P A R Á B O L A S É uma alegoria dentro da qual se disfarça uma idéia importante Tornava indelével, na memória dos rústicos que a ouviam, o substrato da doutrina que ensinava. Graças a elas, os discípulos puderam recompor mais tarde, de memória, a maior parte dos ensinamentos que Jesus transmitiu. Jesus procurava promover as transformações morais dos ouvintes, com suavidade e amor, dando esperança e alegria. Usava assuntos ligados à vida do povo comum e referia-se sempre ao passado, para obrigar os ouvintes, a estabelecer comparações com o presente em que viviam Para fins de estudo vamos dividir as parábolas em três grupos: Usos e Costumes Sociais Assuntos Domésticos e de Família Vida Rural Uso e Costumes Sociais Os Dez Talentos Lucas 19:12-20 Mateus 25:14-30 As Bodas Lucas 14:15-24 Mateus 22:01-14 Viúva Oprimida Lucas 18:02-08 O Bom Samaritano Lucas 10:30-37 O Rico Avarento Lucas 12:16-21 Fariseu e Publicano Lucas 18:09-14 Os Primeiros Lugares Lucas 14:07-14 O Rico e o Pobre Lucas 16:19-31 O s D e z T a l e n t o s Personagens: O Senhor (Deus) e três escravos (os Homens). Os Talentos são os bens, os recursos materiais e espirituais que são oferecidos aos homens para serem empregados em benefício próprio e do próximo. O Tempo concedido para a movimentação desses bens são as reencarnações. Os Servos possuem capacidades diferentes (aproveitam diferentemente sua jornada evolutiva) e devido a isto recebem os talentos de forma diferentes. Os dois primeiros (mais evoluídos) foram previdentes, diligentes e aplicaram os bens recebidos aumentado-os. O terceiro (mais atrasado) raciocinou mal, buscou desculpas para ser indolente e “enterrou o talento” (não aproveitou a oportunidade para progredir). O Senhor o advertiu que devia ter posto o talento nas mãos dos banqueiros (devia ter procurado os mais capacitados) e ganharia com isto. Nos ensina que “ao que tem, mais ainda lhe será dado e ao que não tem até o que tem lhe será tirado” (Aqueles que se movimentam, se esforçam, recebem o amparo divino, o auxilio e proteção). Aquele que nada fez, sofrerá nova encarnação para expiar, sendo estimulado pela dor e o sofrimento As Bodas Personagens: O Rei (Deus), o banquete (O Reino dos Céus), os Enviados (os Grandes Missionários e os Profetas, e Jesus), as iguarias (os ensinos espirituais) e os convidados (os Israelitas). Os convidados (Israelitas) infelizmente estavam preocupados com seus afazeres transitórios e ambiciosos e pela lei de causa e efeito o Rei mandou exterminar aqueles assassinos e incendiar sua cidade. Foram então convidados para o banquete todos os que foram encontrados, bons e maus (O Evangelho foi pregado para todos os povos). A Veste Nupcial é a roupa que devemos vestir para a boda (renovação interior), não basta pertencer a esta ou aquela igreja, nem trazer o nome de cristão, pois não é suficiente aceitar o convite para o divino banquete da fé universal. É preciso estar à altura do convite, é fundamental a “veste nupcial” (pureza do coração e a luz do espírito do Homem Novo). “Muitos são chamados, mas poucos os escolhidos” Os que não reformarem sua conduta, não se esforçarem por vencer os vícios e os defeitos, substituindo-os por virtudes, terão reencarnação dolorosas, onde passarão pela dor da expiação; é o que significa a sentença do Mestre quando asseverou que “muitos serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes”. Viúva Oprimida Personagens: O Juiz que era iníquo (maldoso, perverso, insensível aos direitos do próximo) e a Viúva que persistiu em sua súplica até ser atendida. Se até as pessoas iníquas atendem os que lhes pedem com insistência, nem que seja para se verem livres de importunação, como pode Deus, que é Pai, que é Bondade infinita, deixar de atender aos seus filhos que lhe rogam dia e noite? “Pedi e dar-se-voa-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á” Nas entrelinhas Jesus ensina que o homem não deve se portar como juiz iníquo, pensando apenas nos bens terrenos e em sua própria condição de vida, mas deve julgar segundo os mandamentos divinos e em todos os momentos de sua vida. “Com o juízo com que julgardes sereis julgados”. O Bom Samaritano Centro da questão é “Quem é meu próximo?”. O Sacerdote Saduceu e o Levita, que só falavam em justiça, passaram ao largo. O Samaritano (considerado herético) cumpridor de seus deveres, não se limitou a se condoer do necessitado e sim, achegou-se a ele e o socorreu da melhor forma possível, levando-o a um lugar de pouso, onde o assistiu e o recomendou ao hospedeiro prontificando-se a pagar os gastos. Caridade imparcial, despretensiosa, incondicional, em seu sentido mais amplo, e sem qualquer tipo de limitação. Valorização do trabalho do Samaritano X Falsa aparências do Sacerdote e do Levita Será que o trabalhador espírita se coloca à disposição para o trabalho do bem na hora efetiva do trabalho e da participação ou sempre acha uma forma para se furtar ao dever de ajudar o próximo alegando compromissos intransferíveis. “A Caridade é sofredora, é benigna, não é invejosa, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se irrita, não suspeita mal, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não folga com a justiça mas folga com a verdade. A caridade tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. O Rico Avarento Os bens transitórios do mundo não