ambiente Publicação da Marelli Ambientes Racionais Ano 9 - nº 21 Outubro de 2013 Ricardo Guimarães O mago que descomplica o branding Destaque Competências humanas como diferencial Artigo Técnico A cor nos espaços corporativos Boas Práticas Corporativas Sustentabilidade Certificada Julio Soares Diferentes por opção Ainda comemorando nossos 30 anos, não há como não debruçar-se um pouco sobre o que foi feito, o que estamos fazendo e, obviamente, programar os muitos caminhos que teremos à frente. Acho que temos bem marcado o que fizemos até aqui, com muitas estratégias nas quais tivemos virtudes e outras, nem tanto. Porém, digo que uma delas, que considero diferenciadora, foi a de não seguir estritamente os mandos do nosso setor, essencialmente no que tange a Foco e Posicionamento. Não quero que entendam como arrogância, mas no nosso entendimento não dá para ofertar tudo a todos. Na medida em que a oferta se alarga demais, proporcionalmente enfraquecemos a capacidade de atender bem. Queríamos sim o reconhecimento pela oferta, “embora mais estreita”, porém consistente. Ter uma alta avaliação pela qualidade, rapidez, melhores serviços, sem necessariamente ser mais cara, era a nossa convicção. Demoramos algum tempo até sermos compreendidos, diante da larga oferta que a maioria dos nossos concorrentes costumavam apresentar. Alguns anos se passaram e hoje nossos clientes e arquitetos nos percebem como uma empresa de alta relação custo-benefício. Somos reconhecidos em todas as pesquisas feitas pelos melhores veículos especializados nacionais, como uma empresa de excelência operacional. Somos a maior em faturamento, a melhor em lucratividade. Nossa rede chega este mês ao número de 40 lojas exclusivas e padronizadas. Por falar em padronização, digo que pioneiramente, no final de setembro 10 delas estarão certificadas pela ISO 9001, com previsão de chegarmos a 20 no final de 2014. Escolhemos ser diferentes no trato com as pessoas e guindados pela inteligência, força e determinação delas, somos disparadamente a mais produtiva do setor. Nos últimos 10 anos sempre tivemos nosso nome listado nas pesquisas de “Melhores Empresas para Trabalhar” e bom ambiente de trabalho é um potencial fator de resultado. Enfim, para continuar à frente, o nosso ciclo precisa ser renovado constantemente. Temos que continuar identificando as melhores oportunidades, estejam elas no mercado ou na operação, porém em todas elas: sem medo de sermos diferentes! Rudimar Borelli Presidente Sumário 06 12 Espaço Aberto O mago que descomplica o branding Cases Conheça os projetos instalados pela Marelli nas empresas AES, Agriness, EPL e El Deber 27 38 44 Errata Diferente do divulgado na página 49 da Revista Ambiente nº 20, as Perspectivas 3D do Escritório-conceito da Marelli foram desenvolvidas pela empresa WD Projetos. 12 27 Destaque Competências humanas como diferencial Artigo Técnico A cor nos espaços corporativos Boas Práticas Corporativas Sustentabilidade certificada: selo Leed atesta internacionalmente “construções verdes” 38 Expediente Foto: Acervo pessoal 06 44 A revista Ambiente é uma publicação da Marelli Ambientes Racionais editada em português e espanhol. Dirigida a arquitetos, especificadores, clientes, fornecedores e entidades do segmento de mobiliário corporativo e arquitetura no Brasil, Bolívia, Paraguai, Chile, Peru e Uruguai. Sede: BR 116, Km 142, nº 11.760 CEP 95059-520 – Caxias do Sul – RS Fone: 55 54 2108.9999 [email protected] www.marelli.com.br Presidente: Rudimar Borelli Diretor Administrativo-Financeiro: Daniel Mazzocchi Diretor Industrial e de Recursos Humanos: Francisco Santos Gerente de Vendas e Marketing: Daniel Fachini de Castilhos Gestora de Marketing: Claudiana Albé Chaves Redação: Rua Sinimbu, nº 2222, 7º andar – Centro CEP 95020-510 – Caxias do Sul – RS Fone: 55 54 3202.2020 www.studiodesign.com.br Escreva para a redação: [email protected] Diretor Publisher: Augusto Bellini Textos: Adriana Schio (MTb 8107), Domenique Grigolo (MTb14540), Guilherme Arruda (MTb 3691) e Vivian Kratz (MTb13620) Jornalista Responsável: Domenique Grigolo (MTb14540) Direção de criação: Anderson Trassi Arte-final: Anderson Fochesato Revisão: Sheila da Rocha e Sabrina Leme Produção gráfica: Thaís Coll Pigozzo Impressão off-set: Editora São Miguel Tiragem: 17.000 exemplares em português e 1.500 exemplares em espanhol Versão e revisão para o espanhol: Milton H. Bentancor É permitida a reprodução de artigos e matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a opinião da Marelli e da StudioDesign. Espaço Aberto O mago que descomplica o branding O que vem à sua mente quando a imagem da maçã da Apple aparece na sua frente? De modo geral, associa-se a produtos de fácil utilização, bonitos e que proporcionam diversão. Estes são alguns dos atributos agregados a esta empresa. É possível adicionar outros, como segurança, mas o que importa mesmo é que o consumidor acaba formando uma cultura unificada à Apple que lhe permite fazer comparações com outros produtos e, no final das contas, fazer a opção. Pense agora por um momento no nome Natura. O que lhe vem à mente? Se você respondeu que é um jeito de se relacionar com beleza, com a natureza, de vender e consumir saiba que uma das pessoas que participou desse esforço foi Ricardo Guimarães, 64 anos, sócio diretor da Thymus, de São Paulo. Guimarães é um dos mais respeitados profissionais na gestão de marcas e um dos introdutores do branding no Brasil, reconhecido internacionalmente. O branding é o conjunto de atributos intangíveis associados a uma empresa, como se viu nos exemplos 6 Revista Ambiente | Outubro 2013 da Apple e da Natura, e difere da marca, que são as características tangíveis de uma marca ou empresa. Branding é a relação que o consumidor tem a respeito de um produto ou serviço, um reconhecimento, uma associação positiva, é a imagem que reúne o sentimento que se tem por determinada marca, portanto, vai além da logomarca e da imagem visual. Esse conceito se estende aos funcionários, conta Guimarães. Qualquer funcionário de uma empresa trabalha lá porque a empresa o escolheu, deu aval para que ele fizesse parte do grupo. É como se, indiretamente, a empresa dissesse: Bem, este cara é legal. Quando esta pessoa participa de um evento o que costumeiramente se diz? Chegou o cara da empresa tal. É assim, de forma descontraída, que Guimarães nos insere neste fantástico mundo. Dono de uma carteira de clientes do porte das Organizações Globo, Banco do Brasil, Monsanto e HP, ele falou à revista Ambiente no seu espaçoso escritório na Avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Fotos: Divulgac,ão Ricardo Guimarães Entrevista Ambiente Existe uma receita para posicionar uma marca no mercado? Ricardo Guimarães Posicionamento de uma empresa é o terceiro estágio de definição de identidade dentro de um contexto de mercado. A primeira tarefa do branding é conscientizar a empresa sobre o pensamento dela para fazer aquele negócio. Por exemplo: a Apple diz que o homem não deve se submeter às máquinas e aí decidem fazer máquinas cada vez mais fáceis de serem usadas e os valores passam a ser beleza, simplicidade e diversão. Isto é a essência, a inspiração da Apple. Bem, aí ela coloca isso nas experiências que vai proporcionar, seja nas lojas, seja em um produto, seja num atendimento telefônico. Tudo vai ter este jeitão – de ser simples, bonito e divertido. Além disso, começa a ter algumas comparações com outras marcas. Você acaba tendo uma circunstância de mercado em que o consumidor tem uma cultura de experiência de consumo ao formar critérios para perceber uma marca ou outra. Você decide como você quer se posicionar e que atributos quer que sejam percebidos na sua experiência de marcas. Além de simples, bonito e divertido você quer ser percebido como seguro. É outro atributo. Você define atributos que, no conjunto, vão diferenciar sua marca. Ambiente A empresa, sozinha, consegue perceber isso ou precisa de ajuda para identificar que atributos ela quer passar para o público? RG É difícil ter uma regra. Em geral, uma empresa com determinado porte e a presença do fundador não precisa de ajuda externa. Na medida em que ganha concorrentes e ela própria (a empresa) cresce, começa a aparecer gente com muita opinião, divergência sobre visões estratégicas, bem, aí é bom ter ajuda externa para alinhar estas visões. Graças a Deus, porque aí consigo oferecer alguns serviços (risadas). Ambiente Marca regional sofre algum tipo de preconceito em relação a uma marca nacional? RG O regional pode ser bom como pode ser ruim. Não tem uma lei. Vinho, por exemplo, tem o terroir que faz toda a diferença de uma região. Revista Ambiente | Outubro 2013 Espaço Aberto 7 Ambiente O propósito de uma marca é agregar rentabilidade ao negócio da empresa? RG No sentido de que reduz custo do crescimento, um dos benefícios é a rentabilidade, sim. Pode ser também a agilidade de crescimento; depende da estratégia da empresa. Ambiente Uma marca bem posicionada reduz o esforço de venda? RG Com certeza. Veja as filas que se formam nas lojas que vendem produtos da Apple. Já viu propaganda da Apple? O produto fala por si. 8 é muito importante, mas será que ele está gerenciando, alocando recursos necessários? Não sei. Ambiente Marcas bem posicionadas podem ser referências no mercado, mesmo não sendo líderes no seu segmento? RG Com certeza. A TAM, por exemplo, nunca foi líder de mercado enquanto existiu a Varig. E era referência em atendimento e serviço, lembra? Quando a Varig saiu de cena é que ela virou líder. Você não precisa ser líder em volume. Pode ser líder em outros aspectos, em qualidade, inovação.... Ambiente Como recuperar o valor de uma marca quando ela tem sua imagem arranhada? RG Há marcas que saem dos problemas melhor do que quando entraram. Toda organização está sujeita a acidentes de percurso. Quando acontece alguma crise este é o momento no qual a marca exibe seus valores. Há cases interessantíssimos de marcas de alimentos que tiveram linhas sabotadas e o presidente veio a público e disse: não comprem este produto. O fato de ele dizer isso aumenta a credibilidade da marca daquela empresa. Ambiente Pesou muito a figura do comandante Rolim... RG Com certeza. É aí que destaco a presença do presidente; ele ajuda a construir a marca. Se ele é o fundador, sempre ajuda. É a figura mais visível de uma organização. Ambiente Os empresários, de um modo geral, sabem o valor das marcas que possuem em mãos? RG Há dias que eles sabem e há outros que não sabem (risadas). É conforme a lua. Você não registra o valor da marca no balanço. Mensurar o valor da marca como ativo é muito difícil e eles acabam negando, não porque não achem que tem valor, mas porque não sabem medir. Se você perguntar para qualquer empresário ele vai dizer que a marca Ambiente Uma marca precisa estar constantemente bem alimentada? RG Não existe nada pronto. O que faz a vida divertida é que nada é igual de um minuto para outro. Não diria alimentar, diria cultivar. Marca é um significado. O que é este significado? É algo alimentado por experiências; experiências que consumidores, funcionários, investidores e fornecedores têm. É uma interação permanente. Se a marca pega, o consumidor se julga dono dela. Ele se Revista Ambiente | Outubro 2013 identifica. Sempre falo que a empresa é um instrumento de criação de valor para a marca. Não é a marca um instrumento da empresa. Ambiente Para ter uma marca não significa que precisa sair fazendo IPO (Oferta Pública Inicial) por aí? RG Não, claro que não. Marca independe de você ter um valor econômico de mercado. Ambiente Como lidar em um mercado onde não há fidelidade do consumidor a uma marca? RG Nunca fomos fiéis a