilidades para
pessoas com mobilidade reduzida, novos
equipamentos de climatização, régie de som
e luz e cabinas de tradução e um pequeno
espaço destinado a crianças são outras ações
programadas.
“A primeira mudança que os utentes da sala
vão sentir será, porém, a mudança da entrada
principal do edifício para o alçado poente, onde
ficará situada a nova bilheteira e se instalará
um elevador que garantirá o acesso do público ao
balcão”, explicou Maria das Dores Meira.
O alçado nascente terá duas escadas exteriores independentes para saída de emergência
da sala polivalente e acesso a zonas técnicas.
É por este lado que se faz o acesso à nova sala
polivalente, por elevador, área que terá um
pequeno espaço de restauração com uma
grande janela virada a sul, para o estuário do
Sado e a península de Troia.
6SETÚBALsetembro|outubro11
Escola recupera fachadas
Plantação da República
Uma obra liderada pela Câmara
Municipal, numa empreitada no
valor de 150 mil euros, recuperou
as fachadas do edifício da Fundação Escola Profissional de Setúbal.
Os trabalhos incluíram a selagem e
reparação de fissuras, a limpeza de
superfícies e a impermeabilização e
pintura de fachadas.
As memórias da implantação da República estão no Bosque do Centenário. O mais recente espaço
verde da cidade, em Vale do Cobro, que alia o conhecimento ao lazer, tem cem árvores e mais
de meio milhar de arbustos dispersos por uma área superior a quatro mil metros quadrados
Parque recebe investimento
O Bosque do Centenário, espaço
público de lazer que exalta os valores e a memória da implantação
da República, é o mais recente investimento da Câmara Municipal
na criação de áreas verdes, com a
requalificação de uma zona expectante e descaracterizada.
“É um monumento vivo que evoca a
fundação da República Portuguesa e
estimula, simultaneamente, atitudes
de cidadania urbana”, sublinhou a
presidente da Autarquia, Maria das
Dores Meira, na inauguração do
equipamento, a 5 de outubro.
A autarca sublinhou que o bosque é
“mais um grande espaço verde no território do Concelho que dá continuidade a um vasto plano de construção
e de beneficiação de parques, que,
sendo uma necessidade imperiosa,
revertem em contributo indispensável
para o bem-estar de todos”.
Localizado em Vale do Cobro,
numa área confinada entre a Avenida das Descobertas e a Rua Cristóvão Colombo, o Bosque do Centenário resulta de um projeto de
âmbito nacional, apresentado aos
municípios pela Comissão para as
Comemorações do Centenário da
República.
A área de intervenção, com mais
de 4300 metros quadrados, conta
com cem árvores de sete espécies
autóctones e com 537 arbustos,
plantas oferecidas pelo grupo Portucel Soporcel.
O espaço possui ainda mais de
três mil metros quadrados de relvados, além de diverso mobiliário
urbano, como papeleiras e bancos,
num investimento da Autarquia da
ordem dos 67 mil euros que contemplou, também, a instalação de
um sistema de rega automático, a
criação de novos caminhos de ligação e a requalificação dos acessos
circundantes.
A iniciativa de construção do Bosque do Centenário inseriu-se também no programa municipal “Setúbal Mais Bonita”, que envolveu
voluntários na plantação das árvores e arbustos, dia 24 de setembro.
Na inauguração do novo espaço
verde, num gesto simbólico, foi
plantada a última árvore, ato a que
se associaram membros do Executivo municipal e muitos populares.
local
Espaço de lazer
revitaliza praceta
Um conjunto de intervenções urbanísticas executadas pela
Câmara Municipal requalificou a praceta interior à Avenida
Avelar Brotero.
“De um local descaracterizado fizemos um novo espaço de lazer
para usufruto das populações”, referiu a presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira, na inauguração da obra, realizada a 15 de setembro, no âmbito do Dia da Cidade.
As intervenções, numa empreitada com um custo superior
a 70 mil euros, incluíram a construção de novas acessibilidades, a definição de espaços verdes, a pintura de muros, a
criação de estacionamentos e a pré-instalação do sistema de
iluminação da rede pública.
Neste local, por administração direta, ou seja, com recurso
a meios técnicos e humanos da Autarquia, foram ainda instalados diversos impedimentos urbanos, nomeadamente
pilaretes.
O Azeitão Bacalhôa Parque já está
dotado de redes de drenagem de
águas residuais domésticas e pluviais. As obras, realizadas por uma
empreitada no valor de sete mil euros, também envolveram uma travessia para cabos de rede de baixa
tensão e maciços de suporte para
instalação de uma ponte pedonal.
Vanicelos substitui coletor
A Autarquia está a executar uma
obra de criação de um novo coletor
de águas residuais domésticas junto
do Parque de Vanicelos, numa extensão aproximada de 160 metros. A
intervenção, numa empreitada com
custos superiores a 13 mil euros,
visa retirar a antiga infraestrutura
do domínio privado.
Obra moderniza
Vale de Cães
Uma empreitada de requalificação urbana está a decorrer na
zona de Vale de Cães, em Brejos de Azeitão, numa intervenção
que abrange cerca de 20 arruamentos desta área habitacional.
A obra, no valor de 691 mil e 372,08 euros, com um prazo de
execução previsto de 18 meses, contempla a pavimentação de
diversos arruamentos, a criação de lugares de estacionamento e
investimentos ao nível de infraestruturas de água e saneamento.
No lançamento da primeira pedra da intervenção, a 15 de setembro, no âmbito das comemorações do Dia da Cidade, a presidente da Câmara Municipal sublinhou a importância de uma
“obra estruturante na resolução de vários problemas que há largos
anos afetam” a zona de Vale de Cães, em S. Lourenço.
“Depois desta obra de grande complexidade e relevância pouco fica
a fazer nesta freguesia relativamente a este tipo de intervenções. É o
princípio do fim dos grandes problemas destas populações”, referiu
Maria das Dores Meira.
Azeitão melhora acesso
Uma empreitada no valor de seis mil
euros melhorou as acessibilidades
pedonais na Rua Poeta Sebastião da
Gama, em Vila Nogueira de Azeitão.
A obra incluiu a criação de lancis, o
calcetamento do acesso e a aplicação de remates betuminosos entre
o novo passeio e o pavimento existente.
7SETÚBALsetembro|outubro11
Medalhas
distinguem
cooperação
O Dia de Bocage e da Cidade galardoou quem ajuda a tornar
Setúbal melhor. As comemorações juntaram o Concelho
em torno de iniciativas em que a cultura esteve em destaque
Pessoas e instituições que se destacaram com
ações recentes de contributo para aumentar
o prestígio e o desenvolvimento de Setúbal
foram galardoadas a 15 de setembro com a
Medalha de Prata da Cidade, importante distinção honorífica do município.
Helen Hamlyn, uma das distinguidas, pelo
empenho e envolvimento na organização do
Festival de Música de Setúbal, cuja primeira
edição se realizou em maio, mostrou-se “comovida” e “honrada”. A presidente da fundação Helen Hamlyn Trust agradeceu e afirmou:
“Não esqueçam que têm uma cidade preciosa,
uma joia muito especial.”
Nas cerimónias, realizadas no Salão Nobre
dos Paços do Concelho, ponto alto das comemorações do Dia de Bocage e da Cidade, o
mesmo galardão foi atribuído a Hugo O’Neill,
que, ao ser considerado um “cidadão notoriamente empenhado em fomentar a constante
atração de apoios a projetos que revertem no desenvolvimento do concelho de Setúbal”, afirmou
que a medalha era dedicada à memória dos
seus antepassados, que, ao longo de três sé-
culos, “ajudaram a pôr Setúbal ao mais alto nível no mapa da Europa”.
Rui Nabeiro, presidente do Grupo Nabeiro/
Delta Cafés, viu os seus feitos beneméritos,
como o contributo para a renovação das instalações da Casa da Baía, serem reconhecidos
com a atribuição do mesmo galardão. “Amor
com amor se paga”, ilustrou o empresário, afirmando que estava ali a “recompensa dada pela
Câmara de Setúbal”.
Outra Medalha de Prata da Cidade foi entregue ao Exército Português – Regimento de
Engenharia 1 pela “disponibilidade mostrada”
nomeadamente na concretização de várias
ações no domínio da proteção civil e do planeamento de riscos no Concelho. Ações que,
indicou o coronel de engenharia António
Pato, tiveram uma “cooperação excelente”.
A Medalha de Honra da Cidade, em diferentes categorias, foi atribuída Neils Fisher,
Pedro Carneiro, Rui Serodio, José Miguel da
Fonseca, fábrica de pasta de papel Portucel,
Mário de Brito Pinheiro, Sociedade Filarmónica Providência, Clube Recreativo Palhavã,
Dia de cultura
O programa de comemorações do Dia de Bocage e da Cidade incluiu ainda uma atuação
do grupo musical Tódicos, do Agrupamento
Vertical de Escolas Luísa Todi, e uma homenagem a três dezenas de funcionários municipais que, “depois de uma vida dedicada à
Câmara Municipal de Setúbal a fazer sempre o
melhor”, se aposentaram entre setembro de
2010 e agosto de 2011, como destacou Maria
das Dores Meira.
A inauguração da exposição que assinala os
50 anos do Museu de Setúbal/Convento de
Jesus, patente até 12 de novembro, na sede da
Aerset, foi outra iniciativa, a par da cerimónia de entrega de prémios do XIII Concurso
Literário Manuel Maria Barbosa du Bocage,
iniciativa da LASA – Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, com o apoio da Autarquia,
que distinguiu João Baptista Coelho, Manuel
Branco de Matos e Catarina Alexandra Duarte
Almeida.
Confrades promovem Moscatel
Pré-história
a caminho
da divulgação
Um protocolo de colaboração entre as autarquias de Setúbal e Sesimbra, a Faculdade de
Belas-Artes de Lisboa (FBAL) e a Casa do Calhariz, celebrado em setembro, dá um avanço
determinante na recolha de informação científica para a criação do futuro Parque Arqueológico da Arrábida.
As sondagens arqueológicas de diagnóstico
em sítios identificados na área da Serra do
Risco, local da propriedade da Casa do Calhariz, onde se realizou a cerimónia de assinatura do protocolo, são uma das missões de
uma equipa de trabalho da FBAL, que integra
o Centro de Investigação e Estudo em Belas­
‑Artes/Secção Francisco de Holanda.
Lapa da Nazaré, Povoado da Idade do Bronze
do Risco/Marmitas, Povoado Neolítico final/
calcolítico dos Prados, Povoado Neolítico antigo da Roça do Casal do Meio e Lapa da Cova
são os locais a estudar, com o objetivo de
recolher elementos científicos para a elaboração de conteúdos museológicos do futuro
parque pré-histórico.
José Luís Gonçalves, diretor da FBAL, salientou todo o trabalho efetuado, desde há quatro
anos, com a elaboração da Carta Arqueológica de Sesimbra, permitindo identificar o
património cultural, além do natural, como
o Povoado do Bronze no Risco, um brinco de
ouro e um santuário fenício na Lapa da Cova,
e placas de madeira com escritos árabes, de
SEIES – Sociedade de Estudos e Intervenção
em Engenharia Social e, a título póstumo, a
António Maria Eusébio, “O Calafate”, Ireneu
Cruz e Carmelindo Vitorino Elias.
há mais de mil anos, nas “grutas das janelas”,
na Azoia.
Recriação de povoados
As câmaras municipais de Setúbal e de Sesimbra atribuem um subsídio de 45 mil euros
cada, em parcelas anuais de 15 mil euros, até
2013, ano em que finda o protocolo, e prestam apoio na disponibilização de materiais
arqueológicos, bem como de bibliografia.
A recriação de povoados pré-históricos e o
desenvolvimento de ateliers de tecnologias
desses períodos, como o talhar a pedra, o
fogo, a cerâmica e a tecelagem, são algumas
valências apresentadas, que vão permitir um
melhor entendimento da ocupação humana
ao longo dos tempos. Outras ideias estão a ser
pensadas, como a de permitir ao próprio visitante ser incluído no processo de construção
de cabanas.
A Confraria do Moscatel de Setúbal investiu
12 novos membros em juramento feito a 1 de
outubro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, selado num brinde com vinho generoso
centenário.
A defesa, valorização e promoção do Moscatel
de Setúbal foi o juramento dos mais recentes
elementos, entre eles João Bosco Mota Amaral, antigo presidente da Assembleia da República, entronizado Confrade de Honra.
Aníbal José Simões Coutinho, enólogo e crítico de vinhos, Agostinho Nuno de Azevedo
Ferreira Lopes, deputado da Assembleia da
República, a Câmara Municipal de Grândola,
representada pelo presidente Carlos Beato,
a Associação dos Escanções de Portugal, representada pelo presidente Manuel Henrique
Miranda, e Luís Rodrigues, ex-deputado da
Assembleia da República, foram entronizados
Confrades de Mérito.
Como Confrades Irmãos foram entronizados
Mário Figueiredo, presidente da Adega de
Santo Isidro de Pegões, Joana Ferreira Cordeiro Vida, da Venâncio da Costa Lima, André
Mário Pinto da Cruz Meunier da Silva, gastrónomo e enófilo, Joana Isabel de Freitas Campos, da Casa Ermelinda Freitas, Luís Miguel
Nunes de Oliveira da Silva, da Adega Cooperativa de Palmela, e Miguel Florindo dos Santos
Cachão, da AVIPE.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal,
Maria da Dores Meira, considera gratificante a
Autarquia, um dos confrades fundadores, ter
sido escolhida para a realização da cerimónia.
“Temos esta confraria reforçada com personalidades tão importantes”, destacou.
8SETÚBALsetembro|outubro11
Estudo projeta
entrada norte
A Autarquia aprovou, a 19 de outubro, o Estudo
Urbanístico da Entrada Norte da Cidade de Setúbal (EUENCS), instrumento de orientação
elaborado com o objetivo de reorganizar uma
área superior a 464 mil metros quadrados.
