ARTIGO
PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
ECONÔMICO- FINANCEIRO DAS ORGANIZAÇÕES
Alexandre Amorim de Souza, Mestre em Administração
Florianópolis
2004
PRINCIPAIS FERRAMENTAS DE MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
ECONÔMICO-FINANCEIRO DAS ORGANIZAÇÕES
Saber medir e interpretar os dados resultantes dos principais métodos de
cálculos de índices econômico-financeiros que subsidiarão a tomada de decisão
nas organizações é o grande desafio aos gestores na atualidade.
O presente artigo constitui-se de uma revisão bibliográfica acerca das
principais ferramentas de análise e medição da performance econômica e
financeira das organizações, o que pode representar ganhos consideráveis no
momento
de
se
executar
um
determinado
projeto
de
desenvolvimento
organizacional.
Por intermédio da análise dos dados coletados, pode-se concluir que o mais
importante que saber calcular os dados é sabe fazer a correta leitura dos mesmos,
pois reside aí o grande diferencial competitivo que as organizações buscam: ver
nos números informações que a concorrência não enxerga.
Palavras-chave:
competitiva
desempenho
–
econômico-financeiro
–
vantagem
MAIN TOOLS TO MEASURE THE ECONOMIC AND FINANCIAL
PERFORMANCE ON THE ORGANIZATIONS
Know how to measure data, resulted from main methods to calculate the
main economic and financial index, that will subsidy the decision process on the
organizations.
This article is a bibliograpy revision about the main tools of analisys and
measure of economic and financial performance of organizations, that can
represent big earns at the moment of execution that a project of organizational
development.
By the analisys of the collected data, can conclude that the main thing is
how to interpreted this data instead of how to calculate it, because is in this point
that is the biggest competitive differentiation tha the organization search: see in the
numbers, what our adversary, can´t see.
Key-words: performance – economic-financial – competitive advantage
1. INTRODUÇÃO
A crescente demanda por rapidez na tomada de decisões empresariais
ocasionada pela dinâmica característica de uma economia globalizada, onde as
distâncias estão cada vez mais cerradas, tem levado as organizações corporativas
a buscarem de forma cada vez mais ágil, métodos eficientes e seguros de análise
de desempenho financeiro, que vão permitir enfrentar a concorrência e os desafios
gerenciais na era do conhecimento.
Tem-se então que para as organizações que estão concorrendo palmo a
palmo na busca de um share cada vez maior em seus respectivos mercados,
desenvolver processos próprios de avaliação de seu desempenho de acordo com
suas peculiaridades.
Um processo eficaz de avaliação de desempenho financeiro, vai subsidiar o
processo decisório na organização, quando esta por necessidades estratégicas e
de diferenciação, requisitar dados financeiros pertinentes a sua situação.
Os projetos de desenvolvimento de novos produtos, ampliação de plantas
industriais, aumento de market share, prospecção de novos clientes, campanhas
publicitárias, associação com outras empresas do ramo, enfim demais ações que
objetivam tão somente o crescimento organizacional, sustentabilidade e por que
não liderança nos respectivos ramos de atividade somente serão postas em
prática, ou terão seu desenvolvimento iniciado, a partir do momento que se tenha
dados quantitativos que reflitam a situação financeira da organização.
Esta mensuração de desempenho financeiro, se apresenta de diversas
formas, aplicando por conseguinte diferentes métodos de medição e análise. Tal
fato configura-se no objetivo principal deste artigo, cuja proposta é apresentar ao
leitor as diversas metodologias de quantificação e interpretação do desempenho
financeiro das organizações.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 ANÁLISE FINANCEIRA COMO FATOR ESTRATÉGICO
A análise financeira consiste numa metodologia, um encadeamento de
técnicas e processos previamente determinados que objetivam fundamentar o
administrador e por que não o dirigente tomador de decisão no momento de
definição de políticas, ações e metas que compõem o planejamento estratégico da
organização.
Esta metodologia, basicamente irá instruir, auxiliar o decisor a minimizar
as incertezas, ou ainda determinar que caminhos devem ser seguidos ou que
linhas de ação devem ser tomadas, afinal não se pode fundamentar decisões
estratégicas para a organização apenas baseando-se em experiências anteriores,
intuição, confiança ou desconfiança, ou seja, valendo-se de questões subjetivas.
