Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado - PDDI Região Metropolitana do Vale do Aço PRODUTO P1.1 Macrodiretrizes Setembro de 2013 SUMÁRIO 1 Apresentação: Reitoria do Unileste ...................................................................................... 3 2 Legislação e implantação da RMVA ...................................................................................... 5 3 História e Urbanização .......................................................................................................... 7 4 Características da RMVA ....................................................................................................... 9 5 O processo de participação ................................................................................................. 10 6 Pontos relevantes abordados nas discussões ..................................................................... 12 7 Macrodiretrizes Transversais .............................................................................................. 15 8 Macrodiretrizes Relacionadas aos Eixos Temáticos ............................................................ 18 8.1 Ordenamento Territorial ............................................................................................. 18 8.2 Mobilidade (Sistema viário, transporte, trânsito e tráfego) ....................................... 21 8.3 Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento ..................................................... 24 8.4 Desenvolvimento Social .............................................................................................. 27 8.4.1 Saúde ................................................................................................................... 28 8.4.2 Segurança ............................................................................................................ 30 8.4.3 Habitação, educação, cultura e lazer .................................................................. 32 8.4.4 Trabalho, assistência social e juventude ............................................................. 34 8.5 Desenvolvimento Econômico ...................................................................................... 36 8.6 Arranjo Institucional .................................................................................................... 40 9 Mobilização Social ............................................................................................................... 43 10 Equipe Técnica ................................................................................................................ 45 11 Equipe Técnica ARMVA ................................................................................................... 48 12 Relação de entidades convidadas a participarem no processo de construção do PDDI 49 12.1 Órgãos da Administração Pública Estadual ................................................................. 49 12.2 Setor Produtivo ........................................................................................................... 49 12.3 Movimentos Sociais .................................................................................................... 50 MACRODIRETRIZES PARA O PLANO DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DA REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO AÇO 1 Apresentação: Reitoria do Unileste O trabalho de elaboração do PDDI, conforme estabelecido no Termo de Referência que o rege e no contrato assinado entre o Unileste e o Estado de Minas Gerais, por meio da Agência Metropolitana, determina basicamente três grandes etapas, consolidadas em três produtos a serem construídos: as macrodiretrizes (acompanhadas de um plano de trabalho), o diagnóstico e as propostas de intervenção (consolidadas num resumo executivo operacional). Cada um dos três produtos deve ser analisado e entendido em duas dimensões inseparáveis e necessárias: em sua relação sistêmica e global com todo o PDDI, e, ao mesmo tempo, em seus conteúdos e finalidades específicas. Mesmo em sua relação com o todo, as partes precisam ser analisadas como parte, portanto também compreendendo em si mesmas. Estamos falando de diretrizes. Diretriz é uma linha segundo a qual se traça um plano de qualquer caminho; conjunto de instruções ou indicações para se levar a termo um negócio ou empresa. As comparações, às vezes, limitam o entendimento, mas também podem nos ajudar a compreender mais claramente um tema. Tomemos como comparação, a sinalização em uma rodovia, ou o guard raill de uma ponte ou estrada. Eles têm a função de indicar, direcionar e, até mesmo de conter o fluxo de veículos no leito de duma estrada ou do viaduto. Sua ausência, pode facilmente fazer perder a direção, ou nos envolvermos em acidentes, não poucas vezes fatais. São balizas que direcionam, mas não se confundem com o objetivo final do viajante, não falam da finalidade ou das condições da viagem, mas, se observados, garantem a segurança, a estabilidade em vista da consecução dos objetivos empreendidos. De forma similar, compreendemos as diretrizes. São balizas que norteiam o caminhar, que conduzem à meta almejada. Neste documento, estamos tratando das Macrodiretrizes para o Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). Portanto, o documento não contempla todas as diretrizes necessárias ou possíveis, mas aquelas “macro”, quer dizer, que numa visão sistêmica e global, apontam as grandes direções. Apontam para o estratégico, ou seja, conduzem à direção maior do Plano. No documento apresentado, elas 3 estão organizadas em duas dimensões: as diretrizes transversais, que perpassam os diversos conteúdos e eixos do Plano, e aquelas relativas às áreas específicas de cada eixo do PDDI. Como diretrizes, elas indicam por onde o plano vai caminhar. Embora este documento deva ser visto na sua relação sistêmica com o todo do Plano, não se pode procurar no texto das diretrizes, caracterizações ou especificações da realidade ou conteúdos específicos de cada área, que devem fazer parte do Diagnóstico, ou, muito menos, querer ver indicação de ações, projetos e descrição do que, como, onde fazer, são elementos do documento de proposições, o terceiro documento. As macrodiretrizes são importantes, necessárias e devem ser apreciadas naquilo a que se propõem: balizar a construção do Plano Diretor, em vista da consecução de seus objetivos macros, que são a implementação das políticas de interesse comum na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA). A distância e a amplitude com que enxergamos tem muito mais a ver com o lugar onde apoiamos nossos pés do que com a acuidade de nossa visão. Portanto, não se pode enxergar ou analisar as questões metropolitanas, apoiando seus pés somente em seus respectivos lugares de origem, ou seja, em seus respectivos municípios ou apenas como órgão de estado, ou apenas como sociedade civil. É preciso fazer o esforço de emergir de seu próprio status, de colocar-se também do lugar do outro para enxergar diferente, para que haja outro ponto de vista, ou a vista de outro ponto, conforme afirma Leonardo Boff. Somente nesse esforço abnegado de perceber, de valorizar e de colocar-se ao lado do outro nos permitirá enxergar e responder às necessidades metropolitanas, para além daquelas de contato imediato. Genésio Zeferino da Silva Filho Reitor do Unileste e coordenador do eixo “Arranjo Institucional” 4 2 Legislação e implantação da RMVA A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) foi instituída em conformidade com os preceitos da Constituição Mineira, pela Lei Complementar 51, de 30/12/1998. A aprovação da lei ocorreu, atendendo ao apelo de diversos setores da sociedade da RMVA. Nessa época, “as normas gerais relativas ao planejamento e à execução das funções públicas de interesse comum, a cargo da região metropolitana”, eram normatizadas pela Lei Complementar 26, de 14/01/1993. O parágrafo único, do artigo 2º dessa Lei Complementar, estabelece que “a gestão das funções públicas de interesse comum tem como objetivo principal o desenvolvimento econômico e social da região metropolitana, a partilha equilibrada dos seus benefícios e a definição de políticas compensatórias dos efeitos da sua polarização”. Pode-se dizer que, ao se mobilizar para ter aprovada, na Assembleia Legislativa, a lei complementar que instituía a RMVA, a sociedade do Vale do Aço almejava o desenvolvimento econômico e social da região com partilha equilibrada dos seus benefícios. Da Lei Complementar 26, é possível identificar outros fatores que, provavelmente, motivaram a sociedade do Vale do Aço a se mobilizar em prol da constituição da RMVA. Dentre eles, destacam-se a possibilidade de colaboração entre o Estado e os municípios da região metropolitana na execução das funções públicas de interesse comum; a cooperação técnica e a execução integrada dos planos; os programas e/ou projetos relacionados às funções de interesse comum; bem como a necessidade de planejamento das funções públicas de interesse comum. Em 2006, um novo marco regulatório das regiões metropolitanas de Minas Gerais foi aprovado. A primeira alteração ocorreu pela Lei Complementar 89, de 12/01/2006, que revogou a Lei Complementar 26. Já a lei complementar 51 foi revogada pela Lei Complementar 90, na mesma data. O novo marco regulatório manteve a RMVA e os princípios que a fundaram. Outro significativo avanço, no sentido de se efetivar, institucionalmente, o funcionamento da RMVA, ocorreu com a Lei Complementar 122, de 2012, com a criação da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA). Obedecendo ao contido no § 2º, do art. 4º, da Lei Complementar nº 90, de 12 de janeiro de 2006, a ARMVA foi criada: 5 [...] na forma de autarquia territorial e especial, com caráter técnico e executivo, para fins de planejamento, assessoramento e regulação urbana, viabilização de instrumentos de desenvolvimento integrado da Região Metropolitana do Vale do Aço – RMVA – e apoio à execução de funções públicas de interesse comum, com autonomia administrativa e financeira, personalidade jurídica de direito público, prazo de duração indeterminado, vinculada ao Gabinete do Secretário de Estado Extraordinário de Gestão Metropolitana. Dentre as competências da ARMVA, apresenta-se a elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI). Assim, em maio de 2013, por meio de contrato de prestação de serviços, nº 2431028 03 2013, o Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste) foi contratado pelo Estado de Minas Gerais, por intermédio da ARMVA, para elaborar o Plano Diretor em questão. O documento constitui mais um importante passo na consolidação da Região Metropolitana do Vale do Aço - RMVA. 6 3 História e Urbanização A urbanização provocada por grandes indústrias deu nome à região. Quanto à ocupação do vasto e diverso território do Vale do Aço ocorreu tardiamente. Sabe-se que, no final do século XVII, o bandeirante Borba Gato teria vivido na confluência dos rios Piracicaba e Doce. A exploração inicial da região também foi marcada pela evolução dos mineradores que fundaram o Estado de Minas Gerais. Mas, com o surgimento de grandes fazendas, no auge da fase do ouro, evidencia-se a necessidade do desenvolvimento da agricultura de pequeno porte como atividade de abastecimento