TERAPIA DE CAPTURA DE NÊUTRONS PELO BORO (BNCT) NO TRATAMENTO DO CÂNCER Fernanda Faião Flores, 2Durvanei Augusto Maria 1 1 Pós graduanda, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil; Laboratório de Bioquímica e Biofísica, Instituto Butantan, São Paulo, Brasil ([email protected]) 2 Pesquisador Professor Doutor, Laboratório de Bioquímica e Biofísica, Instituto Butantan, São Paulo, Brasil Data de recebimento: 02/05/2011 - Data de aprovação: 31/05/2011 RESUMO A terapia de captura de nêutrons pelo boro (BNCT – Boron Neutron Capture Therapy) é uma ferramenta terapêutica para o tratamento de diversos tipos de tumores. É baseada na administração de um composto que contenha o isótopo 10 do elemento boro (10B), seguido de irradiação com nêutrons térmicos, com consequente reação nuclear e liberação de alta transferência de energia linear, por meio de partículas alfa e lítio. Os produtos formados pela reação têm curto alcance e desta maneira, atinge somente as células que incorporam boro. Diversos compostos têm sido estudados, para aumentar a seletividade de captura pelas células tumorais. BNCT atua como uma terapia localizada e com mínimos efeitos colaterais para o tratamento do câncer. PALAVRAS-CHAVE: BNCT, Câncer, Borofenilalanina. BORON NEUTRON CAPTURE THERAPY FOR CANCER TREATMENT ABSTRACT Boron Neutron Capture Therapy (BNCT) is a therapeutic tool for many types of tumor treatment. It is based on administration of a compound which contains the isotope 10 of boron (10B), followed by thermal neutron irradiation and consequent nuclear reaction with release of high linear energy transfer by alpha particles and lithium. The produced products by reaction have a shorter range and thus, they affect only cells with boron inside. Many compounds have been studied to increase the uptake selectivity by tumor cells. BNCT acts as a localized therapy with minimal side effects for cancer treatment. KEYWORDS: BNCT, Cancer, Boronophenylalanine. INTRODUÇÃO O câncer é a principal causa de morte nos países economicamente desenvolvidos e a segunda principal causa de morte nos países em desenvolvimento (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2008). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 1 A maioria dos tratamentos antitumorais são extremamente citotóxicos, ou seja, também provocam a morte de células normais. Desta forma, não há diferenciação nos alvos que existem em células sadias e tumorais, causando os já conhecidos efeitos tóxicos e colaterais (McGILL et al., 2002). A terapia de captura de nêutrons por boro (BNCT) é uma modalidade de tratamento por radiação, e o seu sucesso depende da deposição do isótopo 10 do elemento Boro (10B) nas células tumorais seguida pela irradiação por nêutrons térmicos, resultando na produção de partículas ionizantes altamente tóxicas para as células (GONZALÉZ et al., 2004). A terapia da captura de nêutrons por boro é uma radioterapia experimental, binária em que um composto que contém 10B é administrado ao paciente, e acumulado preferencialmente no tecido neoplásico. O tumor é irradiado com os nêutrons de baixa energia produzidos por um reator nuclear, 10B absorve nêutrons e os destrói, produzindo poderosas, mas de baixa escala, radiação alfa e partículas de lítio no tumor (BARTH et al., 1992). Os dois fragmentos emitidos pela reação nuclear (partículas alfa e lítio), quando o 10B captura um nêutron térmico, têm curto alcance no tecido, em média de 9 micrometros para a partícula alfa (α) e 5 micrometros para o lítio, com um