Paulo Yassuhide Fujioka
Aspectos de Preservação da Obra de Frank Lloyd Wright Dentro do
Quadro da Conservação do Patrimônio Moderno nos E.U.A.
Resumo
O objetivo da comunicação é apresentar alguns aspectos recentes sobre a preservação da
arquitetura, documentos e idéias de Frank Lloyd Wright e casos de restauração de algumas obras.
Qual seria o interesse do conteúdo desta comunicação dentro do contexto da temática geral do
III Seminário DOCOMOMO-Brasil? Neste momento de encolhimento progressivo do Estado e
retraimento da ajuda governamental para fins culturais, é interessante conhecer alguns exemplos
nos EUA de ações coordenadas de grupos comunitários, com ou sem o apoio de instituições
oficiais, no sentido de preservar o patrimônio histórico, divulgar a memória da obra dos
arquitetos e educar o grande público para a importância da arquitetura como expressão cultural e
como elemento fundamental para a qualidade de vida urbana.
Apresentaremos os seguintes casos:
• Restauro da Dana-Thomas House em Springfield, Illinois.
•
Questões de preservação das casas da “fase maia” de Wright - restauro da Casa John
Storer, Los Angeles, Califórnia.
•
A Taliesin Preservation Commission e suas atividades, enfocando os danos causado
pela tempestade de Junho de 1998.
•
Investigação de problemas e estabilização estrutural da Fallingwater House, Mill Run,
Pennsylvania.
•
O trabalho da Frank Lloyd Wright Conservancy no sentido de pesquisar, documentar e
preservar a obra construida de Wright, junto a especialistas e usuários.
Comunicação
Nos últimos dez a quinze anos, o interesse pela preservação da herança do patrimônio
histórico nos Estados Unidos tem aumentado consideravelmente. Hoje, a preservação e
reciclagem de edifícios históricos e documentos relativos à obra de arquitetos historicamente
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importantes já constitui importante fatia do mercado profissional dos arquitetos norteamericanos.
Este interesse não é apenas motivado por políticas públicas promovidas pela elite ou pelas
instituições públicas. A preservação do patrimônio tornou-se desde os anos 60 uma importante
causa das associações de bairro e das organizações não-governamentais voltadas para a
revitalização dos centros deteriorados das grandes cidades, aliados a prefeituras, corporações e
comércio - todas interessadas em retornar aos centros, agora, muito mais interessantes sobre o
ponto de vista do aluguel e da infra-estrutura do que as edge cities. E as grandes empresas
descobriram na preservação do patrimônio uma política de incentivo cultural e marketing de
grande apelo e retorno.
Desta forma, a reciclagem e preservação de edifícios históricos foi, aos poucos, tornando-se
importante fatia de mercado profissional dos arquitetos. Academicamente, instituições como a
Graduate School of Fine Arts da Universidade de Pensilvânia ampliaram seus programas de
preservação do patrimônio e documentação de arquitetura e criaram laboratórios de restauro.
A preservação das obras do Movimento Moderno - como na tentativa de demolição da Lever
House no início dos anos 80 - tornou-se também motivo de controvérsia pública nos EUA. E
dentro deste contexto, a preservação da obra de Frank Lloyd Wright (1867-1959) constitui um
aspecto ainda mais polêmico, devido às características notoriamente frágeis dos edifícios.
A arquitetura de Wright sempre se revelou frágil, ao sempre procurar utilizar práticas e
materiais novos, inclusive abusando de tecnologias ainda não suficientemente testadas. Mesmo
materiais tradicionais eram empregados de forma heterodoxa, de acordo com seu intuito de criar
uma expressão espacial e construtiva original, do partido arquitetônico ao detalhe. Com
frequência, Wright fazia pouco caso dos limites de segurança e dos coeficientes de tolerância.
Quase todos os prédios construidos por Wright apresentaram problemas de vazamento na
cobertura, por exemplo. A cobertura da casa Herbert F. Johnson em Racine, Wisconsin (193739), deixou entrar água da chuva durante um jantar de inauguração da residência. Quase todas as
escrivaninhas da Johnson Wax Company, também em Racine (1936-39), estavam equipadas
com baldes. A chuva também irrompeu dentro da sinagoga Beth Sholom (Elkins Park,
Pensilvânia, 1953-59) durante os primeiros feriados judeus celebrados dentro do prédio recéminaugurado, obrigando a congregação a abandonar o local. A abóbada da cobertura da Igreja
Ortodoxa Grega de Wauwatosa, Wisconsin (1955-61) desabou parcialmente em 1967.
Para muitos, a inacreditável demolição do Larkin Building foi uma das grandes, senão a
maior tragédia na luta pela preservação do patrimônio histórico moderno. Uma perda inclusive
para a Arquitetura Moderna Paulistana, dada a sutil influência - que os espaços abertos para o
átrio central de iluminação zenital, com as circulações e os serviços concentrados em núcleos
periféricos - exerceram na Escola Paulista, como o prédio da FAUUSP, de Vilanova Artigas.
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Segundo o Frank Lloyd Wright Building Conservancy, um em cada cinco edificações
construidas por Wright já foram destruidas (incluindo o Larkin Building em Buffallo, NY; o
Midway Gardens em Chicago, o Hotel Imperial em Tokyo e a Francis W. Little House).
Existem fatores inusitados referentes à preservação da obra do arquiteto. Como reparou o
crítico Anders Nerein em 1991, salvar uma simples sala projetada por Wright - incluindo o
mobiliário - da demolição pareceria um “ato fútil de generosidade” há 25 anos atrás. Mas, como
Nerein repara com perspicácia, a revalorização especulativa da arquitetura e do mobiliário
original projetado por Wright acabou por tornar-se uma ameaça ainda maior à integridade dos
poucos ambientes wrightianos originais ainda preservados. Grande parte desta valorização
especulativa foi causada pelo fascínio que o design wrightiano passou a exercer sobre
colecionadores milionários, como o excêntrico Tom Monaghan (muito criticado por isso, apesar
de ter financiado exposições, livros e documentários sobre Wright).
Hoje seria impossível imaginar uma demolição de um prédio do porte do Larkin. Muito pelo
contrário, corporações multinacionais provavelmente estariam se digladiando pela posse do
prédio. A arquitetura wrightiana presente no cinema americano dos últimos vinte anos também
tem contribuido para o apelo cultural crescente da arquitetura histórica como marketing cultural.
