XVI CONGRESSO DA SBC-MS Insuficiência Cardíaca Aspectos Epidemiológicos Atuais PROF. DR. ANTONIO CARLOS PEREIRA BARRETTO Prof. Associado da FMUSP Diretor do Serviço de Prevenção e Reabilitação do InCor Conflito de Interesse De acordo com as normas do Conselho Federal de Medicina (n 15951200) e Vigilância Sanitária RDC 102, declaro que: (X) Participo em estudos clínicos e ou experimentais subvencionados pelo (a): Abbott, BMS, Jansen Cilag e Parexel. (X) Sou conferencista/palestrante dos laboratórios: Abbott, Baldacci, Biolab, Pfizer, Sanofi Aventis e Torrent. (X) Escrevo material científico para os Laboratórios: Abbott, ACHE, AstraZeneca, Baldacci, Libbs, Pfizer, Sanofi Aventis e Torrent. (X) Não existe conflito de interesse, em minha participação. Insuficiência Cardíaca História Natural Eventos (%) Evolução de Pacientes Hospitalizados para Compensação 2005 e 2006 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Mortalidade 1 ano= 32,5% Mortalidade Hospitalar 8,8% Passagem no Pronto Socorro= 54,5% Re-internados= 33,56% Sobreviventes Hospitalizações/PS 0 100 200 300 Pereira-Barretto AC et al Arq Bras Cardiol 2008; 91: 335-341 400 dias Insuficiência Cardíaca - Prognóstico Sobrevida: IC e Neoplasias Malignas mama IAM Sobrevida (%) próstata IAM bexiga bexiga ICC ICC pulmão McMurray JJV, Stewart S. Eur Heart J 2002; 4 (suppl D): 50-58 pulmão Hospitalizações - dados do SUS 2007 Doença Cardiovascular 10,2% 11.309.325 Hospitalizações/ano Insuficiência Cardíaca 25,4% Doença Cardiovascular 1.156.136 Hospitalizações/ano Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) Insuficiência Cardíaca - dados do SUS 2007 Papel da Idade e Sexo na Prevalência e Mortalidade Prevalência Mortes anos Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) anos Insuficiência Cardíaca - Internações e Mortalidade Número de internações por IC – Dados do SUS Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) Insuficiência Cardíaca - Internações e Mortalidade Mortalidade Hospitalar em pacientes internados por IC no SUS 6,97% 6,45% 6,02% 5,41% Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) Redução 17,6% Insuficiência Cardíaca Internações e Mortalidade II Diretriz de IC Aguda Arq Bras Cardiol 2009; 93 (supl 3): 4 Insuficiência Cardíaca Prognóstico Mortalidade de pacientes com diagnóstico recente de IC Blackledge HM et al. Heart 2003; 89: 615-20 Prevalência Insuficiência Cardíaca Número de Altas Número de Altas com diagnóstico de IC 1.092.000 701.000 Ano Advanced Data; National Hospital Discharge Survey 1990-2004; Avaible at: http: www.cdc.gov/nchs/about/major/hdasd/lidtpubs,htm. Accessed: June 27, 2007 IC descompensada Impacto das Hospitalizações Risco de morte (%) Sobrevida (%) Impacto das Re-hospitalizações após a Alta de Hospitalização Lee DS et al. Am J Med 2009; 122: 162-69 Insuficiência Cardíaca Função Sistólica Preservada Distribuição da Fração de Ejeção em pacientes com IC FEVE 25% 57,6% Dados de Estudo de Framingham Vasan RS et al. JACC 1999; 33: 1948-55 Insuficiência Cardíaca EuroHeart Failure Survey Disfunção Ventricular na IC (n=2607) 65% (n=3666) 61% Cleland JGF et al. Eur Heart J 2003; 24: 442-63 Insuficiência Cardíaca Função Sistólica Preservada Sobrevida (%) Prognóstico conforme o tipo de Disfunção presente Ahmed A et al. Am Heart J 2002; 144; 365-72 Insuficiência Cardíaca Impacto do Tratamento Sobrevida de portadores de IC em diferentes épocas Função Sistólica Preservada Função