alcance total de 14 micrometros. Como conseqüência, eles liberam suas energias somente para as células próximas ou no meio intracelular (MISHIMA et al., 1989). Os compostos que possuem boro mais utilizados clinicamente são BSH (Na2H1110B12SH, borano de sulfidril) e um derivado de aminoácido denominado BPA [(HO)210B-C6H4-CH(NH2)CO2H, Borofenilalanina] (CAMPOS, 2000). Estes compostos são atóxicos e têm sido testados clinicamente (SLATKIN, 1991). REVISÃO DE LITERATURA A terapia da captura de nêutrons por boro é uma radioterapia experimental, binária em que um composto que contém 10B é administrado ao paciente, e acumulado preferencialmente no tecido neoplásico. O tumor é irradiado com os nêutrons de baixa energia produzidos por um reator nuclear, 10B absorve nêutrons e os destrói, produzindo poderosas, mas de baixa escala, radiação alfa e partículas de lítio no tumor (BARTH et al., 2005). BNCT combina essencialmente um radiosensibilizador, o elemento boro 10 10 ( B), com radiação não-ionizante de nêutrons, constituindo um sistema binário. Uma das principais vantagens do sistema binário da terapia de BNCT é a possibilidade de manipulação de cada componente independentemente para maximizar a seletividade (GONZALÉZ et al., 2004). Comparado à radioterapia convencional, a irradiação com nêutrons térmicos causam danos insignificantes na célula e são absorvidos por 10B não-radioativo, induzindo a formação de partículas alfa e lítio e liberando uma alta energia em até 14µm de diâmetro, destruindo o tumor sem danos no tecido adjacente (MISHIMA et al., 1989). A reação letal produzida pela BNCT é limitada a um intervalo menor que o diâmetro de uma única célula. BNCT é potencialmente capaz induzir morte em células tumorais, poupando as células adjacentes normais. Diversos estudos internacionais têm sido feitos por físicos, químicos, médicos, biomédicos e biólogos ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 2 há mais de 50 anos dedicados ao desenvolvimento e teste de BNCT no tratamento de câncer (KABALKA & YAO, 2006; LI et al., 2006; PELLETTIERI et al., 2008). Teoricamente, cada componente isolado utilizado na BNCT não possui danos diretos, isto é, o feixe de nêutrons tem uma energia muito baixa, que não causa estragos apreciáveis nos tecidos e o composto que fará o transporte do 10B às células cancerígenas não possui características farmacológicas indesejadas (WALKER, 1998). Para uso na BNCT, no mínimo 20-30 µg 10B são necessários serem entregues por grama de tecido tumoral, correspondendo 10-30 ppm. Neste caso, um agente de entrega seletiva é utilizado para depositar o boro nas células cancerígenas (NAKAMURA, 2008). Esta modalidade terapêutica representa uma opção valiosa no tratamento de tumores que não podem ser removidos cirurgicamente ou quando as terapias convencionais são ineficazes. Ainda, pode-se utilizar BNCT para erradicação de metástases difusas, caso o órgão inteiro seja acometido. Desta maneira, após a acumulação de boro, todos os nódulos tumorais e células individuais são atingidos, sem a necessidade de conhecer com precisão a quantidade e localização (KANKAANRANTA et al., 2007; KATOA et al., 2004; SUZUKI et al., 2006; ZONTA et al., 2006; ZONTA et al., 2009). Esta terapia é usada para os tratamentos de glioblastoma multiforme, melanoma maligno, entre outros tipos de câncer (JOENSUU et al., 2003). BNCT pode ser utilizado como tratamento adjuvante, em junção a outras modalidades, incluindo a cirurgia, a quimioterapia que, quando usada em combinação, pode