Um exemplo claro disto foi a restauração e revitalização (1987) do edifício de escritórios The
Rookery projetado por Burnham & Root em Chicago (1886), cujo lobby foi remodelado por
Wright em 1905. Foi um tall building pioneiro (alguns autores consideram como um exemplo
primordial da Escola de Chicago). Sua fachada foi composta como um palazzo da Renascença
florentina fora de escala - mas que resultou num desenho adequado para as quadras densamente
ocupadas do núcleo original da cidade. Foi restaurado nos anos 80, por iniciativa de uma
instituição financeira. Reaberto, tornou-se atração popular, monumento da história da cidade.
Este exemplo nos leva aos casos de estudo, a seguir.
RESIDÊNCIA SUSAN LAWRENCE DANA (atual DANA-THOMAS HOUSE MUSEUM)
301 E. Lawrence Avenue, Springfield, Illinois - projeto de 1902-04
Por todas as questões expostas acima, o crítico Anders Nerein considerou a restauração da
Residência Dana-Thomas, com seu mobiliário original, como motivo de júbilo: “uma
combinação de sorte, visão e perseverança conspiraram para preservar esta casa”.
Historicamente, a Dana-Thomas House não poderia ser considerada como uma prairie house.
No entanto, é magnífica sob qualquer ponto de vista, obra de um arquiteto em pleno exercício de
seu talento. Muitos autores classificam a Dana-Thomas House como ápice da primeira série de
projetos independentes, iniciados a partir da William H. Winslow House em River Forest, IL
(1893-94, preservada); a Lake Mendota Boathouse em Madison, WI (1893, demolida 1926), a
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Francis Apartments em Chicago (1895, demolida 1971); a FLW House and Studio (Oak Park,
IL, 1889-98, preservada).
Nestes projetos, podemos perceber o percurso do pensamento wrightiano - da influência de
Louis Sullivan e H.H. Richardson à prairie house - através da progressão de determinados
experimentalismos, como a articulação assimétrica de volumes do Shingle Style e da arquitetura
de H.H. Richardson (arcos, abóbadas e lay-out mais informal); e uma atitude Arts and Crafts no
sentido de evitar cair no historical revivals da era vitoriana tão em voga.
Podemos observar nos ornamentos da Dana-Thomas House a inspiração em formas da
natureza, tão cara a Sullivan. Mas os motifs da natureza tornam-se abstrações mais repetitivas,
mecânicas. Wright afasta-se do expressionismo sullivaniano da mão livre em favor de um rigor
geométrico de inspiração industrial.
Wright também ainda não tinha rompido com a tradição americana formal em favor de uma
organização mais fluida de espaços, paredes e divisórias da prairie house. Há um equilíbrio tenso
entre massas e texturas verticais e horizontais, ao contrário da horizontalidade predominante da
prairie house.
A Dana-Thomas House abriga uma rica fatia da história da cidade, o que a tornou mais
atraente junto ao público leigo. Ela foi encomendada por Susan Lawrence Dana como uma
ampliação da mansão de seu pai, resultando num grande conjunto de espaços públicos e privados
com 1170,54m2. Construida a poucas quadras do capitólio do Estado, tornou-se ponto de
encontro e discussão dos políticos progressistas de Springfield e, posteriormente, um agitado
centro da vida cultural da cidade. Também foi uma das primeiras casas da cidade a receber luz
elétrica desde sua construção.
No entanto, antes da metade do século, a casa já tinha se deteriorado com o declínio da
fortuna e saúde de Susan Lawrence Dana, que a vendeu em 1943, com a mobília e acabamentos,
para Charles e Nanette Thomas, que a utilizaram por 35 anos como escritórios de sua pequena
casa editorial. Ambos respeitaram o design de Wright e procuraram manter o conjunto de forma
integral, dentro de seus modestos meios.
No final dos anos 70, a Dana-Thomas House despertou a atenção do Governador de Illinois,
James Thompson, também colecionador de antiguidades. Thompson convenceu o estado a
adquirir o imóvel e pessoalmente empenhou-se numa campanha para arrecadar US$ 5 milhões
para a restauração da casa, além da recuperação do mobiliário original (um abajur de pedestal
duplo chegou a ser adquirido por US$750.000). Inaugurada em 1991 como um museu, a DanaThomas House apresenta um raro exemplo completo do design de Wright - na arquitetura, nos
ornatos, no design de móveis e acabamentos.
O escritório de arquitetura Hasbrouck Peterson Associates completou a restauração em três
fases durante três anos, contratando artesãos especialistas. O projeto incluiu reparos no
revestimento de tijolo das fachadas (nas juntas recuadas projetadas por Wright, por exemplo) e
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no concreto colorido lascado. Os vitrais originais de Wright receberam a proteção de vidros a
prova de roubo e tempestades.
A inclinação quebrada das águas do telhado é motivo de controvérsia até hoje - talvez
inspirada na arquitetura oriental tanto apreciada por Wright desde a visita ao Hododen da
Exposiçõa Mundial Columbiana de Chicago. O friso de gesso original em grande parte não
existia mais, e foi substituido na restauração por um novo, criado a partir do molde original e
com acabamento de esmalte verde e bronze, que fazem referência ao castanheiro do pátio. Seu
desenho é considerado um percursor do Art-Déco americano. Outra caracteristica original são as
esquadrias de grandes panos de vidro (mesmo para os tempos atuais), e que estão montadas
abaixo do friso da marquise do telhado.
Sem dúvida que o espaço mais importante da casa é o grande salão de jantar abobadado,
iluminado pelos célebres lustres wrightianos. As célebres dancing parties de Susan Dana eram
animados por uma orquestra abrigada no balcão cerrado por cortinas. O mural de George
Niedecken feito de sumagre (sumac), vara-de-ouro (goldenrod) e áster púrpura (iluminado, por
baixo) é o único exemplar preservado de um friso Niedecken na arquitetura doméstica de Wright.
Sucessivas camadas de tinta acabaram por retirar a qualidade tridimensional do acabamento
artesanal em gesso das paredes internas (técnica antiga conhecida como scumbling “esbatimento”). Este revestimento foi substituido por um novo. Para recuperar o aspecto da
textura original, dois artesãos especializados, Micky e Lee Thompson esfregavam areia grossa no
revestimento acabado antes de secar até expor um relevo, e então pincelavam a superfície com
uma camada de primer de pigmento. A seguir, uma segunda camada de pigmento era aplicada
com esponja e protegida com esmalte.
