13º Congresso Brasileiro de Clínica Médica Florianópolis / SC RELATO DE CASO: MANEJO CLÍNICO DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DESCOMPENSADA EM PACIENTE COM MIOCARDITE AGUDA FULMINANTE João Paulo Chaves de Melo1; Rodrigo Cunha de Sousa2; Érica Silva1; Igor Ulloa da Cunha1 1. Médico residente de clínica médica. Mário Palmério Hospital Universitário de Uberaba (UNIUBE) 2. Médico preceptor cardiologista. Mário Palmério Hospital Universitário de Uberaba (UNIUBE) INTRODUÇÃO Miocardite é uma entidade clínica grave com incidência estimada entre 0,2 e 12%. Manifesta maior prevalência no sexo masculino, principalmente no adulto jovem, sendo uma das principais causas de morte súbita em menores de 40 anos. Pode decorrer de diversas causas infecciosas e não infecciosas, sendo a miocardite viral a forma mais prevalente. A forma fulminante possui maior gravidade, caracterizada por um curso agudo e rapidamente progressivo (insuficiência cardíaca congestiva refratária e choque cardiogênico). Possui alta letalidade quando não tratada adequadamente. RELATO DE CASO N.J.B, masculino, 22 anos, hígido, admitido com quadro clínico de insuficiência cardíaca agudamente descompensada de início súbito. DISCUSSÃO Apresentava radiografia de tórax com cardiomegalia grau III e O quadro de miocardite fulminante acarreta em alta morbimortalidade, congestão foi prolongamento do tempo de internação e não raramente, evolui para evidenciada fração de ejeção de 16%, hipocinesia ventricular necessidade de transplante cardíaco. A biópsia endomiocárdica de esquerda difusa importante, dilatação de câmaras cardíacas e ventrículo direito é o método padrão ouro para o diagnóstico, possui hipertensão pulmonar importante (PSAP: 69 mmHg). Foram grande importância na orientação terapêutica como o uso de iniciadas agudamente imunossupressores, imunomoduladores e antivirais, porém não está descompensada perfil C necessitando de altas doses de drogas disponível na maioria dos centros médicos. Na prática clínica, o inotrópicas e vasodilatadoras parenterais, suporte dialítico e reversão diagnóstico não raramente torna-se obscuro sendo realizado através de de um episódio de morte súbita em fibrilação ventricular. Para dados clínico-epidemiológicos e com auxílio de exames laboratoriais e elucidar a causa etiológica, foram realizados diversos exames que de imagem. Pela dificuldade diagnóstica, a terapêutica adotada apresentaram resultados negativos, incluindo investigação para frequentemente baseia-se no suporte hemodinâmico intensivo. pulmonar. medidas Ao para ecocardiograma insuficiência transtorácico cardíaca doenças auto-imunes, testes sorológicos para HIV, hepatites, Doença de Chagas e síndrome mono-like. A cintilografia miocárdica com Gálio-67 evidenciou intenso processo inflamatório em atividade no REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. miocárdio, compatível com miocardite. Após longo tempo de internação, foram otimizadas as medicações por via oral na maior dose tolerada pelo paciente, sendo então encaminhado para 2. seguimento ambulatorial. 3. Montera M.W., Mesquita E.T., Colafranceschi A.S., Oliveira Junior A.M., Rabischoffsky A., Ianni B.M., et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz Brasileira de Miocardites e Pericardites. Arq Bras Cardiol 2013; 100(4 supl. 1): 1-3 Montera MW, Pereira SB, Colafranceschi AS, Almeida DR, Tinoco EM, Rocha RM, et al. Sumário de Atualização da II Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Aguda 2009/2011. Arq Bras Cardiol 2012;98(5):375383 Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Bacal F, Ferraz AS, Albuquerque D, Rodrigues D, et al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. Atualização da Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica - 2012. Arq Bras Cardiol 2012: 98(1 supl. 1): 1-33 Autor apresentador: [email protected]