OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Qualidade do ar interior em aeronaves de aviação comercial António de Sousa Uva Médico do trabalho e docente da Escola Nacional de Saúde Pública (UNL) Resumo As condições atmosféricas aos níveis de altitude em que decorre a quase totalidade dos voos comerciais tornam obrigatória a existência, no interior das cabinas de avião, de um ambiente artificial, através do recurso a sistemas de condicionamento do ar. A qualidade de ar disponível na cabina dos aviões comerciais para passageiros e trabalhadores de bordo tem constituído tema de estudo de actualidade indiscutível. Neste estudo, a monitorização permanente de vários parâmetros “de qualidade do ar interior” (temperatura, humidade relativa, partículas, dióxido de carbono, oxigénio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, monóxido de azoto, dióxido de azoto e sulfureto de hidrogénio) revelou que, globalmente, nas cabinas de avião estudadas, tais parâmetros se situaram em valores que não excederam as respectivas concentrações máximas admissíveis. Dos parâmetros "de qualidade do ar interior" avaliados, a humidade relativa foi aquele cujos teores mais se afastaram dos valores recomendados, com valores compreendidos ente 7,7% e 16,6%. Palavras chave: Cabina de avião; qualidade de ar interior; trabalhadores de bordo; ozono; saúde ocupacional. Summary Cabin air quality in aircraft cabins in commercial aviation for both, crewmembers and passengers has been studied from de early 1960s. The cabin is a unique environment which will have characteristics to assure acceptable levels of health and comfort for passengers and flight crew The present study involving the monitoring of some cabin air quality parameters (temperature, relative humidity, particles, oxygen, carbon dioxide, carbon monoxide, sulphur dioxide, nitrogen monoxide, nitrogen dioxide and hydrogen sulphide) revealed that, in general, they all remained below the threshold limit values. The parameter that deviated the most from recommended levels was that of relative humidity, which reached values between 7.7 % and 16.6 %. Key words: Cabin aircraft; indoor air quality; flight crew; ozone; occupational health. www.observaport.org 1 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde 1. Introdução A primeira empresa de aviação comercial foi fundada em 1916 com o recurso a aeronaves militares adaptadas, como foi o caso do Havilland 4A. Nessa altura, as aeronaves não eram pressurizadas e voavam a altitudes inferiores a 10000 pés (PRESTON, 1995). As condições atmosféricas aos níveis de altitude em que actualmente decorrem quase todos os voos comerciais tornam obrigatória a existência, no interior das cabinas de avião, de um ambiente artificial cujos parâmetros são totalmente controlados por sistemas de condicionamento do ar. A qualidade do ar na cabina dos aviões comerciais tem constituído tema de estudo de diversas organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ICAO (International Civil Aviation Organization) através da respectiva Secção de Medicina Aeronáutica, a IAPA (International Airline Passenger Association), a Federação Internacional de Trabalhadores dos Transportes (ITWF International Transport Workers Federation) e a AMDA (Airline Medical Directors Association). Um primeiro aspecto relacionado com o ambiente em cabina de avião encontra-se associado à quantidade de ar disponível para passageiros e trabalhadores de bordo. O fluxo de ar é, geralmente, expresso em pés cúbicos/passageiro/minuto (pcpm ou cfpm – cubic feet/passenger/minute) o que é, aproximadamente, equivalente a 28,13 litros de ar por passageiro e por minuto (1 m = 3,2808 pés) Até final dos anos oitenta, a quantidade de “ar novo” por passageiro era de cerca de 400 a 600 litros/pessoa/minuto. A aviação moderna obrigou a uma redução para 150 a 180 litros, ainda que, por recurso a um processo complementar de recirculação, a quantidade global de ar fornecido per capita se mantenha inalterada (HARDING; MILLS, 1993). Na presente data não existe consenso entre as diversas organizações internacionais quanto à quantidade de ar que deve ser fornecida a cada indivíduo no interior de uma cabina de avião. Assim, para a JAA (Joint Aviation Administration, EUA) o valor recomendado cifra-se em 7,3 cfpm (≅ 200 l/min), ao passo que a FAR (Federal Aviation Regulation, EUA) fixou esse valor em 10 cfpm (≅ 280 L/min) e a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers) — tendo em conta que a quantidade de ar per capita depende da actividade física desenvolvida — recomenda os valores mínimos de 15 cfpm para situações de repouso e de 20 cfpm para situações de actividade física ligeira. De um modo geral, na aviação comercial (classe turística), o fluxo de ar é da ordem de 7 cfpm (BALLOUET, 1996). Noutros casos (HUNT; SPACE, 1994 ), o fluxo do ar pode atingir os 20 cfpm por passageiro, sendo 10 cfpm constituídos por ar “novo” e os restantes 10 cfpm por ar recirculado. A recirculação do ar numa cabina de avião faz-se em cada 2 a 3 minutos, o que representa uma substituição total do ar da cabina 20 a 30 vezes por hora. Outros aspectos importantes relativos às condições de trabalho em altitude, são os que dizem respeito, não tanto à quantidade, mas à qualidade do ar interior numa cabina de avião. São de facto escassas as abordagens “realísticas” envolvendo a monitorização de parâmetros ambientais em cabina de avião. O presente estudo, incidindo sobre situações reais de trabalho, teve