ID: 58861057 17-04-2015 | Frotas Tiragem: 11900 Pág: 8 País: Portugal Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 25,70 x 35,17 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 1 de 4 CONSIDERAM OS OPERADORES PRESENTES NA MESA-REDONDA ORGANIZADA PELA “VIDA ECONÓMICA” COM O APOIO DA Ano passado foi “relativamente positivo” O ano passado é considerado positivo para o renting português, na medida em que praticamente não teve quebra, ao contrário do que sucedia desde 2010. Essa opinião foi deixada pelos operadores numa mesa-redonda organizada pela “Vida Económica”, em Lisboa, com o apoio da Liberty Seguros. Em relação a 2015, os especialistas preveem que o setor volte a registar crescimento. Boa parte dessa subida vai acontecer no segmento das PME, de acordo com os presentes. AQUILES PINTO [email protected] O ano passado foi “relativamente positivo para o renting”, de acordo com António Oliveira Martins, vice-presidente da Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF). Aquele responsável, que foi um dos presentes na mesa-redonda sobre renting organizada pela “Vida Económica”, em Lisboa, com o apoio da Liberty Seguros, explica que foi em 2014 que o setor estancou a queda dos três anos anteriores. “O mercado português de renting atingiu um pico em 2010, com um stock de veículos geridos pelas empresas de cerca de 120 mil veículos e, a partir daí, sobretudo com o resgate de Portugal em 2011, a queda foi muito significativa. Estamos hoje ligeiramente abaixo dos 90 mil veículos, são realidades diferentes. Porém, 2014 caracterizou-se por um desacelerar muito significativo da queda, que foi muito marginal: de 90 mil para 88 mil veículos. Comparando com os anos anteriores, não deixa de ser uma inversão que nos gera expectativas de 2015 ser o ano da inversão e de voltar ao cres- cimento”, considera António Oliveira Martins. O vice-presidente da ALF refere, mesmo, que, no que se refere ao número de contratos celebrados em 2014, nota-se já uma inversão. “Houve crescimento. Não voltámos aos números dos anos melhores, em que o renting chegou a produzir 35 mil novos veículos, mas atingiram-se 26 mil veículos, o que é uma evolução positiva. É de esperar, até porque a quota do renting no mercado de automóveis novos está consolidada nos 15% a 16%, que 2015 volte a ser de crescimento para o renting”, prevê. Este ano, há, com a lei da Fiscalidade Verde, alterações às taxas de tributação autónoma e ao IVA para viaturas movidas a gás e para as híbridas “plug-in” (que se juntam aos benefícios já existentes para automóveis elétricos). Em termos de rendas de renting, essas viaturas estão agora ao nível das movidas a combustíveis tradicionais, de acordo com o diretor de comercial e de comunicação da ALD Automotive, Nuno Jacinto. “O resultado, no fundo, é que, em termos de TCO – custo total de utilização –, há um reposicionamento das viaturas [híbridas, híbridas “plug-in” e a gás]. Isto implica que são, atualmente, comparáveis com as de combustão, coisa que não acontecia no passado. Portanto, hoje temos soluções híbridas, “plug in”, etc., que em termos de TCO estão ao nível das ‘normais’, mas não mais do que isso. Ou seja, passam a ser uma alternativa viável, mas ao nível das outras. Portanto, ainda há aqui barreiras, como a cultural, a vencer, para que passem a ser uma solução efetiva dentro das frotas automóveis”, defende. O mesmo responsável considera, por isso, que se pode falar em discriminação positiva na lei, mas não na prática. “Achamos que vai começar a acontecer em termos de testes e de empresas mais viradas para estas soluções que queiram experimentar. Porém, não acreditamos que seja uma solução para o mercado automóvel”, remata Nuno Jacinto. O diretor comercial adjunto da LeasePlan, Ricardo Silva, também prevê que o mercado cresça este ano, mormente entre as PME. “As perspetivas para 2015 são francamente mais animadoras relativamente ao passado recente. Felizmente, em 2014 – e este ano prevemos que volte a acontecer – crescemos acima do mercado. A expectativa para 2015 é voltar a crescer, sobretudo no segmento das PME. Assiste-se, hoje em dia, à democratização do renting junto das PME e isso é um fator positivo, pois é onde está o mercado de crescimento e também onde podemos acrescentar valor. Cerca de 90% dos nossos novos clientes em 2014 tinha menos de 20 carros. Isto é um indicador em