A substituição do revestimento antigo pelo novo provocou críticas, mas as autoridades
julgaram que a simples restauração das paredes originais poderia provocar atos de vandalismo
por parte de visitantes desejosos de levar uma lasca como lembrança.
Críticas também foram feitas à substituição do friso original e ao restauro das peças de
madeira, cujo novo tom vermelho-laranja foi considerado infiel. O arquiteto Will Hasbrouck
respondeu que a cor reflete o tom do sumagre (sumac) presente em um friso interno, nas
luminárias e vitrais originais.
O novo uso público da edificação como museu exigiu algumas adaptações em função de
normas de segurança e museologia. A fiação elétrica original foi preservada, devido a sua
importância histórica, mas foi desativada. Em seu lugar, foi instalada uma nova, compatível, com
o sistema de iluminação inovador projetado por Wright, que foi restaurado. Alguns críticos mais
puristas não concordaram com a adoção de um sistema de HVAC (aquecimento, ventilação, arcondicionado) de última geração, por considerá-la infiel ao conceito original de projeto. As
autoridades estaduais responsáveis entenderam que um espaço climatizado seria mais adequado
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para conservação dos móveis, tecidos, forrações e obras de arte, tendo em vista os grupos de
visitantes.
TALIESIN II
Spring Green, Wisconsin, 1911
Em 1976, o National Park Service (responsável pela manutenção de monumentos históricos
naturais e construidos tombados pelo governo federal) tombou Taliesin II como National
Historic Landmark (Monumento Histórico Nacional), sob a classificação de Priority 1Threatened Landmark, ou seja, um monumento ameaçado, categoria que engloba 7% dos 2100
monumentos históricos nacionais dos EUA.
Considerou-se Taliesin como um monumento sob risco e com urgente necessidade de
preservação física, devido ao processo de deterioração dos componentes dos edifícios, advinda da
passagem do tempo, danos devido às fortes mudanças climáticas ocorridas em Wisconsin nas
últimas décadas (incluindo umidade e ciclos de congelamento/degelo ao longo de décadas) e a
necessidade de incrementar o ritmo dos reparos. Outro fator de peso, tão presente cada vez que
abordamos o tema da conservação de prédios pioneiros do Movimento Moderno, foi a natureza
experimental das técnicas de construção e materiais inovadores tão caros a Wright.
Taliesin II também foi listada pelo National Trust for Historical Preservation como um dos 11
locais históricos mais ameaçados de destruição nos EUA.
Em 1988, uma força-tarefa do Governador de Wisconsin Tommy G. Thompson recomendou a
criação da Taliesin Preservation Inc., com o objetivo de oferecer acesso público, programas
educacionais e conduzir obras de manutenção e restauração.
Desde o início dos anos 90, o programa de preservação da TPC-Taliesin Preservation
Commission, Inc., conseguiu resultados consideráveis no sentido de deter a degradação física do
conjunto de 600 acres. A primeira fase do programa concentrou-se em projetos para sanar áreas
críticas para a segurança e saúde física de funcionários e visitantes e nos focos identificados de
falha estrutural. A seguir, efetuaram-se as seguintes obras:
•
Levantamento histórico da obra original para garantir que todos os projetos preservam
a integridade histórica dos materiais e as reformas sejam completas de acordo com os
dados levantados.
•
Restauro da Taliesin Hill Wing, do terraço do dormitório de Wright e da área em risco
no salão de estar de Taliesin.
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•
Reforma da cobertura do Hillside Drafting Room, Taliesin Studio, salão de estar,
•
loggia e apartamento.
Reconstrução da laje em balanço e parapeito do perímetro norte de Taliesin e da ala de
dormitórios oeste na encosta da colina (Hillside).
A seguir, foi desenvolvido um programa de manutenção de rotina, com base na pesquisa
sobre o projeto, que permitiu entender melhor a estrutura e os materiais empregados, prevenindo
danos futuros. Por volta de 1997, o TPC tinha completado os seguintes trabalhos:
•
Relatório da Estrutura Histórica (HSR) para os 3437,30m2 da Taliesin Residence, que
servirá de base para projetos e planejamento. Como o complexo foi construido aos
poucos desde 1911, o HSR também especifica o período histórico para a qual toda
restauração deve ser remetida, ou seja, os dez anos finais da vida de Wright (1949-59).
•
Levantamento de drenagem da residência.
•
•
Substituição da cobertura do Tan-y-deri.
Um código de zoneamento interno com uma pauta para projetos e mudanças.
•
Levantamento da flora silvestre, através de bolsa de pesquisa do Wisconsin
Department of Natural Resources.
•
Levantamento de artefatos em todos os espaços abertos ao público.
Atividades em 1998:
•
Plano de preservação do sítio a partir do HSR, com cronogramas de projeto e
estimativas de custos, incluindo avaliações de drenagem.
•
Estabilização estrutural e sistema de aquecimento para o Hill Wing Apartments, que
permitirá a instalação de um novo forro de gesso e a reforma da cozinha.
•
Relatório da Estrutura Histórica do Tan-y-Deri, com fundos da Jeffris Family
Foundation.
•
Início do Relatório da Estrutura Histórica da Hillside Home School.
•
Expansão do Programa de Manutenção Preventiva para todos os espaços internos e
•
externos.
Plano Paisagístico de Taliesin, através de bolsa de pesquisa do Wisconsin Department
of Natural Resources.
•
Restauro do dormitório de Mrs. Wright.
•
•
Estabilização das janelas e terraço da Blue Loggia.
Restauro do Taliesin Living Room.
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Em Junho de 1998, uma grande tempestade com ventos fortíssimos causou muitos danos,
derrubando o carvalho do Tea Circle, a última das três árvores de existência anterior à construção
de Taliesin. No dia seguinte, membros da TPC e residentes retiraram restos de 15 árvores
danificadas, evacuaram o Taliesin Studio, desviaram o percurso dos caminhos turísticos e
executaram obras de estabilização. A árvore vinha sendo cuidada há vinte anos e foi removida
cuidadosamente pela sua equipe. Cortes no tronco indicaram idade estimada em 225 anos.