Sistólica Reduzida 100 100 Sobrevida (%) 90 85 80 p=0,227 75 70 95 Sobrevida (%) 1991-1996 1997-1999 2000-2001 95 FEVE>=50% 65 FEVE<50% 90 85 80 75 1991-1996 1997-1999 2000-2001 70 65 60 p=0,040 60 0 6 12 18 24 meses 0 Grigorian L et al. JACC 2006; 47 (suppl A): 87A 6 12 18 24 meses Insuficiência Cardíaca Prognóstico Sobrevida (%) Melhora de Prognóstico entre Homens e não nas Mulheres Estudo em pacientes com > 65 anos da Kaiser Permanent Northwest Region health plan Barker WH et al. Circulation 2006; 113: 799-805 Insuficiência Cardíaca Tratamento Função Sistólica Preservada Tratar doença de base: Insuficiência Coronária Hipertensão Arterial Diabetes Idosos Diurético Betabloqueadores Ant. Canais de Cálcio BRA Função Sistólica Reduzida Inibidores da ECA Tratar doença de base: Insuficiência Coronária Miocardiopatia Dilatada Hipertensão Arterial Betabloqueadores Espironolactona Diuréticos Digital Insuficiência Cardíaca Etiologia – Grande Ensaios Clínicos Cardiomiopatia isquêmica é a principal causa de IC 31,7% Ins Coronária 68,3% V-HeFT CONSENSUS Milrinone1989 PROMISE SOLVD-T 1991 V-HeFT-2 1991 SOLVD-P1992 RADIANCE Vesnarinone CHF-STAT Carvedilol PRAISE 1996 DIG Total ano 1966 1987 230 1991 2569 804 4228 1993 1993 1995 1996 1153 1997 n 642 253 115 1088 1828 427 3518 178 477 674 1094 732 6800 20190 ICo 282 146 590 107 249 481 521 4793 13789 (68,3%) Ghiorghiade M et al. Circulation 1998; 97: 282-89 Insuficiência Cardíaca Etiologia no InCor- Amb e Enf Etiologia observada no ambulatório em outubro 1999 Valvopatia Isquêmica Dilatada Hipertensiva D Chagas Valvopatia Dilatada Pacientes internados no InCor em 1995 Pereira Barretto AC e cols Arq Bras Cardiol 1998; 71: 15-20 Pereira Barretto AC et al Arq Bras Cardiol 2001; 77: 23-29 Isquêmica Insuficiência Cardíaca Sobrevida de acordo com a etiologia da cardiopatia Pacientes do ambulatório de ICC (InCor) Freitas HFG et al. Int J Cardiol e de Doutoramento FMUSP 2002 Insuficiência Cardíaca Papel da Etiologia Curvas de Kaplan-Meier para a Cardiomiopatia Isquêmica e Dilatada Purek L et al. Heart 2006; 92: 598-602 Revascularização Miocárdica com e sem viabilidade miocárdica Proporção de Mortes (%/ano) Mortalidade nos pacientes com e sem viabilidade miocárdica de acordo com o tratamento instituído RR - 79,6% RR 23% p<0,0001 Viável Allman KC et al. JACC 2002; 39: 1151-58 p=0,23 Não Viável Formas de IC Descompensada Prevalência Classificação da IC aguda descompensada (Formas de apresentação) 3% 4% 17% 10% 66% Euro Heart Failure Survey II IC Alto Débito Nieminen MS et al. Eur Heart J 2006; 27: 2725-36 Classificação Clínica de acordo com as Diretrizes Européias 2005 EHS HFII ALARM-HF Edema Agudos dos Pulmões (16% vs 35%) e Choque cardiogênico (4% vs 11%) são significantemente diferentes entre os 2 estudos EHS HF II: 3,580 pacientes, ALARM-HF: 5,553 pacientes (2254 AdHF, 1955 p-oed, 635 Cshock, 407 Hyp AHF, 238 RV AHF, 64 high cardiac output) Registro ALARM-HF mortalidade hospitalar (11% vs 7% no Registro EHS HF II Comparação das Taxas de mortalidade Hospitalar 45% 39% 40% 40% 35% 30% 25% 22% 20% 15% 10% 11% 7% 13% 13% 10% 7% 8% 5% 2% 0% EHS HF II All AHF ADCHF De NOVO AHF ADHF P-OE Cardio shock EHS HF II C-Shock Hyper AHF RV HF Amostra =Todos pacientes com IC aguda Descompensada (5,553) Cardiac ouptput Orientação Terapêutica com base na Classificação Clínico-Hemodinâmica Congestão em Repouso Quente & Seco Quente & Úmido Baixa Perfusão Em Repouso