O instrumento urbanístico, numa área delimitada pela Avenida Mestre Lima de Freitas,
a norte, pela Rua dos Bombeiros de Setúbal, a
sul, pela A2 e pela Avenida Pedro Álvares Cabral, a nascente, e pela Avenida Avelar Brotero, a poente, aponta uma reformulação viária,
a criação de áreas de habitação e de serviços e
de espaços de estacionamento e a instalação
de zonas verdes de utilização coletiva.
A reorganização “da principal entrada na cidade de Setúbal, transformando uma zona desqualificada e sem identidade num espaço de excelência”, sublinha o documento aprovado, é
a principal meta do estudo, que assenta num
modelo urbano equilibrado, com funções diversificadas.
O EUENCS engloba os bairros Magalhães
Mexia, dos Pinheirinhos e da CHE Setúbal,
duas grandes superfícies comerciais (Jumbo
e AKI) e ainda o Estabelecimento Prisional de
Setúbal.
O estudo propõe o reperfilamento da Avenida Antero de Quental, tornando-a numa via
mais urbana e ligada ao peão, e a desclassificação do troço da A12 que entra no perímetro
da cidade e a sua consequente integração na
rede viária municipal.
Centro auxilia
no crescimento
O acompanhamento de crianças de várias
faixas etárias com problemas de desenvolvimento é o principal objetivo do Centro de
Apoio e Desenvolvimento Infantil (CADIn),
instituição de solidariedade social que possui, desde setembro, um polo em Setúbal.
As perturbações de espetro do autismo, os
défices cognitivos, a perturbação de hiperatividade e o défice de atenção, além de outros
problemas de comportamento e dificuldades
de aprendizagem, são as áreas mais trabalhadas no polo de Setúbal do CADIn, no Edifício
Bocage, na Avenida 5 de Outubro, em instalações cedidas pela Câmara Municipal.
Quadros de ardósia, almofadas e lápis coloridos são alguns dos objetos lúdico-pedagógicos utilizados pelas equipas de profissionais
em sessões de intervenção especializada, cujo
acompanhamento se desenvolve de acordo
com a especificidade de cada perturbação,
sendo a frequência dos acompanhamentos
estabelecida de acordo com as necessidades e
possibilidades da família.
A pensar nas famílias com baixos recursos
económicos, incapazes de suportar os custos
dos serviços prestados pelo CADIn, foi criada
uma bolsa social.
Municípios
repudiam
privatização
das águas
A Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal está
contra a privatização do setor da água. Os municípios que integram
esta entidade alertam para os impactes negativos da medida
governativa e receiam o aumento de preços no acesso a este bem
essencial
Os municípios que integram a Associação
Intermunicipal de Água (AIA) da Região de
Setúbal manifestaram, em declaração conjunta, apresentada publicamente no início
de outubro, a total oposição à privatização do
setor da água através da venda da AdP – Águas
de Portugal.
A privatização, indica a declaração, “entregaria às multinacionais o controlo das componentes essenciais do abastecimento de água e saneamento”, uma vez que a AdP controla “as origens
e captação de água da maior parte do País e numerosos sistemas completos de abastecimento de
água e saneamento”.
A total oposição à retirada de competências
aos municípios, nomeadamente em matéria
de água e saneamento, é manifestada na declaração, assim como os objetivos de privatização das políticas governativas em curso. Os
impactes que esta medida tem nas populações, sobretudo ao nível do aumento de preços e tarifas de serviços, motivam a preocupação da AIA da Região de Setúbal.
“Portugal encontra-se perante uma profunda
ameaça aos direitos sociais das populações, com
a implementação de políticas que conduzirão à
desqualificação, desmantelamento e privatização de setores produtivos estratégicos da economia nacional e dos serviços públicos prestados às
populações”, frisa o documento.
Os municípios que integram a AIA da Região
de Setúbal – Alcochete, Almada, Barreiro,
Moita, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal –
reafirmam ainda a “intenção de criação do Sistema Intermunicipal de Abastecimento de Água
em ‘Alta’ à Península de Setúbal”.
O documento sublinha que o “conjunto dos
municípios que integram a Península de Setúbal
apresenta elevados níveis de cobertura para todos
os indicadores do setor”.
Nestes valores, salienta-se a cobertura de 99
por cento para o abastecimento de águas, 85
por cento para a drenagem e perto de 70 por
cento para o tratamento de águas, valor que
pode vir a aumentar assim que as novas estações de tratamento de águas residuais domésticas sejam construídas.
“Estas conquistas materiais foram suportadas
num regime tarifário com profundas preocupações sociais, numa estratégia e num esforço centrado nas reais necessidades das comunidades”,
salientam os municípios.
Redução
de autarquias
preocupa
A intenção do Governo de reduzir o número de autarquias locais, medida incluída no
Programa de Ajustamento Económico e Financeiro imposto pela “troika”, foi repudiada
pela Câmara Municipal de Setúbal numa moção aprovada a 19 de outubro.
“A extinção de autarquias, que em quase nada
contribuirá para reduzir a despesa pública, não
só acarretará novos e maiores gastos para um
pior serviço às populações, como constituirá um
fator de empobrecimento da vida democrática local”, assinala o documento.
O texto sublinha que “as autarquias locais têm
um importante papel na promoção das condições
de vida local e na realização de investimento
público, indispensáveis ao progresso local, no
combate às assimetrias regionais e nas ações que
contribuam para atenuar os efeitos da crise e em
particular os reflexos sociais mais negativos do
que a aplicação do atual programa de ingerência
externa está a impor aos portugueses”.
Velhice ativa
à procura
de caminhos
A realidade existente e a procura de novas
soluções para uma velhice salutar foram os
principais assuntos em debate no encontro
“Envelhecimento Ativo: Que Caminhos?”,
realizado em setembro no Auditório Municipal Charlot.
A importância do “envolvimento e esforço conjunto” na promoção da qualidade de vida da
população sénior foi destacada pela presidente da Autarquia, Maria das Dores Meira,
no encerramento do encontro, promovido
pelo Observatório Sénior, organismo que
resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal, a Uniseti – Universidade Sénior de
Setúbal e o Instituto Politécnico de Setúbal.
A autarca referiu que o “envelhecimento ativo
deve ser promovido quer a nível individual, quer
coletivo”, reforçando, contudo, que “o investimento individual e das respetivas famílias carece
de políticas e investimento comunitário”.
Portucel
abre portas
ao público
COMEMORAÇÕES. O Dia Internacional da Pessoa Idosa foi assinalado entre
setembro e outubro com um conjunto de iniciativas promovidas pela Câmara
Municipal, pelas juntas de freguesia e por outras instituições. Passeios, visitas
a locais de interesse histórico, convívios e espetáculos culturais foram algumas
das iniciativas realizadas. Moradores da Anunciada divertiram-se a assistir
à revista “Rrasta parrta a crrise”.
O grupo Portucel Soporcel promove, nos dias
12, 19 e 26 de novembro, visitas à nova fábrica
de papel, que mostram algumas das principais áreas da unidade industrial.
Sala de controlo, máquina de papel, sala e
linha offset, armazém robotizado, linha cut
size e área de expedição integram o circuito
das visitas “Portas Abertas 2011”, iniciativa de
aproximação da comunidade à empresa.
Os interessados em participar na atividade,
que decorre das 10h00 às 13h30, devem inscrever-se até dia 8 pelo telefone 800 100 088
ou em www.portucelsoporcel.com. O ponto
de encontro é no Largo José Afonso, sendo o
transporte assegurado em parceria com a Câmara Municipal.
freguesia
9SETÚBALsetembro|outubro11
Juntos com a população
A gestão municipal não é feita apenas nos gabinetes. Passa muito pelo terreno. O Executivo quer manter
a proximidade com quem serve, os munícipes. Por isso, fez visitas, rua a rua, freguesia a freguesia.
Os problemas foram apontados. Muitos foram resolvidos e os outros não estão esquecidos, como anunciou
em reuniões nos bairros
O projeto “Ouvir a População,
Construir o Futuro” está a levar o
Executivo municipal a realizar um
conjunto de reuniões públicas com
a população das oito freguesias, depois de efetuadas visitas de levantamento de necessidades no terreno.
A presidente da Autarquia, Maria
das Dores Meira, acompanhada dos
vereadores com pelouros, fala diretamente com os munícipes, apresentando soluções para as situações
detetadas.
O “Ouvir a População” já completou
o ciclo de trabalho nas freguesias
de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, de S. Lourenço, de S. Simão, do
Sado, da Anunciada e de Santa Maria, faltando apenas fazer encontros
com os munícipes de S. Julião e S.
Sebastião.
“Esta é uma reunião para conversar
sobre o trabalho que tem sido desenvolvido e outros assuntos que ainda
estão por solucionar”, explicou, na
freguesia do Sado, o vereador do
Urbanismo, André Martins, afirmando: “Assumimos a responsabilidade de tentar resolver os problemas
das populações.”
O projeto “Ouvir a População,
Construir o Futuro” é uma operação
sem precedentes de aproximação
dos munícipes da gestão autárquica
que levou Executivo e corpo técnico
da edilidade a percorrer, com minúcia, cada freguesia de Setúbal,
para inventariação de necessidades. Depois são realizadas as reuniões com a população.
Num dos dois encontros realizados
no final de setembro na freguesia
do Sado o vereador das Obras Municipais, Carlos Rabaçal, confirmou
junto dos munícipes que “70 das
mais de 200 situações identificadas
nas visitas ao terreno já estão resolvidas”, adiantando novos investimentos programados a curto prazo.
Noutra sessão, realizada em outubro, na Anunciada, a presidente
Maria das Dores Meira, respondendo a uma munícipe que questionou
sobre que projetos de modernização urbana têm ali sido concretizados, enumerou uma série de intervenções recentes, como a criação
do Parque Urbano de Albarquel e
da Casa da Baía, a requalificação da
Rua da Saúde, a reabilitação do parque escolar e os arranjos de miradouros executados em parceria com
a Junta de Freguesia.
Alguns dos aspetos analisados
referem-se a questões específicas
de bairros e outras áreas públicas,
relacionadas, nomeadamente, com
o estado de conservação de arrua­
mentos e edifícios, soluções de
estacionamento, iluminação e limpeza públicas, asfaltamento, abandono e requalificação de terrenos e
manutenção de espaços verdes.
Assuntos relacionados com sanea­
mento e drenagem de águas pluviais são outros exemplos das
preo­cupações do programa “Ouvir
a População, Construir o Futuro”,
projeto que dá voz aos munícipes e
promove uma cidadania ativa, possibilitando identificar problemas
e resolvê-los, nalguns casos com
intervenções simples mas que melhoram significativamente a qualidade de vida nos bairros.
Estaleiro melhora serviços
As condições de trabalho dos funcionários
da Junta de Freguesia de S. Simão melhoraram com a criação de um estaleiro nas antigas
instalações do mercado de Vendas de Azeitão,
desativado há mais de dez anos.
O equipamento constitui uma obra estruturante para o reforço do desempenho dos serviços prestados à população e de “grande importância” para S. Simão, destaca o presidente
da Junta de Freguesia, João Carpelho.
O autarca, salientando que o estaleiro “permite que os trabalhadores possam executar a sua
atividade na freguesia com melhores condições
de trabalho”, frisa igualmente que o equipamento “facilita a operacionalização dos serviços da Junta em prol da população e permite um
maior controlo de materiais e consumíveis” usados nos serviços diários.
O edifício é constituído por três áreas distintas, em concreto uma oficina, utilizada
para efetuar pequenas reparações, um espaço
de arrumos de equipamentos e materiais de
consumo, instalada na nave central, e uma
copa e uma zona de balneários para uso dos
funcionários. No exterior foi criada uma zona
de lavagem de equipamentos após a sua utilização.
As obras de criação do estaleiro, realizadas
pela Junta de Freguesia com apoio da Câmara
Municipal de Setúbal, que fez o acompanhamento técnico, e do mecenato, constituem um
investimento global de cerca de 90 mil euros.
Faralhão requalifica entrada
A Junta de Freguesia do Sado está a preparar
um projeto para a Estrada de Santo Ovídeo,
que visa requalificar a totalidade da principal
via de acesso ao Faralhão. As ações a executar
no âmbito desta intervenção incluem a criação de passeios e lancis e a instalação de sistemas de drenagem de águas pluviais.
“Esta é uma intervenção importante pois assegura uma maior segurança na circulação de transeuntes e aumenta a imagem urbana daquela
que é a principal entrada, na área nascente, do
Faralhão”, explica o presidente da Junta de
Freguesia do Sado, Manuel Véstias.
Paralelamente a esta futura intervenção, a
Junta de Freguesia já avançou com a construção de um muro de suporte de terras na Estrada de Santo Ovídeo. A obra, concluída no
final de setembro, revestiu-se de particular
importância pois permite aumentar a segurança na circulação pedonal e melhorar as
condições do trânsito rodoviário.
As intervenções consistiram na limpeza do
terreno, uma vasta área de canavial, e na
construção de um muro de suporte, erguido
em alvenaria, numa extensão de mais de cem
metros lineares.
10SETÚBALsetembro|outubro11
Fonte Nova iluminada
A Autarquia procedeu à limpeza e reparação
de luminárias e à substituição de lâmpadas nas
praças Machado dos Santos e Marquês de Pombal, depois de uma advertência dos comerciantes locais para a fraca iluminação pública.
A limpeza de 37 luminárias nas duas praças e
ruas de acesso, bem como a substituição de vidros danificados, casquilhos e lâmpadas foram
os trabalhos executados, que implicaram um
investimento de cerca de 1200 euros.
Plano limpa terrenos
A melhoria da imagem urbana e a diminuição do risco de insalubridade pública
e de propagação de incêndio são objetivos do Plano Municipal de Desmatação.