nada. Achávamos que éramos fiéis porque não havia alternativas. Antigamente éramos fiéis a uma loja porque não havia opção. Hoje a marca fica importante justamente porque os vínculos são mais frágeis. E porque hoje o ritmo de inovação é muito grande. Ninguém é bobo. Se outra empresa oferece os mesmos benefícios e é mais barato vou ficar fiel por quê? O consumidor hoje é fiel e inteligente. Ambiente Consumidor pode derrubar uma marca? RG Pode, se ela tiver pé de barro. Sujeito entra na Internet, posta um comentário e se tiver um fundo de verdade, corre como rastilho de pólvora. Agora, se postou uma mentira, pode acreditar, os próprios consumidores vão se encarregar de desmentir. Ambiente Excesso de informação influencia a construção de uma marca? RG Acredito que não. Se há muita informação sobre aquele assunto, o valor da marca vai dar um significado. O que é uma revista? É um bando de gente, que entende de uma determinada área, que tem olhar sobre aquele segmento, e que combina com os leitores o seguinte: de vez em quando eu vou vir aqui contar o que está acontecendo no mundo que vai te interessar. Quanto mais assunto tiver sobre este ramo, mais este título de revista vale, porque você vai pegar tudo que há no mundo e organizar para seu leitor. Ele vai ficar sossegado e dizer: que bom que esta revista existe. Ambiente Marca é um conjunto de significados, certo? Como mensurar o valor de uma marca? RG Depende. Para que você quer saber o valor de uma marca? Vai vender para alguém? Ambiente Se for por pura curiosidade, apenas... RG Bem, aí você faz a conta que quiser. Inventa uma fórmula, reúne várias marcas e faz comparações umas com as outras. Se você quer vender, precisa saber o que o comprador vai fazer com sua marca. A marca tem dois valores. Tem o valor para a empresa, na qual gerencia um ativo para reduzir custo de crescimento. Veja o exemplo da Unilever. Quando diz que 15% de intenção de compra são atingidos, isto representa um custo para ela, seja em velocidade ou financeiro – a publicidade que deixa de usar, promoções que deixa de fazer. O outro valor é o de mercado caso você queira vender para alguém, mas precisa ver o que o sujeito vai fazer com a marca. Ambiente Há algum significado nos rankings que apontam marcas mundiais como a Apple valendo US$ 150 bilhões? RG Isto tem a ver em geral com empresas de capital aberto. Aí existe a possibilidade de fazer avaliações; determinar valor de mercado, projeções de resultados futuros, porque informam estes números ao mercado. Se você não for vender, Revista Ambiente | Outubro 2013 Espaço Aberto 9 não serve para nada. Ambiente Existe descompasso entre a evolução das sociedades e a evolução das marcas? RG Nunca pensei nisso. Não sei dizer, porque o conceito de marca muda ao longo do tempo. Antigamente, marca era imagem; a logomarca, a identidade visual. Depois virou imagem. Hoje marca é uma cultura. Veja o caso da Natura. Natura é um jeito de se relacionar com beleza, com a natureza; um jeito de extrair produto, de transportar produtos; de vender e um jeito de consumir produto. Existe um jeito Natura de pensar e fazer. Ambiente Este é um daqueles cases típicos que poderíamos classificar como case ideal? RG É um dos cases mais fortes que temos. De qualquer ângulo que você entra em contato com a empresa percebe uma consistência de sua identidade. Todas as experiências pertencem a um corpo de ideias, de uma visão de mundo. Ambiente O ideal seria que as empresas tivessem este conjunto? RG Exatamente. Ambiente E quando a segunda geração entra na empresa, como isso funciona? RG Se o herdeiro estudou, o que acontece? Esse filho vai sistematizar a organização, colocará padrões e controles para garantir expansão. Isto é um processo para garantir a qualidade; o crescimento com qualidade. Esta é a segunda fase de toda empresa. Hoje está claro que, se deixar a empresa com estes controles, ela não inova. 10 econômico, mas, em geral, em uma cultura de padrões de controles, as pessoas foram educadas para concordar e não para discordar. Precisa fazer a ruptura. Precisa fazer com que as pessoas tenham as suas próprias ideias. Uma pessoa que ama o controle e padrões é uma heresia. Ambiente Não há o risco de se formar uma marca bipolar; uma hora age de um modo; outra hora de outro? RG Interessante a pergunta. Empresa em si não tem valores. Quem tem valores são as pessoas que dirigem esta empresa. A marca tem um significado e aí você já perde o controle sobre a marca, mas você pode influenciar a marca. Se há troca de liderança na empresa e esta liderança não pensa como os antecessores, à medida que vai tomando decisões as pessoas que alimentam aquela marca começam a se perguntar: não estou entendendo. Em geral, ou este CEO (ou diretoria) é demitido, porque não consegue atender ao mercado, ou estes caras apresentam um padrão novo de evolução e o pessoal continua, mas existe uma interação. É muito vivo, não há fórmula, receita. Precisa estudar o caso. Ambiente Vivemos uma época de customização. Uma marca lida com customização? RG Compre um carro e veja isso de perto. Antigamente, customizar custava caro. Hoje não. É de fazer o (Henry) Ford virar na tumba. Ambiente Ela fica engessada? RG Ele engessa de propósito. Ambiente O fato de as pessoas estarem mudando seus hábitos de forma mais frequente, impactará na forma como elas percebem as marcas com as quais estão acostumadas? RG Marca é um compromisso intangível que vai ser materializado com as tecnologias da época. Ambiente E a inovação? RG Inovação nasce da crítica. É quando alguém diz: isto pode ser mais rápido; pode ser mais Ambiente O que pode influenciar uma pessoa a mudar de opinião sobre uma marca? RG Tudo. Uma marca pode optar por Revista Ambiente | Outubro 2013 um segmento, por um estilo ou uma tecnologia que a pessoa não gosta. Ela muda o conjunto de benefícios ofertados. O que aconteceu quando foi descoberto que o tênis da Nike fabricado na China empregava mão de obra infantil? O preço da ação caiu 20 pontos na bolsa de Nova Iorque. Quem foi que provocou isso? As crianças, que leram a notícia. A rede distribuidora também deixou de comprar, os investidores recuaram, ou seja, não tem nada a ver com o conforto, benefícios ou o preço do tênis. Nada disso. Ambiente Como ela contornou isso? RG A Nike nunca tinha se dado conta que a marca era muito maior que a empresa (a Nike não tem fábricas próprias). Doença vem para desenvolver saúde, não é mesmo? Depois disso ela se tornou a melhor recrutadora, a melhor capacitadora e a melhor fiscalizadora de terceirizados no mundo. Ela desenvolveu uma competência de gestão dos terceirizados extraordinária. Gerenciar a marca atualmente tem um tanto de criação de valor e um tanto de gerenciamento de risco. Ambiente Fazer propaganda basta para recuperar uma marca? RG De jeito nenhum. Primeiro precisa saber o problema. Por que perdeu valor? Por que perdeu confiança? Por que perdeu clientes? Deve ter perdido a criatividade. Precisa reconectar as fontes de inspiração. Começa dentro da empresa. É preciso recrutar gente que tenha as mesmas crenças da empresa, os mesmos valores. Roteiro de entrevista não pergunta quais são os seus valores - em que você acredita, por exemplo. Aí mora o perigo ou a chance do sucesso. O branding fala em procurar o perfil do profissional da marca; que fala das habilidades, das competências e dos valores. Ambiente Muitos especialistas já falam em um Novo Branding, com estratégias cada vez mais focadas em valores. É verdade? RG Sim. A gente vive uma época de muita inovação. De muito aprendizado. Produzindo conhecimento sobre todos os aspectos; ciência, corpo humano, natureza, numa velocidade absurda. Estamos vendo que muitas coisas que acreditávamos estarem certas, estavam erradas. Antigamente, as pessoas vendiam produto numa faixa de preço e num ponto de venda em que a propaganda falava dos benefícios: dura mais; é mais gostoso. O produto é que era vendido. Nesse ritmo de inovação, mudam-se os benefícios, os canais de distribuição. Você precisa ter compromisso com o consumidor que não é o produto em si, mas a marca. Inicia-se o processo de intangibilização. O compromisso da marca é a eficiência, a franqueza, o meio ambiente e a agilidade, que ela vai entregar com a tecnologia que for, com o canal que for, com a variedade que for. Ambiente Os fabricantes de aparelhos de celulares são exemplos típicos disso? RG Exatamente. Veja o exemplo da Unilever. Quando estragava a roupa a pessoa queria reclamar com o senhor OMO, que não existia. Ela tinha 1600 marcas de produtos e você não sabia da marca Unilever. Na medida em que a sociedade foi evoluindo e os consumidores foram vendo seus direitos, ela amadureceu e começou a relação do consumidor com a marca corporativa. Chegou a tal nível de gerenciar a relação que nem era mais o produto apenas; era com a empresa que tinha algumas competências: de qualidade, de práticas socioambientais corretas, de distribuição, política de preço justo. Não importa o produto que a Unilever vai fazer. Esses produtos serão beneficiados por essas competências corporativas. Quando a empresa leva isso ao mercado, ela já tem o benefício de saber que a dona de casa, ao ver que um determinado produto é da Unilever, tem 15% de intenção de compra desse produto, sem saber que produto é. É o que se chama de goodwill (ativo intangível) que faz com que se reduza o custo de crescimento da empresa ou do produto. É por isso que no branding marca é tratada como ativo estratégico e não como instrumento de marketing. Instrumento de marketing é simplesmente para vender. O ativo estratégico reduz custo de crescimento. Ou seja, não é só vender. É vender a um custo menor. “Toda organização está sujeita a acidentes de percurso. Quando acontece alguma crise este é o momento no qual a marca exibe seus valores.” Revista Ambiente | Outubro 2013 11 Cases O projeto baseado no compartilhamento de estações de trabalho pedia um mobiliário funcional e moderno. Espaços compartilhados Solução O novo momento da empresa com a inauguração da nova sede e a integração dos profissionais pedia um mobiliário que oferecesse a funcionalidade e a modernidade, propostas num projeto de compartilhamento de estações de trabalho. Dessa forma, os móveis Marelli mostraram-se a escolha mais adequada para compor as áreas operacionais e gerenciais, além de salas de reunião e treinamento, trazendo aos ambientes interação, versatilidade de layout, conforto e estética. 12 Revista Ambiente | Outubro 2013 1 1 – Seguindo o conceito open space, com estações de trabalho amplas e pequenas divisórias, a linha Open foi a escolhida para o conforto dos usuários nas Salas de Treinamento. 