Ano IX • nº 178
31 de março de 2010
R$ 5,90
Clausem Bonifacio
empoucaspalavras
Ao folhear as recém-escritas páginas da revista em
busca de inspiração para estas poucas – ou nem tão
poucas assim – palavras, constato: nossos três colunistas
enogastronômicos estão especialmente impossíveis.
Fechando seu périplo às capitais nordestinas, o belga/
brasiliense Quentin Geenem de Saint Maur nos relata
suas experiências, digamos, gustativas, em João Pessoa,
onde comeu variedades de... bode. Na coluna Palavra do
Chef (página 9) ele descreve algumas delas: tripinha de
bode crocante, linguiça do próprio devidamente escoltada
de farofa e vinagrete e o melhor cuscuz que Quentin já
comeu.
Já Luiz Recena, nosso “soteropolitano” correspondente, descobriu na capital baiana um restaurante de
comida árabe que tem até dança do ventre com dançarina
capaz de enlouquecer o mais comportado cidadão (página
10). Convenhamos, não é todo dia que se encontra, em
Salvador, o que ele mesmo define como “um pequeno
oásis árabe” em plena praia de Stella Maris, não?
Para completar a tríade, Alexandre dos Santos Franco
comenta um livro que leu recentemente sobre vinhos
cujos nomes e desenhos dos rótulos mais se parecem
com os encontrados nas cachaças genuinamente brasileiras. Um exemplo? Há um tinto californiano que se
chama, pasmem, Bunda Grande... Divirtam-se lendo
a coluna Pão & vinho, na página 11.
Imperdíveis também estão as matérias da seção Água
na boca, a partir da página 4. Lá você encontrará sugestões
de restaurantes que têm cardápio especial na Semana
Santa, com claro predomínio do bacalhau, e também as
primeiras informações sobre mais uma edição do Brasil
Sabor, o festival nacional que reúne, só aqui em Brasília,
quase cem bares e restaurantes. Um deles é o Villa Borghese, da chef Ana Toscano, cujo fotogênico Gamberetto
Tropicale (camarões grelhados em azeite extravirgem,
temperados com f lor de sal, acompanhados de risone
perfumado com ervas e manga grelhada) ilustra a capa
desta 178ª edição da Roteiro.
Boa leitura e uma deliciosa Páscoa.
Maria Teresa Fernandes
Editora
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águanaboca
A Semana Santa é ótima oportunidade para degustar a iguaria
peruana que a cada dia conquista mais apreciadores: o ceviche
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palavradochef
garfadas&goles
pão&vinho
roteirogastronômico
lazer&compras
dia&noite
brasiliensedecoração
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graves&agudos
luzcâmeraação
ROTEIRO BRASÍLIA é uma publicação da Editora Roteiro Ltda | SHS, Ed. Brasil 21, Bloco E, Sala 1208 – CEP 70322-915 – Tel: 3964.0207
Fax: 3964.0207 | Diretor Executivo Adriano Lopes de Oliveira | Redação [email protected] | Editora Maria Teresa Fernandes | Capa Carlos
Roberto Ferreira sobre foto de divulgação | Diagramação Carlos Roberto Ferreira | Reportagem Akemi Nitahara, Alexandre Marino, Alexandre
dos Santos Franco, Beth Almeida, Eduardo Oliveira, Heitor Menezes, Lúcia Leão, Luiz Recena, Quentin Geenen de Saint Maur, Reynaldo Domingos
Ferreira, Sérgio Moriconi, Silio Boccanera, Súsan Faria e Vicente Sá | Fotografia Eduardo Oliveira e Rodrigo Oliveira | Contatos Comerciais Giselma
Nascimento (9985.5881) e Ronaldo Cerqueira (8217.8474) | Assinaturas (3964.0207) | Impressão Gráfica Charbel | Tiragem 10.000 exemplares
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águanaboca
Rosbife com taioba, arroz
com castanha e angu com
shitake, do Esquina Mineira
A festa da gastronomia
Brasil Sabor Brasília de 2010 terá número recorde de participantes
Por Eduardo Oliveira
O
s chefs brasilienses que se preparem, porque de 14 de abril a 16
de maio eles vão ter muito trabalho. Vai começar o festival que é garantia
de casa cheia. Promovida pela Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel),
a sexta edição do Brasil Sabor Brasília movimentará a gastronomia brasiliense durante 33 dias. Este ano, um número recorde de restaurantes – 79 casas em 98 endereços – participa da maratona gastronômica, oferecendo pratos exclusivos com quatro faixas de preço: R$ 16,10, R$ 24,20, R$ 32,30 e R$ 42,40.
Talvez o maior atrativo para o cliente,
o que tornou o festival um sucesso nas
edições passadas, seja o Circuito Gourmet, um tipo de “programa de milhagem”
para os bons de garfo. Cada prato consumido será identificado com um selo, colado em um minicardápio. Após concluir o
circuito de seis restaurantes, o cliente po4
derá escolher o prato de que mais gostou
entre as casas onde comeu e repeti-lo, desta vez de graça, mediante a apresentação
do cupom com os seis selos. Além de turbinar o número de frequentadores nos restaurantes participantes, o festival serve também como um laboratório para os chefs testarem suas novas receitas. Se o público aprovar, o prato
entra no cardápio. É o caso do Peixe na
Rede, participante do Brasil Sabor Brasília
pel o quarto ano consecutivo. “Eu uso o
festival para lançar os pratos, que depois
acabam entrando no nosso cardápio”, diz
a chef Maria Luiza da Mata. Este ano ela
apresenta o filé de tilápia ao molho de limão siciliano e camarões (R$ 24,20).
O restaurater Gil Guimarães concorda
que o festival é um bom momento para
lançar pratos novos. ”No Baco, por exemplo, criamos uma pizza e estamos guardando a receita há três meses só para lançar no festival”, conta. A pizza à qual ele se
refere tem a massa feita com vinho no lu-
gar da água, e é coberta com provolone picante e tomate confit (R$ 24,20). Gil também participa do festival com o Parrila
Madrid (fraldinha grelhada ao molho de
tomate e gorgonzola, a R$ 24,20) e a Forneria Baco (ravióli de lagosta, a R$ 32,30).
Para os apreciadores da boa mesa, o
festival é uma oportunidade de sair da rotina e experimentar novos sabores. Para
quem gosta de desafiar o paladar, certamente a opção mais exótica é a combinação de lascas de jacaré com bacon, temperado com tradicionais ingredientes da cozinha brasileira e acompanhado de baguete francesa, do Bar Godofredo. “Escolhi
esse prato para mostrar que petisco de bar
não precisa ser só batata frita, pode ser
mais sofisticado”, explica Aylton Tristão,
dono do bar. A porção, elaborada pelos
chefs Marcelo Teixeira e o francês Arnauld Le Lay, sai por R$ 32,30 e serve de
duas a três pessoas. Para harmonizar com
a carne de jacaré, a casa oferece 50 opções
de cerveja.
Filé de tilápia ao molho de limão siciliano e camarões, do Peixe na Rede
Fotos: Divulgação
Falando nisso, a harmonização dos pratos com bebidas é
uma novidade deste ano. Em parceria com a Ambev, o festival
conta com a degustação da cerveja Bohemia. Assim, conforme o
tipo de prato saboreado, o cliente ficará sabendo se o ideal é harmonizar com a cerveja tipo Weiss, Escura, Confraria ou Pilsen. O
evento tem também o apoio das vinícolas Miolo, Casa Valduga,
Vinãs Del Mar e Obra Prima. Como acontece desde a primeira edição, o Brasil Sabor Brasília tem movimentada programação paralela, com projeto especial
das cozinhas-shows e aulas de gastronomia com renomados
­chefs. Serão realizados encontros gastronômicos nos shoppings
da cidade, como o Liberty Mall, Terraço Shopping, Brasília Shopping, Pátio Brasil e Taguatinga Shopping. O objetivo é reunir o
público comum e alguns convidados especiais para participarem
de degustações com harmonizações e cursos direcionados. Os
menus serão preparados por chefs de alguns restaurantes, que
mostrarão o melhor da sua cozinha, com entrada, prato principal
e sobremesa. Ancho do campo com arroz cremoso de baunilha e maçãs glaceadas, do Triplex
Lascas de jacaré com bacon, do Bar Godofredo
Vai acabar, já já...
Quem ainda não foi tem tempo de aproveitar o finalzinho
do Roda de Boteco Brasília 50 anos, festival que termina dia 4
de abril e vai premiar o melhor tira-gosto da cidade. Mas quem
quiser provar, de uma vez só, todas as delícias preparadas pelos 32 bares e botecos participantes da disputa pode ir ao Botecão, a festa de encerramento que acontece dia 9, no Expo
Brasília do Parque da Cidade.
A primeira edição do festival avalia, em 23 dias, os estabelecimentos inscritos (veja em www.rodadeboteco.com.br),
que concorrem em quatro categorias: melhor tira-gosto, temperatura da bebida, atendimento e higiene, além de melhor
garçom. Os três melhor pontuados na avaliação popular receberão troféu criado pelos artistas pernambucanos Genésio Gomes e Artur Brito. E o garçom mais votado receberá R$ 2 mil.
O segundo e o terceiro receberão, respectivamente, R$ 1.500 e
R$ 1 mil. Contudo, só levarão os prêmios aqueles que tiverem
feito um curso de qualificação do Sebrae/DF, um estímulo a
mais para seu aperfeiçoamento profissional.
O Roda de Boteco é um festival gastronômico que já acontece em Vitória (ES), Recife (PE) e Feira de Santana (BA). Tem
por objetivo “estimular a concorrência saudável entre os donos
dos estabelecimentos que passam a se preocupar em fazer
pratos caprichados, usando ingredientes locais e tipicamente
brasileiros”. Organizado pelo Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Brasília (Sindhobar/DF), em parceria
com a Ecos Eventos, o festival tem apoio da Empresa Brasiliense de Turismo – Brasiliatur e do Sebrae/DF, e faz parte das programações de comemoração dos 50 anos de Brasília.
Os campeões do Roda de Boteco serão anunciados na festa
do dia 9, que será animada pela banda Fundo de Quintal e Dudu Nobre, entre outros. Os ingressos estão sendo vendidos nos
bares participantes e custam entre R$ 40 e R$ 100.
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Gabriel Jabur
águanaboca
Bacalhau
da Páscoa,
do Bier Haus
Dá-lhe
bacalhau!
Pra variar, a iguaria de origem
portuguesa domina os cardápios
dos restaurantes na Semana Santa
Por Beth Almeida
A
tradição cristã recomenda que não comamos
carnes de animais de sangue quente na Sextafeira Santa, em respeito ao sacrifício ocorrido há
mais de dois mil anos. Mas a restrição não precisa representar sacrifício para os fiéis. E quando o assunto é bacalhau, é bem o contrário. Para esta Semana Santa, vale
conferir algumas promoções e novos sabores oferecidos
pelos restaurantes da cidade.
Clausem Bonifacio
A onda do ceviche
Carlos Muñoz e David Lechtig
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A
Semana Santa é ótima oportunidade para degustar uma das novas
ondas da gastronomia: o ceviche,
iguaria de origem peruana em que o peixe
cru é marinado em limão, coentro, cebola
roxa e pimenta. A tendência se consolidou no Brasil a partir do ano passado,
com a abertura de restaurantes peruanos
em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em
Brasília, chegou para ficar ao cardápio do
El Paso Latino, que realizou recentemente
o II Festival de Ceviches, desta vez tendo
como chef convidado o peruano Carlos
Muñoz.