As ações decorrem em terrenos públicos e privados
Mais de 70 ações de desmatação e limpeza
de terrenos em vários pontos do Concelho
foram realizadas no primeiro semestre do
ano no âmbito do Plano Municipal de Desmatações.
A melhoria da imagem urbana e a diminuição do risco de insalubridade pública e de
propagação de incêndios são objetivos da
estratégia de desmatação adotada pela Câmara Municipal de Setúbal.
As zonas de Vale do Cobro, Monte Belo Norte, São Gabriel, Nova Azeda, Manteigadas,
Mal Talhado e Variantes e os bairros Humberto Delgado, da Liberdade e do Peixe Frito
foram alguns dos locais intervencionados,
assim como a Saboaria e as quintas dos
­Bonecos, de Santo António e do Quadrado.
As operações incluíram trabalhos de desmatação manual e mecânica, aplicação de
herbicidas e limpeza de terrenos.
Além da manutenção e limpeza de terrenos
públicos expectantes, a Autarquia pretende
que também os proprietários de lotes de
terreno privados que se encontrem por urbanizar procedam voluntariamente à vedação e à limpeza dos espaços, tendo identificado mais de 200 situações incumpridoras.
Neste sentido, a Câmara Municipal está a
proceder à notificação dos particulares para
o cumprimento desse desígnio. Sempre que
tal não se verifique, os serviços municipais
executam trabalhos de desmatação e limpeza coerciva, imputando, posteriormente, os
custos aos proprietários.
Com a execução do Plano Municipal de Desmatação, a Autarquia pretende resolver de
forma programada e regular as situações
existentes relacionadas com terrenos expectantes, prevenir eventuais situações de
risco e prestar um serviço mais eficaz neste
domínio, contribuindo para a salubridade e
a melhoria da imagem do Concelho.
Recolha de lixo melhora
As mais recentes alterações na recolha de resíduos sólidos urbanos incluem a transição
do serviço para a Autarquia no Montalvão, que
passa a integrar o circuito da Anunciada, reformulado e com o horário alargado. O mesmo tipo de medidas foi tomado no Monte Belo
Norte, na Azeda de Cima, na Nova Azeda e em
Vale do Cobro, zonas do circuito de S. Sebastião. Já no Alto da Guerra há novos pontos de
recolha nas estradas Nacional 10 e de Poçoilos.
ambiente
Ecologia move veículos
Eliminar o mal pela raiz
Mais de mil ações de controlo e tratamento de infestantes em árvores localizadas no domínio público estão a ser promovidas pela Câmara Municipal de
Setúbal em consonância com as recomendações da
Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento
Rural.
Os tratamentos para controlo da praga da galerucela
do ulmeiro (Xanthogaleruca luteola), um infestante
devastador para esta espécie, em número já redu­
zido no Concelho, que ataca a folhagem das árvores,
foram os primeiros a ser efetuados, em final de junho. As ações de tratamento dos 69
ulmeiros foram realizadas através
da pulverização de copas e troncos.
Os tratamentos, que, caso seja
necessário, são repetidos, visam,
além do controlo da praga, salvaguardar árvores de valor patrimonial para o Concelho.
A operação inclui, também, tratamentos fitossanitários para controlo de afídeos em várias espécies de árvores. Nesta tipologia de
controlo, perto de 70 exemplares
de ­tipuana tipu, os mais infestadas, foram já tratados no início de
agosto.
As intervenções são realizadas através de prestação
de serviços, pelo período vigente de dois anos, com
800 ações de tratamentos e controlo a representar
um custo que ronda os nove mil euros.
Outra prestação de serviços, igualmente válida por
dois anos, no valor de cerca de 7500 euros, destina-se à processionária do pinheiro (Thaumetopoea­
­pityocampa schiff), lagarta causadora de graves
­alergias, com 350 tratamentos no outono e no inverno, por microinjeção no tronco das árvores
­infestadas.
Demonstrações de veículos não poluentes e
amigos do ambiente e sensibilização para o uso
de transportes coletivos foram ações promovidas pela Autarquia no Dia Europeu Sem Carros,
a 22 de setembro. O vereador André Martins
aproveitou as atividades, na Praça de Bocage,
para destacar investimentos na área, como a
aquisição de viaturas ecológicas para a higiene
urbana e a opção pela composição da frota municipal com veículos híbridos.
Segurança motiva cortes
Uma operação de limpeza e corte de centena e
meia de pinheiros, previamente identificados,
criou corredores de segurança junto de habitações e equipamentos de uso público em várias
zonas de Pinhal de Negreiros, em Azeitão. A intervenção, que decorreu em setembro, foi motivada por reclamações de moradores, uma vez
que o crescimento incorreto e o risco de queda
dos espécimes punham em causa a segurança
de pessoas e bens.
11SETÚBALsetembro|outubro11
A Câmara Municipal lançou o desafio e a comunidade civil disse "presente"! Eram necessários
500 voluntários, apareceram 7000. Empresas e instituições deram um contributo precioso.
Tão valioso que equivale a um milhão de euros. Foi a primeira edição da campanha “Setúbal
Mais Bonita”. Em junho de 2012 escrevem-se novas páginas da história da participação cidadã
plano
central
Jornada bonita!
M
ais de sete mil voluntários participaram, entre 23 e 25 de setembro,
na campanha “Setúbal Mais Bonita”, desafio lançado pela Câmara
Municipal à população e a entidades
públicas e privadas para sugerirem
e realizarem projetos de requalificação urbana.
A iniciativa teve início nas escolas,
com o dia 23 completamente dedicado ao parque escolar do Concelho, em que alunos e professores
abdicaram de horas de aulas para
pintar e embelezar os estabelecimentos onde estudam e ensinam.
Os dois dias seguintes, um sábado
e um domingo, foram reservados
aos restantes espaços públicos da
maioria das freguesias de Setúbal,
em que munícipes ou cidadãos com
atividade profissional no Concelho
destinaram o tempo livre para pintar, requalificar e arranjar todo o
tipo de equipamento urbano.
No total dos projetos aprovados
pela Autarquia foi estimada a necessidade de cerca de meio milhar
de voluntários para a execução das
tarefas. Só entre sexta-feira e sá-
bado a participação já se cifrava em
cinco mil pessoas.
Além da adesão, a presidente da
Câmara Municipal, Maria das Dores
Meira, enalteceu o envolvimento
de empresas e instituições que, na
qualidade de mecenas, facultaram
a esmagadora maioria do material
usado na concretização das intervenções. “Se tivesse feito todas estas
ações e com o que foi doado, a Câmara
teria de pagar cerca de um milhão de
euros”, sublinhou.
O muro exterior e parte da fachada
do Estádio do Bonfim foi uma das
iniciativas desenvolvidas na campanha, que incluiu, em mais de
cem ações executadas, intervenções
tão significativas como a pintura
do edifício do Clube Naval Setubalense, a recuperação de bancos e
pintura de muretes e do coreto no
Jardim da Algodeia e a plantação do
Bosque do Centenário, novo espaço
verde em Vale do Cobro.
Setúbal está mais bonita em muitos
outros locais, uns mais evidentes
do que outros. Numa das principais
portas de entrada na cidade, o muro
da Estrada dos Ciprestes, no enfiamento da Avenida Antero de Quental, foi decorado por voluntários
municipais com dezenas de figuras
em formato de peixe e um cartaz
que recorda o facto de Setúbal ser
detentora de uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa: a
sardinha assada.
A campanha ganhou tal dimensão
que Maria das Dores Meira anunciou, ainda durante o fim de semana em que decorreu o projeto, que
uma nova edição já está a ser preparada para junho de 2012.
“O leque de ações, além de manter o
mesmo tipo de intervenções, também
deve ser alargado, sendo um dos objetivos a pintura de fachadas na Baixa”,
adiantou.
A autarca, para quem “não é surpresa a excelente resposta da comunidade civil ao apelo da Câmara
Municipal”, salientou que o projeto
representa uma afirmação cabal da
importância das autarquias locais,
que substituem “muitas vezes e com
melhor qualidade” a administração
central.
12SETÚBALsetembro|outubro11
Foi muito mais do que uma campanha.
Foi um apelo à cidadania. Foi um desafio
ao trabalho em comunidade.
Para lá do slogan “Setúbal Mais Bonita”
ficou uma mensagem mais profunda.
O Concelho é de todos e todos devem lutar
por um Concelho melhor
A semana de trabalho mal acabou de ficar
atrás das costas, quando, no despertar do
sábado, já se ouvem lixas a raspar bancos
públicos da Praça de Bocage. O mobiliário
urbano não está propriamente estragado,
mas antes gasto e envelhecido pelo tempo
e uso.
Com o peito a inspirar brio e orgulho, voluntários setubalenses dão o corpo ao manifesto e abdicam das horas de descanso
para transformar o lazer em horas de trabalho que resultam numa espécie de operação plástica do Concelho até ao final de
do­mingo.
Antes de começar a visitar a centena de
ações previstas para a “Setúbal Mais Bonita”, a presidente da Autarquia, Maria das
Dores Meira, não deixa de se juntar à infindável lista de voluntários envolvidos na
campanha e também agarra na lixa para
preparar o envernizamento dos bancos da
praça central, dedicada a Elmano Sadino.
Pelo caminho, curiosos perguntam ao grupo do que se trata a atividade. “Não me diga
que não ouviu falar na ‘Setúbal Mais Bonita’?”,
indaga um dos voluntários. “Não, mas isso
também não é novidade nenhuma. Toda a gente sabe que a minha cidade é a mais bonita”,
responde a transeunte, que, de premeio,
aproveita para perguntar: “E onde é que posso
arranjar mais lixas?...”
Entre os dias 24 e 25 de setembro foi fácil encontrar munícipes e até cidadãos de
outros concelhos a trabalhar em uníssono
para que Setúbal ficasse de cara lavada, mais
agradável e apelativa para se viver e trabalhar.
Nos bastidores e preparativos para a campanha, foram várias as empresas e instituições que responderam ao desafio lançado
pela Câmara Municipal e contribuíram com
uma lista quase infindável de materiais para
Todos a alind
que o fim de semana de voluntariado e participação cidadã fosse, mais do que uma realidade, um êxito.
Simples mas eficaz
Nos campos de ténis de Vanicelos são vários
os bancos de jardim alvo de intervenção de
embelezamento a meio da manhã de sábado.
Sónia, funcionária da Autarquia, veio do Pinhal de Novo de propósito para se juntar à
festa. “Estou aqui por amor à camisola. É tempo
bem passado junto das minhas colegas, mas se
fizessem isto onde vivo também aderia. A ideia é
muito gira”, conclui.
Alguns metros à frente, junto da entrada de
um dos campos de ténis, está João Sanona,
na casa dos 30 anos, com dificuldades de
locomoção, encarregado de construir uma
rampa de acesso para deficientes. “Fiquei a
saber da campanha através do clube e do Facebook da Câmara. Aqui, havia uma rampa de
madeira já estragada. Agora vamos fazer uma
de cimento.” E mais bonita, claro está.
Nas imediações, o Agrupamento de Escuteiros 118 trabalha afincadamente na pintura
da sede que encerra um dos lados da Praceta
Florbela Espanca. Bruno Cosme coordena
cerca de trinta pessoas, entre jovens e adultos, e sublinha a boa hora em que a Câmara
fez o convite. “A ideia é tão simples, mas ao
mesmo tempo muito eficaz: pôr todas as pessoas
a contribuir para que possamos viver num mundo melhor.”
Dentro da sede, Miguel Grossinho já sua ao
tentar retirar umas grades de janelas para
posterior pintura.
Miguel não pertence aos escuteiros, mas sim
os filhos. Curiosamente, o engenheiro eletrotécnico, que está ali após “recrutamento”
familiar, chegou antes dos próprios descendentes, entusiasmado com a ideia de passar
algum tempo a fazer bricolage, de que tanto
gosta, mas também a “contribuir para uma boa
causa”.
Boa vontade ajuda
Ainda a manhã não acabou, quando uma das
ações mais emblemáticas está já perto da
conclusão.
Numa das principais portas de entrada da cidade, na Estrada dos Ciprestes, na interseção
com a Avenida Antero de Quental, nasceu
um muro renovado e cheio de orgulho. Da
carcaça antiga, sensivelmente meia centena de ­voluntários, funcionários da Câmara
Municipal, pintaram 180 metros de parede
com figuras em formato de peixe, aludindo ao
recente galardão atribuído ao Concelho pela
maravilha da sardinha assada.
Lénia Guerreiro, coordenadora do grupo,
esclarece que, apesar das dimensões, não foi
difícil concretizar o projeto. “Com boa vontade, tudo fica mais fácil.”
Os exemplos de voluntariado e de esforço
pelo aumento da autoestima urbana repetem-se um pouco por toda a parte. Em Vale do
Cobro são plantados 4500 metros quadrados
com 98 árvores autótones. O par de espécies
em falta para se atingir o número redondo que compõe o Bosque do Centenário fica
guardado para as comemorações da República, a 5 de outubro.
Fernando Jorge, um dos voluntários “jardineiros”, sublinha o essencial: “Todos, sejam
entidades ou população, devem contribuir para
que o espaço que é de todos fique mais arru­
mado”.
E assim foi durante três dias, se contarmos
com o 23 de setembro, dedicado principalmente ao parque escolar do Concelho.
13SETÚBALsetembro|outubro11
dar a casa comum
Testemunhos
voluntários
Andreia
PINA
14 anos,
estudante
Aprendi a ter mais
prazer ao olhar
para a escola
depois de a ajudar
a pintar.
João
Sanona
32, analista
de solos
Não custa nada
participar nesta
iniciativa.
É com todo o prazer
que aqui estou.
Miguel
Grossinho
42, engenheiro
eletrotécnico
Vim por causa
dos meus filhos.
Eles ainda não
chegaram.
