UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM Óleo sobre tela de Evandro Batista Prado A POLÍTICA DA LITERATURA E SUAS FACES NA PALAVRA MUDA DE MANOEL DE BARROS MARTA APARECIDA GARCIA GONÇALVES NATAL 2011 MARTA APARECIDA GARCIA GONÇALVES A POLÍTICA DA LITERATURA E SUAS FACES NA PALAVRA MUDA DE MANOEL DE BARROS Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em Letras. Orientadora: Profª. Drª. Ilza Matias de Sousa Eixo temático: Literatura Comparada Linha de Pesquisa: Poéticas da Modernidade e da Pós-Modernidade Natal 2011 Ficha Catalográfica (A SER PREPARADA PELA BIBLIOTECA – VERSÃO FINAL) Gonçalves, Marta Aparecida Garcia. política da literatura e suas faces na palavra muda de Manoel de Barros / Marta Aparecida Garcia Gonçalves – Natal, 2011. 161f. Orientadora: Ilza Matias de Sousa Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem, 2011. l. Barros, Manoel de, 1916. 2 . Rancière, Jacques, 1940. 3. Pensamento contemporâneo. 4. Políticas da Escrita. 5. Partilha do Sensível. 6. Ética e estética. Título. 3 4 MARTA APARECIDA GARCIA GONÇALVES A POLÍTICA DA LITERATURA E SUAS FACES NA PALAVRA MUDA DE MANOEL DE BARROS Banca Examinadora _____________________________________________________ Profª. Doutora Ilza Matias de Sousa (Presidente) _____________________________________________________ Profª. Doutora Lisabete Coradini (Examinadora Interna) _____________________________________________________ Prof. Doutor Márcio Venício Barbosa (Examinador Interno) _____________________________________________________ Profª. Doutora Maria Adélia Menegazzo (Examinadora Externa) _____________________________________________________ Prof. Doutor Wagner Corsino Enedino (Examinador Externo) _____________________________________________________ Profª. Doutora Luciane Terra dos Santos Garcia (Suplente) _____________________________________________________ Prof. Doutor Antonio Eduardo Oliveira (Suplente) NATAL 2011 5 DEDICATÓRIA: Para Pedro Henrique e Giuliana Maria. Para o Pedro Ávila. Para meus pais, Marta e Antônio. Ao meu sonho de um dia ser quase árvore e aprender/ensinar Literatura. 6 AGRADECIMENTOS: Agradeço aos meus filhos Pedro Henrique e Giuliana Maria, pela alegria de todos os dias, meus maiores motivos. Agradeço ao meu esposo Pedro, pela coragem de se aventurar comigo pelos lugares incertos da vida e pela presença gratuita nos momentos difíceis. Agradeço a presença e o apoio da minha mãe, Marta. Ao meu irmão Luiz Marcos e minha cunhada Luciane, pelo re-encontro e apoio incondicional. Agradeço também aos meus sobrinhos Gabriel e Daniel, pelos intervalos risonhos e necessários e pela singeleza lhana da palavra: titia! Agradeço pela orientação, carinho, amizade da Professora Ilza Matias de Sousa, e por me ensinar as e-vidências das entrelinhas. Agradeço, sobretudo, aos Professores do Programa, pelo aprendizado. Agradeço aos colegas que se fizeram amigos no caminho partilhado: pela alegria resultante dos bons encontros. Agradeço aos Professores Márcio Venício Barbosa e Lisabete Coradini, que gentilmente aceitaram o convite para compor a banca de qualificação: pela leitura atenta e pelas contribuições generosas. Agradeço, ainda que distante, a semeadura de Maria Adélia Menegazzo e Rosana Zanelatto, cujo convívio me fez aprender lições que estão para além das que os livros ensinam. Agradeço também aos Colegas do Departamento de Letras da UFRN. 7 Agradeço ainda aos coordenadores, colaboradores e funcionários do Programa de PósGraduação em Estudos da Linguagem (PPGEL) da UFRN, na pessoa da secretária Elisabete Maria Dantas, pela solicitude e pelo sorriso de sempre. E por fim, agradeço o apoio e a compreensão da Chefia do Departamento de Letras, Maria das Graças Soares Rodrigues; da Coordenação Pedagógica, Liomar Costa de Queiroz e dos colegas da área de Literaturas de Língua Portuguesa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Márcio Lima Dantas e Tânia Maria de Araújo Lima. 8 Pesquisa-dor é aquele sujeito que, mais longe o possível das amarras que lhe impõem os diversos ideais, mergulha implicado em todo seu corpo - na tarefa única e, de resto, para cada um absolutamente singular, de pesquisar a dor