Para o festival, Muñoz e David
Lechtig, dono do El Paso, trabalharam em
parceria, privilegiando os sabores de frutas brasileiras como a carambola e a mangaba, além das receitas tradicionais. Um
exemplo é o Ceviche Del Cerrado, em
que a tilápia é acompanhada de carambola, cebola roxa, aji amarillo (pimenta típica peruana) e pimenta dedo-de-moça. O
festival já acabou, mas muitas das receitas
foram incorporadas ao cardápio do restaurante. “A principal virtude do ceviche é
o equilíbrio entre o picante e o ácido”,
explica Muñoz.
Ele reconhece que a boa aceitação do
ceviche, no Brasil e em outros países, se
deve em muito à prévia popularização da
culinária japonesa, em que gourmets do
mundo inteiro passaram a ver com naturalidade a degustação de peixes sem cozimento em sushis e sashimis. “Mas o ceviche tem uma grande vantagem, que é a
variedade de temperos da cozinha peruana, especialmente pimentas. Isso permite
explorar sabores diferentes todos os dias”,
defende o chef. Segundo ele, o prato é de
origem pré-incaica. “Há mais de dois mil
anos o povo Mojica, que vivia na costa
norte do Peru, já consumia o peixe fresco
com aji amarillo, que eles chamavam de
siwishi”, conta. É a primeira referência his-
Divulgação
tórica ao prato, que depois recebeu
influên­cias de colonizadores espanhóis e,
mais recentemente, de imigrantes de origem japonesa e chinesa.
O prato também está presente no cardápio de outras duas casas da cidade, a
Forneria Baco e o Barcelona. “Quando
pensamos no cardápio de entradas, escolhemos o ceviche como uma das alternativas do bufê, porque é refrescante, muito
saboroso e saudável”, afirma Gil Guimarães, proprietário da Forneria Baco. No
Barcelona, o ceviche é uma das opções do
balcão de frutos do mar, serviço implantado na casa em novembro do ano passado,
em que o cliente escolhe o peixe e como
quer que ele chegue à mesa. Como praticantes da chamada cozinha de mercado,
em que o cardápio do dia depende da
oferta de produtos frescos e da estação, as
duas casas variam os tipos de peixes de
acordo com o que encontram diariamente
na Feira do Guará.
A iguaria peruana pode ser saboreada
também em festas elegantes da cidade. O
e servido com arroz, castanha, batata sauté
legumes no vapor.
O chef Dudu Camargo também escolheu o bacalhau para ser a estrela de suas
criações do período pascal. Durante o feriadão, o Dudu Camargo Restaurante, a
Cantina Unanimità, o Fatto e o Your’s
oferecem cinco pratos, todas com o peixe
entre os ingredientes. As opções vão desde o tradicional bacalhau com natas até
uma salada de sete grãos com lascas de bacalhau e alho-poró, regada a uma redução
de cramberry (fruta nativa dos EUA, semelhante à cereja). Dudu destacou o bacalhau até na Fratello Uno, com um sabor
de ­pizza que leva lascas do peixe acebolado, pimentões coloridos, azeitona preta,
lascas de ovo e azeite de alho.
Famoso por seus steaks, o Outback
também entrou na onda da Semana Santa, acrescendo ao seu cardápio grande variedade de peixes e frutos do mar. Só de
entrada são três opções: camarões grelhados servidos sobre uma fatia de pão australiano (R$ 28), combinação de camarões
e queijos finos, gratinados ao ponto e servidos com tortilhas crocantes e cortes de
lulas empanadas servidas com molho
Pintado grelhado, acompanhado de
arroz à moda da Lousiana, do Outback
Aioli ou o tradicional Marinara (ambos a
R$ 25,50). O novo prato de peixe do cardápio (truta ou pintado) vem grelhado,
temperado com ervas especiais e acompanhado do cajun rice, arroz ao estilo da Lousiana (R$ 34). Há também duas variações
da tilápia (R$ 29,50).
Os que gostam de saborear a cozinha
regional nordestina podem experimentar
um escondidinho de bacalhau (bacalhau
em lascas, coberto por purê de mandioca
e gratinado ao forno) do restaurante Seve-
Clausem Bonifacio
Na rede Dom Francisco, a data é marcada por um festival de bacalhau iniciado
no dia 26 de março, com receitas desenvolvidas por Francisco Ansiliero em parceria
com o chef Valdemir Rodrigues. São sete
opções de pratos individuais nas cinco casas da rede. Tem desde o tradicional bacalhau na brasa até novidades como o bacalhau aromático (em lascas, com cebola pérola, alho-poró e erva-doce, em cama de batatas cozidas) e o à moda do Lamego, em
que a posta do peixe ganha uma crosta de
alho e farinha de rosca.
O Bier Fass do Pontão do Lago Sul
oferece o bacalhau mediterrâneo, com cogumelos, berinjela, palmito pupunha e pimentões. Para acompanhar, batata chips e
brócolis ao alho e óleo. Uma delícia para
degustar tendo ao fundo a bela paisagem
do local. Também no Lago Sul, a atração
na Fortunata é o bacalhau afortunado,
uma receita que lembra à Gomes de Sá,
mas em que a batata inglesa é substituída
pela baroa.
No Bier Haus, além do bacalhau da
Páscoa, a clientela poderá degustar uma
peixada ou o Linguado da Paixão, em que
o peixe é grelhado ao molho de maracujá
Ceviche del chef: salmão em cubos curtido no limão com cebola branca ao molho de ostras
bufê de festas Sweet Cake, por exemplo,
oferece aos convivas pelo menos quatro
opções. “Nós já temos o ceviche no cardápio há bastante tempo, mas notamos um
aumento dos pedidos no último ano”,
afirma o proprietário da empresa, Celso
Jabour.
El Paso Latino
404 Sul (3323.4618)
Forneria Baco
ParkShopping (3234.7871)
Barcelona
206 Sul (3242.1141)
Sweet Cake
QI 21 do Lago Sul (3366.3531)
412 Sul (3345.3531)
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águanaboca
rina. A casa também servirá uma tradicionalíssima peixada pernambucana, com o
indispensável pirão.
No Gula Capital, o escondidinho será
de camarão e o bacalhau chegará à mesa
com natas. Para a criançada, a casa terá
uma atração a mais no domingo de Páscoa: um coelhinho para animar as brincadeiras e distribuir ovinhos.
Até os japoneses se renderam ao nobre peixe. No Mitzu, por exemplo, além
de sushis, sashimis e peixes defumados, o
bufê do almoço também contará com um
saboroso risoto de bacalhau. Também na
Sexta-feira Santa, a casa oferece à clientela
a cortesia de um harumaki doce para a sobremesa.
Entre os novos endereços da cidade, o
4Doze Bistrô servirá um robalo com fondue de alho-poró e dois acompanhamentos, entre diversas opções à escolha da
clientela, como o tomate farci (recheado
com farofa de legumes) ou o duo de purês
(abóbora com mel e cará com hortelã).
Engana-se quem imagina que churrascaria fecha nesta data. A Pampa, por
Dom Francisco
exemplo, vai funcionar com um cardápio
à base de bacalhau, peixes assados e em
postas, camarões, sushis e sashimis.
Asbac, Academia de Tênis, 402 Sul, Pátio
Brasil e ParkShopping (3363.3079)
Bier Fass
Pontão do Lago Sul (3364.4041)
Fortunata
Para degustar em casa
QI 9 do Lago Sul (3364.6111)
Quem prefere usufruir da companhia
da família e amigos em casa também não
precisa passar o dia de folga na cozinha.
A Quitinete, da chef Mara Alcamin, aceita encomendas para o feriado, com opções de saladas e, claro, pratos à base de
bacalhau. Opções também de salmão, recheado ou em postas, e uma pescada
amarela.
Quem quer fazer bonito na cozinha,
mas está sem ideias, pode recorrer ao Camarão Gourmet, uma boutique de frutos
do mar e pescados. Além de comercializar
os ingredientes, a casa oferece a assistência de gastrônomos profissionais, que
orientam os clientes em relação ao modo
de preparo dos pratos, sugerindo receitas
e acompanhamentos. A empresa também
dispõe de serviço de personal chef e produz
os pratos sob encomenda, que o cliente leva congelados para casa.
Bier Haus
402/403 Sul (3224.3535)
Dudu Camargo Restaurante
303 Sul (3323.8082)
Cantina Italiana Uninimità
408 Sul (3244.0666)
Fatto
QI 9 do Lago Sul (3364.0284)
Yours
QI 11 do Lago Sul (3248.0184 / 3248.0132)
Fratello Uno
103 Sul e 109 Norte (3321.3213/3447.8989)
Outback Steak House
ParkShopping (3234.7958)
Severina
201 Sul (3224.6362)
Gula Capital
716 Norte (3202.3111/ 3202.3112)
Mitzu
116 Sul (3245.1780)
4Doze Bistrô
412 Sul (3345.4351)
Churrascaria Pampa
Carrefour Sul (3343.3033)
Quitinete
209 Sul (3242.0506)
Camarão Gourmet
Deck Brasil – QI 11 do Lago Sul (3248.1555)
Fotos: Divulgação
Doce unanimidade
Lacta
Se a atração da sexta-feira são os pescados, no domingo de Páscoa a estrela é o
chocolate. Em ovos, em coelhinhos ou em
forma de bombons recheados, a doce delícia é uma unanimidade entre crianças e
adultos. Só da Lacta, por exemplo, há 47
opções.
Quem preferir alternativas aos ovos
industrializados pode buscar as muitas opções de chocolates artesanais preparados
pelas lojas especializadas da cidade.
Na Chocolataria Cacahuá, uma das
novidades são os ovos decorados com
motivos astecas e maias. Para a criançada,
chocolates em forma de pintinhos, que
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Cacahuá
vêm acondicionados em uma caixa de
ovos. Os bombons, vendidos separadamente ou dentro dos ovos, têm recheios
como lascas de amêndoas, castanhas de
caju ou avelãs. Para presentear, os chocolates podem vir em cestas de porcelana.
A Stans homenageia os 50 anos de
Brasília com um ovo de chocolate ao leite
pintado à mão nas cores verde e amarela,
com imagens que remetem à arquitetura
da cidade. Outra delícia é o ovo de páscoa
em seis camadas, cada uma com um sabor diferente (chocolate ao leite, creme de
macadâmia, meio-amargo com nozes,
gianduia, creme de castanha de caju e
Cristallo
Stans
chocolate crocante ao leite). A loja vende
produtos da Xocoarte, do chef suíço Xavier Odermatt.
A loja da rede Cristallo, inaugurada
em Brasília no início deste ano, investe na
simbologia da data, mexendo com o imaginário infantil. A Casinha do Coelho, por
exemplo, vem recheada de ovinhos ao leite e com chaminé repleta de gotas de
chocolate.
