O iogurte – suavidade e prazer Gostam de iogurtes? Gostam mesmo de iogurtes, fresquinhos, macios e com aquela textura aveludada que desliza suavemente pela garganta abaixo? Então agradeçam à Jóia! À Jóia e a todas as amigas vaquinhas. É que sem elas… nada! Mas é a Jóia que faz o iogurte? Claro que não! A Jóia dá-nos o seu leitinho (não dá propriamente; nós é que lho tiramos…) e com esse leite e com a ajuda de umas bactérias (que são micróbios), vamos transformá-lo em iogurte. Essas bactérias dizem-se bactérias lácticas e têm nomes: são Streptococcus thermophilus e Lactobacillus Bulgaricus, que são mais compridas: . Aqui vão umas fotografias delas, tirada, evidentemente, ao microscópio: Streptococcus thermophilus Lactobacillus bulgaricus Para perceber como isso se passa vamos primeiro falar da composição química do leite. Parece um produto branquinho e uniforme, mas é um mundo de substâncias; proteínas, gordura, açúcar, muita água, vitaminas e sais minerais. O tal açúcar tem a característica de só existir mesmo no leite, chama-se lactose e a ele se deve o sabor levemente adocicado. Ora bem, se adicionarmos ao leite os tais micróbios que gostam de “comer” lactose, eles, em compensação, libertam um ácido – o ácido láctico. E esse ácido vai “perturbar” algumas das proteínas (as caseínas) do leite e elas “coagulam”, ou seja, formam uma massa no interior da qual ficam os outros componentes do leite. E para além disto as bactérias produzem também uma goma (um polissacárido) que ainda aumenta mais a consistência do iogurte. Quer fazer iogurte em sua casa? OK, então aqui vão algumas dicas: Primeiro deve-se aquecer 1 litro (por exemplo) de leite. É um bom processo para matar os micróbios indesejáveis que lá possam existir e que podem vir a atrapalhar o trabalho das bactérias lácticas. JÓIA O iogurte – suavidade e prazer (cont.) Depois é conveniente deixar o leite arrefecer até aos cerca de 40-45ºC, que é a temperatura mais apreciada pelas nossas amigas. Há que dar-lhes condições para se sentirem “em casa”! E chegou a altura de juntar as ditas (nossas amigas) ao leite. Como, perguntará? Onde é que as vou “caçar”? Pois é muito simples: basta adicionar um outro iogurte. Misturar bem com uma colher e, depois, dar-lhes descanso para o longo trabalho que têm pela frente. O ideal é termos uma iogurteira, do estilo da que aqui se mostra: . No fundo o que acontece é que a ligamos à electricidade e, como tem um termóstato, mantém a temperatura constante, perto do 40-45ºC, e o iogurte está prontinho ao fim dumas 6 horas. Mas sem iogurteira também lá vamos; mas temos que arranjar um sítio não muito frio na nossa cozinha ou despensa, e tudo vai levar mais tempo. É que a actividade das bactérias baixa quando as temperaturas também são baixas. Se quisermos um iogurte mais espesso, então o melhor é adicionar ao leite um pouco de leite em pó. Estamos a enriquecer o meio e as bactérias agradecem. Depois de tudo pronto, levamos os iogurtes ao frigorífico para ficarem fresquinhos. E à temperatura do frigorífico as bactérias ficam todas “encolhidinhas” e param o seu trabalho. Falta alguma coisa agora? Sim, falta. Falta pegarmos numa colher e deliciarmo-nos com o produto do trabalho da Jóia, das bactérias lácticas e até do nosso, que preparámos tudo isto. Mas a verdade é que tudo começa com a Jóia. Obrigados, JÓIA! Maria Margarida Guerreiro Uma boa notícia: há muitas pessoas que não podem beber leite, porque não conseguem digerir a lactose e, por isso, ficam indispostas e até com distúrbios intestinais. Pois nestes casos os iogurtes são uma boa solução; não vimos que as bactérias usam a dita lactose? Ainda pode ficar alguma, mas, normalmente, isso já não cria grandes problemas