2 2 – A identidade visual da empresa foi reforçada com a aplicação das cores da marca nas divisórias das Salas de Treinamento, possibilidade que a linha Open oferece. Revista Ambiente | Outubro 2013 Cases 13 Projeto Ficha Técnica Foram adotadas cores neutras para as estações de trabalho a partir da linha Job, um mobiliário contemporâneo que une praticidade e eficiência, ajudando a organizar e simplificar o dia a dia. 14 Revista Ambiente | Outubro 2013 Cliente: AES Brasil Local: Barueri - SP Instalação do projeto: Setembro de 2012 Área total: 16.000 m² Postos de trabalho: 1.600 postos Produtos utilizados: Linhas Open e Job Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Cláudia Andrade e Marcos Azevedo – Andrade Azevedo Arquitetura Corporativa Loja responsável pela execução: Marelli São Paulo – Vila Olímpia Fotos dos ambientes: Arnaldo Pereira Situação A AES Brasil, empresa do Grupo AES Corp., atua no setor elétrico brasileiro, desde 1997, com empresas de geração, comercialização e distribuição de energia: AES Eletropaulo, AES Sul, AES Uruguaiana e AES Tietê. A empresa necessitava reunir em um mesmo espaço os 1.600 funcionários que estavam espalhados em quatro locais. Por isso, foi instalada uma nova sede para que os colaboradores estivessem integrados num único prédio, este com sete andares no bairro Alphaville. Foto: Luiz Fernando Macian O objetivo primordial era a centralização da empresa em um único endereço para padronizar as instalações com maior qualidade e conforto para seus funcionários e reforçar a imagem da empresa em relação às suas preocupações ambientais e de inovação. Cláudia Andrade e Marcos Azevedo, sócios-diretores da Andrade Azevedo Arquitetura Corporativa Cases Com a inauguração da nova sede veio a necessidade de renovar o mobiliário corporativo do ambiente para abrigar a equipe de forma sinérgica e confortável. Integração renovada Solução A expansão da empresa e a inauguração da nova sede originou a necessidade de renovar o mobiliário corporativo. Assim, entraram em cena os móveis Marelli para possibilitar maior integração entre as equipes, aliando ergonomia e design em um espaço de 650 m². O novo projeto foi pensado visando à reestruturação dos ambientes com um mix de produtos que trazem harmonia e praticidade. A capacidade de adaptação dos layouts é outra característica marcante do projeto, privilegiando a mobilidade nos locais e propiciando fácil readequação das estações de trabalho. 16 Revista Ambiente | Outubro 2013 1 1 – No Staff, a versatilidade no gerenciamento dos cabos que a linha Open oferece torna o ambiente mais organizado e amplia a otimização do trabalho. As cadeiras Vegas primam pelo bem-estar de quem as utiliza, oferecendo a ergonomia necessária para longos períodos. 2 2 – As mesas da Direção e da Sala de Reuniões confeccionadas com tampo Teka, opção na linha Open, dão um toque sofisticado e diferenciado ao projeto. Revista Ambiente | Outubro 2013 Cases 17 Projeto Ficha Técnica Os painéis divisórios da linha Reasons permitem a privacidade visual ao mesmo tempo em que possibilitam a interação entre os funcionários, em uma configuração flexível das estações de trabalho. 18 Revista Ambiente | Outubro 2013 Cliente: Agriness Sistemas de Tecnologia da Informação Local: Florianópolis - SC Instalação do projeto: Abril de 2013 Área total: 650 m² Postos de trabalho: 50 postos Produtos utilizados: Linhas Open, Reasons e Vegas Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Guilherme Moki – Guilherme Moki Arquitetura Loja responsável pela execução: Marelli Florianópolis Fotos dos ambientes: André Alem Gómez Situação A Agriness, fundada em 2001, é uma empresa de Tecnologia da Informação voltada para soluções e modelos de gestão para o Agronegócio, com forte atuação no ramo da suinocultura. Consolidando-se cada vez mais como uma empresa de inteligência de negócios referência na área, a Agriness vem expandindo seus negócios. Nesse novo cenário veio a necessidade de modernizar as instalações em uma nova sede, agora própria, para abrigar a equipe, de forma sinérgica e confortável. Foto: Arquivo pessoal Dentro do conceito aplicado à Agriness, os produtos Marelli atenderam a todas as exigências do projeto, através do design e da funcionalidade, agregando muito ao resultado final e responderam às expectativas do cliente. Guilherme Moki, arquiteto e diretor da Guilherme Moki Arquitetura Cases Integrar as equipes e racionalizar os espaços para trabalhar grandes projetos foi o desafio desta obra. Sofisticação na medida certa Solução A criação de uma empresa pública para gerir o transporte e a logística no país requeria a implantação de sua sede em um curto período de tempo. Para mobiliar os ambientes, era indispensável realizar rapidamente o projeto de forma a atender com design e praticidade aos 220 postos de trabalho, além das salas de reunião e conferência, recepção, presidência e diretoria. Esse objetivo foi alcançado com uma combinação de produtos Marelli, que demonstram por meio da inovação e da praticidade a importância do trabalho do novo órgão. 20 Revista Ambiente | Outubro 2013 1 1 – A racionalização dos espaços no Staff foi conseguida com a aplicação da linha Open, que 1 traz em seu design a simplicidade e a interatividade necessárias à equipe de trabalho, além do bem-estar oferecido pela cadeiras da linha Energy. 2 2 – Na Sala de Conferências, as mesas componíveis da linha Sistema Z permitem a mudança de layout conforme a necessidade da reunião, enquanto as cadeiras Vegas dão o toque sofisticado ao ambiente. Revista Ambiente | Outubro 2013 Cases 21 Projeto Ficha Técnica Cliente: EPL - Empresa de Planejamento e Logística S.A. Local: Brasília - DF Instalação do projeto: Janeiro de 2013 Área total: 3.600 m² Postos de trabalho: 220 postos Produtos utilizados: Linhas Open, Reasons, Sistema Z, One, Perfecta, CXO, Boss, Energy e Vegas. Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Sérgio Borges – Atiwa Arquitetura Loja responsável pela execução: Marelli Brasília Fotos dos ambientes: Clausem Bonifácio Filho A Diretoria da empresa conta com um mix de produtos em sua sala, somando o que de melhor oferecem os móveis das linhas Sistema Z, One, Perfecta, Vegas e Energy. 22 Revista Ambiente | Outubro 2013 Situação Criada em 2012, a EPL – Empresa de Planejamento e Logística é um órgão público federal constituído para estruturar e qualificar o processo de planejamento integrado de logística no país, interligando rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias. A sede da nova organização, que ocupa uma área total de 3.600 m², precisava abrigar e integrar as equipes para trabalharem de forma conjunta em grandes projetos, além de racionalizar os espaços que poderiam sofrer modificações de acordo com a necessidade da empresa. Foto: Clausem Bonifácio Tínhamos um prazo muito curto e precisávamos de uma empresa que pudesse atender às demandas de mobiliário com um padrão de qualidade compatível, custo acessível e prazo de entrega de acordo com o cronograma definido. A Marelli conseguiu atender a todos os requisitos e, assim, pudemos nos dedicar à inovação do projeto. Sérgio Borges, arquiteto e diretor da Atiwa Arquitetura Revista Ambiente | Outubro 2013 23 Cases A reestruturação do ambiente e das equipes de trabalho requeriam otimização dos espaços e melhor acomodação da fiação dos equipamentos. Open space multimídia Solução Com 60 anos completos em 2013, a El Deber vive um momento de crescimento em circulação e em publicidade, o que permitiu investimentos nas mídias digitais da empresa. Com isso, veio a exigência de integrar as equipes de profissionais para que trabalhassem sob o conceito de multimídia, aumentando a produtividade e a velocidade com que a informação é produzida e repassada. Nesse sentido, a troca do mobiliário era urgente, situação que foi resolvida com a agilidade e a qualidade presentes na marca Marelli, cujos produtos foram escolhidos para otimizar os espaços, aproximar os funcionários e acomodar a fiação dos equipamentos. 24 Revista Ambiente | Outubro 2013 As cores claras selecionadas na linha Open trazem leveza e funcionalidade, enquanto os painéis divisórios na cor institucional da empresa oferecem privacidade sem isolar os membros da equipe. As cadeiras da linha Active proporcionam conforto para os cerca de 130 funcionários que precisam trabalhar de forma conjunta e em regime de plantões. Revista Ambiente | Outubro 2013 Cases 25 Situação Fundada em 1953, a El Deber é uma empresa de comunicação social com a maior circulação de periódicos na Bolívia, entre revistas e jornais. Ocupando uma área de 388 m², o grupo empresarial projeta expandir os negócios a partir da reestruturação do espaço e da reformulação das equipes, além do fortalecimento da marca. Em um primeiro momento apenas a parte de jornalismo passou por modificações, planejando-se integrar à área os setores administrativos e comercial. Foto: Arquivo pessoal O cliente precisava otimizar seu espaço, melhorar a circulação, setorizar áreas, aumentar salas de reunião, melhorar áreas de arquivamento, ordenar seu cabeamento, e todos estes pontos foram atendidos no projeto. Marco Justiniano, arquiteto e gestor da Marelli Santa Cruz de la Sierra Projeto Ficha Técnica Cliente: El Deber Local: Santa Cruz de la Sierra – Bolívia Instalação do projeto: Novembro de 2012 Área total: 388 m² Postos de trabalho: 127 postos Produtos utilizados: Linhas Open, Sistema Z, Active e Mix Arquiteto especificador e projeto arquitetônico: Carolina Rios e Marcelo Valverde Loja responsável pela execução: Marelli Santa Cruz de la Sierra Fotos dos ambientes: Daniela Eguez 26 Revista Ambiente | Outubro 2013 Ferenc Szelepcsenyi / Shutterstock.com Competências humanas como diferencial Imagine uma orquestra. Cada músico toca um instrumento diferente e contribui com uma parte da música que encanta quem ouve. Imagine, então, que nessa orquestra todos tocam de ouvido. A música acontece com muitas imperfeições. Suponha agora que os músicos toquem através de uma partitura. A música acontecerá com maior harmonia e perfeição. Do mesmo modo funciona uma organização. As competências de cada Destaque profissional podem ser comparadas à partitura que rege a banda e ajudará as pessoas a compreenderem melhor o seu papel. A analogia é do professor e diretor geral de Recursos Humanos da Universidade de São Paulo (USP), Joel Dutra, especialista em um modelo de gestão que busca auxiliar as pessoas e a empresa a definirem com maior precisão o que se espera delas – a chamada gestão por competências. Revista Ambiente | Outubro 2013 27 Estabelecer uma relação ganhaganha, em que profissionais e organizações andem de mãos dadas para atingir metas e objetivos, é um desafio constante e cada vez mais presente na vida das empresas de todos os segmentos e portes. As novas gerações, em especial, – e todos os profissionais que desejam ver seu trabalho reconhecido – associam carreira à satisfação individual e à valorização das próprias potencialidades. Nesse cenário, mais do que estratégias para maximizar resultados, as ferramentas de gestão de recursos humanos, quando bem adotadas, podem ser peça-chave para o desenvolvimento contínuo de pessoas e empresas. A dificuldade se dá quando não está claro o que é esperado de determinado profissional ou se o 28 Revista Ambiente | Outubro 2013 perfil desejado pela empresa não corresponde àquele que a pessoa apresenta no cargo. Alinhar essas necessidades é imprescindível para o sucesso de qualquer negócio – e para a satisfação pessoal de qualquer um. É nesse contexto que surge a gestão por competências, uma metodologia que mapeia o capital humano por meio da identificação de competências profissionais e pessoais, e que procura conhecer possíveis gaps que estejam interferindo negativamente no alcance dos níveis almejados de desempenho. Mais do que isso, a gestão por competências permite localizar talentos internos e desenvolver habilidades necessárias, componentes essenciais quando se fala em um mercado focado em resultados. Em outras palavras, a gestão por competências pode ser traduzida como um sistema de práticas de recursos humanos voltado à excelência do desempenho e ao desenvolvimento permanente de competências técnicas e comportamentais. Tido como uma evolução das práticas de RH que vem ocorrendo na última década nas organizações de ponta do mundo, esse modelo de gestão inova ao trazer métricas que vão além da usual percepção gerencial. “A ideia é simples: não se administra aquilo que não se conhece. Para isso, faz-se necessário conhecer os colaboradores através de medidas objetivas. Deve-se medir o desempenho do indivíduo, avaliar suas competências frente aos desafios da sua função e atividades e estimular o desenvolvimento