conduzir a uma melhoria na sobrevida do paciente (BARTH et al., 2005). Os primeiros testes clínicos realizados em humanos da terapia de BNCT em pacientes com melanoma foram realizados por MISHIMA e colaboradores (1989) após extensos estudos in vitro e in vivo. Após a incorporação do 10B em um precursor intermediário da melanina (BPA) tornou possível a captura mais seletiva. Os tratamentos pela terapia de BNCT de pacientes com melanoma no Japão foram seguidos por FUKUDA e colaboradores (1999) e BUSSE (1997) nos EUA. O melanoma é um dos tumores malignos mais estudados no BNCT. MENENDEZ e colaboradores estudaram está terapia em pacientes com melanoma localizados nas extremidades do corpo, e encontraram redução dos nódulos tumorais com pouca toxicidade para os tecidos adjacentes (MENENDEZ et al., 2009). Inúmeros trabalhos foram publicados sobre BNCT in vitro e há um aumento na quantidade de trabalhos relatando testes clínicos em humanos (MENENDEZ et al., 2009; WITTIG et al.,). Todos os estudos mostraram dados significantes no controle do crescimento e na disseminação tumoral. A técnica BNCT possui centros de pesquisas (MITEV et al., 2009) nos EUA, Japão, Holanda, Alemanha, Finlândia, Itália, República Checa, Argentina, entre outros, porém não há centro especializado nesta modalidade terapêutica no Brasil. Atualmente estuda-se a interação da BNCT com as vias de sinalização envolvidas no processo de morte celular e inibição da atividade proliferativa tumoral (FAIÃO-FLORES et al., 2011a). BNCT induz diminuição do potencial elétrico da membrana mitocondrial (relacionado com o metabolismo celular) de células de melanoma e induz redução da quantidade de ciclina D1 (marcador de proliferação ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 3 do checkpoint G1/S do ciclo celular). Ainda, esta terapia aumenta a fragmentação do DNA, por vias não-dependentes da fosforilação da caspase-3, o que indicaria outras vias de morte celular, como autofagia, necrose ou anoikis, além de diminuir a população nas fases G1 e G2/M do ciclo celular de células tumorais. Devido a BPA ser um aminoácido e também um análogo da fenilalanina ou da tirosina, a sua utilização é mais viável e interessante do que os outros compostos que possuem boro (CHEN et al., 2006). Diversos estudos mostraram que a BPA é captada mais ativamente por células em proliferação (YOSHIDA et al., 2002), provavelmente porque a BPA pode seguir a via dos aminoácidos essenciais que são captados por células com elevada atividade metabólica (MENICHETTI et al., 2009). No melanoma, a captura de boro pelas células tumorais ocorre por duas principais vias: (1) Pela internalização da borofenilalanina, baseado na intensa produção de melanina por esta célula que utiliza o aminoácido fenilalanina como precursor deste pigmento, ocorrendo assim, a transferência do 10B para o citoplasma; (2) Por meio dos receptores de aminoácidos da família LAT – sistema de transporte de aminoácidos L – que capta maior quantidade de aminoácidos em células em intensa proliferação, como no caso dos tumores (YOON et a., 2005). Alguns estudos mostraram que BPA acumula-se em outras células malignas, além das células de melanoma, por exemplo, células de glioma (CODERRE et a., 1990). Pode ser direcionada para células em proliferação ou quiescência e pode transpassar a barreira hemato-encefálica (BARTH et al., 1999). Uma possível rota para o transporte intracelular é via mecanismo de transporte de aminoácidos (PAPASPYROU et al., 1994; SJOBERG et al., 1997). Com