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Quarta-feira
9 de novembro de 2011
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Política
Editor: Guilherme Kolling
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Ministério do Trabalho
Repórter Brasília
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Mudanças no PMDB
O PMDB gaúcho tem que
mudar. A opinião é do senador
Pedro Simon (PMDB), que acredita que essas mudanças vêm
das circunstâncias, mas que
não devem alterar o perfil do
partido no Rio Grande do Sul.
“As circunstâncias fazem
não mudar de identidade, mas
nos obrigam a viver outra situação”, disse o senador. Mesmo
assim, essas alterações não
devem aproximar o diretório
gaúcho do PMDB do restante
do País. “O comando nacional
é contrário à linha do antigo
MDB. A linha adotada não é
deliberativa”, acentuou.
Pelo menos, segundo Simon,
o partido já está formando diversas lideranças que irão renovar
os quadros no futuro. Ele destaca uma, o prefeito de Caxias do
Sul, José Ivo Sartori. “Não gostaria de citar mais porque poderia
acabar me perdendo.”
Em entrevista publicada na
segunda-feira pelo Jornal do
Comércio, Sartori desconversou ao ser questionado sobre a
indicação de seu nome por Simon, como nova liderança do
PMDB no Estado.
Mas Simon aponta o prefeito de Caxias inclusive como
o candidato peemedebista a
governador do Estado em 2014.
“Apresento ele como o candidato mais viável. Mas é óbvio que
tem muito pela frente.”
Segundo Simon, Sartori reúne todas as condições para ter
um governo de sucesso, principalmente quando ele mostrar
o relatório dos oito anos de
governo em Caxias. O senador
não se surpreende nem com as
negativas de Sartori, que afirmou, na entrevista ao JC, que
queria um tempo para descansar depois do segundo mandato em Caxias.
“Todo político diz isso, é
normal.”
Ficha limpa
Um grupo de senadores, encabeçado por Pedro Simon, pressiona para uma definição em relação à lei da ficha limpa. O julgamento pode dar fim às dúvidas e polêmicas que cercam a lei
há, pelo menos, mais de um ano. “Todos conhecem o respeito
que tenho para com o STF, mas minha opinião vai depender do
voto de cada ministro, pois o tribunal está diante de um dos maiores desafios de sua história. A frustração será muito grande no
caso de uma decisão desfavorável”, comentou o senador peemedebista, acrescentando que o julgamento vem no momento que a
Controladoria-Geral da União (CGU) quer aplicar a ficha limpa na
nomeação de funcionários.
Espetáculo de arrogância e circo
EDISON CASTÊNCIO/DIVULGAÇÃO/JC
A audiência pública da Comissão Especial da Lei Geral da Copa
com o secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa),
Jérôme Valcke, e o presidente da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, foi um
“circo”. Assim definiu o deputado
federal Romário (foto), do PSB do
Rio, batendo boca com o presidente da CTD, deputado federal Renan Filho (PMDB-AL). “O que está
acontecendo aqui é um circo”, disse Romário, após Renan Filho ter
proibido que o ex-jogador insistisse nas perguntas a Teixeira e
Valcke. Romário havia perguntado a Valcke sobre uma carta
em que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, acusa o secretário-geral de “chantagista” e fica insatisfeito com a resposta.
Romário também questionou Teixeira sobre um processo na
Suíça que o acusa de ter recebido US$ 10 milhões em propina.
Lupi afirma que só sai
do governo abatido a bala
Ministro destaca apoio da presidente para continuar na pasta
O ministro do Trabalho e
Emprego, Carlos Lupi (PDT), disse
ontem que não vai se afastar do
ministério por causa das denúncias de que um dos seus assessores seria o articulador de um esquema de pagamento de propina
em nome do PDT. A denúncia foi
feita pela revista Veja.
“Para me tirar do ministério,
só abatido a bala, e tem que ser
uma bala bem pesada, porque
sou grande. Não há possibilidade
de eu me afastar do ministério”,
afirmou Lupi, que se reuniu ontem com a bancada de seu partido, o PDT, para tratar do assunto.
Carlos Lupi está à frente do Ministério do Trabalho desde 2007.