permanente de novas competências, que farão a empresa ter sucesso no presente e no futuro”, ensina o consultor Pedro Paulo Carbone, diretor da Inteletto, empresa especializada em programas de gestão por competências, e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e do Centro de Superación de Havana (Cuba). Sendo o primeiro modelo de gestão de pessoas integralmente voltado ao desempenho, o sistema de gestão por competências apoia-se na prática do gerenciamento de performance, podendo utilizar-se de mecanismos de avaliação conjugados a métodos de incentivo por remuneração variável. Na Marelli, o programa de remuneração que leva em conta competências e habilidades é uma realidade desde 1999 e promoveu uma verdadeira quebra de paradigmas. A implementação exigiu um detalhado levantamento de informações e atingiu todos os níveis hierárquicos da organização. A ideia inicial era premiar os profissionais que apresentavam performance superior e ajudar a desenvolver as competências necessárias para cada cargo, com base em critérios claros e com a participação de todos os envolvidos. Atualmente, remunerar de acordo com a evolução dessas competências é apenas uma das ferramentas utilizadas. Adair Citton, gestor de RH, enfatiza o conceito de remuneração total, que inclui benefícios flexíveis e participação nos resultados. “A preocupação que cada profissional da Marelli deve ter com desenvolvimento técnico é fundamental”, entende. “Esse modelo de gestão de pessoas reconhece que a criação de conhecimento na empresa é uma fonte de vantagem competitiva sustentável”, complementa Carbone. Diferente de um simples plano de cargos e salários, que consiste, muitas vezes, em uma prática isolada, a gestão por competências configura-se em um sistema sinérgico de ações de alta performance. “Os cargos normalmente descrevem as tarefas e atividades da pessoa, já as competências procuram descrever as entregas da pessoa e como essas entregas devem ser efetuadas”, pormenoriza Dutra. REFLEXO NOS RESULTADOS Em ambientes organizacionais cada vez mais competitivos, onde as diferenças são obtidas por meio de vantagens milimétricas, as pessoas fazem toda a diferença. Identificar se o profissional tem as qualidades comportamentais e técnicas exigidas para a função que desempenha e se está pronto para lidar com diferentes níveis de complexidade e desafios ainda maiores torna-se vital e é tendência nas organizações, assegura o professor. Pesquisas têm comprovado que pessoas mais satisfeitas são mais produtivas e lucrativas para as empresas. “Naturalmente, se a organização consegue explicitar com clareza suas expectativas sobre as pessoas é possível obter maiores resultados”, afirma o especialista. Profissionalização dos quadros, alinhamento dos objetivos de gestores, acionistas e profissionais, e clarificação das metas que sustentam o negócio estão entre os benefícios da utilização do método. “O principal resultado é existir parâmetros mais adequados para avaliação, desenvolvimento e valorização das pessoas”, resume o professor da USP. Como implantar a gestão por competências? O primeiro passo para implementar um projeto de gestão por competências é formar o pessoal da área de RH no tema. “Introduzir esse tipo de tecnologia de gestão sem um preparo adequado da equipe interna é insucesso certo”, previne o consultor e professor Pedro Paulo Carbone. Em seguida, é a hora do diagnóstico, quando se mapeiam as competências desejadas e as que os colaboradores já possuem. Logo após implanta-se o sistema de avaliação de competências e desempenho, o primeiro enquanto um instrumento qualitativo de avaliação do comportamento de entrega do profissional e, o segundo, tomando por base o plano de metas individuais e das equipes de trabalho, alicerçado em indicadores quantitativos. A partir daí implementa-se o sistema de desenvolvimento de competências, enfocando os gaps a serem preenchidos. É possível estruturar um sistema de aprendizagem para o compartilhamento de competências. A última etapa é a implantação da remuneração por competências, baseada em um sistema de avaliação do desempenho. Revista Ambiente | Outubro 2013 Destaque 29 Destaque De geração em geração: o complexo processo DA Sucessão Familiar Empresarial Segundo dados do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, cerca de 85% das empresas do país são familiares. Nesse cenário em que este perfil de empresa predomina, é esperado que a maioria das empresas consolidadas no mercado passe por processos sucessórios. Diante dessa situação depara-se com muito mais do que a escolha de um novo líder empresarial. Estão em jogo também a manutenção da fonte de renda da família e a continuidade do sonho do empreendedor que a fundou. Por isso, o processo de sucessão familiar nas empresas é tão complexo e envolve diversos aspectos como jurídicos, psicológicos e de gestão. Pesquisas apontam que de cada 100 empresas com perfil familiar, apenas 30 delas sobrevivem à segunda geração e somente cinco à terceira. Assim, a profissionalização do processo de sucessão configura-se como a melhor alternativa 30 Revista Ambiente | Outubro 2013 para a perpetuação dos negócios e a harmonia da família. Este recurso permite, sobretudo, diferenciar os interesses familiares dos empresariais, estabelecendo limites claros na gestão e diminuindo possíveis conflitos. A contratação de profissionais especializados no assunto facilita a separação entre racional e emocional e, com isso, auxilia na identificação de quem se encaixa no perfil da empresa para assumir o seu comando. “A profissionalização do processo ajuda a resolver muitas situações que não estão transparentes e que, se não trabalhadas, tendem a provocar sérios atritos, tanto no ambiente empresarial quanto no familiar”, observa a psicóloga organizacional Letícia Becon Vargas, consultora estratégica comportamental pelas empresas Sucessor RH e Planef Consultoria, ambas em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. As dúvidas Quando a empresa/família decide iniciar o processo de sucessão, muitos e diversos são os desejos e as preocupações que pairam sobre a cabeça do fundador. “Podemos apontar que o receio de gerar conflitos com os familiares por abordar assuntos difíceis, o medo de perder o poder e de que alguém tome o seu lugar deixando-o de lado, fazem com que o fundador adie essas discussões”, analisa o advogado Jairo Silva Melo, especialista em Direito Empresarial e sócio da Ciclos Empresas Familiares, em Maceió, Alagoas. Os herdeiros também passam por variados sentimentos e dúvidas como a pressão para assumir um negócio com o qual não se identificam, gerir a empresa à sombra do fundador ou serem constantemente comparados a ele. “É preciso que o herdeiro que assume como sucessor tenha um envolvimento com a gestão do negócio, tenha um sentimento de pertencimento com aquela empresa. Ele deve ser aceito e respeitado pelos funcionários, e não ser conhecido somente como o filho do dono”, afirma a psicóloga Letícia. Para os especialistas em sucessão familiar empresarial não existe um momento ideal para iniciar a transição. Algumas vezes o processo começa quando os filhos são ainda crianças, com o pai instigando o interesse deles pelo negócio da família; outras vezes o processo ocorre a partir de um fator emergencial, como doença ou morte do fundador. O mais indicado, segundo eles, é que esta decisão parta do próprio fundador, ainda em vida, e seja de comum acordo entre os envolvidos. O advogado Jairo avalia que o planejamento sucessório deve estar integrado ao planejamento estratégico e financeiro da empresa. “O enfrentamento das questões que envolvem a sucessão, o quanto antes, ainda é a melhor forma de evitar uma lacuna no poder. Essa atitude é um claro sinal de concretização do desejo de perpetuar o legado do fundador do negócio familiar, pois é mais comum do que parece não haver sucessor para os negócios na própria família do fundador.” “A profissionalização do processo ajuda a resolver muitas situações que não estão transparentes e precisam ser trabalhadas”, avalia a psicóloga Letícia Vargas. O que para a psicóloga Letícia não deve ser motivo para desentendimentos: “às vezes, o melhor sucessor é um funcionário que fez carreira na empresa, que possui laços de lealdade e que, além da competência técnica exigida, tem competência política. É um processo longo, que vai amadurecendo até se achar alguém, familiar ou não, com perfil adequado para seguir com o projeto do fundador. Porém, também acontece de a melhor solução para todos ser mesmo a venda da empresa.” A decisão Assim, para que a empresa siga de forma competitiva no mercado e os laços familiares permaneçam fortalecidos, a transparência e a harmonia são elementos primordiais ao longo de todo o processo de sucessão empresarial e também após a conclusão dele. Independente da decisão tomada pela família, seus desdobramentos devem ser formalizados por meio de algumas ferramentas. O advogado Jairo cita algumas delas: protocolos familiares, instituição de Conselhos de Família e de Conselhos de Administração, formalização de reuniões e deliberações dos sócios ou acionistas em atas, alteração de contratos e estatutos sociais das sociedades empresárias, entre outros instrumentos jurídicos necessários para assegurar as deliberações da família. Família essa que repassa seus valores nos negócios tendo a empresa como uma extensão da casa. De acordo com a psicóloga Letícia, o atual perfil de família reflete na sociedade e isso inclui o mercado empresarial. “Antes, tínhamos pais que se aposentavam cedo, até pela expectativa de vida ser menor, e filhos que saíam de casa cedo para constituir suas próprias famílias. Hoje, os pais param de trabalhar cada vez mais tarde e os filhos postergam a saída da casa deles pela comodidade e segurança proporcionada. Tudo está interligado. É um ciclo.” Para o advogado Jairo Melo, “o enfrentamento das questões que envolvem a sucessão, o quanto antes, ainda é a melhor forma de evitar uma lacuna no poder.” Foto: Arquivo pessoal Domingos Ricca Entrevista Domingos Ricca, sócio-diretor da DS Consultoria Empresarial e Educacional e da Revista Empresa Familiar, conversou com a revista Ambiente para esclarecer alguns pontos a respeito da sucessão familiar empresarial. Autor de livros sobre o tema, o especialista aponta que existem fatores fundamentais e específicos para que este complexo processo ocorra de forma tranquila e profissional. Confira a entrevista: Revista Ambiente Quais são os fatores que mais facilitam e os que mais dificultam o processo de sucessão familiar numa empresa? Domingos Ricca A identidade de uma empresa familiar está pautada em quatro pilares, que foram adotados pelo fundador no início do negócio: Credibilidade, Perseverança, Liderança e Cultura. Garantir a perpetuação dessas bases, transmitindo-as aos sucessores, é o principal meio para perpetuar os negócios de família. A grande vantagem dos processos de sucessão familiar está no fato do sucessor entender perfeitamente quais são os valores impressos na empresa. A cultura da empresa familiar está respaldada em valores, atitudes e comportamentos validados na família e transferidos para o meio organizacional. O 32 Revista Ambiente | Outubro 2013 sucessor que cresceu neste núcleo familiar assimila a cultura da empresa com mais facilidade. Uma questão importante a ser considerada é que, em qualquer que seja o modelo de sucessão implementado na empresa familiar, haverá a necessidade de conduzir o processo de maneira profissional, deixando de lado os aspectos emocionais. Isso é o que chamamos de Profissionalização, e não o fato de trazer um profissional de fora da família para assumir um cargo de