inovação
Lauro Vianna*
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Revista Linha Direta
Revista
- Especial
Linha Direta
15 anos
- Especial 15 anos
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Os novos
desafios e
oportunidades
da computação
na área da
educação
E
m que a perspectiva de uma desenvolvedora de tecnologia e
fabricante de computadores poderia contribuir para as discussões de educadores, mais especificamente sobre o uso da
tecnologia no ambiente escolar e no processo pedagógico?
Quando a editora da Linha Direta convidou a Itautec a participar
desta edição com um artigo, o convite nos pareceu um desafio.
Mas, sim, podemos dar uma contribuição significativa a este debate, até porque temos contato intenso com clientes na área da
educação. Ao prover a eles produtos e serviços, temos acesso às
suas necessidades e percebemos os caminhos presentes envolvendo o tema.
O que vemos é que o assunto se aproxima muito das discussões
sobre inovação. Quando é que algo passa a ser considerado inovador? Seguramente, não é no momento da criação de uma invenção, mas quando ela alcança qualidade, escala e custos compatíveis para sua massificação. Vamos usar uma analogia: quando
Santos Dumont provou, em 1907, que um veículo mais pesado que
o ar podia voar, não estava preocupado com a massificação de
seu invento. Sua geração de pesquisadores da aviação estava mais
preocupada em promover avanços técnicos do que em criar novas
formas de transporte.
Curioso imaginar que Dumont foi pioneiro ainda na adoção do
desenho típico de aeroplano (duas asas maiores à frente, duas
menores atrás, os estabilizadores), também em 1907, ao criar o
Demoiselle. Tamanho era o desprendimento do brasileiro que ele
disponibilizava os planos do avião a quem quisesse fabricá-lo, o
que levou à fabricação de pelo menos 40 unidades do aeroplano
por diferentes oficinas, que Dumont, aliás, usava em passeios e
visitas aos amigos nas imediações de Paris.
Os anos seguintes viram a evolução progressiva da aviação, que
já transportava passageiros, mas que era considerada por muitos uma verdadeira aventura. No entanto, podemos afirmar, sem
grandes riscos, que a aviação comercial só começou para valer a
partir da década de 1930, mais especificamente com o modelo de
avião Douglas DC-3, um bimotor de uso civil que adotou melhorias
em design e motores que deram a ele confiabilidade e custos operacionais que contribuíram para a disseminação do voo.
Trazendo o mesmo raciocínio para a computação, é correto dizer que os primeiros computadores existem há mais de 50 anos,
evoluindo num processo contínuo de melhorias. Mas o computador, como o conhecemos, com uma plataforma de hardware com
progressos constantes (mas que compartilha uma arquitetura comum), amparado por um sistema operacional que utiliza interfaces gráficas, remonta aos anos de 1990, ou seja, uma invenção
com cerca de 20 anos.
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As incontáveis iterações sobre os computadores, associadas ao leque infinito de possibilidades criado pela internet e pela digitalização
dos conteúdos, tudo isso, combinado com custos
mais acessíveis, permitiu criar novas perspectivas pedagógicas que exploram a interação. E é
esta a grande oportunidade que se coloca diante
dos educadores: aproveitar a disponibilidade dos
conteúdos, a agilidade e a interação para aproximar o processo de aprendizado da realidade dos
estudantes.
O computador na sala de aula é uma solução mágica? Claro que não. Mas, pensando na melhor
apreensão dos conteúdos em aula, nas possibilidades de reforço escolar ou consulta a materiais
de referência, na criação de modelos colaborativos, no trabalho em grupo, trazendo para a sala
de aula a dinâmica das redes sociais, há muito
por que se investigar sua adoção.
É muito mais fácil entender conceitos abstratos
de Matemática e Física com modelos computacionais, que melhoram de forma substancial a demonstração de conceitos ou cálculos complexos,
usando elementos prosaicos, como a trajetória
da bola após um chute, ou ainda as análises estatísticas que indicam no que um jogador ou time
são melhores do que outros.
Tudo bem que essas sedutoras possibilidades
trazem consigo novos desafios. Como é que o
educador, tendo de se preocupar com o desenvolvimento da aula, poderá evitar a dispersão?
Existem formas, tecnicamente falando, de limitar as funcionalidades dos computadores em um
ambiente (conexão à internet, e-mails ou mensagens instantâneas podem ser desabilitados para
concentrar a atenção na aula), minimizando os
problemas.
Até aqui, falamos do que pode ser, nas condições ideais, a adoção do computador em sala de
aula. Só que essa transformação também deve se
estender ao educador. O professor já conseguiu
incorporar a computação em seus próprios processos na sua totalidade? Um de nossos clientes
relatou um caso curioso: um professor de uma
grande rede de ensino paulista estava enfrentando problemas nos trabalhos escolares impres-
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sos entregues por alunos. Notava o fenômeno
do ­copy/paste a partir de fontes em geral ou da
boa (já podemos dizer boa e velha?) Wikipédia.
Pensou nos caminhos que teria pela frente. Pedir
para que entregassem os trabalhos manuscritos,
o que obrigaria os alunos pelo menos a ler o que
copiavam? Optou por pedir que os alunos enviassem trabalhos digitalizados. Usando um aplicativo
de comparação (que analisa o grau de similaridade de textos, de forma associada a ferramentas
de busca), conseguiu mostrar aos alunos o quanto
de texto era copiado de determinadas origens.