Quantificar os resultados e saber interpretá-los é que se compreende na
melhor maneira de se tomar uma decisão em nível financeiro.
As organizações atuais não se valem apenas das demonstrações
contábeis, suas velhas conhecidas, para medir seu desempenho. Com o avanço
dos tempos, com o apoio da tecnologia, a análise financeira
tornou-se um
processo mais dinâmico, diria-se sistêmico, pois além do fator financeiro, leva-se
em consideração nesta análise a estratégia empresarial, uma forma mais ampla,
englobando as decisões de investimento e financiamento da organização.
Esta visão sistêmica vai procurar interagir a necessidade da
remuneração dos acionistas, o interesse dos funcionários pela organização,
conseqüentemente o bom ambiente de trabalho, a responsabilidade com os
objetivos e políticas do país entre outros fatores.
Para atingir os objetivos elencados anteriormente, as organizações
devem ter muito claro em seus planos estratégicos, as políticas de investimento e
financiamentos que vão proporcionar condições financeiras favoráveis as suas
atividades.
Os investimentos, pode-se dizer que são todas aquelas ações que
procuram agregar ativos, que de uma forma ou de outra vão agregar valor ao
empreendimento. Os investimentos devem estar em plena sintonia com os planos
estratégicos das organizações e podem constituir-se de aquisição de máquinas e
equipamentos para modernização da produção, novas construções, estoques de
matérias-primas, instalações etc.
Já os financiamentos devem determinar quais os recursos e as fontes
necessárias à financiar estas atividades, projetos entre outros. Basicamente, as
fontes de financiamento constituem-se de ações junto aos sócios proprietários,
acionistas, visando a captação de recursos, reinvestimento de lucros oriundos de
suas próprias atividades ou ainda captação no mercado financeiro, nacional ou
internacional.
Estes financiamentos, e as formas pelas quais as organizações irão
saldá-los, deverão estar em harmonia com as atividades que irão gerar resultados,
a fim de proporcionar um crescimento sustentado, sob o risco de as organizações
adentrarem num círculo vicioso onde contraem novos financiamentos ou aportes
de capital para poderem saldar compromissos anteriores e assim por diante.
Portanto, procurou-se neste item mostrar ao leitor a importância
estratégica da análise financeira e de que forma ela contribui para as
organizações no momento em que decidem investir ou financiar suas operações.
2.2 DEFINIÇÃO DE ANÁLISE FINANCEIRA DAS ORGANIZAÇÕES
Constitui-se a análise financeira organizacional como o encadeamento
dos processos que objetivam examinar de forma detalhada os dados financeiros
relativos a uma determinada organização. A análise fundamenta-se nos
demonstrativos contábeis, ou dados financeiros em geral e ainda em fatores
condicionantes internos que podem ser a estrutura da organização, sua cultura,
peculiaridades, capacidade tecnológica. Fatores condicionantes externos que por
muitas oportunidades escapam ao controle da organização tais como questões
políticas, governamentais e macro econômicas, podem também ser levados em
consideração no processo de análise.
De forma bastante simples, Silva
2004, demonstra a partir de uma
configuração esquemática, a definição de análise financeira das organizações e
suas principais fases:
COLETAR
CONFERIR
PREPARAR
PROCESSAR
ANALISAR
CONCLUIR
Fonte: DA SILVA, J. Análise financeira das empresas, 2004
A coleta, basicamente se desenvolve buscando nas demonstrações
contábeis e em outras fontes, os dados requisitados. Informações como mercado
onde a organização atua, produtos que fabrica e comercializa, informações
relativas aos sócios etc.
A conferência diz respeito a análise de confiabilidade e veracidade dos
dados. A fase de preparação compreende o ordenamento pré-determinado que vai
encadear os dados para a fase de processamento que será responsável pela
emissão de relatórios respectivos, importantes ao processo de análise.
A análise nada mais é do que a interpretação dos dados processados
que subsidia as ações, recomendações constantes dos relatórios e pareceres da
última fase: a conclusiva.
2.3 ANÁLISE DOS DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS
O objeto principal do processo de análise dos demonstrativos financeiros é
fundamentar a tomada de decisão na organização. A análise consiste em apurar
os índices relevantes e sua interpretação, bem como o estabelecimento de
procedimentos lógicos e sistêmicos que se adaptem melhor as características de
cada organização envolvido no processo.
