RUBRICA/GERAL SEXTA-FEIRA - 04 JANEIRO 2013 À Margem 7 Fernando Manuel Pereira Há cerca de dois anos, surgiu em Setúbal um grupo de reflexão que assumia à partida o compromisso e se propunha defender intransigentemente a cidade e o concelho de Setúbal e acordar as pessoas para a discussão de diversos problemas ambientais, sociais, económicos, e outros, que afectam a nossa sociedade, incentivando a participação de todos nós na construção do futuro da nossa região, promovendo, simultaneamente, valores democráticos básicos através da participação cívica, porque partilhavam o conceito de que cidadania é o direito a ter direitos. Grupo que sempre se afirmou apartidário, mas não apolítico, conta com a participação, colaboração e apoio de diversos elementos vindos de variados quadrantes políticos, irmanados num único objectivo que configura a defesa intransigente do bem-estar individual e social comum da população setubalense. São, por exemplo, contra a queima de resíduos perigosos na cimenteira da Secil, defendem uma maior e correcta ligação cidade rio, batem-se pela reconversão da nossa Baixa comercial, são a favor da mudança para uma economia de energia eficiente, pelo respeito da integridade dos sistemas naturais, lutam pela harmonia social e esforçam-se por melhorar o equilíbrio ecológico, já que entendem que somos parte da natureza e não separados da natureza e portanto “temos o dever de manter um equilíbrio ecológico e viver dentro dos limites ecológicos e recursos da nossa comunidade e do planeta que habitamos”. Defendem uma sociedade sustentável, que deve utilizar D.R. Pensar Setúbal GRUPO – Apartidário, o grupo conta com a participação dos defensores da população setubalense recursos no sentido que as gerações futuras deles possam beneficiar e não sofrer devido a más práticas utilizadas. Preocupam-se com o tráfego na cidade e seu escoamento, com a poluição e com o barulho, com o isolamento social de pessoas idosas e famílias jovens: “todos juntos podemos marchar para cumprir e fazer cumprir nossos inalienáveis direitos e falarmos a uma só voz. Setúbal tem muitos problemas de diversa ordem que têm que ser resolvidos, muitos imediatamente, que não podem ser adiados, não podemos viver de promessas e de poucos ou nenhuns actos. A cidade e o concelho têm que avançar rumo ao futuro, mas a um futuro bem pensado, bem planeado e, consequentemente, bem executado. A actual crise não pode servir de justificação para um baixar de braços, para que algumas pessoas se alheiam de responsabilidades e de acção. O nosso grupo de reflexão já deu um grande salto qualitativo, estamos presentemente bem inseridos na sociedade local, porque conhecemos os problemas em profundidade, e já contamos Opinião com algumas centenas de participantes e cooperantes (a última reunião que fizemos, sobre a temática do porto de Setúbal, encheu por completo a sala nobre do Club Setubalense, tendo começado às vinte e uma horas, durou até cerca das duas da manhã, o que traduz a actualidade e interesse sobre esta matéria…), estamos atentos ao que se passa na cidade e no concelho e, inclusivamente, queremos que oiçam a nossa voz nas próximas eleições autárquicas! “, diz-nos Pedro Rodrigues, um cidadão que desde há longos anos elegeu Setúbal como a cidade do seu coração, onde exerce a sua actividade profissional e onde reside. O grupo de reflexão “Pensar Setúbal”, prepara para 2013 um leque de encontros sobre temas que interessam toda a população e deseja fortalecer a sua participação na defesa dos valores e dos interesses de setubalenses e azeitonenses. Diz-nos Pedro Rodrigues, a finalizar: “As gerações futuras vão herdar os resultados de nossas acções, por isso, vamos todos pensar Setúbal!” Már io da Silv aM our a ário Silva Mour oura 2013 Há muita gente supersticiosa para quem o número treze dá azar. A maneira como têm evoluído as coisas no nosso país parece querer dar razão a essas pessoas pois as opiniões de que a vida dos portugueses vai ser tremendamente difícil vêm de todos os lados. Na realidade tudo faz crer que os nossos governantes não vão conseguir resolver os tremendos problemas financeiros a que se propõem e que, por isso, a nossa vida vai ser ainda mais espremida, até á exaustão pois o caminho escolhido foi o de “fazer dinheiro” á custa do trabalho dos portugueses e não o de criar condições para produzir riqueza. No entanto, como não sou dos que acreditam em superstições e, pelo contrario, até tenho o número treze com um sinal privilegiado, já que muita coisa boa me tem acontecido a treze, confio em que o Novo Ano será sinal de mudança e de melhoria de perspectivas. Os que por essa Europa defendem a austeridade como única solução para o estado a que chegaram muitos dos países, e Portugal entre eles, começam a estar isolados. O FMI já fala em crescimento, os países emergentes dão prova do seu crescimento, os povos dão sinais evidentes de que não estão dispostos a continuar sacrifícios em benefício duns tantos, e mostram-no nas ruas duma maneira espontânea, Espero por isso que esta onda de protesto e o crescendo de opiniões divergentes, mesmo entre os teóricos e os políticos, resulte numa mudança de sistema em que o trabalho tome o seu verdadeiro lugar de gerador de riqueza, em que a solidariedade não permita a concentração da riqueza à custa da explo- ração de outros, e até da fome e exclusão de muitos, Mas isso depende não só da tal mudança de sistema ou paradigma mas principalmente duma mudança radical de procedimentos, de objectivos e de maneiras de ser de cada um de nós – necessita-se do tal “homem novo”. Se chegámos onde chegámos foi precisamente porque o homem se deixou impregnar de ânsia de poder e de lucro, se transformou num ser egoísta e hedonista, e perdeu todas aquelas características que definem um homem bom. Nada melhor que um início de ano para se fazerem propósitos verdadeiros de mudança e que depois tal mudança de cada um se transforme numa verdadeira vaga transformadora da sociedade em que vivemos. E se assim não acontecer o 2013 continuará pura e simplesmente a descida para o precipício. Confiamos que os não supersticiosos acreditem que mudar é necessário e urgente e que cada um faça o que lhe está destinado fazer para melhorar tudo aquilo que lentamente se foi conquistando – uma sociedade solidária.