termos de sustentabilidade”, explica. Sobre a Fiscalidade Verde, Ricardo Silva explica que um estudo da LeasePlan conclui que “há oportunidades”, mas que “importa perceber” como se comporta cada segmento. “Nos utilitários nada muda, continua a ser o diesel a melhor solução. Nos ligeiros de mercadorias também, pois têm pouca carga fiscal. Nos outros segmentos sim, há mudanças. Nos pequenos familiares, temos os elétricos a par dos diesel, mas nos médios familiares já temos o GPL melhor posicionado e nos grandes familiares/familiares premium já temos os híbridos como melhor opção. A dificuldade aqui para as empresas – e as empresas de renting podem ajudar nesse aspeto – é saber qual é a melhor opção, pois é difícil fazer uma escolha homogénea com tantas tecnologias diferentes em segmentos diferentes”, refere. Instabilidade fiscal prejudica planeamento Os operadores apontam a flexibilidade como fator concorrencial para futuros paradigmas do uso automóvel. Ricardo Silva avisa ainda para os perigos da volatilidade fiscal do nosso país. “Para as empresas, é um risco tomar decisões sobre benefícios fiscais que podem desaparecer. Em todo o caso, deve ressalvar-se o mérito da iniciativa, pois as empresas com uma responsabilidade corporativa vincada já têm opção”, salienta. Se o crescimento deste mercado em 2015 vai alicerçar-se nas PME, a Locarent pode estar bem posicionada, pois tem nesse segmento uma fatia importante do seu negócio. “Temos, ao longo destes últimos 10 anos, talhado caminho nessa área. Diria que cerca de 90% da nossa quota é feita com as PME. Os particulares ainda não têm adesão a este produto, pelo que as PME são o nosso mercado natural dentro do que são as redes de distribuição bancária do Novo Banco e da Caixa Geral de Depósitos. Este ano, temos a perspetiva de incrementar o foco nessa área, nomeadamente nas pequenas empresas, com dois ou três carros. O renting tem uma quota de 16% face ao mercado e a Locarent tem uma quota de 16% dentro do renting. A nossa perspetiva nos próximos dois a três anos é melhorarmos essa quota até aos 20% e esse crescimento será feito por força da exploração de novos segmentos e esse mercado das PME e, sobretudo, o das pequenas empresas, com eventual abertura aos particulares, será uma área de crescimento”, refere Maurício Marques, da direção de marketing da Locarent. José Madeira Rodrigues, o diretor comercial da Arval Portugal, salienta que “se há um segmento que não está explorado é o das PME”, e que o mercado vai crescer em este ano. “2014 foi um ano em que, finalmente, estancou o decréscimo de mercado que se constatava desde 2010. Salvo algum acontecimento macroeconómico, a perspetiva é de crescimento em 2015. Sublinhe-se que a queda desde 2010 não aconteceu por haver um abandono do renting, mas por haver reduções das grandes frotas. Todas as empresas que tinham contratado o INTERVE António Oliveira Martins “Houve crescimento [no número de contratos celebrados pelo renting]. Não voltámos aos números dos anos melhores, em que o renting chegou a produzir 35 mil novos veículos, mas atingiram 26 mil veículos, o que é uma evolução positiva” Artur Garcia “A nossa empresa está muito distribuída pelo país, pelo que continua a ser muito importante termos viaturas disponíveis (…) Além disso, os transportes públicos, parece-me, ainda não satisfazem as necessidades de uma empresa com as características da nossa” Gonçalo Cruz “A empresa tem de analisar o tipo de utilização que é feita e as alternativas que existem (…), ou seja, a operacionalidade para uma frota que está constantemente na rua. Outra questão é a estabilidade fiscal. Já houve incentivos à mobilidade elétrica e depois houve desinvestimento” José Madeira Rodrigues “Salvo algum acontecimento macroeconómico, a perspetiva é de crescimento em 2015. Sublinhe-se que a queda desde 2010 não aconteceu por haver um abandono do renting, mas por haver reduções das grandes frota” José de Sousa “O setor segurador será, também, afetado pelos novos paradigmas da mobilidade e, concretamente, uma das possibilidades que estamos a estudar são soluções de ajustar o prémio do seguro aos hábitos e consumo de condução que tenha” ID: 58861057 LIBERTY SEGUROS 17-04-2015 | Frotas Tiragem: 11900 Pág: 9 País: Portugal Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 25,70 x 35,32 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 