Quando é que algo passa a ser
considerado inovador? (...)
não é no momento da criação
de uma invenção, mas quando
ela alcança qualidade, escala
e custos compatíveis para sua
massificação.
Ao denunciar aos alunos o “copismo” desenfreado, fez a eles um novo desafio, passando a reestruturar os trabalhos escolares para que fossem
mais expositivos. Para falar sobre os assuntos, os
alunos precisavam dominá-lo melhor. Isso exigiu
mais tempo de aula, mas os resultados foram melhores na apreensão dos conteúdos.
Aqui, estamos falando de engajamento. Outro
caso curioso, e recente, é o do professor Marcelo
Coutinho, do curso de Relações Internacionais da
UFRJ, que usou o Twitter para aplicar uma prova
como forma de contornar a greve dos servidores,
uma vez que ele não podia entrar nos prédios da
faculdade por conta da paralisação.
E nós, na Itautec, o que temos feito? Temos trabalhado na adequação de nossas linhas de produtos em computação, com a expansão na oferta de
modelos de notebooks, netbooks, desktops (incluindo aí os chamados All-in-One, micros em que
a CPU é integrada a uma tela sensível ao toque)
e servidores. Esses últimos não são menos importantes dentro do ambiente educacional, pois fortalecem a retaguarda das escolas que precisam
de robustez, performance e confiabilidade no armazenamento de seus dados e aplicações. Também temos trabalhado com a oferta de serviços
de reparo e implementação de projetos, auxiliando as organizações educacionais na implantação
e disponibilidade dessas tecnologias.
Também dispomos de uma solução de gerenciamento de configuração que, associada a computadores desktop, facilita a vida de laboratórios
de informática. Com esta tecnologia, todas as
alterações feitas pelos alunos nos computadores
(em aulas de programação ou outras atividades),
dados baixados ou modificações nas configurações são zeradas com grande agilidade, facilitando a vida dos administradores dos laboratórios,
que não precisam mais gastar um longo e precioso tempo reconfigurando os micros para uso por
outra turma.
Mas o que tem demandado especial cuidado é a
oferta de modelos de notebooks que combinam a
confiabilidade da marca Itautec aos benefícios da
mobilidade, tudo isso com custos mais acessíveis.
São produtos também direcionados a atender aos
consumidores da classe C, que, num movimento
extraordinário, ganham poder de compra e, ao
consumir, investem em produtos que vão trazer a
eles possibilidades de educação, entretenimento
e trabalho, além, claro, de melhorar o desempenho escolar.
E o que embutimos de diferente nesses computadores, além da qualidade inerente ao produto?
Adaptações criadas pela equipe de desenvolvedores da Itautec junto com parceiros, as quais,
em breve, vão incorporar conteúdos educacionais gratuitos em nossos computadores, e que
serão estendidos aos poucos a toda a nossa linha
de computação pessoal, permitindo fortalecer
o preparo de estudantes de vários anos letivos. Por enquanto, é prematuro detalhar este
importante projeto, que está em fase final de
desenvolvimento, mas devemos ter novidades
interessantes para os leitores da Linha Direta
em breve.
Por fim, não poderia falar de Itautec sem falar
da nossa atuação, que combina tecnologia com
sustentabilidade. Fomos pioneiros na fabricação,
no Brasil, de computadores isentos de substâncias tóxicas ao meio ambiente e à saúde humana,
entre os quais metais pesados, como o chumbo e
o cádmio.
Esse processo exigiu ampla mudança em nosso
maquinário na fábrica da Itautec (não terceirizamos nossa produção), além de alterações na cadeia de fornecedores de componentes.
Tivemos de, inclusive, elaborar uma nova liga
de solda à base de cobre, estanho e prata, para
substituir a liga anterior, que usava o chumbo,
tudo isso para adequar nossos computadores a
rigorosos requisitos ambientais. Além disso, a
­Itautec mantém parcerias com os principais desenvolvedores de tecnologias de computação,
como ­Microsoft, Intel, AMD e Landesk, apenas
para citar alguns, sempre no sentido de prover
aos nossos clientes finais a melhor tecnologia.
E, ao empregar brasileiros no desenvolvimento de
inovações, na fabricação de produtos e na prestação de serviços, podemos dizer que a Itautec,
no processo de procurar fazer o melhor computador do Brasil, acaba trabalhando também para
fazer o melhor computador para o Brasil: feito
por brasileiros e para brasileiros.
Para finalizar, gostaria de dar uma dica aos professores para acabar com uma artimanha usada
pelos estudantes. Muitas vezes, ao entregar trabalhos digitalizados com prazos restritos, pegam
um arquivo genérico, digamos, uma foto, e alteram sua extensão de .jpg para .doc. Ao tentar abrir este arquivo como texto, o computador
pode lê-lo como arquivo corrompido. Isso implica
que o professor teria de avisar que o arquivo estava com problema, o que daria ao aluno um dia
ou mais para entregar o trabalho real. Quer acabar com essa farra? Exija que o aluno envie sempre o trabalho no corpo do texto de um ­e-mail. Aí
ele não terá como escapar...
A todos os leitores da Linha Direta, boas aulas! 
*Diretor comercial de Computação Corporativa
da Itautec
www.itautec.com.br
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