DESENHO ARQUITETÔNICO PROFESSORES: ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO CZARNOBAY Chapecó, 2015. Elaboração: ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO CZARNOBAY Propriedade da Faculdade Empresarial de Chapecó FICHA CATALOGRÁFICA Catalogação na fonte: Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBIC) Faculdade Empresarial de Chapecó Baldissera, Adriana Diniz; Bedin, Alex; Czarnobay, Fabiano. Desenho Arquitetônico / Baldissera, Adriana D.; Bedin, Alex; Czarnobay, Fabiano – Faculdade Empresarial de Chapecó. Chapecó: Ed FAEM, 2015. ISBN: 1. Desenho Arquitetônico 2. Faculdade Empresarial de Chapecó I Título 2 Disciplina Desenho Arquitetônico PROFESSORES: ADRIANA DINIZ BALDISSERA, ALEX BEDIN, FABIANO CZARNOBAY 3 APRESENTAÇÃO Esta apostila foi elaborada para orientação no componente curricular Desenho Arquitetônico do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCEFF Faculdades, buscando auxiliar os acadêmicos a representar graficamente projetos de arquitetura, sendo parte teórica auxiliar na disciplina, no primeiro semestre do curso. Organizado de forma sintética e objetiva, esta apostila acompanha a aula presencial do acadêmico onde é exposto em apresentações e exercícios práticos de forma gradativa, todo conteúdo da disciplina, tendo como resultado final dois projetos principais, uma residência unifamiliar térrea e outra de dois pavimentos. OBJETIVOS O objetivo da disciplina é passar para o acadêmico de arquitetura, uma noção de projeto arquitetônico, princípios e práticas para o domínio da representação de uma ideia. O Projeto é pensado para o futuro, é onde um arquiteto articula propostas e soluções para uma obra. Se a construção for considerada o corpo de uma edificação, o projeto será sua alma. E por isso, um BOM PROJETO é tão fundamental para que tudo corra bem até a entrega do edifício, o domínio do DESENHO ARQUITETÔNICO se torna indispensável, não pode deixar margem para interpretações ERRADAS, a REPRESENTAÇÃO GRÁFICA deve reproduzir exatamente a execução dos produtos projetados. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todos os professores desta instituição, e em especial a professora e coordenadora do curso Arquiteta Adriana Diniz Baldissera pelo comprometimento com o ensino, bem como o professor Arquiteto Fabiano Czarnobay pela dedicação na elaboração das aulas e apoio nas explicações práticas das aulas, ao professor Arquiteto Emerson Ribeiro pelo apoio e disposição para a elaboração desta apostila. 4 Sumário 1 INTRODUÇÃO 6 2 O ARQUITETO 7 3 ENTENDA O DESENHO 8 4 INSTRUMENTOS 9 5 NORMAS TÉCNICAS PARA ÁREA GRÁFICA 13 6 O DESENHO NA PRÁTICA 30 6.1 PLANTAS 30 6.2 CORTES 30 6.3 FACHADAS 31 6.4 PLANTAS COMPLEMENTARES 31 6.5 DETALHES 31 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 32 8 REFERÊNCIAS 32 9 REFERÊNCIAS SUGERIDAS 33 5 1 INTRODUÇÃO Dentro do universo do desenho técnico e representação gráfica, o Desenho Arquitetônico assume um papel muito importante para o profissional de Arquiteto e Urbanista, dependemos dessa representação e da eficiência gráfica para transmitir uma ideia, um projeto. A disciplina Desenho Arquitetônico acontece no primeiro semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo, é o primeiro contato do acadêmico com o projeto arquitetônico, com os materiais, os instrumentos de trabalho, as formas de representação. Nesse momento é instigado o início do raciocínio espacial, a visualização material e a transcrição para o desenho. Trabalhamos a disciplina com o desenho a mão, por acreditarmos que esse processo integra o aluno com mais eficiência ao desenho e ao entendimento das peças gráficas representadas. O acadêmico passa a trabalhar o desenho arquitetônico no programa gráfico CAD a partir do terceiro semestre. Sendo que o primeiro projeto desenvolvido, uma residência, é todo desenhado a mão. A apostila proposta tem a intenção de ser um guia para aproximar o aluno do desenho arquitetônico, com informações essenciais retiradas das NBR e ilustradas de forma a tornar mais fácil o entendimento do processo. Organizada da seguinte forma: em um primeiro momento apresenta os instrumentos de trabalho e posteriormente seu uso, elenca os principais pontos de representação gráfica retirados da NBR, finaliza com representação do projeto completo. 