Cacahuá
207 Sul (3443.0430)
Stans
40 7 Sul (3443.0199)
Cristallo
Terraço Shopping (3234.3964)
Senhor bode
e jerimum, farofa, charque e feijão. O resto o fre-
cuito de visitas às capitais do Nordeste.
guês manda, só come bom é quem anda pras
Todas parecidas no tipo de ingredientes
bandas desse mundão.” Pedimos uma porção de
utilizados em suas respectivas cozinhas, mas di-
tripinha de bode crocante, linguiça de bode com
ferentes no modo de compor e temperar as re-
farofa e vinagrete, feijão-verde temperado leve-
ceitas.
mente com coentro e manteiga de garrafa e o
A culinária de João Pessoa remete mais à co-
melhor cuscuz individual que já comi, coberto
zinha do sertão, mesmo estando à beira-mar.
com nata quente e acompanhado de uma carne-
Engano nosso: a capital paraibana nasceu nas
de-sol desfiada e refogada com muita cebola.
margens do Rio Sanhauá, por motivo estratégi-
Estivemos também no Mangai, restaurante a
co-militar, e está hoje abrindo seus horizontes
quilo que confirma a importância desse tipo de
para o mar.
casa, que valoriza e populariza com muito capri-
Cá estou nos bastidores de um palco com Isa-
cho a saborosa cozinha regional. É no bairro de
bela e Chico César, assistindo à explosiva apre-
Tambaú que se encontra a maior variedade de
sentação de Elba Ramalho, levantando os braços
restaurantes. Passear a pé, à noite, na região é
e os corações dos pessoenses. A última vez que
muito sossegado; a única dificuldade para o visi-
ouvi falar desse ícone nordestino em Brasília foi
tante de passagem pela capital é se locomover
quando ela apoiou, como cidadã, o movimento
nas calçadas invadidas por carros.
contra a transposição do Rio São Francisco.
Outra particularidade de João Pessoa são os
Primeira refeição ao amanhecer: batata-doce
restaurantes montados em casas particulares, o
com mel-de-engenho, tapioca, queijo coalho,
que torna o cenário mais aconchegante e infor-
cuscuz, pamonha, bolo de mandioca, suco de
mal. Vários deles entraram no movimento moda/
umbu e de graviola. Sandra Vasconcelos, colu-
decoração, valorizando e investindo mais no es-
nista de gastronomia e minha anfitriã, levou-me
paço arquitetônico e no ambiente do que no car-
para conhecer a variedade dos produtos regio-
dápio e na sua própria cozinha.
nais no recém-reformado e luminoso Mercado
O passeio no calçadão à beira-mar permite
Municipal, no centro da cidade. Do contato com
ao turista fazer uma agradável refeição em quios-
os ingredientes locais, destaca-se uma grande
ques bem cuidados, experimentar carne de ca-
variedade de feijões, favas e um arroz vermelho
ranguejo desfiada e delicadamente tem-
oriundo do sudeste asiático (arroz de Veneza ou
perada, “tadinhos”, alevinos fritos, es-
arroz-da-terra). Conta a história que esse arroz
peto de garoupa caramelizada pelo ca-
foi trazido para o Brasil pelos açorianos e, segun-
lor do fogo do braseiro, tendo como
do o proprietário da Fazenda Tamanduá, teve
fundo musical o doce balanço do leve e
sua cultura proibida em 1772 pelo governador
traz das ondas do mar.
do Maranhão, interferência que perdurou por
Antes das seis da “noite”, vale assis-
aproximadamente 120 anos e quase resultou na
tir ao pôr do sol na Estação Cabo Branco
sua extinção.
– Ciência, Cultura & Artes, com sua
Fomos almoçar no Vila Cariri, com seu cardá-
vista imperdível de 360 graus sobre
pio em formato de livro de cordel: “Buchada e
a Mata Atlântica, a cidade e o Ocea-
carne-de-sol, moqueca de peixe e pirão, rabada
Quentin
Geenen de
Saint Maur
palavradochef
@alo.com.br
palavradochef
C
om minha ida a João Pessoa, fecho o cir-
no Atlântico .
9
Miragens baianas
U
m oásis à beira do mar plantado? Com iguarias levantinas e uma bailarina da dança do ventre? Os
orixás da Bahia são mesmo poderosos. Mas, acalmem-se meus resistentes e fidelíssimos leitores,
Luiz Recena
[email protected]
pois o colunista estava sóbrio e há testemunhas... Não era uma miragem. Era uma nova descoberta,
para incrementar mais nosso já vasto leque de opções para garfadas e goles nesta região norte da grande,
bela e hospitaleira orla da cidade de Salvador. Raghid é o nome dele, um pequeno oásis árabe, na praia de
garfadas&goles
Stella Maris, a menos de mil metros do mar, na região de influência do hotel Catussaba, também chamado
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de resort, de acordo com a moda atual. Tem boa música ao vivo nas noites de quarta a sexta-feira. E, neste
verão que se acaba lentamente, sem obedecer aos frios números do calendário, em dias especiais tem uma
bailarina da dança do ventre. Morena, mignon, com todas as proporções em harmonia, ela dança e encanta
e, às vezes, tira do sério alguns homens brancos, muito brancos, com as caras rosadas pelo banho de sol e a
ajuda das caipirinhas e caipiroscas, auxílio que nunca falha. Vamos às garfadas.
As entradinhas
Do falafel (aquele de grão de bico) ao quibe cru, do
quibe frito à velha esfiha, com quatro recheios, está
tudo lá. Junto com o espetinho de cordeiro e o
de kafta. As porções de quibe ou esfiha custam
R$ 9,60 cada uma. O quibe cru, bem servido, vai
para R$ 19,80. O cardápio ainda oferece outras entradas, mas a preferida do colunista e seus amigos é
o Mezzè misto: pequenas porções de homus, coalhada seca, babaganuch, três quibes, três esfihas, fatuch, tabule e o pão sírio bem quentinho para completar. Sai por R$ 34,80. Serve muito bem duas pessoas e até três, se uma delas comer menos.
Outras delícias
Há pratos maiores, sempre bem servidos e com
apresentação bonita. São saladas, pastas e sanduíches (chamados de beirutes). Os que servem duas
pessoas não passam de R$ 20. Há bons pratos árabes, daqueles de antigas receitas, como o peixe tagem (empanado, molho de gergelim), os charutos
de repolho ou couve, o pimentão recheado, a kafta
raghid, a berinjela ao forno. Todos servem duas
pessoas e não passam de R$ 45.
Presença da terra
O foco do restaurante é árabe, como bem vimos.
Mas é um árabe baiano, na beira da praia, com forte
clientela de turistas. Há, portanto, que fazer concessões. E lá estão elas, em clássicas formas de moquecas e ensopados, peixes grelhados, frutos do mar
também grelhados e algumas carnes, na linha do filé
e da picanha. A convivência impõe-se e traz bons resultados sem diminuir a qualidade e o bom sabor.
Demétrio, o dono, comemora a combinação, mas
sem perder a origem árabe jamais. Sim, os goles: cervejas Nova Schin e Nobel, sempre muito geladas. Novas praianas
Nem só de comida árabe vive o sacrificado colunista.
Há outras novidades no Praiano Café, aquele que,
com belos e bem servidos chopes, confirmou que
nem tudo estava perdido na terra da cerveja gelada.
O estabelecimento, que só abria às tardes e noites,
agora tem café da manhã e almoço executivo. No almoço, pratos montados: filé a parmegiana, lasanha,
strogonoff. O Praiano agora abre às oito da matina,
para o café da manhã, que vai ganhar cardápio especial em breve. Por enquanto, é o cardápio antigo,
com cafés, chocolates, salgados e doces. A novidades
serão os combos, que ainda estão sendo montados.
Para o chope
E para o cremoso, nada? Há sim, três sugestões: pão
de alho (R$ 7), aperitivo praiano (R$ 9,50) e o sarapraiano, ou sarapatel da casa (14,90). Experimentado e aprovado, o aperitivo é um misto de salame,
provolone e azeitonas, bem servido, muito bom
acompanhamento. Salud!
A equipe
Em time que está ganhando não se mexe. Assim,
Cláudio e Aila mantiveram as duas meninas simpáticas e Denison, um gaúcho a cada dia mais baiano.
Ele passou para o dia, a fim de assessor a nova sócia
Ana Rosa. Clariana e Jéssica seguiram distribuindo
eficiência e alegria na tarde e na noite, que agora tem,
às sextas, música ao vivo. MPB só com voz e violão.
Vinho é divertimento
vinho deve ser divertido. Por demasiadas
vezes ele é apresentado como algo complicado, que você deve estudar e sobre o
qual você pode se enganar. O vinho é constantemente graduado, discutido e debatido. Para muitas pessoas, pedir o vinho ‘certo’ em um restaurante é tão intimidador que preferem escolher outra bebida.”
É assim que o britânico Peter F. May abre seu
divertido livro, cujo nome é tão sui generis e criativo quanto o próprio conteúdo: Marilyn Merlot and
the Naked Grape, título que não me atrevo a traduzir para não acabar com sua graça.
Como tema, a escolha de vinhos que apresentam nomes e/ou rótulos inusitados e quase sempre
bastante divertidos. Para cada página dupla, um
rótulo e um pequeno histórico sobre o vinho, a vinícola ou o próprio rótulo, além, é claro, das suas
“notas de prova”.
São mais de cem vinhos e seu rótulos que trazem uma coleção de novos conhecimentos para o
enófilo, nem sempre de grande importância, mas
quase sempre interessantes. Gostei tanto do livro
que optei por utilizar este espaço para citar alguns
dos vinhos que Peter May escolheu.
Um dos primeiros é o Arrogant Frog (Sapo Arrogante), cujo rótulo apresenta a figura de um sapo em pé, trajando um elegante costume antigo,
ao melhor estilo francês, com echarpe ao pescoço,
boina à cabeça e, é claro, uma taça do clarete à
mão. Trata-se de conhecido produtor do Languedoc, no sul da França, Domaines Paul Mas, com
mais de 115 anos de história. O vinho é um corte
de Cabernet Sauvignon e Merlot – na opinião do
autor, um vinho de grande qualidade que apresenta aromas de frutas negras e cereja, algo apimentado em boca e bons taninos.
Outro nome imperdível é
o californiano Big Ass Red
(Bunda Grande Tinto, e me
pergunto se há a versão branca). No rótulo, um grupo de
pessoas se diverte em um tipo
de dança sensual, no qual se destaca um belo traseiro feminino. Pela descrição do autor, o vinho,
embora agradável, se justifica mais pela forma jocosa com que se apresenta do que por sua qualidade em si. Trata-se de um corte baseado na casta
Zinfandel, que apresenta aromas picantes de frutas
vermelhas e taninos macios.
Em razão da nossa própria história na produção
de vinhos, não poderia deixar de comentar o rótulo
Bull’s Blood (Sangue de Touro). Nada a ver, por
certo, com o nosso péssimo Sangue de Boi, já que
se trata de um exemplar de boa qualidade em corte de uma casta autóctone húngara, a Kekfrankos,
com Merlot e Cabernet Franc, considerado pelo autor como saboroso, encorpado e rústico, com taninos firmes. Reza lenda que uma pequena cidade
da Hungria, Eger, invadida no Século XVI pelos turcos, foi retomada tão rápida e ferozmente que os
invasores acreditaram, ao ver o inimigo comemorando a vitória com vinho tinto, que sua força era
obtida bebendo sangue de touros.