Na freguesia do Sado pintaram-se abrigos de
autocarro. Na EN10 plantaram-se magnólias,
aproximando a natureza do alcatrão. Nas Casas de Azeitão moradores deram as mãos e
requalificaram centenas de metros quadrados de muro sujo e, por vezes, vandalizado.
No Largo José Afonso crianças integradas
no programa de inclusão social “Escolhas”
aprenderam que fazer da cidade um local
mais aprazível também pode ser uma importante forma de inclusão social.
A “Setúbal Mais Bonita” requalificou não
apenas muros, coretos, bancos de jardim e
tantos outros equipamentos urbanos. O Concelho fez-se mais bonito através dos sorrisos
que se uniram em torno de um sentimento
que aparenta estar por vezes esquecido, mas
que, pelos vistos, está bem vivo debaixo da
pele de quem conhece a terra sadina: amar
Setúbal.
Os números da beleza
A organização e a dimensão dos três dias da campanha “Setúbal Mais Bonita” foram
impressionantes. Alguns factos, traduzidos, na maior parte, em dados estatísticos,
­refletem os recursos técnicos e humanos necessários para que o projeto se tornasse
uma realidade e um exemplo para o mundo do poder da participação cidadã.
7000
110
29
1516
600
7
22
266
2
7484,5
voluntários associaram-se às iniciativas agendadas
para a campanha.
ações propostas pela comunidade civil e aceites
pela Autarquia, mas muitas outras ficaram por
contabilizar.
estabelecimentos de ensino públicos e privados
foram embelezados.
sandes foram distribuídas em sacos de lanche,
compostos por um pão com queijo, uma água e uma
peça de fruta.
madalenas reforçaram os lanches servidos nos
turnos da tarde.
carros utilizados nos vários circuitos de
distribuição de comida.
funcionários voluntários da Câmara Municipal
responsáveis pela distribuição dos lanches.
almoços servidos apenas pela Câmara Municipal.
barquinhas, veículos equipados com cestos
elevatórios, foram utilizados nos trabalhos.
litros de tinta e diluente usados obrigaram à
distribuição de:
534 rolos, 25 escovas de aço, 464 tabuleiros, 12 vassouras,
2 escadotes, 13 andaimes, 73 folhas de lixa e 1202 trinchas e pincéis.
Luís
Castela
53, técnico de
instrumentos
Não me faz
confusão estar
cá a um sábado.
A Câmara que
desafie mais vezes,
que eu cá estarei.
Luís
Campos
68, reformado
Vim para cá
com o meu filho
e o meu neto.
Amanhã há mais?
Cá estaremos!
Patrícia
Silva
36, técnica social
Esta é uma
campanha em
benefício de todos.
Inclusivamente,
favorece a inclusão
social.
PEDRO
COSTA
19, estudante
Este tipo de ação
envolve muito a
população e ajuda
a aproximar
as pessoas
da cidade.
14SETÚBALsetembro|outubro11
Aula de cidadania
As aulas pararam,
não por gazeta,
mas porque foi
dia de embelezar
a escola. Nalguns
estabelecimentos
de ensino até se
trabalhou ao fim
de semana. Pátios
e muros ficaram
mais agradáveis.
Alunos, professores
e, nalguns casos,
encarregados de
educação foram
os artistas.
A autoestima
nunca esteve
tão alta
De pequenino se torce o pepino. O provérbio, por muito gasto que esteja, comporta a
verdade perene de que os valores ficam mais
gravados na personalidade de um adulto
quando instruídos em criança.
Perto de 30 escolas do Concelho, públicas,
privadas e de quase todos os níveis de ensino, participaram na campanha “Setúbal
Mais Bonita”.
A manhã ainda é nova quando, no dia 23 de
setembro, sorrisos e pincéis a pingar tinta
correm desenfreadamente pelo pátio da EB1
da Bela Vista para ver onde se pode dar mais
uma pincelada artística.
Crianças dos 6 aos 10 anos têm a oportunidade de pintar colunas e paredes da escola,
decorando-a a gosto.
O pátio nem precisa de grandes arranjos.
Mas o trabalho coletivo entre corpo docente
e alunos esconde algo mais precioso: a elevada autoestima criada na comunidade e o
prazer em voltar à escola todos os restantes
dias do ano letivo.
O Eduardo, 9 anos, ainda se digna a afirmar
que pintou muito, antes de arrancar com o
rolo, sem aviso e sem terminar a frase, em
direção a uma coluna necessitada de uma
demão de branco.
O Ruben, 10 anos e mais calmo, aguarda na
expectativa de poder dar as primeiras pinceladas. No breve descanso que dá à atenção
que presta a ver se chega a sua vez, explica
que gosta muito do que está a fazer.“É bom
deixar a escola mais bonita.”
Este é o sentimento que se procura. Lídia­
Machado, professora de atividades de enriquecimento curricular na EB1 dos Pinheirinhos, onde também decorre a campanha,
sublinha que “é sempre bom este tipo de sensibilização, porque as crianças chegam a casa
e levam tudo à risca, influenciando a família”.
Para a docente “é importante incutir em pequeninos estas noções de cidadania e preservação
do espaço que é de todos. Esta é a nossa missão,
formar bons cidadãos”.
A diretora da EB1 dos Arcos, Lígia Figuei-
redo, sublinha, igualmente, outro mérito
da “Setúbal Mais Bonita”, o facto de ser uma
“iniciativa humana e que cria nas crianças, que
passam tanto tempo da escola, um sentimento
forte de propriedade”.
Perspetiva partilhada por Carla Vinagre,
presidente da associação de pais daquele estabelecimento de ensino. “A maioria dos pais
vê com muito bons olhos esta iniciativa. Aceitaram extremamente bem. É um projeto muito
interessante e sem dúvida que devia haver mais
atividades destas”, sublinhou.
Dos mais novos aos mais velhos, os efeitos
benéficos da campanha são transversais. O
professor de Educação Visual Luís Ribeiro,
da EB 2,3 de Bocage, realça que todo o trabalho de voluntariado é útil para a sociedade.
“Neste caso é também relevante na formação
dos jovens, para adquirirem noções de regras
sociais e de inclusão social.”
O docente coordena os trabalhos de pintura
de um muro dedicado ao tema “Arte Urbana”, que conta com a participação de alunos
dos 12 aos 15 anos de diferentes turmas. Andreia, 14, e Neuza, 12, partilham opiniões.­
“Isto é um trabalho de todos. Se alguém estragar,
claro que vou lá chamar a atenção”, salienta a
primeira, enquanto a colega frisa que “é sempre giro e bom participar numa iniciativa em
que a escola fica mais bonita”.
Situações há em que se trabalha, por gosto,
nos três dias da campanha e não apenas na
sexta-feira reservada às escolas. Este é o caso
da EB1 de Brejos do Clérigo, Azeitão, onde,
até domingo, participam por gosto e iniciativa própria 74 crianças e 15 adultos nas pinturas decorativas e do campo de futebol.
Na Escola Profissional de Setúbal há mesmo
manifestações de júbilo. “Quando a nossa
carrinha chegou os alunos começaram a aplaudir. Isto é demonstrativo da adesão e do carinho
que a campanha gerou”, relata Nuno Costa, da
Junta de Freguesia de S. Sebastião.
E talvez seja bom guardar e alimentar as memórias destes três dias. No final, todos ficam
a ganhar com o trabalho de todos.
15SETÚBALsetembro|outubro11
turismo
Ostra em boas mãos
Ao natural ou com uma confeção mais requintada, a ostra do Sado esteve em destaque
entre o final de setembro e o início de outubro numa iniciativa composta por diferentes
ações que aliaram a degustação do molusco às artes.
O “Festival da Ostra”, organizado pela Autarquia, chegou às ementas de 25 restaurantes
de Setúbal, com muitas propostas. “A degustação de ostras ao natural é a mais comum em
Portugal. Aqui, damos um toque mais latino a estes bivalves, muito fáceis de trabalhar e que
ficam bem com inúmeros ingredientes”, salientou o chef Tozé, da “490 Taberna Latina STB.
A originalidade e a descoberta de combinações gastronómicas foram também exploradas no restaurante “O Miguel”, com ostras pingadas com sumo de romã, com recheio de
sapateira, gratinadas, ao natural e ainda em canjinha.
Acompanhadas de pão barrado com manteiga, as ostras servidas no “Kefish” foram
complementadas com molho de vinagre balsâmico com chalotas para contrastar o sabor.
O festival incluiu outras iniciativas, como a sessão “Ostras com Sentidos”, na Casa da
Baía, com um workshop conduzido por Óscar Fernandes e Miguel Peixoto e uma exposição da artista plástica Paula Lima, atividade em que participou uma centena de pessoas.
Sensivelmente o mesmo número de pessoas esteve presente no “Ostra Party”, também
na Casa da Baía, com Mário de Brito Pinheiro a destacar a importância histórica deste
molusco e a crescente integração no setor comercial e da restauração. A sessão gastronómica contou com um apontamento musical de blues do grupo Eddie&Charlie.
Antes, no mesmo local, o chef italiano Gemelli fez uma exibição de culinária envolvendo
receitas em que a ostra era o ingrediente principal.
Na Herdade da Mourisca, houve uma mostra com degustação na ObservaNatura, certame
de promoção da observação das aves nas vertentes turística e ambiental.
Sardinha aumenta
prestígio da região Vinho servido com arte
O top 7 da gastronomia portuguesa conta com aquela maravilha
a pingar no pão e Setúbal é o sítio ideal para comê-la. A “nossa”
sardinha assada é mesmo o melhor prato de peixe de todo o País.
O Concelho está de parabéns e orgulhoso com a distinção
A eleição da sardinha assada de Setúbal como
uma das “7 Maravilhas da Gastronomia” traz
“prestígio acrescentado” ao Concelho, considera a
presidente da Câmara Municipal.
“Acho que foi com toda a justiça que fomos premiados nesta nomeação”, salienta Maria das Dores
Meira. “A nossa sardinha faz parte da alma de ser
setubalense”, refere a autarca, salientando que “o
peixe de Setúbal é dos alimentos mais procurados”.
A sardinha, em particular, é uma “pérola de Setúbal”, acentua, com qualidade certificada internacionalmente em 2008, que, graças aos votos
dos portugueses, ganhou o concurso “7 Maravilhas da Gastronomia” na categoria de melhor
prato de peixe, juntando-se aos vencedores
das outras categorias, a alheira de Mirandela, o
queijo da Serra da Estrela, o caldo verde, o ­arroz
de marisco, o leitão da Bairrada e o pastel de
­Belém.
“Felizmente que os portugueses de Norte a Sul do
País ajudaram no reconhecimento da sardinha de
Setúbal”, refere Maria das Dores Meira em jeito de agradecimento pelos votos, uma vez que a
divulgação e promoção do produto setubalense
foi limitada devido às dificuldade financeiras do
Município.
A autarca acredita que o facto de o Portinho
da Arrábida ter vencido em 2010 o concurso
“7 Maravilhas Naturais de Portugal” na categoria
“Praias e Falésias” teve influência no resultado
da sardinha assada.
“Juntar às maravilhas naturais uma maravilha
gastronómica vai continuar a ter repercussões”,
congratula-se Maria das Dores Meira, otimista
com a promoção turística da região.
A autarca participou, dia 10 de setembro, em
Santarém, na cerimónia de anúncio dos vencedores, afirmando na ocasião que “Setúbal e os setubalenses agradecem a distinção”, tanto mais que
“a sardinha é a alma dos setubalenses”.
Agradeceu ainda à organização do concurso
“7 Maravilhas da Gastronomia”, promovido pela
New 7 Wonders Portugal, a oportunidade que o
evento proporciona de “dar a conhecer o que é português ao mundo”.
Fernando Tomé, padrinho da candidatura da
sardinha assada, dedicou o prémio “aos pescadores de Portugal e em especial aos de Setúbal”.
Na gala, transmitida em direto pela RTP 1, concorriam os 21 finalistas à eleição das “7 Maravilhas da Gastronomia”, concurso que envolveu
um processo de votação dos portugueses desenvolvido ao longo de quatro meses, com quase um
milhão de registos.
O vinho é exaltado em experiências únicas que harmonizam a gastronomia com manifestações artísticas graças ao “Vinum Senses”, que está a percorrer os espaços dos 37
produtores vitivinícolas da Península de Setúbal.
Este projeto de promoção enoturística, organizado pela Câmara Municipal em parceria
com as empresas do setor, desenvolve, desde julho, uma sessão por mês, que, dependendo do formato, pode começar ao fim da tarde ou já de noite.
Os participantes são brindados com vinhos de qualidade, da respetiva adega, que acompanham ementas surpreendentes, e assistem a espetáculos que variam a cada sessão, do
fado à ópera, passando pelo bailado.
Depois da Quinta do Alcube, da José Maria da Fonseca, da Casa Ermelinda de Freitas e da
Bacalhôa Vinhos de Portugal, segue-se, em novembro, a Casa Agrícola Horácio Simões,
dia 25, às 22h00, num evento que junta os vinhos desta adega da Quinta do Anjo, Palmela, a um espetáculo de dança das Hijas del Flamenco.
A compra e a reserva dos bilhetes para qualquer sessão do “Vinum Senses” podem ser
feitas pelo endereço [email protected], pelo telefone 265 545 010 ou na Casa da
Baía.
16SETÚBALsetembro|outubro11
Pessoas temporariamente
Ao certo não se sabe quantos são. Os rostos, esses,
podem estar cobertos pela fingida normalidade
quotidiana. Ou expostos sem vergonha.
Aos sem-abrigo já nada resta. Ou quase nada.
Já não são só os que dormem na rua
mas também os que se deitam debaixo
de um teto que deixa passar o silêncio da noite
inclusão
B
runo pôs gravata, não para a fotografia mas porque vai à procura de
trabalho. Com traquejo nas palavras, diz ocupar, há “sensivelmente”
um mês, uma das 14 camas do centro de acolhimento temporário da
Cáritas Diocesana de Setúbal.