6 2 O ARQUITETO Arquiteto é o profissional que projeta e idealiza os espaços para os mais diversos usos humanos. Pode ser um prédio, uma casa, uma praça, ou mesmo uma área verde. Ele quem planeja as construções, organiza os espaços e encontra soluções criativas para resolver determinada demanda. Com o domínio das relações espaciais e conhecimento técnicos em geral, a habilidade e criatividade é que define o projeto. É necessário que o jovem profissional de arquitetura tenha dominado habilidades em diversas áreas, primordialmente as habilidades de desenho e de planejamento de projetos. As características mais essenciais são: Visualização em 3 dimensões Capacidade de Abstração para compor os ambientes Conhecimentos matemáticos, para cálculos de posicionamento Habilidades Artísticas, para dar um toque diferenciado no projeto Sensibilidade, para definir harmonia Capacidade de trabalhar em grupo As áreas de atuação na arquitetura podem seguir: Urbanismo História da Arquitetura Arquitetura de Interiores Arquitetura Hospitalar Arquitetura Residencial, Comercial ou Industrial Comunicação Visual Paisagismo Computação Gráfica aliada a Arquitetura Entre muitas outras 7 3 ENTENDA O DESENHO DESENHO COMO FORMA DE REPRESENTAÇÃO O desenho arquitetônico estuda a arte de representar graficamente o planejamento de uma edificação por meio de uma linguagem gráfica, através da aplicação norma específica e de convenções gráficas, o profissional deve ter o domínio da técnica de representação, independente da ferramenta utilizada, temos duas opções principais, desenho a mão, abordado no início do curso, e o desenho no computador, que será abordado em outra etapa. 8 4 INSTRUMENTOS a) GRAFITES Existem diferentes tipos de matérias destinados a cada desenho específico, para trabalhar com o desenho artístico difere dos materiais para o desenho arquitetônico, que trata de representar tecnicamente os objetos, no caso dos GRAFITES, temos dois critérios principais: A GRADUAÇÃO E O DIÂMETRO. GRADUAÇÃO: INDICA O GRAU DE DUREZA E INTENSIDADE DA COR PRETA DO GRAFITE, VARIANDO DO TRAÇO MAIS FINO E CLARO ATÉ O TRAÇO MACIO E ESCURO, NESTAS CONFIGURAÇÕES: (DO 6H ATÉ O 6B). DIÂMETRO: É A ESPESSURA DO GRAFITE, PARA DESENHO TÉCNICO OS MAIS UTILIZADOS SÃO: 0,5mm, 0,7mm E 0,9mm, SENDO APLICADOS PARA CADA REPRESENTAÇÃO DO PROJETO. Dica: Os grafites da graduação “b” proporcionam um traço mais escuro e macio, não sendo indicados para desenho técnico, pois durante a aplicação soltam pequenas partículas que acumulam entre os instrumentos e a folha de desenho, e acabam borrando os desenhos. 9 b) LAPISEIRAS (0,5 – 0,7 – 0,9) Para acompanhar a boa graficação técnica ideal, além do grafite ideal, onde indicamos a gramatura do tipo “H”, devemos trabalhar com uma lapiseira de qualidade também, no comércio existem várias marcas de lapiseiras, indicamos a marca PENTEL (ou similar), que possuem a ponta em metal e não retrátil, que facilitam a precisão dos traços. c) MESA PARA DESENHO COM REGUA PARALELA (ou PRANCHETA) Usada para permitir que os desenhos fiquem alinhados e permitem o apoio de outros instrumentos que facilitam o desenvolvimento dos projetos. Utilizamos mais a prancheta para formato A1. 