Fat Bastard (Bastardo Gordo), um famoso
exemplar francês, é comparado por alguns ao
Batard-Montrachet Grand-Cru Chardonnay, um
dos melhores e mais caros Borgonhas brancos. O
nome, além de engraçado, realça suas características quase óbvias, consumadas a partir de uma fermentação parcial em carvalho, de aromas e paladar
ricos e encorpados, com fruta apimentada, um toque de baunilha e leve acidez de limão. No rótulo,
a figura de um simpático hipopótamo sentado sobre o nome dá o acabamento final à ideia.
O rótulo do Flying Pig (Porco Voador), um ótimo
IGT da Sicília, explica: “Nós pensamos que você tem
mais chance de ver um porco voando do que um
vinho tinto melhor que este por este preço”. De cor
rubi brilhante e aromas de frutas vermelhas, vai
bem com massas, queijos, carnes ou em voo solo.
O livro é realmente agradável, e eu o recomendo àqueles que não se incomodarem em lê-lo em
inglês e conseguirem encontrá-lo, o que nem sempre é fácil. (Nota da redação: à venda por R$ 40
no site www.amazon.com).
ALEXANDRE
DOS SANTOS
FRANCO
paoevinho
@alo.com.br
pão&vinho
O
“
11
roteirogastronômico
MÚSICA AO VIVO
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Armazém do Ferreira
202 Norte (3327.8342)
CC: Todos
QI 21 do Lago Sul (3366.3531)
412 Sul (3345.3531)
Cardápio variado, sabor e qualidade.
Buffet no almoço é o carro-chefe,
com mais de 10 pratos quentes,
diversos tipos de saladas e várias
opções de sobremesa, a R$ 39,90
( 2ª a 6ª) e R$ 44,90 (sáb, dom e
feriados) por pessoa.
Em ambiente aconchegante,
com decoração pontuada por
arte e história, pode-se tomar
um cafezinho ou um chope para
acompanhar o pastel de bacalhau,
o sanduíche de mortadela ou
o autêntico Bauru. No almoço,
cardápio paulistano.
buffet de restaurante
Camarão 206
Em plena W3 Sul, o Bar Brasília tem
decoração caprichada, com móveis e
objetos da primeira metade do século
XX. Destaques para os pasteizinhos.
Sugestão de gourmet: Cordeiro
ensopado com ingredientes
especiais, que realçam seu sabor.
Bar do Mercado
206 Sul (3443.4841), Liberty Mall
e Brasília Shopping cc: todos
Scenarius Grill
De segunda a sexta-feira serve
executivos e servidores públicos
do centro da cidade. Aos domingos,
o público se transforma: são famílias
inteiras que vão saborear delícias
como a anchova negra e o bife
ancho.
SCS Q. 3 Bl. A - Ed. Paranoá
(3224.0585 / 3039.1234)
CC: Todos
509 Sul (3244.7999)
CC: todos
Café das 5 Revistaria
A casa de Brasília segue a proposta das
outras filiais, com shows, ótima comida e
o tradicional chope cremoso. Frequentado
por grandes personalidades da política
e da música. A decoração é inspirada
nas décadas de 50 a 70. Aos sábdos,
a tradicional feijoada acompanhada de
chorinho, samba de raiz e outras atrações. O
cardápio assinado pelo chef Olivier Anquier.
Integra o surpre­en­dente Espaço Maria
Tereza. Neste char­moso Café, você
encontra deliciosos san­­­­­duíches, brus­
chettas, biscoitos e pães de queijo, tortas
de chocolate da Ivone, chás e café em
com­panhia de suas leituras favoritas.
Happy Wine Hour, as 5as a partir das 17h,
com ênfase nos selecionados vinhos da
parceira Zahil. De 2ª a sáb. das 11h à 0h.
cafés
Bar Brahma
SHIS QI 5 Cj. 9 Bl. D - Espaço
Maria Tereza (3248.0124)
CC: V e M
confeitarias
201 Sul (3224.9313)
CC: todos
brasileiros
É um dos mais renomados buffets de
festa da cidade, com mais de dez anos
de experiência. Além dos salgados
e doces finos oferecidos no buffet,
destaque para o Risoto de Foie-Gras, o
Carré de Cordeiro ao Molho de Alecrim
e o Filé ao Molho de Tâmaras.
Bar Brasília
506 Sul Bloco A (3443.4323)
CC: Todos
BARes
Sweet Cake
buffet de festa
Restaurante inspirado no Rio de
Janeiro dos anos 40. O buffet,
com cerca de 20 tipos de frios,
sanduíches e rodadas de empadas
e quibes, com a performance do
garçom Tampinha, são boas opções
para os frequentadores.
Praliné
O cardápio é bastante variado, com
tortas doces e salgadas, bolos, geleias,
quiches, tarteletes, chás, cafés e sucos
naturais. Promoção: Café da manhã, de
segunda a sexta por R$ 14,00, sáb, dom
e feriados por R$ 18,00 e Chá da tarde,
todos os dias por R$ 23,00 (buffet por
pessoa). Chá da tarde p/ viagem, todos
os dias por R$ 48,00 Kg.
205 Sul Bl. A lj. 3
(3443.7490)
CC: V
12
BSB Grill
O Rodízio de massas e galetos
está com preços especiais: de
domingo à terça por R$ 14,20,
quarta e quinta, por R$ 16,50 e
sexta e sábado por R$ 18,80.
209 Sul (3443.5050)
CC: Todos
Villa Borghese
Desde 1998 oferece as melhores e os
mais diversos cortes nobres de carne:
Bife Ancho, Bife de tira, Prime Ribe,
Picanha, além de peixe na brasa, esfirras,
quibes e outras especialidades árabes.
Adega climatizada e espaço reservado
completam os ambientes das casas.
O charme da decoração e a
iluminação à luz de velas dão
o clima romântico. Aberto
diariamente para almoço e jantar.
Sugestão: Tagliatelle Del Mare
(Tagliatelle em saboroso molho de
azeite extra virgem, tomate, alho,
manjericão e camarões grandes),
por R$ 45,00.
304 Norte (3326.0976)
413 Sul (3346.0036) CC: A, V
ITALIANOS
contemporâneos
CC: V e M
San Marino
201 Sul (3226.5650) CC: Todos
Oca da Tribo
MEXICANOS
GRELHADOS
INTERNACIONAIS
Tacolino Mexican Fast Food
Um verdadeiro fast food de comida mexicana!
Tacos por R$ 5,90, os tradicionais burritos,
quesadillas e delícias como a Chimichanga
e os Muchos Nachos - cobertos de chili,
cheddar, guacamole, sour cream, fatias de
jalapeño e tomate em cubos. Novidades
como o churros e as mini quesadillas doces
- nutella com morango / banana; ou queijo,
banana, açúcar e canela. Dom. a 4ª 12h à 0h.
5ª a sáb. 12h às 5h.
405 Sul
CC: V, R, VR, Sodexho
Roadhouse Grill
Criado nos EUA, foi eleito por três anos
consecutivos o preferido da família
americana. Com mais de 100 lojas,
seus generosos pratos foram criados,
pesquisados e inspirados nas raízes da
América. Conheça tais delícias: ribs,
steaks, pasta, hambúrgueres.
Oliver
Próximo ao Eixo Monumental, apresenta
espetacular vista para um tranquilo campo
de golfe, sem prédios ao redor. O ambiente
composto por piso de pedras vindas
de Pirenópolis e móveis de Tiradentes
(MG) conferem ainda mais rusticidade
ao restaurante. Elaboradas pelo gourmet
Carlos Guerra, as receitas internacionais
têm base na culinária mediterrânea.
Brasília Golfe Center - SCES
Trecho 2 (3323.5961) CC: Todos
www.restauranteoliver.com.br
naturais
­ .Clubes Sul Tr. 2 ao lado do
S
Pier 21 (3321.8535)
Terraço Shopping (3034.8535)
Saboroso e diversificado buffet,
com produtos orgânicos e carnes
exóticas. No domingo, pratos
especiais, como o bacalhau de
natas e o arroz de pequi. Horário: de
segunda à sexta, das 11:30 às 15h
e sábados, domingos e feriados, das
12 às 16h.
SCS trecho 2 (3226.9880)
CC: Todos
13
MÚSICA AO VIVO
roteirogastronômico
ESPAÇO VIP
ACESSO PARA DEFICIENTES
ÁREA EXTERNA
DELIVERY
FRALDÁRIO
MANOBRISTA
BANHEIRO PARA DEFICIENTE
Mitzu
O maior restaurante japonês de Brasília, tem
capacidade para atender até 240 pessoas
em seus cinco salões e dez tatames. Serve
buffet de 2ª a domingo, almoço e jantar, aos
domingos, só abre para o almoço até às
17h. São mais de 50 deliciosas sugestões,
entre sushi, sashimi e pratos quentes, além
do cardápio à la carte. Às sextas-feiras,
música ao vivo, com o melhor da MPB.
Restaurante Badejo
A tradicional moqueca capixaba leva o
tempero mineiro no Restaurante Badejo,
com 19 anos de história em Belo
Horizonte e 15 em São Paulo. Agora
é a vez de Brasília conhecer o autêntico
sabor da cozinha capixaba.
SCES - Trecho 4 - Lote 1B
Academia de Tênis
Setor de Clubes Sul
(3316.6866) CC: V e M
Nippon
Baco
Tradicional e inovador. Sushis e
sashimis ganham toques inusitados.
Exemplo disso é o sushi de atum
picado, temperado com gengibre e
cebolinha envolto em fina camada de
salmão. As novidades são fruto de
muita pesquisa do proprietário Jun Ito.
Premiada por todas as revistas.
Massas originais da Itália, vinhos
e ambiente. No cardápio, pizzas
tradicionais e exóticas. Novidades são
uma constante. Opção de rodízio em
dias especiais – na 309 Norte, toda 3ª
e domingo, e na 408 Sul, às 2as.
403 Sul (3224.0430 /
3323.5213) CC: Todos
309 Norte (3274.8600), 408 Sul
(3244.2292) CC: Todos
Baco Delivery (3223.0323)
PIZZARIAS
ORIENTAIS
116 Sul (3245.1780)
CC: Todos
Peixes e frutos do mar
CARTÕES DE CRÉDITO: CC / VISA: V / MASTERCARD: M / AMERICAN EXPRESS: A / DINERS: D / REDECARD: R
Gordeixo
Ambiente agradável, comida boa e
área de lazer para as crianças fazem
o sucesso da casa desde 1987. No
almoço, além das pizzas, o buffet de
massas preparadas na hora, onde
o cliente escolhe os molhos e os
ingredientes para compor seu prato.
Belini
Feitiço Mineiro
A casa premiada é um misto de
padaria, delikatessen, confeitaria
e restaurante. O restaurante serve
risotos, massas e carnes. Destaque
para o café gourmet, único torrado na
própria loja, para as pizzas especiais
e os buffets servidos na varanda.
A culinária de raiz das Minas Gerais
e uma programação cultural que
inclui músicos de renome nacional e
eventos literários. Diariamente, buffet
com oito a nove tipos de carnes.
Destaque para a leitoa e o pernil à
pururuca, servidos às 6as e domingos.
