Natal, RN
___/___/2014
ALUNO:
Nº
SÉRIE/ANO:
TURMA:
7º
DISCIPLINA:
HISTÓRIA DA ARTE
TIPO DE ATIVIDADE:
D
TURNO:
V
PROFESSOR (A):
TEXTO COMPLEMENTAR - III
1º trimestre
TATIANE
A arte da Europa Ocidental no início da Idade Média
ARTE GÓTICA
No século XII, entre os anos 1150 e 1500, tem início uma economia fundamentada no comércio.
Isso faz com que o centro da vida social se desloque do campo para a cidade e apareça a burguesia
urbana. No começo do século XII, a arquitetura predominante ainda é a românica, mas já começaram a
aparecer as primeiras mudanças que conduziram a uma revolução profunda na arte de projetar e construir
grandes edifícios.
O estilo Gótico desenvolveu-se na Europa, principalmente na França, durante a Baixa Idade Média
e é identificado como a Arte das Catedrais. A partir do século XII a França conheceu transformações
importantes, caracterizadas pelo desenvolvimento comercial e urbano e pela centralização política,
elementos que marcam o início da crise do sistema feudal. No entanto, o movimento à arraigada cultura
religiosa e o movimento cruzadista preservavam o papel da Igreja na sociedade.
Enquanto a Arte Românica tem um caráter religioso tomando os mosteiros como referência, a Arte
Gótica reflete o desenvolvimento das cidades. Porém, deve-se entender o desenvolvimento da época
ainda preso à religiosidade, que nesse período se transforma com o pensamento da escolástica (união da
fé com a razão), contribuindo para o desenvolvimento racional das ciências, tendo Deus como elemento
supremo. Dessa maneira, percebe-se uma renovação das formas, caracterizada pela verticalidade e por
maior exatidão em seus traços, porém com o objetivo de expressar a harmonia divina.
Nota: O termo Gótico foi utilizado séculos mais tarde, pelos italianos renascentistas, que consideravam a Idade Média como a
idade das trevas, época de bárbaros, e como para eles os godos eram o povo bárbaro mais conhecido, utilizaram a expressão
gótica para designar o que até então chamava-se "Arte Francesa ".
ARQUITETURA
A primeira diferença que notamos entre a igreja gótica e a românica é
a fachada. Enquanto, de modo geral, a igreja românica apresenta um único
portal, a igreja gótica tem três portais que dão acesso à três naves do interior
da igreja: a nave central e as duas naves laterais.
A arquitetura expressa a grandiosidade, a crença na existência de um
Deus que vive num plano superior; tudo se volta para o alto, projetando-se na
direção do céu, como se vê nas pontas agulhadas das torres de algumas
igrejas góticas.
Catedral de Saint-Denis
A rosácea é um elemento arquitetônico muito característico do
estilo gótico e está presente em quase todas as igrejas construídas
entre os séculos XII e XIV. Outros elementos característicos da
arquitetura gótica são os arcos góticos ou ogivais e os vitrais
coloridíssimos que filtram a luminosidade para o interior da igreja.
Catedral de Chartres
A arquitetura foi a principal expressão da Arte Gótica e
propagou-se por diversas regiões da Europa, principalmente
com as construções de imponentes igrejas. Apoiava-se nos
princípios de um forte simbolismo teológico, fruto do mais puro
pensamento escolástico: as paredes eram a base espiritual da
Igreja, os pilares representavam os santos, e os arcos e os
nervos eram o caminho para Deus. Além disso, nos vitrais
pintados e decorados se ensinava ao povo, por meio da mágica
luminosidade de suas cores, as histórias e relatos contidos nas
Sagradas Escrituras. Do ponto de vista material, a construção
gótica, de modo geral, se diferenciou pela elevação e
desmaterialização das paredes, assim como pela especial
distribuição da luz no espaço. Tudo isso foi possível graças a
duas das inovações arquitetônicas mais importantes desse
período: o arco em ponta, responsável pela elevação vertical do
Catedral de Notre-Dame/Paris
edifício, e a abóbada cruzada, que veio permitir a cobertura de espaços quadrados, curvos ou irregulares.
No entanto, ainda considera-se o arco de ogiva como a característica marcante deste estilo.
A primeira das catedrais construídas em estilo gótico puro foi a de Saint-Denis, em Paris, e a partir
desta, dezenas de construções com as mesmas características serão erguidas em toda a França. A
construção de uma Catedral passou a representar a grandeza da cidade, onde os recursos eram obtidos
das mais variadas formas, normalmente fruto das contribuições dos fiéis, tanto membros da burguesia com
das camadas populares; normalmente as obras duravam algumas décadas, algumas mais de século.
As catedrais góticas mais conhecidas são: Catedral de Notre Dame de Paris e a Catedral de Notre
Dame de Chartres.