IC normal PCP normal IC normal PCP elevada Frio & Seco Frio & Úmido IC reduzido PCP baixa/normal IC reduzido PCP elevada RVP normal IC - Índice Cardíaco PCP - Pressão Capilar Pulmonar RVP - Resistência Vascular Periférica Sinais e Sintomas de Hipoperfusão: Hipotensão, pulso fino, Sonolência, extremidades frias Drogas Inotrópicas Dobutamina Milrinona Levosimendana Stevenson LW. Eur J Heart Fail. 1999;1:251 Vasodilatores Nitroprussiato Nitroglicerina Nesiritida Levosimendana RVP elevada Sinais e Sintomas de Congestão: Ortopnéia, distensão jugular, Edema, estertores pulmonares Forma de Apresentação IC descompensada Frio e Congesto Congesto 69,2% 20,1% Quente e Seco 27,2% 3,5% 49,1% Frio e Seco Quente e Congesto Boa Perfusão 76,3% Orientação da Terapêutica com base na clínica (situação Hemodinâmica) Nohria A et al. JACC 2003; 41: 1797-804 Incidência (%) Forma de Apresentação IC descompensada quente e seco frio e seco quente e úmido n=174 pcts Cardoso JN et al. Experiência do HA Cotoxó frio e úmido Forma de Apresentação IC descompensada Mortalidade (%) Evolução de Acordo com forma clínica de apresentação Nohria A et al. JACC 2003; 41: 1797-804 Insuficiência Cardíaca ADHERE Incidência (%) Incidência de Co-morbidades em 50260 altas hospitalares ADHERE report 03/31/2004 Insuficiência Cardíaca Evolução da Anemia Dados da Evolução da Anemia 38% 49,7% 21,6% 18,7% 9,9% 171 casos de IC avançada, Pereira-Barretto AC et al. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1): 78 Insuficiência Cardíaca Impacto da Anemia Evolução conforme a presença ou não de anemia Pereira-Barretto AC et al. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1): 78 Insuficiência Cardíaca Impacto da Anemia Evolução conforme a evolução da anemia Pereira-Barretto AC et al. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1): 78 Insuficiência Cardíaca Impacto da Anemia Mortalidade conforme a evolução da anemia P = 0,0005 P = 0,0139 P = 0,6174 N = 85 N = 17 N = 37 Pereira-Barretto AC et al. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (1): 78 N = 32 Prevalência da Fibrilação Atrial Idade e a prevalência da fibrilação atrial (estudo ATRIA) Prevalência (%) n=17.974 Go AS et al. JAMA 2001; 285: 2370-75 Fibrilação Atrial e Insuficiência Cardíaca Incidência de IC(%) Incidência de IC(%) Incidência de Insuficiência Cardíaca após episódio de Fibrilação Atrial Anos após diagnóstico da fa Anos após diagnóstico da fa Miyasaka Y et al. Eur Heart J 2006; 27: 936-41 Insuficiência Cardíaca Fibrilação Atrial Sobrevida (%) Sobrevida observada em diferentes períodos p=0,001 Stevenson WG et al J Am Coll Cardiol 1996; 28: 1458-63 Insuficiência Cardíaca Sobrevida Sobrevida observada em diferentes períodos 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 1990-1993 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 sem fibrilação fibrilação atrial p=0,002 0 120 240 sem fibrilação Sobrevida (%) Sobrevida (%) 1985-1989 360 480 600 dias fibrilação atrial p=0,09 0 120 240 Stevenson WG et al J Am Coll Cardiol 1996; 28: 1458-63 360 480 600 dias AVC isquêmico ou Embolia Sistêmica Anticoagulação – Meta-Análise Varfarina vs Placebo Varfarina vs Varfarina dose baixa Varfarina vs Aspirina Varfarina vs Aspirina + Clopidogrel Varfarina vs Dabigatrana 150 0 0,3 0,6 Favorece varfarina 0,9 1,2 1,5 1,8 2,0 Favorece outros tratamentos Camon J – Apresentação Oral Congresso Europeu de Cardiologia 2009 Estudo IMPACT Iniciar Betabloqueadores