comando. Ambiente As empresas familiares tiveram importante papel como base da história da economia brasileira. Hoje, quais são os principais desafios e perspectivas desse tipo de empresa? DR A passagem da segunda para a terceira geração é o momento em que filhos, genros, noras, netos, são inseridos na dinâmica empresarial, o que pode comprometer a gestão corporativa em função de desentendimentos e competições. A mortalidade precoce que aflige muitas empresas de natureza familiar é decorrente de conflitos entre parentes, causados, principalmente, por disputas pelo poder. Este é o cenário perfeito para compradores de todo o mundo que, por meio de fusões e aquisições adquirem, muitas vezes a preços módicos, um negócio já consolidado. Não se deve transferir discussões de família para os corredores da empresa, nem levar o ambiente empresarial para os encontros familiares informais. As discussões de família envolvendo os negócios pertencentes a ela devem ser realizadas e mantidas nas reuniões do Conselho de Administração. Para evitar que os conflitos prejudiquem o desenvolvimento da companhia, é necessário que esta possua uma administração bem estruturada, vinculada aos princípios de transparência, equidade e prestação de contas, bases da Governança Corporativa. Ambiente Como a profissionalização da sucessão familiar empresarial pode colaborar para a permanência e o crescimento delas? DR O importante não é contratar um administrador profissional para a empresa familiar, mas fazer com que a família assuma uma postura profissional diante dos negócios. Ser profissional é estabelecer regras e obedecê-las. Outra questão importante é a seguinte: não é viável contratar quem não possa demitir. É preciso ser competente para gerir um empreendimento. A gestão do negócio tem de ser profissional. Existe um ditado que retrata bem a falta de profissionalização nas empresas familiares: “Pai rico, filho nobre, neto pobre.” “O importante não é contratar um administrador profissional para a empresa familiar, mas fazer com que a família assuma uma postura profissional diante dos negócios.” Ambiente A partir do seu conhecimento na área, empresas familiares que passaram por processos sucessórios possuem mais ou menos longevidade e sucesso que as empresas não familiares? DR Duas questões podem fazer com que as empresas familiares sobrevivam e se mantenham saudáveis por longo prazo. Se estas bases forem respeitadas, a empresa familiar pode ter uma longevidade tão grande quanto aquelas que não são: - A empresa deve ser tratada como empresa, sem fazer aflorar nas dependências da organização, conversas e discussões inerentes à família. A família deve estar restrita ao âmbito familiar e ser tratada como família, sem que haja a interferência de problemas profissionais que poderão dissolver a solidez desta relação. A propriedade deve ser respeitada, pois conflitos sérios que possam rachar a família, também podem fragmentar o patrimônio que levou muito tempo e esforço para ser construído; - As mudanças sempre ocorrem. Entendendo isso, é possível observar que a empresa de ontem pode não se adaptar ao mercado atual. Implementar valores e uma mentalidade desenvolvimentista faz com que as pessoas sejam mais flexíveis a variáveis internas e externas e mantenham um grau de adaptabilidade crucial para a perpetuação dos negócios. Ambiente Qual é o melhor momento para uma empresa familiar iniciar o processo sucessório? DR O processo de sucessão está pressuposto a partir do momento que os herdeiros começam a atuar na empresa. A transição deve ser conduzida dentro dos seguintes parâmetros: - Quando ainda há a presença do fundador (a melhor sucessão é aquela que tem o fundador no comando); - Quando a segunda geração já está em atuação na empresa; - Monta-se o Conselho de Administração e aloca-se a família neste Conselho, que pode ser criado independentemente do tamanho da empresa. Esta é a forma mais adequada de se tratar os assuntos da empresa dentro da própria empresa; - Prepara-se um sucessor com o perfil do cargo e da empresa (vínculo com os valores do fundador); - Só então oficializa-se o sucessor. Revista Ambiente | Outubro 2013 Destaque 33 Lançamentos Beleza e modernidade para receber os bons negócios 34 Revista Ambiente | Outubro 2013 A solução perfeita para salas de recepção e espera, lounges, áreas de descompressão e ambientes corporativos está na poltrona Prima, a mais nova opção da linha Recepção no que diz respeito à ergonomia e modernidade. Desenvolvida com materiais nobres como o alumínio e o aço inox, a Prima demonstra a atenção da Marelli na busca permanente pela inovação, apresentando um design diferenciado e a possibilidade de composição em duas cores: uma para o encosto e outra para o assento. São mais de 20 cores disponíveis em catálogo para criar a composição que mais se adapta ao perfil institucional. Para assegurar o conforto, a poltrona foi desenvolvida em formato de concha, propiciando aconchego para quem a utiliza. Também possui assento com função de autorretorno, voltando para a posição inicial após o uso, o que proporciona melhor organização ao espaço. Além de bonita e confortável, o produto ainda tem acabamento em PP e revestimento em tecido e poliuretano. Mais uma opção para quem exerce o poder Linha One com novo acabamento Tamburato O design de linhas retas e a ampla superfície de trabalho oferecidos pelo mobiliário da linha One traduzem requinte e ousadia, integrados a características funcionais e estéticas que ambientes de alto nível exigem. E agora a linha conta com mais uma alternativa para compor o ambiente de quem toma as decisões mais importantes da organização: é o novo acabamento Tamburato, um material que acompanha tendências mundiais de design, aliando beleza, praticidade e economia em conjuntos de mesa. O Tamburato apresenta características de leveza, resistência e respeito à natureza, pois utiliza em sua composição madeira prensada, matéria-prima certificada e ecologicamente correta, o que atesta a preocupação ambiental e sustentável dos produtos Marelli. Conforto para a coletividade 1001i Integrante da linha de cadeiras Vegas, a Marelli está trazendo ao mercado a Vegas 1001i, com encosto em tela e mola autoajustável, proporcionando maior comodidade. Possui apoia-braços com ajuste horizontal de profundidade. A prancheta é escamoteável e possui dois porta-objetos com nichos para clip e para copo e porta-canetas. Para facilitar alterações de layout rápidas, a cadeira conta com rodízios nas ponteiras dos pés traseiros. E para favorecer a organização, acompanha conectores para o alinhamento de fileiras. Além disso, tem assento rebatível, que possibilita o acoplamento horizontal, propiciando ágil recolhimento e armazenagem. Tudo para permitir infinitas possibilidades em ambientes como salas de treinamento, auditórios e anfiteatros. Revista Ambiente | Outubro 2013 Lançamentos 35 Mercado A Marelli Ambientes Racionais possui a maior rede especializada em mobiliário corporativo da América Latina, somando 41 lojas que disponibilizam a marca. Em 2013, a empresa passou a oferecer seus produtos em oito novas praças: três delas em novos Estados (Rondônia, Mato Grosso e Alagoas); uma nova operação no Rio de Janeiro para atender aos Órgãos Públicos; a sexta loja no Estado de São Paulo; a segunda em Santa Catarina; e a nova loja que vai prover o mercado corporativo de todo o Chile. Veja no mapa quem são os gestores das novas lojas: Lojas em operação Brasil Marelli | Aracaju (79) 3246.2263 Marelli | Belém (91) 4006.5000 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Belo Horizonte (31) 3225.7667 Marelli | Blumenau (47) 3326.7463 Marelli | Brasília (61) 3321.5151 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Campinas (19) 3255.2000 Marelli | Campo Grande (67) 3043.7335 Marelli | Caxias do Sul (54) 3228.2911 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Cuiabá (65) 3624.3856 Marelli | Florianópolis (48) 3244.7100 Marelli | Fortaleza (85) 3241.0532 Marelli | Goiânia (62) 3087.4066 Marelli | João Pessoa (83) 3133.4000 Marelli | Joinville (47) 3433.4133 Marelli | Maceió (82) 3235.6011 Marelli | Natal (84) 4006.5757 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Novo Hamburgo (51) 3593.9509 Marelli | Porto Alegre (51) 3019.1010 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Porto Velho (69) 3224.6734 Marelli | Recife (81) 3325.0897 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Ribeirão Preto (16) 3234.3292 Marelli | Rio de Janeiro (21) 2524.2584 (loja certificada ISO 9001) Marelli | Rio de Janeiro - Órgãos Públicos (21) 2532.3389 Marelli | Salvador (71) 3358.5895 Marelli | Santo André (11) 4436.8000 Marelli | São José do Rio Preto (17) 3304.5989 Marelli | São Luís (98) 3235.0244 Marelli | São Paulo - Faria Lima (11) 3035.1434 Marelli | São Paulo - Moema (11) 5051.7311 Marelli | São Paulo - Órgãos Públicos (11) 2061.8077 Marelli | Sorocaba (15) 3031.3001 Marelli | Teresina (86) 3233.9144 Marelli | Uberlândia (34) 3215.0050 Marelli | Vitória (27) 3314.6777 Marelli | Porto Velho Gestor: Jander Azevedo Marelli | Campo Grande Gestor: Celso Moreira Exterior Bolívia - Marelli | La Paz (591) (2) 211.4358 Marelli | Santa Cruz de la Sierra (591) (3) 359.8808 Chile - Marelli | Santiago (562) 227.59920 Paraguai - Marelli | Asunción (595) (21) 60.6057 Peru - Marelli | Lima (51) (1) 717.6396 Uruguai - Marelli | Montevideo (598) (2) 403.0832 36 Revista Ambiente | Outubro 2013 Marelli | Chile Gestor: Freddy Teodovich Marelli | Maceió Gestores: Hiran Malta e Flávio Andrey Marelli | Rio de Janeiro Órgãos Públicos Gestores: Marcelo e Graça Lugão Marelli | SÃO PAULO FARIA LIMA Gestores: João Figueira e Sílvia Serbe Marelli | Sorocaba Gestor: Samir Oliveira Marelli | Blumenau Gestor: Carmo Ziehlsdorff Revista Ambiente | Outubro 2013 Mercado 37 São Paulo Corporativa Encurtamos distâncias para você ampliar a produtividade. Para suprir as necessidades do maior centro de negócios do Brasil, a Marelli está qualificando ainda mais o atendimento da sua rede de lojas em São Paulo. A Marelli dividiu a cidade em duas regiões, são duas lojas para o atendimento de empresas privadas. Além disso, possui uma loja com foco para atender empresas públicas. São Paulo Corporativa Rede Exclusiva Marelli em São Paulo. Zona Norte Marginal Tietê Rua Belmonte R2 Av. Dr. Arnaldo R1 Zona Oeste Marelli São Paulo Faria Lima Av. Brig. Faria Lima, 1800 - 10º andar Pinheiros - CEP 01451-001 - São Paulo - SP Fone (11) 3035.1434 Gestor: João Figueira e Sílvia Serber Centro Av. Paulista Av. Santo Amaro Av. Brig. Luís Antônio Av. dos Bandeirantes Zona Leste Av. Afonso Taunay Av. dos Imigrantes Para dúvidas e informações, entre em contato com a fábrica: [email protected] 0800 720 9999 R2 R1 Zona Sul Marelli São Paulo Moema Av. Eucaliptos, 532 - Moema CEP 04517-050 - São Paulo - SP Fone (11) 5051.7311 Gestor: Anir Deco e-mail: [email protected] R3 Marelli São Paulo Órgãos Públicos Rua Leôncio de Carvalho, 306 - Conjunto 101 Paraíso - CEP 04003-010 - São Paulo - SP Fone (11) 2061-8077 Gestor: Tadeu Fernandes e-mail: [email protected] Marelli. Há 30 anos, transformando escritórios em espaços cheios de vida. www.marelli.com.br Artigo Técnico A COR NOS ESPAÇOS CORPORATIVOS Por João Carlos de Oliveira Cesar * Os escritórios, ou os espaços corporativos, nos últimos 60 anos vêm sofrendo profundas alterações na forma como são concebidos. De alguma maneira, sempre refletem a cultura das empresas, como se estruturam, como são administradas e como encaram as suas relações de trabalho. Até o final dos anos 1950, independentemente da atividade, esses ambientes reproduziam o chamado ‘fordismo’, ou o sistema de produção industrial, onde as mesas se