da população que se formava. Muitas vezes, a atividade era até mais lucrativa que a própria mineração. Já no século XIX, o café para exportação passa a ser cultivado em muitas fazendas. Também, ocorrem evoluções da mineração de ouro para o beneficiamento do minério de ferro, logo evoluindo para a siderurgia. Nessa época, foram significativas as explorações e visitas à região do Vale do Aço por viajantes e pesquisadores estrangeiros. A partir da primeira metade do século XIX, disseminou-se o acesso à região por meio do Rio Doce. Logo em seguida, boa parte da consolidação da ocupação da regional foi possível com a criação de importantes escolas federais no alto do Piracicaba, como a Escola de Minas de Ouro Preto (1876) e o Instituto Agronômico, em Itabira (1881). As instituições de ensino e as indústrias, além do desenvolvimento econômico, refletiram significativas mudanças socioeconômicas em curso no Vale do Rio Piracicaba. A partir daí, a mineração e a siderurgia caracterizaram fortemente o Vale do Rio Piracicaba, especialmente o Vale do Aço. A construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), no começo do século XX, é o principal marco no rompimento do isolamento da região e, ao mesmo tempo, pontua a urbanização dinâmica ainda preponderante no Vale do Aço. A EFVM foi e ainda é o principal infraestruturador do Vale do Rio Doce, mas sua prevista interligação, justamente em Ipatinga, com a malha ferroviária do sudeste brasileiro, bem como com outras regiões do Brasil e da América do Sul, deverá trazer, nas próximas décadas, muito mais desenvolvimento para a RMVA. Até meados do século XX, as cidades da região eram compostas por pequenas aglomerações ligadas à agricultura e/ou à mineração, tendo a dinâmica da região permanecido mais rural do 7 que urbana até a década de 40. Só a partir de então, foram consolidadas as facilidades para a criação de grandes indústrias (terreno plano, condições naturais, abundância de recursos hídricos, madeira, carvão, minério, dentre outros), que culminaram em intenso processo de urbanização. A siderurgia ganhou força na região com a implantação, em 1937, da Companhia Aços Especiais Itabira – Acesita (atual Aperam South America), em Timóteo; e a Usiminas, em 1956, em Ipatinga. Foi então que a urbanização do Vale do Aço acelerou-se em virtude dos grandes investimentos e construções de vilas e cidades necessárias para dar sustentação às siderúrgicas. Atualmente, o Estado de Minas Gerais considera o Vale do Aço como região metropolitana, ainda que se caracterize por baixa integração urbanística e pela ausência de uma metrópole. 8 4 Características da RMVA Os municípios que constituem a RMVA possuem características e vocações distintas entre si. Se, por um lado, Timóteo e Ipatinga desenvolveram-se a partir do parque industrial implantado pela Acesita – atual Aperam – e pela Usiminas, Coronel Fabriciano possuiu, durante anos, maior desenvolvimento no setor de serviços, além de atender, habitacionalmente, a grande parte dos funcionários das indústrias regionais. Santana do Paraíso, último dos municípios a se constituir como pertencente à RMVA, emancipado de Mesquita já na década de 90, vem recentemente recebendo mais investimentos em pequenas indústrias e habitação, principalmente nos bairros limítrofes com Ipatinga. Nesse sentido, as desigualdades regionais são evidentes, com maior presença de investimentos públicos realizados, ao longo dos anos, nos dois primeiros municípios, possibilitados pela maior capacidade de arrecadação municipal e maior demanda de infraestrutura nos dois últimos, com características evidentes de cidades-dormitório (referem-se a aglomerados urbanos que surgem nos arredores de uma grande cidade para servir de moradia aos trabalhadores da cidade-núcleo da região). Cabe ressaltar a necessidade de fomentar, entre os municípios da RMVA, uma gestão compartilhada das funções públicas de interesse comum - “Pacto Metropolitano”. Ainda que reconhecidas as diferenças intermunicipais e a autonomia de cada município, deve-se estimular a elaboração de propostas que venham a convergir, de fato, para os interesses metropolitanos, de forma a diminuir as desigualdades atuais. Sem tal acordo, todo trabalho desenvolvido pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) tende a se mostrar infrutífero, tendo em vista os próprios interesses dos municípios em resolverem seus problemas imediatos. Tal pacto deverá discutir as demandas das áreas apresentadas para implantação de equipamentos metropolitanos, de forma a melhor favorecer seu acesso, independente do(s) município(s) em questão. O pacto deverá também contemplar a execução e a gestão de políticas públicas que forem propostas no âmbito do PDDI. 9 5 O processo de participação Um amplo processo de discussão com diferentes setores com atuação na RMVA precedeu a elaboração deste documento. Destacam-se as reuniões do conselho metropolitano que, por duas vezes, em 2013, discutiu o tema PDDI. Na esfera dos executivos municipais, ocorreram tanto reuniões com os prefeitos quanto com diversos secretários de governo, que tiveram formatos diferentes, dependendo do município envolvido. No Legislativo, os encontros foram realizados com os presidentes das câmaras municipais, assim como em audiências públicas, tendo a presença de vereadores e membros da sociedade civil, inclusive de representantes de diversas organizações sociais. Com o governo do Estado, ocorreram reuniões com os técnicos da ARMVA e com representantes das regionais com atuação no Vale do Aço, incluindo representante da COPASA. Também, foram realizados encontros, separadamente, com o setor produtivo e com representantes de entidades do movimento social que atuam com causas relacionadas às funções públicas de interesse comum. Essas reuniões foram realizadas com os objetivos de divulgar o processo de elaboração do PDDI; colher informações para compor as macrodiretrizes; e identificar atores que poderão contribuir no processo. No caso das reuniões com o setor produtivo e movimentos sociais, o intuito era escolher, entre os pares, os representantes da sociedade civil que acompanharão o processo de elaboração do PDDI. Atendendo aos requisitos do termo de referência e ao que estabelece o Estatuto da Cidade, a elaboração deste documento contou com ampla participação da sociedade. Além das reuniões, a equipe responsável por sua elaboração pautou-se pelas resoluções das etapas municipais da 5ª Conferência das Cidades. Este documento levou em consideração as discussões do Fórum sobre Mobilidade Urbana, Conferência do Meio Ambiente, Conferência das Cidades, dentre outros realizados recentemente na RMVA. Ao todo, foram realizadas cerca de 20 reuniões, dentre elas, duas audiências públicas, encontros com prefeitos da Região Metropolitana, presidentes das Câmaras, encontros com setores empresariais, movimentos sociais e instituições regionais do Estado que atuam na RMVA. Tudo isso sem considerar as diversas discussões que ocorreram na ARMVA. A equipe 10 técnica responsável pela elaboração das macrodiretrizes participou também de diversos eventos públicos da sociedade do Vale do Aço que discutiram temas metropolitanos. O processo envolveu, no total, cerca de 350 pessoas e 340 entidades, além de representantes de todas as prefeituras e câmaras municipais. 11 6 Pontos relevantes abordados nas discussões Nas diversas reuniões realizadas, foram identificados elementos comuns de preocupação. Em relação ao Desenvolvimento Econômico, vários atores que operam na região apontaram a necessidade de desenvolvimento de novas possibilidades de diversidade econômica para que seja reduzida a dependência de um único setor produtivo. Também, foi mencionado o uso constante de áreas rurais para a plantação de eucalipto sem gerar, de forma significativa, receita para o município. A necessidade de diversificar a economia com estímulos a setores com maior valor agregado foi apontada em diversas discussões acerca do PDDI. A questão da logística apareceu como grande fragilidade do setor, em especial, as rodovias que cortam a região. Além disso, ressaltou-se a necessidade de integrar a região com outras formas de transporte, destacando-se as ferrovias e o aeroporto. Outro ponto de destaque é o potencial turístico ainda pouco explorado na região. Em relação ao Eixo Social, a questão mais lembrada refere-se à saúde de maneira geral e, especialmente, à necessidade de atendimento de casos com maior complexidade, apontando para a carência de um hospital regional/metropolitano. Fica evidente, dessa forma, também a dispersão das políticas públicas no setor com evidência da não existência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência regional (Samu). Apontou-se, ainda, a necessidade das políticas públicas de saúde atenderem a demandas oriundas de doenças agudas, crônicas e as de causas externas, além de um modelo que defina, com clareza, as competências, a porta de entrada no sistema e o foco na atenção à saúde da família. Atentou-se, ainda, para a necessidade de se pensarem indicadores para a gestão do PDDI. No quesito Segurança, alguns pontos polêmicos surgiram, principalmente em relação ao foco das políticas públicas. Por um lado, em diversos momentos, manifestou-se a defesa da efetividade do desenvolvimento de políticas preventivas. De outro, sempre surge a defesa pela opção da repressão. Aparentemente, o conflito entre o planejamento em longo prazo e as pressões do dia a dia justificam os diferentes pontos de vista. A percepção do aumento da violência e a falta de local especializado para receber menores infratores também são temas que surgiram em conversas com os gestores públicos. Quanto à Educação, foram apontadas diversas demandas, dentre elas, uma política para adolescentes que estão “fora de faixa” (com idade inferior/superior à média geral dos alunos) 12 e que ficam sem opção de estudo. Outro ponto de destaque foi a fragilidade de vagas para o Ensino Profissionalizante e Médio, as quais não atendem à população mais carente. Apontouse, ainda, a importância de uma universidade pública para o desenvolvimento regional. Em Habitação, destacou-se a importância de se trabalhar a regularização fundiária como política habitacional, além da necessidade de se pensar no convívio social das famílias no desenvolvimento de planos habitacionais bem como a relevância de se planejar, de forma regional, a relação moradia-trabalho, evitando-se, desse modo, o estímulo a movimentos migratórios. Em relação à Mobilidade, o principal problema apontado diz respeito à precária ligação viária entre os municípios. Embora existam desigualdades de acessibilidade entre as cidades, nenhum se encontra em situação confortável. Outro ponto considerado foi a necessidade de se pensarem novas tecnologias para o transporte e planejar contornos rodoviários da região. Ainda sobre Mobilidade, existe um consenso sobre os problemas advindos da precária situação em que se encontra o Vale do Aço nas conexões com outros centros, especialmente em relação à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Destaca-se, assim, a necessidade de se pensarem as vias de ligação entre os municípios do Vale do Aço. Outro fator apontado por diversos segmentos trata-se dos traçados das rodovias que cruzam a região e os projetos de asfaltamento