A VARIAClo
HAS ESTRUTURAS
Flavia
COMPARATIVAS
Andrea
de Albuquerque
Melo
UFRJ
A norma culta prescreve
emprego
da conjuncao
para-a
vas de superioridade
construcao
'que' simplesmente
prepositiva
a esta conjuncao.
• •••porque
.( ••• ) Eu, como
o sargento
ao
comparati-
utiliza-se
ou acrescenta-se
a estrada
de Teresopolis.·
relativas
de frases
e de inferioridade:
comparativa
Ex.:
duas opcoes
a conjun
uma particula
la e pior que a estrada
(Censo nO 47)
soldado,
que era
0
eu entendia
chefe
mais
do que
da mecanica.·
(Censo nO 7)
No entanto,
sicional
ha tambem
uma outra
que tem side usada
lantes.
Trata-se
variacao
com relativa
da variante
'de que',
no elemento
freq6encia
prepopelos
como no exemplo
f~
a se-
guir:
"( ••• ) Porque
melhor
de que no clube."
De acordo
lia Mollica,
logia a estruturas
estudo
carnaval
(Censo nO 25)
de dequeimo,
tenha sido introduzida
dequeistas,
inquerir
tal como definito
nas comparativas
sintagmaticas.
em relacao
por ana-
na sua tese.
de um impulso
as construcoes
inova-
'de que' em di-
Este trabalho,
que influenciam
Ceci-
e possivel
na lingua
de se introduzir
os fatores
na rua era
feito pela professora
do fenomeno
portuguesa
fronteiras
objetiva
0
0
tem por base a existencia
torio na lingua
versas
com
a respeito
que esta variante
Essa hipotese
antigamente
portanto,
a variante
com
'0 que'
de que
e
Dentre as fontesde
a amostra Censo mostrou-se
meira etapa de pesquisa.
entrevistas
que se pretendia
suficiente
e adequada
de nivel nio universitario
uma serie de
caracteristicamente
distribuidos
203 dados de construcOes
mio,
para uma pri-
Essa amostra compreende
orais de informantes
sim coletados
lancar
cariocas
em grupos.
Foram, as-
comparativas
de 54 in-
formantes.
A partir da formulacio
de uma hip6tese
norteadora
de que a variante
'de que' das estruturas
processo
inovador
introduzido
na lingua por contaminacio
outras estruturas
dequeistas,
foram pensadas
coes para
0
enquadramento
A primeira
suposicao
conexOes
Ha ainda a hip6tese
comparativas
te caso, a variante
outros paradigmas
algumas
~
com
explica-
seria a de um processo
podem levar a uma futura cristalizacio
conceito dEiconicidade
e
do fenomeno.
analise, de dOdo a regularizar
nas estruturas
comparativas
inter-sentenciais
da-se iconicamente
motivacao
inter-sentencial
dequeista
de acordo co~
(cf. Mollica,
'de que' teria uma
de conexao
que
estrutural.
de que 0 processo
diagramatica
de r~
1989).
0
Nes-
relativa
ja existentes
a
no
sistema do portugues.
Dado
c:ontrole
0
levantamento
de variaveis
as suposicoes
e
estruturais
0
foram:
0
paralelismo
Codificamos,
do programa
VARBRUL
fizemos
comprovar
As variaveis
tipo de comparacio,
0
grau de
as
estr~
in-
fono-gramatical.
posteriormente,
dos de acordo com as variaveis
yeS
que pudessem
acerca do fenomeno estudado.
turais escolhidas
terferencia
inicial de hipoteses,
e fizemos
os dados ja
0
25 que proporcionou
processamento
0
coletaatra-
calculo de probl
bilidades,
permitindoleituras
em diversos niveis de combina-
cOes.
Como primeiro
o grupo de variaveis
resultado
,'tipo de comparacao'.
te grupo, ve-se que as estruturas
adjetivos ou adverbios
racao ·sintetica·
trauPartida,
favoravel, podemos
Com relacao a es
sinteticas
de comparacao
geram, com maior frequencia,
da conjuncao
as estruturas
comparativa
analiticas
tica 'do que', constatando-se
indicar
'0 que'.
conduzem
a
de
a config~
Em
con-
forma anali-
,com isso, a similaridade
d~ es
truturas.
Tabela 1:
- rodada
tipo de comparacao
'do que' X '0 que'
(Api. : 'do que' )
Apl.