como principal objectivo avaliar alguns parâmetros relacionados com a qualidade do ar interior em cabinas de aeronaves de aviação comercial. www.observaport.org 2 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde 2. Metodologia O estudo foi realizado num conjunto de quatro aeronaves Airbus A340-300, nas rotas comerciais Lisboa - Macau e Macau - Lisboa, consistindo na recolha de dados em dezoito voos realizados no período do outono/inverno e da primavera. A avaliação ambiental efectuada no interior da cabina abrangeu a quantificação dos seguintes parâmetros: • • • • • • • • • • teor de oxigénio (O2); temperatura e humidade relativa (HR) do ar; partículas; ozono (O3); dióxido de azoto (NO2); monóxido de azoto (NO); dióxido de enxofre (SO2); sulfureto de hidrogénio (H2S); dióxido de carbono (CO2); monóxido de carbono (CO). As amostras de ar foram colhidas a 1,00 metros do solo, num ponto fixo da cabina do avião (fila 27, lugar A ou J da classe económica). Os equipamentos eram desligados 5 minutos antes da aterragem, a fim de não interferirem com a quantidade de energia exigida por aquela manobra. As concentrações das substâncias químicas no ar ambiente foram medidas em partes por milhão (ppm), partes por bilião (ppb) e miligramas por metro cúbico (mg/m3). 2.1. Medição de gases (com excepção do ozono), de partículas, da temperatura e da humidade relativa do ar Os gases, com excepção do ozono, foram medidos com equipamento Metrosonics aq-502 Indoor Environment Monitor (Metrosonics, Inc., Rochester, N.Y.). Trata-se de um aparelho dotado de um sistema de monitorização da qualidade do ar interior com diversos canais para ligação a cinco sensores de gases, possibilitando, em versão “standard”, a medição dos seguintes parâmetros: • • • dióxido de carbono; temperatura; humidade relativa. Foram utilizados seis sensores para medição do oxigénio (O2), do monóxido de carbono (CO), do dióxido de enxofre (SO2), do monóxido de azoto (NO), do dióxido de azoto (NO2) e do sulfureto de hidrogénio (H2S). A existência de apenas cinco canais para utilização de sensores electroquímicos, implicou a estratégia de medição a seguir indicada: www.observaport.org 3 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Outono e Inverno Lisboa-Macau Oxigénio (O2) X Macau- Lisboa X Monóxido de carbono (CO) X Dióxido de enxofre (SO2) X monóxido de azoto (NO) X dióxido de azoto (NO2) X X X X monóxido de carbono (CO) X Dióxido de enxofre (SO2) X monóxido de azoto (NO) X dióxido de azoto (NO2) X X X X Sulfureto de hidrogénio (H2S) X Primavera Lisboa-Macau Oxigénio (O2) X Macau- Lisboa X Sulfureto de hidrogénio (H2S) X O equipamento dispunha ainda de um canal para medição de partículas (poeiras), cuja calibração foi realizada antes de cada sessão de colheita de dados, com recurso a um “scatterer” de referência, fornecido pelo fabricante. O Metrosonics aq-502 Indoor Environment Monitor era configurado, no início de cada voo, para o conjunto das medições referidas, começando a ser utilizado dez minutos após a respectiva ligação. A colheita de dados realizava-se 1 a 3 minutos após a descolagem, sendo o registo de dados efectuado de minuto a minuto e transmitido a um computador portátil. Os sensores electroquímicos foram calibrados pelo fabricante (Metrosonics Inc., Rochester, New York). A calibração do sensor de dióxido de carbono foi efectuada com recurso ao N2 , sendo confirmados os valores de referência antes de cada colheita de dados. 2.1.1 Dióxido de carbono (CO2) A medição da concentração do dióxido de carbono (CO2) foi realizada por um sensor não dispersivo de infra-vermelhos para um intervalo compreendido entre 0 e 5000 ppm, com uma capacidade de resolução de 1 ppm e uma sensibilidade de 3%. 2.1.2 Dióxido de azoto (NO2) Para medição da concentração do dióxido de azoto (NO2) foi utilizado um sensor electroquímico de voltagem, com um intervalo de 0 a 20 ppm, uma capacidade de resolução de 0,01% e ± 0,1% de sensibilidade. 2.1.3 Monóxido de azoto (NO) Para medição da concentração do monóxido de azoto (NO) foi utilizado um sensor electroquímico de voltagem, com um intervalo de 0 a 200 ppm, uma capacidade de resolução de 0,01% e ± 0,1% de sensibilidade. 2.1.4 Dióxido de Enxofre (SO2) Para medição da concentração do dióxido de enxofre (SO2) foi utilizado um sensor electroquímico de voltagem, com um intervalo de 0 a 200 ppm, uma capacidade de resolução de 0,01% e ± 0,1% de sensibilidade. www.observaport.org 4 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde 2.1.5 Monóxido de carbono (CO) Para medição da concentração do monóxido de carbono (CO) foi utilizado um sensor electroquímico de voltagem, com um intervalo de 0 a 1000 ppm, uma capacidade de resolução de 0,01% e ± 0,1% de sensibilidade. 2.1.6 Sulfureto de hidrogénio (H2S) Para medição da concentração do sulfureto de hidrogénio (H2S) foi utilizado um sensor electroquímico de voltagem com um intervalo de 0 a 200 ppm, uma capacidade de resolução de 0,01% e ± 0,1% de sensibilidade. 2.1.7 Partículas As partículas foram colectadas através de um detector óptico para poeiras de granulometria entre 0,1 e 10 µ, com um intervalo de detecção de 0,001 a 100 mg/m3, uma capacidade de resolução de 0,01 mg/m3 e uma precisão de 0,2%. 2.1.8 Temperatura A medição da temperatura foi efectuada por um sensor de resistência intrínseca (RTD, Resistance Temperature Detector) com um intervalo de 0º a +60º CELSIUS, uma capacidade de resolução de 0,1º e uma sensibilidade de ± 0,5º CELSIUS. 