CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO - CEAP DISCIPLINA: METODOLOGIA DO PROJETO ARQUITETÔNICO E URBANÍSTICO Professor: Ms. Arquiteto Adailson Oliveira Bartolomeu 1 HISTÓRIA 2 O projeto de arquitetura é o processo pelo qual uma obra de arquitetura é concebida e também pela sua representação final. Durante a antiguidade quando surgiram os primeiros monumentos – assim que o homem passou a dominar a técnica de trabalhar a pedra – e também pela necessidade de abrigo, surge o principal elemento da organização de diversos povos: a construção da própria casa. As primeiras atividades relativas a arquitetura surgiram quando a população começou a evoluir e aumentar, também pelo fato das constantes ameaças bélicas, dando a atividade militar a posição de primeira modalidade arquitetônica a se desenvolver. 3 4 A humanidade passou a conviver com a presença da crença divina, a adoração ao poder superior fez com que os principais edifícios fossem os templos e os palácios, associando a figura do arquiteto a de um sacerdote. No fim do século XVIII e início do XIX, a Europa assistiu a um grande avanço tecnológico, resultado direto dos primeiros momentos da Revolução Industriale da cultura iluminista. Foram descobertas novas possibilidades construtivas e estruturais, de forma que os antigos materiais (como a pedra e a madeira) passaram a ser substituídos gradativamente pelo concreto (betão) (e mais tarde pelo concreto armado) e pelo metal. Hoje a arquitetura aliada as técnicas construtivas estão revolucionando o mundo com obras inimagináveis. 5 O HOMEM VITUVIANO 6 O HOMEM VITUVIANO O homem vitruviano recebeu esse nome por causa do livro de arquitetura, o arquiteto romano Marcos Vitruvius Pollio(70 a.C). A descrição, descoberta em 1415 no tratado de vitrúvio. O espaço entre as pernas abertas formam um tiângulo equilátero. O comprimento dos braços abertos do homem é igual à sua altura .A distância das raízes dos cabelos até o fim do queixo mede um décimo da altura do homem; e do fundo até topo da cabeça mede um sexto da altura do homem; a do topo do peito até às raízes do cabelo medem um sétimo da altura do homem; a dos mamilos ao topo da cabeça mede um quarto da altura do homem. O início dos órgãos genitais marca o centro do homem. 7 CONCEITOS 8 A HISTORIA DA METODOLOGIA DO PROJETO 9 Para mostrar o que é projeto, seria muito fácil responder: “é o método para a produção arquitetônica”. Esta resposta, no entanto, não estaria completa, porque sabemos muito bem que o projeto é já uma imagem realizada. É possível conceber um programa expresso com palavras, com cifras, ao passo que o projeto é já uma imagem feita visando uma execução técnica. A partir desta conotação fundamental, podemos dizer que o desenho, o projeto, é a relação direta entre uma atividade puramente intelectual e uma atividade manual. 10 Entre uma atividade individual e uma atividade que é quase sempre uma atividade coletiva, o projeto não é somente um procedimento presente em todas as artes. Vocês sabem muito bem que desde o século XV, desde Leon Batista Alberti, as artes não são mais consideradas como diferentes atividades técnicas, mas como uma atividade intelectual única, que tem ramificações tais como a pintura, a escultura e a arquitetura. 11 A idéia de projeto – a idéia de desenho, porque evidentemente todo projeto é desenho e todo desenho é ao menos virtualmente um projeto – leva necessariamente a considerar a amplitude desta idéia de projeto arquitetônico 12 REPRESENTAÇÕES DE IDEIA 13 É um pouco o símbolo ou o modelo de uma atividade de projeto, de uma vontade de projeto que se manifesta, não somente nas artes, mas em todas as atividades humanas, em toda a cultura. 14 15 A cultura dos projetos veio depois de um outro tipo de cultura, que era uma cultura modelo. Há uma diferença notável entre a idéia de projeto e a idéia de modelo. Um modelo pode apenas ser imitado e a atividade que imita é uma atividade de reprodução, é uma atividade de reflexão; e temos por outro lado uma cultura que é transgressão e transgressão de si mesma. Então, nós podemos muito bem dizer que a cultura do projeto representa o fim de todo o principio de autoridade na cultura e o fim, por conseqüência, de uma concepção da arte como imitação, como mímesis. É portanto, o fim da arte clássica e o inicio da cultura moderna. 