Peixes e frutos do mar
113 Sul (3345.0777)
CC: Todos
Peixe na Rede
A vedete do cardápio é a tilápia, servida
de 30 maneiras. O frescor é garantido
pela criteriosa criação em cativeiro na
fazenda exclusiva do restaurante, a
100 Km de Bsb. Há também pratos de
camarão e bacalhau.
405 Sul (3242.1938)
309 Norte (3340.6937)
CC: Todos
14
Regionais
Padaria
306 Norte (3273.8525)
CC: V, M e D
306 Norte (3272.3032)
CC: Todos
Fulô do Sertão
Ambiente colorido e aconchegante.
No cardápio, pratos tradicionais como
escondidinho, arrumadinho, galinha
cabidela, tapiocas e cuscuz, além
das exclusividades da casa como
o acarajé paraibano e nhoque do
sertão. À noite, música de qualidade
com clima romântico à luz de velas,
perfeito para momentos especiais.
404 NORTE – Bloco B
(3201-0129) CC: V, M, D
Divulgação
lazer&compras
Pura sofisticação
Com o Iguatemi, brasilienses ganham mais 29 grifes de alto luxo
Por Rodrigo Oliveira
P
ense nas opções de consumo e lazer
que temos hoje nesta cidade quase
cinquentona. Imagine agora como
era a Brasília recém-inaugurada. Certamente você se espantará com a comparação. Mesmo se nos limitarmos ao Lago
Norte, nem mesmo será necessário voltar
cinco décadas para perceber a enorme diferença. Há vinte anos, um morador da
ponta da península que quisesse comprar
um simples pão francês teria que rodar
um bocado. Pior se ele quisesse fazer compras ou ir ao cinema. Hoje, além de inúmeras padarias, os moradores contam
com quatro supermercados, o Península
Shopping, o Deck Norte e, agora, uma
novidade que acaba de vez com a falta de
opções.
A rede de shoppings Iguatemi acaba
de inaugurar um gigante com 200 lojas
distribuídas em 32.000 m2 de área bruta
locável no Centro de Atividades do Lago
Norte, que até algum tempo atrás não passava de um matagal. O Iguatemi Brasília
exibe um mix de alto padrão, no qual se
destacam, entre as marcas internacionais,
Empório Armani, Ermenegildo Zegna,
Louis Vuitton, Missoni, Nespresso, Rimowa. Entre as nacionais, Livraria Cultura, Tok Stock, Ricardo Almeida, Água de
Coco, Alphorria e Espaço Santa Helena.
São nada menos do que 29 lojas inéditas
na Capital Federal.
A gastronomia também conta com nomes que estreiam aqui, como o Gero, a
primeira filial fora do eixo Rio-São Paulo,
o Galeto’s – outro sucesso paulista – e os
hambúrgueres do The Fifties. Outros destaques nessa área: Confraria do Camarão,
Outback, Gendai, Risoto Mix, Spoleto,
Baked Potato, Marvin e Marietta. Seis salas de cinema da rede Cinemark (uma delas em 3D) completam o mix, “Além da
exclusividade das marcas, outros diferenciais do shopping são a qualidade da arquitetura e paisagismo e o serviço de alto
nível” afirma Carlos Jereissati Filho, presidente do Grupo Iguatemi.
O visual do shopping segue modernos conceitos de sustentabilidade, com fachadas iluminadas e grandes sky lights (vidros que aproveitam a luz natural), eleva-
dores de última geração, escadas rolantes
com velocidade variável – para economizar energia – e ar condicionado inteligente, que mantém a umidade e a temperatura internas adequadas. O projeto de paisagismo inclui grande variedade de espécies vegetais. São 22.000 m2 de grama,
219 álamos, 57 palmeiras e 355 árvores
variadas.
Em relação à qualidade do serviço, Jereissati garante: “Nossos colaboradores
passam por treinamentos constantes, inclusive no exterior. Além disso, estamos
sempre em busca do que há de mais inovador no mercado. Em São Paulo fomos
pioneiros no conceito de concierge e implantamos o primeiro valet park, sempre
em nossa busca de oferecer os melhores
serviços”.
Obviamente, o empreendimento visa
a atingir não apenas o público do Lago
Norte, mas deslocar o eixo de compras para o norte da cidade. “Estudamos o impacto do Iguatemi no trânsito da região e um
projeto de alteração do sistema viário já está a cargo do DER”, informa Denis Seixas, gerente geral do shopping.
15
retrospectiva
Quando esteve em Brasília, entre 1998 e
1999, o fotógrafo francês Robert Polidori
fez imagens belíssimas da cidade. Agora,
seu trabalho pode ser visto novamente no
Espaço Ecco, até 9 de maio. Na mostra
Retrospectiva, não só Brasília, mas
também cidades tão diferentes como
Beirute, Nova Orleans, Chernobil,
Havana e Amã são alvo de suas lentes,
que tanto podem captar belas imagens
como também acontecimentos catastróficos ou violentos. Organizada pelo Instituto Moreira Salles, a exposição tem curadoria de Heloísa Espada e reúne 70 trabalhos
do fotógrafo de 58 anos que mora desde menino nos Estados Unidos. De terça a domingo, das 9 às 19h, com entrada franca.
percursopoético
brasíliaano10
Em sua inauguração, sete anos atrás, a sala de cinema do CCBB exibiu a mostra
Brasília 24 quadros, com filmes feitos aqui entre 1962 e 2002. Um deles era o documentário Brasília Ano 10, de Geraldo Sobral Rocha. Produzido em 1970, revelou a
cidade em sua primeira década de vida e impulsionou novas produções. Quarenta
anos depois, Brasília se encontra novamente no seu ano 10. Aliada à tradição documental do cinema local, a produção de curtas está turbinada e diversificada. De 6 a
11 de abril os brasilienses terão a chance de assistir a uma retrospectiva da produção
recente de curtas-metragens realizados na cidade. Programação em www.bb.com.br.
Lorena Lopes
olharnativo
A veia artística, a arquitetura futurista e a população vinda de todos os cantos do Brasil. Essas
características tão especiais de Brasília acabam
passando batidas aos olhos de quem mora na
cidade cinquentona. Um projeto dos fotógrafos
Lorena Lopes, Luisa Giampaolo e Marco Léllis
pretende registrar esses pequenos detalhes em
imagens capitadas no Conic, no Teatro Nacional,
no Museu da República e em muitos outros locais da cidade. A mostra Olhar nativo
foi a maneira que os três encontraram de homenagear Brasília no mês de seu
cinquentenário. As 35 fotos coloridas, em formato 20x30cm, podem ser vistas até 30
de abril, de segunda a sábado, a partir das 18 horas, no Café da Rua 8 (408 Norte).
musabrasília
Atenção, poetas! Está no ar o concurso que vai premiar os três mais inspirados
poemas sobre os 50 anos de Brasília. Podem participar moradores de todos os
estados que se inscreverem até o dia 30 de abril no site www.brasiliapoetica.com.br.
O resultado será divulgado no dia 3 de maio e os prêmios – um notebook, um
computador e um home theater – serão entregues no dia 16 de junho, na sede da
Associação Nacional dos Escritores. Informações: 3244.3576.
16
Ainda dá tempo de conhecer o
trabalho da artista plástica paulista
Claudia Furlani, na Caixa Cultural.
Vai até dia 11 a exposição Um
percurso poético, composta de 32
obras produzidas nos últimos 13
anos: 11 utilizando a técnica de
colagem e pintura sobre tela, cinco
pinturas sobre tela, dez em arte
digital sobre papel fotográfico e seis
fotografias. De acordo com o curador
da mostra, Roberto Palazzi, “a inspiração criadora de Claudia não se dá
de forma gratuita, mas sim da habilidade de capturar, observar e
imaginar a poesia que há e emana
dos seres, dos objetos, da natureza,
das situações existenciais as mais
prosaicas”. De terça a domingo, das
9h às 21h, com entrada franca.
Divulgação
Robert Polidori
dia&noite
Marcos Portinari
hamiltondeholanda
hã?
Esse é o nome do show
de humor de Diogo
Portugal, que volta a
Brasília para duas apresentações no Teatro dos
Bancários (314/315 Sul),
dias 10 e 11 de abril.
Versátil, ele vai do standup comedy – a chamada
comédia de cara limpa, sem figurinos ou personagens – às
tradicionais esquetes, encarnando os tipos mais hilários e
diferentes. Na TV, ele é o office boy Elvisley, do programa
Zorra total. Sábado, às 21h, e domingo, às 19h. Ingressos
a R$ 60 e R$ 30. Informações: 3262.9090.
tedfalcon
Continuam, em abril, as rodas de jazz do Balaio Café
(201 Norte) e do Café Senhoritas (408 Norte). Pilotando
o projeto está o norte-americano Ted Falcon, que já se
apresentou com craques brasileiros como Gilberto Gil e
Dominguinhos e está agora morando na cidade. Grande
incentivador do jazz brasiliense, ele toca com Marcus
Moraes (guitarra), Dudu Belo (baixo acústico) e Rafael
dos Santos (bateria). O quarteto se apresenta todas as
quintas, no Balaio, e às sextas, no Senhoritas. Informações: 3327.0732 e 3340.2696.
Divulgação
Divulgação
É ele quem vai abrir a temporada do projeto Todos os sons
deste ano. Dia 25 de abril seu quarteto se apresenta no jardim
do CCBB a partir das 17 horas, com entrada franca. Será o
primeiro de cinco shows que vão acontecer mensalmente, de
abril a setembro (com exceção do mês de julho), em homenagem aos músicos da cidade, no ano em que Brasília comemora 50 anos. Os instrumentistas Paulo André e Oswaldo
Amorim vão abrir o show do dia 25, ocasião em que lançam o
CD Na estrada. Nos próximos meses virão ao Todos os sons
Roberto Corrêa e Siba (30 de maio), o grupo baiano Caraivana
(27 de junho), Móveis Coloniais de Acaju (22 de agosto) e, em
5 de setembro, o músico sérvio Goran Bregovic.
Divulgação
osfantásticos
E esse é o nome de mais uma companhia de
comédia que acaba de nascer em Brasília,
configurando a vocação da cidade para espetáculos de humor. Os jovens comediantes
Alexandre Soca, Raphael da Matta, Breno
Ricciard e Waldemar Osmala apresentam a
peça O sequestro de Oswaldo Guendãdiz,
que estreou em outubro passado e volta
agora com a promessa de fazer rir os
moradores das cidades satélites por onde
passará. Até 11 de abril, no Teatro do
Sesi de Taguatinga. Sábados, às 21h,
e domingos, às 20h. Ingressos a R$ 20
e R$ 10. Informações: 4102.7432.
lucianaluppy
Ela é brasiliense, mas desde os 17 anos mora no Rio, onde
começou sua carreira musical. Já se apresentou na Caixa
Cultural, em outubro passado, e agora volta a Brasília com
seu show A França enCanta o Brasil, desta vez no Espaço
Cultural Anatel. Dona de uma voz forte e inconfundível,
Luciana canta clássicos da canção francesa, como La
Bohème, Ne me quitte pas e La vie em rose e sucessos da
MPB e da bossa nova, em português e francês. Todas as
versões são da cantora, que terá três convidados especiais:
Rebeca Breder, cantora brasiliense e filha de Jessé,
Salomão Di Pádua e Sheilami. Dias 8 e 9 de abril, às 20h.
