DESENVOLVIMENTO E EMPREGO RESPOSTA LOCAL PARA DESAFIOS GLOBAIS “Não podemos apenas sentar-nos e acusar a globalização, ou as mudanças económicas estruturais, ou os governos hostis, ou a suposta relutância dos jovens em participar nos sindicatos. Temos de centrar-nos no que podemos fazer para adaptar as nossas organizações às circunstâncias em mudança.” Agnes Jongerius, Presidente da confederação holandesa de sindicatos (2013) Um dos objetivos do próximo quadro comunitário de apoio é, através do fundo europeu de desenvolvimento regional (FEDER), criar postos de trabalho nas regiões que sofrem desemprego com o definhar dos setores produtivos tradicionais. A UGT-Setúbal pretende contribuir para uma resposta concertada da região de Setúbal e consolidar a sua posição de parceiro social nos programas europeus a implementar. Talvez respondendo a uma economia cada vez mais globalizada os sindicatos, ao longo do século XX, privilegiaram a geografia nacional ou mesmo a internacional para a sua intervenção. Porém, muitas das políticas públicas ou investimentos, foram desenvolvidos a partir dos atores regionais e utilizando recursos endógenos locais. De 1988 a 2013 foram investidos 708 Biliões de euros nas políticas de coesão. Cerca de 16% da totalidade dos fundos estruturais tiveram como destino o incentivo à inovação; à sustentabilidade e projetos de formação no quadro da competitividade e emprego regional. Outras políticas como a PAC (política agrícola comum); transportes; telecomunicações e energia; ambiente e concorrência, tiveram como finalidade contribuir para reduzir as assimetrias entre regiões. Conseguiram? Projetos de investimento como a Autoeuropa; a nova fábrica da Portucel ou mais recente a refinaria de Sines; sendo Pins (Projetos de Potencial Interesse Nacional), evidenciam um inquestionável impacto local ou regional. Estes projetos, com investimentos financeiros de grande dimensão, têm impacto no emprego local; na interação com os agentes económicos locais; no comércio local; na sustentabilidade ambiental; na coesão social e na valorização do território. A sua posição torna-se de tal forma dominante que absorvem grande parte dos escassos recursos públicos e condicionam decisões de política regional. Estes grandes exportadores estão verdadeiramente empenhados no desenvolvimento regional? Então que estratégia se deve seguir para uma melhor justiça distributiva na região de Setúbal? O desemprego está no topo das preocupações das instituições regionais? Deverá a região de Setúbal responder a uma só voz? Será possível compatibilizar o desenvolvimento e o combate á pobreza? Qual o papel das multinacionais no contexto regional? Conseguem as nossas instituições responder ao desemprego estrutural na região de Setúbal? Deverá existir um catálogo formativo de referência para a região? Há espaço para a ética empresarial face aos desafios da globalização? A UGT-Setúbal pretende com este seminário uma reflexão regional quanto aos desafios que se colocam para o futuro. Estas preocupações deverão nortear o desenvolvimento estratégico da região de Setúbal. Saber se é possível conciliar o reforço da coesão social com a competitividade regional. E devemos questionar se as nossas Instituições estão capacitadas para a mudança face aos desafios da globalização tal como sugere Agnes Jongerius. Através dos painéis de debate propostos contamos contribuir para uma verdadeira afirmação regional. É nossa intenção responder aos desafios, decorrentes de uma globalização cada vez menos humanizada e mais mercantilista, adversa a trabalhadores, pequenos empresários e população local. Estas são apenas algumas das questões que pretendemos lançar para um debate, que com certeza, não terminará com este seminário.