específica de sua existência. Claudia Riolfi Olhos abertos, o longe é perto, o que vale é o sonho. Sérgio Napp e Mário B. Dorneles 9 RESUMO O trabalho de tese aqui proposto possui como foco de investigação a produção literária do poeta brasileiro Manoel Wenceslau Leite de Barros, Manoel de Barros, (1916 - Cuiabá-MT) articulando-a com a reflexão sobre o conceito de política da escrita proposto pelo filósofo argelino-francês Jacques Rancière (1940 – Algiers - Argélia). A hipótese que se apresenta é a de que na escrita poética de Manoel de Barros são perceptíveis as “marcas do sensível” nas experiências democráticas. Sua produção engloba aquilo que se pode denominar de uma micrologia poética, uma reconfiguração da partilha, no sentido de que elabora práticas de igualdade, práticas de redistribuição e circulação de vozes, instauradoras da constituição estética de comunidades diferenciadas, consideradas alternativas, em face ao modelo canônico da literatura enquanto sistema. Ao funcionar como formas de subversão, estas produzem espaços ou margens de emancipação do ente: leitor e escritor, desencadeando novas perspectivas éticas e estéticas. Dessa forma, o objetivo que se traceja é o de compreender como se configura a proposta de uma política da escrita na obra de Manoel de Barros e o modo como essa escrita se posiciona em relação a uma política das artes. Para tanto, utilizaremos como aporte basilar o pensamento de Jacques Rancière que se notabilizou, nos últimos anos, por empreender uma reflexão sistemática e lúcida a respeito das relações existentes entre estética e política na sociedade presente, aliado ao que se circunscreve como modos e formas de pensar elaboradas pelo próprio texto poético de Manoel de Barros e de maneira descontínua em suas entrevistas-críticas, publicadas em jornais e revistas e apresentadas em vídeos, assim como não descuraremos das contribuições teóricas e reflexões advindas do pensamento contemporâneo. Palavras-chave: Literatura e Política. Partilha do Sensível. Manoel de Barros. Jacques Rancière. Pensamento contemporâneo. Estética. Ética. 10 RÉSUMÉ Ce travail de thèse ici proposé a comme but de recherche la production litéraire du poète brésilien Manoel Wenceslau Leite Barros, Manoel de Barros, (1916 – Cuiabá-MT) en l’articulant avec la reflexion sur le concept de politique de l’écrite proposé par le philosophe algérien-français Jacques Rancière (1940 – Algiers – Algérie). L’hypothèse qui se presente est celle sur l’écrite poétique de Manoel de Barros dont les “marques du sensible” dans les expériences démocratiques sont perceptibles. Sa production inclue ce que se peut denominer d’une micrologie poétique, une reconfiguration du “partager”, dans le sense de l’élaboration pratiques de l’égalité, des pratiques de redistribution et de circulation des voix, instauratrices de la constitution esthétiques des communautés différenciées, considérées comme alternatives, face au modèle de système canonique de la litérature. Au moment que sa fonctionnent comme des formes de subvertions, elles produisent des espaces ou marge d’émancipation de l’être : lecteur et écrivain, en déclanchant des nouvelles perspectives éthiques et esthétiques. De cette manière, l’objectif qui se dessine est ce qui comprend comment se configure la proposition d’une politique de l’écrite de Manoel de Barros et la façon qu’elle se place par rapport à une politique des arts. Pour cela, nous utiliseront comme base la pensée de Jacques Rancière qui se fait remarquer, les dernières années, pour entreprendre une refléxion systématique et lucide par rapport aux relations éxistantes entre esthétique et politique dans la société présente, alié à ce que se défine comme des manières et des formes de penser élaborées par le texte poétique (lui même) de Manoel de Barros et de manière incontinué dans ses entretiens-critiques, plubliées dans des journaux et revues, présentées en vidéos, et nous n’oublierons pas non plus des contributions théoriques et des refléxions parvenues de la pensée contemporaine. Mots-clé: Litérature et Politique. Le partager du Sensible. Manoel de Barros. Jacques Rancière. Pensée contemporaine. Esthétique. Éthique. 11