Ingressos a R$ 50 e R$ 25. Reservas: 8177.5227.
17
brasiliensedecoração
Contador
de histórias
Por Vicente Sá
O
local é Belém do Pará; o ano,
1959. Num canto da casa, o pequeno José Ronaldo Lopes Duque exibe o novo brinquedo que aprendeu a fazer com o avô Jerônimo: um cinema de caixas de madeira, cartolina, fotografias e desenhos recortados da revista
O Cruzeiro. Diante do olhar maravilhado
dos outros meninos, ele vai contando o
enredo enquanto apresenta o filme. E, orgulhoso, garante: “Eu adoro contar histórias”.
Filho de mãe jornalista e pai engenheiro de vôo, dois paraenses que foram se conhecer no Rio, em 1954, apenas para que
ele nascesse carioca, o menino voltou com
a família para Belém aos três anos. Na capital paraense, descobriu uma cidade ideal
para passar a infância e a adolescência. A
infância ao lado dos pais e do avô que o
18
ensinou a “fazer cinema”. Na adolescência, junto com alguns amigos, criou um
grupo musical que imitava o MPB4 e, movido pela chegada do homem à Lua e pela
força do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), sonhou ser engenheiro eletrônico. Um único problema o separou
do sonho: a matemática. A ojeriza pela
matéria se mantém até hoje, e é de conhecimento público e familiar.
Aos 15 anos, a mãe o apresentou ao
jornal onde trabalhava, a Folha do Norte.
Ao escrever a primeira matéria, tomou
gosto pela coisa. “Hoje eu sei que foi uma
bela armação de minha mãe. Ela sabia
que eu não levava jeito para matemática e
não sabia cantar, então me dirigiu para
uma área em que eu me sairia bem. Coisas de mãe mesmo”, lembra Duque.
De volta ao Rio de Janeiro, nos anos
70, viveu experiências com teatro e poesia
de vanguarda, passando ao largo da juven-
É como se define
o cineasta carioca
Ronaldo Duque,
que adotou
Brasília há 25 anos
tude engajada na luta armada contra a ditadura. Trabalhava também com jornais
nanicos e revistas alternativas. Depois de
viajar pela América Latina de carona, ao
voltar para o Brasil resolveu jogar fora todos os livros de esquerda, menos um de
Gabriel Garcia Márquez – Chile, o golpe e
os gringos. Resultado: os militares encontraram o livro em sua mochila e ele ficou
preso por um mês.
Nada que um bom tacacá não resolvesse. Depois de rodar um pouco de redação em redação, em Belém, começou a trabalhar na TV Tarobá, no Paraná, e lá, aos
24 anos, fez seu primeiro filme, Póstuma
Cretã, sobre o assassinato do índio Ângelo Cretã durante conflito agrário em Mangueirinha. O filme recebeu um prêmio especial na Bahia e menção honrosa em
Cuba. Era a senha que faltava para abrir a
alma cineasta de Ronaldo Duque. O resto
seria questão de tempo.
Duque em ação, dirigindo Araguaia, a conspiração do silêncio em plena selva amazônica,
e com os filhos Pablo, Bernardo e Filipe
Fotos: Divulgação
Por mais alguns anos trabalhou em televisão. No período de transição democrática, em meados dos anos 80, estava no
Bom Dia Brasil, da TV Globo, onde foi
um dos responsáveis por colocar no ar a
emocionante imagem da bandeira brasileira cobrindo o povo na Esplanada dos
Ministérios, durante a chuva que caiu sobre Brasília no inesquecível dia da vitória
de Tancredo Neves Neves no Colégio
Eleitoral – o primeiro civil eleito Presidente da República, embora indiretamente,
após os longos e sombrios anos de ditadura militar. “Era um período muito bom da
TV brasileira. Tudo era tudo transmitido
ao vivo, pois tinha importância histórica
para o país. Foi bom ter participado”, lembra Duque.
Saiu da Globo para criar uma das primeiras produtoras de Brasília, a Pró-vídeo.
Daí por diante, foram dezenas de documentários, curtas, longas e um curso de
cinema em Havana, ministrado por ninguém menos do que Garcia Márquez –
que pela segunda vez entrava de forma decisiva em sua vida. A terceira seria o filme
No, inspirado em livro do escritor colombiano sobre o plebiscito que derrubou o
ditador Augusto Pinochet, realizado no
Chile em 1988. Como a maioria dos filmes de Duque, também recebeu vários
prêmios.
Para mostrar suas diversas visões do
mundo, Duque passou a usar o cinema
como sua máquina de contar histórias em
documentários e vídeos para televisão.
Entre eles, um corpo-a-corpo com o poeta
Reynaldo Jardim. Viciado em Brasília, o
cineasta não deixa de tomar sua cervejinha com os amigos no Beirute e, vez por
outra, radicalizar numa comida nordestina no Mercado do Núcleo Bandeirante.
Nome reconhecido em todo o país, no
meio cinematográfico, mesmo sem sair de
Brasília ele desenvolve muitos projetos de
alcance nacional como a TV Intertribal,
via internet (www.tvintertribal.com.br),
que disponibiliza filmes sobre cultura e vida indígena, serve de canal de comunicação entre as comunidades indígenas e de
referência para buscas, denúncias e troca
de informações. Ajuda também o mercado
cinematográfico local com a AIA – Associação da Indústria de Audiovisual de Brasília, que realiza cursos para formação de
eletricistas, técnicos de luz e som, auxilia-
res e câmeras. “Nós precisamos muito disso para melhorar o mercado de profissionais de Brasília. O nosso mercado”.
Sobre seu sonho mais antigo, no qual
trabalhou durante 20 anos – o longa-metragem Araguaia, a conspiração do silêncio
–, ele fala com o orgulho de um pai com o
filho mais velho. “Foram 20 anos preparando a visão sobre uma região cujos habitantes até hoje parecem viver à sombra
do medo. É uma página da história do
Brasil que eu tive que abrir”, comenta.
Lançado em 2004, Araguaia fez estremecerem as paredes do Cine Brasília, tantos foram os aplausos. Emocionado, Duque
manteve por longo tempo o olhar perdido
e o sorriso no rosto. Os mais próximos dizem que o ouviam dizer baixinho: “Eu
adoro contar histórias”.
Talvez seja isso mesmo. Muito mais
que jornalista, cineasta, poeta ou escritor,
Duque é um grande contador de histórias. Os que conhecem pouco de seu trabalho podem procurar seus filmes nas locadoras, ou aguardar as próximas produções. Ele promete colocar no palco, este
ano, a peça Que bicho vai dar, do jornalista
Luiz Gollo, e nas telas o filme Apartamento funcional, sexo explicito no Executivo, Legislativo e Judiciário. É esperar para ver.
19
Fernando Bracho
Rodrigo de Oliveira
galeriadearte
Encontro lúdico
de dois países
Por Alexandre Marino
O
bras de sete jovens fotógrafos
brasileiros e sete venezuelanos
compõem a exposição Latinidades: uma nação, dois países e sete artes, aberta ao público no Átrio dos Vitrais do edifício-sede da Caixa Econômica Federal, fazendo um interessante jogo com os brinquedos do também venezuelano Mário
Calderón, expostos no mesmo espaço.
Ambas as mostras, que permanecem até
1º de maio, pretendem representar a integração entre os dois países e revelar algumas de suas particularidades culturais.
Enquanto os olhares dos fotógrafos, fixados pelas lentes, estabelecem uma relação direta entre sua arte e as artes abordadas como temas, os brinquedos promovem uma subversão do olhar do espectador, por conduzi-lo a um universo lúdico
já perdido. Ao mesmo tempo, a fotografia
faz uma releitura de outras artes, que por
sua vez também já se propõem a releituras
do real, criando um jogo que alude aos
brinquedos de Calderón. Afinal, brincar
também é reinterpretar o mundo.
O curador da parte brasileira da mostra fotográfica, Humberto Lemos, entende
que Latinidades representa para o Fotoclube f/508, que agrega os artistas participantes, “seu mais alto grau de maturidade”.
Cada fotógrafo partiu da reinterpretação
20
de uma outra linguagem artística para fazer seu trabalho, a partir da obra de um
autor clássico nacional.
Assim, Gabriela Freitas releu o cinema de Glauber Rocha pela fotografia
Poétyka Glauberiana; Janaína Miranda releu a escultura do mestre do barroco mineiro Aleijadinho; Nelson González Leal
interpretou a música de Noel Rosa; Rodrigo Dalcin, a literatura de Machado de Assis; Rodrigo de Oliveira, o teatro de Nelson Rodrigues; Viviane Dománico, a pintura de Portinari; e Flora Egécia, a dança
brasileira representada pelo maculelê,
criado pelos escravos.
Os fotógrafos venezuelanos desenvolveram seu trabalho de forma semelhante.
Adriana Fernández abordou a escultura;
Ana Maria Otero, a dança; Marianela Díaz Cardozo, a pintura; Ramón Castillo, a
música; Fernando Bracho, o cinema; Mireya Ferrer, a literatura. Ernesto Acosta
cruzou a escultura e o teatro, ao fotografar
uma reinterpretação humana da Pietà, de
Michelangelo, durante um encontro de
estatuismo na cidade de Maracaibo.
O curador Humberto Lemos explica
que a mostra faz parte de um esforço para
“alavancar a fotografia latino-americana”
por meio de intercâmbio entre os artistas
dos diversos países. Para isso, um dos objetivos é levar a mesma exposição para Caracas, com o apoio da Embaixada do Bra-
sil na Venezuela. A mostra na Caixa recebeu o apoio da Embaixada venezuelana.
Antes, já havia sido montada na Biblioteca Nacional de Brasília e na Câmara dos
Deputados, após a estreia, em julho de
2008, na própria Embaixada.
Brinquedos
A exposição de brinquedos de Mário
Calderón, também promovida pela Embaixada da Venezuela, reúne peças articuladas em madeira deste que é considerado
um dos grandes artesãos de seu país e da
América Latina. A maior parte das obras
evoca tradições culturais, como o circo e
jogos tradicionais.
Também chamam a atenção seus brinquedos inspirados nos Beatles, a banda
de rock inglesa que mudou a relação do
mundo com a música popular. Todos os
brinquedos são articulados, de forma a desenvolver algum tipo de movimento. Infelizmente, não podem ser tocados pelo espectador, mas em vídeo o próprio artista
revela alguns segredos dos brinquedos,
tornando a visita mais enriquecedora.
Latinidades: uma nação,
dois países e sete artes
Brinquedos venezuelanos: Mário Calderón
Até 1º de maio, das 9 às 21h, no Átrio dos
Vitrais (edifício-sede da Caixa Econômica
Federal, no Setor Bancário Sul).
Mais informações: 3206.9448.
Hamish Brown
graves&agudos
Abril musical
Do Simply Red ao Tiro Williams, uma
programação para ninguém botar defeito
Por Bruno Henrique Peres
N
ão bastasse a vasta programação
musical e as inúmeras homenagens previstas para o 50º aniversário de Brasília, e na sequência da atual temporada de grandes shows internacionais, a
cidade vai receber em abril outras apresentações inéditas, para todos os gostos. De artistas estrangeiros a nomes consagrados e
novidades da música brasileira, não faltarão opções para o público da capital.