2.1.9 Humidade Relativa (HR) A medição da humidade relativa foi efectuada por um sensor capacitivo (semi-condutor dotado de um condensador com tecnologia transistorizada), com um intervalo de 0% a 100%, uma capacidade de resolução de 0,1% e uma sensibilidade de ± 3%. 2.2. Ozono Para medição da concentração de ozono (em partes por milhão - ppm ou partes por bilião – ppb) foi utilizado um fotómetro de absorção ultravioleta (Modelo 1008-PC, Dasibi, Glendale, CA) com um gerador de ozono incorporado, que pode funcionar como unidade de calibração. O equipamento é baseado num sistema em que o ar atravessa uma célula de absorção, onde se situa um detector que quantifica a radiação ultra-violeta e que, através dum microprocessador, realiza automaticamente a correcção em relação à temperatura (0 a 45º CELSIUS) e à pressão (0,66 a 1,20 ATM, isto é, 500 a 900 TORR). Trata-se de um analisador fotométrico por ultravioleta utilizado em diversos estudos ambientais de exposição ao ozono, com um intervalo compreendido entre 0,0 e 1,0 ppm (sendo o limite inferior de detecção 0,002 ppm), O analisador contém um fotómetro que determina a quantidade de luz que atravessa determinada área, possuindo, para tal efeito, uma fonte e um detector de radiação ultra-violeta. A quantificação do ozono resulta da atenuação, pelas respectivas moléculas, da radiação ultra-violeta. Para uma boa sensibilidade, é requerido um período prévio de ligação do equipamento da ordem de trinta minutos. Por isso, a referida ligação era efectuada com a aeronave ainda no solo, procedendo-se mais tarde à colheita de dados (com início 1 a 3 minutos após a descolagem, por imposição das regras de segurança de voo). www.observaport.org 5 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Os dados foram registados de 10 em 10 segundos, sendo transferidos, após correcção automática relativamente à pressão e temperatura, para um computador portátil. A ligação do equipamento ao sistema eléctrico da aeronave foi efectuada através de um conversor de corrente, modelo Invertron 1201WP (California Instruments), que transforma a corrente contínua gerada pelo avião (400 Hz/115 V DC) em corrente alterna (50 Hz/220 V AC). Foram sistematicamente verificados, no início de cada sessão de colheita de dados os parâmetros técnicos relativos ao equipamento e foi feita a renovação periódica dos filtros de entrada do ar. Os dados foram tratados em suporte informático utilizando-se os programas Microsoft Excel ® (Microsoft Corporation, 1995) e SPSS for Windows ®. Para a comparação entre médias (MELLO, 1993; MELLO, 1997) dos parâmetros de natureza ambiental, utilizou-se um teste paramétrico, o teste t de Student-Fisher. Utilizou-se o nível de significância de 5%, admitindo-se existir diferença estatisticamente significativa quando a probabilidade de significância foi inferior a 0,05. www.observaport.org 6 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde 3. Resultados 3.1. Concentrações de gases (com excepção do ozono) na cabina 3.1.1. Oxigénio As concentrações de oxigénio no interior da cabina revelaram um conjunto de valores compreendidos entre um registo mínimo de 16,4% e um máximo de 26,4%. Os valores médios são naturalmente muito aproximados nos diversos voos, uma vez que dependem, em exclusividade, do sistema automático de condicionamemto do ar da cabina do avião (Quadro 1). Quadro 1 - Concentração de oxigénio na cabina Outono e Inverno AERON. NºReg. Int. M m Média VAR DP Med. Moda 1º voo (ida) VOO CS-TOA 557 1,30 23,1 21,8 22,1 0,020 0,14 22,1 22,0 1º voo (regr.) CS-TOD 778 3,00 22,7 19,7 22,1 0,050 0,23 22,2 22,2 2º voo (ida) CS-TOB 658 1,20 23,0 21,8 22,2 0,020 0,20 22,2 22,2 2º voo (regr.) CS-TOC 806 3,70 22,8 19,1 22,1 0,090 0,29 22,2 22,2 3º voo (ida) CS-TOA 690 5,00 22,8 17,8 22,1 0,160 0,39 22,1 22,1 3º voo (regr.) CS-TOB 1025 7,40 26,4 19,0 22,2 0,190 0,44 22,2 22,2 4º voo (ida) CS-TOB 545 1,20 22,8 21,6 22,1 0,016 0,13 22,1 22,1 4º voo (regr.) CS-TOC 789 6,40 22,8 16,4 22,0 0,270 0,52 22,1 22,1 Primavera 5º voo (ida) CS-TOD 732 3,80 23,9 20,1 22,2 0,060 0,24 22,2 22,2 5º voo (regr.) CS-TOB 859 1,90 22,8 20,9 22,1 0,020 0,13 22,1 22,1 6º voo (ida) CS-TOD 732 2,80 22,9 20,1 22,2 0,070 0,26 22,3 22,3 6º voo (regr.) CS-TOD 854 1,40 23,0 21,6 22,2 0,020 0,15 22,2 22,2 7º voo (ida) CS-TOB 751 2,50 23,2 20,7 22,3 0,050 0,22 22,3 22,3 7º voo (regr.) CS-TOB 822 1,20 22,9 21,7 22,2 0,028 0,17 22,3 22,3 8º voo (ida) CS-TOD 752 1,60 22,8 21,2 22,2 0,020 0,15 22,2 22,2 8º voo (regr.) CS-TOC 835 1,30 22,8 21,5 22,0 0,020 0,13 22 22,0 9º voo (ida) CS-TOC 756 3,30 22,8 19,5 22,1 0,110 0,34 22,1 22,1 9º voo (regr.) CS-TOD 798 1,20 22,8 21,6 22,2 0,010 0,11 22,2 22,2 AERON. – aeronave; Nº Reg. – número de registos; Int. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. - mediana www.observaport.org 7 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde 3.1.2 Monóxido de carbono (CO) A monitorização permanente do ar interior da cabina revelou, na maioria dos voos, a não existência de monóxido de carbono. Os valores médios por voo foram, na generalidade, inferiores a 1 ppm (Quadro 2), tendo sido uma única vez ultrapassado (8º voo, rota Macau - Lisboa) o valor de 2 ppm. Nos casos em que aquele gás foi identificado, os respectivos valores modais não excederam 1 a 2 ppm. Quadro 2 - Concentração de monóxido de carbono na cabina Outono e Inverno VOO OCUP. NºReg Interv M m Média VAR DP . 