prevalecem para as vidas futuras. A Longevidade (a vida) e a felicidade independem dos bens materiais que se consegue amontoar. A riqueza deve ser bem usada e não abusada. O desapego aos bens terrenos auxilia a evolução e somente os bens espirituais são duráveis e prevalecem na vida eterna. A riqueza é o primeiro recurso para as execuções da sociedade humana e deve ser um elemento que facilita a riqueza moral, pela instrução e pela prática da caridade. A verdadeira propriedade está na inteligência, no conhecimento e qualidade morais. Não é preciso amealhar ou dividir riquezas, mas somar virtudes. Nova ética de valores: O conhecimento das verdades eternas e da fraternidade, como base de surgimento do homem mais espiritualizado do provir. Fariseu e Publicano Evidência de que as aparências enganam, o Fariseu que confiava em si mesmo, como se fosse justo, e desprezava o Publicano que não tinha cumprido os deveres tradicionais, segundo seu ponto de vista. O orgulho é sempre o primogênito do egoísmo. A humildade e o amor são o ponto de partida. Conhecer e lutar contra as próprias imperfeições é sinal de sabedoria. Na prece o homem deve apresentar-se transparente, manso e humilde diante do Criador, para que seus pensamentos e sentimento possam alcançá-lo. Quando enaltecidos indevidamente, ou quando o homem se vale deles para vangloriar-se já recebeu sua recompensa ou tributo à sua vaidade. “O Filho do Homem não veio ao mundo para ser servido, mas para servir”. Os Primeiros Lugares Quando se é convidado a uma festa cada um trata de se colocar em posição de destaque, procurando ficar entre os mais importantes; ninguém gosta de ficar ignorado, relegado a um plano secundário. A vaidade ou o amor próprio pode nos fazer supor que nossa presença seja agradável e honrosa para os outros, quando muitas vezes acontece justamente o contrário. O exaltamento de si próprio poderá trazer amargas humilhações porque, segundo a lei, “aqueles que se exaltam serão humilhados”; e se tivermos méritos verdadeiros, na vida espiritual, eles brilharão como chama viva, perante Deus. Jesus aconselha também que não convidemos para nossas reuniões familiares, somente pessoas ricas e importantes, para não suporem que visamos retribuições mas, sim, gente simples, modesta, das quais não se poderá esperar retribuição alguma. Jesus falava de hábitos e condições sociais, que a posse de bens e de fortuna estabelecem e, em todos os casos e circunstâncias, devemos proceder com modéstia e equanimidade, levando em consideração, mais que tudo, as condições morais das pessoas. O Rico e o Pobre Narra a situação de dois Espíritos, após a existência terrena, em que um escolheu a prova da riqueza e o outro, a da pobreza sofrida. O rico e o Pobre (Lázaro) simbolizam a Humanidade sempre em disputa. O rico passou a vida na fartura, insensível aos seus semelhantes, o efeito de suas más ações é sofrer no Plano Espiritual. O pobre sofreu no mundo e goza na Vida Espiritual o seu bom aprendizado de humildade através da oportunidade da vida difícil. Jesus só dá nome ao pobre, ao rico não: Aí se identificam todos os egoístas, os orgulhosos, os vaidosos, os que vivem na luxúria, os que esquecidos da fraternidade, do amor, da caridade, insensíveis à miséria e sofrimento do próximo, vivem na ostentação, no luxo, no comprazimento pessoal pelo comer, beber e vestir. Lázaro representa os excluídos da sociedade, mas não os pobres orgulhosos. O “Seio de Abraão” é o Mundo Espiritual. O “Hades” é a região infernal na Mitologia Grega. Aqui é mais um estado de espírito do que um local. Ensinamentos contidos na Parábola Lei de Causa e Efeito pela qual cada um colhe o que semeou. A posição futura de cada um é conseqüência de seus atos atuais; A tortura do rico é o profundo sentimento de culpa, o qual faz com que ele esteja num “inferno”; O Arrependimento forçado pelas circunstâncias, não elimina as conseqüências da má conduta; é necessário resgatar as faltas cometidas; Os bens materiais não devem ser utilizados egoisticamente, mas em benefício do próximo; não se é “dono” da riqueza, mas apenas usufrutuário; Entre as diferentes posições, na vida espiritual, existe um abismo; porém é um abismo moral, assegurado pela corrente vibratória que delimitam e separam as posições; Os Espíritos de posição inferior não podem passar para os planos mais elevados; Lázaro conquistou pelo esforço um estado de felicidade interior que o mau rico não podia ter, por sua vez, o rico possuía um estado de alma angustiado e abrasado de sofrimento causado pelo remorso, que Lázaro não podia sentir; A parábola confirma a comunicação dos “mortos” com os “vivos” o que não é uma invenção. Bibliografia: O Redentor - Cap. 34 - Edgard Armond - Ed. Aliança Parábolas Evangélicas à Luz do Espiritismo - Rodolfo Calligaris - FEB O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. 15, 16, 18, 27 e 28 - Allan Kardec - FEB Sabedoria das Parábolas - Huberto Rohden - Ed. Alvorada O Evangelho dos Humildes - Eliseu Rigonatti - Ed. Pensamento Curso de Aprendizes do Evangelho - 2o. Ano - FEESP Parábolas e Ensinos de Jesus - Caírbar Schutel - O Clarim As Maravilhosas Parábolas de Jesus - Paulo Alves Godoy FEESP O Sublime Peregrino - Cap. 22 - Ramatis / Hercílio Maes - Ed. Freitas Bastos O Evangelho à Luz do Cosmo - Pág. 131 - Ramatis / Hercílio Maes - Ed. Freitas Bastos