Partilhar um quarto com outras
pessoas “não é difícil”. O que custa é
pensar que já teve um só seu. Embora sejam 14 pessoas todas diferentes
umas das outras, Bruno é só mais um
entre iguais. Mais do que a igualdade
medida em cada mão­‑cheia de nada,
é o teto que os abriga o denominador
comum destes homens.
Bruno é, como os outros camaradas, um sem-abrigo. Mas está longe
de ter a figura estereotipada do homem em farrapos, descalço, barba grande e cabelo desgrenhado,
a dormir ao relento em qualquer
banco de jardim.
Este é um jovem de 31 anos que perdeu o emprego em Lisboa e regressou a Setúbal à procura da família
em busca de apoio. Os familiares
nada puderam fazer por ele. Sem
alternativa bateu à porta da Cáritas.
Os dias são passados à procura de
trabalho. “Ainda não perdi a esperança”, assegura ao verbalizar uma
fé que não se esgota com o passar do
tempo. As horas que restam dessa
busca incessante reserva-as a ler, a
escrever ou a desenhar.
Embora diferente, a história de
Ludgero, o mais novo membro da
camarata, levou-o a cruzar-se com
Bruno, há mês e meio, no centro de
acolhimento.
O jovem açoriano deixou a casa dos
pais, na Ilha Terceira, há cerca de
quatro meses, para encontrar trabalho no continente. Não encontrou. Bateu a muitas portas. A única
que se abriu foi a da casa de uma
prima, onde ficou alojado quando
chegou a Setúbal, para depressa se
fechar, pouco mais de um mês depois, e encaminhá-lo para uma saída que o deixou sem abrigo.
Bateu a muitas portas e a da Cáritas,
na Praça Teófilo Braga, onde funciona a valência de acolhimento aos
sem-abrigo “Tornar a Ser” abriuse, proporcionando-lhe um teto.
A fuga dos Açores deste jovem com
24 anos tem por trás a homossexualidade assumida mas não aceite
pelo pai. “Lá ainda é tabu”, lamenta
Ludgero, perentório na recusa de
um regresso à ilha. Apenas a mãe
lhe envia “tabaco e algum dinheiro”.
Com o 4.º ano de escolaridade, sem
trabalho, mas com conhecimen-
to de línguas e informática, como
frisa, Ludgero, que não recebe
qualquer tipo de subsídio, viu uma
oportunidade para fazer o 9.º ano,
através do Centro de Emprego.
Até que outras oportunidades surjam, permanece no centro que o
acolhe, onde desabafa com o pessoal que lá trabalha. “Não tenho nada a
esconder”, confessa, sem amargura
na voz, dando “graças a Deus” por
ter um abrigo.
Ciclo de pobreza
Das 14 camas, uma é para uma situação de emergência. Todas estão
ocupadas. A camarata, que pode ser
um quarto temporário, no máximo
por seis meses, está sobrelotada por
homens, de todas as idades, a maioria ainda proveniente da rua.
“É o sem-abrigo ‘tradicional’”, explica Isabel Monteiro, diretora do
Centro Social S. Francisco Xavier,
da Cáritas Diocesana de Setúbal,
onde funciona o centro de acolhimento, que salienta estar a assistirse a uma mudança de conceito.
“Há por trás um ciclo de pobreza que é
necessário cortar”, denota, afirmando que “muita gente se habituou a viver desta forma”. Não porque o queiram assim, mas porque a “sociedade
permitiu que vivessem assim”.
O centro de acolhimento temporário aos sem-abrigo não se limita
a proporcionar teto, comida, cama
e roupa lavada. Ali delineia-se um
projeto de vida individual que encaminhe, nem sempre para a família, mas para a instituição mais apta
a responder às necessidades de
cada um, seja um serviço de saúde
ou um lar de idosos.
Por outro lado, este ciclo que se
quer cortar não se prende propriamente com a pessoa. E a pergunta
impõe-se: o que está por trás de um
sem-abrigo?
Estão as dependências, prevalecendo o álcool às outras substâncias, e
um outro fator, muitas vezes descuidado: as doenças psiquiátricas.
“Isto está a surgir abruptamente”,
alerta Isabel Monteiro.
Nestes casos, despidos de competências anímicas e pessoais, o ciclo
não quebra sem os devidos cuidados e tratamentos psiquiátricos.
Mas respostas acertadas e ótimas
são raras e, muitas vezes, é à porta
da Cáritas que voltam a bater.
Perdidos na noite
A derradeira condição humana,
tantas vezes esquecida neste retrato
social, tem aberto exceções. A ausência de soluções sujeitou aquilo
que deveria ser um acolhimento
temporário e de transição a um espaço de considerável duração.
“Temos aqui um doente mental há
cinco anos”, conta Isabel Monteiro,
indignada, dizendo que nunca encontraram uma instituição capaz de
o acolher. “Quando aqui chegou nem
sequer falava”, recorda.
Sem documentos, sem família e
sem pronunciar um nome, conseguiram descobrir que o Pedro tinha
estado num lar da Misericórdia de
Lisboa. Depois de exames médicos
feitos chegou-se à conclusão de que
não tinha autonomia, o que o obriga
a ficar sob cuidados definitivos de
uma instituição.
Durante o dia, Pedro vagueia pelas ruas, “a pedir cafés”, quando
17SETÚBALsetembro|outubro11
e abrigadas
Conceito de sem-abrigo
A Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas Sem-Abrigo
definiu o novo conceito para a pessoa sem-abrigo. “Aquela que,
independentemente da sua nacionalidade, idade, sexo, condição
socioeconómica e condição de saúde física e mental, se encontre
em situação de sem teto (vive no espaço público, alojada em abrigo
de emergência ou paradeiro em local precário) ou sem casa
(encontra-se em alojamento temporário destinado para o efeito).
Núcleo junta entidades
O Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo de Setúbal
­(NPISA), entidade criada no final de 2010, é apresentado no encontro
“Tecer a Mudança”, a 9 de novembro, na Casa da Baía.
O NPISA, que assegura a implementação da estratégia nacional para
a integração das pessoas sem-abrigo, inclui diversas instituições,
como o Agrupamento dos Centros de Saúde de Setúbal e Palmela,
a ­Associação CASA – Delegações de Setúbal e Azeitão, a Câmara
Municipal de Setúbal, a Cáritas Diocesana de Setúbal, o Centro
Hospitalar de Setúbal e a Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação
de Setúbal.
As outras instituições que fazem parte do NPISA são Direção-Geral
de Reinserção Social – Equipa de Setúbal 1, IEFP – Centro de
Emprego de Setúbal, Instituto da Droga e da Toxicodependência,
Instituto da ­Segurança Social, IP – Centro Distrital de Setúbal,
Polícia de Segurança Pública e Rede Europeia Antipobreza/Portugal.
nem sequer os deveria beber. Pela
noite, regressa, nem sempre, ao
quarto partilhado com outros, mais
ou menos com a mesma história.
As noites em que a cama de Pedro
permanece vazia deixam adivinhar
que, uma vez mais, foi arrastado, na
sua inconsciência pessoal e social,
para a prostituição.
Apesar de a prostituição masculina
ser um fenómeno em crescimento,
é a feminina que vai mantendo a
mulher longe dos centros de acolhimento aos sem­‑abrigo.
É a vender o corpo, e por vezes a
alma, que encontram defesas para
resistir ao limite do sem-abrigo de
rua. Os casos que existem no concelho de Setúbal, que são poucos, são
encaminhados para o CATI – Centro de Apoio à Terceira Idade, que,
tal como a Cáritas, dispõe de camas
para acolhimento temporário.
Fim de linha
O velho errante do banco de jardim deixou de ter exclusividade
na designação de sem-abrigo, que
ganhou um sentido mais lato, al-
bergando todos aqueles que vivem
em condições degradantes de habitabilidade, sem suporte económico
para a sustentabilidade das necessidades básicas e primárias.
“Em Setúbal não os encontramos na
rua, mas sabemos que vivem assim”,
afirma Isabel Monteiro.
Embora o número de camas seja ínfimo para os casos que batem à porta, a instituição está disponível para
oferecer uma refeição e proporcionar lavagem de roupa e higiene pessoal ou outro tipo de apoio.
Cada caso é um caso. Chegue através
da linha de emergência 144 ou por
uma instituição. De acordo com a
problemática apresentada, e se não
existe suporte técnico de qualquer
entidade, a pessoa é reencaminhada para a instituição mais indicada.
Num cenário indefinido, é ali, na
Cáritas, que lhe é atribuído um gestor que ajuda na integração dessa
pessoa. Pelo meio há o Rendimento
Social de Inserção, sustentado por
um protocolo de direitos e deveres
atribuídos a quem o recebe, que
abre portas a um novo encaminhamento técnico.
“Nós ficamos sempre na retaguarda, a
complementar o trabalho do técnico do
RSI”, assegura Isabel Monteiro.
Isto porque, mesmo que essa pessoa consiga pagar um quarto ou
viver numa pensão, a prestação do
RSI é insuficiente para tudo o resto,
como a compra de medicamentos.
“Pretendemos que essas necessidades
se vão esvaziando e a pessoa consiga
autonomia.”
Além de todos os que ali recebem
apoio, existem os que não se integram no conceito de sem-abrigo,
mas com uma carência económica acentuada que ameaça arruinar
toda uma estrutura familiar.
“Pessoas completamente normais que
estão em fim de linha”, refere a coordenadora. “Acabando o subsídio
de desemprego ou acabando o subsídio
social de emprego ficam sem conseguir
aguentar os compromissos que têm.”
A impossibilidade de assegurar as
prestações da hipoteca da casa ao
banco é um exemplo.
É para este grupo de risco – pessoas
sem suporte familiar à saída de um
processo de desinstitucionalização,
que sofrem risco de despejo, víti-
mas de desalojamento ou com dívidas, recorrendo sistematicamente
aos serviços sociais – que toda uma
rede de instituições concelhias, coordenadas pela Cáritas Diocesana,
tem trabalhado. É o combate ao fenómeno dos sem-abrigo.
Quantos são? Quem são? Porque o
são? Saber responder a estas perguntas obrigou a um trabalho conjunto de instituições e entidades
que, em questões de sem-abrigo,
tem um único “lema”. É na Estratégia Nacional para a Integração de
Pessoas Sem-Abrigo (2009-2015)
que o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo de Setúbal
(NPISA) encontra o fio condutor
para uma atuação em sintonia.
Composto por mais de uma dezena de instituições, entre as quais a
Câmara Municipal, o NPISA (ver
caixa), coordenado pela Cáritas
Diocesana, que em 2002 constituiu
a valência “Tornar a Ser” e conseguiu traçar o perfil dos sem-abrigo
de Setúbal.
Através de um questionário, orientado pelo GIMAE – Grupo de Implementação, Monitorização e Ava-
liação da Estratégia, aplicado junto
de instituições de solidariedade social, fez-se um primeiro levantamento de situações de sem-abrigo.
O número estabelecido foi de 241
pessoas sem-abrigo ou em risco, na
esmagadora maioria de nacionalidade portuguesa.
Neste levantamento, que indica um
maior número de pessoas sozinhas
e sem crianças, as dívidas financeiras, a perda de emprego, a rutura
familiar e os problemas de dependência e de saúde são as razões mais
apontadas para a situação de sem­
‑abrigo.
Embora apresente constrangimentos ao nível do tempo de aplicação e
apesar de não retratar cabalmente a
realidade, o resultado do questionário permitiu reconhecer sinais.
A partir daí, e sempre com base na
Estratégia Nacional, o NPISA tem
atuado nas três frentes de combate: a prevenção, junto de grupos de
risco, a intervenção, em situações
de rua e de alojamento temporário,
e o acompanhamento, posterior ao
acesso a alojamento e respetiva inserção.
18SETÚBALsetembro|outubro11
Esculturas de peso
Parte do espólio doado pelo escultor Virgílio
Domingues ao Município de Setúbal motivou
a mostra “Os Antimonumentos. Prefácio a
uma exposição”, patente na Casa da Baía entre
17 de setembro e 13 de novembro. As 28 ­peças
doadas pelo escultor em 2009, com ­valor
­estimado em mais de 450 mil euros, ficam
expostas na futura Galeria Municipal de Arte,
a instalar no edifício da Escola de Hotelaria e
Turismo, no antigo Quartel do 11.
Música para todos
A Câmara Municipal, em colaboração com várias entidades do Concelho, promove, todos os anos,
em outubro, o Mês da Música. Os espetáculos abrangem diversos géneros e estilos. Tudo num programa
diversificado em que esta forma de arte também é tema de conversa
cultura
Popular, filarmónica, eletrónica, de percussão ou fado, o Mês da Música apresentou
ao longo de outubro géneros musicais para
todos os ouvidos, num programa municipal
com a parceria de várias entidades do Concelho.
A solo ou em grupo, num estilo moderno
ou mais clássico, instrumental ou vocal, os
mais de 20 espetáculos realizados passaram
por locais como Salão Nobre dos Paços do
Concelho, Capricho Setubalense, Auditório
do Inatel, Cooperativa “Bem-Vinda a Liberdade” e Igreja de Santa Maria, além de espaços ao ar livre.
O Mês da Música abriu ainda em setembro,
no dia 30, com a atuação da banda da Força
Aérea Portuguesa, na Sociedade Filarmónica
Perpétua Azeitonense.
A Capricho Setubalense, além de ser palco
de concertos, como Iconoclasts, Hills Have
Eyes, Celina da Piedade e The Doups, dinamizou workshops para os mais novos e também de música eletrónica e guitarra elétrica.