A maior parte dos danos ocorreu na ala do estúdio de desenho, que abrigava escritórios da
Frank Lloyd Wright Foundation. Esta ala era a mais antiga porção do complexo, tendo sido
iniciado em 1911. Sobreviveu a dois incêndios (1914 e 1925) que destruiram as alas de
habitação.
Com a queda da árvore, a chuva inundou a estúdio, apesar da ação imediata do staff. Relatório
de condições datado de 19/06/98 indicou danos consideráveis no Escritório Norte, Escritório Sul,
Estúdio, cobertura, acervo e áreas externas.
A TPC montou uma operação de emergência que garantiu a segurança do local para
funcionários, residentes e visitantes; e a proteção do tecido histórico dos edifícios e seus artefatos
em 24 horas.
Mesmo a remoção da árvore levou em conta todas as transferências de carga e momentos
fletores resultantes da retirada de galhos e trechos do tronco.
O plano de contingência elaborado pela TPC incluiu os seguintes procedimentos imediatos:
•
Levantamento e documentação do ocorrido e das providências tomadas: registro
fotográfico das condições existentes, preparação de plantas mostrando áreas afetadas,
preparação de cortes estruturais e plantas revelando cargas pontuais/transferência de
cargas e amostras de materiais.
•
A investigação dos danos também está exigindo um constante registro de eventos e
achados, na medida em que acabamentos históricos originais estão sendo removidos
das paredes para avaliar possíveis danos à estrutura. O levantamento inclui
documentação fotográfica, desenhos da estrutura exposta e suas condições e
•
amostragem de material.
Como o programa de visitação pública não foi interrompido, foram erguidos tapumes
por segurança e proteção dos artefatos e destroços originais. Capas de plástico
passaram a cobrir os pisos, recobertos por placas de compensado ½”. Um grande
•
esforço está sendo feito no sentido de preservar ao máximo os revestimentos originais.
Um dos problemas principais está no forro de gesso, que exibiu muitas rachaduras –
que podem ser resultado do impacto ou de danos à estrutura. O forro será removido,
mas caso não se encontrem evidências de danos estrutural, o estúdio continuará aberto
à visitação.
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O programa de preservação já em andamento em Taliesin criou uma base conceitual para os
reparos. Pesquisa e planejamento estavam quase completos e a restauração do estúdio já era
prioridade. A TPC também encarregou-se da proteção da paisagem ao redor, que remete à perda
do carvalho secular (uma grande avalanche de lama destruiu parte da colina ao redor da qual
grande parte de Taliesin foi construida).
A TPC está elaborando uma estratégia para o completo restauro da studio wing, incluindo o
telhado, as falhas estruturais, as instalações mecânicas, os revestimentos e acabamentos e as
questões de paisagismo. Uma estimativa preliminar prevê gastos da ordem de US$1 milhão.
Em vista da previsão de altos custos, logo de início a madeira do carvalho foi armazenada
para que fosse transformada em produtos de interesse comercial, como souvenirs, para
arrecadação de fundos.
Todos os programas desenvolvidos pela TPC são conduzidos através de contribuições e renda
da livraria (Taliesin Bookstore), trabalho voluntário e das excursões educacionais (Tour
Program). Fundos também tem sido conseguidos através de instituições como a Getty
Foundation. Cerca de 120.000 pessoas já visitaram Taliesin desde que o Visitor Center foi
inaugurado em 1994.
A Taliesin Preservation ainda divulga a obra e idéias de Wright e ainda organiza exposições
educacionais, eventos, excursões temáticas (de maio a outubro ou pré-estação) e cursos. As
excursões incluem não apenas Taliesin como também obras de Wright e da Taliesin Architects
nos arredores. Qualquer pessoa pode se tornar membro da instituição para contribuir com
anuidades, trabalho voluntário (nos EUA, o trabalho voluntário pode ser abatido do Imposto de
Renda), etc. e programas especiais como o Adopt-an-Artifact Program, destinado a fazer com
que pessoas físicas ou jurídicas adotem uma obra do acervo (divididos em: cerâmica, mobília,
metais, cortinas, pedras, tecidos e madeira) para restauro e conservação; dentro do Taliesin
Interiors Program.
O custo do restauro do Taliesin Studio levou a uma campanha de levantamento de fundos,
que incluiu a mobilização da congressista Tammy Baldwin na Câmara dos Representantes dos
EUA (equivalente à Câmara de Deputados), cujo distrito eleitoral abarca Spring Green, no
sentido de colocar Taliesin II dentro de um novo programa federal de valorização do patrimônio
histórico elaborado pelo Millenium Council (Conselho do Milênio da Casa Branca).
Taliesin II foi incluido no programaa Save America’s Treasures do Millenium Council em
maio de 1999, recebendo um fundo de US$ 1.146.700, que deverá ser coberto na base de dólar
por dólar.
O Millenium Council foi estabelecido pela Presidência dos EUA como . A lei de despesas
totais do 105o Congresso dos EUA incluiu US$30 milhões em fundos para o Millenium Program,
um grande acréscimo em relação aos US$10 milhões fornecidos pela versão do Senado da Lei de
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Apropriações Internas. Os subsídios não deverão ser usados para despesas de administração e
equipes, e todos os projetos deverão ser aprovados pelo Secretário do Interior e pelas comissões
do Senado e Câmara.
CASA DR. JOHN STORER
8161 Hollywood Boulevard, Hollywood, Los Angeles, Califórnia, 1923-24.
Esta foi a última das casas projetadas por Wright com blocos de concreto estruturado como
uma tapeçaria através de uma grelha de cabos de aço (textile block houses), também conhecida
como “fase maia”. Incluimos esta obra por trata-se de um exemplo oposto ao caso anterior, sendo
uma obra de restauração conduzida por um cliente particular (1982-97).
As textile-block houses constituem um conjunto de transição entre as prairie houses e as
usonian houses. São resultado de um período experimental provocado inicialmente pelo
escândalo de seu romance com Mamah Borthwick Cheney, que os levou à longa viagem pela
Europa, a edição do catálogo Wasmuth, o contato com a Sezession austríaca, a estadia idílica em
Fiesole (onde conheceu a construção e o artesanato em pietra serena esculpida, além dos vilarejos
com suas casas revestidas de stucco, cujos tons pastéis remetiam às cores da própria terra), a
construção de Taliesin II e do Hotel Imperial (quando admirou o trabalho meticuloso dos artesãos
esculpindo ornamentos com blocos de um arenito vulcânico chamada oku, extremamente
maleável).