2 de 4 para o renting em Portugal produto renting no Volkswagen Financial Services, o mais recente operador no mercado português, vê potencial nos particulares, além das PME. “Muitas das pessoas que usam o renting a nível particular já tiveram contacto com o produto a título profissional e percebem a vantagem e não estão preocupados em ficar com o carro no fim do contrato. Nunca vai ter o volume que as empresas têm, mas será normal que cresça”, prevê. “Inversão do ‘mindset’” dos consumidores serviço do renting viram-se protegidas do que foi o colapso do mercado de usados e do impacto negativo que teriam se tivessem frotas próprias nessa altura. Além disso, também há novos operadores no mercado do renting e que os operadores são hoje mais competitivos. No nosso caso, a tecnologia, por exemplo, permite-nos ter acesso ao condutor, que, além do gestor de frota, é o recetor do serviço que prestamos”, refere. Gonçalo Cruz, responsável de marketing e comunicação da Arval, indica, sobre a Fiscalidade Verde, que “há agora uma maior facilidade de comparação do TCO da viatura, mas depois existem outros elementos que são importantes”. “A empresa tem de analisar o tipo de utilização que é feito e as alternativas que existem, além de escassas em termos de quantidade de oferta, têm alguma dificuldade na utilização, ou seja, a operacionalidade para uma frota que está constantemente na rua. Outra questão é a estabilidade fiscal. Já houve incentivos à mobilidade elétrica e depois houve desinvestimento nesses incentivos e, agora, voltamos a ter um cenário positivo. Esperemos que assim continue”, defende o especialista. Miguel Ribeiro, o responsável pelo Segundos os operadores, novas formas de mobilidade, como por exemplo o car-sharing, são um modelo que não é o tradicional, mas que, por via de parcerias, ou por intervenção direta das empresas de renting, pode ser uma oportunidade Maurício Marques, da Locarent, concorda que “há uma inversão do ‘mindset’” dos consumidores. “Há dois fatores interessantes: uma é a questão do planeamento. Sobretudo as pessoas mais novas,têm cada vez mais interesse em ter um custo fixo, sendo que o carro tem um conjunto de custos muito voláteis. Outra questão é a mobilidade. Hoje, as gerações mais novas têm sempre a perspetiva de terem de mudar de país e, tal como na casa, a lógica do aluguer ganha importância. Ora, o renting é uma solução, diria, avançada no tempo para adaptar-se a essas circunstâncias”, afirma aquele responsável pela gestora de frotas da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco. Paulo Araújo, administrador da Finlog, também prevê que o mercado de renting cresça em 2015. “Pensamos que o mercado automóvel total em Portugal saudável rondará as 250 mil unidades e se o mercado automóvel vai crescer, o renting tenderá a acompanhar e, na minha opinião, poderá crescer um pouco acima do mercado automóvel global”, refere o executivo, que explica que a Finlog também pretende aumentar quota. No que se refere aos novos mercados para o renting. Paulo Araújo considera que as PME adotarão este produto antes dos particulares. “Há segmentos que o renting ainda toca pouco, o dos particulares e o das PME. Este está um pouco mais avançado até porque as PME pensam de uma forma mais racional e tiveram necessidade de desalavancar os balanços e o produto renting é a solução ideal para fazê-lo. Julgo que todos estamos de acordo que os particulares vão adotar o renting no futuro, o que não sabemos é a velocidade a que se dará esta evolução. Os dados que temos é As empresas de renting aplaudem o esforço de eficiência das medidas da Fiscalidade Verde, mas temem que possa voltar a haver mudanças abruptas no curto prazo. A volatilidade fiscal é, segundo os especialistas, um risco aos planeamentos de frotas em Portugal que, pelo menos para já, está a acontecer muito devagar”, explica. O administrador da Finlog avisa que, além disso, os particulares têm, muitas vezes, utilizações diferentes dos automóveis. “O parque automóvel português tem, no presente, 12 anos. Dentro do parque automóvel, as viaturas mais antigas são as dos particulares. Ou seja, os obstáculos dos particulares ao renting não se ficam pelo sentimento de posse, mas também pela perspetiva de que um carro pode ser um investimento para durar até 20 anos, o que vai contra a lógica do produto de renting. Claro