Depois de receberem a turnê de despedida do A-ha e de B.B. King, os brasilienses também terão a chance de dizer adeus
ao grupo inglês Simply Red. Com 25
anos de carreira, mais de 50 milhões de
discos vendidos e grandes hits que tomaram de assalto rádios e novelas brasileiras,
o Simply Red resolveu encerrar suas atividades e se despede dos palcos com a Farewell Tour. Não sem antes conquistar o
segundo lugar – com o CD Collection –
entre os discos estrangeiros mais vendidos no Brasil em 2009, atrás apenas de I
am... Sasha Fierce, de Beyoncé.
Os brasilienses fãs da música romântica de Mick Hucknall terão uma última
chance de vê-lo ao vivo com sua banda no
dia 18 de abril, às 20h. Os ingleses retornam à cidade sete anos depois de sua participação na primeira edição do Brasília
Music Festival, em 2003, em que fizeram
um dos shows mais aplaudidos. O pop e
o soul característicos que embalaram várias gerações prometem um show histórico no Pontão do Lago Sul. Sucessos como
Holding back the years, Stars e You make me
feel brand new serão emoldurados pela bela vista do Lago Paranoá.
Na noite anterior, o DJ, compositor e
produtor norte-americano Moby é a atração de festa-show multimídia gratuita no
Museu da República, na Esplanada dos
Ministérios. Brasília será a primeira cidade a receber a apresentação do novaiorquino, em turnê com seu mais recente trabalho, Wait for fe. Com quase 20 anos de
carreira, Moby é considerado um dos ícones da música eletrônica mundial e revo-
lucionário na fusão de batidas eletrônicas
com instrumentos musicais.
Atrações nacionais
Em apresentação com formato bem intimista, tipo voz e violão, Gilberto Gil traz
à cidade, no dia 24, o elogiado show Bandadois, no Centro de Convenções Ulysses
Guimarães. A proposta é simples e o resultado riquíssimo: uma espécie de retorno às
origens, em que basta um violão para executar livremente belas canções.
O músico baiano, que retorna de uma
temporada na Europa, vai apresentar o
show que dá nome ao DVD gravado em
2009, em São Paulo, acompanhado do filho Bem Gil (violão e guitarra) e do instrumentista carioca Jaques Morelenbaum
(violões, violão cello e vocal). Como não
poderia deixar de ser, Gil convida o público a embarcar numa viagem entre clássicos da carreira, relembrando várias de suas influências, e composições inéditas dos
tempos mais recentes, mostrando os reflexos do que tem visto, ouvido, sentido e re21
Luiz Garrido
graves&agudos
gistrado. Um convite irrecusável.
No mesmo Centro de Convenções
Ulysses Guimarães, em mais uma etapa
do projeto Mulheres brasileiras, Vanessa da
Mata divide o palco, dia 9, com as belas
vozes de Mariana Aydar e Fernanda Takai,
no que promete ser uma apresentação
inesquecível. A intenção do projeto é reconhecer a importância da presença feminina na música nacional. O repertório vai
contar com as releituras da cantora feitas
para o DVD ao vivo Jardim e perfumes de
sim, lançado em 2009, além de interpretações inéditas ao lado das duas convidadas.
No Teatro da Caixa Cultural, Leonel
Laterza apresenta no dia 8, às 20h, o refinadíssimo Ave rara - canções de Edu Lobo
(leia na próxima página). Já o Teatro Oi
Brasília recebe este mês as cantoras Paula
Tesser, dia 16, e Tié, no fim de semana seguinte, dia 23. A primeira apresentação
promete mesclar sucessos nacionais de
Vinicius de Moraes, Dolores Duran,
Tom Jobim, Valdo Aderaldo e Fausto Nilo com nomes clássicos da música francesa, como Trénet, Henri Salvador, Jacques
Prévertda. Essa união de finos compositores no mesmo repertório justifica-se pela
nacionalidade estrangeira da cantora, que
possui, no entanto, raízes genuinamente
brasileiras, cravadas durante a infância no
Ceará. Já a revelação Tié, inconfundível
nos palcos paulistas, vai apresentar o
show de estreia de seu álbum autoral
Sweet jardim. O estilo é o chamado low-fi,
com presença marcante de piano e voz.
Entre os dias 21 e 23, apresenta-se no
Clube do Choro, pelo projeto Brasília 50
anos – Capital do Choro, o cantor e compositor Guinga, que já foi classificado como “a maior revelação musical da década
de 90” e “o mais importante herdeiro da
brasilidade de Villa-Lobos”. Com seus
quase 35 anos de carreira, Guinga é admirado por nomes como Paco de Lucia,
Michel Legrand, Sérgio Mendes, Ed Motta, Lenine, Ivan Lins e Leila Pinheiro.
Tem crescido também a repercussão, no
exterior, do trabalho desse músico criado
entre o subúrbio e a Zona Sul do Rio.
Vem desse trânsito entre dois mundos a
inspiração para a maioria de suas composições. Não vão faltar também homenagens à Capital Federal e aos músicos pratas da casa.
Já no cenário independente, a banda
gaúcha Superguidis lançará seu terceiro e
mais aguardado álbum no Velvet Pub, dia
16. Apesar do pouco tempo de estrada, a
banda tem ganho notoriedade no meio
musical com o amadurecimento de seu
trabalho, notado pelo tom mais pesado
dos instrumentos, a incontestável criatividade das composições e a evolução em cima dos palcos das mais diversas casas de
shows em todo o país. A abertura da noite
será com a brasiliense Tiro Williams, reconhecida em 2009 como um dos destaques da cena brasiliense e uma das grandes revelações nacionais.
Mamãe Ema e a Eminha, sua filhote,
animais típicos do Cerrado, são as testemunhas oculares da transformação do
Planalto Central para a construção da
nova capital do Brasil. As duas acompanham a chegada dos candangos, que,
vindos dos mais diversos recantos do
país, vão contribuir para tornar real o
projeto piloto de Lúcio Costa e as maravilhosas edificações criadas por Oscar
Niemeyer e adornadas pela arte de
Athos Bulcão. Entre canções e muita diversão, Mamãe Ema e Eminha presenciam a construção da cidade sonhada
por muitos brasileiros e sua inauguração
por JK, num discurso de esperança.
22
18/4, às 20h, no Pontão do Lago Sul.
Ingressos: R$ 100 a R$ 300 (meia).
Quem assinar a Roteiro (R$ 105 à vista)
ganha um ingresso. Informações: 3964.0207.
Bandadois – Gilberto Gil
24/4, às 21h, no Centro de Convenções
Ulysses Guimarães. Ingressos: R$ 50 a R$ 120
(meia), à venda na CVC do Pátio Brasil.
Informações: 8130.1417.
Mulheres brasileiras – Vanessa da Mata
9/4, às 21h, no Centro de Convenções.
Ingressos: de R$ 60 a R$100 (meia), à venda
na FNAC e pelo site ingressorapido.com.br.
Informações: 4003.1212.
Paula Tesser
16/4, às 21h, no Teatro Oi Brasília (Brasília
Alvorada Hotel). Ingressos: R$ 20 (meia), à
venda na bilheteria. Informações: 3424.7169.
Tié
23/4, às 21h, no Teatro Oi Brasília. Ingressos:
R$ 30 (meia), à venda na bilheteria.
Informações: 3424.7169 / 3424.7169.
Guinga
De 21 a 23/4, às 21h45, no Clube do Choro.
Ingressos: R$10 (meia), à venda na bilheteria.
Informações: 3224.0599.
Superguidis & Tiro Williams
16/4, às 22h, no Velvet Pub (102 Norte).
Ingressos a R$ 10, à venda no local.
Informações: www.velvetpub.com.br.
Divulgação
A epopeia
da construção
Farewell – the final tour – Simply Red
Essa é a sinopse do espetáculo multimídia Brasília, Brasília para crianças, que se
propõe a narrar ao público infanto-juvenil
a história da construção da nova capital. O
espetáculo foi concebido pelo premiado
dramaturgo Joselito Eduardo Matos Sampaio a partir de uma pesquisa minuciosa
em documentos do Arquivo Público do
Distrito Federal, acervos do Memorial JK
e Casa de Lúcio Costa, além de vídeos e
bibliografias específicas. Toda a apresentação é pontuada por projeções de
vídeos, filmes, fotografias históricas,
além da participação de bonecos, que
mantêm as crianças encantadas. A trilha sonora inclui desde canções populares, como Peixe vivo, até a Sinfonia da
alvorada, de Vinicius de Moraes e Tom
Jobim, além de músicas compostas especialmente para o espetáculo, executadas ao vivo.
Brasília, Brasília para crianças
3 e 4/4, às 16h, no Teatro da Caixa Cultural
(Setor Bancário Sul). 10, 11, 17 e 18/4, às
17h, na Sala Plínio Marcos do Complexo
Cultural da Funarte (Eixo Monumental).
Ingressos: R$ 10 e R$ 5. Classificação
indicativa: livre.
A fina-flor da MPB
Leonel Laterza canta Edu Lobo no Teatro da Caixa Cultural
Q
uem perdeu a chance de vê-lo em
ação em novembro do ano passado, na Sala Cássia Eller, da Funarte, não pode deixar a oportunidade passar. O cantor Leonel Laterza
brinda o brasiliense novamente com o
show Ave rara - canções de Edu Lobo, em
apresentação única, dia 8 de abril, uma
quinta-feira, no agradável Teatro da Caixa, ali no Setor Bancário Sul.
Como o título entrega, Laterza paga
tributo a um dos mestres da canção brasileira. Edu Lobo, autor das imortais Upa,
neguinho (parceria com Gianfrancesco
Guarnieri) e Arrastão (parceria com Vinicius de Moraes), só para ficar nas mais conhecidas, é dono de repertório finíssimo e
atemporal. Suas canções são um verdadeiro desafio para os intérpretes, dado o seu
alto grau de sofisticação melódica, harmônica e poética.
O cantor, prata da casa, encara a tarefa, afirmando que a familiaridade com
Edu Lobo vem desde a infância e dos saraus regados à alta música que seus pais
promoviam em casa. “Já naquela época,
Edu Lobo era considerado um artista de
muita qualidade. Quando comecei a cantar, sempre tinha Edu Lobo em meu repertório”.
Outra razão que Laterza enfatiza para
homenagear o mestre é o fato de Edu comumente ser lembrado como parceiro de
Chico Buarque (o que não é nenhum demérito, diga-se), mas que sua obra vai
além do Grande circo místico, Cambaio e
Moto contínuo, parcerias mais célebres da
dupla. “Muitos cantam Edu Lobo por
causa do Chico, mas isso gera uma espécie de lacuna, pela importância que ele
tem no contexto da música popular brasileira”, ressalta.
Quem esteve na Sala Cássia Eller ou
conhece Leonel Laterza a partir do CD Esmeraldas, lançado em 2006, sabe o que está por vir. A combinação de voz sossegada
(“ele é o Chet Baker brasileiro”, como disse Rosa Passos) com arranjos jazzy de alto
acabamento resulta em experiência eufônica paralisante.