1º voo (ida) 199 557 6 6 0 0,00 0,24 0,49 Med. Moda 0 0 1º voo (regr.) 231 778 2 2 0 0,00 0,06 0,24 0 0 2º voo (ida) 136 658 0 0 0 0,00 0,00 0,11 0 0 2º voo (regr.) 3º voo (ida) 3º voo (regr.) 81 806 2 2 0 0,74 0,20 0,45 1 1 144 690 2 2 0 0,24 0,19 0,45 0 0 81 1025 3 3 0 1,00 0,69 0,83 1 1 4º voo (ida) 159 545 2 2 0 0,17 0,15 0,38 0 0 4º voo (regr.) 105 789 3 3 0 0,95 0,34 0,58 1 1 Primavera 5º voo (ida) 203 732 6 6 0 0,08 0,21 0,45 0 0 5º voo (regr.) 251 859 1 1 0 0,02 0,02 0,14 0 0 6º voo (ida) 180 732 0 0 0 0,00 0,00 0 0 0 6º voo (regr.) 136 854 1 1 0 0,08 0,07 0,27 0 0 7º voo (ida) 138 751 1 1 0 0,00 0,00 0,04 0 0 7º voo (regr.) 230 822 2 2 0 0,72 0,49 0,69 1 1 8º voo (ida) 190 752 2 2 0 1,09 0,23 0,48 1 1 8º voo (regr.) 173 835 3 4 1 2,01 0,39 0,62 2 2 9º voo (ida) 248 756 5 5 0 0,28 0,54 0,73 0 0 9º voo (regr.) 101 798 1 1 0 0,22 0,17 0,41 0 0 OCUP. – nº de passageiros; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. mediana A concentração mais elevada (6 ppm) foi observada na zona de fumadores, após a refeição principal servida a bordo, no primeiro voo realizado na estação da primavera. 3.1.3 Dióxido de carbono (CO2) Os valores de concentração do dióxido de carbono no interior da cabina variaram entre 92 ppm (2º voo, rota Macau - Lisboa) e 1600 ppm (5º voo, rota Macau - Lisboa). Por seu turno, os valores médios observados oscilaram entre 203 ppm e 836 ppm (Quadro 3). www.observaport.org 8 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 3 - Concentração de dióxido de carbono na cabina Outono e Inverno M m VAR DP Média VOO DATA OC Nº Reg. Int. UP. 1º voo (ida) 96.12.13 199 557 488 906 418 8379 92 571 Med. Moda 550 528 1º voo (regr.) 96.12.17 231 778 786 894 108 26911 164 534 516 490 2º voo (ida) 97.01.10 136 806 307 431 124 2071 46 203 192 164 2º voo (regr.) 97.01.14 81 658 660 752 92 19689 140 354 378 132 3º voo (ida) 97.01.24 144 690 471 710 239 6609 81 383 368 354 3º voo (regr.) 97.01.28 81 1025 718 886 168 27661 166 335 248 218 4º voo (ida) 97.02.07 159 545 437 806 369 5633 75 538 530 534 4º voo (regr.) 97.02.11 105 789 353 550 197 3304 58 311 299 292 5º voo (ida) 97.04.04 203 732 542 930 388 9848 99 572 582 610 5º voo (regr.) 97.04.08 251 859 1394 1600 206 50550 225 788 781 690 6º voo (ida) 97.04.18 180 732 570 1086 516 12317 111 674 678 552 6º voo (regr.) 97.04.22 136 854 809 1182 373 10270 101 509 480 474 7º voo (ida) 97.05.12 138 751 652 826 174 10222 101 447 429 352 7º voo (regr.) 97.05.17 230 822 654 1258 604 17017 130 805 775 688 8º voo (ida) 97.05.23 190 752 1035 1226 191 16640 129 589 558 522 8º voo (regr.) 97.05.27 173 835 759 1153 394 12980 114 591 556 532 9º voo (ida) 97.06.06 248 756 840 1456 616 15757 126 836 837 698 9º voo (regr.) 97.06.10 101 798 528 796 268 13263 115 420 364 346 Primavera OCUP. – nº de passageiros; Nº Reg. – número de registos; Int. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. mediana 3.1.4 Monóxido de azoto (NO) O valor máximo da amplitude dos intervalos de variação das concentrações de monóxido de azoto medidas na totalidade dos voos foi 25,8 ppm, tendo as referidas concentrações oscilado entre 14,4 ppm (5º voo, rota Lisboa - Macau) e 41,4 ppm (3º voo, rota Macau - Lisboa). Os valores médios por voo situaram-se entre 16,9 ppm e 18,3 ppm (Quadro 4). www.observaport.org 9 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 4 - Concentração de monóxido de azoto na cabina Outono e Inverno VOO OCUP. NºReg. Interv. M m VAR DP Média Med. Moda 1º voo (ida) 199 557 4,7 20,1 15,4 1,08 1,04 17,3 17,3 17,0 1º voo (regr.) 231 778 7,3 22,1 14,8 1,94 1,40 17,7 17,7 17,5 2º voo (ida) 136 658 9,7 24,6 14,9 2,10 1,40 18,2 18,1 18,0 81 806 7,0 22,8 15,8 1,23 1,11 17,7 17,6 17,4 144 690 4,1 19,4 15,3 1,05 1,03 17,2 17,1 15,8 2º voo (regr.) 3º voo (ida) 3º voo (regr.) 81 1025 25,8 41,4 15,6 2,25 1,50 17,7 17,5 17,2 4º voo (ida) 159 545 4,0 19,2 15,2 1,12 1,06 17,0 16,9 15,6 4º voo (regr.) 105 789 19 34,0 15,0 1,64 1,28 17,4 17,3 16,2 5º voo (ida) 203 732 8,9 23,3 14,4 1,32 1,15 17,4 17,4 17,3 5º voo (regr.) 251 859 6,3 21,0 14,7 1,26 1,13 17,3 17,3 17,1 6º voo (ida) 180 732 18,8 34,2 15,4 1,91 1,38 17,5 17,4 17,8 6º voo (regr.) 136 854 5,9 21,2 15,3 1,19 1,09 17,6 17,6 17,9 Primavera 7º voo (ida) 138 751 7,5 22,6 15,1 1,66 1,29 18,3 18,2 18,4 7º voo (regr.) 230 822 7,0 22,0 15,0 1,87 1,37 17,9 17,9 18,8 8º voo (ida) 190 752 5,0 20,1 15,1 1,18 1,08 17,3 17,1 16,7 8º voo (regr.) 173 835 5,0 19,8 14,8 1,18 1,10 17,0 16,9 16,6 9º voo (ida) 248 756 5,6 20,5 14,9 1,24 1,11 16,9 16,9 15,8 9º voo (regr.) 101 798 5,0 19,8 14,8 1,11 1,05 17,3 17,2 17,2 OCUP. – nº de passageiros; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. mediana 3.1.5 Dióxido de azoto (NO2) No período outono/inverno, a medição das concentrações de dióxido de azoto apenas foi efectuada em rotas Macau – Lisboa. Ao inverso, os registos referentes à época da primavera foram, na sua totalidade, obtidos na rota Lisboa - Macau. Os valores das referidas concentrações variaram entre 0 ppm e 0,2 ppm, verificando-se, na grande maioria dos voos, que a “moda” foi a não detecção de dióxido de azoto (Quadro 5). www.observaport.org 10 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 5 - Concentração de dióxido de azoto na cabina Outono e Inverno M m VAR DP Média VOO AERON. NºReg Interv 1º voo (regr.) CS-TOD 778 0,2 0,2 0 0,00 0,04 0,10 Med. Moda 0,1 0,1 2º voo (regr.) CS-TOC 806 0,1 0,1 0 0,00 0,05 0,05 0 0 3º voo (regr.) CS-TOB 1025 0,1 0,1 0 0,00 0,04 0,00 0 0 4º voo (regr.) CS-TOC 789 0,1 0,1 0 0,00 0,01 0,00 0 0 5º voo (ida) CS-TOD 732 0,2 0,2 0 0,00 0,02 0,00 0 0 6º voo (ida) CS-TOD 732 0,1 0,1 