O compositor Amílcar Vasques Dias, intérprete de piano e de música eletroacústica,
atuou na noite do Dia Mundial da Música,
assinalado a 1 de outubro, no Salão Nobre
dos Paços do Concelho, espaço que recebeu
o percussionista Pedro Carneiro, a poesia de
Sebastião da Gama no projeto e-Vox e o Grupo Coral da Escola Secundária de Bocage.
A música também passou pelo Faralhão,
mais propriamente pela cooperativa “Bem­
‑Vinda a Liberdade”, com os vERSONS A
DUO, conduzidos pelo açoriano João da Ilha,
o folclore dos Uxu Kalhus e o “Novo Baile
Antigo”, uma vez mais com a acordeonista
Celina da Piedade.
O fado, o rock e as tunas académicas também
tiveram lugar nesta iniciativa que contou
ainda, na Galeria-Bar La Bohème, com um
ciclo de cinema, com a música como tema
comum, e outro de tertúlias intitulado “Musicando – Conversas com música dentro”.
O Coral Luísa Todi aproveitou para iniciar as
comemorações da passagem dos 50 anos da
primeira atuação, num concerto na Igreja de
Santa Maria, encerrando o Mês da Música.
Teatro
capta
público
A estreia da peça “Cabaret DisPuta”­
foi o ponto alto da XIII Festa do
­Teatro, certame dinamizado pelo
Teatro Estúdio Fontenova, que reúne anualmente companhias ­tea­trais
de vários pontos do País e do estrangeiro.
O melhor parece ter ficado para o
fim, a estreia de “Cabaret DisPuta”, pelo grupo setubalense Teatro
Estúdio Fontenova, que encerrou a
edição de 2011, realizada entre 19 e
28 de agosto.
Ao longo de dez dias, a Festa do Teatro, que conta com o apoio da Câmara Municipal, apresentou espetáculos como “Hot Potato Syncopators”,
Meio século à mostra
Objetos da coleção do Museu de Setúbal saí­
ram “de casa” para uma exposição na sede
da Aerset, entre 15 de setembro e 12 de novembro, comemorativa dos 50 anos daquele
espaço museológico. Entre objetos de arte
e decorativos e documentos históricos, que
integram um acervo com mais de cinco mil
catalogações, uma cómoda/oratório que terá
pertencido a descendentes de Luísa Todi foi
mostrada pela primeira vez ao público.
Fado percorre Setúbal
Fadistas locais e convidados, acompanhados
à guitarra e à viola, têm atuado em espaços
como a Pousada de S. Filipe e a Casa da Baía,
na iniciativa municipal “Fado em Setúbal”. A
Autarquia tem apostado na divulgação deste
género musical, bem como na promoção dos
artistas setubalenses, através de espetáculos,
alguns integrados nos programas municipais
“Noites com... estória” e “Noites da Baía”,
conquistando novos públicos.
Eurovisão revê ídolos
“A Louca História de uma Península”, “Napoleon Pursued by Rabbits”,
“Silêncios Rasgados”, “Caixa Preta”
e “O Regresso de ­Natasha”.
O diretor artístico, José Maria Dias,
congratulou-se com o êxito do festival. “Tivemos bastante público, alguns
espetáculos esgotados e um sobrelo­
tado.”
O cartaz incluiu ainda uma mostra
de curtas-metragens e uma sessão
de conversas sobre teatro, subordinada à temática “M(in)istérios da
Cultura”.
Artistas de 12 países marcaram presença
no “Eurovision Live Concert”, promovido em parceria pela Organisation Générale
des Amateurs De L’Eurovision – Portugal
(OGAE), a Câmara de Setúbal e o sítio de internet Eurovision On TOP. Nesta edição, rea­
lizada a 10 de setembro, no Auditório José
Afonso, foi distinguida a cantora luso-francesa Marie Myriam, vencedora do Festival
Eurovisão da Canção em 1977 pela França.
desporto
19SETÚBALsetembro|outubro11
Prova no Sado ganha
patrono ‘especial’
José Mourinho é o
patrono da próxima
edição da “Setúbal
Bay”, a derradeira
prova internacional
de natação de águas
abertas que permite
o apuramento para
os Jogos Olímpicos de
Londres em 2012.
Os melhores atletas
da especialidade
marcam presença no
Sado a 9 e 10 de junho
José Mourinho é o patrono da prova internacional de natação de águas abertas
“FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2012”, que apura, em Setúbal, a 9
e 10 de junho, os últimos atletas da especialidade para os Jogos Olímpicos de
Londres.
O treinador do Real Madrid aceitou o
convite que a presidente da Câmara
Municipal, Maria das Dores Meira, lhe
endereçou no dia 26 de outubro, pessoalmente, na capital espanhola, onde a
autarca se deslocou com o presidente da
Federação Portuguesa de Natação, Paulo
Frischknecht.
Maria das Dores Meira, que recebeu
uma camisola do Real Madrid autografada pelo melhor treinador de futebol do
mundo, assistiu ainda ao encontro que
o clube disputou com o Villarreal para a
Liga espanhola, no estádio Santiago Barnabéu. No dia seguinte, a autarca visitou
o centro de treinos do Real Madrid, em
Valdebedas.
A “FINA Olympic Marathon Swim Qualifier 2012”, derradeira prova de qua-
lificação olímpica de natação de águas
abertas na distância de dez quilómetros,
reúne em Setúbal os melhores atletas
mundiais e nacionais da especialidade.
A competição de águas abertas conta
com José Mourinho como patrono, que
mais uma vez associa o seu nome a uma
iniciativa da cidade para, desta feita, aumentar o prestígio da “Setúbal Bay”, que
se realiza pelo sétimo ano consecutivo, a
qual decorre num circuito retangular de
dois mil metros (cinco voltas), defronte
do Parque Urbano de Albarquel.
Voluntários tratam troféus
As inscrições de voluntários e estagiários para participarem no projeto
de preservação e conservação do património da sala de troféus do Vitória
Futebol Clube encontram-se abertas.
A iniciativa resulta
de um protocolo de colaboração
celebrado entre a
Câmara Municipal e o Vitória, que
enquadra os trabalhos de conservação das mais de
três mil peças da Sala de Troféus Josué Monteiro. Os interessados podem
candidatar-se a trabalho de voluntariado ou a estágios curriculares, sendo
que, devido à minúcia e responsabilidade das tarefas, é dada prioridade a
participantes maiores de 18 anos. Os
voluntários e estagiários são orientados e coordenados por técnicos municipais especializados em conservação,
ficando incumbidos de tarefas como
registo, identificação, in­ventariação,
recolha de imagens e conservação
preventiva.
Ar­m azenamento,
acondicionamento
e acompanhamento dos trabalhos
de limpeza dos espaços expositivos
são outras das funções a atribuir aos
candidatos. As inscrições podem ser
feitas em [email protected]
ou através dos telefones 265 537 890 e
916 333 694.
APPACDM medalhada
A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Setúbal conquistou o terceiro lugar na 2.ª Taça Nacional de Natação da
­ANDDI, realizada a 15 de outubro, no Estádio Alvalade XXI.
A equipa de nadadores setubalense, constituída por Ângelo Pais, Arsénio Gonçalves, Miguel Gonçalves, Miguel Santos, Milton Costa, Nuno Barradas e João
Pedro Lopes, foi apenas superada pelo Sporting, que ganhou a competição, e
pelo Clube de Natação da Maia. Ângelo Pais e Miguel Santos sobressaíram a título individual, vencendo as provas em que estiveram envolvidos no troféu da
Associação Nacional de Desporto para a ­Deficiência Intelectual.
Reflexão
da gestão
desportiva
A importância do desporto como
“elemento agregador e decisivo do desenvolvimento social” foi destacada
pela presidente da Câmara Municipal na sessão de abertura do “2.º
Seminário de Gestão do Desporto de
Setúbal”, realizado a 14 de outubro.
“Continuamos a investir no apoio e organização de diversos projetos e eventos desportivos e também na constante
melhoria e modernização de equipamentos e infraestruturas desportivas”,
frisou Maria das Dores Meira no
início do encontro, que decorreu no
Auditório Municipal Charlot, numa
organização conjunta da Autarquia
e do Instituto Politécnico de Setúbal, com o apoio da empresa Cedis
e da associação Apogesd.
A autarca vincou que “o presente e o
futuro passam pelo desenvolvimento
da qualidade das condições de vida
das populações, tendo o desporto, neste aspeto, uma importância decisiva e
vital”.
Na sessão de abertura do seminário, subordinado ao tema “A Importância do Desporto no Desenvolvimento Local”, participaram
também o adjunto do secretário de
Estado do Desporto e Juventude,
Paulo Marcolino, e o vice-presidente do Instituto Politécnico de
Setúbal, Pedro Dominguinhos.
Paulo Marcolino, indicando a importância da iniciativa na “partilha
e troca de experiências, que podem
dar algumas pistas para uma melhor
gestão no futuro”, afirmou, contudo,
que “os tempos que correm implicam
um maior sentido de inovação em todas as áreas desportivas”.
Já o vice-presidente do Instituto
Politécnico de Setúbal aproveitou
para destacar o papel do desporto
no “processo de desenvolvimento do
território” em áreas como a educação e a formação, a coesão social e a
economia e alertou para a necessidade da realização de “parcerias que
aumentem as capacidades de gestão
dos agentes de desenvolvimento desportivo locais”.
Vários oradores
Pedaladas pela cidade
Cerca de 900 pessoas participaram, a 2 de outubro, no “Setúbal Bike
Tour”, iniciativa com um percurso de 15 quilómetros que abrangeu vários locais da cidade intervencionados com ações de embelezamento
urbano.
O passeio de cicloturismo, organizado pela Câmara Municipal e pelo
Núcleo BTT Vila Fresca, foi realizado no âmbito do projeto municipal
“Setúbal Mais Bonita”, com o percurso a incluir locais onde a população participou diretamente na execução de arranjos e de melhorias do
espaço urbano.
O circuito, que contou com a participação de muitas famílias e de ciclistas que se foram juntando ao grupo pelo caminho, teve início na
Praça de Bocage e percorreu vários pontos da zona ribeirinha e do centro histórico, incluindo parques verdes e de lazer da cidade.
O encontro, de reflexão e debate
sobre temáticas relativas à gestão e
organização desportiva, teve, entre
os oradores, o diretor do Departamento de Desporto da Câmara
Municipal de Lisboa, Mário Guimarães, o diretor do Departamento
Desportivo e Cultural da Universidade do Minho, Fernando Parente, e o gestor nacional do Quadro
Comunitário de Apoio ao Desporto, João Paulo Bessa. Os restantes
participantes foram o presidente
da Associação de Gestores do Desporto da Extremadura Espanhola,
Benito Ramos Granado, José Pinto
Correia, professor da Universidade
Técnica de Lisboa, e Miguel Furtado, da direção da pós-graduação em
Direito do Desporto e Gestão Desportiva da Universidade Lusófona.
20SETÚBALsetembro|outubro11
Convívio sob o signo
do investimento
Verbas apoiam
atividade letiva
Perto de 80 mil euros vão ser canalizados
pela Câmara Municipal na primeira fase
do apoio financeiro aos agrupamentos escolares do Concelho durante o ano letivo
2011/2012.
Só na aquisição de livros e materiais a Autarquia disponibiliza um total de 57 mil e
703,30 euros. Esta medida de ação social
escolar abrange 1693 alunos carenciados
do 1.º ciclo do ensino básico, sendo que os
agrupamentos verticais de escolas recebem
entre quase quatro mil euros e mais de 21
mil, consoante a quantidade de alunos.
Noutra vertente, mais de cinco mil alunos
são abrangidos por um apoio autárquico no
valor de 20 mil e 256 euros, distribuído por
todos os agrupamentos verticais.
O investimento destina-se à aquisição de
material de desgaste e à realização de atividades educativas.
A Câmara Municipal decidiu ainda atribuir
um apoio de dois mil euros ao Agrupamento Vertical de Escolas Barbosa du Bocage e
de 2500 ao Agrupamento Vertical de Escolas Luísa Todi para despesas de funcionamento de reprografia.
Os apoios foram aprovados a 19 de outubro,
em reunião pública ordinária da Autarquia.
educação
Muitos foram os que apareceram na receção à comunidade educativa. Nas boas-vindas ao ano letivo,
a presidente da Autarquia sublinhou que a Educação merece especial atenção no Concelho. Setúbal
conta com mais e melhores equipamentos. Para ensinar e aprender cada vez melhor
A aposta na qualidade e modernização do equipamento
escolar foi sublinhada pela presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, na tradicional receção à
comunidade educativa, a 28 de setembro, no Jardim da
Algodeia.
Perante mais de 600 pessoas, entre docentes e representantes de entidades com projetos na área educativa,
a autarca salientou que “não há inclusão sem educação”,
mas, advertiu, “não basta dizê-lo, é preciso fazê-lo”.
Maria das Dores Meira recordou que um “parque escolar completamente degradado e abandonado” deu lugar a
escolas “devidamente equipadas com mobiliário, material
didático, equipamento informático e de reprografia”.
A Câmara Municipal, só em 2010/2011, investiu um milhão de euros numa série de intervenções desenvolvidas
num vasto conjunto de estabelecimentos de ensino.
A recuperação de instalações elétricas, projeto em curso, a substituição de coberturas, a construção de refeitórios e copas, a instalação de uma unidade de apoio
especializado a crianças com multideficiência, a reconversão de campos de jogos e a aquisição de monoblocos
para atividades extracurriculares foram as intervenções
executadas. Com a conclusão das instalações elétricas,
serão disponibilizados computadores novos e quadros
interativos.
Maria das Dores Meira destacou ainda a aprovação da
candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional da ampliação da EB1 do Bairro Afonso Costa,
sendo que está prevista a conclusão da segunda fase de
requalificação desta escola antes do início do próximo
ano letivo.