16 Le Corbusier Dom-ino House 17 Processo de projeto Em arquitetura, o processo de criação não possui métodos rígidos ou universais entre profissionais, muito embora possam ser atestados alguns procedimentos comuns entre projetistas. O processo é complexo e pouco externado pelo profissional. O campo projetivo arquitetônico situa-se numa área intermediária entre ciência e arte, tendo que responder a questões não perfeitamente definidas e permitindo múltiplas abordagens (DÜLGEROGLU, 1999; JUTLA, 1996). 18 Processo de projeto Há subáreas (representação da forma, história e teoria de construções e estudo das estruturas, entre outras) que se desenvolvem de maneira independente, cada uma com um tipo de dialeto, sendo necessário integrá-las na concepção do projeto. O campo também possui o conhecimento universal para fazer normas e padronizações e o conhecimento específico para cada caso. Assim sendo, todo problema é único e, portanto, cada solução está baseada em um conjunto diferente de critérios. 19 Processo de projeto São grandes as dificuldades de enquadrar as características do processo projetivo em metodologias de projeto, uma vez que o processo de criar formas em arquitetura é, na maioria das vezes, informal, individual ou simplesmente pertence a escolas de regras estéticas (KOWALTOWSKI; LABAKI, 1993). Estudos do processo criativo indicam pelo menos cinco tipos de *heurísticas aplicadas na solução de projetos (ROWE, 1992; LAWSON, 1997; HEARN, 2003): * O Pensamento heurístico, vem do grego DESCOBERTA, não é uma verdade verificável, é circunstancial, portanto, não pode ser comprovada matematicamente. Muito útil na hora de resolver problemas de comunicação, a solução para o 20 problema pode ser encontrada através de tentativas e erros. Processo de projeto 21 Processo de projeto - tipos de heurísticas (a) analogias antropométricas: baseiam-se no corpo humano e nos limites dimensionais; (b) analogias literais: uso de elementos da natureza como inspiração da forma; (c) relações ambientais: aplicação com maior rigor de princípios científicos ou empíricos da relação entre homem e ambiente, tais como clima da região, tecnologia e recursos disponíveis; (d) tipologias: aplicação de conhecimento de soluções anteriores a problemas relacionados, podendo-se dividir em modelos de tipos de construção, tipologias organizacionais e tipos de elementos ou protótipos; e (e) linguagens formais: estilos adotados por grupos ou escolas de projetistas. 22 Pode-se considerar o processo de projeto como um conjunto de atividades intelectuais básicas, organizadas em fases de características e resultados distintos. Essas atividades são análise, síntese, previsão, avaliação e decisão. Na prática, algumas atividades podem ser realizadas através da intuição, algumas de forma consciente e outras a partir de padrões ou normas (LANG, 1974). 23 Na prática, algumas atividades podem ser realizadas através da intuição, 24 algumas de forma consciente e outras a partir de padrões ou normas (LANG, 1974). O projeto arquitetônico faz parte da família de processos de decisão. O processo de decisão em um projeto pode utilizar a descrição verbal, gráfica ou simbólica, isto é, vários mecanismos de informação, para antecipar analiticamente um modelo e seu comportamento (ROSSO, 1980). 25 Podem-se ainda considerar as principais fases do modelo geral da tomada de decisão, que, traduzidas pela prática profissional dos projetistas, dividem-se em programa, projeto, avaliação e decisão, construção e avaliação pós-ocupação. Em cada fase, pode ser realizada uma série de atividades (LANG, 1974). Na rotina dos escritórios de arquitetura, observa-se ainda a divisão da fase de projeto em croquis, anteprojeto e projeto. 26 De acordo com Mumford et al. (1994), o pensamento criativo representa uma forma de solução de problemas. Os estudos da capacidade humana de buscar soluções de problemas enfocam elementos cognitivos. No projeto de edificações, é papel do projetista apresentar não um universo de soluções, mas aquelas que, em princípio, atendam ao programa do cliente nos aspectos funcionais e técnicos e ao enfoque econômico que o mesmo cliente propõe (ROSSO, 1980). È característica dessas soluções respeitar uma das verdades absolutas no desenvolvimento do processo mental de criação do projeto: as idéias normalmente estão em diferentes estágios de definição e não seguem uma ordem linear de seqüência de decisão (BROADBENT, 1970). 