INTRODUÇÃO À ÉTICA PROFISSIONAL
Denilson Aparecido Rossi1
O presente texto tem por objetivo principal levar o acadêmico a conhecer o
processo histórico de formação da ética e da moral e discutir suas implicações
atuais junto ao contexto da conduta profissional.
Para que a meta acima seja alcançada, propõe-se como questões
norteadoras o seguinte:

Você leu, recentemente, algum artigo e/ou livro sobre ética?

O que é ética?

Ética, moral e moralismo são a mesma coisa?

Por que falar de ética profissional?

Quais são os principais desafios éticos para a prática profissional?
Por que falar de ética profissional?
Nos últimos tempos a ética passou a ser reivindicada em toda a parte. Se
não se fala de ética parece que está faltando algo.
Comumente se ouve muitas expressões ligadas à ética tais como: “atitude
antiética”; “ação ética”; “falta de ética”; “pessoa sem ética”; “ética na política”;
“ética nos negócios”; “ética profissional”; “ética empresarial”; “código de ética”;
“bioética”; “ética para o terceiro milênio”; etc. Portanto, ao pensar no mundo
corporativo não se pode deixar de falar deste tema, no caso, a ética profissional.
Ética, moral e moralismo são a mesma coisa?
Esta é outra pergunta pertinente que, deve-se encarar com seriedade.
Pois, muitas vezes, nota-se as pessoas fazendo confusão entre ética, moral e
moralismo. Neste sentido, justifica-se a necessidade de certo esclarecimento
conceitual inerente ao referidos termos.
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Bacharel em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, licenciado em Filosofia e
especialista em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Bagozzi. Especialista em Formação
Humana – Counseling (IATES). Mestrando em Teologia e Sociedade (PUC-PR). Professor na
graduação e pós-graduação Bagozzi, no Grupo Educacional ITECNE e na PUC-PR.
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A ética é um termo que provém do grego “ethos”, cujo significado denota
costume/caráter. Filosoficamente, por ética, entende-se a reflexão sobre a
conduta moral da natureza humana. Deste modo, pode-se afirmar que a ética
está vinculada à teoria (reflexão / discurso / argumentos). Como afirma Leonardo
Boff (2004, p. 37):
A ética é parte da filosofia. Considera concepções de fundo
acerca da vida, do universo, do ser humano e de seu destino,
estatui princípios e valores que orientam pessoas e sociedades.
Uma pessoa é ética quando se orienta por princípios e
convicções.
Nesta direção, atesta ainda outro autor:
A ética depara com uma experiência histórico-social no terreno da
moral, ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor e,
partindo delas, procura determinar a essência da moral, sua
origem, as condições objetivas e subjetivas do ato moral, as
fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos
morais, os critérios de justificação destes juízos e o princípio que
rege a mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais.
(VÁZQUEZ, 2012, p. 22).
Esta perspectiva teórica indica que cabe à ética refletir sobre os princípios
e os valores que permeiam o comportamento humano, que norteiam a conduta
profissional.
Embora também esteja ligada ao comportamento humano, a moral tem
outra perspectiva: a prática.
Moral é um termo de origem latina “mos” (costume) e “mores” (hábito).
Trata-se da prática da conduta humana, das normas de comportamento (isso
pode, mas aquilo não pode; faça isso e não faça aquilo; certo e errado; etc.).
A esse respeito afirma o filósofo:
A moral é parte da vida concreta. Trata da prática real das
pessoas que se expressam por costumes, hábitos e valores
culturalmente estabelecidos. Uma pessoa é moral quando age em
conformidade com os costumes e valores consagrados. Estes
podem, eventualmente, ser questionados pela ética (BOFF, 2004,
p. 37).
Buscando ampliar o processo de distinção entre ética e moral, Yves de La
Taille (2006), fala de dois planos diferentes: o plano moral e o plano ético. No
primeiro a pergunta basilar é “como devo agir?” Já, no segundo a questão ser
feita é “que vida eu quero viver?”
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Também ligado à ética e à moral, tem-se o moralismo. Por este,
compreende-se ser toda forma de obrigatoriedade advinda de alguma imposição.
Por exemplo: o voto obrigatório num regime político que pretende ser democrático
configura uma ação moralista. Nesta direção, pode-se apresentar vários exemplos
de moralismo: para você se salvar tens que fazer parte da minha igreja; nesta
empresa só progride quem torcer para o time do chefe; quem bebe não é uma
boa pessoa; etc.
Para sintetizar o que fora dito no presente texto, veja-se a ilustração
abaixo:
ÉTICA
Reflexão
MORAL
Ação
MORALISMO
Imposição
REFERÊNCIAS
BOFF, Leonardo. Ética e Moral. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
LA TAILLE, Yves de. Moral e Ética: dimensões intelectuais e afetivas. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
VÁZQUES, Adolfo Sánchez. Ética. 33. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2012.
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