Punção Lombar Punção Lombar Trata-se de um procedimento dos mais corriqueiros em Pediatria. Tem por finalidade a retirada de líquido cefalorraquidiano, para exames laboratoriais ou descompressão do sistema e para infusão de medicamentos. Informações imediatas como, pressão, aspecto e cor do líquor, além de, por análises bioquímicas e outras, estabelecem, geralmente a origem da agressão ou problema. 2 Punção Lombar Anestesia Hoje, é mandatório o estabelecimento de anestesia locoregional (lidocaína 1%), além de em crianças maiores se estabelecer, até mesmo, uma sedação sistêmica (benzodiazepínicos de curta duração, midazolam), caso a situação neurológica do pequeno paciente permita. 3 Punção Lombar Crescimento Medular 8 sem 24 sem Nascimento Adulto Ao nascimento, a extremidade da medula espinhal encontra-se no corpo da terceira vértebra lombar, com a cauda equina extendendo-se distalmente. Com o crescimento, estabelece-se um crecimento maior da coluna espinhal em detrimento da medula, sendo que no adulto jovem a ponta da medula encontra-se na primeira vértebra lombar. 4 Punção Lombar Ponto de Acesso Tanto em crianças quanto em adultos, o terceiro ou quarto espaços lombares são os preferidos, sendo que L2-L3 e L4L5 podem ser utilizados. No RN, em função da ponta medular encontrar-se em uma posição inferior, a posição L4-L5 é considerada uma alternativa segura, quando não consegue se estabelecer-se a punção em L3-L4. 5 Punção Lombar Ponto de Referência O ponto exato de introdução da agulha encontra-se na junção de uma linha que passa pela linha transversa que une o ponto superior das cristas ilíacas e a coluna espinhal; Essa linha estabelecerá o ponto referente a Quarta vértebra lombar, portanto, identificando a L3-L4. 6 Punção Lombar Material Uma bandeja com material para punção deve conter, além do material para anestesia local , agulhas 40 x 7 ou 40 x8 e 80 x 8 ou 100 x 10 (crianças abaixo e acima de cinco anos, respectivamente), scalps 21 e 23 para RN, montadas com mandril, seringas de 3 e 5 ml, gase estéril, campos cirúrgicos estéreis, 3 ou 4 tubos estéreis para coletagem de líquor, pinça anatômica, soluções anti-sépticas e material de manometria. 7 Punção Lombar Agulhas Idade RN Latente Crianças Adolescentes Espessura da Agulha 21 a 23 20 a 21 20 20 Tamanho da Agulha 1 1/2polegadas 1 1/2polegadas 1 1/2-3 polegadas 3 polegadas Obs. 1 polegada (inch) = 2,54 cm 8 Punção Lombar Contra-Indicações Evidência de aumento da pressão intracraniana (exame neurológico pormenorizado, com fundo de olho – papiledema) para que a realização do procedimento não cause herniação de amigdalas cerebelares. Essa condição é rara em crianças pequenas em função da complacência craniana (suturas abertas). Infecções superficiais no local da punção. Obs. Em caso de dúvidas quanto a possibilidade de aumento da pressão intracraniana, indicar ultra-sonografia ou tomografia antes da realização do procedimento. 9 Punção Lombar Técnica Um ajudante deve estar apto em função da posição que deve ser adotada pelo paciente, além do manuseio dos tubos para coleta de material e auxílio na manometria. Posição de Realização Duas posições são descritas e possíveis: 10 Punção Lombar Decúbito Lateral anteflexão forçada da cabeça. contenção dos membros inferiores em flexão. flexão forçada pode ser dispensada em situações em que o quadro geral se deteriorará. essa posição favoreceria a abertura dos espaços, que na criança tem em média 6 mm. 11 Punção Lombar Sentada anteflexão da cabeça; geralmente acima de três anos. 12 Punção Lombar Técnica Localizar L3 – L4 com a partir de uma linha que parte da crista ilíaca e marcar o local, em linha média. 