10 d) ESQUADROS, COMPASSO, GABARITOS, ESCALÍMETROS São instrumentos auxiliares que permitem fazer linhas em ângulos precisos, temos o esquadro de 30º - 60º e o de 45º, ambos possuem um ângulo de 90º que geram uma linha ortogonal a régua paralela da prancheta. Também é possível utilizar dos dois esquadros simultaneamente, somando os ângulos para obter a linha na inclinação desejada. O compasso gera linhas curvas, podemos utilizar um modelo intermediário, com regulador de precisão que auxilia na exatidão das linhas. e) BORRACHA MACIA E BIGODE Utilizar uma lapiseira com grafite ideal garante boa parte da qualidade do desenho, mas muitas vezes temos que corrigir linhas mal colocadas ou pequenas imperfeições do desenho, indicamos a utilização de lapiseiras borrachas para desenho, encontradas na cor branca ou verde. 11 f) GABARITO E ESCALÍMETRO GABARITOS: auxiliam na complementação do desenho, através de objetos desenhados em escala específica. Mais utilizados são os banheiros e o bolômetro. ESCALÍMETRO: utilizado para converter as medidas para o desenho. A escala mais utilizada para desenho arquitetônico é 1/50. 12 5 NORMAS TÉCNICAS PARA ÁREA GRÁFICA -NBR 6492/94 – REPRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE ARQUITETURA -NBR 8196/99 – EMPREGO DE ESCALAS -NBR 8402/94 – ESCRITA EM DESENHO TÉCNICO -NBR 8403/84 – APLICAÇÕES DE LINHAS – TIPOS E ESPESSURAS -NBR 10068/87 – FOLHA DE DESENHO – LAYOUT E DIMENSÕES -NBR 10126/87 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO -NBR 13142/99 – DOBRAMENTO E CÓPIA a) FOLHAS DE DESENHO Sempre partindo da folha A0, cada folha é igual a metade da folha anterior. Ex: a folha A4 é metade da folha A3. a a Ref Altura (mm) Largura (mm) A1 594 X 841 • A2 420 X 594 • A3 297 X 420 • A4 210 X 297 • A5 148 X 210 A1 b/2 • A0 A2 A3 A4 a/2 b/4 A0 841 X 1189 b/4 • b • a/2 b) MARGENS A demarcação específica para cada formato de prancha, tendo a margem esquerda um pouco maior para permitir a encadernação e arquivamento, conforme a tabela: Formato A0 A1 A2 A3 A4 Margem esquerda(MM) 25 25 25 25 25 Demais margens (MM) 10 10 7 7 7 13 c) DOBRAMENTO A prancha deve ser dobrada com o objetivo de deixar em formato A4, permitindo que o selo ou legenda apareça primeiro, conforme o desenho: 297 247 105 297 A0 SELO ou legenda 119,5 119,5 185 185 185 185 185 297 210 A3 SELO ou legenda 130 105 185 185 d ) SELO OU LEGENDA Apresenta informações referentes ao profissional responsável pela elaboração do projeto, sobre o proprietário e a localização do projeto, e também as informações contidas em cada prancha específica. Deve ter 1/3 do tamanho A4, sendo reservado o restante da área para carimbos e assinaturas dos órgãos fiscalizadores e regulamentadores. 14 e ) ESCALAS Os objetos podem ser representados em tamanho real, reduzido ou ampliado, para isso utilizasse o escalímetro, que converte as medidas reais em relação à área gráfica usada, ou seja, dependendo do tamanho do papel, aplica-se determinada escala de conversão para desenhar o objeto. O desenho arquitetônico de maneira geral irá trabalhar em escalas reduzidas, por exemplo: 1/50 (escala um para cinquenta), onde o objeto de estudo será reduzido de tamanho em cinquenta vezes, ou ainda, cada metro nesta escala, representa cinquenta metros do tamanho real. Desta forma, quanto maior o objeto de estudo, maior será a redução da escala de representação para desenhar na folha de apresentação. DICA: No desenho arquitetônico, é recomendado o uso de escalas EXEMPLO DEmínimas ESCALAS:conforme a representação: Segundo a NBR 6492/1994 (norma brasileira de regulamentação) São recomendadas as seguintes PLANTAS BAIXAS, CORTES E FACHADAS escalas de redução: PLANTAS DE COBERTURA = 1/200 1/2 1/5 1/10 1/20 1/25 1/50 1/75 1/100 1/125 1/200 1/250 1/500 = 1/50 PLANTA DE SITUAÇÃO OU LOCALIZAÇÃO = 1/500 15 Outra escala bastante usual é a escala gráfica, que serve de referência para garantir a representação do desenho, pois ela permite que se identifique alguma alteração ocorrida durante as cópias (redução ou ampliação), ou ainda serve para demonstrar a proporção de um desenho sem colocar informações de distâncias nos projetos. 