Na volta de sua estadia no Japão, Wright estava pronto a testar novas idéias, sentindo que
poderia combinar seu ideal de arquitetura nascida dos elementos locais da paisagem com a
construção industrializada. A experiência dos blocos de oku não poderia ser repetida nos EUA,
devido ao custo da mão-de-obra artesanal e a falta de materiais similares. Isto levou Wright a
experimentar o concreto armado, que logo ganhou seu entusiasmo. A primeira das casas da
chamada “fase maia” (assim denominada pela aparente influência da arquitetura maia), a
Hollyhock House de 1917-21, já utilizava o concreto armado, mas não utilizava ainda o sistema
de blocos.
A primeira textile-block house foi a residência George Millard - La Miniatura em Pasadena,
California (1923). Foi construida numa bela ravina cercada de árvores, num arroyo seco, um dos
típicos leitos secos de rio da Califórnia, que de tempos em tempos volta a fluir quando uma rara
chuva volta a cair no deserto ao longe. Wright não deu ouvidos a pessoas que o alertaram para o
risco (a casa seria inundada pouco depois de pronta). Wright denominava as textile-block houses
como California Romanza, pois deveriam refletir de forma dramática o caráter agreste, expansivo
e romântico da região e seus habitantes.
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A John Storer House emerge como uma pirâmide maia em meio à rica vegetação de
Hollywood Hills, com vistas panorâmicas para a cidade abaixo e o Oceano Pacífico mais além.
Foi construida para o Dr. John Storer, médico homeopata que enriqueceu como empresário da
especulação imobiliária, após mudar-se para Los Angeles em 1917. O projeto de Wright foi uma
adaptação, segundo especificações do cliente, de um estudo de habitação de custo médio que
estava testando. Não poderiam faltar os costumeiros problemas construtivos: vazamento na
cobertura e nas paredes, devido a a aplicações excêntricas de impermeabilizantes.
Depois de anos em abandono, a casa foi comprada pelo produtor de cinema Joel Silver em
1982. Em 1975, quando mudou-se para Los Angeles recém-egresso da New York University
Film School, descobriu a casa numa manhã durante um passeio com seu amigo Tobias Mostel
(filho de Zero Mostel). Ambos eram fascinados por arquitetura modernista pioneira e por Frank
Lloyd Wright em particular. Silver decidiu que compraria a John Storer House caso se tornasse
bem-sucedido. Mais um exemplo que ilustra o axioma segundo a qual os maiores entusiastas de
Wright nos EUA não são os arquitetos, mas os aficcionados leigos.
O sucesso de seus filmes permitiu adquirir a casa em 1982. Após estudar a obra de Wright em
monografias, concluiu que a melhor forma de reformar a casa seria contratar Eric Lloyd Wright,
filho de Frank, que restaurou a casa e executou adaptações (um jardim do pátio interno foi
transformado em piscina, e o jardim frontal foi redesenhado). O alto custo do mobiliário original
de Wright tornou impossível voltar a mobiliar a casa totalmente com móveis wrightianos. A
decoração, no entanto, foi feita com móveis de época (peças Art-Déco), luminárias desenhadas
por Wright de produção recente (e outras projetadas por Eric Lloyd Wright seguindo linhas
organicistas) e um toldo de desenho wrightiano adaptado.
O restauro foi longo e de alto custo, e Silver tem a seu crédito seu legítimo interesse pela obra
de Wright, sua preocupação em preservar a casa e seu entusiasmo em gastar uma fortuna para
recuperar uma casa em ruínas quando poderia ter construido um casarão muito maior e luxuoso, a
custo menor.
O reconhecimento de seu esforço ocorreu em 1986, durante a conferência Frank Lloyd Wright
Buildings: Preparing for the Future, um dos eventos que levou à criação, nos anos 90, da Frank
Lloyd Wright Conservancy. O seminário ocorreu na Hollyhock House com a participação de 150
convidados de 15 estados, incluindo especialistas, proprietários privados e administradores
públicos. Muitos clientes originais de Wright relembraram a relação com o arquiteto, os diálogos
memoráveis, o projeto e a obra. E uma recepção especial para os participantes foi realizada na
recém-restaurada John Storer House.
“THE FALLINGWATER” - EDGAR J. KAUFFMAN HOUSE
Mill Run, Pennsylvania, 1934-39
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Não é necessário discorrermos sobre esta obra que foi eleita pelo AIA-American Institute of
Architects em 1991 como o edifício mais significativo construido no país.
Em 1998, várias reportagens foram dedicadas a rumores de rápida deterioração estrutural da
Fallingwater. De fato, foi detectada uma flecha de 7 polegadas (17,78cm) num dos terraços em
balanço sobre a cascata.
A Western Pennsylvania Conservancy executou uma abertura no piso “do tamanho de uma
banheira” do centro da sala de estar para investigar o estado da laje. E desde 1997 já tinham sido
instalados escoras e vigas de aço para conter a deflexão dos terraços, estabilizando-os até os
especialistas concluirem o levantamento e executar uma solução definitiva. Como disse o
engenheiro Robert Silman, que instalou os pontaletes, “o balanço principal não é mais um
balanço”.
O desgaste estrutural da Fallingwater, previsivelmente, não pode ser considerado como
resultado da idade avançada. Como tantas obras de Wright, seus problemas de preservação já
nasceram durante a construção.
A execução da estrutura já foi polêmica. Como Silman e outros especialistas apontam, a
armação de cabos de aço das lajes de concreto era claramente insuficiente para suportar os
enormes esforços de equilíbrio dos balanços. As razões para este subdimensionamento dos ferros
ainda são controversas, mas tem origem na costumeira aversão do arquiteto em aceitar
recomendações de outros profissionais. É notório que, quando o empreiteiro sugeriu adicionar
mais aço nas lajes, por segurança, Wright ameaçou pedir demissão. Mais tarde, argumentou
erroneamente que o peso do aço adicional poderia enfraquecer a estrutura.
É importante notar que, quando Wright afastou-se do canteiro, o empreiteiro aproveitou a
ocasião para reforçar a armadura com duas vezes mais aço do que o especificado pelo arquiteto.
