PRESS RELEASE
Curva de Luz
Alessandro Lupi, com Mário Caeiro
e Philip Cabau / ESAD.cr
na Bienal de Arquitectura de Veneza.
Parceria portuguesa e italiana, liderada pelo Projecto
Travessa da Ermida, leva obra de Luz original à Bienal
de Arquitectura.
Light Curve
Alessandro Lupi c/ Mário Caeiro + Philip Cabau / ESAD.cr
Exposição ʻTime, Space, Existenceʼ
Palazzo Bembo, Veneza
2014 Venice Architecture Biennale
Curadoria Rem Koolhaas
Legenda Alessandro Lupi, Light Curve, 2014
Light Curve é o desenvolvimento de um fragmento de espaço, projecto que
Alessandro Lupi desenvolveu inicialmente para uma exposição em Génova, em
2011. A experiência culmina agora numa instalação in situ no Palazzo Bembo,
situado junto à ponte Rialto, no Grand Canal.
A obra de Alessandro Lupi é elaborada sobre uma subtil bricolage da
percepção que organiza o desajuste entre a expectativa do acontecimento
plástico e o assunto ele mesmo. A incontornável condição experiencial que
caracteriza os seus trabalhos conduz o espectador a uma exploração
inteligente das fronteiras que habitualmente distinguem intervenção activa e
contemplação. Contudo, não se trata aqui de uma dialéctica, mas de uma
atenção dialogante e elíptica – entre a arquitectura e a intervenção
plástica, entre a tecnologia e o gesto, entre o fazer artístico e a história
de arte.
Atravessados por um humor crítico, os trabalhos de Alessandro Lupi
caracterizam-se por uma simplicidade técnica desconcertante.
Um corredor é um assunto da arquitectura, como o é da arte. Para ambas
é um assunto concreto e não uma metáfora: forma, experiência, uma linha no
solo, passagem e soleiras. Mas permanecem algumas distâncias.
A iluminação do escuro de um corredor é um assunto da arquitectura.
Pois na arte a luz assume outra natureza. Ela não resulta de um diálogo entre
a realidade existente e a solução plástica proposta. Mais do que uma
solução, é antes uma pergunta. Não se trata de iluminar, mas de criar lugares
de sombra significante. A luz é o meio necessário para produzir uma
atenção à sombra. Arquitectura e arte caminham juntas apenas uma parte
do caminho. A partilha acaba aqui, na presença subtil do que chamamos
desenho.
Neste, projeto, a prática da arquitectura é entendida como curadoria do
espaço. É esta a linha orientadora que mantém a ilusão. O trabalho de uma
imaginação nómada encontra no Palazzo Bembo um lar efémero, um novo
chão. Neste fragmento de espaço, testemunhamos o facto de que a luz muda
tudo. A teatralidade é activada por valores.
O artista conheceu o curador e o arquitecto na ESAD.cr – Escola Superior
de Arte e Design de Caldas da Rainha, por ocasião do evento Óbidos-Luz.
Foi através do medium da luz – foco do trabalho curatorial de Mário Caeiro e
elemento central da estética de Lupi – que a Equipa de Projecto buscou um
modelo de actividade transdisciplinar.
No espírito do Projecto Vicente – a reinventar o mito desde 2011 – o
consórcio que organiza a iniciativa é liderado pelo Projecto Travessa da
Ermida, com o apoio da ESAD.cr e com coordenação da Palavrão envolveuse numa pesquisa acerca dos limites da arte como facto público e do mito
como algo sempre aberto à interacção.
Para o Projecto Travessa da Ermida – espaço que tem vindo a desenvolver
um programa de arte contemporânea desde 2008, numa capela
desconsagrada a Belém, em Lisboa – esta é mais uma oprotunidade para
partilhar um modus operandi de apoio e promoção de linguagens artísticas
que lidam com valores intemporais e a tradição histórica, ao memso tempo
que apomtando para um estimulante e proactivo programa contemporãneo.