e/ou duplicação. Um dos desafios desse eixo é encontrar uma solução equilibrada para o problema do aumento do fluxo de carros em Ipatinga e um agravamento do isolamento viário em que se encontra Timóteo. Outros assuntos levantados referem-se ao aeroporto, que está subutilizado, e ao limitado transporte sobre trilhos, ambos considerados “gargalos” para o desenvolvimento regional. Ações, por parte do poder público, que reduzam as fragilidades de tais setores foram apontadas como relevantes para melhorar a integração da RMVA com as demais regiões brasileiras e com outros países. No caso do transporte coletivo, existe um clamor pelo aparecimento de um mecanismo que permita trabalhar de forma integrada, tanto na gestão desse setor quanto na política de tarifas. Em relação ao Ordenamento Territorial, dentre as diversas questões levantadas, destaca-se a necessidade de estudo para localização de grandes equipamentos urbanos com enfoque na diminuição das desigualdades sociais e econômicas entre os municípios. A urgente 13 necessidade de se atuar na regularização fundiária também foi ponto levantado, juntamente com aspectos relativos à anuência prévia nas ações de parcelamento do solo. Sobre o Meio Ambiente, Saneamento e Resíduos Sólidos, é um consenso a necessidade de se integrarem as políticas no sentido de se fazer uma gestão compartilhada do tratamento de resíduos. Outra questão apresentada com frequência diz respeito às inúmeras Áreas de Proteção Ambiental (Apa’s) existentes e a proximidade da região, em especial do município de Timóteo, com o Parque Estadual do Rio Doce – PERD, que é um espaço potencialmente favorável para o desenvolvimento do turismo. Destacou-se, também, o impacto de ocupações irregulares nas proximidades dos cursos d’água. Na questão do Arranjo Institucional, a maior preocupação é o respeito ao pacto federativo e a necessidade de criação de estruturas de gestão que respeitem a ordem institucional vigente. O questionamento sobre a real execução das propostas que serão apresentadas pelo PDDI também surgiu durante as discussões. Existe um sério clamor de que as propostas elencadas no PDDI se tornem, realmente, políticas de governo e se concretizem. Além disso, por diversas vezes, destacou-se a necessidade de se levarem em consideração as políticas e os programas atualmente em execução ou previstos para implementação na RMVA. Propõe-se, pois, procurar conciliar os novos projetos com os que já se encontram em andamento. Outro tema apontado em diversas reuniões foi a necessidade de compatibilização e integração entre o PDDI e os planos diretores municipais. 14 7 Macrodiretrizes Transversais Além do exposto, consideraram-se também as legislações federal e estadual relacionadas ao tema de organização das cidades e regiões metropolitanas. Em especial, tomou-se como base o Estatuto da Cidade e as Leis Complementares do Estado de Minas Gerais. As macrodiretrizes são os elementos balizadores que definirão diretivas para o processo de elaboração do PDDIRMVA. A principal meta do PDDI é favorecer o desenvolvimento social e econômico dos municípios que integram a Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), de maneira igualitária e sustentável. Nesse sentido, as funções públicas de interesse comum que integram os eixos de mobilidade e de ordenamento territorial devem ser planejadas para oferecer suporte a esse desenvolvimento. As funções que integram o meio ambiente devem garantir as condições de sustentabilidade, tanto social quanto econômica. O desenvolvimento econômico e social deve ocorrer de forma concomitante, apoiando-se reciprocamente. O processo de elaboração do PDDI (RMVA) será pautado por princípios e diretrizes gerais que serão norteadores de todas as ações e propostas, incluindo todos os eixos temáticos. Além das diretrizes gerais, existem diretrizes específicas por eixos que orientam as ações e as propostas. Em conformidade com o Estatuto da Cidade, Lei 10.257, de 10 de julho de 2001, e da Lei Complementar 88, de 12 de janeiro de 2006, são princípios gerais que devem fundamentar todas as ações e propostas do PDDI: I – Promover o desenvolvimento econômico e social que proporcione a redução das desigualdades sociais e territoriais; II – Construir uma região metropolitana sustentável no sentido socioeconômico e ambiental; III – Construir cidadania e identidade metropolitana; IV – Promover a equidade no uso do espaço público; V – Participar do planejamento e controlar socialmente as atividades de gestão; 15 VI – Subsidiar os municípios em relação ao Estado quanto às funções públicas de interesse comum; VII – Promover a cultura metropolitana; VIII – Respeitar as políticas públicas implantadas. Todas as ações do PDDI, em seus eixos temáticos, devem estar em consonância com as seguintes macrodiretrizes de caráter transversal: I – Reorganizar territorialmente uma rede metropolitana de mobilidade urbana, com definições metropolitanas para a estrutura produtiva, centralidades locais, habitação, vocações culturais e turísticas; II – Considerar o parcelamento e o uso do solo integrado como instrumento de mobilidade urbana, desenvolvimento socioeconômico e ambiental, articulando habitação com redes de serviços (saneamento, drenagem, energia, telecomunicações, entre outras ações); III – Utilizar uma rede metropolitana de centralidades, articulada conforme limiares, pontos nodais, eixos, polarizações e centros médios ponderados de densidades urbanas (população, equipamentos, infraestrutura presente ou planejada); IV – Considerar as diretrizes de mobilidade urbana metropolitana (sobretudo qualidade, hierarquia das vias, distâncias e tempos de deslocamento) nas definições de saneamento básico (água, esgotos e resíduos), de energia e telecomunicações. Também, considerar a mobilidade urbana na definição de localizações preferenciais de equipamentos urbanos e grandes empreendimentos (hospitais, universidades, parques, shoppings, distritos industriais, entre outros espaços); V – Considerar também a acessibilidade devido ao caráter inter-regional de equipamentos urbanos e públicos do Vale do Aço, como Parque Ipanema, Parque Estadual do Rio Doce, Estádio Lamegão, aeroporto regional, polos e distritos industriais, grandes indústrias, entre outros; 16 VI – Definir uma região metropolitana expandida, incluindo municípios que guardem relações de caráter metropolitano com os quatro municípios da RMVA; VII – Definir sub-regiões justificadas pelas diferentes polarizações inter-regionais (regiões próximas), pela evolução histórica da região e pelas diferentes vocações regionais; VIII – Considerar horizontes de 20, 35 e 50 anos para previsão de grandes projetos, obras e equipamentos de caráter regional, definindo instrumentos de compatibilização para implantação das propostas do PDDI, por meio de parcerias público-privadas e da utilização do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, entre outras possibilidades, a fim de garantir o levantamento dos meios e recursos necessários; IX – Definir indicadores compatíveis com as matrizes de monitoramento dos demais órgãos governamentais para acompanhamento do PDDI. 17 8 Macrodiretrizes Relacionadas aos Eixos Temáticos 8.1 Ordenamento Territorial A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) abrange uma estrutura territorial definida pelos limites estabelecidos entre as áreas de expansão urbana e as áreas rurais. Esses limites incorporam as Unidades de Conservação identificadas pelo Zoneamento Econômico Ecológico (ZEE) e o Parque Estadual do Rio Doce (PERD), com sua rica bacia hidrográfica. Além disso, os rios Piracicaba e Doce exercem forte estruturação do território, assim como o relevo acidentado composto pela Serra dos Cocais e os maciços existentes no município de Timóteo, que definem barreiras físicas significativas e interferem nas condições de ocupação do território. A RMVA foi constituída a partir de um processo de urbanização, relativamente rápido e recente, iniciado com a construção da estrada de ferro Vitória a Minas e acelerado, principalmente, a partir da implantação dos complexos industriais da Acesita (atual Aperam) e Usiminas, ocorrido entre as décadas de 1940 e 1960. Dessa forma, as condições gerais de ocupação do território decorrentes do processo industrial acabaram por produzir, em parte, os desequilíbrios e desigualdades identificados hoje na região. O aglomerado urbano, que veio a se constituir em região metropolitana, se formou a partir da conurbação entre os núcleos urbanos principais que, por consequência, definiu o caráter polinucleado da região. Devido a isso, as condições socioeconômicas, administrativas e territoriais da região se apresentam de forma bastante desequilibradas, em razão da diversidade dos municípios que a compõem. Some-se a isso o fato de que, devido à pouca disponibilidade de áreas de expansão urbana, contidas pela presença significativa das áreas de preservação e das áreas de exploração econômica das empresas âncoras, há uma forte pressão imobiliária sobre Santana do Paraíso, município conurbado com Ipatinga. Essa mesma pressão imobiliária é percebida nos municípios do Colar Metropolitano, em especial naqueles considerados da Região Metropolitana Expandida, o que sinaliza como mais uma preocupação a ser analisada pelo PDDI. Sendo assim, torna-se fundamental que o ordenamento territorial da Região Metropolitana do Vale do Aço exerça o papel de instrumento de organização, controle e regulação do uso e 18 ocupação do solo urbano e rural, assim como permita a condição para que a região se desenvolva de forma equilibrada dentro do período temporal previsto para o PDDI. Para isso, é necessário que haja uma clara identidade metropolitana entre os municípios que a compõem, de forma que as ações propostas pelo PDDI apresentem pontos de convergência para o ordenamento regional. Essa identidade comum deverá favorecer as condições para que as propostas apresentadas pelo ordenamento territorial para a localização de equipamentos metropolitanos, assim como para a qualificação do tecido urbano sejam implementadas de forma a melhor favorecer sua utilização pelas diversas faixas sociais e econômicas da população, democratizando o uso do solo e o acesso aos bens e serviços regionais. São macrodiretrizes para o eixo Ordenamento Territorial: I – Integrar as funções públicas de interesse comum estabelecidas nos planos diretores municipais; II – Articular com os demais eixos temáticos de forma a garantir a integração entre as diversas demandas metropolitanas para uso e ocupação do solo urbano; III – Considerar a característica de região metropolitana polinucleada para a melhor (re)distribuição dos equipamentos metropolitanos, garantindo a redução dos desequilíbrios e desigualdades regionais; IV – Tratar as Centralidades a partir do tripé moradia-transporte-trabalho e garantir, integração dessas instâncias, por meio de uma rede metropolitana de mobilidade urbana; V – Contemplar as funções públicas de interesse comum nas questões relativas ao ordenamento territorial da RMVA, incluídos os municípios inseridos na RMVA Expandida; VI – Promover a integração regional, por meio do melhor aproveitamento da infraestrutura urbana disponível e proposta (viária), de bens e serviços, ampliando seu alcance pelo ordenamento territorial sustentável; 19 VII – Estimular a diversidade urbana a partir de estratégias de uso e ocupação do solo pelas diversas faixas de renda que permitam a redução dos custos de deslocamento e investimentos em infraestrutura; VIII – Identificar, classificar e eleger os vazios urbanos passíveis de adensamentos, por meio de instrumentos de indução ao desenvolvimento sustentável, de modo que facilite o uso de bens e serviços e se produzam cidades compactas e otimizadas; IX – Apresentar estratégias, articuladas com o eixo de Desenvolvimento Social, para a redução da subnormalidade, o equacionamento do déficit habitacional regional e a regularização fundiária, identificados nos planos locais e em outras demandas apontadas no diagnóstico; X – Definir diretrizes para o uso e ocupação das áreas rurais, periurbanas e dos municípios inseridos na RMVA Expandida, à luz do Art. 42-B do Estatuto das Cidades; XI – Estabelecer parâmetros de interesse regional para a elaboração e/ou revisão das leis municipais de uso, ocupação e parcelamento do solo, com vistas ao interesse metropolitano; XII – Potencializar o uso das áreas rurais para a produção agrícola e o desenvolvimento do turismo regional, por meio de diretrizes que contemplem a sustentabilidade ambiental e econômica; XIII – Reforçar os instrumentos de controle, manejo e gestão das Unidades de Conservação; XIV – Propor instrumentos de planejamento e gestão integrados capazes de intervir e reorientar os processos de uso e ocupação em todos os municípios; XV – Integrar as propostas dos demais eixos na estruturação de uma política de gestão compartilhada para as funções públicas de interesse comum. 