13 Punção Lombar Técnica Antisepsia no local Estabelecer como ponto de partida o ponto de punção. Avançar em movimentos circulares. Não retornar com a mesma gase em local previamente passado. Esse procedimento deve ser estabelecido após limpeza rigororsa das mãos. Colocar as luvas estéreis e remover o resíduo da solução iodada com álcool 70% e aguardar 30 segundos para secagem do local. 14 Punção Lombar Técnica Fazer um pequeno botão anestésico no local da punção, independente da iadade. Selecionar a agulha ideal para a punção. 15 Punção Lombar Técnica Após um a dois minutos, o operador, com o dedo polegar assinala o ponto em linha média e, com a outra mão, introduz a agulha de forma perpendicular ao plano do corpo, no espaço intervertebral, com uma leve inclinação no sentido cefálico mas sempre em linha média. 16 Punção Lombar Técnica Usar os indicadores unidos como ponto de apoio na pele, enquanto os polegares unidos junto a extremidade distal da agulha, empurra a mesma até que haja a perfuração da duramater e posteriormente o espaço subaracnoídeo. 17 Punção Lombar Técnica Remover o mandril freqüentemente para observação do fluxo pela agulha. Se não houver drenagem de liquor, repassar o mandril e continuar avançando em pequenas progressões (2 a 3 mm). Quando a duramater é vencida, apreciamos uma sensação abrupta de perda de resistência. Se a resistência é intensa analisar a possibilidade de punção do corpo vertebral. Retirar a agulha até uma posição média e reordenar a mesma, sempre em linha média. Estar atento na manutenção do bisel da agulha para cima. 18 Punção Lombar Técnica A agulha posta no espaço subaracnoídeo retirar o mandril e passar a recolher o liquor. Caso o fluxo não apareça devemos tentar uma rotação suave da agulha e/ou gerar uma aspiração com seringa. Se não houver resposta, empurrar ou puxar a agulha 1 a 2 mm, na tentativa de alcançar o espaço liquórico. 19 Punção Lombar Manometria A leitura da pressão deve ocorrer quando a oscilação do liquor estiver igual em ambas as direções. Em RN e lactentes pequenos, a manometria é difícil e raramente é realizada. Entretanto a pressão normal nessa faixa etária oscila entre 7,5 a 12,5 cm H2O. Em crianças normais que estão acordadas e relaxadas a pressão liquórica média é de 15 a 18 cm H2O; pressões entre 18 e 20 cm H2Osão questionáveis, enquanto as acima de 20 cm H2O são consideradas anormais. A pressão também pode ser analisada pelo fluxo gerado pela passagem por agulhas predeterminadas. Obs. Nos casos que existe a suspeita de hipertensão, onde o liquor flui com pressão, devemos acoplar uma seringa a agulha para que o jato seja frenado pelo êmbolo. 20 Punção Lombar Técnica Após a coleta de liquor e o procedimento estando terminado, o mandril é repassado na agulha e o conjunto é removido em um movimento único. Um pressão local deve ser aplicada por 3 a 5 minutos no sítio de punção para minimizar o risco de escape liquórico. A colocação de uma fita adesiva no local da punção é um procedimento habitual, porém de eficácia controversa. 21 Punção Lombar Complicações Cefaléia por diminuição abrupta do liquor e uma mais tardia por hipertensão liquórica. Infecção em situações não estéreis. Sangramento persistente em pacientes com distúrbio da coagulação. Lesão do plexo venoso e produção de hemorragia no liquor. Existe um grande prejuízo para análise bioquímica, com conseqüente problema na interpretação. 22 Punção Lombar Complicações A principal e a mais temida das complicações é a hérnia de amígdalas cerebelares. Essa gera a morte por compressão repentina dos centros bulbares cardiorrespiratórios. Diante de sinais de localização (tumores SNC ou outras situações) realizar fundo de olho e se a fontanela já estiver fechada uma tomografia antes da realização do procedimento. 23