base nas diferentes formas de captura de boro pelos diversos tipos celulares, o mesmo tipo de câncer pode reagir de maneiras diferentes. No trabalho FAIÃO-FLORES et al., 2011b há 4 linhagens celulares de melanoma que respondem de maneira diferente, na citotoxicidade a esta terapia e na produção de radicais livres peroxidados após o tratamento com BNCT. Ainda, há como controle a utilização de duas linhagens de fibroblastos normais (como de células adjacentes ao tecido tumoral) que respondem de maneiras diferentes, porém com baixa citotoxicidade e produção destes radicais livres em comparação as células tumorais (FAIÃO-FLORES et al., 2011b). Neste contexto, a característica binária de BNCT pode ser uma ferramenta atrativa para melhorar a resposta do tratamento padrão da radioterapia, entregando uma dose elevada ao tumor e reduzindo os efeitos em tecidos normais, devido à diferente captura de boro em células normais e tumorais (BLAUMANN et al., 2004; HIRATSUKA et al., 2000). CONSIDERAÇÕES FINAIS BNCT possui uma destruição seletiva das células tumorais, enquanto preserva o tecido adjacente. É uma terapia com alta seletividade para o câncer, diminuindo a incidência de efeitos colaterais normalmente induzidos pela quimio/radioterapia convencionais. Desta forma, apresenta-se como uma eficiente modalidade terapêutica para o tratamento de tumores in situ e de metástases disseminadas. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 4 AGRADECIMENTOS A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão da bolsa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARTH, R.F.; SOLOWAY, A.H.; FAIRCHILD, R.G.; BRUGGER, R.M. Boron neutron capture therapy for cancer. Realities and prospects. Cancer., v.70, p.2995–3007, 1992. BARTH, R. F.; SOLOWAY, A. H.; GOODMAN, J. H.; GAHBAUER, R. A.; GUPTA, N.; BLUE, T. E.; YANG, W.; TJARKS, W. Boron neutron capture therapy of brain tumours – an emerging therapeutic modality. Neurosurgery., v.44, p.433–51, 1999. BARTH, R.F.; CODERRE, J.A.; VICENTE, M.G.H.; BLUE, T.E. Boron neutron capture therapy of cancer: current status and future prospects. Clin Cancer Res., v.11, p.3987–4002, 2005. BLAUMANN, H.; GONZALEZ, S.; LONGHINO, J.; SANTACRUZ, G.; CALZETTALARRIEU, O.; BONOMI, M.; ROTH, B. Boron neutron capture therapy of skin melanomas at the RA-6 reactor: a procedural approach to beam setup and performance evaluation for up coming clinical trials. Med Phys., v.31, p.70–80, 2004. BUSSE, P.; ZAMENHOF, R.; MADOC-ONES, H.; SOLARES, G.; KIGER, S.; RILEY, K.; CHUANG, C.; ROGERS, G.; HARLING, O. Clinical follow-up of patients with melanoma of extremity treated in phase I boron neutron capture therapy protocol. In: LARSON, B.; CRAWFORD, J.; WEINREICH, R. Advances in Neutron Capture Therapy. 1ª ed., Zurich: Elsevier, 1997, p. 60–64. CAMPOS, T.P.R. Considerações sobre a terapia de captura de nêutrons pelo boro. Rev Bras Cancer., v.46, p.283-292, 2000. CHEN, B. G.; ZHANG, M. Y.; ZHAO, Y. Y.; ZHANG, J.; SUN, C. C. Structural and electronic properties of BPA-fructose complex used in boron neutron capture therapy. J Mol Struct: THEOCHEM., v.766, p.35-40, 2006. CODERRE, J. A.; GLASS, J. D.; FAIRCHILD, R. G.; MICCA, P. L.; FAND, I.; JOEL, D. D. Selective delivery of boron by the melanin precursor analogue pboronophenylalanine to tumours other than melanoma. Cancer Res., v.50, p.138-41, 1990. FAIÃO-FLORES, F.; COELHO, P.R.; ARRUDA-NETO, J.; MARIA, D.A. Boron neutron capture therapy induces cell cycle arrest and DNA fragmentation in murine melanoma cells. Appl