0 0,00 0,01 0,00 0 0 7º voo (ida) CS-TOB 751 0,1 0,1 0 0,00 0,00 0,00 0 0 8º voo (ida) CS-TOD 752 0,0 0,0 0 0,00 0,00 0,00 0 0 9º voo (ida) CS-TOC 756 0,1 0,1 0 0,00 0,00 0,00 0 0 Primavera AERON. – aeronave; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. - mediana 3.1.6 Dióxido de enxofre (SO2) As concentrações de dióxido de enxofre variaram entre 0,2 ppm (3º voo, rota Lisboa - Macau) e 1,6 ppm (2º voo, rota Lisboa - Macau). Os valores médios por voo situaram-se entre 0,37 ppm e 1,05 ppm (Quadro 6). www.observaport.org 11 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 6 - Concentração de dióxido de enxofre na cabina Outono e Inverno VOO DATA NºReg Interv M m VAR DP Média Med. Moda 1º voo (ida) 96.12.13 557 0,4 0,7 0,3 0,00 0,06 0,50 0,5 0,5 1º voo (regr.) 96.12.17 778 0,6 0,8 0,2 0,03 0,18 0,50 0,6 0,6 2º voo (ida) 97.01.10 658 1,2 1,6 0,4 0,04 0,20 0,80 0,8 0,7 2º voo (regr.) 97.01.14 806 0,5 0,8 0,3 0,01 0,11 0,60 0,5 0,4 3º voo (ida) 97.01.24 690 0,4 0,6 0,2 0,01 0,07 0,43 0,4 0,4 3º voo (regr.) 97.01.28 1025 0,5 0,8 0,3 0,01 0,10 0,50 0,5 0,5 4º voo (ida) 97.02.07 545 0,3 0,7 0,4 0,00 0,06 0,50 0,5 0,5 4º voo (regr.) 97.02.11 789 0,4 0,6 0,2 0,01 0,08 0,43 0,5 0,5 Primavera 5º voo (ida) 97.04.04 732 1 1,5 0,5 0,01 0,11 1,05 1,1 1,1 5º voo (regr.) 97.04.08 859 0,7 1,0 0,3 0,01 0,09 0,73 0,7 0,7 6º voo (ida) 97.04.18 732 0,3 1,1 0,8 0,01 0,07 0,92 0,9 0,9 6º voo (regr.) 97.04.22 854 0,4 0,9 0,5 0,01 0,10 0,71 0,7 0,7 7º voo (ida) 97.05.12 751 0,6 1,2 0,6 0,01 0,11 1,00 1,0 1,0 7º voo (regr.) 97.05.17 822 0,7 1,2 0,5 0,03 0,16 0,91 0,9 1,0 8º voo (ida) 97.05.23 752 0,5 1,0 0,5 0,01 0,08 0,68 0,7 0,7 8º voo (regr.) 97.05.27 835 0,5 0,7 0,2 0,01 0,07 0,37 0,4 0,4 9º voo (ida) 97.06.06 756 0,3 0,9 0,6 0,00 0,06 0,72 0,7 0,7 9º voo (regr.) 97.06.10 798 0,5 0,9 0,4 0,01 0,07 0,58 0,6 0,6 Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. - mediana 3.1.7 Sulfureto de Hidrogénio (H2S) No período outono/inverno, a medição das concentrações de sulfureto de hidrogénio apenas foi efectuada em rotas Lisboa - Macau. Pelo contrário, os registos respeitantes à época da primavera foram obtidos, na totalidade, em rotas Macau – Lisboa. As concentrações de H2S caracterizaram-se por intervalos de variação de pequena amplitude e valores médios por voo compreendidos entre 1,1 ppm e 1,6 ppm (Quadro 7). www.observaport.org 12 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 7 - Concentração de sulfureto de hidrogénio na cabina Outono e Inverno VOO OCUP. NºReg Interv M m VAR DP Média Med. Moda 1º voo (ida.) 199 557 0,4 1,3 0,9 0,01 0,08 1,1 1,1 1,1 2º voo (ida) 136 658 0,6 1,6 1,0 0,03 0,20 1,2 1,1 1,1 3º voo (ida) 144 690 0,3 1,5 1,2 0,01 0,07 1,3 1,3 1,3 4º voo (ida) 159 545 0,5 1,7 1,2 0,01 0,08 1,4 1,4 1,4 5º voo (regres.) 251 859 0,5 1,6 1,1 0,01 0,12 1,3 1,3 1,3 6º voo (regres.) 136 854 0,5 1,6 1,1 0,01 0,11 1,3 1,3 1,3 7º voo (regres.) 230 822 0,6 1,8 1,2 0,01 0,07 1,4 1,4 1,4 8º voo (regres.) 173 835 0,4 1,7 1,3 0,00 0,07 1,6 1,6 1,6 9º voo (regres.) 101 798 0,6 1,7 1,1 0,01 0,10 1,5 1,5 1,4 Primavera OCUP. – nº de passageiros; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. mediana 3.2 Temperatura A temperatura do ar interior da cabina é, necessariamente, controlada pelo sistema de ar condicionado. Os valores de temperatura registados nos dezoito voos variaram entre 18,2º e 28,3º CELSIUS. Os valores médios diferem pouco de voo para voo (Quadro 8). www.observaport.org 13 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 8 - Temperatura da cabina (ºCELSIUS) Outono e Primavera VOO AERON. NºReg Interv M m VAR DP Média Med. Moda 1º voo (ida) CS-TOA 557 4,9 25,6 20,7 0,78 0,88 23,5 23,3 23,2 1º voo (regr.) CS-TOD 778 6,2 25,8 19,6 2,29 1,51 23,8 24,1 25,7 2º voo (ida) CS-TOB 658 3,7 25,2 21,5 0,84 0,90 23,6 23,7 23,6 2º voo (regr.) CS-TOC 806 4,4 27,4 23,0 0,78 0,88 25,5 25,4 25,4 3º voo (ida) CS-TOA 690 5,4 25,1 19,7 1,37 1,17 23,7 24,4 24,6 3º voo (regr.) CS-TOB 1025 5,5 26,1 20,6 0,64 0,80 24,1 24,2 24,2 4º voo (ida) CS-TOB 545 4,5 25,6 21,1 0,86 0,93 23,7 23,5 23,4 4º voo (regr.) CS-TOC 789 5,7 23,9 18,2 1,38 1,17 22,7 23,2 23,8 Primavera 5º voo (ida) CS-TOD 732 5,7 25,5 19,8 1,32 1,15 23,4 23,6 24,6 5º voo (regr.) CS-TOB 859 5,4 24,7 19,3 1,68 1,29 23,2 23,9 23,9 6º voo (ida) CS-TOD 732 5,5 24,6 19,1 1,10 1,05 23,1 23,5 23,9 6º voo (regr.) CS-TOD 854 6,0 26,2 20,2 2,25 1,49 24,8 25,4 25,9 7º voo (ida) CS-TOB 751 7,3 28,2 20,9 1,58 1,26 26,1 26,2 26,1 7º voo (regr.) CS-TOB 822 8,2 28,3 20,1 4,26 2,10 25,5 26,1 27,2 8º voo (ida) CS-TOD 752 7,4 27,3 19,9 1,54 1,24 23,7 24,2 24,6 8º voo (regr.) CS-TOC 835 7,1 25,7 18,6 2,82 1,68 22,7 22,8 22,9 756 4,2 24,6 20,4 1,16 1,08 22,8 23,1 23,8 798 5,0 24,6 19,6 1,27 1,13 23,3 23,7 24,2 9º voo (ida) CS-TOC 9º voo (regr.) CS-TOD AERON. – aeronave; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. - mediana 3.3 Humidade Relativa (HR) A distribuição dos valores da humidade relativa caracterizou-se por um amplo intervalo de variação, compreendido entre 2,5% e 50%. Verificou-se ainda, em todos os voos, uma redução significativa da HR nas duas a três horas iniciais. Os valores médios por voo variaram entre 7,7% e 16,6% (Quadro 9). www.observaport.org 14 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 9 - Humidade Relativa na cabina Outono e Inverno VOO DATA 1º voo (ida) OCUP. NºReg Interv M m VAR DP Média Med. Moda 96.12.13 199 557 20 29,0 8,9 6 2,40 12,3 12,1 12,2 1º voo (regr.) 96.12.1 7 2º voo (ida) 97.01.10 231 778 36 39,1 3,2 29 5,34 12,4 