Para 2012 o Município de Setúbal conta dar continuidade à substituição de mais coberturas e terminar o processo de criação de condições para o serviço de refeições
em todas as escolas, com obras nas EB1 das Manteigadas
e Faralhão n.º 2.
A construção da escola básica com jardim de infância da
Quinta da Caiada e a reabilitação da EB/JI do Viso foram
outros projetos a curto prazo do Município partilhados
pela edil com as centenas de professores presentes na
receção.
As apostas num serviço de alimentação escolar mais
saudável, nas iniciativas de promoção de práticas desportivas, nas atividades extracurriculares e nas artes,
neste caso nomeadamente com o desenvolvimento de
ações nas bibliotecas escolares, foram outras garantias
deixadas pela presidente da Câmara Municipal.
Na receção à comunidade educativa, em que marcaram
também presença vereadores da Autarquia, presidentes de juntas de freguesia e profissionais de várias áreas
sociais com projetos desenvolvidos junto dos alunos do
Concelho, os professores tiveram oportunidade de confraternizar e partilhar ideias.
Os participantes receberam agendas do professor para o
atual ano letivo e um CD de divulgação dos vários projetos municipais para as escolas de Setúbal.
RECEÇÃO. Quarenta alunos e
professores de vários países foram
recebidos na Câmara Municipal de
Setúbal a 12 de outubro. A comitiva
participava no “Business Week Setúbal”,
atividade promovida pela Escola
Superior de Ciências Empresariais
do Instituto Politécnico de Setúbal,
este ano subordinado ao tema
“Internacionalização e Competitividade”.
Bibliotecas
escolares
em festa
Visitas guiadas, encontros com escritores
e um seminário foram atividades desenvolvidas em outubro nas comemorações do
Mês Internacional e Dia Nacional das Bibliotecas Escolares em Setúbal, município
que se associou à efeméride pelo décimo
ano consecutivo.
No âmbito da IV Feira das Bibliotecas Escolares do Concelho de Setúbal decorreram
ao longo do mês visitas guiadas e sessões de
apresentação de livros pelos autores.
Os novos alunos de cada estabelecimento
de ensino tiveram também a oportunidade
de realizar visitas guiadas às respetivas bibliotecas escolares.
Para assinalar o Dia Nacional, a Câmara Municipal promoveu, a 25 de outubro,
na Escola Secundária Sebastião da Gama,
o “Encontro Leitur@s”, seminário que, à
imagem do que aconteceu com o restante
programa comemorativo, foi especialmente orientado para a comunidade educativa.
O encontro, com o objetivo da partilha de
ideias sobre as adaptações necessárias das
bibliotecas escolares às novas tecnologias, teve o envolvimento de profissionais
da comunidade docente, do Ministério de
Educação, de bibliotecas, da comunicação
social e de técnicos de associações culturais
com atividade no campo da promoção da
leitura.
21SETÚBALsetembro|outubro11
Da Escola Superior de Tecnologia saíram mais dois projetos inovadores. Uma professora propõe a substituição de lâmpadas
para a obtenção de ganhos no tratamento de águas residuais e outras. Uma aluna aceitou o desafio lançado por uma empresa
e criou um protótipo que aumenta a eficácia do processo laboratorial das análises clínicas
Lâmpadas LED-UV purificam água
Um projeto inovador que visa a introdução
de uma técnica pioneira para desinfeção de
águas residuais, de piscinas e outras com
recurso à utilização de lâmpadas LED-UV
(ultra-violet light emitting diode) obteve o
primeiro lugar no concurso regional Poliempreendre 2011, promovido pelo Instituto Politécnico de Setúbal.
Para a líder do projeto vencedor, Carla Carneiro, professora da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal, as
vantagens do sistema concebido são óbvias:
a eficiência energética e a durabilidade, bem
como a ausência de compostos tóxicos.
“Ao contrário da tecnologia LED, as tradicionais
lâmpadas ultravioleta contêm mercúrio que depois é libertado no ambiente” ao se partirem
durante o normal funcionamento do sistema,
refere a docente.
Atualmente, a última fase de tratamento de
águas residuais, nas estações, é feito pela
passagem do efluente por um sistema de luzes
composto por lâmpadas de vapor de mercúrio
que procede à desinfeção final, permitindo a
deposição.
As lâmpadas de vapor de mercúrio em uso,
aponta a investigadora, têm no entanto uma
baixa resistência a impactos de operação, manutenção e transporte, elevados tempos de
arranque e tempos de vida curtos, que rondam somente as 10 mil horas.
Com as lâmpadas LED-UV, refere Carla Carneiro, os consumos energéticos podem des-
cer até 80 por cento, o tempo de vida útil das
lâmpadas é maior e há uma menor suscetibilidade a danos.
Várias utilizações
As principais utilizações previstas por esta
tecnologia à base de lâmpadas LED-UV são
as estações de tratamento de águas residuais,
na etapa final, na qual “quanto mais água for
tratada maior é o impacte” em termos financeiros devido aos avultados custos associados
ao funcionamento das unidades industriais, o
que, para a docente, justifica a adoção de uma
solução que reduza substancialmente os encargos.
Carla Carneiro destaca também as mais-valias associadas à saúde pública e à preservação
ambiental do LED-UV, designadamente pela
redução da “pegada de carbono”.
As piscinas públicas e privadas e mesmo os
spa são outras possibilidade de utilização
desta tecnologia, afirma a doutorada em bioquímica, já que “o LED-UV poderá vir a competir
com os processos clássicos de tratamento, como
o cloro”, o que pode contornar os frequentes
casos de alergias associados à utilização de
piscinas.
O cloro, “além de causar alergias e ser um agente
sensibilizante, forma subprodutos perigosos que,
ao reagirem com matéria orgânica ou outros elementos dissolvidos na água, estão associados a
problemas de saúde como cancros, efeitos no sistema nervoso e anemias”, alerta Carla Carneiro.
A utilização da tecnologia LED-UV para a
“eliminação/inativação de micropatogénicos
presentes nas águas” é de tal modo inovadora, que, embora exista o conceito, o sistema
não é utilizado em qualquer parte do mundo,
encontrando-se em fase de testes para poder
ser colocada em uso.
A inovação associada ao projeto, desenvolvido em conjunto com os alunos finalistas de
mestrado em engenharia Sérgio Salgueiro,
Susana Sanches e Márcia Pinheiro, abre possibilidades para a criação de uma empresa “já
que se constata uma ausência da aplicação da
tecnologia no mercado”, aponta Carla Carneiro,
indicando tratar-se de “uma boa oportunidade
para a criação de um negócio e para se poupar o
ambiente”.
academia
Análises com mais autonomia
Uma estudante da Escola Superior de
Tecnologia do Instituto Politécnico
de Setúbal (EST/IPS) concebeu um
protótipo inovador para análises laboratoriais ao sangue na sequência de
proposta feita pelo setor privado ao estabelecimento de ensino.
O desafio lançado por uma empresa
de análises assentou na melhoria de
um equipamento que possui e que denotava algumas limitações. A EST/IPS
apresentou a ideia aos alunos finalis-
tas do curso de Engenharia Biomédica
como um dos projetos a desenvolver e
Cátia Mesquita, de 23 anos, aceitou-o.
A estudante tinha de elaborar um protótipo que, além de superar as limitações-base do aparelho da empresa,
introduzisse mais funcionalidades e,
simultaneamente, fosse mais económico durante a laboração.
O “Sistema Semiautomático de Coloração de Lâminas para Análises Hematológicas – EVOStainer” foi a solução
apresentada, com valências inovadoras face aos processos manuais atualmente em uso. Entre estas conta-se a
introdução de mecanismos de automatização, que se traduz numa rentabilização do trabalho executado pelos
técnicos laboratoriais.
Com a nova proposta, que inclui a possibilidade de o equipamento poder ser
programado, o técnico de saúde não
tem de estar em permanência junto
da máquina para fazer uma análise
microbiológica com o recurso a métodos de coloração, o que se traduz “num
procedimento longo e fastidioso”, refere a finalista do curso de Engenharia
Biomédica da EST/IPS.
O protótipo concebido apresenta num
ecrã LCD as temporizações associadas e fornece informações acerca do
método de coloração em curso, bem
como um dispositivo visual e sonoro
que alerta para o final do trabalho.
Com a introdução de elementos mecânicos automatizados, o EVOStainer
permite igualmente a mudança das
lâminas em análise para as tinas que
contêm os líquidos de contraste necessários a cada exame.
“A programação associada contempla o
tempo para submergir o suporte das lâminas em cada tina, tempos de repouso
e períodos de agitação”, prevenindo-se
que os reagentes não sejam contaminados.
Desafios superados
A construção do protótipo, que decorreu durante cerca de ano e meio, teve
como principais dificuldades o facto de
se tratar de “um projeto muito ambicioso”
e de ter sido realizado de forma “solitária”, uma vez que teria seguramente a
execução mais facilitada se fosse distribuído por um grupo de alunos.
O desafio não assustou Cátia Mesquita,
que aponta como recompensas pessoais a obtenção de um maior sentido de
autonomia e autoconfiança, bem como
o alargamento da experiência académica através do estudo de matérias não
contempladas no curso de Engenharia
Bioquímica que frequenta, designadamente a interação com a eletrónica e a
mecânica.
Como objetivo imediato, Cátia Mesquita exprime o desejo de patentear e
comercializar o equipamento e o reconhecimento do trabalho desenvolvido.
Em busca do primeiro emprego, mostra-se pronta a enfrentar novos desafios e recetiva a aceitar projetos inovadores porque acredita que, “com esforço
e empenho, muito do que se pensa que não
é possível, afinal é”.
22SETÚBALsetembro|outubro11
De olho em Setúbal
Sem nunca largar a câmara, pois “pode sempre aparecer alguma coisa”, António Simões
da Silva, 65 anos, é já uma cara conhecida no
Concelho por marcar presença e filmar a atividade cultural que se realiza em Setúbal.
Simões, como é conhecido por grande parte
das pessoas, fala com empenho do passatempo de eleição que escolheu para a reforma.
Tanto é o entusiasmo que fica difícil “travá­
‑lo” quando começa a contar por onde esteve,
ao que assistiu e, naturalmente, o que gravou.
“Faço aquilo que gosto. Mais vocacionado para
a cultura, pois é o que me cativa mais.” É assim
que tenta reduzir em palavras todo o prazer
que tem em assistir, filmar, editar e arquivar
as horas infindáveis de vídeos que grava de
tertúlias, concertos, peças de teatro e todo o
género de expressões artísticas no quotidiano
setubalense.
Os números impressionam. A dedicação ao
passatempo já produziu, numa rude estimativa do “cameraman” de Setúbal, mais de 50
mil fotos e ultrapassou as duas centenas de
vídeos.
Com precisão, os factos reforçam as estatísticas de António Simões, uma vez que o canal
do Youtube “simoesdasilva2” conta com 256
vídeos, 376.067 exibições no total e 73 utilizadores inscritos. Na plataforma do Sapo, as visualizações ascendem as 125 mil. No Facebook
são mais de 700 as fotos publicadas no perfil,
que conta com praticamente 200 amigos.
Igualmente avassalador é o arquivo deste
amador (leia-se no duplo sentido da palavra)
das filmagens e da cultura. Com uma divisão
da casa dedicada só ao acervo, já perdeu a
conta às caixas de DVD e aos discos externos
para guardar os ficheiros em formato digital.
“São uns sete ou oito. Alguns com capacidade de
centenas de ‘gigas’, mas muitos já com ‘teras’ de
capacidade.”
Se considerarmos que um terabyte corresponde a 1024 gigabytes, rapidamente se desiste de tentar encontrar o número de horas
de filmagens e de fotos com memórias de Setúbal organizadamente acarinhadas por António Simões.
Sem perder pitada
Filmar não extrai nada às experiências culturais a que assiste. Este autoditada da tec-
retratos
O tempo livre da reforma está quase todo ocupado. Faz o que gosta, pois outra coisa não faria sentido. António Simões
é uma figura constante na atividade cultural do Concelho. Essa presença é captada com a câmara de filmar em riste.
Do passatempo e amor a Setúbal resultam milhares de imagens das memórias sadinas recentes
nologia não procura grandes panorâmicas ou
ângulos cinematográficos. “É o que sai. Isto não
é uma obsessão”, sublinha.
O facto de olhar para os eventos através da câmara ajuda-o “a ver frequentemente mais coisas
do que a maioria das pessoas vê”. Até porque
revisiona as gravações em casa, mais uma vez
por prazer, mas também devido às edições
que faz. Modéstia posta de parte, confessa o
orgulho nos filmes e nas caixas de DVD que já
fez “com muita pinta” [risos].
O empenho e o espírito de iniciativa já lhe
causaram, contudo, alguns imbróglios com
instituições. Como exemplo, recorda a impossibilidade de filmar a Festa do Teatro deste
ano por uma questão de direitos de imagem
dos artistas.
Porém, só não grava quando não pode estar
presente ou quando não o deixam. De resto,
faz uma gestão quase profissional da agenda
cultural do Concelho. “Estou sempre atento às
notícias de ‘O Setubalense’ e às publicações da
Câmara. Não escapa nada.”
O que encontra guarda numa agenda eletrónica, o que faz com que esteja sempre a par de
todos os eventos. “Centro-me mais na cidade,
por uma questão de deslocação”, completa.
Amor dava um filme
filmagens que faz. Muitos já ficaram mesmo
com os seus pedaços de memória, como os
Bombeiros Voluntários, a Cruz Vermelha e até
o bispo de Setúbal.
Quanto ao futuro do vasto arquivo que possui
da história recente da cidade não sabe o que
será. “Não faço ideia ao que lhe vou fazer. Só espero não ter de pensar nisso tão depressa. Seria
mau sinal”, conclui, bem-disposto.
Natural de Santiago do Escoural, no concelho
de Montemor-o-Novo, chegou a Setúbal com
11 anos. Profissionalmente, grande parte da
atividade foi realizada como eletricista na ENI
(Eletricidade Naval e Industrial) e na Lisnave.