colocavam enfileiradas e os documentos circulavam de mesa em mesa, com uma valorização da hierarquização. Os ambientes não apresentavam qualquer preocupação com a chamada ‘qualidade ambiental’, seja no que tange à ergonomia aplicada ao mobiliário ou ainda nas questões de conforto térmico, acústico, lumínico, etc. apresentando, consequentemente, um baixo índice de produtividade. Não havia qualquer preocupação com os aspectos visuais, embora Revista Ambiente | Outubro 2013 normalmente muitos compensassem com janelas que permitiam uma integração com o exterior. Já nos anos 1960, com o surgimento do chamado ‘landscape office’ ou os escritórios abertos, os espaços corporativos começaram a apresentar uma maior preocupação com a qualidade ambiental, com forte foco nas questões ergonômicas. Ainda, a ambientação era relegada a um segundo plano, gerando, em muitos casos, ambientes monocromáticos e frios. Os espaços apresentam iluminação fluorescente, de alta temperatura de cor, em substituição à iluminação natural reduzindo substancialmente a faixa do espectro cromático, tornando os espaços cada vez mais impessoais. Há uma supervalorização da hierarquia nas empresas, dada pelo tamanho da superfície de trabalho e altura do espaldar da cadeira. Com o desenvolvimento da Tecnologia da Informação (TI), os escritórios precisam se adequar a uma nova forma de trabalho. Já não há mais papéis circulando, as lajes corporativas são cada vez maiores, os custos mais elevados e percebe-se que a melhoria no ambiente de trabalho pode propiciar maior ganho de produtividade. Há necessidade de se pensar o espaço não mais como um depósito de pessoas, mas como um lugar agradável onde as pessoas possam desenvolver as suas atividades, de forma a suportar um grau de pressão e cobrança como nunca antes houvera. A qualidade do espaço passa a ser fundamental, sob o risco de se perder colaboradores preciosos. A cor assume um papel no processo de concepção desse novo espaço de fundamental importância. Surgem escritórios como os do Google, nos Estados Unidos, quebrando antigos paradigmas e gerando novas possibilidades. As cores têm um importante papel na ambientação, na medida em que remetem sempre a uma relação do homem com a natureza. Ao colocar um ser humano em ambientes de longa permanência, quanto mais monocromático for o ambiente, mais ele se sentirá isolado do seu ambiente natural. Isto não quer dizer que ambientes corporativos devam ser multicoloridos, mas o ideal é que sempre apresentem alguma variação cromática, se o que se pretende é gerar uma sensação de acolhimento. Muitos critérios podem ser adotados na escolha das cores. Um deles é perguntar para quem aquele ambiente será feito. Muitas vezes ele é feito para impressionar o cliente, reforçando uma sobriedade ou por vezes valorizando aspectos de alta tecnologia. Outras vezes, para o funcionário. Outras, ainda, para acalmar o acionista. Para cada caso, um tipo de composição cromática. Outro critério pode ser em função do tipo de atividade. Escritórios de advocacia, cuja atividade exige um altíssimo grau de concentração para leitura e escrita, podem requerer um tipo de composição cromática, normalmente de baixa saturação, diferente de uma agência de propaganda, cuja atividade requer uma postura mais criativa e que se adapta melhor com maior variação de matizes. Empresas de telemarketing que apresentam um alto índice de ocupação e ruído, diferem de um escritório de projetos de engenharia e exigem estudos específicos visando adequar as cores a cada espaço. O importante é considerar o tipo de iluminação, se natural ou artificial, e se de alguma forma as cores podem compensar alguma deficiência. Alguns psicólogos recomendam que nesse tipo de ambiente, os espaços sejam claramente definidos e percebidos e para isso é bom que o piso seja mais escuro que as paredes e estas mais escuras que o teto (combinação muito usada em hospitais no exterior). Arquitetos desenvolveram projetos de instalações de empresas em grandes espaços abertos, com resultados bastante significativos, aplicando alguns conceitos urbanísticos, onde as cores foram de grande utilidade. Um exemplo são os chamados ‘pontos de referência’, tão importantes nas cidades e que numa grande área de escritório podem ser úteis, ou seja, aquelas referências de localização, que fazem que de qualquer ponto do ambiente as pessoas sempre saibam onde estão. Até mesmo conceitos de ‘bairros’, esquina, etc. O importante é que as cores não sejam usadas de forma personalizada. O ideal é que se evite, por exemplo, usar as cores do logotipo da empresa em todo o escritório, no mobiliário, nas paredes, nas persianas, pois nem sempre são as mais adequadas. Ou então as cores que o administrador goste, com todo o respeito, podem não ser as que se adaptem melhor aos objetivos da empresa naquele momento. Nem sempre, dependendo do tamanho do espaço e do orçamento, é possível ter uma palheta de cores muito grande à disposição. Por vezes, sair de padrões pode implicar em custos e prazos maiores. Cabe a quem está desenvolvendo o projeto ser criativo, pois é possível desenvolver projetos de instalação de empresas, criando espaços com boas condições ambientais, mesmo com todas as restrições encontradas, e torcer para que, em curto espaço de tempo, possamos chegar ao padrão das empresas americanas e europeias, onde as opções cromáticas são muito maiores, certamente por exigência de um mercado consciente da importância da cor no espaço corporativo. * Doutor em Estruturas Ambientais Urbanas e professor da Universidade de São Paulo Revista Ambiente | Outubro 2013 41 Divulgação IPT Perfil Por Fernanda Giannotti da Silva Ferreira e Alessandra Lorenzetti de Castro * O Instituto de Pesquisas Tecnológicas e sua atuação no desenvolvimento da construção sustentável A construção civil tem papel fundamental para atingir os objetivos do desenvolvimento sustentável, uma vez que o setor consome grande quantidade de recursos naturais e gera expressiva quantidade de resíduos sólidos e gases poluentes, não só na fase de extração das matériasprimas, mas também na fabricação, transporte, uso, manutenção e descarte. Segundo a Agenda 21 para Construção Sustentável, publicada em 1999 pelo International Council for Research and Innovation in Building and Construction (CIB), os principais desafios da construção sustentável envolvem: processo e gestão, execução, consumo de materiais, energia, água e impactos no ambiente urbano e no meio ambiente natural, além das questões sociais, culturais e econômicas. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) do Estado de São Paulo, em particular o Laboratório de Materiais de Construção Civil, desenvolve projetos voltados para a construção sustentável, entre eles o aproveitamento de resíduos de construção e demolição (RCD) e de resíduos de cerâmica vermelha (RCV). O primeiro é baseado na obtenção de um cimento alternativo a partir das frações finas de RCD, enquanto o segundo contempla a aplicação do RCV como adição mineral para a produção de cimentos compostos, concretos e blocos de concreto. Essas novas tecnologias permitirão produzir cimentos de baixo custo e reduzido impacto ambiental. Estima-se que a geração de RCD na região metropolitana da cidade de São Paulo é de aproximadamente 11 milhões de toneladas/ano, calculada com base no Índice de Desenvolvimento Humano e dados disponíveis entre 1995 e 2005. As rotas convencionais atuais de reciclagem de RCD, apesar de importantes para solucionar o problema ambiental das cidades, são capazes de gerar apenas brita graduada de baixa qualidade. Através do 42 Revista Ambiente | Outubro 2013 cimento obtido pela tecnologia proposta no projeto em curso, tornam-se possíveis novos usos do RCD, como base de pavimento estabilizada, revestimentos de pavimentos e reaterro quimicamente estabilizado de valas de água e de esgoto dentro da malha urbana. Em relação ao RCV, as perdas em processos de fabricação de produtos como blocos de vedação e telhas são, em grande maioria, superiores a 5%. Considerando a produção nacional de itens de cerâmica vermelha, estima-se que a quantidade de resíduo gerada seja superior a 50 toneladas/mês, o qual atualmente é vendido sem qualquer beneficiamento para execução de bases e sub-bases de pavimentos de estradas vicinais. Com o intuito de reduzir passivos ambientais gerados pelas indústrias, diminuir custos operacionais e agregar valor aos produtos, pesquisas contemplando o aproveitamento de RCV como adição mineral para cimento e concreto estão em desenvolvimento. O emprego de adições minerais com o objetivo de melhorar as propriedades de argamassas e concretos tem aumentado, e contribui para a sustentabilidade porque subprodutos industriais são reciclados, emissões poluidoras durante a produção são reduzidas, matériasprimas são preservadas e energia é economizada. Além desses, há projetos multidisciplinares nos quais diferentes unidades do IPT estão envolvidas, como a busca de alternativas para redução das emissões de CO2 pela indústria de cimento e a avaliação do ciclo de vida de materiais da construção civil, buscando adquirir dados ambientais que auxiliem na seleção dos materiais. A fim de aplicar a sustentabilidade na construção civil, é imprescindível a incorporação de inovações pelo setor. * Doutoras em Ciências e Engenharia de Materiais e pesquisadoras do IPT Bruna Cicarelli Espaço do Arquiteto Por Dante Della Manna e Antonio Mantovani Neto* Ambientes de trabalho lúdicos e funcionais A evolução da atividade humana provocou mudanças nos espaços onde o homem exerce suas tarefas e passa a maior parte do dia. Hoje, cada vez mais, os ambientes de trabalho são reflexo do mundo dos negócios e da sociedade em que estão inseridos. As multitarefas cotidianas passaram a exigir espaços diferenciados, com condições de conforto e requerimentos funcionais e estéticos específicos. Os escritórios tornaram-se locais dinâmicos e de alta sinergia e conectividade. Estudos científicos comprovam que espaços agradáveis, bem planejados e equipados com mobiliário, iluminação, acústica e conforto térmico adequados favorecem a harmonia e o bem-estar e, consequentemente, elevam os níveis de produtividade. Ao planejar os espaços corporativos, em especial o projeto de mobiliário, é preciso observar atentamente três importantes pontos: - as adaptações tecnológicas para a utilização eficiente das novas ferramentas e facilidades proporcionadas pelos avanços constantes da tecnologia, que trazem novas demandas e necessidades para os escritórios; - a conceituação de uso e de ocupação do espaço, que deve permitir soluções que atendam aos requerimentos do projeto e das atividades dos usuários; - os acabamentos, que requerem versatilidade nas cores e materiais para proporcionar um espaço agradável e harmônico. Além disso, um grande desafio é fazer com que o escritório seja um espaço mais lúdico, aconchegante e acolhedor, porque nessa área é muito fácil cair na armadilha de um projeto apenas funcional. Os ambientes de trabalho requerem vida, personalidade, funcionalidade e aconchego. Acrescentaria ainda que requerem sofisticação do projeto, o que não significa ser mais caro ou usar materiais e produtos de alto valor. Significa, sim, ter uma atitude e um planejamento mais refinado do projeto, com um design mais sofisticado e não apenas funcional. O mercado caminha, indubitavelmente, para a customização. Esse conceito, cada dia mais presente nos mais variados segmentos, nos proporciona refinamento do projeto, criatividade, ludicidade e personalização do espaço de acordo com a atividade e a identidade de cada negócio e organização. Os fabricantes que entenderem essa necessidade como uma oportunidade