27 A metodologia de projeto, como um procedimento organizado para transportar o processo de criação a certo resultado, procura racionalizar as atividades criativas e apoiar o projetista para a solução de problemas cada vez mais complexos, uma vez que a tomada de decisão significa escolher um curso de ação entre muitas possibilidades. 28 29 As metodologias de projeto que auxiliam o processo criativo podem ser vistas como abstrações e reduções utilizadas para compreender o fenômeno projetivo. Existe um consenso entre os teóricos de que a intuição é parte importante do processo e de que o modelo de projeto não é uma seqüência linear de atividades exatas, uma vez que o projetista não possui a priori amplo conhecimento da natureza do objeto de projeto, e seu processo de pensamento não pode ser considerado totalmente racional (LANG, 1974). 30 A projetação em Arquitetura se dá através de representações que antecipam uma intenção de transformar um dado ambiente ou lugar. O projeto e sua expressão demonstram a postura do arquiteto em relação a sua época e aos meios técnicos disponíveis. No decorrer da história, arte e técnicas inerentes à representação do objeto arquitetônico receberam enfoques diferentes, buscando sempre a correspondência entre os pensamentos e questionamentos contemporâneos, bem como a expressão gráfica. 31 O desenvolvimento da progressão projetual, caracterizado pela busca de uma linearidade, pode ser descrito sinteticamente assim: em um primeiro momento tem-se a definição do ‘Programa de Necessidades’, seguindo-se pelos ‘Croquis’ que descrevem o local onde será inserida a edificação, o partido a ser adotado, a viabilidade do programa, formulando e reformulando o desejo do arquiteto que por sua vez atenta para os desejos dos outros. A resolução do partido ainda se encontra em fase embrionária e a pormenorização é inexistente. Quando uma solução geral é encontrada, coloca-se o estudo em escala, dimensionam-se todos os componentes e inicia-se o processo de comunicação do projeto. Esta etapa denominase ‘Anteprojeto’. 32 A etapa conclusiva, denominada ‘Projeto Executivo’, deve ser clara o bastante para que se permita atingir o objetivo determinado que é a construção do edifício. Esta comunicação é feita através de desenhos (plantas, cortes, elevações, esquemas, detalhes, etc.) e elementos textuais (memórias, especificações, gráficos e tabelas). Porém, este resultado apresenta imagens estáticas, incapazes de incorporar outros acontecimentos espaciais, como luz e som, o que para TSCHUMI (1994), exclui a idéia de tempo do projeto. 33 Essa operação projetual, enquanto representação de uma futura edificação, se estabelecese de duas maneiras fundamentais: a formação de imagem da edificação e sua comunicação codificada visando a uma correta compreensão. Estes eventos não são temporalmente sucessivos nem logicamente causais; são funcionalmente independentes e se influenciam mutuamente ao longo do desenvolvimento do projeto. A esse respeito, GOULETTE (1997) aponta três fases distintas dentro do processo projetual: “análise, síntese e adaptação (...) estas três fases são intimamente ligadas e o desenrolar do processo não tem nada de linear”. 34 Sabemos que projetação e representação vão se diferenciar através da influenciação dos meios tradicionais (lápis, régua, esquadro,...) ou dos meios digitais. 35 Enquanto um estimula a imaginação o outro exige um nível mais avançado de definição do partido adotado, já que impõe uma maior abstração geométrica para a sua construção rompendo com a linearidade até então estabelecida pelos meios tradicionais.. No entanto, com o uso generalizado dos computadores as condições de produção de projetos de arquitetura se ampliaram, contribuindo para pensar de outra forma as questões de geração de alternativas, hipóteses, de avaliação e teste das mesmas. Então, outra finalidade foi atribuída: uma ferramenta capaz de explorar possibilidades projetuais para além da representação, modificando a forma de se pensar o espaço. 36 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Texto de Giulio Carlo Argan Tradução: José Eduardo Areias Revisão: Profª. Drª. Regina Meyer. Publicado pela Revista Caramelo 6. FAU/USP Reflexão sobre metodologias de projeto arquitetônico A reflection on architectural design methodologies Doris Catharine Cornelie Knatz Kowaltowski Maria Gabriela Caffarena Celani http://projetoarquitetonico.blogspot.com.br/p/historia.html 37