Notas biográficas
Alessandro Lupi nasceu em 1975, em Génova, Itália. Formou-se pela Accademia Ligustica di Belle
Arti na mesma cidade. Vive e trabalha em Berlim, Alemanha. As suas obras têm sido apresentadas,
entre outros, no Museu Uffizi em Florença, no Avesta Museum na Suécia ou na Kunsthaus Tacheles
em Berlim. Em 2008, realizou uma instalação para a Bienal Internacional de Havana, encontrando-se
a mesma em exibição permanente na Escuela Nacional de Bellas Artes de San Alejandro em Havana.
Em 2010 a cidade de Ljubliana encomendou-he uma escultura permanente para celebrar a Capital
Mundial do Livro, uma iniciativa da UNESCO. O trabalho de Lupi foca-se na Luz e sua fusão com
a cor, o espaço e o tempo. Cada obra como que cria o seu próprio mundo, concentrando-se na
ideia de “inversão”, isto é, na possibiidade de oferecer ao espectador o ponto de vista oposto
ao esperado ou previsto. Nas suas obras a dicotomia de situações de oposição – exterior-interior,
liberdade-aprisionamento ou vida-morte – são anuladas pela percepção simultânea destes aspectos,
sem que, não obstante, seja favorecica qualquer prevalência perceptiva ou hierárquica.
Mário Caeiro é curador, docente e investigador no campo da arte pública. Doutorado em Artes
Visuais e Intermédia pela Universidade Politécnica de Valência. Designer de Comunicação (ESBAL),
com segunda licenciatura em Estudos Literários Comparados e Mestrado em Estudos Alemães
(FCSH-UNL) e Pós-graduação em Design Urbano (CPD/FBAUL/Universidade de Barcelona. Criador
de «Retratos da Alma» [1995], «Um Cálice de Dor» [1999], «Lisboa Capital do Nada» [2001] e
«Luzboa Bienal Internacional da Luz» [2004 e 2006]. Comissário de várias exposições individuais e
colectivas (Biblioteca FCT-UNL da UNL, Plataforma Revólver, Galeria Pedro Serrenho). Curador de
VICENTE (evento anual, desde 2011) para o Projecto Travessa da Ermida e do Festival
BELLASKYWAY (Polónia), anual desde 2009. Membro da direcção da Palavrão – Associação
Cultural. Docente na ESAD.CR desde 2004.
Philip Cabau, arquitecto, é doutorado na área do Desenho de Artes Plásticas e professor na Escola
Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, Instituto Politécnico de Leiria, da qual foi director
adjunto entre 2004 e 2007. Foi Coordenador do Curso de Artes Plásticas desta escola, em cujo curso
lecciona actualmente, em simultâneo com a docência na licenciatura em Design de Ambientes e no
Mestrado de Design de Produto. É autor de diversos livros sobre desenho, nomeadamente Design
pelo Desenho (Lidel) e O Dispositivo Desenho (Edições ESAD,cr), tendo apresentado e publicado
vários textos sobre o tema em congressos internacionais. Integra, desde 2000, a Direcção do Ar.co,
Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa. Paralelamente ao percurso docente realizou
diversos projectos de arquitectura, cenografia, desenho de exposições e mobiliário. É membro
fundador da Palavrão – Associação Cultural.
Light Curve
um trabalho de
Alessandro Lupi
projecto/intervenção
Mário Caeiro – designer, curador
Philip Cabau – arquitecto investigador
patrocinado por
Projecto Travessa da Ermida, Lisboa, Portugal
com o apoio de
ESAD.cr – Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, Portugal
Palavrão – Associação Cultural
Acknowledgements
Eduardo Fernandes
Susana Rodrigues
Rosa Quitério
Websites
www.travessadaermida.com
www.esad.ipleiria.pt
www.palavrão.net
Links
http://www.palazzobembo.org/index.php?page=28
http://www.american-architects.com/en/pages/insight/time-space-existence-venice
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