que o produto renting vai crescer no segmento dos particulares, mas também depende do tipo de utilizador”, indica Paulo Araújo. “Fazer investimentos em função da fiscalidade é perigoso” Sobre a Fiscalidade Verde, o executivo reconhece que “tem o dom de chamar a atenção das empresas”, mas concorda que Portugal é um país em que a fiscalidade é muito volátil. “Fazer investimentos em função em função da fiscalidade é perigoso”, avisa. A Volkwagem Financial Services é conotada pelos analistas com os clientes particulares, devido à rede de retalho das marcas do grupo, mas Miguel Ribeiro salienta que a empresa trabalha todos os segmentos. “O canal de particulares e pequenas empresas através da rede de concessionários e as frotas maiores via a nossa equipa corporate, que visita as empresas”, refere. No que se refere às previsões para 2015 para o renting em Portugal, a mesma fonte espera um ano positivo, mas recorda que o mercado mudou muito nos anos mais recentes. “O barril de petróleo custava 118 dólares, hoje custa 45, mas o custo do combustível não mexeu muito. Um carro de 40 mil euros pagava 10% de tributação autónoma, hoje paga 35%. Um particular tinha um preço e uma empresa outro, hoje a diferença é menor. Isto porque o mercado ficou bastante distorcido devido à fiscalidade”, indica. Miguel Ribeiro concorda, por isso, que a confiança fiscal é muito importante. “Vamos ter eleições este ano. Já houve benefícios fiscais para carros elétricos e depois deixou de haver. Esta previsibilidade é muito importante para as empresas. Uma empresa vai fazer um investimento a quatro a ou cinco anos e não pode correr o risco de comprar um carro que hoje tem um enquadramento fiscal e que daqui a um ano tem outro enquadramento diferente. Isso tem muito a ver com a confiança fiscal, que foi quebrada há dois anos, quando as regras da tributação autónoma foram alteradas”, salienta. O responsável pelo renting no Volkswagen Financial Services não tem, por isso, dúvidas que uma Fiscalidade Verde não é suficiente. “Teria de haver um choque fiscal. Falar de Fiscalidade Verde em números marginais de poucas dezenas ou centenas de carros fica bem num powerpoint. É mais uma questão de imagem para as empresas. A Noruega é um bom exemplo do que pode ser feito: num mês vende mais carros [movidos a eletricidade] do que nós num ano. Até haver um choque fiscal, parece-me que estamos mais perante um ‘soundbite’ político do que outra coisa”, acusa Miguel Ribeiro. Mudança de paradigma será oportunidade para o renting As necessidades de mobilidade de empresas e particulares estão em mudan(continua na página seguinte) NIENTES Maurício Marques “Há uma inversão do ‘mindset’ das pessoas. Há dois fatores interessantes: uma é a questão do planeamento (…) Outra questão é a mobilidade. As gerações mais novas têm sempre a perspetiva de terem de mudar de país e, tal como na casa, a lógica do aluguer ganha importância” Miguel Ribeiro “Teria de haver um choque fiscal. Falar de Fiscalidade Verde em números marginais de poucas dezenas ou centenas de carros fica bem num powerpoint. É mais uma questão de imagem para as empresas (…) estamos mais perante um ‘soundbite’ político do que outra coisa” Nuno Jacinto “Hoje temos soluções híbridas, ‘plug in’, etc., que em termos de TCO estão ao nível das ‘normais’, mas não mais do que isso. Ou seja, passam a ser uma alternativa viável, mas ao nível das outras. Portanto, ainda há aqui barreiras (…) para que passem a ser uma solução” Paulo Araújo “Dentro do parque automóvel, as viaturas mais antigas são as dos particulares. Ou seja, os obstáculos dos particulares ao renting não se ficam pelo sentimento de posse, mas também pela perspetiva de que um carro pode ser um investimento para durar até 20 anos” Ricardo Silva “Para as empresas, é um risco tomar decisões sobre benefícios fiscais que podem desaparecer. Em todo o caso, deve ressalvar-se o mérito da iniciativa, pois as empresas com uma responsabilidade corporativa vincada já têm opção” ID: 58861057 17-04-2015 | Frotas Tiragem: 11900 Pág: 10 País: Portugal Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 7,43 x 34,56 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 3 de 4 (continua na página seguinte) ça, com o advento de transportes públicos ou, por exemplo, sistemas de car-sharing. Quaisquer que sejam as soluções mais usadas após a mudança de