20 XVI – Subsidiar o eixo de Arranjo Institucional com as propostas de gestão compartilhada do uso de ocupação do solo metropolitano, conforme os parâmetros estabelecidos pelo Estatuto da Cidade. 8.2 Mobilidade (Sistema viário, transporte, trânsito e tráfego) Mobilidade é um conjunto complexo de aspectos distintos, bem além da simples movimentação de pessoas e bens. A abordagem deve ser sistemática, com os seguintes subsistemas e subtemas a serem considerados no Vale do Aço: sistema de transportes rodoviário, cicloviário, pedestre (inclusive calçadas), ferroviário, metroviário, aquaviário (inclusive canoas), portuário e aeroportuário. Deverão ser verificadas questões a respeito de estacionamentos, terminais, estações, conexões, bem como sinalização, gestão e fiscalização de trânsito e transportes, além de integração intermodal, plataformas logísticas e racionalização, conexões inter-regionais, regionais, entre outros. Ainda devem ser consideradas as excepcionalidades e necessidades especiais. O trabalho deverá se subdividir em trânsito e transportes de passageiros e cargas (motorizado e não motorizado), coletivo e individual (público e privado), infraestrutura e conexões da RMVA (Colar Metropolitano e regiões próximas), tarifas, programação de tráfego e concessões/permissões/autorizações. Além da complexa sistematização da mobilidade urbana, devem-se ressaltar as dificuldades de análise e planejamento no setor de trânsito e transportes na RMVA. Tipicamente, a demanda viária desdobra-se ao longo do deslocamento (trechos a pé, ônibus, trem, estacionamento, etc.), enquanto as atividades sociais geram demandas localizadas (habitação, educação, comércio, entre outras necessidades.) e as rotas (demanda por vias) são fruto de objetivos individuais (liberdade de escolha dos usuários com meios próprios), sobretudo onde a densidade de vias é maior (mais uma opção para os usuários). Assim, a demanda de uma via não tem relação direta com o projeto e o uso da via propriamente (o usuário utiliza uma via porque uma rota favorável passa por ela). No Vale do Aço, devido à situação de limiares (PERD, EFVM, rios, serras, por exemplo.) e à fragmentação administrativa, há óbvias dificuldades e gargalos sem alternativas viárias. Quanto ao crescente número de veículos (uma situação brasileira), deve-se lembrar que o automóvel particular desfruta de subsídios diretos, como o Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI), enquanto outros meios de transporte coletivo (ônibus, metrô, trens), até 21 as recentes manifestações públicas, não estavam na lista de prioridade de investimentos públicos, tampouco contavam com subsídios diretos (passagens, por exemplo) ou indiretos (impostos). Sabe-se dos impactos na produtividade relativos aos precários sistemas de trânsito e transportes, e que o pior crescimento do Brasil reflete o atual colapso infraestrutural devido à estagnação dos investimentos em infraestrutura. Também, se sabe que, no mundo todo, uma maior densidade de infraestrutura de qualidade equivale a maiores rendas. Em Minas Gerais, devido à dimensão de sua malha, o setor de transportes é, reconhecidamente, um entrave ao desenvolvimento. Quanto ao transporte ferroviário na região, apesar das demandas levantadas, inicialmente constatou-se a dificuldade de se exigir mais da Estrada de Ferro Vitória a Minas EFVM, já que se trata de uma das mais produtivas ferrovias do Brasil, uma das poucas que cumpre a concessão. Além de responder por 37% de toda a carga ferroviária nacional, a EFVM é uma das únicas ferrovias brasileiras que mantém transporte contínuo de passageiros em longas distâncias por várias cidades (2.800 usuários diários). Mudanças devem ser cobradas nas concessões, tentando obter diferenciais nas concessões da região. Assim como se deve colocar a EF354 (ferrovia transcontinental), cujos projetos do braço leste devem ser contratados neste ano, prevendo passagem por Ipatinga. De forma integrada, a RMVA deveria pressionar o Governo Federal pela definição do projeto da Ferrovia Transcontinental EF354, ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, passando efetivamente por Ipatinga, Santana do Paraíso ou Belo Oriente, em novos trechos de ferrovias, até Bom Jesus do Galho. Sobre o aeroporto regional (Santana do Paraíso), de propriedade privada, sem investimentos do Governo do Estado, percebe-se que ele vem perdendo importância relativa. A situação deveria ser definida com a encampação pelo governo do Estado, até para que se evite a venda do aeroporto para outra empresa privada. Quanto ao transporte complementar cicloviário, ressalta-se a necessidade de interpretar a bicicleta como meio de transporte, diferentemente do uso da bicicleta como atividade de esporte urbano, com planos que evitem o compartilhamento, a não ser em vias de até 40km/h. Considerando a rede cicloviária fragmentada existente, cabe integrar não só fisicamente as partes de ciclovias existentes, mas, sobretudo, integrar sua gestão de forma metropolitana. 22 Cabe lembrar as dificuldades institucionais e governamentais de todas as regiões metropolitanas brasileiras (problemas de fragmentação e de hierarquia), sobrepostas ao fato da RMVA ser uma região metropolitana sem uma metrópole, apresentando-se como uma região polinucleada sem coesão, incompleta, plena de disparidades e vulnerabilidades, além de significativos limiares (o Parque Estadual do Rio Doce a leste e sudeste; a Serra de Cocais a noroeste, os rios Doce e Piracicaba e a ferrovia EFVM atravessando-a de sudoeste a nordeste, etc.), o que certamente impacta sobremaneira a questão de transportes nessa região. São macrodiretrizes para o eixo de Mobilidade: I – Definir uma rede infraestrutural de mobilidade urbana sobre um levantamento da rede viária existente na região metropolitana, composta por eixos de ligação na RMVA, hierarquizada em vias arteriais e coletoras; II – Definir diretrizes para um sistema metropolitano integrado de mobilidade urbana intermodal, com prioridade para o transporte coletivo e público de passageiros; III – Priorizar diretrizes metropolitanas de segurança, sinalização e educação para o sistema viário metropolitano, com medidas em comum de controle de trânsito e tráfego, bem como de infraestrutura para os municípios da RMVA e para a ligação com polos regionais próximos; IV – Considerar sistemas alternativos de transporte, priorizando sistemas limpos e sustentáveis, e a avaliação da implantação de novas tecnologias de transporte público no Vale do Aço em longo prazo; V – Estimular os sistemas de transporte não motorizados e a redução do estímulo do uso individual do transporte particular; VI – Articular o transporte de cargas com o planejamento intermodal; VII – Hierarquizar, por eixos, de forma balanceada, o sistema metropolitano de transportes, inclusive para as ligações externas à RMVA; 23 VIII – Elaborar uma proposta de arranjo institucional que integre as políticas de mobilidade urbana na região. 8.3 Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento Antes da apresentação das macrodiretrizes específicas desse eixo deve-se, primeiramente, contextualizar regionalmente os temas aqui elencados: resíduos sólidos, abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem urbana, patrimônio ambiental e cultural da região. No que tange aos resíduos sólidos, destaca-se, primeiramente, que todos os municípios brasileiros têm o desafio de atender às novas responsabilidades estabelecidas pela Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS. Embora os quatro municípios integrantes da RMVA tenham resolvido a questão da disposição final de seus resíduos sólidos domiciliares, os sistemas de limpeza urbana apresentam-se onerosos e deficientes, principalmente no que se refere ao planejamento de ações integradas para a minimização e valorização dos resíduos. Nesse contexto, deve-se buscar a integração da gestão de resíduo, s por meio de soluções compartilhadas entre os municípios, que possibilitem ganhos de escala e minimização dos impactos ambientais. Vale salientar, ainda, que a PNRS tem também como objetivo relevante a destinação adequada dos resíduos, o que inclui a não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição final, ambientalmente adequada dos rejeitos. A RMVA apresenta poucas iniciativas nesse sentido e, para atendimento às diretrizes da PNRS, deve buscar ações que viabilizem a implantação de programas de coleta seletiva e educação ambiental, sempre associados à inclusão social e à emancipação econômica dos catadores de materiais recicláveis, além de ações que incentivem a implantação de unidades recicladoras na região. Quanto aos serviços de abastecimento de água e esgoto, é importante registrar que o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) tem como meta principal a ampliação do atendimento dos serviços de saneamento nas diversas regiões do país, contemplando não só as áreas urbanas, como as comunidades rurais. Nos quatro municípios da RMVA, os índices de atendimento à população pelos serviços públicos de abastecimento de água e coleta de esgotos são considerados modestos frente ao desenvolvimento regional. Sendo assim, deve-se 24 buscar o total atendimento da população pelas redes de distribuição de água potável e coleta de esgotos. A ampliação do percentual da população beneficiada pelo tratamento de esgotos também se apresenta como meta de destaque do Plano Nacional de Saneamento Básico - Plansab. Na RMVA, somente a população da cidade de Ipatinga é beneficiada por esse serviço, tendo-se, até o momento, apenas estudos e projetos para o tratamento dos esgotos das demais cidades da região. Tais estudos encontram-se