Radiat Isot., 2011a. [Epub ahead of print] FAIÃO-FLORES, F.; COELHO, P. R. P.; MUNIZ, R. O. R.; SOUZA, G. S.; ARRUDANETO, J.; MARIA, D. A. Antitumor Potential Induction and Free Radicals Production ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 5 in Melanoma Cells by Boron Neutron Capture Therapy. Appl Radiat Isot., 2011b. [Epub ahead of print] FUKUDA, H.; HONDA, C.; WADABAYASHI, N.; KOBAYASHI, T.; YOSHINO, K.; HIRATSUKA, J.; TAKAHASHI, J.; AKAIZAWA, T.; ABE, Y.; ICHIHASHI, M.; MISHIMA, Y. Pharmacokinetics of 10B-p-boronophenylalanine in tumors, skin and blood of melanoma patients: a study of boron neutron capture therapy for malignant melanoma. Melanoma Res., v.9, p.75–83, 1999. GONZÁLEZ, S.J.; BONOMI, M.R.; SANTA CRUZ, G.A.; BLAUMANN, H.R.; CALZETTA-LARRIEU, O.A.; MENÉNDEZ, P.; JIMÉNEZ-REBAGLIATI, R.; LONGHINO, J.; FELD, D.B.; DAGROSA, M.A.; ARGERICH, C.; CASTIGLIA, S.G.; BATISTONI, D.A.; LIBERMAN, S.J.; ROTH, B.M. First BNCT treatment of a skin melanoma in Argentina: dosimetric analysis and clinical outcome. Appl Radiat Isot., v.61, p.1101-1105, 2004. HIRATSUKA, J.; FUKUDA, H.; KOBAYASHI, T.; YOSHINO, K.; HONDA, C.; ICHIHASHI, M.; MISHIMA, Y. Long term outcome of BNCT for malignant melanoma. Proceedings of 9th International Symposium on Neutron Capture Therapy for Cancer. Osaka, 2000, p.165–166. JOENSUU, H.; KANKAANRANTA, L.; SEPPÄLÄ, T.; AUTERINEN, I.; KALLIO, M.; KULVIK, M.; LAAKSO, J.; VÄHÄTALO, J.; KORTESNIEMI, M.; KOTILUOTO, P.; SERÉN, T.; KARILA, J.; BRANDER, A.; JÄRVILUOMA, E.; RYYNÄNEN, P.; PAETAU, A.; RUOKONEN, I.; MINN, H.; TENHUNEN, M.; JÄÄSKELÄINEN, J.; FÄRKKILÄ, M.; SAVOLAINEN S. Boron neutron capture therapy of brain tumors: clinical trials at the finnish facility using boronophenylalanine. J NeuroOncol., v.62, p.123-134, 2003. KABALKA, G.W.; YAO, M.L. The synthesis and use of boronated amino acids for boron neutron capture therapy. Anti-cancer Agents Med Chem., v.6, p.111–125, 2006. KANKAANRANTA, L.; SEPPALA, T.; KOIVUNORO, H.; SAARHILATI, K.; ATULA, T.; COLLAN, J.; SALLI, E.; KORTESNIEMI, M.; UUSI-SIMOLA, J.; MAKITIE,A.; SEPPANEN,M.; MINN,H.; KOTILUOTO,H.; AUTERINEN, I.; SAVOLAINEN, S.; KOURI, M.; JOENSUU, H. Boron neutron capture therapy in the treatment of locally recurred head and neck cancer. Int J Radiat Oncol Biol Phys., v.69, p.475–482, 2007. KATOA, I.; ONO, K.; SAKURAI, Y.; OHMAE, M.; MARUHASHI, A.; IMAHORI, Y.; KIRIHATA, M.; NAKAZAWA, M.; YURA, Y. Effectiveness of BNCT for recurrent head and neck malignancies. Appl Radiat Isot., v.61, p.1069–1073, 2004. LI, T.; HAMDI, J.; HAWTHORNE, M.F. Unilamellar liposomes with enhanced boron content, Bioconjugate Chem., v.17, p.15–20, 2006. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 6 McGILL, G.G.; HORSTMANN, M.; WIDLUND, H.R.; DU, J.; MOTYCKOVA, G.; NISHIMURA, E.K.; LIN, Y.L.; RAMASWAMY, S.; AVERY, W.; DING, H.F.; JORDAN, S.A.; JACKSON, I.J.; KORSMEYER, S.J.; GOLUB, T.R.; FISHER, D.E. Bcl2 regulation by the melanocyte master regulator Mitf modulates lineage survival and melanoma cell viability. Cell., v.109, p.707-718, 2002. MENÉNDEZ, P.R.; ROTH, B.M.; PEREIRA, M.D.; CASAL, M.R.; GONZÁLEZ, S.J.; FELD, D.B.; SANTA CRUZ, G.A.; KESSLER, J.; LONGHINO, J.; BLAUMANN, H.; JIMÉNEZ REBAGLIATI, R.; CALZETTA LARRIEU, O.A.;FERNÁNDEZ, C.; NIEVAS, S.I.; LIBERMAN, S.J. BNCT for skin melanoma in extremities: updated Argentina clinical results. Appl Radiat Isot., v.67, p.S50-53, 2009. MENICHETTI, L.; GAETANO, L.; ZAMPOLLI, A.; DEL TURCO, S.; FERRARI, C.; BORTOLUSSI, S.; STELLA, S.; ALTIERI, S.; SALVADORI, P. A.; CIONINI, L. In