Ele informou que solicitará à Advocacia-Geral da União
(AGU) para enviar à revista um
pedido de resposta sobre as denúncias. “Fiz uma solicitação
à AGU para que trate da defesa
da minha honra pessoal, atingida na imprensa. Quero discutir
com a AGU o direito de resposta.
Acho que, com todo esse episódio, amigos sofrem, a família
também.”
Após mais de três horas de
reunião com as bancadas do PDT
na Câmara e do Senado, Carlos
RENATO ARAÚJO/ABR/JC
Edgar Lisboa
Carlos Lupi esclarece acordos com ONGs após reunião com o PDT
Lupi afirmou que lutará até o fim
para provar sua inocência. O ministro lembrou que as acusações
atingem também o PDT. “Estive
agora com a bancada do partido,
e todos consideram que o atingido é o partido, e não a minha
figura pessoal.”.
Lupi ressaltou que tem o
apoio da presidente Dilma Rousseff (PT) para continuar à frente
do Ministério do Trabalho e que
também o PDT está a seu lado.
O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA) disse que Lupi não
tem substituto e que, por isso,
não há motivo para o partido
pressioná-lo a deixar o cargo.
“Se Lupi sair, sai todo o partido
do governo. Isso não é uma ameaça”, afirmou Queiroz. De acordo
com o parlamentar, o partido
tem plena confiança no ministro.
Em nota divulgada logo após
a entrevista coletiva de Lupi, o
PDT garante apoio ao ministro e
manifesta “absoluta confiança”
em sua permanência no ministério. A nota diz ainda que o PDT
“não compactua com desvios
éticos e é o primeiro a exigir a
apuração rigorosa dos fatos e a
punição dos corruptos e dos corruptores”.
Distrito Federal
Agnelo Queiroz se diz vítima de ‘armação criminosa’
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), voltou
a se dizer vítima de uma “armação criminosa”, mas não explicou
a razão de ter liberado, em 2008,
um certificado para a farmacêutica União Química no mesmo dia
em que recebeu um depósito de
R$ 5 mil do lobista Daniel Almeida Tavares, que trabalhava na
empresa.
Há duas semanas, Daniel Tavares entregou documentos à deputada distrital Celina Leão (PSD)
que comprometeriam Agnelo. Entre eles, estava o extrato bancário
que comprova o depósito efetuado por ele na conta-corrente de
Agnelo Queiroz, que ocupava,
na época, o cargo de diretor da
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa). Agnelo diz se
tratar do pagamento de um empréstimo acordado verbalmente.
O certificado assinado em
25 de janeiro de 2008 permitia
à União Química participar de
licitações e registrar novos medicamentos. O documento foi assinado diretamente por Agnelo. A
empresa doou R$ 200 mil para a
campanha do petista ao governo
do DF, no ano passado.
“Procure informação, meu
querido”, disse Agnelo à Folha de
S.Paulo. “A pessoa que fala um
negócio desse é que não conhece
nada sobre o que é um certificado lá. Procurem lá uma pessoa
para dar informação, tenham
responsabilidade.”
Na segunda-feira, a Folha de
S.Paulo fez esse mesmo questionamento oficialmente à assessoria do governador, mas não obteve resposta.
O governador também negou
que tivesse dito à revista Veja,
em julho, que conhecia Daniel
Tavares apenas de reuniões ofi-
ciais. Ontem, ao sair de cerimônia de lançamento de programas
de saúde pelo governo federal no
Palácio do Planalto, Agnelo disse que Tavares “era uma pessoa
amiga minha, militante há anos”.
“O que está acontecendo é
uma armação, estou sendo denunciado por uma organização
criminosa que dominou Brasília,
e que continua espalhando dossiês, pagando testemunhas, e é isso
que está acontecendo aqui”, disse
Agnelo.
O governador sugeriu que
eventuais gravações que envolvam o nome dele seriam “montagens” e pediu “atenção e responsabilidade” à imprensa.
Agnelo foi eleito como renovação no Distrito Federal após a
renúncia do ex-governador José
Roberto Arruda, à época no DEM,
acusado de comandar um esquema de distribuição de propinas.
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Lupi afirma que só sai do governo abatido a bala