O analista financeiro deve procurar proceder desenvolver medidas
analíticas no sentido de retratar a situação real, com base simplesmente nos
números frios que lhes são apresentados.
A partir de agora serão elencadas as principais ferramentas de análise
financeira que são utilizadas pela maioria das organizações, e que são peçaschave no processo de tomada de decisão financeira.
2.3.1) ANÁLISE HORIZONTAL
Sempre
que
se
analisa
demonstrativos
financeiros
objetivando
a
fundamentação para o processo decisório, deve-se partir do princípio de que os
dados obtidos devam ser comparados com dados previamente determinados em
outras ocasiões, ou seja, procura-se fazer um comparativo de dados presentes
com dados passados, para que se possa projetar o futuro.
A análise horizontal consiste na comparação feita entre valores,
ou resultados de uma mesma conta, ao longo dos exercícios considerados. É uma
análise através do tempo, onde se desenvolve por números índices. Pode ser
calculado pela seguinte fórmula:
Nº índice =
Vn
-1 x 100
V n-1
Onde: Vn = valor no tempo atual e
V n-1 = valor no tempo anterior
Exemplo:
Tome-se o seguinte demonstrativo:
ITEM /ANO
1999
2000
2001
2002
Rec Líquida
105.000
108.000
104.000
101.000
Lucro Líquido
78.000
77.000
79.000
76.000
Calculando a variação itens pelos respectivos períodos,
aplicando a fórmula dada tem-se a seguinte situação:
ITEM /ANO
Variação 2000 / 1999
Variação 2002 / 2001
Rec Líquida
2,85%
- 2,88%
Lucro Líquido
- 1,28%
- 3,79%
A interpretação dos dados pura e simples mostra que num
primeiro momento de 1999 para 2000 houve uma variação positiva na Receita
Líquida da ordem de 2,85% e uma variação negativa da ordem de 1,28% no lucro
líquido para o mesmo período. Para o período compreendido entre 2001/2002,
pode-se fazer a mesma analogia.
Por intermédio da análise horizontal, tem-se noção da tendência
passada comparando-a com dados presentes e estimando a futura de cada item
contábil. Esta fundamentação permite que se faça a análise dos dados contábeis
no decorrer do tempo nas demonstrações contábeis utilizadas pelas organizações
e exigidas por lei: o Balanço Patrimonial, a Demonstração de Resultado do
Exercício etc.
A análise horizontal no Balanço Patrimonial permite ao analista
acompanhar a evolução dos ativos e passivos de certo prazo, resultando na
existência ou não de certa folga financeira ( liquidez imediata, que será tratado
adiante ), ou ainda uma situação de certo aperto financeiro, quando os ativos
circulantes evoluem em menores proporções que os passivos circulantes.
Pode-se observar, da mesma forma a evolução de parte do
ativo, conhecida como ativo permanente produtivo, que reflete a capacidade
instalada de produção, bem como a evolução da estrutura de capital.
Os reflexos sobre os itens da Demonstração de Resultado do
Exercício, quando se realiza a análise horizontal, demonstram a evolução dos
custos e despesas em relação ao volume de vendas e seus respectivos reflexos
no resultado do exercício. Por exemplo, uma evolução significativa das receitas de
vendas em relação aos custos e despesas operacionais totais demonstra uma
administração mais eficaz dos ativos da organização.
2.3.2) ANÁLISE VERTICAL
Do mesmo modo que a análise horizontal, a análise vertical
constitui-se num processo comparativo que é expressado em forma percentual,
onde se relacionam uma conta ou um grupo de contas, com u determinado valor
afim, relacionável, constante do mesmo demonstrativo.
A leitura e interpretação real que se faz na análise vertical é poder
mensurar a participação relativa de cada item em cada demonstrativo e a sua
respectiva evolução no tempo.