Lynda Waggoner, diretora da Fallingwater House, disse que se o empreiteiro não tivesse tomado
esta providência, “o edifício não estaria de pé hoje”. E mesmo assim, não foi o suficiente. Toda
construção em concreto armado tende à deflexão: uma inicial (na concretagem) e depois, durante
o seu primeiro ano de existência, antes de atingir um patamar de estabilização. A Fallingwater
jamais deixou de fletir desde a concretagem.
Mais tarde Wright e seus colaboradores, engenheiros e arquitetos, admitiriam ter se
arrependido de não ter utilizado os peitoris como vigas de amarração.
Para Kauffman, isto foi motivo de preocupação constante até sua morte em 1955. Desde o
início, monitorou anualmente a flexão nos balanços. O processo foi descontinuado após a doação
da casa à Western Pennsylvania Conservancy em 1964 até 1995, quando Waggoner decidiu
inspecionar os balanços. O processo de monitoramento agora é constante: sensores de
deslocamento estão conectados em pontos-chave da estrutura e transmitem dados diretamente a
12
um laptop instalado abaixo da pia de um banheiro. Semanalmente os dados são retransmitidos via
modem ao engenheiro Silman.
Os informes de março de 1999 informaram que no dia 10 de abril seria realizado um forum
público de arquitetos e designers para chegar a um consenso sobre o problema, no Carnegie
Museum of Art em Pittsburgh. O projeto de Silman propõe abrir buracos na estrutura de concreto
e inserir cabos de aço protendidos (On the Brink of Collapse - Wright´s masterpiece propped up
like champion on crutches - de Fred Bernstein, publicado no San Francisco Chronicle 15/03/99).
Também recentemente, o inverno rigoroso resultante do El Niño causou um degelo anormal
da neve que abastece o leito do Bear Run, causando uma subida perigosa do nível deste riacho
que forma a cascata, causando considerável danos, principalmente às fundações. As cheias do rio
foram motivo de problemas desde o início, chegando a destruir o canteiro de obra.
FRANK LLOYD WRIGHT BUILDING CONSERVANCY
4657-B North Ravenswood Avenue, Chicago, Illinois
O imenso website da Frank Lloyd Wright Building Conservancy afirma que um em cada
cinco edifícios construidos por Wright já foi demolido, conclamando todos os interessados a
colaborar para impedir outras perdas do patrimônio wrightiano.
O objetivo da Frank Lloyd Wright Conservancy é divulgar, documentar e preservar a obra de
Frank Lloyd Wright, através de eventos e premiações. A organização foi criada em Março de
1990 em Taliesin West, após quatro anos de discussões.
Desde o início dos debates, tornou-se claro que o esforço só seria bem-sucedido se envolvesse
a participação dos homeowners de obras assinadas por Wright, dentro do esforço de conservação
total. No final dos anos 80, os seminários foram realizados à sombra da crise deflagrada pela alta
especulativa que se abateu sobre as peças de arte decorativa projetada por Wright. Conjuntos de
mesa e cadeiras de jantar eram vendidos para ser desmantelados, com o preço unitário das peças
atingindo valores mais altos do que o conjunto. Subitamente, começaram a aparecer no mercado
janelas, móveis, vitrais e detalhes ornamentais (de onde vieram?), rapidamente desaparecidos nas
mãos de compradores privados. Muitos donos de casas projetadas por Wright venderam alguns
móveis wrightianos para poder bancar o restauro das casas.
O debate 10 Commandments for Wright Homeowners definiu alguns princípios básicos de
conservação, documentação e preceitos éticos para os proprietários, que ajudaram a fundamentar
a organização. Nenhum edifício projetado por Wright foi demolido desde a formação da Frank
Lloyd Wright Conservancy, grande motivo de orgulho para a entidade em seus quase dez anos de
existência.
13
Recentemente, o Boletim da Frank Lloyd Wright Conservancy informou que o Partido
Republicano assinalou sua intenção de avançar com a proposta para uma grande lei de
abatimento de impostos, que poderia “fornecer um veículo para o Historic Homeownership
Assistance Act (Lei de Assistência para a Propriedade Privada de Casas Históricas). A Frank
Lloyd Wright Conservancy chega a indicar coordenadas a todos os interessados em contactar
seus congressistas (Câmara e Senado) para pressionar pela aprovação da lei.’
Entre os programas atualmente em desenvolvimento na Frank Lloyd Wright Conservancy,
estão:
•
Uma rede de organizações de preservação e especialistas dividindo recursos e
experiência crucial para tomada de atitudes e decisões.
•
Um inventário de todos os edifícios projetados por Wright, suas condições e
•
necessidades, assim como seu histórico de conservação e manutenção.
Uma equipe de assistência técnica fornecerá referências e indicações de artesãos e
especialistas na assistência, manutenção e reforma, além de arquitetos que oferecem
consultoria pro bono para membros proprietários de obras de Wright.
•
Conferência anual em locais onde foram realizados esforços de preservação bemsucedidos e com visitas especiais a prédios projetados por Wright geralmente vedados
ao público, e reunindo acadêmicos, autoridades, administradores, proprietários e
aficcionados.
•
•
Consultoria sobre incentivos fiscais de preservação e proteção legal de edifícios.
Recebimento e monitoria de doações de artefatos projetados por Wright.
•
Boletim quadrimestral e outras publicações.
•
Programa de conferências.
Segundo este levantamento preliminar da FLWC, feito em colaboração com a Frank Lloyd
Wright Archives, o número de obras ainda existentes de Wright em todo o mundo é da ordem de
396, divididas nos seguintes países:
Inglaterra
1
Japão
4
Canadá
1
Estados Unidos
390
A instituição ainda depende de patrocinadores corporativos, como fabricantes de móveis
projetados por Wright, publicações, construções projetadas por Wright para aluguel de eventos, e
licenciamento de produtos com o logo da FLWC (baseada na fachada frontal do Larkin).
14
A própria postura de Wright em relação à preservação de suas obras era controversa.
Perguntado sobre como se sentia ao saber da demolição do Larkin, respondeu que não lamentava,
pois o edifício tinha cumprido sua função enquanto experiência de projeto e construção, tendo
influenciado muitos outros arquitetos e disseminado algumas de suas idéias. Para Wright, o
futuro era mais importante.
WebSites de Referência
Há mais de 50 sites dedicados a Frank Lloyd Wright na World Wide Web. Os melhores
páginas de busca estão nos links do site do RIBA-Royal Institute of British Architects
(www.riba.net).