paradigma, “serão oportunidades para as empresas de renting”, de acordo com o vice-presidente da ALF. “Quando se fala de car-sharing, estamos a falar de veículos que também têm de ter manutenção, que terão de ser vendidos ao fim de algum tempo de uso. Portanto, estamos a falar de um modelo que não é o tradicional, mas que, por via de parcerias, ou por intervenção direta das empresas de renting, pode ser uma oportunidade. Tal como na propulsão dos automóveis, há uma série de cenários futuros em que não sabemos qual vai vingar, mas que o renting quer aproveitar”, salienta António Oliveira Martins. “Estamos no negócio da mobilidade. Qualquer que seja a solução, estaremos lá”, acrescenta Paulo Araújo, da Finlog. O diretor de comercial e de comunicação da ALD Automotive refere-se ao setor como gestores de mobilidade. “Começa hoje a ser possível conjugar vários meios de transporte e isso pode ser também um desafio para nós. Vamos querer estar presentes no mercado, não apenas como empresas de renting, mas também como gestores de mobilidade, oferecendo soluções interessantes aos nossos clientes. Por exemplo, há poucos anos, era impensável, mas, hoje, já há soluções de mobilidade integrada na cidade de Lisboa. Vai ser o nosso negócio nos próximos anos? Não, mas vai ser uma pequena parte, e estamos interessados em participar nesse movimento”, considera Nuno Jacinto. Miguel Ribeiro concorda, mas repete ser necessário “um fator externo que acelere” o processo. “Todas estas ideias são, conceptualmente, boas. Porém, se não houver choques externos, as soluções não vingam. Se pensarmos, por exemplo, em grandes cidades onde os municípios proíbem a entrada de veículos, o car-sharing e os transportes públicos são a única solução”, indica o responsável pelo renting no Volkswagen Financial Services. Em qualquer dos casos, o renting será, segundo Maurício Marques, o produto que melhor se adaptará a futuras realidade. “Falamos de mobilidade e a única solução de financiamento automóvel que se converte num serviço é o renting. O renting estará sempre na linha da frente na mobilidade. Já no passado foi assim: uma coisa tão simples como ter o carro imobilizado e ter uma viatura de substituição. Hoje é mais ou menos comum, mas foi uma novidade há uns anos e foi o renting que o colocou. O renting claramente posiciona-se na loja de mobilidade integrada que cada vez mais o cliente, particular ou empresa, almeja”, refere este responsável pelo marketing da Locarent. “O renting já deu provas de que é uma atividade perfeitamente adaptável às necessidades”, acrescenta Gonçalo Cruz, da Arval. Seguros “pay per use” O CEO da Liberty Seguros, José de Sousa, anfitrião da mesa-redonda, explica que também as seguradoras estão a estudar respostas aos novos paradigmas da mobilidade. “O setor segurador será, também, afetado pelos novos paradigmas da mobilidade e, concretamente, uma das possibilidades que estamos a estudar são soluções de ajustar o prémio do seguro aos hábitos e consumo de condução que tenha. Através de sistemas de telemática, será possível implementarmos o ‘pay per use’, ou seja, que o cliente pague consoante os km percorridos, entre outros indicadores”, explica. “Portanto, o setor segurador está atento a todas mudanças que está a haver, quer nos hábitos dos consumidores, quer na própria tecnologia, e a adaptar-se. O que acontece é que estes são processos lentos”, refere José de Sousa. Por muito que os novos paradigmas sejam uma realidade, as necessidades nem sempre são uniformes e há casos em que a utilização “tradicional” do automóvel se mantém, como explica o gestor da frota da Liberty Seguros, Artur Garcia. “A questão dos transportes públicos pode colocar-se nos grandes centros urbanos. Só que a nossa empresa está muito distribuída pelo país, pelo que continua a ser muito importante termos viaturas disponíveis para esse efeito. Além disso, os transportes públicos, parece-me, ainda não satisfazem as necessidades de uma empresa com as características da nossa”, defende• ID: 58861057 17-04-2015 | Frotas Tiragem: 11900 Pág: 1 País: Portugal Cores: Cor Period.: Ocasional Área: 25,70 x 37,00 cm² Âmbito: Economia, Negócios e. Corte: 4 de 4 Consideram os operadores presentes na mesa-redonda organizada pela “Vida Económica” com o apoio da Liberty Seguros Mudança de paradigma de mobilidade será oportunidade para o renting Págs. 8 e 9