de negócios, de gerar valor e uma forma de se diferenciar, levarão vantagem. Felizmente, hoje, o mercado nacional está bem servido de soluções para atender à dinâmica dos novos espaços corporativos. Os fabricantes evoluíram bastante nos últimos 10 anos e conseguiram acompanhar as demandas do mercado. É claro que ainda temos pequenas deficiências e a falta de alguns requerimentos que, conforme o grau de sofisticação do projeto, exigem soluções trazidas da Europa, Ásia ou América do Norte. Mas com o que é ofertado pela indústria nacional, associado a fatores como qualidade, prazo e confiabilidade das marcas, temos todas as condições para planejar ambientes de trabalho inovadores e prazerosos, cheios de vida, conforto e ergonomia. * Arquitetos e sócios da Dante Della Manna Arquitetura Revista Ambiente | Outubro 2013 Espaço do Arquiteto 43 Boas Práticas Corporativas Fotos: Divulgação Gafisa Sustentabilidade certificada O Eldorado Business Tower, em São Paulo, que recebeu o selo Leed Platinum C&S, em 2009, já nasceu com a premissa de ser um dos mais modernos do mundo e com preceitos ecologicamente corretos Edificações ambientalmente responsáveis, que se preocupam com questões que vão desde a redução da poluição e a eficiência no consumo de água e energia até a infraestrutura para uso de transporte alternativo, são um desejo eminente e uma realidade que cresce 44 Revista Ambiente | Outubro 2013 no Brasil e no mundo todo. Com o intuito de garantir projetos, processos e operações de construções sustentáveis, aumenta o número de empreendimentos que procuram o selo Green Building – conhecido como “selo verde”. Quarto no ranking mundial em número de edificações em busca do selo verde com maior reconhecimento internacional no setor da construção civil – a certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design) – o Brasil possui 769 empreendimentos registrados e 109 certificados. Em breve, o país deve assumir a terceira posição na lista pela média de empreendimentos registrados mensalmente, desbancando os Emirados Árabes Unidos e ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Criado e conferido pelo USGBC (United States Green Building Council) há 13 anos, o Leed é o sistema internacional de certificação e orientação ambiental para edificações comprometidas com a sustentabilidade, utilizado em 143 países. De acordo com dados do GBC Brasil, ONG responsável por promover a certificação no país e fomentar a indústria de construção sustentável, ao todo são 130 mil empreendimentos registrados no mundo, sendo 54 mil comerciais. Desses, 37 mil já receberam o certificado, dos quais 17 mil são comerciais. Os Estados Unidos são os campeões em certificações: 16 mil prédios com o selo estão lá. O Brasil ocupa o quinto lugar, perdendo para EUA, China, Canadá e Índia. Trazendo benefícios não apenas ambientais, mas econômicos e sociais, as construções que levam em conta os “critérios verdes” ganham com a diminuição de custos operacionais, melhora na segurança e saúde dos trabalhadores e ocupantes, uso racional dos recursos naturais, entre outras vantagens. No Brasil há oito categorias do principal selo de construção sustentável, que variam conforme o tipo de obra (veja o quadro na página seguinte). Os projetos que desejam conquistar a certificação são avaliados em sete dimensões. Cada uma delas apresenta práticas obrigatórias, os pré-requisitos, e créditos – recomendações que, quando atendidas, garantem pontuações. O nível da certificação é definido pela quantia de pontos adquiridos, podendo ir do certificado (40 pontos) ao nível platina (até 110 pontos). Já foi lançada a quarta versão do Leed, mais restritiva, mas é possível utilizar a versão anterior até julho de 2015. A finalidade é elevar o grau de dificuldade sempre que o mercado se atualiza ao ponto de conseguir o selo com mais facilidade. O GBC Brasil oferece cursos de capacitação focados no selo e em áreas específicas que colaboram para a obtenção do certificado. Selo Leed atesta internacionalmente “construções verdes” que atendem a critérios sustentáveis, com benefícios ambientais, econômicos e sociais. No site da organização (www.gbcbrasil.org.br) há guias de referência e check lists das certificações. Revista Ambiente | Outubro 2013 Boas Práticas Corporativas 45 Foto: Divulgação GBC Brasil As sete dimensões avaliadas Espaço sustentável Encoraja estratégias que minimizam o impacto no ecossistema (1 pré-requisito e 26 pontos possíveis) Eficiência do uso da água Promove o consumo racional da água enfocando alternativas de tratamento e reuso (1 pré-requisito e 10 pontos possíveis) Energia e atmosfera Enfatiza a eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras (3 pré-requisitos e 35 pontos possíveis) Materiais e recursos Incentiva o uso de materiais de baixo impacto ambiental, redução de resíduos e descarte consciente (1 pré-requisito e 14 pontos possíveis) O Edifício JK, também em São Paulo, é certificado nível ouro no Leed EB-OM, de prédios já existentes Qualidade ambiental interna Enfoca a escolha de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural (2 pré-requisitos e 15 pontos possíveis) Inovação e processos Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings e a criação de medidas não descritas nas categorias do Leed (nenhum pré-requisito e 6 pontos possíveis) Créditos de prioridade regional Leva em conta as prioridades regionais de cada país, conforme as diferenças ambientais, sociais e econômicas (nenhum pré-requisito e 4 pontos possíveis) Categorias utilizadas no Brasil 1. Leed NC, para novas construções ou grandes projetos de renovação. 2. Leed ND, para projetos de desenvolvimento de bairros, englobando ruas, casas, escritórios, shoppings, mercados e áreas públicas. 3. Leed C&S, para edificações que comercializarão os espaços internos. Engloba toda a área comum do empreendimento, assim como seu “esqueleto”. 4. Leed Retail NC e CI, para lojas de varejo. 5. Leed Healthcare, para unidades de saúde. 6. Leed EB-OM, para projetos de manutenção de edifícios já existentes. 7. Leed Schools, para escolas. 8. Leed CI, para projetos de interior ou edifícios comerciais. 46 Revista Ambiente | Outubro 2013 Números no país Atualmente o Brasil possui 109 empreendimentos certificados em quatro níveis: Selo Leed Certified (mais de 40 pontos) Selo Leed Silver (mais de 50 pontos) Selo Leed Gold (mais de 60 pontos) Selo Leed Platinum (mais de 80 pontos) 21 34 51 3 Fotos: Divulgação Perspectiva Hotéis flutuantes O céu é o limite O futuro prédio mais alto do mundo começou a ser construído em junho na cidade de Changsha, na China. A torre, apelidada de Sky City, terá 838 metros de altura, 10 a mais que o arranha-céu mais alto da atualidade, o Burj Khalifa, de Dubai. O edifício, desenvolvido pela empresa chinesa Broad Sustainable Construction, será considerado um modelo para a urbanização chinesa na verticalização de suas cidades. A sua estrutura, com 202 andares, incluirá escritórios, um hotel, uma escola e um hospital, com acesso feito por 92 elevadores, escadas de 9,6 km e 17 heliportos. O Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022, está considerando desenvolver hotéis flutuantes para abrigar visitantes durante os jogos. O conceito foi desenvolvido como uma estratégia de economia de espaço e uma estrutura energeticamente eficiente, que acolherá os visitantes mar adentro. O hotel terá um projeto independente de tratamento de esgoto, geração de energia e reciclagem de lixo. O escritório de arquitetura finlandês Sigge Architects, em parceria com a Global Accomodation Management, será responsável pelos projetos. Maior parque eólico no mar O maior parque gerador de energia eólica na água foi inaugurado, em julho, no Reino Unido. Com uma área de 100 km², o London Array é um gigante que emerge no Mar do Norte com suas 175 turbinas aerogeradoras, capazes de produzir energia suficiente para abastecer quase meio milhão de casas por ano. O projeto de 630mw é de propriedade da empresa Dong Energy, da Dinamarca, da alemã E.On e da Masdar, de Abu Dhabi. Anualmente, segundo o consórcio, o parque eólico deverá evitar emissões de 925 mil toneladas de CO2. Edifício mais correto Estação de metrô COm design DE deserto O King Abdullah Financial District Metro Station é um projeto ousado da arquitetura mundial, que deve ficar pronto em quatro anos em Riad, capital da Arábia Saudita. O projeto de 20 mil m2 é composto por quatro andares com seis plataformas e dois níveis de estacionamento para carros no subsolo. O escritório de arquitetura Zaha Hadid Architects é o responsável pelo desenvolvimento do projeto, que tem o design baseado em uma sequência de ondas com composições inspiradas nos padrões gerados pelos ventos do deserto nas dunas de areia, onde as múltiplas frequências e repetições geram complexas formações naturais. Dubai tem o edifício mais ambientalmente correto do mundo, segundo a certificação Leed Platinum. O prédio em questão é o The Change Initiative, uma loja de produtos ecológicos de dois andares, com estilo elegante que demonstra que a utilização de materiais sustentáveis na estrutura não a torna necessariamente rústica. Além disso, ela comercializa produtos relacionados com a conservação de energia, gestão de resíduos e alimentos orgânicos. Em formato de ovo O Cybertecture Egg é um projeto que tem a intenção de mostrar como um prédio seria no futuro. O prédioconceito tem 13 andares e enfrenta o desafio de criar um escritório diferente de tudo o que já existe em Mumbai, na Índia. O formato de ovo faz com que ocupe de 10% a 20% menos área de superfície do que um edifício convencional. Sua forma alivia, também, o ganho solar do edifício. No topo há um jardim que realiza a dissipação de calor a partir da superfície. Ele traz, ainda, uma turbina eólica que ajuda a gerar eletricidade. Por fim, para reforçar o conceito sustentável, o prédio possui um sistema que filtra a água para irrigação. Revista Ambiente | Outubro 2013 Perspectiva 47 Sustentabilidade Reaproveitando a história Fernando Stankuns Materiais que seriam descartados são sinônimo de sustentabilidade em projetos contemporâneos de arquitetura e decoração Reforma de sobrado no Butantã fez uso de dormentes, peroba rosa e tijolos de barro, preservando características de antigas construções Construções sustentáveis, que unem cuidado com o meio ambiente, tecnologia, customização e inovação. O que um dia já foi uma residência ou espaço comercial pode se transformar e voltar a compor a arquitetura de um ambiente contemporâneo, preenchendo-o de vida e consciência socioambiental. A madeira ou os tijolos, que à primeira vista seriam descartados, ganham a cena e status de objetos de decoração – quase uma obra de arte preservada. É a reutilização de materiais de demolição, opção que vai muito além da estética, traduzindo um jeito de reduzir os impactos na natureza e reaproveitar recursos esgotáveis. A tendência inclui 48 Revista Ambiente | Outubro 2013 até o uso de componentes que antes não faziam parte do cenário da construção civil, como os containers navais. Seja com o apelo da afetividade trazida pelos materiais que já fizeram parte da história de algum lugar, ou atendendo a uma clara tendência de retorno ao passado por meio de releituras de épocas antigas, o reaproveitamento integra, cada vez mais, projetos residenciais e comerciais. Presentes em execuções capazes de conferir sofisticação aos espaços, as iniciativas fazem um bem enorme ao planeta ao reduzir o problema urbano da destinação dos resíduos sólidos. Walda Marques Walda Marques Linha executiva do projeto do Sebrae no Polo Moveleiro de Paragominas (PA), assinada pelo designer Carlos Alcantarino, utiliza sobras de madeiras