FRANK LLOYD WRIGHT FOUNDATION
www.franklloydwright.org
FRANK LLOYD WRIGHT BUILDING CONSERVANCY
www.swcp.com/FLW/flw.html
TALIESIN PRESERVATION COMMISSION
www.taliesinpreservation.org
ALL-WRIGHT SITE
www.geocities.com/SoHo/1469/flw.html
Bibliografia
BACH, Ira C (org.). Chicago´s Famous Buildings. Chicago/Londres: The University of Chicago Press, 1980.
COLQUHOUN, Alan. Modernity and Classical Tradition - architectural essays 1980-87. Cambridge, Mass.: The
MIT Press, 1989.
CRONON, William. Nature´s Metropolis - Chicago and the Great West. Nova York: W.W. Norton and Co., 1991.
DeLONG, David G. (org.). Frank Lloyd Wright and the Living City. Exhibition catalogue. Weil am Rhein,
Alemanha / Milão, Itália: Vitra Design Museum / Skira Editore, 1998.
GEBHARD, David. Romanza - The California Architecture of Frank Lloyd Wright. Fotografias de Scot
Zimmerman. San Francisco, CA: Chronicle Books, 1988.
HITCHCOCK, Henry-Russell. The Buildings of Frank Lloyd Wright - In the Nature of Materials, 1887-1941. Nova
York: Da Capo, 1973 (revised edititon), orig. edition Duell, Sloan and Pearce, 1942.
NEREIM, Anders. Burnished Jewel - Tha Dana-Thomas House. in Architectural Record 5/1991. Nova York:
McGraw-Hill Book Company, Maio de 1991.
PAUL, Sherman. Louis Sullivan: An Architect in American Thought. New Jersey: Spectrum Books / Prentice-Hall
Inc., 1962.
PFEIFFER, Bruce Brooks & NORDLAND, Gerald, editors. Frank Lloyd Wright in the Realm of the Ideas.
Carbondale, Illinois: Southern Illinois University, 1988.
RILEY, Terence e REED, Peter (org.). Frank Lloyd Wright Architect. Exhibition catalogue. Nova York: MoMAThe Museum of Modern Art New York, 1994.
RYBCZYNSKI, Witold. City Life. Nova York: Touchstone Books - Simon and Schuster Inc., 1995.
SCULLY, Vincent. American Architecture and Urbanism. Nova York: Praeger Publishers, 1976 (ed. orig. 1965).
TAFEL, Edgar. About Wright - An Album of Recollections by those who knew Frank Lloyd Wright. Nova York:
John Wiley and Sons, 1999.
WEBER, Eva. Art-Déco in America. Nova York: Exeter Books - Bison Books, 1987.
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Currículo
1. FORMAÇÃO ACADÊMICA
Arquitetura e Urbanismo
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO, de 1981 a 1985.
2. ATIVIDADES PROFISSIONAIS
2.1 Arquiteto colaborador na Padovano & Vigliecca Arquitetos Associados S/C Ltda., na
área de projetos de edificações, de fevereiro a dezembro de 1986, com participação nos seguintes
trabalhos, entre outros:
Projeto Executivo do Centro de Cultura e Lazer SESC Nova Iguaçu, Rio de Janeiro-RJ.
2.2 Participação no Concurso Internacional de Idéias A Museum for the London Docklands,
promovido pela revista The Architectural Review e pela Heuga Corporation, Londres, 1986 - com
os arquitetos Marcelo Barbosa, Valério Pietraróia e Sérgio Camargo.
2.3
Participação no Concurso Estadual de Anteprojetos Centro Cívico de Votorantim,
Votorantim-SP, promovido pela Prefeitura Municipal de Votorantim e IAB-SP, com os arquitetos
Andrea Tourinho, Marcelo Barbosa, Valério Pietraróia, Sérgio Camargo e Zaida Costa (projeto
apresentado na Bienal de Arquitetura de Buenos Aires, Argentina, 1987; e na Premiação Anual
do Instituto de Arquitetos do Brasil/Depto.-SP).
2.4 Participação no Concurso de Anteprojetos Terminal Rodoviário do Méier, Rio de JaneiroRJ, promovido pela Riourbe-PMRJ e o Instituto de Arquitetos do Brasil/Depto-RJ, com os
arquitetos Claudia Nucci, Marcelo Barbosa, Valério Pietraróia e Sérgio Camargo, 1987 (projeto
classificado em segundo lugar).
2.5 Arquiteto colaborador do Escritório Técnico Edoardo Rosso - Yoshimasa Kimachi
Arquitetos S/C Ltda., de junho de 1987 a abril de 1988, com participação nos seguintes projetos,
entre outros:
Projeto executivo da agência da CEF-Caixa Econômica Federal em Barretos-SP.
2.6 Arquiteto colaborador na Padovano & Vigliecca Arquitetos Associados S/C Ltda., na
área de projetos de edificações, de agosto de 1988 a outubro de 1989, com participação nos
seguintes trabalhos, entre outros:
Proposta de projeto para o Concurso de Anteprojetos para o Anexo da FAUUSP, proposta
classificada como finalista, em maio de 1988.
2.7 Arquiteto na Risi-Tomchinsky Arquitetos e Associados S/C Ltda., de 1989 a 1991,
desenvolvendo os seguintes projetos, entre outros:
Projeto pré-executivo, executivo e detalhamento do Edifício de Apartamentos Jardim Anália
Franco (9.888,04m2), Rua Eunice Weaver, Tatuapé, São Paulo-SP - Construtora CONSTRINC.
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Projeto executivo e detalhamento do Edifício de Apartamentos Condomínio Edíficio
Memphis (16 pavimentos - 6.068m2), Rua José Maria Lisboa, 1035, São Paulo-SP.
Projeto de paisagismo para o projeto pré-executivo de drenagem, canalização e desenho
urbano do Córrego do Bom Pastor - Prefeitura Municipal de Santo André / INS Engenharia.
2.8 Arquiteto do Departamento de Projetos / Setor de Engenharia e Obras da Construtora
Aoki-Morumbi Planejamento e Desenvolvimento Ltda., de janeiro de 1992 a março de 1993.