vitro neutron irradiation of glioma and endothelial cultured cells. Appl Radiat Isot., v.67, p.S336-40, 2009. MISHIMA, Y.; ICHIHASHI, M.; HATTA, S.; HONDA, C.; YAMAMURA, K.; NAKAGAWA, T. New thermal neutron capture therapy for malignant melanoma: melanogen- esis-seeking 10B molecule-melanoma cell interaction from in vitro to first clinical trial. Pigment Cell Res., v.2, p.226–234, 1989. MITEV, M.; ILIEVA, K.; APOSTOLOV, T. Building of scientific information system for sustainable development of BNCT in Bulgaria. Appl Radiat Isot., v.67, p.S296-298, 2009. NAKAMURA H. Liposomal boron delivery system for neutron capture therapy. Yakugaku zasshi., v.128, p.193–208, 2008. PAPASPYROU, M.; FEINENDEGEN, L. E.; MULLER-GARTNER, H. W. Preloading with L-tyrosine increases the uptake of boronophenylalanine in mouse melanoma cells. Cancer Res., v.54, p.6311–6314, 1994. PELLETTIERI, L.; H-STENSTAM, B.; REZAEI, A.; GIUSTI, V.; SKOLD, K. An investigation of boron neutron capture therapy for recurrent glioblastoma multiforme, Acta Neurol. Scand., v.117, p.191–197, 2008. SJOBERG, S.; CARLSSON, J.; GHANEOLHOSSEINI, H.; GEDDA, L.; HARTMAN, T.; MALMQUIST, J.; NAESLUND, C.; OLSSON, P.; TJARKS, W. Chemistry and biology of some low molecular weight boron compounds for boron neutron capture therapy. J Neurooncol., v.33, p.41–52, 1997. SLATKIN, D.N. A history of Boron neutron capture therapy of brain tumors. Brain., v.114, p.1609-1629, 1991. SUZUKI, M.; SAKURAY, Y.; MASUNAGA, S.; KINASHI, Y.; NAGATA, K.; MARUHASHI, A.; ONO, K. Feasibility of boron neutron capture therapy (BNCT) for ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 7 malignant pleural mesothelioma from a viewpoint of dose distribution analysis. Int J Radiat Oncol Biol Phys., v.66, p.1584–1589, 2006. WALKER, S.J. Boron neutron capture Radiography., v.4, p.211- 219, 1998. therapy: principles and prospects. WITTIG, A.; COLLETTE, L.; MOSS, R.; SAUERWEIN, W. A. Early clinical trial concept for boron neutron capture therapy: A critical assessment of the EORTC trial 11001. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Global Burden of Disease: 2004 update. Geneva: World Health Organization, 2008. YOONA, J. H.; KIMA, I. J.; KIMA, H.; KIMA, H. J.; JEONGA, M. J.; AHNA, S. G.; KIMA, S. A.; LEEB, C. H.; CHOIC, B. K.; KIMD, J. K.; JUNGC, K. Y.; LEEC, S.; KANAIE, Y.; ENDOUE, H.; KIMA, D. K. Amino acid transport system L is differently expressed in human normal oral keratinocytes and human oral cancer cells. Cancer Letters., v.222, p.237-245, 2005. YOSHIDA, F.; MATSUMURA, A.; SHIBATA, Y.; YAMAMOTO, T.; NAKAUCHI, H.; OKUMURA, M.; NOSE, T. Cell cycle dependence of boron uptake from two boron compounds used clinical neutron capture therapy. Cancer Lett., v.187, p.135-41, 2002. ZONTA, A.; PRATI, U.; ROVEDA, L.; FERRARI, C.; ZONTA, S.; CLERICI, A. M.; ZONTA, C.; BRUSCHI, P.; NANO, R.; BARNI, S.; PINELLI, T.; FOSSATI, F.; ALTIERI, S.; BORTOLUSSI, S.; CHIARI, P.; MAZZINI, G. Clinical lessons from the first applications of BNCT on unresectable liver metastases. J Phys Conf Ser., v.41, p.484–495, 2006. ZONTA, A.; PINELLI, T.; PRATI, U.; ROVEDA, L.; FERRARI, C.; CLERICI, A. M.; ZONTA, C.; MAZZINI, G.; DIONIGI, P.; ALTIERI, S.; BORTOLUSSI, S.; BRUSCHI, P.; FOSSATI, F. Extra-corporeal liver BNCT for the treatment of diffuse metastases: What was learned and what is still to be learned. Appl. Radiat. Isot., v.67, p.S67– S75, 2009. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, vol.7, N.12; 2011 Pág. 8