envoltos por diversas polêmicas inerentes à localização das futuras Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) e da tecnologia a ser adotada. Dessa forma, o plano em destaque deve atuar dentro desse cenário, buscando contribuir para dar a melhor solução tecnológica e locacional para as ETEs e, sobretudo, para ampliar o tratamento de esgotos na região. Ainda citando o Plansab, registra-se destaque também para a redução da perda de água nos sistemas de abastecimento. Na região de interesse, as perdas exibem um valor médio da ordem de 45%, o que é extremamente elevado frente aos valores recomendados pelos órgãos de fomento de obras de saneamento. A redução das perdas de água na região proporcionará não só o uso racional dos mananciais explorados, como também possibilitará a expansão do atendimento à população sem o incremento na vazão de água captada nos corpos d’água. Tendo em vista esse cenário, impõe-se a adoção de programas que busquem a redução das perdas físicas nos sistemas de abastecimento de água da região. No que se refere ao patrimônio ambiental regional, existe um cenário que integra unidades de grande relevância, como o Parque Estadual do Rio Doce (Perd), com uma forte pressão de expansão da malha urbana. Ainda observam-se unidades, tais como Centros de Educação Ambiental, cinturões verdes e medidas mitigadoras, todas resultantes da ação das grandes indústrias em atividade. Entretanto, essas unidades encontram-se à revelia do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), consequentemente, sem garantia de preservação em longo prazo, tendo em vista as pressões imobiliárias existentes na região. Deve-se, ainda, relatar que a RMVA possui remanescentes da Mata Atlântica, contudo, bastante fragmentados pelo território correspondente. Em função de todo esse contexto, impõe-se que o Plano Diretor venha atuar em prol da preservação e da valorização das reservas particulares e unidades de conservação, bem como pela manutenção e/ou criação de corredores ecológicos que integrem áreas de relevância ambiental que se encontrem em estado de fragmentação. Ainda no que tange ao patrimônio ambiental, destaca-se que o PDDI 25 deverá atuar em prol da equalização entre a demanda pelo crescimento econômico da RMVA e a vocação ambiental da região. A respeito da drenagem pluvial, é fato que a RMVA carece de soluções de concepção ampla que contemplem a abrangência das bacias hidrográficas correspondentes, assim como preconizado pela Lei das Águas, nº 9433, de 2007. Deve-se buscar a adoção de soluções definitivas para a macrodrenagem regional, cessando a prática histórica de ações municipais compartimentadas que acabam por transferir o problema de cheias para pontos à jusante. Além disso, o plano em construção deve promover a integração dos sistemas de controle de cheias já implantados, uma vez que é evidente uma pouca integração desses sistemas com órgãos e instituições competentes. Seguem-se, abaixo, as macrodiretrizes para o eixo Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Saneamento: I – Buscar a integração da gestão dos resíduos sólidos urbanos; II – Estimular a destinação final adequada de resíduos nos termos da Política Nacional de Resíduos Sólidos; III – Buscar a universalização dos serviços de abastecimento de água e coleta de esgoto em consonância com o Plano Nacional de Saneamento Básico; IV – Ampliar o percentual da população beneficiada pelo tratamento de esgotos com o incremento do nível de tratamento praticado na região; V – Estimular a redução das perdas físicas nos sistemas de abastecimento de água; VI – Caracterizar e valorizar o patrimônio cultural da região, que se apresente associado às unidades de conservação; VII – Buscar a preservação da biodiversidade, considerando as áreas preservadas, mas sem enquadramento legal e unidades de conservação existentes na região; 26 VIII – Fundamentar a concepção da macrodrenagem pluvial regional em conformidade com o conceito de gestão de bacias hidrográficas; IX – Ampliar a adoção de técnicas compensatórias para controle e prevenção de cheias em conjunto ao ordenamento territorial; X – Ampliar a integração dos sistemas de alerta de cheias aos órgãos e instituições competentes; XI – Buscar a consolidação do conceito de sistema separador absoluto para a coleta de esgotos e drenagem pluvial; XII – Buscar a recuperação e proteção dos recursos hídricos com enfoque na gestão adequada das bacias hidrográficas correspondentes; XIII – Subsidiar a definição de critérios de indução/contração da ocupação urbana em função da capacidade da infraestrutura instalada. 8.4 Desenvolvimento Social A Constituição de 1988 estabelece o acesso aos direitos sociais como direitos de cidadania. A elaboração do PDDI (RMVA) deverá ser conduzida de forma participativa, considerando o aumento do nível de desenvolvimento social, econômico e de realização humana. O processo deverá compatibilizar a redução das desigualdades sociais com o desenvolvimento sustentável, a equidade social e a sustentabilidade ambiental. A redução das desigualdades intramunicipais deverá ser priorizada, de modo a garantir que os indicadores de desenvolvimento humano se equalizem nos municípios que compõem a RMVA e o colar metropolitano. De acordo com os dados da Fundação João Pinheiro, em 2000, o Indicador de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), para a RMVA, estava em 0,803, acima do IDH de Minas Gerais e do Brasil. Entretanto, dentro da região há uma hierarquia em relação ao nível de desenvolvimento social e humano entre os munícipios, com Timóteo no topo dessa hierarquia, apresentando os indicadores de desenvolvimento humano mais altos da região, seguido por Ipatinga, Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso. Os indicadores de Santana do Paraíso ficaram abaixo da média de Minas Gerais e do Brasil, dado indicativo da existência de 27 forte desigualdade regional. A redução dessas desigualdades intramunicipais na região é o princípio maior que norteia a elaboração das macrodiretrizes ligadas aos eixos de saúde e desenvolvimento social, de modo a contemplar o princípio da primeira macrodiretriz apresentada no Plano Diretor de promover um desenvolvimento econômico e social que proporcione a redução das desigualdades sociais e territoriais. O desenvolvimento social deve ser pensado como indissociável do desenvolvimento econômico e prioritário, como forma de superar as profundas desigualdades sociais que têm caracterizado historicamente a sociedade brasileira e cujas raízes estruturais colaboram para sua manutenção e difícil superação. A centralidade do investimento público no acesso à educação e saúde de qualidade como forma de superar as injustiças sociais crônicas que marcam a história do nosso país, que permanece como sendo um dos mais desiguais do mundo, deve ser reconhecida com uma das principais macrodiretrizes para o PDDI – RMVA. A garantia ao acesso à Saúde e à Educação de qualidade e aos direitos sociais, tais como habitação, trabalho, segurança, cultura, lazer e a assistência social como macrodiretrizes do Plano Diretor, portanto, além de reconhecer os direitos de cidadania assegurados à população pela Constituição Brasileira, entende-se que a universalização desses direitos é pré-requisito fundamental para a obtenção de um desenvolvimento econômico regional forte e sustentável. 8.4.1 Saúde A área da saúde é hoje, sem dúvida alguma, uma das que mais demandam a atenção dos governos, em todos os níveis da administração. Dada a sua extrema relevância social, a área da saúde deverá receber atenção especial e diferenciada dos outros temas que compõem o eixo do Desenvolvimento Social. Atualmente existem pelo menos três problemas graves que precisam ser sanados na área da saúde. O primeiro é a falta de médicos no interior e nas periferias das grandes cidades. O segundo é a falta de infraestrutura nesses mesmos locais. O terceiro é o subfinanciamento da saúde, agravado com a falta de transparência e de controle no gasto com a saúde. Dados do IPEA de 2011 indicam que 58,1% da população apontaram a falta de médicos como o principal problema do SUS. O Brasil possui apenas 1,8 médicos por mil habitantes. Esse índice é menor do que a Venezuela (1,9), México e Canadá (2), Argentina (3,2), Uruguai (3,7) Portugal e Espanha (4), Cuba (6,7). Para agravar esse quadro, há uma distribuição desigual de médicos no país fazendo com que 22 estados fiquem abaixo da média nacional. 28 Agravando ainda mais esse quadro, dados recentes indicam que entre 2005 e 2012, ocorreu uma redução de 15% na taxa de leitos hospitalares (públicos e privados) por mil habitantes, só o SUS perdeu mais de 41 mil leitos. Há 2,3 leitos hospitalares por mil habitantes no Brasil. A Organização Mundial de Saúde recomenda de 3 a 5. Na área psiquiátrica, a situação é muito pior. Há apenas 0,15 leito psiquiátrico por mil habitantes no país. Nos países desenvolvidos a média é de um leito psiquiátrico por 1.000. Além de menos leitos do que o necessário, esses estão concentrados nas regiões Sul e Sudeste, assim como os médicos. Pode-se, portanto, considerar que a saúde pública apresenta problemas graves que desafiam os governantes em todos os níveis administrativos, e, com a tendência demográfica ao envelhecimento da população, o desafio de se obter uma rede de saúde pública ampla e de qualidade deve se agravar nas próximas décadas. Um plano diretor para a área da saúde deve então oferecer uma perspectiva de longo prazo em suas propostas de ações, centradas na ampliação da cobertura dos serviços de saúde em todos os níveis, na qualidade do atendimento e na participação e no controle social. As macrodiretrizes desse eixo têm como princípio básico o direito à saúde como um direito de cidadania, afirmado no artigo 196 da Constituição Federal (1988): “a saúde é direito de todos e dever do Estado”. A elaboração das macrodiretrizes nessa área deverão seguir os princípios fundadores do Sistema Único de Saúde (SUS), que regulamentam o sistema público de saúde no país: a universalidade, equidade e integralidade da atenção à saúde da população. Atenção especial deve ser destinada às questões locais e às especialidades da RMVA, demandas da população e características dos padrões de mortalidade e morbidade locais, assim como o aprimoramento da qualidade dos equipamentos e a expansão da cobertura dos sistemas de saúde conforme o crescimento e a distribuição espacial da população na região. Grande ênfase deve ser dada ao estabelecimento de consórcios intermunicipais e metropolitanos que possibilitem o investimento em equipamentos de saúde que atendam às demandas da população por atendimento de saúde nos níveis secundário e terciário de refereciamento. As propostas para a área da saúde deverão seguir os princípios norteadores da estruturação do SUS: a descentralização, a regionalização, a integração a hierarquização e o controle social. Macrodiretrizes para a área da saúde: I – Estimular a extensão da cobertura dos serviços, garantindo atenção em todos os níveis de atendimento à saúde, primário, secundário e terciário; 29 II – Dentre às ações de saúde, fomentar sempre a atenção à urgência e emergência, à saúde materno-infantil, à do idoso e de grupos vulneráveis, à saúde mental e às doenças crônicas; III – Estimular a expansão da cobertura dos serviços, priorizando os consórcios e ações metropolitanas, principalmente em referência ao nível terciário do atendimento à saúde, compreendendo atendimentos de alta complexidade e hospitalar. IV – Fomentar ações que favorecem a integração da gestão do sistema, simultânea à transferência dos recursos financeiros, humanos e materiais para o controle das instâncias governamentais correspondentes; V – Estimular instâncias de controle social na gestão do sistema público de saúde. 