PerCe
Probe
sintetico
48/63
76%
.33
analitico
118/131
90%
.59
Fatores
Apesar de a variante
forma analitica,
Sua ocorrencia
raramente
usualmente
crer que esta expressao
'de que' constituir-se
de uma
decorre de uma estrutura
analitica.
esta ligada a uma forma
sintetica
tern side usada como uma especie de i-
diornatisrno.
sintetico
8/23
35%
.72
analitico
1/14
7%
.18
o
segundo
vem endossar
0
de um outro
e de tamanho
cia da variante
Assim,
quanta
de fatores
que foi observado
ha interferencia
comparacao
grupo
'grau de interferencia'
anteriormente.
vocabulo,
minimo,
ha
0
isto e,
a
e
or e a possibilidade
0
sintagma
do uso da variante
Tabela
- rodada
3:
ocorren'do que'.
comparativa,mai
grau de interferencia
ApI.
(ApI.:
'do que')
Perc.
Prob.
sem interferencia
83/103
81%
.44
com interferencia
83/91
91%
.57
A presenca
preposicao,
induz
contaminacao.
mal que
0
de qualquer
aparecimento
Isto confirma
postula
que marcas
Tabela
4:
0
'de', principalmente
de estruturas
principio
paralelismo
ApI.
semelhantes
(ApI.:
'de que')
Perc.
Prob.
3/15
20%
.40
presenca
de 'de'
6/22
27%
.57
xistencia
trategia
do processo
iconica
em aberto
'de que' e
na utilizacao
uma outra questao:
0
formuladas,
de reanalise
processode
for-
fono-gramatical
de 'de'
as hip6teses
por
e zeros a zeros.
ausencia
Dentre
sendo
do paralelismo
levam a marcas
- rod ad a 'de que' X '0 que'
Fatores
da
analitica.
'do que' X '0 que'
Fatores
a
variante
da estrutura
nao
sintagma
0
favorecimento
'0 que' em contraposicao
maior
Quando
foi comprovada
a e
, alem da conseqOente
de 'de que'.
a relacao
lexicalizacao
entre
No entanto,
0
esfica
emprego
de estruturas.
1550
de
se
coleca como hip6tese
utilizada
, na medida
sistematicamente
lativo sintetico
num processo
caracteristico
das linguas
isto e, de usos
com valor
do imprevisto
que formas
'de que' nas estruturas
semant!co
tras formas, as famosas
Houve
"principio
sejam
consiste
conge laenuncia-
Nao e de to-
estigmatizadas,
tais como
submetidas
idiomaticas
a constatacao,
do paralelismo
de
no super~
a
configurando,conjuntamente
expressoes
tambem
naturais
fixos de certos
comparativas,
de idiomatizacao,
mencionada
bem marcado.
altamente
'de que' e
do adjetivo
A lexicalizacao
dos geralmente
processo
acompanhada
melhor.
mento de estruturas,
em que a variante
formal"
que
neste
urn
com ou-
das linguas.
trabalho,
costuma
do
determinar
0
dequeismo
ANDRt, Hildebrando
A. de - Gramatica
Paulo, Ed. Moderna,
• BECHARA, Evani1do.
Paulo: Companhia
• 3~ ed. Sao
1982 •
Moderna
Editora
Gramatica
Nacional,
CUNHA, Ce1so. Nova Gramatica
Portuguesa.
27~ed.
Sao
1982.
do Portugues
so Cunha e Luis F. L. Cintra.
Fronteira,
Ilustrada
Contemporaneo/Cel
2~ ed. Rio de Janeiro:
Nova
1985.
HAlMAN, John. The iconicity
motivation.
In: Language,
of grammar:
56(3) :510-40,
Iconic and economic
(3):781-819,
and
1980.
motivation.
In: Language,57
1983.
Natural
Universit
isomorphism
Press,
Syntax.
1985.
Iconicity
and erosion.
Cambridge
• LIMA, Carlos H. da Rocha. Gramitica
tuguesa,
• MOLLICA,
230 ed. Ricide Janeiro:
Maria Cecilia
portugues.do
Brasil.
de Maqalhaes.
Normativa
Jose Olympio,
Queismo
Tese de Doutorado.
tras, UFRJ, 1989, 308p., mimeo.
da Lingua
Por-
1983 •
!, Dequeismo
RJ. Faculdade
!!2
de L!,
Download

A VARIAClo HAS ESTRUTURAS COMPARATIVAS Flavia