Para melhor interpretar o modo de análise vertical, toma-se como o
quadro abaixo, onde se propõe uma Demonstração de Resultado do Exercício
resumida de uma companhia considerada, nos respectivos exercícios contábeis:
ITEM / ANO
31/12/2002
AV ( % )
31/12/2003
AV ( % )
Rec Vendas
1.000.000
100,00
1.100.000
100,00
( CMV )
(250.000)
25,0
(230.000)
20,9
Lucro Bruto
750.000
75,0
870.000
79,1
( Desp Op )
(150.000)
15,0
(130.000)
11,8
( Desp Fin )
(180.000)
18,0
(150.000)
13,6
Res Operac
420.000
42,0
590.000
53,6
( Prov IR )
(168.000)
16,8
(236.000)
21,4
Res Líquido
252.000
25,2
354.000
32,1
Quadro nº 01
Executando-se a análise dos dados encontrados e valores obtidos
pode-se verificar a evolução temporal dos itens componentes da Demonstração de
Resultado do Exercício da organização considerada, nos respectivos exercícios
contábeis em relação a Receita de Vendas, que no exemplo considerado foi
tomada como valor afim, tal qual descrito anteriormente.
Avaliando-se os dados percentuais encontrados, tem-se noção direta
de onde estão sendo oriundos problemas ou pontos positivos, partindo-se do item
receita de vendas.
2.3.3) ÍNDICES ECONÔMICOS – FINANCEIROS
Os
índices
econômico-financeiros
são
inter-relações
dos
demonstrativos contábeis, de formas que cada um fornece a visão de um aspecto
específico da situação ou desempenho da organização. Tais inter-relações são
quocientes, que representam cada qual uma interpretação conforme o número
calculado.
Como dito por ocasião da análise horizontal e vertical, estes
índices só apresentarão alguma interpretação e um significado plausível e
aproveitável, se estiverem sendo comparados a números passados, já atingidos
pela organização.
Portanto, com apenas um número, um índice pode-se ter uma
parca noção do que representa este número, mas o mais correto a se fazer é que
essa análise leve em consideração não um, mas demais índices da mesma
posição para que se possa formar algum tipo de juízo de valor a respeito de uma
determinada organização.
No Brasil, os índices econômicos fundamentam diversos institutos
de pesquisa e edições especializadas em classificar as organizações. Tais
edições econômico-financeiras para apurar a situação das organizações,
elencando-as num ranking das que apresentaram os melhores desempenhos nos
mais diversos setores e ramos de atividade. Como exemplo ilustrativo pode-se
citar a publicação Maiores e Melhores, da Revista Exame, publicada pelo grupo
Abril SA, que apresenta as 500 melhores empresas que se destacam em seus
mercados de atuação.
Basicamente ao se executar a análise de índices uma organização,
deve-se iniciá-la calculando índices básicos e a medida que as atividades forem
avançando e se desenvolvendo, traçar o cálculo de índices mais detalhados que
possam oferecer maiores informações.
2.3.3.1) SITUAÇÃO FINANCEIRA
Quando o objetivo do gestor financeiro ou o agente tomador
de decisão, for medir a capacidade da organização em liquidar os compromissos
já assumidos, o seu potencial de crédito junto aos fornecedores e principais
parceiros, ou ainda instituições financeiras, o mesmo vai se utilizar dos índices
que mensuram a situação financeira que corresponde de maneira geral a sua
liquidez.
Esta medida é alcançada com a determinação dos índices
de solvência, estrutura patrimonial e índices de cobertura.
a) Índices de Solvência:
Liquidez Geral – apresenta a proporção dos bens e
direitos a serem realizados a curto e longo prazos em relação às dívidas totais. O
índice ideal é aquele que se apresente maior ou no mínimo igual a 1,0, que
demonstra certa folga na capacidade de solvência geral. Encontra-se a liquidez
geral pela fórmula:
LIQUIDEZ GERAL = AC + ARLP
PC + PELP
Liquidez Corrente – representa a capacidade de
pagamento de dívidas de curto prazo da organização. Em geral deve apresentar
um valor maior que 1,0 para que a organização apresente solvência no curto
prazo. Encontra-se a liquidez corrente pela fórmula:
LIQUIDEZ CORRENTE =
AC
PC
Liquidez Seca – meda a relação entre os ativos de
liquidez maior e o passivo circulante. Tal qual os demais deve-se apresentar na
proporção de 1,0 para 1,0. Qualquer número abaixo de 1,0 indica algum problema.