8.4.2 Segurança Nos últimos anos o Brasil tem vivido uma situação paradoxal. Os indicadores sociais e econômicos melhoraram, o desemprego caiu, mas o país é um dos mais violentos do mundo. A violência que vinha crescendo desde a década de 1980, inicialmente nas regiões e capitais metropolitanas do sudeste, hoje ganhou um novo perfil. Nas duas últimas décadas a violência, captada pelo indicador dos homicídios, caiu nas capitais do sudeste e cresceu nas capitais do norte e nordeste, mas também nas do sul e centro oeste. Houve ainda outro processo que foi o espraiamento da violência para o interior, mas não para todo e qualquer interior, mas principalmente para aqueles mais urbanizados e com algum dinamismo econômico, como é o caso da RMVA. O quadro descrito até aqui é o do crime violento contra a pessoa, mais especificamente do homicídio, que mais preocupa a sociedade uma vez que tira a vida das pessoas, principalmente da população jovem. É também o tipo mais estudado em função da melhor qualidade do dado. Mas a violência atinge também vários outros segmentos da população, seja diretamente, como nos crimes contra o patrimônio, seja indiretamente, pela insegurança que cria em todos. Essa insegurança é responsável pelo retraimento da vida coletiva nas cidades e por diversos custos indiretos tais como os seguros de carros, de casas, comerciais e industriais, pelo uso disseminado de segurança privada, dos transportes privados, entre vários outros mecanismos de proteção privados. Por essas razões a segurança tornou-se 30 hoje uma prioridade nas políticas públicas e merece tratamento diferenciado dentro do eixo do Desenvolvimento Social. Nos últimos anos, houve um crescente envolvimento dos municípios na questão da segurança, principalmente no que se refere à prevenção da criminalidade. Por outro lado, sabe-se que a criminalidade não respeita os limites territoriais e, nas regiões metropolitanas, é comum ocorrerem conflitos nas áreas de fronteira, provocando inclusive disputas municipais. Por essas razões, é importante tanto o envolvimento dos municípios quanto a cooperação em âmbito metropolitano. O combate à criminalidade não deve ser feito priorizando políticas repressivas, sendo fundamental o respeito aos direitos humanos e às liberdades individuais. Ações cujo foco seja exclusivamente repressivo e faça uso de medidas violentas acabam por gerar respostas violentas. Os jovens, principalmente os de baixa renda e moradores das periferias, são hoje as principais vítimas e também os autores da criminalidade violenta, daí a necessidade de políticas focalizadas e preventivas que os tirem dessa situação de vulnerabilidade social. Macrodiretrizes para a área de segurança: I – Estimular as ações de repressão ao crime organizado, ao tráfico de drogas e de armas e ao aliciamento de jovens para o crime; II – Estimular ações de ocupações dos espaços públicos pelos cidadãos com atividades esportivas e culturais, como forma de envolvê-los no cuidado e na segurança dos espaços públicos; III – Estimular políticas urbanas de proteção dos espaços urbanos tais como: iluminação pública adequada, políticas de uso, ocupação e manutenção de espaços vazios; IV – Incentivar políticas de prevenção, no âmbito municipal em cooperação metropolitana, para a prevenção da criminalidade, geração de informação, diagnósticos e investigação; 31 V – Estimular políticas públicas, visando à redução da vulnerabilidade social e criminal dos jovens, crianças e adolescentes. 8.4.3 Habitação, educação, cultura e lazer A RMVA enfrenta outros problemas comuns à maioria das regiões brasileiras: déficit habitacional, domicílios em setores subnormais (favelas) e loteamentos irregulares. Enfrenta também a distribuição desigual da riqueza, dos problemas sociais e a segregação da habitação da população de menor renda, em algumas áreas e municípios. Dada a natureza metropolitana do problema habitacional e seu forte vínculo com o trabalho e a mobilidade urbana, o enfrentamento deve ter caráter metropolitano. O planejamento deve levar em conta ainda os limites das áreas de preservação. Quanto aos serviços básicos de saneamento, deve-se buscar, além da universalização, a qualidade. Ambos devem contribuir para a qualidade de vida de seus habitantes. A localização da habitação não deve ser pensada isoladamente, criando espaços sem serviços e equipamentos essenciais à vida coletiva. A garantia do acesso à educação de qualidade, em todos os níveis, é o objetivo maior que norteou as macrodiretrizes na área da Educação. Esse objetivo é sustentado pelo princípio constitucional que estabelece a Educação como direito universal e alicerce indispensável para o exercício da cidadania em plenitude, da qual depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos e a inclusão social. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais, o princípio norteador para a avaliação e elaboração das políticas de educação é a qualidade social da educação, definida como a garantia de padrão de qualidade, com pleno acesso, inclusão e permanência dos sujeitos das aprendizagens na escola e seu sucesso, com redução da evasão, da retenção e da distorção de idade/ano/série. No âmbito da Cultura e do Lazer, é necessário haver oferta de espaços públicos que fomentem o convívio social, a formação e a difusão das expressões artísticas e culturais e o exercício da cidadania, tendo como objetivo fortalecer a identidade dos municípios, bem como de toda região metropolitana, por meio da valorização de suas referências simbólicas e da proteção, preservação e recuperação de seu patrimônio cultural, histórico (com ênfase no patrimônio industrial e na memória operária), artístico, ambiental e da paisagem urbana. 32 São macrodiretrizes para essas áreas: I – Estimular o planejamento da habitação integrada aos serviços de transporte, acesso ao trabalho, saneamento e serviços urbanos essenciais; II – Fomentar o acesso à habitação digna para a população de menor renda contemplando as especificidades da RMVA e agindo de forma integrada (metropolitana); III – Incentivar coletivamente a regularização fundiária dos assentamentos subnormais e loteamentos irregulares; IV – Estimular a democratização do acesso à educação, visando à permanência na escola e a conclusão dos estudos, em todos os níveis; V – Incentivar os jovens a dar continuidade aos estudos, à sua formação e à qualificação profissional em consonância com a vocação econômica regional e as demandas da população da RMVA; VI – Buscar o fortalecimento de instâncias que garantam a participação social na gestão e na elaboração de políticas e metas educacionais; VII – Fomentar políticas e programas que contribuam para o desenvolvimento cultural, esportivo e do lazer, priorizando o fortalecimento da cultura e identidade regional; VIII – Estimular a regionalização de projetos e equipamentos qualificados para a cultura, o esporte e lazer em áreas que facilitem o acesso da população da região como um todo e que promovam as relações intermunicipais da RMVA; IX – Buscar a proteção e recuperação do patrimônio cultural e ambiental. 33 8.4.4 Trabalho, assistência social e juventude O desenvolvimento social está ligado ao desenvolvimento econômico da região, considerando que o acesso ao trabalho e ao emprego é uma condição fundamental para a superação da pobreza, redução das desigualdades sociais, garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável. As macrodiretrizes na área do trabalho foram estabelecidas tendo como princípio central a garantia do acesso ao trabalho decente, definido como o trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna. Os princípios e as diretrizes da Política Nacional de Assistência Social (2004) servem de base para a construção das políticas locais de assistência social. Esses princípios norteiam as macrodiretrizes estabelecidas para essa área. Os princípios firmados pela Política Nacional de Assistência Social dão supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; garantem a universalização dos direitos sociais; o respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade; a igualdade de direitos no acesso ao atendimento; e a divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais. Partindo desses princípios, a organização da Assistência Social nos níveis federal, estadual e municipal seguem as seguintes diretrizes: descentralização político-administrativa; controle social; primazia da responsabilidade do Estado na condução da Política de Assistência Social em cada esfera de governo; centralidade na família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos. Pensar a juventude (15 a 29 anos) como um segmento que demanda proposições específicas, mapeando as vulnerabilidades e situações de risco que assolam esse grupo, particularmente, sobretudo a violência e o desemprego. Foco nos subgrupos de especial atenção: jovens em situação de vulnerabilidade com renda familiar per capita até 70 reais; fixação dos jovens no campo (envelhecimento acentuado da população rural); jovens mulheres (atenção à saúde sexual e reprodutiva desse grupo etário); jovens negros (as); jovens e povos tradicionais; jovens com deficiência; e jovens LGBT. São macrodiretrizes para as áreas de trabalho, assistência social e juventude: 34 I – Incentivar ações, visando à geração de empregos e à qualificação profissional, com ênfase na igualdade de oportunidades e de tratamento, buscando a inclusão de grupos vulneráveis socialmente; II – Estimular a busca por investimentos públicos e privados e estímulos fiscais e financeiros a setores estratégicos, com ênfase no desenvolvimento sustentável e nos incentivos para os pequenos e microempresários, a economia solidária, agricultura familiar e cooperativas de trabalho nas zonas urbanas e rurais; III – Fomentar o fortalecimento e a ampliação dos mecanismos e instâncias de diálogo social no nível metropolitano, entre representantes dos vários segmentos da sociedade civil e do setor privado; IV – Estimular ações, visando à redução das desigualdades socioterritoriais pensadas no nível metropolitano, tendo como meta a universalização dos direitos sociais; V – Contribuir para a inclusão e equidade dos usuários e grupos específicos da população, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos, em área urbana e rural, com foco nos cidadãos e grupos que se encontram em situações de risco e vulnerabilidade social; VI – Estimular instâncias de gestão dos programas sociais e garantir a participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações; VII – Priorizar ações voltadas para jovens (15 e 29) anos que favoreçam a inclusão, por meio do trabalho, educação, ações na saúde e medidas anticriminais; VIII – Fomentar atenção especial aos grupos em situação de vulnerabilidade social, como jovens que não estão inseridos na escola e no mercado de trabalho, e as famílias formadas por pais jovens com filhos pequenos; IX – Incentivar a participação dos jovens como sujeitos de direitos na elaboração e implementação de políticas e programas de juventude; 35 X – Fomentar processos que garantam a compatibilização entre as políticas e programas estabelecidos para a área social, visando à integração dos níveis municipal, metropolitano, estadual e federal. 