11,2 10,5 136 658 14 16,2 2,5 12 3,50 8,7 9,8 2,9 81 806 34 38,3 4,3 15 3,87 7,7 6,6 5,4 144 690 24 31,2 7,2 13,6 3,70 10,1 9,0 7,8 81 1025 26 30,3 4,8 55 7,40 11,4 7,4 5,4 159 545 26 34,0 8,4 8 2,77 12,1 11,7 11,6 105 789 36 40,3 4,5 26 5,10 9,0 7,3 6,5 97.04.04 203 732 29 38,2 8,8 19 4,31 12,9 12,5 12,8 5º voo (regr.) 97.04.0 8 6º voo (ida) 97.04.18 251 859 30 33,3 3,5 23 4,80 13,4 12,1 12,1 180 732 31 38,8 7,6 28 5,23 11,9 10,0 8,6 136 854 36 43,8 7,4 23 4,83 10,9 9,5 8,1 138 751 24 28,0 3,8 12 3,52 9,2 8,2 6,5 230 822 31 40,8 9,5 39 6,30 14,8 12,5 10,5 190 752 39 43,3 3,9 35 5,90 12,9 10,3 9,6 173 835 34 41,8 7,4 48 6,90 12,7 9,7 8,2 248 756 39 50,0 10,9 39 6,25 16,6 14,6 12,1 2º voo (regr.) 97.01.1 4 3º voo (ida) 97.01.24 3º voo (regr.) 97.01.2 8 4º voo (ida) 97.02.07 4º voo (regr.) 97.02.1 1 Primavera 5º voo (ida) 6º voo (regr.) 97.04.2 2 7º voo (ida) 97.05.12 7º voo (regr.) 97.05.1 7 8º voo (ida) 97.05.23 8º voo (regr.) 97.05.2 7 9º voo (ida) 97.06.06 9º voo (regr.) 97.06.1 101 798 30 34,9 5,2 36 5,98 9,9 7,4 6,4 0 OCUP. – nº de passageiros; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. mediana O ar no interior da cabina é proveniente do ar exterior, que é muito seco nas altitudes de cruzeiro praticadas em aviação comercial. Não possuindo o sistema de ar condicionado dispositivo de humidificação, o teor de HR no interior da cabina varia essencialmente em função do número de passageiros. De facto, nos voos com uma taxa de ocupação de passageiros superior a 50%, a humidade relativa foi significativamente mais elevada do que a existente nos voos com menor ocupação da cabina (Figura 1). www.observaport.org 15 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Figura 1 - Humidade Relativa na cabina HR (média/DP) 20 10 0 </= 50% >50% nº de passageiros/nº máximo passageiros x 100 t Student = -2,90 (p< 0,01) 3.4 Partículas No conjunto dos voos estudados, a concentração de partículas na cabina variou entre 0,00 mg/m3 e 18,17 mg/m3. Os valores médios por voo oscilaram entre 0,01 mg/m3 e 1,51 mg/m3 (Quadro 10). www.observaport.org 16 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 10 - Concentração de partículas (mg/m3) na cabina Outono e Inverno VOO OCUP. NºReg Interv M m VAR DP Média Med. Moda 1º voo (ida) 199 557 0,95 0,97 0,02 0,02 0,14 0,11 0,05 0,04 1º voo (regr.) 231 778 0,43 0,43 0,00 0,00 0,07 0,01 0,00 0,00 2º voo (ida) 136 658 0,12 0,12 0,00 0,00 0,01 0,01 0,00 0,00 81 806 0,09 0,09 0,00 0,00 0,02 0,04 0,04 0,05 144 690 0,12 0,92 0,80 0,00 0,01 0,84 0,84 0,84 81 1025 0,43 0,90 0,47 0,00 0,03 0,53 0,53 0,53 4º voo (ida) 159 545 0,49 0,49 0,00 0,01 0,07 0,06 0,04 0,00 4º voo (regr.) 105 789 0,32 0,32 0,00 0,00 0,02 0,02 0,02 0,00 Primavera 5º voo (ida) 203 732 0,79 1,11 0,32 0,03 0,17 0,47 0,4 0,34 5º voo (regr.) 251 859 0,59 0,90 0,31 0,00 0,05 0,47 0,48 0,49 6º voo (ida) 180 732 0,26 0,70 0,44 0,00 0,02 0,51 0,51 0,51 6º voo (regr.) 136 854 0,14 0,77 0,63 0,00 0,02 0,69 0,70 0,71 2º voo (regr.) 3º voo (ida) 3º voo (regr.) 7º voo (ida) 138 751 18,08 18,17 0,09 1,86 1,36 1,51 2,56 0,12 7º voo (regr.) 230 822 0,22 0,29 0,07 0,00 0,03 0,13 0,13 0,13 8º voo (ida) 190 752 0,13 0,18 0,05 0,00 0,02 0,10 0,11 0,11 8º voo (regr.) 173 835 1,70 1,78 0,08 0,01 0,07 0,18 0,17 0,15 9º voo (ida) 248 756 1,08 1,08 0,00 0,02 0,14 0,09 0,07 0,07 9º voo (regr.) 101 798 0,16 0,22 0,06 0,00 0,02 0,09 0,09 0,09 OCUP. – nº de passageiros; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. mediana 3.5 Concentrações de ozono na cabina As concentrações de ozono medidas no ar interior da cabina caracterizam-se por uma grande variabilidade, tendo sido medidos, nos voos realizados no período outono/inverno (Quadro 11), valores compreendidos entre 3 ppb e 39 ppb. A representação gráfica das distribuições dos valores de concentração de ozono (Figura 2) ilustra o carácter atípico do registo respeitante ao 1º voo (rota Macau - Lisboa). www.observaport.org 17 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 11 DATA AERON. Nº Reg. Interv M . 7 11 96.12.13 CS-TOA 591 96.12.17 CS-TOD 750 36 39 97.01.10 CS-TOB 655 10 97.01.14 CS-TOC 722 11 97.01.24 CS-TOA 672 97.01.28 CS-TOB 746 97.02.07 CS-TOB 97.02.11 CS-TOC m VAR DP Média Med. Moda 4 0,76 0,873 8,47 9 9 3 67,27 8,202 17,50 15 13 14 4 1,07 1,033 8,42 8 8 14 3 0,47 0,684 8,55 9 9 13 16 3 0,87 0,931 8,57 9 9 7 12 5 0,38 0,613 8,53 9 8 661 9 13 4 0,60 0,776 8,62 9 9 773 7 11 4 0,50 0,706 8,65 9 9 AERON. – aeronave; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo;VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. - mediana Figura 2 – Concentração de ozono na cabina: outono/inverno ozono (ppb) 50 40 30 20 10 0 Ida1 Ida2 Ida3 Ida4 Reg1 Reg2 Reg3 Reg4 voos - outono/inverno No período da primavera com excepção do 5º voo (Quadro 12), as concentrações de ozono revelam um perfil de valores bem diverso do perfil observado na colheita de dados realizada no outono/inverno (Figuras 3 e 4). www.observaport.org 18 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Quadro 12 - Concentração de ozono nos voos da primavera DATA AERON. Nº Reg. Interv. M m VAR DP Média Med. 97.04.04 CS-TOD 511 17 19 2 3,94 1,99 8,17 8 Moda 9 97.04.08 CS-TOB 833 46 49 3 3,63 1,90 8,68 9 9 15 97.04.18 CS-TOD 708 30 38 8 24,76 4,98 18,71 17 97.04.22 CS-TOD 816 55 55 0 93,26 9,66 20,21 17 14 97.05.12 CS-TOB 729 32 32 0 15,45 3,93 15,45 15 14 97.05.17 CS-TOB 804 40 40 0 50,36 7,00 13,60 12 9 97.05.23 CS-TOD 735 30 31 1 10,43 3,23 17,20 17 16 97.05.27 CS-TOC 812 152 152 0 264,57 16,27 24,75 