0 1 1 metro 3 2 metros 6 3 metros f) UTILIZAÇÃO DO ESCALÍMETRO Este instrumento é utilizado para remeter a escala de representação, aumentado ou diminuindo o objeto quantas vezes for necessário para ajustar na área de representação, devendo ser usado restritamente para medir, não deve ser usado para traçar as linhas, pois com o tempo ele desgasta e perde a precisão das medidas. escalímetro 16 Exemplo: 180 Para escalonar uma pessoa que mede 1,80m (ou 180 cm), podemos usar uma escala de 1/10, ou seja, queremos diminuir uma pessoa 10 vezes, teremos um desenho com 18 cm, conforme o 18 desenho ao lado. g ) CALIGRAFIA O desenho arquitetônico apresenta em forma de desenho os objetos a serem representados, e acompanham uma série de informações que contribuem para o bom entendimento do projeto, sendo extremamente importante que tais informações estejam bem posicionadas e sejam legíveis, para evitar diferentes interpretações do projeto. Segundo a norma NBR 8402/1994, que apresenta a padronização da caligrafia apresentada em projetos, às informações devem ser apresentadas em letras de forma com tamanhos variados, de acordo com a tabela a seguir. QUANDO VOCÊ ESCREVER PODE UTILIZAR GUIAS FEITAS COM GRAFITE 0.3 BEM SUAVE BANHO CERÂMICO 4.56m2 17 ABCDE 01234567 ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTOVXZ ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTOVXZ 0123456789 0123456789 h) TIPO DE LINHAS PARA REPRESENTAÇÃO As espessuras das linhas utilizadas no desenho arquitetônico podem ser classificadas em grossas, médias e finas. As espessuras variam conforme o uso (elemento representado) e a escala de representação. a) TRAÇO ESPESSURA TIPO DE LINHA PRINCIPAIS USOS GROSSO: 0,5 mm a 1,0 mm - Principais/secundárias Linhas que estão sendo cortadas (perfil) MÉDIO: 0,25 mm a 0,45 mm - Secundárias Linhas em vista/elevação FINO: 0,05 mm a 2,0 mm - Terciárias Linhas auxiliares/cotas/hachuras/ pisos Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas baixas e cortes, as paredes e os elementos estruturais (pilares, vigas, lajes) interceptados pelo plano de corte. Traço médio: as linhas de espessura médias, representam elementos em vista, ou seja, tudo que esteja abaixo (planta baixa) ou a além (cortes) do plano de corte, como peitoris, soleiras, 18 mobiliário, ressaltos no piso, vãos de aberturas, paredes em vista, etc. Também são utilizadas para representar elementos seccionados de pequenas dimensões, tais como marcos e folhas de esquadrias. Traço fino: as linhas finas são utilizadas principalmente para representar hachuras e texturas, tais como as que representam os elementos de concreto e madeiras, e as que representam os pisos e paredes revestidas, por exemplo, com pedras e cerâmicas. Também são utilizadas para representar as linhas de cotas e de chamadas. * Linhas nas representações das fachadas: nas representações das fachadas (elevações) de uma edificação são utilizadas linhas de diversas espessuras, que, entre outros fatores, variam seu traçado conforme: a distância relativa dos planos de fachadas ao observador; representarem contornos de planos ou linhas internas; representarem vãos ou elementos internos e externos a esses, etc. 19 20 Linhas de contorno - Contínuas A espessura varia com a escala e a natureza do desenho, conforme exemplo: Grafite: (± 0,9 mm) - Nanquim (± 0,8 mm) - Cad (cor 6 ± 0,8 mm) Linhas internas - Contínuas Firmes, porém de menor valor que as linhas de contorno, conforme exemplo: Grafite: (± 0,7 mm) - Nanquim (± 0,5 mm) - Cad (cor 4 ± 0,6 mm) Linhas situadas além do plano do desenho Tracejadas Mesmo valor que as linhas de eixo, conforme exemplo: Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,2 mm) Linhas de projeção - Traço e dois pontos Quando se tratar de projeções importantes, devem ter o mesmo valor que as linhas de contorno. São indicadas