Com cidades em permanente reconstrução, nem sempre a preservação histórica e ambiental é uma preocupação. No entanto, o aparente entulho de casas demolidas pode revelar riquezas e emprestar graça a novas criações. Para o designer paraense Carlos Alcantarino, reconhecido por trabalhos socioambientais com materiais de descarte, essa é uma direção para a qual o mundo todo está voltado. “Acabo de projetar uma casa para mim onde o conceito da reciclagem foi muito utilizado, seja nas vigas metálicas que foram compradas em ferro velho ou no piso de tacos de peroba arrecadados nas caçambas pela rua. Acho inacreditável que as pessoas arranquem esse tipo de piso e coloquem cerâmicas no lugar”, admira-se. O aspecto rústico que pode ser explorado é um dos atrativos desses materiais, mas para que o propósito de diminuir o impacto ambiental seja atingido não basta incluir no projeto coisas que iriam para o lixo. É preciso encontrar fornecedores que estejam próximos à obra (para reduzir a emissão de carbono gerado pelo transporte) e estar atento aos acabamentos necessários. “Quanto menor o deslocamento ou a transformação do material, menor o impacto ambiental”, entende a arquiteta e urbanista Mirian Vaccari, mestre em edifícios sustentáveis e energeticamente eficientes pela Oxford Brookes University. “Não adianta nada trazer uma madeira do interior da Bahia para São Paulo, por exemplo, pois a energia utilizada no transporte acaba não compensando em termos ambientais se comparado a um material novo de um fornecedor local”, observa. Defensora da ideia de que não existem projetos de construção sustentáveis, e sim de baixo ou menor impacto ambiental, Mirian lembra que cabe ao arquiteto pensar em todo o ciclo de vida de um edifício, desde a extração da matéria-prima até a produção dos materiais, passando pelo uso de energia, até a demolição e reutilização dos materiais nele empregados. No caso do material de demolição, a diminuição do impacto se dá tanto na obra de onde ele foi retirado quanto na que ele se destina, já que não é utilizada energia nem matéria-prima em uma nova produção e o descarte não ocorre, deixando de gerar entulho de construção. Tirando proveito da resistência de madeiras nobres, praticamente extintas no mercado e na natureza, como a peroba rosa, é possível chegar a resultados únicos e cheios de estilo. As possibilidades são infinitas. Com criatividade e bom gosto consegue-se reaproveitar quase tudo: tijolos, azulejos, ladrilhos, metais, madeiras e até portas e janelas inteiras. Na reforma de um sobrado geminado no Butantã, em São Paulo, assinada por Mirian e pela arquiteta Camila Pessoa, foi construído um banco de dormentes Revista Ambiente | Outubro 2013 Sustentabilidade 49 Sustentabilidade (madeiras de antigos trilhos de trem) na varanda e deixados aparentes os tijolos de barro descobertos durante a própria obra, no living. O piso dos dormitórios é de peroba rosa. “O design sustentável é aquele que se adapta ao longo do tempo e que considera as gerações passadas e garante recursos para as gerações futuras. Os materiais de demolição são exemplos de materiais ‘vivos’, reutilizados e desprovidos de grandes processos industriais”, define a arquiteta. Assim como a sustentabilidade por meio da reutilização está presente em projetos arquitetônicos, o design também se utiliza da reciclagem de materiais. Alcantarino conta que logo percebeu que não poderia trabalhar de outra forma. Na criação de uma linha de móveis que utilizou sobras de madeiras para um projeto do Sebrae no Polo Moveleiro de Paragominas (PA), cidade estigmatizada pela devastação de florestas, mostrou aos fabricantes locais que era possível produzir um móvel mais leve e viável. “Acredito que eles mudaram a maneira de pensar, entenderam a importância que é agregar valor em um bem tão raro como é a madeira.” É possível, ainda, aproveitar móveis antigos trocando apenas portas e dobradiças e conferindo novo revestimento. “Feitos de madeira maciça, e não compensado ou MDF, é um crime transformá-los em entulho”, opina a arquiteta Mirian. Mas é preciso estar atento, pois, por terem se tornado tendência, existem no mercado materiais intitulados de demolição que na realidade não passam de produtos novos com aspecto demolido. Nesse caso, o impacto é dobrado, pois são usadas energia e matéria-prima para produzi-los e para desgastá-los. Israel Monteiro Do mar para as construções Recém-inaugurada, Cidade dos Containers da Feevale, no Rio Grande do Sul, destina espaço à convivência dos estudantes. 50 Revista Ambiente | Outubro 2013 Voluntary Architects Network e arquiteto Jurek Latka A arquiteta Mirian Vaccari acompanhou, no Japão, o trabalho do arquiteto Shigeru Ban, que idealizou residências temporárias para vítimas de desastres naturais com containers e é pioneiro no uso de papelão como material de construção Tidos anteriormente como uma solução apenas para instalações temporárias, com criatividade e tecnologia os containers marítimos ganham novo uso, transformando-se em soluções construtivas práticas e modernas. Munidos de vantagens como a rapidez e a limpeza da obra, em muitos casos associadas ao custo menor de instalação, se comparado a uma construção de alvenaria, os compartimentos criados para transportar mercadorias em navios já viraram conjuntos residenciais, rede de lojas, escritórios e até espaço de convivência de ambientes acadêmicos – e diga-se de passagem, com muito conforto, funcionalidade e sofisticação. A Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS), acaba de inaugurar a Cidade dos Containers, espaço de quase 150 m2 que abriga laboratórios, sala para exposições e até uma temakeria – tudo em containers navais. Mentora do projeto e coordenadora do curso de Design de Interiores da Feevale, a professora Luciana Néri Martins conta que foi preciso fazer adaptações na parte interna para resolver questões como conforto térmico. Profissionais especializados e primor no acabamento são essenciais para o sucesso desses empreendimentos. Já a necessidade de instalação de ar-condicionado ou aquecedores para tornar o espaço habitável é um complicador na redução do impacto ambiental. Os containers podem ser também um meio de expandir os negócios. Prova é a trajetória do Grupo Container, iniciada em 2008. Da necessidade de ampliar os pontos de vendas de roupas, o empresário gaúcho André Krai vislumbrou a oportunidade de transformar velhos containers em boutiques, criando uma rede de franquias com apelo sustentável inédita no mundo. A ideia deu tão certo que, hoje, o grupo atende a diferentes segmentos. Uma das empresas do grupo é a Box Container, focada em projetos de construção civil para diferentes necessidades, inclusive escritórios de alto padrão para obras, moradias, showrooms, entre outros. Em Amsterdã, na Holanda, estudantes vivem em apartamentos instalados em containers equipados com banheiro, água quente, cozinha, varanda, sistema de aquecimento e ventilação. O projeto, batizado de Keetwonen, é um sucesso e se tornou referência por ser considerada a maior vila de containers do mundo. Revista Ambiente | Outubro 2013 Sustentabilidade 51 Panorama Marcas de Quem Decide 2013 Mais uma vez a Marelli é destaque na categoria “Móveis para Escritório”, na pesquisa Marcas de Quem Decide 2013, realizada pela Qualidata Pesquisas e Conhecimento Estratégico em parceria com o Jornal do Comércio. Em sua 15ª edição, a pesquisa ouviu 590 lideranças, sendo 60% proprietários e/ ou sócios de empresas, seguidos de gestores de negócios e profissionais liberais de 47 municípios, em todas as regiões do Rio Grande do Sul. Marelli entre as pequenas e médias empresas que mais crescem no Brasil Marelli é Top Executivo 2013 no segmento de móveis de escritório Estar na lembrança dos gaúchos como a marca de móveis para escritório líder no Rio Grande do Sul já faz parte do dia a dia da Marelli há quatro anos. Mais uma vez a empresa foi eleita Top Executivo 2013, na categoria Móveis de Escritório, sendo mencionada por 19% dos entrevistados na pesquisa espontânea de lembrança de marca. O Top Executivo integra o Top of Mind | As Marcas do Rio Grande, levantamento realizado pela Revista Amanhã em parceria com a Segmento Pesquisas. A festa de premiação aconteceu no dia 13 de maio, em Porto Alegre. Na foto, Ieda Bonness, diretora da Able Center, entrega o prêmio Top Executivo 2013 para o gerente de vendas e marketing da Marelli, Daniel Castilhos. 52 Revista Ambiente | Outubro 2013 Bravence Consolidada entre as companhias que apresentam desenvolvimento permanente e sustentável, a Marelli marca presença no ranking das 250 Pequenas e Médias Empresas que Mais Crescem no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Deloitte em parceria com a revista Exame PME. Revelado em evento no Sheraton São Paulo WTC Hotel, em 15 de agosto, o levantamento traz as organizações mais bem-sucedidas em suas estratégias de expansão ao longo dos últimos três anos (2010 a 2012). A Marelli acumula crescimento de 36,6% no período pesquisado e uma expansão média anual de 16,9%. Top Marcas 2013 A Marelli é apontada também entre as marcas mais lembradas do Brasil nas categorias “Mobiliário de Escritório” e “Cadeiras” conforme o levantamento Top Marcas 2013, promovido pela Revista Projeto Design e Portal ArcoWeb. Foram coletadas as opiniões de 3.528 arquitetos, designers, construtores e estudantes de todo o Brasil. A pesquisa aponta as três marcas mais lembradas por profissionais da construção civil em 15 categorias de especificação. Marelli padroniza rede de lojas do Brasil na Norma ISO 9001 Das 41 lojas exclusivas da marca Marelli, sete delas estão certificadas internacionalmente pela norma de qualidade ISO 9001:2008. A Marelli Rio de Janeiro foi a primeira loja a receber a recomendação, ocorrida em novembro do ano passado. Em seguida vieram as certificações das lojas de Brasília, Porto Alegre, Recife, Natal, Belém e Caxias do Sul. As lojas passaram por auditoria da certificadora DNV, num projeto que objetiva padronizar e elevar a qualidade dos serviços prestados aos clientes no ponto de venda. O projeto segue com a implementação da norma nas demais lojas da marca instaladas no país, sendo que as unidades na Bolívia e no Uruguai já contam com certificação ISO 9001 desde 2011. Marelli é, pela oitava vez, uma das 150 Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil A Marelli figura entre as 150 organizações brasileiras que mais esbanjam felicidade no trabalho, apontadas no ranking do Guia Você S/A 2013 – As Melhores Empresas para Trabalhar, uma das maiores e mais conceituadas pesquisas de clima organizacional do Brasil. A Marelli participa desde 2003 da pesquisa, e nesses 11 anos foi premiada oito vezes, sendo o quinto ano consecutivo. Também é a única representante do segmento de mobiliário corporativo a despontar no ranking. A pesquisa é elaborada em parceria com a Fundação Instituto de Administração, da Universidade de São Paulo. Nesse ano foram avaliados os dados enviados por 481 empresas inscritas. Dessas, 234 foram selecionadas para visitas técnicas feitas pela equipe do Guia, que ouviu 4,7 mil funcionários e apontou as 150 campeãs. As companhias presentes no Guia conquistaram as melhores pontuações no Índice de Felicidade no Trabalho (IFT), calculado com base no Índice de Qualidade no Ambiente de Trabalho (que mede a percepção do funcionário sobre a empresa) e o Índice de Qualidade da Gestão de Pessoas (que avalia o que a empresa oferece aos empregados). A Marelli conquistou 77,7 de IFT. Revista Ambiente | Outubro 2013 Panorama 53 É muito bom trabalhar num ambiente assim: saudável Marelli. Há 30 anos, transformando escritórios em espaços cheios de vida. www.marelli.com.br