21 14 97.06.06 CS-TOC 724 65 65 0 19,72 4,44 14,17 14 13 97.06.10 CS-TOD 774 54 55 1 98,45 9,92 21,76 19 17 AERON. – aeronave; Nº Reg. – número de registos; Interv. – intervalo de variação (amplitude); M – valor máximo; m – valor mínimo; VAR – variância; DP – desvio padrão; Med. - mediana Figura 3 – Concentração de ozono na cabina: primavera 160 ozono (ppb) 120 80 40 0 Ida5 Ida7 Ida6 Ida9 Ida8 Reg6 Reg5 Reg8 Reg7 Reg9 voos/Primavera www.observaport.org 19 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Figura 4 – Concentração de ozono na cabina: épocas do ano ozono (ppb) 50 40 30 20 10 0 I1 I2 R1 I3 R2 I4 R3 I5 R4 I6 R5 I7 R6 I8 R7 I9 R8 R9 voos 4. Discussão O presente estudo foi realizado exclusivamente em aeronaves Airbus de modelo A340–300. Tal escolha deveu-se, entre outras razões, à circunstância de a qualidade do ar interior da cabina se encontrar insuficientemente estudada. De facto, quase todos os estudos publicados sobre a qualidade de ar interior de cabinas foram realizados em aeronaves de origem americana (BISCHOF, 1973; VAN-HEUSDEN, 1978; REED e al., 1980; TASKIN et al., 1983; SCHADELL, 1987). Os óxidos de azoto (monóxido e dióxido de azoto), formados em processos de combustão e existentes no ar interior das cabinas de avião, são irritantes das mucosas, sobretudo ao nível das vias respiratórias. Quanto ao monóxido de azoto (NO), não foram observadas concentrações superiores ao valor limite de exposição – média ponderada (TLV-TWA: Threshold Limit Value, Time Weighted Average), isto é, 25 ppm (NIOSH, 1990; INRS, 1996). Todavia, os valores instantâneos chegaram a atingir, no 3º voo realizado (rota comercial de Macau - Lisboa), 41,4 ppm. Os valores de dióxido de azoto (NO2) ficaram muito aquém da concentração máxima admissível (média ponderada) de 1 ppm, sendo, em todos os voos, os valores máximos instantâneos inferiores a 0,3 ppm. Outras substâncias químicas estudadas foram alguns compostos de enxofre (dióxido de enxofre e sulfureto de hidrogénio), também originados por combustão de derivados do petróleo e de outros combustíveis fósseis. As concentrações de SO2 atingiram valores médios, por voo, compreendidos entre 0,37 e 1,05 ppm, não tendo a concentração média ponderada, por períodos de 15 minutos (TLV-STEL - Threshold www.observaport.org 20 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Limit Value, Short-Term Exposure Limit) excedido 1,6 ppm (TLVL-TWA = 2 ppm; TLV-STEL = 5 ppm). Também os teores de H2S, medidos no interior da cabina, se situaram sistematicamente abaixo do valor-tecto (“Ceiling”) de exposição (TLV-C = 10 ppm), nunca tendo ultrapassado 2 ppm. Por outro lado, os valores médios da temperatura do ar interior da cabina foram semelhantes de voo para voo. Este facto está necessariamente relacionado com o sistema de condicionamento de ar no interior da cabina. Um dos aspectos primordiais relativos à qualidade do ar numa cabina de avião prende-se com os baixos teores de humidade relativa (HR), originados pela extrema secura do ar proveniente do exterior e, por outro lado, pela grande frequência em que decorre a renovação do ar interior. De facto, a recirculação do ar numa cabina de avião faz-se em cada 2 a 3 minutos, o que equivale a cerca de 20 a 30 substituições totais de ar da cabina em cada hora. O teor médio de humidade relativa em cabinas de aeronaves comerciais situa-se na ordem de 10 a 20 % (VIEILLEFOND et al., 1977; CHAPMAN, 1991; HARDING; MILLS, 1993; HUNT; SPACE, 1994; BALLOUET, 1996). No actual estudo, os teores médios de HR situaram-se entre 7,7% e 16,6%. Não estando o sistema de condicionamento de ar dotado de qualquer dispositivo de humidificação, o teor de humidade relativa depende muito do número de ocupantes. Esta hipótese explicativa tem a seu favor a circunstância de, nos voos com uma "taxa de ocupação de passageiros" superior a 50%, a humidade relativa ter sido mais elevada (p< 0,01) do que naqueles em que a ocupação de passageiros era menor. Provavelmente pelas mesmas razões, o teor médio de dióxido de carbono no ar interior da cabina foi também significativamente mais elevado nos voos com uma maior taxa de ocupação de passageiros. Diversos estudos realizados desde o início dos anos sessenta (BENNETT, 1962; BRABETS, 1963; JAFFE; ESTES, 1963; BISCHOF, 1973; HOLDEMAN et al., 1978 cit. por TASHKIN et al., 1983; BRIEHL; PERKINS, 1978; VAN-HEUSDEN; MANS, 1978; REED et al., 1980; SCHADELL et al., 1987; BALLOUET, 1996) revelaram que a exposição profissional a ozono, em aviões subsónicos, pode atingir concentrações de O3 superiores às concentrações máximas admissíveis (FAA, 1978; NIOSH, 1990; INRS, 1996), tanto no que respeita às concentrações médias ponderadas (TLV-TWA) como no caso das concentrações máximas instantâneas (TLV-C) ou de curta duração (TLV-STEL). No período de outono/inverno, as concentrações de ozono medidas no ar interior da cabina dos Airbus A340 encontram-se predominantemente situadas entre 8 e 9 ppb (valores de moda), não tendo sido excedido o valor médio (por voo) de 17,5 ppb nem o valor máximo instantâneo (em todos os voos) de 39 ppb. Estas baixas concentrações estão, por certo, relacionadas com o mencionado novo tipo de turbinas de propulsão e com a actual utilização, de modo sistemático, de conversores de ozono (FABIAN; PRUCHNIEWICZ, 1977; NASTROM et al., 1980; REED et al., 1980; MELTON, 1989). Por certo também relacionada com as características dos novos motores de propulsão, é a circunstância de, no presente estudo, não ter sido