antes da alta hospitalar Livre de Morte ou Re-Hospitalização (%) Evolução de acordo com início do Betabloqueador Betabloqueador iniciado antes da alta Betabloqueador iniciado após a alta Gatis WA et al. JACC 2004; 43: 1534-41 Betabloqueador na Hospitalização Evolução com vasodilatação múltipla Situação na alta Eventos Observados (%) Freqüência (%) 78,8% Fast-Carvedilol: 31 pacientes Oliveira Jr MT et al. JACC 2004; 43 (suppl A): 158 Betabloqueador Importância da dose 1.0 1.0 0.9 0.9 0.8 0.7 Carvedilol 50 mg/dia (5/17) 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 Carvedilol <25 mg/dia (9/14) 0.1 Sobrevida Livre de Eventos Probabilidade de Sobrevida Curvas de Sobrevida ou Livre de Eventos conforme tolerância à dose plena 0.8 0.7 Carvedilol 50 mg/dia (8/17) 0.6 0.5 0.4 0.3 Carvedilol <25 mg/dia (12/14) 0.2 0.1 0 Loq-rank (qui-quadrado)=3,33 GL=1 p=0,062 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 Seguimento (dias) Loq-rank (qui-quadrado)=5,403 GL=1 p=0,020 0 0 200 400 Pereira-Barretto AC et al. Eur J Heart Fail 2005; 4 (suppl 1): 44 600 800 1000 1200 1400 1600 Seguimento (dias) Insuficiência Cardíaca Avançada Fast-Carvedilol Prospectivo COMPARAÇÃO DOS DOIS GRUPOS Variável Idade (em anos) Controle (n=46) 66,98 + 14,39 Tratamento (n=46) 57,63 + 13,04 p 0,002 Masculino Feminino 31 (67,4%) 15 (32,6%) 28 (60,9%) 18 (39,1%) 0,514 (2) Branca Negra Parda 31 (68,9%) 9 (20,0%) 5 (11,1%) 33 (71,7%) 10 (21,7%) 3 (6,5 %) 0,794 (3) DDFVE 65,98 + 9,71 66,33 + 7,54 0,848 (1) DSFVE 56,59 + 11,34 57,50 + 8,47 0,663 (1) FEVE 27,91 + 10,16 26,13 + 8,32 0,360 (1) 162,58 + 27,09 188,43 + 40,89 < 0,001 Sexo Raça Caminhada (em m) Dosagem Óbito 3,125 mg 2x dia 6,25 mg 2x dia 12,5 mg 2x dia 25 mg 2x dia (1) 13 (28,3%) 82,6% 25 (54,4%) 6 (13,0%) 2 (4,4%) 7 (15,2%) 9 (19,6%) < 0,001 7 (15,2%) 65,2% 23 (50,0%) 26 (56,5%) 16 (34,8%) Melo DSB et al. Tese de Doutorado 2010 0,036 (1) (2) (2) Insuficiência Cardíaca Complacência ao Tratamento e Orientações Sobrevida (%) Evolução de acordo com a obediência ou não às orientações e a Aderência ao Tratamento HR 1,40 (IC95% 1,08 a 1,82); p=0,01 83% pesavam-se rotineiramente 90% aderiram à dieta e restrição hídrica 60% realizam exercícios prescritos 48% aderiram às 4 orientações Dados do Estudo COACH Van der Wal MHJ et al. Eur Heart J 2010; 31: 1486-93 História Natural Insuficiência Cardíaca Avançada Mortalidade de acordo com período de tratamento Probabilidade Cumulativa de Sobrevida 1,0 2005-2006 0,8 0,6 p < 0,001 0,4 1997-2000 0,2 0,0 0 200 400 600 800 1000 Dias Pereira-Barretto AC et al Arq Bras Cardiol 2008; 91: 335-341 1200 1400 História Natural Insuficiência Cardíaca Avançada Fatores associados ao Prognóstico (1999-2005) RR 52% RR 84% Del Carlo CH et al. Arq Bras Cardiol 2008; 91 (supl 1): 163 Insuficiência Cardíaca História Natural no HAC / InCor Comparação das Taxas de Mortalidade e Re-internação P < 0,001 P < 0,001 1999 2005 80,0% P < 0,001 62,9% 51,4% 41,4% 27,9% P = 0,009 23,8% 20,0% 8,8% Morte Hosp Morte (Seg.) Morte/Internação Del Carlo CH et al. Arq Bras Cardiol 2008; 91 (supl 1): 163 Reinternação Insuficiência Cardíaca Resultados Mortalidade de acordo com período de tratamento Mortalidade Pós-alta Redução 55,5% Probabilidade Cumulativa de Sobrevida Mortalidade (%) Mortalidade Hospitalar 1,0 0,8 p < 0,001 0,6 Redução 50% 0,4 0,2 0,0 0 200 400 600 800 Dias Pereira-Barretto AC et al Arq Bras Cardiol 2008; 91: 335-41 1000 1200 1400