Encontra-se a liquidez seca pela fórmula:
LIQUIDEZ SECA =
AC - Estoques
PC
Outros dois índices que se relacionam com a
liquidez são os que medem a velocidade com que as contas a receber e os
estoques são convertidos em categorias mais líquidas de ativos. Tem-se o prazo
médio de cobrança de vendas, que pode ser calculado em duas etapas:
1ª etapa: cálculo da média diária de vendas:
MDV = Vendas Líquidas
365 dias
2ª etapa: cálculo do prazo médio de cobrança:
PMC = Contas a Receber
MDV
Um número ideal, situa-se entre 10 ou 15 dias de
prazo médio de cobrança.
O índice que mede a quantidade de estoques que
está vinculada a vendas ( giro do estoque ) em número de dia, responde ao
analista se o estoque está sub ou super dimensionado em relação as vendas:
GIRO DO ESTOQUE = Custo Prod Vendidos
Estoque Médio
b) Índices de Estrutura Patrimonial:
Participação do capital de terceiros em relação ao
capital próprio – representa o quanto de dívidas a organização apresenta em
relação aos recursos dos acionistas. Um índice maior que 1,0 representa
desequilíbrio entre estas duas fontes de financiamento. Encontra-se esta relação
aplicando a seguinte fórmula:
K 3ºs x K próprio = PC + PELP
PL
Composição do Endividamento - mede a existência
de dívidas de curto prazo com relação as exigibilidades totais. Uma participação
muito elevada de endividamento a curto prazo, pode significar aperto financeiro.
Encontra-se pela fórmula:
Composição do Endividamento =
PC
PC + PELP
Endividamento Geral
- mede a dependência de
recursos de terceiros no financiamento dos ativos da organização. Se este índice
apresentar-se elevado, ou maior que 1,0, representa que a organização este
excessivamente endividada. Encontra-se pela fórmula:
Endividamento Geral = PC + PELP
AT
Imobilização do Capital Próprio - mede o quanto do
capital está imobilizado, demonstrando de certo modo que quanto maior, mais
prejudicada está a liquidez. Encontra-se pela fórmula:
Imobilização do K Próprio = AP
PL
Imobilização dos Recursos Permanentes – é
praticamente semelhante ao índice anterior. Encontra-se pela fórmula.
Imob. de Recursos Permanentes =
AP
PELP + PL
c) Índices de Rentabilidade:
Ao se determinar a rentabilidade da organização,
procura-se medi-la determinando três medidas comumente utilizadas: retorno
sobre as vendas, retorno sobre o investimento e retorno sobre o patrimônio
líquido. O retorno sobre as vendas ou ROS ( return on sales ), pode ser
encontrado aplicando-se a fórmula:
ROS = lucro após impostos
vendas líquidas
O retorno sobre o investimento ou ROI ( return on
investiment ) é obtido pela fórmula:
ROI = lucro após impostos
AT
Retorno sobre o patrimônio líquido ou ROE ( return
on equity ) é obtido pela fórmula:
ROE = lucro após impostos
PL
Outros índices de medição de rentabilidade sobre
as vendas também merecem destaque e apresentá-los, tal qual as equações
abaixo:
Margem Bruta =
lucro bruto
rec op líquida
Margem Operacional = lucro operacional
rec op líquida
Margem Líquida =
lucro líquido
rec op líquida
Mark Up = lucro bruto
custo de vendas
Para a organização, quanto maiores forem estes
índices melhores serão as informações.
d) Indicadores da Gestão de Recursos:
A eficaz gestão dos recursos da organização é que
faz com que a mesma consiga atingir seus objetivos traçados no Planejamento
Estratégico. Portanto, cabe destacar aqui, alguns índices que podem representar e
mensurar esta gestão. Estes indicadores podem
ser obtidos pelas fórmulas
abaixo:
Giro das Dupl Rec = ROB – Devol/Abati
sld médio dupl rec
Giro do AC = Rec op líq
sld médio AC
Giro do Ativo Fixo =
Rec op líq
Sld médio imob
Giro do Ativo Op = Rec op líq
Sld médio AP
Giro Invest Total = Rec op líq
Sld médio AT
e) Indicadores de avaliação de ações:
Para aquelas organizações que tem capital aberto e
suas ações sendo negociadas em bolsas de valores, necessita-se mensurar o
desempenho destes papéis ao longo do tempo. Tais índices e ainda outros mais
são muito utilizados pelos operadores de mercado de capitais. Para o seu cálculo
apresentam-se as fórmulas abaixo com as interpretações respectivas:
Valor Patrim da Ação =
PL
nº ações
Indica que na hipótese de se realizar todo o ativo e
liquidar todo o passivo, quanto caberia a cada fração, ou seja, o valor da ação.