para representar projeções de pavimentos superiores, marquises, balanços, etc., conforme exemplo: b) LINHAS (ESPESSURAS / TIPOS) A diferenciação das linhas facilita o entendimento do projeto e transcrevem algum tipo de informação, normatizada pela NBR 8403/84, para cada tipo de representação, temos um tipo de linha específica que traduz o seu significado, conforme as características apresentadas ao lado. O uso correto dos tipos de linha, auxiliam no entendimento do projeto e deixam o projeto esteticamente mais apresentável. DICA: CUIDADO COM A POSIÇÃO DA LAPISEIRA EM RELAÇÃO AO PAPEL, QUALQUER INCLINAÇÃO DIFERENTE, OU ESPESSURA DIFERENTE DA LINHA FICA EVIDENTE E PREJUDICA O ACABAMENTO DO PROJETO. norma Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,2 mm) usual (tracejada) Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,2 mm) Linhas de eixo ou coordenadas - Traço e ponto Firmes, definidas, com espessura inferior às linhas internas e com traços longos, conforme exemplo: Grafite: (± 0,5 mm) - Nanquim (± 0,1 mm) - Cad (cor 2 ± 0,1 mm) Linhas de cotas - Contínuas Firmes, definidas, com espessura igual ou inferior à linha de eixo ou coordenadas, conforme exemplo: Grafite: (± 0,3 mm) - Nanquim (± 0,05 mm) - Cad (cor 1 ± 0,1 mm) Linhas auxiliares - Contínuas Para construção de desenhos, guia de letras e números, com traço; o mais leve possível, conforme exemplo: Grafite: (± 0,3 mm) 21 i) COTAS Para dimensionar os objetos ou ambientes, utilizamos linhas de cotagem, conforme a NBR 10126/87, podemos optar por alguns formatos que facilitam a leitura das dimensões de projeto, e devem ser aplicadas conforme as orientações a seguir. LINHAS DE COTAS COTAS ERRADAS 22 O R TE N N j) SÍMBOLOS Temos alguns símbolos importantes para representar algumas informações importantes, por exemplo: para localizar a orientação solara, devemos apresentar obrigatoriamente a indicação do NORTE em uma planta de situação (ver símbolo). Para indicar os níveis do pavimento, temos um símbolo específico para nível, ele representa a diferença de nível, em relação ao nível zero, geralmente adotado no nível natural do terreno de estudo. Ainda temos outros símbolos apresentado a seguir. N O E S outros símbolos corte em planta baixa rampas e escadas Indicação de chamada caf 100 rampa - sobe i: 5% acessos acesso principal acesso 00 peitoril h:110 A acessos interrupção nível em planta em corte peitoril h:110 A A 00 acesso principal nível em planta baixa inclinação de telhados i: 35% 23 k) HACHURAS Conforme a representação de determinado material, temos uma padronização do desenho. Segue as HACHURAS (nome dos desenhos) mais utilizadas em Desenho Arquitetônico conforme a Norma. Concreto em vista Alvenaria em corte (dependendo da escala e do tipo de projeto, pode ser utilizada hachura, pintura ou dois traços largos) Concreto em corte Argamassa Mármore/granito em vista Talude em vista Madeira em vista Enchimento de piso Madeira em corte Aterro Compensado de madeira Borracha, vinil, neoprene, mastique, etc. Aço em corte Mármore/granito em corte Isolamento térmico Vidro, espelho, acrílico, materiais refletivos em vista . 24 l ) ESQUADRIAS Todas as edificações possuem aberturas com esquadrias específicas para segurança, proteção solar ou para permitir a entrada de luz nos cômodos, sendo exigido pelo código de obras do município, devem sr feitas aberturas para ventilação e iluminação natural de acordo com o tipo e a área do ambiente, pode-se projetar as aberturas de forma a contribuir com a estética da edificação, sendo de extrema importância que sejam representadas de forma correta, segue alguns modelos mais utilizados. 