O roteiro passa por Ave rara (igualmente rara parceria com Aldir Blanc),
Ponteio e Viola fora de moda (parcerias com
Capinam) e A moça do sonho, Beatriz e Valsa brasileira (com Chico Buarque), embaladas em luxuoso acompanhamento instrumental piano-baixo-e-bateria. Não bastasse, temos a fina-flor dos músicos brasilienses escalados para a ocasião: Hamilton Pinheiro (baixo), Flavio Silva
(piano) e Renato Gloria (bateria)
devem levar o ouvinte à estratosfera. A cantora Vanessa
Pinheiro, o violoncelista
Ocelo Mendonça e o
trompetista
Marcos
Santos têm participação especial e aju-
dam a levar a coisa para o infinito e além.
Ponto para Leonel Laterza. O belo trabalho autoral de Edu Lobo tem estado ausente dos nossos ouvidos, como, aliás, estão ausentes outros grandes heróis da nossa música. No caso do autor em questão,
sua música foi feita para ser ouvida e absorvida com a calma e atenção. O resultado gratifica o ouvinte e refrigera a alma.
No trânsito, no meio da EPTG, experimente Pra dizer adeus (Edu/Torquato Neto), de preferência o dueto do autor com
Maria Bethânia. Nego fica mansinho – e
a viagem, infinita.
Ave rara – canções de Edu Lobo
Com Leonel Laterza e banda
8/4, às 20h, no Teatro da Caixa Cultural
Brasília (Setor Bancário Sul). Ingressos a
R$ 10 e R$ 5. Bilheteria: 3206.6456 (de 3ª
a domingo, das 12 às 21h). Classificação
indicativa: 14 anos
Telmo Ximenes
Por heitor menezes
23
24
luzcâmeraação
Humor,
Divulgação
nutrição
da alma
Aplaudida pelo público na Mostra Internacional de São Paulo
do ano passado, a comédia alemã Soul Kitchen coloca sem
qualquer pudor o universo gastronômico de pernas para o ar
Por Sérgio Moriconi
R
econhecido como um dos mais interessantes realizadores alemães da
nova geração, Fatih Akin resolveu
dar uma guinada de 180 graus em sua carreira e fazer uma comédia bem ao gosto de
um público médio, quase uma chanchada, em Soul Kitchen. O risco assumido era
enorme. Quem viu os anteriores, Contra a
parede (2004) e Do outro lado (2008), pode
estar se perguntando o que deu nele. Exibido em Veneza no início do ano passado, onde recebeu o Prêmio do Júri, o filme teve boa aceitação do público, apesar
de alguns críticos – poucos, é verdade – se
referirem a ele (ao filme) como raso. Em
cartaz há pouco mais de duas semanas em
Brasília, o que se pode dizer é que o público se esbalda com as incríveis trapalhadas
de um dono de restaurante grego, seu irmão presidiário, namoradas, garçonetes,
clientes, agentes do governo, pilantras de
toda ordem e entourage do estabelecimento situado numa zona industrial degradada de Hamburgo, na Alemanha.
Até Soul Kitchen, Akin era considerado um “autor” de cinema. Quer dizer, fazia filmes para o circuito de festivais e salas
especiais. Agora, ninguém sabe. Visto
com mais atenção, a nova comédia desse
realizador de origem turca trata de uma
maneira tresloucada dos mesmos temas
abordados nos dois longas anteriores.
Multiculturalismo, drama dos imigrantes
estrangeiros e inadequação a uma sociedade que não conhecem estão presentes
aqui de uma forma não-confrontacional,
bem-humorada, junto a várias outras
questões candentes de nossas conturbadas sociedades globalizadas, especialmente as europeias. Negros, asiáticos, “gregos
e troianos” dividem o mesmo espaço urbano nas franjas de uma Hamburgo cosmopolita, multifacetada, cidade onde
Akin vive com a família, onde tem os amigos e uma profunda ligação afetiva. As histórias e muitos dos incidentes
do filme foram testemunhados pelo diretor ou pelas pessoas com quem convive.
O incrível restaurante foi inspirado no estabelecimento de um de seus melhores
amigos. Existe verdadeiramente algo de
profundamente pessoal nesse trabalho, a
ponto de o diretor incluir em seu elenco a
mulher, o irmão e vários de seus companheiros de farra de juventude. Akin declarou que há muitos aspectos autobiográficos no argumento original, mas eles não
são predominantes. Dá para perceber. O
burlesco – a pantomima de inspiração
chapliniana – serve para evidenciar algumas das ideias que o diretor quer passar.
A principal delas diz respeito à afirmação
de uma cultura alternativa, anti-homogeneização, livre das imposições do grande
capital corporativo. A gastronomia é o veículo para falar
disso. Slow food x fast food. No filme, Zinos (Adam Bousdoukos), o proprietário
do restaurante que só serve comida congelada, vulgar, para uma clientela tosca, vai,
pouco a pouco, devido a uma série de circunstâncias fortuitas, tomando consciência de um outro caminho. É um aprendizado. O mesmo experimentado por Akin.
Antes do filme, o diretor confessou não
saber fritar um ovo. Descobrir um tratamento dramatúrgico justo para essa comédia que se equilibra à beira do abismo custou exaustivos ensaios de todo o elenco.
Algumas gags foram repetidas mais de
trinta vezes, até que Akin julgasse ter atingido o equilíbrio correto entre naturalidade, improvisação e trabalho de repetição
com os comediantes. Um dos coringas de Soul Kitchen é o
grande ator Birol Ünel, o furibundo chef
Shayn. Atirador de facas, alcoólatra e cozinheiro refinado, Shayn vai ser o catalisa25
luzcâmeraação
Soul Kitchen
Alemanha/Turquia/2009, 99min. Direção:
Fatih Akin. Roteiro: Adam Bousdoukos e
Fatih Akin. Com Adam Bousdoukos, Moritz
Bleibtreu, Birol Ünel, Anna Bederke, Pheline
Roggan, Lukas Gregorowicz, Dorka Gryllus,
Wotan Wilke Möhring e Udo Kier.
26
O segredo dos seus olhos
Por Reynaldo Domingos Ferreira
E
m O segredo dos seus olhos, o argentino Juan José Campanella realiza
um thriller policial de conotação política para traçar um instigante e, às vezes,
comovente paralelo entre duas histórias
de amor que por não se concretizarem –
eis o segredo – resistiram ao tempo. Tudo
é narrado em duas épocas, com interregno de mais de 20 anos. O protagonista é
um promotor público recém-aposentado,
Benjamin Espósito (Ricardo Darín), que
decide escrever um romance sobre um caso criminal que, em atividade, não conseguira desvendar. Mas essa decisão é também providencial para ele rever amigos e
reencontrar sua ex-chefe, Irene Menéndez
Hastings (Soledad Villamil), inspiradora
de seus sonhos.
Tem-se, portanto, duas continuidades
paralelas, muito usadas no neorrealismo
italiano: uma no presente e outra no passado. Elas se entrelaçam na afetividade
atual dos protagonistas. O homicídio
ocorrera em 1974. A Argentina entrava
num clima de violência política. Naquela
circunstância, os promotores sofreram
pressão para não dar prosseguimento às
investigações. O suspeito, Isidoro Gómez
(Javier Godino), operário vindo para Buenos Aires do interior, onde conhecera a
vítima Liliana Coloto (Carla Quevedo),
tornara-se, de repente, um elemento protegido dos setores repressivos do governo.
No seu desígnio de reconstituir os fatos para narrá-los no romance, Espósito
vai se certificando de seus próprios erros,
que causaram a morte de colegas, e das limitações que às vezes lhe impunha Irene.
Ele se sentia fraco e acovardado diante dela, por quem estava apaixonado, mas nem
coragem tinha para desfrutar esse amor.
Enquanto tudo isso ocorria, Espósito se
indagava sobre o destino de Ricardo Morales (Pablo Rago), marido de Liliana, que
vivera tão pouco tempo com ela. Que destino tomara? O que fizera para preencher
o vazio que lhe deixara na vida a mulher
que amava? Na busca de esclarecimentos
para essas indagações o escritor vai encon-
Fotos: Divulgação
dor dos novos tipos humanos que vão frequentar o novo Soul Kitchen de Zinos.
Ponto de encontro de descolados, undergrounds, punks, o restaurante, bar e dancing faz jus ao seu nome: “cozinha da alma”. Pratos que permitem o desfrute da
coisa não-estandartizada. Como o blues
dos negros norte-americanos marginalizados, gênero que domina parte da trilha do
filme através de uma banda que toca e ensaia no restaurante, a soul food celebra a
cultura alimentar de grupos ou comunidades de indivíduos diferenciados. A expressão existe de fato. Surgiu em meados dos
anos 60 para designar a cozinha e os hábitos alimentares dos afro-americanos dos
estados do sul dos EUA. Na interpretação de Akin, imigrantes
marginalizados na Alemanha, excluídos
de todas as cores e matizes, são como os
negros norte-americanos. No seu Soul
Kitchen, os guetos das metrópoles industrializadas dos EUA são transportados para a Ilha Williamsburg, em Hamburgo,
onde o diretor descobriu o grande galpão
que serve de cenário para o restaurante de
Zinos. Uma das grandes sacadas do filme
é ampliar as ideias que surgem descompromissadamente na trama para além do clichê. A comida como antídoto à padronização cultural, ao pensamento unidimencional. A valorização da cultura local, porém
– e aqui Akin surpreende – é tratada pelo
diretor de forma politicamente incorreta.
De todo modo, o desvario de Soul
Kitchen resgata um pouco do espírito
anárquico do início do movimento do
slow food no mundo, quando o jornalista
Carlo Petrini reúne uma pequena brigada
de ruidosos militantes para tentar impedir
a abertura de um McDonald na Piazza di
Spagna, um dos mais nobres pontos turísticos de Roma. A intenção do slow food era
clara: lutar contra a massificação e vulgarização do ato de comer. De sua parte, um
outro mérito de Akin foi não temer o vulgar. Repleto de incidentes de comédia pastelão, termo, aliás, bem adequado para o
filme, Soul Kitchen é um alucinado biscuit
de fois gras com ketchup.
trar uma revelação que lhe será de extrema utilidade para mudar sua maneira de
encarar o futuro.
Se o argumento não resiste a uma análise crítica, a direção de Campanella lhe
supre as deficiências ao impor envolvente
narrativa, que conquista de pronto o espectador. Ela é rica na técnica do uso do
flashback e eficiente no emprego de outros
recursos de linguagem cinematográfica,
especialmente na formulação de planos
sequências magistrais. Ricardo Darín é
parceiro constante de Campanella em
seus belos filmes, como O filho da noiva.
Mas, nesse, em especial, teve oportunidade de realizar um primoroso trabalho de
composição para demonstrar, com acuidade técnica, que, na essência, por mais
que se passem os anos, o homem permanece o mesmo. Soledad Villamil, que já
atuou com Darín, também sob a direção
de Campanella, em O mesmo amor, a mesma chuva, além de ser muito bonita tem,
igualmente, uma atuação brilhante.
O segredo dos seus olhos
(El secreto de sus ojos)
Argentina/Espanha, 127min. Direção e
roteiro: Juan José Campanella, com base no
livro La pregunta de sus ojos, de Eduardo
Sacheri. Com Ricardo Darín, Soledad
Villamil, Guillermo Francella, Javier Godino,
Carla Quevedo e Pablo Rago.
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