Os anos passados à beira do Sado desenvolveram-lhe uma devoção profunda pelo Concelho. “Eu amo Setúbal. Esta terra deu-me tudo.
Emprego, família, casa. Tudo. Nunca poderei
fazer o suficiente para retribuir o que Setúbal me
deu.”
Talvez por isso não procure o lucro com as
O Livramento é um mercado de gerações.
Vai-se perdendo a conta aos anos que a
praça mais conhecida de Setúbal abastece a
população. De cara lavada na foto de Mário
Peneque, tirada em outubro, é evidente o contraste com a memória gravada por Américo
Ribeiro em 1952. As balanças são outras e
os fatos de macaco deram lugar a uma indumentária mais simples, que inclui luvas.
Até a brilhantina dá hoje outras formas ao
cabelo. A semelhança entre as imagens é que
ontem
está invisível nesta comparação, a qualidade, imagem de marca sempre presente no
Mercado do Livramento.
hoje
Passo a passo pela cultura
Os passeios pedestres estão na moda e recomendam-se. A atividade, em contexto urbano ou na natureza,
alia a prática física a momentos culturais de descoberta do património natural e histórico. A Arrábida surge
em destaque na mais de uma centena de circuitos da SAL, empresa que dinamiza os “Passeios Pedestres
Municipais do Concelho de Setúbal”
Os pontos de encontro variam consoante o passeio escolhido, que,
­regra geral, realiza-se no período
da manhã. Roupa e calçado confortável, marmita na mochila, disposição em alta e vontade de descobrir
encantos da natureza ou património
histórico.
São assim os passeios pedestres
dinamizados pela SAL – Sistemas
de Ar Livre, empresa que funciona
desde 1996 e divulga, de forma inovadora, as potencialidades naturais
e arquitetónicas da região de Setúbal e de outros locais do território
nacional.
“Apercebi-me da potencialidade dos
passeios pedestres ao longo de várias
visitas ao estrangeiro e vi uma janela
de oportunidade para criar o negócio, associada a um profundo gosto
pela natureza e pela região”, refere
o diretor-geral da SAL, José Pedro
Calheiros.
A Arrábida está na génese da maio-
ria dos passeios pedestres, num
eixo que engloba Setúbal, Palmela
e Sesimbra. Contudo, os circuitos
abrangem também outros locais da
Área Metropolitana de Lisboa e, no
Alentejo, Alcácer, Grândola, Montemor-o-Novo e Évora.
“Antes de os propormos ao público,
vamos ao local, fazemos o reconhecimento do terreno e uma pesquisa sobre
locais de interesse relevante”, esclarece o responsável, adiantando que
cada passeio é programado tendo
em consideração “a carga de esforço,
Protocolo reforça turismo
Um protocolo entre a Câmara Municipal e a SAL, celebrado a 27 de
­setembro, no âmbito das comemorações locais do Dia Mundial do
­Turismo, permitiu avançar com o programa “Passeios Pedestres Municipais do Concelho de Setúbal”, que aposta em mais percursos citadinos e ­em descontos.
“A oferta turística na área dos passeios pedestres, atividade de promoção da
região e de hábitos saudáveis, vai ter um grande desenvolvimento através
desta parceria”, destacou a presidente da Autarquia, Maria das Dores
Meira, na cerimónia, realizada na Casa da Baía.
O acordo com a SAL – Sistemas de Ar Livre – Atividades Turísticas,
Ambientais e Lúdicas, dinamiza o projeto “Passeios Pedestres Municipais do Concelho de Setúbal”, pacote que conta com 20 circuitos
­pedestres de cariz campestre e citadino, enquadrando as mais­­‑valias
do património natural e cultural da região.
“Com este protocolo criámos mais quatro circuitos urbanos”, destacou o
­diretor-geral da SAL, José Pedro Calheiros, sublinhando, igualmente,
a implementação de preços bonificados.
o grau de interesse, a duração, mais
curtos aos sábados e mais longos aos
domingos, e os pontos clímax que surpreendam as pessoas”.
Já as distâncias, por vezes, são relativas. “No passeio ‘Arrabaldes do
Céu’ vamos do Creiro ao Portinho da
Arrábida, subimos ao Convento e descemos. Em distância é pouco, mas levamos sete horas, porque a dificuldade
é maior.”
José Pedro Calheiros sublinha ainda
que o conceito de cultura associada
ao exercício físico está presente em
todos os passeios, destacando “a
capacidade de comunicação e a interação com os participantes” como
principais mais-valias da SAL.
“Queremos ser intérpretes da história
e passar esse conhecimento para os
participantes, que também interagem
connosco, sem qualquer tipo de receio,
complementando, várias vezes, a informação dos monitores com histórias
pessoais.”
Os passeios pedestres da
SAL têm um custo que varia
entre os três e os oito euros,
havendo também pacotes
especiais de participação
(informações em www.sal.pt).
Ao longo de mais de década e
meia de atividade, os números
impressionam.
15 anos de SAL
19 monitores em atividade
117 passeios diferentes
50.000 participantes
650.000 quilómetros
Também a indumentária usada, os
macacões amarelos e os bonés verdes, surpreende. “São cómodos, práticos, úteis e uma imagem de marca
ostensiva. Amarelo porque é uma cor
da natureza e que se destaca. Também
simboliza a criatividade, característica que marca a empresa.”
Novos passeios urbanos
Com a dinamização dos “Passeios
Pedestres Municipais do Concelho
de Setúbal” (ver caixa), novos percursos urbanos de forte caráter cultural integram a promoção de locais
como o Convento de Jesus e a Casa
da Baía, e ainda igrejas, museus,
Parque Urbano de Albarquel e Pedra Furada.
Em meio urbano, são cinco os passeios disponíveis, quatro completamente novos. “Nos Passos de Bocage”, num percurso reformulado pela
zona da Baixa, são revisitados locais
associados à vida do poeta e outros
que perpetuam a sua memória.
No “Setúbal Monumental e Popular” são focados importantes locais de interesse histórico, assim
como os bairros típicos do Troino
e da Fonte Nova, enquanto a visão
modernista nos séculos XIX e XX é
mostrada no “Setúbal da Elegante­
Arte Nova”, iniciado na estação
de comboios, com passagem pelo
Bairro Salgado.
O “Setúbal e o Rio” aborda a ligação
da população com a atividade piscatória, num percurso ao longo da
frente ribeirinha, entre o Parque
Urbano de Albarquel e a Pedra Furada. Já o “Setúbal Boulevard”, com
início e fim na Casa da Baía, é centrado nos inúmeros pontos de interesse existentes em toda a extensão
da Avenida Luísa Todi.
iniciativa
23SETÚBALsetembro|outubro11
rosto
Dedicação
exclusiva
José Pedro Calheiros, 43 anos,
é o principal rosto e mentor
das atividades dinamizadas
pela SAL. Nascido e criado
em Setúbal, é licenciado em
Engenharia de Minas pelo
Instituto Superior Técnico,
mas a maior parte de formação
e aprendizagem na área dos
passeios pedestres ganhou-a
nos quatro anos que passou
no Clube de Montanhismo da
Arrábida.
“Os últimos 15 anos da minha
vida foram inteiramente
dedicados à SAL”, indica José
Pedro Calheiros, que, todos os
fins de semana, está numa das
atividades dinamizadas pela
empresa que gere.
Entre a panóplia de percursos
que delineou ou ajudou a criar,
“O Desafio da Arrábida”, o
primeiro passeio de sempre
da SAL, é um dos que lhe dão
mais prazer e que mais gosta
de acompanhar em grupo.
“O nome foi inspirado num livro
editado pelo Parque Natural da
Arrábida. É um passeio que vai
ao ponto mais alto do Concelho,
o Alto do Formosinho, com 500
metros de altitude”, explica.
24SETÚBALsetembro|outubro11
Música perde
artista maior
Diplomas
em mês
de festa
O mundo da música, não só em Setúbal mas no
País, ficou mais pobre a 22 de outubro com a
morte do pianista e compositor Rui Serodio.
Várias personalidades de todos os quadrantes
sociais juntaram-se a familiares e amigos para
marcarem presença no funeral do músico, sepultado no Cemitério da Paz, em Algeruz.
Os méritos artísticos e humanos de Rui Serodio
são reconhecidos por toda a comunidade, sendo
que a Câmara Municipal lhe atribuiu recentemente, no Dia de Bocage e da Cidade, a 15 de setembro, a Medalha de Honra da Cidade, na classe
Atividades Culturais.
Ao nível artístico, Rui Serodio participou num
Memórias de Calafate
A exposição “António Maria Eusébio: o Calafate entre a Monarquia
e a República” abre as portas no
dia 22 de novembro, na Biblioteca
Pública Municipal, para, até 17 de
dezembro, revelar o percurso da
história recente de Portugal tendo
como protagonista o cantador de
Setúbal, falecido há cem anos. A
mostra, promovida pela Autarquia,
pode ser vista das 13h00 às 19h00,
de segunda-feira a sábado. Documental e bibliográfica, a exposição
inclui vários objetos de arte e o
molde usado para o busto do Parque do Bonfim.
vasto conjunto de projetos. Um dos mais recentes é o coro municipal “Afina Setubal”, grupo de
funcionários da Autarquia que dirigia desde a
fundação, em janeiro de 2010.
De trato fácil, humilde e sempre com ponta de
humor, Rui Serodio, em entrevista ao “Guia de
Eventos” de outubro do ano passado confessava
não ter “vida fora da música”.
Com graça, desabafou que, enquanto não tinha
“pachorra para ensinar piano, que demora muito
tempo”, adorava dar aulas de composição de música, até porque a “sorte de saber mais de música
do que outros” lhe conferia “o dever de ensinar”.
Dedicado ao cancioneiro mais popular, Rui
Festival promove jazz
O primeiro Círculo de Jazz Festival abre dia 11 de novembro, no
Auditório Charlot, às 22h00, com
Tim Holehouse. Segue-se João
Vítor Quarteto, a 12, às 22h00, na
Capricho Setubalense. Os Logadogue Swing Project e o trio de Mário
Delgado atuam no dia 19, às 22h00,
na Capricho. Jazz Class Dámsom e
Filipe Melo Trio encerram, a 20,
às 21h30, no Club Setubalense, os
concertos do festival, promovido
pela Autarquia. O programa inclui
workshops, às 15h00, nos dias 19
e 20, com Mário Delgado e Filipe
Melo, respetivamente.
Bebés vão ao teatro
S­ erodio, mestre na arte do improviso, autodescreveu-se como um “pianista ligeiro com toda a
escola clássica”.
Com antepassados hispânicos, natural de Lisboa, o maestro apaixonou-se e veio viver para
Setúbal. Depois deu-se novo amor, mas pelo
concelho sadino. “Adoro a Baixa. Acho Setúbal
uma cidade muito fresca e saudável”, indicava na
entrevista, para, no jeito brincalhão que o caracterizava, acrescentar: “Já sou um bocadinho
charroco.”
A cidade que o adotou há 25 anos está mais triste
e pobre com a partida deste protagonista da vida
artística local.
Espetáculos, ateliers e conversas
compõem a segunda edição do
festival ABETO – Artes para Bebés
E Todos os Outros, do Teatro do
Elefante. O objetivo da iniciativa,
apoiada pela Autarquia, é promover a reflexão em torno da arte para
bebés. O evento decorre entre 12 e
20 de novembro na Casa da Baía,
na União Setubalense e na Escola
Superior de Educação. As reservas
devem ser feitas pelo número de
telefone 265 535 640 ou pelo mail
[email protected],
contactos a usar também para mais
informações.
Luciano em homenagem
“Luciano (1911-2006). Evocação
no Centenário do Nascimento” é
o título da exposição evocativa do
autor do Tríptico dos Setubalenses
Ilustres, patente nos Paços do Concelho, do painel do átrio da Escola
Sebastião da Gama e dos painéis
cerâmicos do Mercado da Conceição e do Hotel Esperança. A paisagem, o retrato e a figura estão nesta
mostra promovida pela Autarquia.
A exposição, que pode ser vista de
26 de novembro a 29 de janeiro,
das 11h00 às 14h00 e das 15h00 às
19h00, na Casa da Baia, inclui obras
do início do percurso do artista.
plano
seguinte
Jovial e humilde, Rui Serodio abraçou a
música e Setúbal com todas as forças.
Partiu aos 74 anos, mas deixou arte que faz
sorrir muitos corações. O piano do maestro
e compositor calou-se e o vazio da saudade
enche-se agora com o seu legado artístico
O Centro de Novas Oportunidades da Fundação Escola
Profissional de Setúbal assinala o 10.º aniversário, a 28 de
novembro, no auditório do estabelecimento de ensino, com
uma sessão comemorativa em
que mais de 150 adultos recebem os diplomas de curso.
Durante a cerimónia, antigos
alunos partilham testemunhos
da experiência vivida no centro
e dos conhecimentos entretanto adquiridos.
O Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação foi
criado na Escola Profissional
de Setúbal em 2001, tendo sido
um dos polos pioneiros no País
na prestação de serviços desta
natureza.
Só no primeiro ano de funcionamento foram certificados
178 adultos, sendo que, até
2011, esse número já ultrapassou as 2800 pessoas, total de
certificações que engloba tanto
o Nível Básico (9.º ano), como
o Nível Secundário (12.º ano).
O Centro de Novas Oportunidades tem como principal objetivo o acolhimento, acompanhamento e encaminhamento
de adultos que procuram informação, formação ou certificação. Estas comemorações
são, em certa medida, o prolongamento das festividades
com início a 4 de novembro,
data em que a Fundação Escola
Profissional de Setúbal assinala o 20.º aniversário, com a
entrega de diplomas aos alunos
recém-formados.
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Música passa de mão em mão Orgulho coletivo embeleza concelho