Lucro por Ação =
LL
Nº ações
Representa a parcela do lucro líquido, atribuída a
cada ação.
Dividendo por Ação = Div propostos
nº ações emit
Representa o dividendo pago por ação no decorrer
do exercício.
P / L = Cotação
LPA
Permite avaliar a cotação da ação em face do lucro
líquido obtido pela organização.
Pay Out (%) = Div por ação
LPA
Permite mostrar quanto do lucro por ação foi
distribuído como forma de dividendos.
2.3.4) ALAVANCAGEM
A alavancagem tem a capacidade de contribuir para aumentar o
resultado operacional e líquido da organização. Ela pode ser operacional,
financeira ou total, como será visto adiante:
a) Alavancagem Operacional:
A alavancagem operacional é efetivada pela presença de
custos e despesas fixas na estrutura de resultados da organização.
Basicamente, a alavancagem operacional demonstra como
uma alteração no volume de atividade influi sobre o lucro operacional da
organização. Portanto, o grau de alavancagem pode ser expresso pela equação:
GAO =
Variação Lucro Operacional
Variação do Volume de Atividade
Interpreta-se a fórmula da seguinte maneira: o Grau de
Alavancagem Operacional é determinado pela estrutura de custos da organização,
apresentando maior capacidade de alavancar os lucros aquela que apresentar
maiores custos fixos em relação aos custos totais. Conclui-se que a organização
com estrutura mais elevada de custos fixos, assume maiores riscos em razão da
maior variabilidade de seus resultados operacionais.
Outra forma de se calcular a alavancagem operacional é a
seguinte:
GAO =
( RVu - CDt )
( RVt - CDVt ) - CDF
onde: QTD = quantidade física, RVu = receita de vendas por
unidade, CDVu= custos ou despesas variáveis por unidade e CDF = custos e
despesas totais fixas.
b) Alavancagem Financeira:
Costuma-se dizer que a alavancagem financeira é o índice
que mede o grau de participação de recursos de terceiros na estrutura de capital
da empresa, portanto é a capacidade que os recursos de terceiros apresentam de
elevar os resultados líquidos dos proprietários. É dado por:
GAF =
Variação % Lucro Líquido
Variação % Lucro Operacional
Por exemplo, se a organização apresenta um Grau de
Alavancagem Financeira ( GAF ) de 1,5, representa que a cada 1% de aumento
no resultado operacional, resulta um acréscimo de 1,5% no lucro líquido.
c) Alavancagem Total:
É o efeito conjunto das alavancagens operacional e
financeira.
Este
índice,
permite
ao
administrador
financeiro
avaliar
simultaneamente a repercussão que uma alteração no volume de vendas faz no
resultado líquido e operacional.
O GAF pode ser obtido pela fórmula:
GAF =
QTD ( RVu - CDVu )
QTD ( RVu - CDVu ) - CDF - DF
Ou
GAF =
Variação Lucro Líquido
Variação Volume de Atividade
2.3.5) EVA*, NOPAT, EBITDA E ATIVO OPERACIONAL
a) Ativo Operacional:
O analista financeiro de uma organização, deve procurar
identificar nas demonstrações contábeis da empresa, mais precisamente no
Balanço Patrimonial, quais são, dos itens do ativo, aqueles que são utilizados pela
organização para o desenvolvimento pleno de suas atividades operacionais
propriamente ditas. Estas atividades podem ser o investimento em itens
permanentes, o aumento da capacidade produtiva, captação de capital de giro etc.
A importância de se identificar a estrutura dos ativos
operacionais é a verificação da existência de ativos improdutivos que poderão de
certa forma estar sendo subutilizados, acarretando custos indevidos, o que
prejudica o desempenho operacional da empresa.