observado qualquer aumento dos teores de ozono no ar interior da cabina durante as manobras de "aproximação" à pista que antecedem a aterragem. A tendência verificada foi, mesmo, para uma diminuição, ainda que ligeira, daqueles valores. Na década de 70, pelo contrário, os motores utilizados na aviação comercial, por se encontrarem a uma mais baixa rotação, não atingiam naquele tipo de manobras as temperaturas de dissociação do ozono, provocando sistematicamente aumento dos teores daquele gás no ar interior da cabina (JAFFE, 1967; TASKIN et al., 1983). A concentração máxima observada no conjunto dos dezoito voos realizados cifrou-se em 152 ppb (0,152 ppm), ou seja, cerca de metade do valor-tecto (concentração que, mesmo instantaneamente, não deve ser excedida) fixado para o ozono (NIOSH, 1990). Recorde-se, a www.observaport.org 21 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde propósito, o valor-tecto (TLV-C) de 0,10 ppm de O3 recomendado recentemente, tanto pelo NIOSH como pela ACGIH (NIOSH, 1990; ACGIH, 1992). Outra característica dos resultados obtidos na época da primavera é uma maior dispersão dos valores de concentração de ozono, associada, na quase totalidade dos voos, à existência de curtos períodos (≤ 20 minutos) em que se registam valores bastante elevados. Estes "picos de concentração", embora sejam sempre observados no primeiro ou no último terço do voo, nunca coincidem com o tempo de preparação das manobras de descolagem ou aterragem da aeronave. A maior variabilidade dos valores de concentração de O3 corresponderá, por certo, a oscilações da formação de ozono no ar exterior relacionadas com diversos factores, tais como a hora do dia (SCHOETTLIN; LANDAU, 1961; YOUNG et al., 1962; SCHWARTZ et al., 1976; LIOY et al., 1985; ROMBOUT et al., 1986; TYLER et al., 1988; HAZUCHA et al., 1992, HAZUCHA et al., 1994; DEVLIN, 1997) e as condições meteorológicas, nomeadamente no que respeita à turbulência do ar e aos sistemas de altas e baixas pressões (JAFFE, 1967; LIOY; SAMSON, 1979; NASTROM et al., 1980). Constata-se, deste modo, que ⎯ em todas as aeronaves e rotas estudadas ⎯ foram respeitados os critérios previstos na norma da Federal Aviation Administration (FAA, 1978; FAA, 1980; BALLOUET, 1996). A FAA, baseada em valores propostos pela OSHA - Occupational Safety and Health Administration (TLV-TWA = 0,10 ppm; TLV-STEL = 0,30 ppm) emitiu um documento (Notice nº 78-150, de 27 de Setembro de 1978), onde, no essencial, é estipulado que em todos os voos realizados a altitudes acima de 18000 pés e com duração superior a 3 horas, não deve (1) ser excedida a concentração de 0,25 ppm de ozono (valor máximo instantâneo ou “valor-tecto”) nem, simultaneamente, (2) ser ultrapassado o valor médio de 0,10 ppm, referente a um (qualquer) período de duas horas. Um último aspecto a destacar no contexto da caracterização ambiental refere-se à concentração de partículas, tendo sido observados valores que se situaram muito abaixo dos máximos admissíveis. 5. Conclusões A monitorização permanente de vários parâmetros “de qualidade do ar interior” (temperatura, humidade relativa, partículas, dióxido de carbono, oxigénio, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, monóxido de azoto, dióxido de azoto e sulfureto de hidrogénio) revela que, globalmente, nas cabinas de avião estudadas, tais parâmetros se situam em valores que não excedem as respectivas concentrações máximas admissíveis e que, nalguns casos, respeitam mesmo as recomendações da ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers). Dos parâmetros "de qualidade do ar interior" avaliados, a humidade relativa foi aquele cujos teores mais se afastaram dos valores recomendados. Este resultado encontra-se, por certo, relacionado com a secura do ar exterior e, por outro lado, com a elevada taxa de renovação do ar interior. Os valores médios de humidade relativa situaram-se entre 7,7% e 16,6% e foram significativamente mais elevados na primavera, podendo esta diferença ser devida à maior “taxa de ocupação de passageiros”, típica daquela estação do ano. A exposição a ozono em cabina de avião, nas aeronaves e rotas comerciais estudadas, caracterizouse por valores médios de concentração de O3 situados abaixo dos valores susceptíveis de provocar efeitos adversos sobre o aparelho respiratório. Em termos de valor máximo instantâneo (“valortecto”), as concentrações de ozono mais elevadas foram observadas na época da primavera, tendo sido atingido o valor de 152 ppb em apenas um dos dezoito voos realizados. Este valor-tecto situouse, assim, abaixo do TLV-C fixado pela FAA (0,25 ppm) e do TLV-STEL fixado pela OSHA (0,30 ppm). www.observaport.org 22 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde A monitorização contínua, durante todo o tempo de voo, dos teores de ozono no ar interior da cabina das aeronaves Airbus A340-300, revelou ainda, em oposição a estudos previamente realizados, que as manobras de aterragem (durante as quais os motores funcionam a baixa rotação) não provocam aumento de O3. Pelo contrário, foi observada uma diminuição ligeira daqueles teores, por certo relacionada com os conversores catalíticos de ozono que actualmente equipam o sistema de ventilação das aeronaves estudadas. www.observaport.org 23 OPSS Observatório Português dos Sistemas de Saúde Bibliografia • ADAMS, W.C.; SCHELEGLE, E.S. \- Ozone and high ventilation effects on pulmonary function and endurance performance. 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