25 26 ESQUADRIAS DETALHADAS 27 28 29 6 O DESENHO NA PRÁTICA 6.1 PLANTAS A Planta Baixa é um corte realizado no nível de 1,50m do nível do piso a ser representado. Através de um plano horizontal que corta toda a área de estudo, representamos de forma ortogonal os elementos que estamos cortando com uma linha mais grossa (paredes, por exemplo), outros elementos em vistas são representados com linhas médias (bancadas, muretas) e há ainda as linhas finas que estão mais distantes do ponto do observador (pisos). 6.2 CORTES O Corte é onde realizamos uma seção vertical na área a representar. Deve ser posicionado estrategicamente com o objetivo de detalhar algum elemento da edificação (aberturas, por exemplo). 30 6.3 FACHADAS As Fachadas ou elevações, devem representar as vistas verticais externas da edificação, detalhando tipo de revestimento e elementos que compõem a estética. Por apresentar as informações em caráter visual, as fachadas não são cotadas, mas podem ter texturização e até coloridas para remeter o material aplicado. 6.4 PLANTAS COMPLEMENTARES Ainda existem outros desenhos que complementam o projeto arquitetônico, que serão abordados no decorrer da disciplina. PLANTA DE COBERTURA PLANTA DE LOCALIZAÇÃO PLANTA DE SITUAÇÃO 6.5 DETALHES DETALHES CONSTRUTIVOS ESCADAS TELHADOS 31 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esperamos que o conteúdo desenvolvido e organizado nessa apostila contribua efetivamente para a compreensão e desenvolvimento do Desenho Arquitetônico. Sabemos da importância do instrumento desenho para possibilitar a representação gráfica de um projeto, sem ele não existe projeto. Acreditamos que a apostila é um instrumento que colabora no processo de aprendizagem do acadêmico, sendo um auxilio para estruturação do plano de aula e para acompanhamento do aluno nas diferentes etapas do desenvolvimento do semestre. Essa apostila acaba acompanhando o acadêmico durante o inicio do curso, sanando algumas dúvidas e trazendo esclarecimentos necessários. O processo de elaboração da apostila, as discussões e análises feitas em conjunto entre os professores gerou um enriquecimento muito grande na qualidade da aula ministrada. 8 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 8196 Desenho Técnico: emprego de escalas. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. ABNT. NBR 13142 Desenho Técnico: dobramento de cópias. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. ABNT. NBR 6492 Representação de Projetos de Arquitetura. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. ABNT. NBR 8402 Execução de Caractere para Escrita em Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1994. ABNT. NBR 10582 Apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1988. ABNT. NBR 10068 Folha de desenho: leiaute e dimensões. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. ABNT. NBR 10126 Cotagem em Desenho Técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. ABNT. NBR 8403 Aplicação de Linhas em Desenho - Tipos de Linhas - Larguras das linhas. Rio de Janeiro: ABNT, 1984. CÓDIGO DE OBRAS DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ. CHING, Francis D. K. Representação gráfica em Arquitetura. Porto Alegre: Bookman, 2000. (5 exemplares - 729 C539r) FRENCH, T. E., VIERCK, C. J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. São Paulo: Globo, 2005. (10 exemplares - 604.2 F873d). MONTENEGRO, Gildo. Desenho Arquitetônico. Edgard Blucher, 2001. (10 exemplares - 720.284 M777d) 32 8 REFERÊNCIAS SUGERIDAS CHING, F. Arquitectura: Forma, Espacio y Ordem. 6.ed. México, Ediciones Y. Gilli,1982 LIMA, João Figueiras. O que é Ser Arquiteto. Record, 2004 PAPAZOGLOU, Rosarita Steio; BUENO, Cláudia Pimentel. Desenho Técnico para Engenharias. Curitiba: Jurua, 2008. SILVA, Eurico de Oliveira; ALBIERO, Evandro. Desenho Técnico Fundamental. São Paulo: EPU, 2005. WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fontes, 1988. KANDINSKY, Wassily. Ponto e linha sobre plano. Lisboa: 12ª Edição. Edições 70. 1992. PUTONOKI, José Carlos. Elementos de geometria e desenho geométrico. São Paulo: Scipione, 1989. 33