8.5 Desenvolvimento Econômico A elaboração do PDDI – RMVA deverá ser conduzida de forma participativa, considerando a geração de riquezas com adequada e eficiente gestão dos recursos e o aumento do nível de desenvolvimento social, econômico e de realização humana. O processo deverá compatibilizar desenvolvimento econômico, equidade social e sustentabilidade ambiental. A geração de emprego e renda é questão de caráter econômico e social que concorre diretamente para que ocorra o pleno desenvolvimento. No cenário econômico, o crescimento caracteriza-se pela baixa geração relativa de emprego em função da especialização da economia regional e dos níveis de tecnologia e inovação aplicados ao processo produtivo. Gerar trabalho e renda exige o envolvimento da sociedade. A elaboração do PDDI da RMVA deverá considerar as possibilidades e oportunidades de trabalho para as pessoas que moram na região, como forma, inclusive, de diminuir conflitos sociais. A diversificação da economia da RMVA deve pautar o PDDI. Existe a necessidade de atração de outros segmentos produtivos visando à ampliação das fontes de geração de receitas e diminuição da dependência de segmentos econômicos específicos. Uma economia diversificada dilui os riscos decorrentes de oscilações de mercado em um ou outro ramo de atividade, promovendo maior estabilidade e consequente continuidade do processo de desenvolvimento. O Vale do Aço é caracterizado por sua especialização econômica nos setores de aço, inox, metalmecânico e celulose. Historicamente, grandes empresas desses segmentos instalaram-se na região e contribuíram para o desenvolvimento econômico local, regional e nacional. O PDDI deverá considerar que esses segmentos continuam estratégicos para o crescimento regional, inclusive para a atração de novos investimentos que venham a complementar e encadear suas atividades produtivas. 36 Com o objetivo de promover o crescimento econômico e obter ganhos de produtividade e escala e, ainda, evitar a concorrência entre os municípios por recursos e investimentos, o PDDI deve considerar, em sua elaboração, além de outros aspectos, as vocações econômicas municipais, além de estimular a complementaridade de atividades entre os municípios da RMVA e do Colar Metropolitano. A economia brasileira tem experimentado um ciclo de estabilidade que vem favorecendo o desenvolvimento econômico e uma melhor distribuição da renda. Entretanto, as disparidades ainda são grandes. Na RMVA e no Colar Metropolitano, há ainda forte desigualdade econômica devido à concentração, em poucos municípios, das principais atividades geradoras de riqueza. Também, é grande a desigualdade na distribuição e renda, acesso aos serviços básicos e a melhores condições de vida. A diminuição dessas desigualdades será uma das linhas norteadoras do processo de elaboração do PDDI. Uma das principais condicionantes para o êxito do Plano Diretor, em todas as suas etapas, do diagnóstico à implementação, é o caráter de transversalidade dos diversos eixos temáticos que o compõem. Sob a perspectiva do Desenvolvimento Econômico, o entendimento é o de que os programas e ações que venham a ser propostos tenham tratamento integrado com as demais abordagens. Não se concebe que a iniciativa privada implante novos empreendimentos na RMVA, sem que uma série de pré-requisitos seja atendida. A atratividade para novos investimentos e o estímulo à diversificação das atividades econômicas devem estar assentadas em programas e políticas de fortalecimento da RMVA e em condições estruturais satisfatórias. Por muito tempo, a cessão de terrenos, a isenção de tributos e a concessão de incentivos fiscais foram instrumentos para a atração de investimentos. Porém, existem outros fatores que também são determinantes para a decisão de empreender em uma determinada região e, em alguns casos, até mais importantes que esses incentivos. Em uma economia altamente competitiva e global, a proximidade do mercado consumidor ou a facilidade de acesso a ele, acesso ao aeroporto, rápidas ligações terrestres e serviços de telecomunicações, disponibilidade de áreas para instalação ou expansão, mobilidade urbana e transporte público, universidades, tratamento de esgoto, disponibilidade de recursos naturais, logística eficiente para fornecedores e disponibilidade de mão de obra qualificada são condições muito valorizadas pelos empresários, pois podem representar a obtenção de vantagens competitivas. 37 Algumas dessas condições são de fundamental importância e vêm se configurando como entraves ao desenvolvimento econômico da RMVA. A logística tem sido um gargalo que, necessariamente, deve merecer especial atenção, não só pela facilidade de fornecimento rápido e acesso a mercados, mas principalmente como fator diferenciador pela ótica da competitividade. É de se mencionar também que a expansão pela via da implantação de novas plantas industriais requer espaço, recurso escasso na RMVA. A análise detalhada desses ingredientes deve ser orientadora para todas as etapas do trabalho do PDDI. São macrodiretrizes para esse eixo: I – Promover o desenvolvimento sustentável; II – Gerar emprego e renda; III – Diversificar a economia; IV – Fortalecer as atividades econômicas existentes; V – Articular as atividades econômicas dos municípios da RMVA e do Colar Metropolitano e regiões vizinhas; VI – Diminuir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida; VII – Avaliar os distritos industriais existentes, suas possibilidades de expansão e a implantação de novos distritos industriais; VIII – Considerar a acessibilidade a mercados e a fornecedores como fator preponderante para o desenvolvimento econômico da RMVA; IX – Estimular a atratividade e competitividade econômica, considerando a logística como fundamental para o desenvolvimento regional; X – Identificar a vocação econômica dos municípios que compõem a região metropolitana; 38 XI – Promover a redução da informalidade na economia regional; XII – Estimular a implementação de atividades econômicas alternativas, por meio de políticas e estímulos, visando a sua ampliação e integração às vocações existentes, reforçando as cadeias produtivas. 39 8.6 Arranjo Institucional As funções públicas de interesse comum sinalizam demandas por gestão compartilhada de serviços públicos, elucidando a necessidade da superação dos limites municipais para a elaboração e implementação das políticas públicas. Por sua vez, a gestão pública em metrópoles brasileiras tem encontrado dificuldades de governança por estar, quase sempre, marcada por um quadro de fragmentação institucional. No Brasil, de modo geral, os esforços de integração dos governos dos municípios têm se mostrado insuficientes para gerar uma dinâmica cooperativa que dê conta de superar, efetivamente, um padrão fragmentado e segregado de gestão dos problemas urbanos. Em Minas Gerais, percebe-se um avanço na abordagem das questões metropolitanas por parte do governo estadual que, por disposição constitucional e com grande ênfase, engajou-se no assunto metropolitano. Não obstante, percebem-se ainda ações e programas estanques, leis conflitantes, recursos sobrepostos ou não utilizados que demostram quão distante nos encontramos de uma gestão pública efetivamente integrada em âmbito metropolitano. Nesse cenário, é necessário insistir na ideia de colaboração e integração, e isso implica fortalecer a estrutura intergovernamental existente em termos de responsabilidades (e capacidades) compartilhadas, que deve ser buscada perante a questão metropolitana. Nesse sentido, o PDDI quer ser um instrumento de governança que contribua para superar a fragmentação e a visão localista das intervenções. O PDDI da RMVA procurará compreender as formas de organização, de inter-relação e de gestão entre o fato metropolitano e as unidades institucionais existentes, assim como desvendar os novos atores do processo, seus limites e possibilidades, vislumbrando arranjos de governança que possibilitem a implantação e execução das políticas públicas de interesse comum no âmbito da RMVA. No conhecimento da organicidade e do marco regulatório existente no âmbito dos municípios da RMVA, vai buscar otimizar a coordenação e integração de esforços; estabelecer possíveis ações de governança (entre os diversos níveis de governo, entre as instituições e empresas, entre os empresários e terceiro setor organizado) de modo a garantir flexibilidade para a 40 produção de bens e serviços à população. Além disso, vai propor condições para a gestão compartilhada dos serviços públicos ligados às funções públicas de interesse comum, em vista de um ambiente institucional metropolitano favorável à ação articulada. A gestão das ações e projetos no âmbito metropolitano supõe permanente e aberto diálogo entre as instâncias políticas e administrativas na região, evitando a disputa ou a sobreposição de poderes entre os atores administrativos e políticos, em vista da implementação de programas e projetos de interesse comum dos cidadãos e dos municípios da RMVA. É também tarefa do PDDI identificar conflitos de competências existentes entre os diversos atores metropolitanos e propor formas para incorporação integrada dos planos e projetos vigentes ou em curso, tais como os planos diretores municipais; os planos setoriais municipais; os planos, programas e ações do Governo Federal em execução na RMVA; os projetos estruturadores do Governo do Estado, com ações no âmbito da RMVA; o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI; o Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG; o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC do Governo Federal; a legislação em vigor, relativa ao arranjo institucional da RMVA; as legislações dos municípios da RMVA; ações, planos, projetos e investimentos públicos e/ou privados em curso e/ou previstos para a RMVA. Muito frequentemente, a implementação de projetos ou ações no âmbito de um dos eixos do PDDI reflete e interfere diretamente no âmbito de outros eixos. Assim, os arranjos institucionais existentes devem ser considerados e analisados para a proposição de ações em cada um dos respectivos eixos. A integração do plano nascerá, exatamente, de sua capacidade de articulação de forma integrada de suas ações e proposições. Destacamos, a seguir, as macrodiretrizes que balizarão o trabalho no tocante ao arranjo institucional. I – Buscar soluções para superar a fragmentação institucional e o padrão localista de implementação das políticas públicas; II – Promover o diálogo do PDDI com as instâncias políticas e administrativas da região metropolitana; 41 III – Identificar as áreas de conflitos de competências legais, de poder, de gestão e de atuação no âmbito da RMVA e propor novos arranjos institucionais; IV – Prever no arranjo institucional espaços de participação popular e dos segmentos da Sociedade no processo decisório e instrumentos de controle