Catedral de Notre-Dame/ Chartes
ESCULTURA
As esculturas estão ligadas à arquitetura e se alongam para o alto,
demonstrando verticalidade, alongamento exagerado das formas, e as feições
são caracterizadas de formas a que o fiel possa reconhecer facilmente a
personagem representada, exercendo a função de ilustrar os ensinamentos
propostos pela igreja.
A escultura gótica desenvolveu-se paralelamente à arquitetura das
Igrejas e está presente nas fachadas, tímpanos e portais das catedrais, que
Virgem de Sainte-Champelle,Paris(início do séx.XIV)
foram o espaço ideal para sua realização.
Caracterizou-se por um calculado naturalismo que, mais do que as formas da realidade,
procurou expressar a beleza ideal do divino; no entanto a escultura pode ser vista como
um complemento à arquitetura, na medida em que a maior parte das obras foi
desenvolvida separadamente e depois colocadas no interior das Igrejas, não fazendo
parte necessariamente da estrutura arquitetônica. A princípio, as estátuas eram alongadas
e não possuíam qualquer movimento, com um acentuado predomínio da verticalidade, o
que praticamente as fazia desaparecer. A rejeição à frontalidade é considerado um
aspecto inovador e a rotação das figuras passa a ideia de movimento, quebrando o
rigorismo formal.
As figuras vão adquirindo naturalidade e dinamismo, as formas se tornam arredondadas, expressão
do rosto se acentua e aparecem as primeiras cenas de diálogo nos portais.
ILUMINURA
Iluminura é a ilustração sobre o pergaminho de livros manuscritos. O desenvolvimento de tal
gênero está ligado à difusão dos livros ilustrados patrimônio quase exclusivo dos mosteiros: no clima de
fervor cultural que caracteriza a arte gótica, os manuscritos também eram encomendados por particulares,
aristocratas e burgueses. É precisamente por esta razão que os grandes livros litúrgicos (a Bíblia e os
Evangelhos) eram ilustrados pelos iluministas góticos em formatos manejáveis.
Durante o século XII e até o século XV, a arte ganhou forma
de expressão também nos objetos preciosos e nos ricos
manuscritos ilustrados. Os copistas dedicavam-se à transcrição
dos textos sobre as páginas. Ao realizar essa tarefa, deixavam
espaços para que os artistas fizessem as ilustrações, os
cabeçalhos, os títulos ou as letras maiúsculas com que se iniciava
um texto.
Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar
duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter
individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se
aos poucos possuidores das obras copiadas, a segunda é que os
artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos
na representação do espaço tridimensional e na compreensão
analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando
outros pintores.
PINTURA
A pintura gótica desenvolveu-se nos séculos XII, XIV e no início do século XV, quando começou a
ganhar novas características que prenunciam o Renascimento. Sua principal particularidade foi a procura
o realismo na representação dos seres que compunham as obras pintadas, quase sempre tratando de
temas religiosos, apresentava personagens de corpos pouco volumosos, cobertos por muita roupa, com o
olhar voltado para cima, em direção ao plano celeste. A pintura teve um papel importante na arte gótica
pois pretendeu transmitir não apenas as cenas tradicionais que marcam a religião, mas a leveza e a
pureza da religiosidade, com o nítido objetivo de emocionar o expectador. Caracterizada pelo naturalismo
e pelo simbolismo, utilizou-se principalmente de cores claras.
A Fuga para o Egito, de Giotto.
Cappella degli Scrovegni Pádua, Itália
Em estreito contato com a iconografia cristã, a linguagem das cores era completamente definida: o
azul, por exemplo, era a cor da Virgem Maria, e o marrom, a de São João Batista. A manifestação da ideia
de um espaço sagrado e atemporal, alheio à vida mundana, foi conseguida com a substituição da luz por
fundos dourados. Essas técnicas e conceitos foram aplicados tanto na pintura mural quanto no retábulo e
na iluminação de livros. Os principais artistas na pintura gótica são os verdadeiros precursores da pintura
do Renascimento:
Giotto: a característica principal do seu trabalho foi a identificação da figura dos santos com seres
humanos de aparência bem comum. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de uma visão humanista
do mundo, que vai cada vez mais se firmando até ganhar plenitude no Renascimento.
Beijo de Judas, de Giotto.
Afrescos da Igreja de São Francisco de Assis (Itália)
Retiro de São Joaquim entre os Pastores.
Afresco da Capela dos Scrovegni, Pádua Itália.
Fontes (adap.): http://www.historiadaarte.com.br/linha/gotica.html
http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=163
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_g%C3%B3tica
Fonte: http://portifolioahistoriaarte.blogspot.com.br/2012/07/arte-gotica-o-estilo-gotico-desenvolveu.html
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Arte da Europa Ocidental