REVOLTA DOS 18 DO FORTE DE
COPACABANA
Fabricio e Gustavo
A Revolta dos 18 do
Forte de Copacabana
ocorreu em 5 de Julho
de 1922, na cidade do
Rio de Janeiro, então
capital em Distrito
Federal, no Brasil. Foi a
primeira revolta do
movimento tenentista, no
contexto da República
Velha brasileira.
Tenentismo
Tenentismo foi o nome dado ao movimento
político-militar e à série de rebeliões de jovens
oficiais de baixa e média patente do Exército
Brasileiro no início da década de 1920,
descontentes com a situação política do Brasil.
Não declaravam nenhuma ideologia,
propunham reformas na estrutura de poder do
país, entre as quais se destacam o fim do voto
de cabresto, instituição do voto secreto e a
reforma na educação pública.
Antecedentes:
• Durante a campanha eleitoral de 1921, o jornal "do Povo", na edição
de 9 de outubro, publicou uma carta manuscrita, atribuída ao candidato
do governo, Artur Bernardes, governador de Minas Gerais.
• Nele o ex-presidente da República Marechal Hermes da Fonseca era
chamado de "sargentão sem compostura", acusando o Exército de ser
formado por elementos "venais". Artur Bernardes Franco negou
veementemente a autoria da carta, vindo o mesmo periódico a publicar
uma segunda carta, no mesmo tom da primeira e como ela, atribuída
ao mesmo candidato.
• A comoção causada foi enorme, principalmente entre os militares,
representados no Clube Militar, sob a presidência do próprio Marechal.
Mais tarde seria descoberto que as assinaturas nas cartas eram
forjadas.
• Nas eleições de 1° de março de 1922 Artur Bernardes saiu-se
vencedor, embora os resultados oficiais houvessem sido contestados
pela oposição. Com o clima político tenso, em Pernambuco, o
Exército foi chamado para conter rebeliões populares, descontentes
com o novo Governo estadual. No dia 29 de junho, Hermes da
Fonseca telegrafou ao Recife, exortando os militares a não
reprimirem o povo, sendo, por essa razão, preso no dia 2 de julho e o
Clube Militar fechado.
• A prisão de Hermes da Fonseca, a mais alta patente militar do país,
e o fechamento do Clube Militar por decreto presidencial, foram
recebidos como uma afronta aos militares do Exército. E estes já
estavam bastante descontentes com o fato de um civil - o historiador
Pandiá Calógeras - ocupar o cargo Ministro da Guerra, tendo sido
nomeado pelo presidente da República anterior, Epitácio Pessoa.
Em todos os quartéis do Rio de Janeiro comentava-se que "a
procissão ia sair".
• O movimento deveria se iniciar a partir do Forte de Copacabana, a
uma hora da madrugada do dia 5 de julho. Na data marcada, porém,
só a Escola Militar e o Forte de Copacabana se levantaram.
Cercados pelas forças leais ao Governo Federal, não tiveram
alternativa a não ser entregar-se.
A revolta do Forte de
Copacabana
•
Quem comandava o Forte de Copacabana, na ocasião, era o capitão
Euclides Hermes da Fonseca, filho do marechal Hermes da Fonseca. No
dia 4 de julho, Euclides exortou os seus comandados, tendo feito escavar
trincheiras desde o portão do Forte até o farol, minando-se o terreno.
•
Tendo sido estabelecido que o movimento se iniciaria a uma hora da
madrugada do dia 5, a uma e vinte o tenente Antônio de Siqueira Campos
disparou um dos canhões, sinal combinado. A guarnição aguardou em
silêncio a resposta de outras unidades,
o que não aconteceu.
O Governo, informado do movimento,
antecipara-se e fizera trocar os
principais comandos
militares da capital.
Siqueira Campos, então, disparou contra o
Quartel-General do Exército (no Campo de
Santana, atual Palácio Duque de Caxias), o
da Marinha (na Praça Barão de Ladário), o Depósito Naval e o Forte do
Leme, matando quatro pessoas neste último. Outros autores afirmam que
foram disparados tiros, ainda, contra a Fortaleza de Santa Cruz da Barra,
em Niterói, e contra o Forte de São João, no bairro da Urca.
• Durante todo o dia 5, o Forte de Copacabana sofreu intenso bombardeio
pela artilharia da Fortaleza de Santa Cruz. Na madrugada do dia 6, o
Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras, telegrafou ao Forte, exigindo a
rendição dos rebeldes. O capitão Euclides Hermes e o tenente Siqueira
Campos permitiram, então, a saída de todos aqueles que não
quisessem combater. Dos 301 homens da guarnição, saíram 272.
Enquanto isso, os encouraçados São Paulo e Minas Gerais, e um
destróier posicionaram-se ao largo da ilha de Cotunduba, passando a
bombardear o Forte. O Ministro Calógeras telegrafou uma vez mais,
passando Governo e rebeldes a parlamentar. Como consequência, o
Capitão Euclides Hermes saiu ao encontro do Ministro no Palácio do
Catete, onde recebeu voz de prisão. Encerrara-se o diálogo com um
ultimato do Governo: ou os rebeldes se renderiam ou seriam
massacrados.
• Sob o bombardeio naval, o tenente Siqueira Campos pressionado pelos
remanescentes da tropa tomou a decisão suicida: não resistiram no
Forte e nem bombardearam a cidade, como haviam chegado a
ameaçar. Saíram em marcha até ao Palácio do Catete combatendo. A
canivete, uma bandeira brasileira foi cortada em vinte e nove pedaços e
distribuída entre os rebeldes: um pedaço foi guardado para ser entregue
ao capitão Euclides Hermes.
• Às 13 horas do dia 6 de julho, iniciaram a marcha pela Avenida
Atlântica. Um número até hoje não determinado se rendeu ou
debandou. Na altura do antigo Hotel Londres, restavam dezessete
militares revoltosos , aos quais se juntou o engenheiro civil gaúcho
Otávio Correia, amigo do tenente Siqueira Campos. Após alguns
tiroteios, ao alcançarem a altura da antiga rua Barroso (atual
Siqueira Campos), os dez homens restantes (nove militares e o
civil) foram confrontados pela tropa legalista (integrada por cerca de
três mil homens). No confronto final, um tiroteio que durou
aproximadamente trinta minutos, foram capturados, feridos, os
tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes, e dois soldados. Os
demais faleceram em combate muito desigual. Os soldados vieram
a falecer posteriormente, no hospital, em consequência dos
ferimentos recebidos, tendo apenas Eduardo Gomes e Siqueira
Campos sobrevivido à caminhada.
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A revolta do Forte de Copacabana