social das instituições metropolitanas; V – Identificar aspectos que deverão ser fortalecidos para o favorecimento da gestão do PDDI; VI – Estabelecer o PDDI como instrumento de concertação regional para desenvolvimento; VII – Fomentar a ampliação da ação integrada dos órgãos municipais e estaduais de saúde no custeio, planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de Saúde (SUS); VIII – Articular-se com os demais eixos do PDDI. 42 9 O planejamento do PDDI deve considerar que a participação da sociedade civil organizada é fundamental em sua construção. A interação entre a sabedoria popular e o conhecimento científico pode ser a chave para o sucesso de um planejamento sustentável, participativo e solidário. Assim, compreende-se que a legitimidade de um “plano cidadão” se faz com a participação dos representantes da sociedade organizada. Portanto, visando a assegurar o amplo debate e participação dos diversos atores da sociedade, apresentamos as macrodiretrizes para a mobilização social: I – Promover a inclusão, em cada um dos municípios da RMVA, da sociedade civil, por meio dos seus representantes, no processo de elaboração, discussão e implementação do PDDI; II – Assegurar a participação dos órgãos de gestão metropolitana, compreendendo a Assembleia Metropolitana, o Conselho Deliberativo de Desenvolvimento Metropolitano, a Agência de Desenvolvimento da RMVA e instituições estaduais, municipais e intermunicipais com atuação voltada para funções públicas de interesse comum da região metropolitana; III – Envolver outras organizações e entidades de âmbito metropolitano, como Frente Parlamentar Pró-RMVA, AMDI, AMVA, Conselhos regionais, dentre outras; IV – Assegurar e estimular a participação da sociedade civil e setor privado, por meio da realização de oficinas e audiências nas quais expressem suas opiniões, definindo suas metas e prioridades; V – Propiciar a capacitação da sociedade civil com o objetivo de potencializar sua participação em todas as etapas do plano; VI – Garantir a transparência e a ampla divulgação do processo de elaboração do PDDI, por intermédio dos meios de comunicação. 43 VII – Garantir a ampla publicidade e divulgação das formas de participação popular e da sociedade civil organizada na elaboração do PDDI. 44 10 Coordenação-geral: Marcelo Vieira Correa Eixo Ordenamento Territorial Coordenação: Roberto Caldeira Tema - Metodologia, Mobilidade, Patrimônio e Meio Ambiente: Cláudia Pires Tema - Uso e Ocupação do Solo e Propriedade da Terra: Kênia Barbosa Tema - Marcos Legais, Planos, Programas, Projetos e Recursos: Rosane Abreu Tema - Habitação, Subnormalidade, Securidade e Risco: Arístenes Giovanni Estagiários: Aline Camillo Camillato Camila Saraiva Quintão Nilton Assis dos Anjos Victor Hugo do Amaral Eixo Mobilidade (Sistema viário, transporte, trânsito e tráfego) Coordenação: Rogério Braga de Assunção Gerente de cartografia viária e informática: Agmar Andrade Gerente de pesquisa, tratamento de dados e relatórios: Rayanne Morais Estagiárias: Érica Ferraz (secretaria geral) Juliana Lino (cartografia e relatórios) Renata Salas (informática, cartografia e relatórios) Beatriz Barbosa (desenho urbano e modais de transporte) Eixo Meio Ambiente, recursos hídricos e saneamento Coordenação: Marcílio dos Reis Cardoso Tema - Gestão de Resíduos Sólidos: Vera Lanza Tema - Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário: Marcílio dos Reis Cardoso Tema - Preservação do Patrimônio Ambiental e Cultural: Claudia Diniz e Cléber Ribeiro Tema - Drenagem Urbana: Henrique Simões Dutra 45 Tema - Gestão de Recursos Hídricos: Henrique Simões Dutra Eixo Desenvolvimento Social Tema - Habitação, Segurança, Educação, Cultura e Lazer Coordenação: Luciana Teixeira de Andrade Tema - Saúde, Trabalho, Assistência Social e Juventude Coordenação: Alessandra Sampaio Chacham Gerência de dados: Ana Carolina Maciel de Assis Chagas Mobilização local: Vanessa Costa Soares Eixo Desenvolvimento Econômico Coordenador: Carlos Eduardo Ferreira Equipe técnica – Levantamento de dados, informações e tratamento estatístico: Felipe Chaves Eixo Arranjo Institucional Coordenador: Genésio Zeferino da S. Filho Equipe técnica: João Costa Aguiar Filho Mobilização Social Coordenação: Márcio Alexandre de Castro Alves Organização Metodológica: Sonaly Torres Gabriel Organização de Eventos: Betinna Almeida de Tassis Registro e documentos: Dalila Pereira Coura Marketing e Comunicação: Alexandre Guerra Fabri Cartografia Responsável: Vlamir Soares Fonseca Estagiários: Adriane Anselma de Oliveira 46 Letícia Lopes Bernardes Míriam da Costa Feliciano Paulo Henrique Silva Magalhães Thays Pereira Fernandes de Souza Equipe de apoio Aldrey Rocha Duarte Áurea Maria Silva Andrade Andressa Gomes Ferreira Moreira Bruno Pereira do Nascimento Denise Ribeiro Tuler Glaucielle Ribeiro Araújo Glória Dias Soares Vitorino Hudson Caetano Salles Joice Mendes Brito Teuller Morais de Aguiar Venício Elmar Soares de O. Júnior 47 11 Diretor Geral: Thales Rezende Coelho Alves Vice-diretor Geral: Anfilófio Salles Martins Chefe de Gabinete: Delma Rodrigues da Motta Diretora de Planejamento Metropolitano, Articulação e Intersetorialidade: Márcia Cruz Costa Val Assessora de Articulação: Carmelita Freitas Drumond Mendes Diretor de Inovação e Logística: Thiago de Pádua Batista Machado Gerente de Planejamento e Modernização Institucional: Thaís Oliveira Bomfim Gerente de Recursos Humanos: Maria Carmen de Miranda Diretor de Regulação Metropolitana: Bruno Reis Alcântara Gerente de Regulação da Expansão Urbana: Ronaldo Moreira Marques Gerente de Apoio à Ordenação Territorial: Juliana Dornelas Machado Flores de Mendonça Captação de recursos: Saulo José de Souza Assessora da Gerência de Planeamento: Natália Monteiro de Castro Teixeira 48 12 12.1 Órgãos da Administração Pública Estadual Departamento de Estradas de Rodagem – DER Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT Superintendência Regional de Saúde – SRS Superintendência Regional de Ensino – SER Polícia Militar Polícia Civil Instituto Estadual de Florestas – IEF Parque Estadual do Rio Doce – Perd Secretaria de Estado de Meio ambiente Sustentável – Semad Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – Sedese Corpo de Bombeiros Superintendência Regional da Fazenda Ministério do Trabalho 12.2 Setor Produtivo Associação Comercial de Timóteo – Aciati Associação Comercial, Industrial e de Prestação de Serviços de Coronel Fabriciano – Acicel Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Ipatinga – Aciapi Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vale do Aço - Sindmiva Sindicato Intermunicipal de Alimentação e Panificação do Vale do Aço - Sinpava Federação das Indústrias de Minas Gerais – FIEMG Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais – Federaminas Usiminas 49 Fundação São Francisco Xavier Aperam Fundação Aperam Cenibra Emalto Fundação Emalto Aeroporto Santana do Paraíso Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil – Sinduscon Sindicato das Indústrias do Vestuário no Estado de Minas Gerais – Sindivest Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga / Sindipa Sindicato dos Metalúrgicos de Timóteo e Coronel Fabriciano / Metasita Cipalam Ind. E Comércio de Laminados Ltda Pedreira Um – Valemix Viga Caldeiraria Sankyu do Brasil Sindicato do Comércio Varejista e Atacadista de Bens e Serviços do VA – Sindcomércio 12.3 Movimentos Sociais 27º Grupo de Escoteiros Tapajós Ação Social Reverendo José Barbosa da Silva ACIATI Acobac Associação de Moradores do Bairro Nazaré - AMBNAZ Ambulatório da Faculdade de Medicina APAE APROMEC Associação Amigos do Trem Associação Brasil Togo Associação Comercial do Caladão Associação Comunitária de Adoração Associação das Mulheres Associação de Moradores Bairro Morada do Vale Associação de Moradores do Bairro Belvedere 50 Associação de Moradores do Bairro Caladinho de Cima Associação de Moradores do Bairro Contente Associação de Moradores do Bairro Judith Bhering Associação de Moradores do Bairro Manoel Maia Associação de Moradores do Bairro Pomar Associação de Moradores do Bairro Santa Luzia Associação de Moradores do Bairro Santa Vitória de Cocais dos Arrudas Associação de Moradores do Bairro São Cristóvão Associação de Moradores do Bairro Sylvio Pereira II Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Ipatinga Associação Dimitri Tondo Associação dos Deficientes Físicos do Vale do Aço-ADEFIVA Associação dos Médicos do Vale do Aço Associação Habitacional de Cel. Fabriciano Associação Habitacional de Ipatinga Associação Loucos Por Você Associação Missão Resgate Associação Presbiteriana Leide Associação Pró Melhoramentos Região 3 Associação Reviver de Assistência e Reintegração Social Associação Rios de Água Viva Associação Santa Inês/P. Linda/JSBrito CDL Coronel Fabriciano Clube Casa de Campo CMEI - Espaço da Infância Comissão Organizadora da Comunidade do Pedreira Cons. Com. Prom. Melh. B. Santa Cruz Conselho Carcerário Cel. Fabriciano Conselho Central Betânia de Ipatinga Conselho Central de Ipatinga SSVP Conselho Com. Cel. Fabriciano Conselho Comunitário de Timóteo Conselho da Comunidade da Comarca de Ipatinga Conselho de Políticas para Mulheres 51 Conselho de Segurança Conselho Municipal de Saúde de Coronel Fabriciano Conselho Municipal de Saúde de Ipatinga Conselho Municipal de Saúde Timóteo Conselho Municipal de Segurança de Coronel Fabriciano Conselho Tutelar Coord. dos Comissários da Infância e Juventude Corporação Musical N. S. Auxiliadora Creche Comunitária Pequeno Lar Creche Irmã Nazaré Creche Lírio dos Vales Creche Pequeno Lar Creche Presbiteriana Cruz Vermelha Brasileira EBCT – Cel. Fabriciano Educandário Família de Nazaré FUNDVALE Gerência Regional de Saúde Grupo de Apoio Aos Soros Positivos GASP Grupo Espírita da Caridade Grupo Renascer Grupo Se Toque Guarda Mirim Igreja Adventista do 7º dia Igreja Assembleia de Deus Igreja Batista do Calvário Igreja Católica Igreja do Evangelho Quadrangular Igreja Missionária Sal da Terra Igreja Mundial do Poder de Deus Igreja Pentecostal Nova Sião Igreja Presbiteriana IPSEMG Agência de Coronel Fabriciano Lactário Dom Helvécio 52 Lar da Fraternidade Cristã Lar Divina Providencia da Sociedade de São Vicente de Paulo Lar dos Idosos-SSVP LBV Legião da Boa Vontade Liga Desportiva de Coronel Fabriciano Lions Clube de Timóteo Lions Clube de Ipatinga Lions Clube Ipatinga Pioneiro Loja Maçônica Deus, justiça e trabalho Loja Maçônica União/Prog. Metasita Mosal Movimento da Terceira Idade – Ipatinga Neuróticos Anônimos - NA Núcleo Assistencial Comunitário Bom Pastor – Ipatinga Núcleo Assistencial do Limoeiro – Ipatinga Obra Unida da Sociedade São Vicente de Paulo de Ipatinga Obra Unida Lar dos Idosos OSCA Pastoral da Criança Pastoral dos Surdos Primeira Igreja Batista Proj. Amor, Crec. Presb. e AE-Centro Est. Projeto de Salvação - Entidades Beneficentes – Ipatinga Projeto Mãos Dadas Projeto PIM Proteção Social Psicóloga PRAXIS Regional de Saúde Rotary Cel. Fabriciano Rotary Ipatinga Rotary Santana do Paraíso Rotary Timóteo SENAC 53 Sindicato do Comércio Sindicato dos Metalúrgicos de Ipatinga Sindicato dos Servidores Públicos SIND-UTE Tele Apae - Entidades Beneficentes – Ipatinga Unaca UNACAD União Defesa Com. Santa Terezinha União P. Org. Bairro Nossa Senhora da Pena União Pró-Melhor Melo Viana 54