2.9 Assistente da Curadoria para a 3a e 4a Bienal Internacional de Arquitetura, promovida
pela Fundação Bienal de São Paulo e Instituto de Arquitetos do Brasil / Depto. São Paulo - como
assistente dos curadores Prof. Dr. Lúcio Gomes Machado e Arqto. Luiz Fisberg desde abril de
1997.
3. PREMIAÇÕES EM CONCURSOS DE ARQUITETURA
Como colaborador da equipe de projetos da Padovano & Vigliecca Arquitetos Associados:
3.1 Concurso de Anteprojetos SESC-Nova Iguaçu, Rio de Janeiro - proposta classificada em
primeiro lugar, conforme certificado do IAB-RJ anexo, 1985.
3.2 Concurso Sistema de Habitação Integrado do Governo do Estado de Minas Gerais proposta agraciada com menção honrosa, conforme certificado anexo, 1988.
3.3 Concurso para o Anexo da FAUUSP - proposta finalista, conforme certificado anexo,
1989.
Como colaborador do Grupo Arquitetura:
3.4 Concurso de Anteprojetos Centro Cívico de Votorantim, São Paulo - proposta agraciada
com menção honrosa, 1987.
3.5 Concurso Terminal Rodoviário e Shopping Center do Méier, Rio de Janeiro - proposta
classificada em segundo lugar, conforme certificado do IAB-RJ.
4. MENÇÕES EM PUBLICAÇÕES
4.1 Projeto para o Concurso de Anteprojetos Centro Cívico de Votorantim, São Paulo proposta agraciada com menção honrosa (1987), como integrante da equipe do Grupo
Arquitetura - publicada na Revista AU-Arquitetura e Urbanismo no. 16 - fevereiro/março
1988.
4.2 Projeto para o Concurso Terminal Rodoviário e Shopping Center do Méier, Rio de
Janeiro - proposta classificada em segundo lugar, como integrante da equipe do Grupo
Arquitetura - publicada na Revista Projeto no. 106 (março 1988).
4.3 Proposta de projeto finalista do Concurso Anexo da FAUUSP, publicada em ensaio de
Alessandro Ribeiro na Revista AU-Arquitetura e Urbanismo no. 24 (junho / julho 1989).
4.4 Proposta de residência unifamiliar E. Beermann, como colaborador no projeto do Arqto.
Hector Vigliecca - publicada na Revista Arquitetura e Construção no. 06 (junho 1989).
4.5 Proposta vencedora do Concurso de Anteprojetos SESC-Nova Iguaçu, Rio de Janeiro,
como estagiário (1985) e arquiteto colaborador da equipe do projetos da Padovano & Vigliecca
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Arquitetos Associados - projeto publicado em: reportagem e ensaio de Ruth V. Zein, na Revista
Projeto no. 153 (junho 1992); e reportagem de Ana Luíza Nobre e ensaio de Paulo Casé na
Revista AU-Arquitetura e Urbanismo no. 42 (junho / julho 1992).
5. PESQUISA DE PÓS-GRADUAÇÃO
5.1 Curso de Pós-Graduação na FAUUSP-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Universidade de São Paulo 1991/1996, desenvolvendo pesquisa na área de concentração
Estruturas Ambientais Urbanas, Departamento de Projeto. Professor Orientador: Prof. Dr.
Eduardo L.P.R. de Almeida.
5.2 Pesquisador acadêmico em Regime de Dedicação em Tempo Integral à Pesquisa
(RDTIP), como Bolsista da Fundação CAPES/Ministério da Educação e do Desporto no período
1993-1995.
5.3
Exame de Qualificação realizado em 18/05/95 na FAUUSP/Vila Penteado, com
Memorial de Qualificação e Trabalhos Programados submetidos a Banca Examinadora formada
pelo Prof. Dr. Eduardo L.P.R. de Almeida (orientador), Profa. Dra. Regina Meyer (AUH) e Prof.
Dr. Gian Carlo Gasperini (AUP); tendo sido aprovado com nota A.
5.4 Dissertação de Mestrado concluída com o título O Edifício Itália e a Arquitetura dos
Edifícios de Escritórios em São Paulo (1994/96).
5.5 Defesa da Dissertação de Mestrado realizada a 10 de setembro de 1996 na FAAUSP
Vila Penteado, com Banca Examinadora constituída pelo Prof. Dr. Eduardo L.P.R. de Almeida
(orientador), Prof. Dr. Abrahão Velvu Sanovicz (AUP) e pelo Prof. Dr. João Rodolfo Stroeter
(professor convidado); tendo sido aprovado com nota 10.
5.6 Diploma de Mestre em Arquitetura e Urbanismo expedido a 10 de novembro de 1997.
5.7 Aluno do Curso de Pós-Graduação na FAUUSP em nível de Doutorado desde 1998,
desenvolvendo pesquisa na área de concentração Estruturas Ambientais Urbanas, Departamento
de História da Arquitetura e Estética do Projeto. Professor Orientador: Prof. Dr. Eduardo Corona.
6. ATIVIDADES ACADÊMICAS
6.1 Área de especialização de ensino: História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo.
6.2 Estagiário de ensino do PAE-Programa de Assistência de Ensino da Universidade de S.
Paulo, no Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto (AUH), Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo/FAUUSP. Estágio realizado na disciplina AUH-136 História e Teorias
da Arquitetura e do Urbanismo I durante o 1° semestre 1996, na turma de alunos do Prof. Dr.
Júlio Roberto Katinsky e sob supervisão do Prof. Dr. Dácio A.B. Ottoni.
6.3 Estagiário de ensino do PAE-Programa de Assistência de Ensino da Universidade de S.
Paulo, no Departamento de História da Arquitetura e Estética do Projeto (AUH), Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo/FAUUSP. Estágio realizado na disciplina AUH-234 História e Teorias
da Arquitetura e do Urbanismo II durante o 2° semestre 1996, na turma de alunos do Prof. Dr.
Júlio Roberto Katinsky e sob supervisão do Prof. Dr. Dácio A.B. Ottoni.
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6.4 Certificados expedidos pela Reitoria da USP em 01 de dezembro de 1997.
Endereço
Curadoria da 4a Bienal Internacional de Arquitetura - São Paulo
Parque do Ibirapuera, Portão 3
Pavilhão Ciccillo Matarazzo
CEP 04098-900
SÃO PAULO – SP
Tel.: 574-5922 - Ramal 269
Fax: 549-0230
E-mail: [email protected]
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