Tal identificação e mensuração, permitirá a empresa
a
manutenção de ativos compatíveis com a sua real necessidade, evitando desta
maneira custos desnecessários para a manutenção destes ativos.
b) EBITDA e NOPAT:
Outras duas formas de avaliação da performance financeira
da empresa e de certo modo necessária para de traçar um diagnóstico prevendo
futuras operações é a apuração do EBITDA e NOPAT. As duas siglas
representam uma abreviação do inglês, onde earnings before interest, taxes
depretiation and amortization se traduz no EBITDA e net opertaing after taxes se
traduz no NOPAT.
Ambos
constituem-se
em
medidas
de
performance
operacional que considera as receitas operacionais, deduzidos os custos e as
despesas operacionais, exceto depreciação e amortização. O EBITDA, em
algumas circunstâncias pode medir, ou balizar comparações de dados da empresa
face o nível de atividade da concorrÊncia.
A situação ideal é a que exige um EBITDA maior que zeros,
porém, ainda não significa que esta empresa esteja plenamente saudável, no
auge de sua saúde financeira. O EBITDA oferece um dado isolado que deve ser
analisado em conjunto com outros índices, para poder se ter um parecer
considerável e melhor fundamentado.
Já no caso do NOPAT, que configura-se num conceito mais
amplo, são levados em consideração os impactos causados pelo desgaste ou
depreciação do imobilizado e o imposto que incide sobre o resultado operacional,
fornecendo ao administrador financeiro necessidade de a empresa repor seus
ativos desgastados no desenrolar de suas operações.
c) EVA*:
A busca constante pelo maior desempenho dos papéis das
companhias negociados em bolsa de valores, ou ainda às que não possuem seu
capital aberto, têm levado a criação e desenvolvimento de novas formas de se
medir o desempenho econômico-financeiro das mesmas.
O termo EVA ( Economic Value Added ), valor econômico
adicionado, foi patenteado pela empresa de consultoria americana Stern Stewart &
Company, trouxe novidade para os métodos tradicionais já conhecidos por levar
em consideração o custo de oportunidade do capital próprio. De acordo com o
conceito de EVA, a companhia só gera valor para os acionistas se os seus lucros
forem maiores ao custo de todo o capital utilizado em suas operações, ou seja, o
lucro líquido contábil é obtido sem considerar as receitas, custos e despesas,
porém não considera o custo do capital próprio.
Basicamente, o EVA é calculado deduzindo-se do NOPAT, o
custo do capital utilizado para financiar as operações da empresa, sendo este
capital o próprio ou o de terceiros, normalmente captado no mercado financeiro.
Costuma-se afirmar atualmente que o EVA aumentou a
percepção dos administradores financeiros para a importância do custo do capital
no gerenciamento de uma companhia.
3.CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo teve como objetivo principal demonstrar ao leitor as
principais ferramentas de análise da performance econômico-financeira das
organizações.
Cabe ressaltar aqui, que em nenhum momento procurou-se analisar em
detalhes as determinadas ferramentas, objetivou-se tão somente, como numa
espécie de manual dirigido mostrar as principais metodologias de análise.
O conhecimento das metodologias analíticas de desempenho econômicofinanceiro das organizações, não é o bastante para instruir o processo de tomada
de decisão. O que realmente importa é a correta interpretação dos índices obtidos.
Somente com a correta interpretação destes dados, é que se obtém a gestão
eficiente.
Portanto, acredita-se que a direção geral foi traçada, cabendo neste
momento aquela organização, via seus gestores, encontrar a melhor maneira de
medir e interpretar seu desempenho econômico-financeiro, a assim obter desta
forma vantagem competitiva sobre a concorrência.
4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Editora Atlas, 2000.
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira . 12. ed.
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DA SILVA, J. Análise financeira das empresas . 6. ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2004.
DROMS, W. ; PROCIANOY, J. Finanças para executivos não financeiros .
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GITMANN, L. Princípios de administração financeira . 7. ed. São Paulo:
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LEMES JR; MIESSA RIGO; MUSSI. Administração financeira princípios,
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SILBIGER, S. MBA em dez lições . 4. ed. São Paulo: Campus Editora,
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THE WARTHON SCHOOL. Dominando finanças. 1. ed. São Paulo:
Makron Books, 2001.
Download

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