1 ADRIANA MARIA DE ALMEIDA RIBEIRO ABORDAGEM PRÉVIA PARA IMPLANTES AO PACIENTE COM PROBLEMAS DECORRENTES DO REIMPLANTE DENTAL CRESCIMENTO ESQUELÉTICO. TRÊS CORAÇÕES 2010 DURANTE A FASE DE 2 ADRIANA MARIA DE ALMEIDA RIBEIRO ABORDAGEM PRÉVIA PARA IMPLANTES AO PACIENTE COM PROBLEMAS DECORRENTES DO REIMPLANTE DENTAL DURANTE A FASE DE CRESCIMENTO ESQUELÉTICO. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Implantodontia do Centro de Aperfeiçoamento Profissional de Três Corações, como requisito para obtenção do título de Especialista Implantodontia. Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Joly. TRÊS CORAÇÕES 2010 em 3 Apresentação da Monografia em / / 2010 ao curso de Especialização em Implantodontia do Centro de Aperfeiçoamento Profissional de Três Corações. Coordenador: Prof. Danilo Lazzari Ciotti. Orientador: Prof. Dr. Julio Cesar Joly. 4 DEDICO ESTE TRABALHO Ao meu esposo, José Silvestre, que sempre incentivou meu crescimento profissional, e ao meu amado filho, Marcos. Aos meus pais, Maura e Reynaldo, que me educaram obstáculos. forte não temendo 5 AGRADECIMENTOS Ao professor Paulo Fernando, que me encantou e, assim, me motivou nos meus primeiros passos na implantodontia, e no exemplo de ser humano simples e um cirurgião excepcional. Ao professor Dr. Julio Cesar Joly, pela orientação a minha monografia. Ao professor Danilo, que atento me orientou em tantos momentos necessários. Ao professor Dr. Guilherme, que, paciente, me auxiliou, inúmeras vezes, em situações inéditas para mim. Ao professor Neander, pelo dinamismo que conduziu o curso. Aos meus colegas do Curso de Especialização, por dividirem comigo momentos inesquecíveis de nossas vidas. 6 Vale mais prevenir que remediar. Vale mais pão duro que figo maduro. Vem a ventura a quem procura. Vingar é lamber frio o que outro cozinhou quente demais. Vintém poupado, vintém ganho. Vão-se os anéis, fiquem os dedos. Vê quem pisas na subida, porque irás encontrá-los na descida. ¨ Provérbios e ditos populares.¨ 7 RESUMO A abordagem interdisciplinar é importante para um tratamento odontológico eficaz. O conhecimento do comportamento das estruturas periodontais é necessário para a avaliação da atividade biomecânica do movimento dentário, bem como o entendimento de suas limitações com bom prognóstico. Este relato clínico descreve a seqüência de intervenções ao paciente em crescimento esquelético com um dente condenado com histórico de avulsão dentária seguido de reimplante dental. O objetivo do tratamento foi estabelecer saúde, função e estética, preocupando-se com a reconstrução tecidual para a futura reabilitação implanto-suportada, sem necessidade de cirurgias ósseas e/ou de tecido mole prévias ao implante dentário. Palavras-chave: Abordagem interdisciplinar. Crescimento esquelético. Reimplante dental. Implante dentário 8 ABSTRACT The interdisciplinary approach is important for an effective dental treatment. The knowledge of the behavior of the periodontal structures is necessary to evaluate the biomechanical activity of tooth movement and the understanding of its limitations with a good prognosis. This clinical report describes the sequence of interventions on a patient in skeletal growth with a tooth with a history of convicted avulsion followed by dental dental reimplantation. The treatment goal was to establish health, function and aesthetics, worrying over the reconstruction of tissue for future implant-supported reabilitation without the need for bone surgery and / or soft tissue prior to implant dentistry. Keywords: Interdisciplinary approach. Skeletal growth. Dental reimplantation. Implant dentistry. 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES: Figura 1 - Análise fotográfica (2003) 23 Figura 2 - Análise fotográfica de perfil (2003) 23 Figura 3 - Análise radiográfica (2003) 24 Figura 4 - Análise radiográfica de perfil (2003) 24 Figura 5 - Observações radiográficas 25 Figura 6 - Semelhanças fotográficas entre dois pacientes distintos com histórico de reimplante dental 26 Figura 7 - Análise fotográfica (fevereiro/2007) 27 Figura 8 - Comparações fotográficas, entre o início do tratamento até o momento da decisão pela exodontia do elemento dental anquilosado, de acordo com o fechamento da mordida aberta anterior. 27 Figura 9 - Paciente avaliado após dois meses da exodontia 28 Figura 10 - Comparações radiográficas entre fevereiro a abril 2007 29 Figura 11 - Paciente após remoção aparelho fixo 29 Figura 12 - Radiografia dedo médio 30 Figura 13 - Avaliando integridade óssea: radiografia panorâmica 30 Figura 14 - Avaliação fotográfica (2008) 31 Figura 15 - Escala da Estética Cor de Rosa (Novembro/2008) 32 Tabela 1 - Variáveis da Estética Cor de Rosa 21 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO GERAL E REVISÃO DA LITERATURA 11 1.1 Avulsão dental e anquilose dental 11 1.2 Anquilose x exodontia 12 1.3 Periodontia x ortodontia 14 1.4 Maturação óssea : ortodontia x implantodontia 16 1.5 Ortodontia x periodontia x implantodontia 17 2 RELATO DO CASO CLÍNICO 22 2.1 Histórico do paciente 22 2.2 Prognóstico tratamento ortodôntico 22 2.3 Relatos do paciente 22 2.4 Avaliações Gerais 22 2.4.1 Classificação segundo maloclusão: 22 2.4.2 Planejamento estético, Check List 23 2.5 Tratamento ortodôntico 25 2.5.1 Resumo Tratamento ortodôntico do paciente 29 2.6 Paciente aos 16 anos (Novembro/2007) 29 2.7 Paciente aos 17 anos (Novembro/2008) 30 3 DISCUSSÃO 33 4 CONCLUSÃO 35 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36 11 1 INTRODUÇÃO GERAL E REVISÃO DA LITERATURA 1.1 Avulsão dental e anquilose dental A avulsão de um dente é uma fatalidade que sempre preocupou os profissionais da Odontologia. A avulsão é definida como a completa exarticulação do dente de seu alvéolo. A incidência relatada de avulsão dentária varia entre 1% a 11% de todas as lesões traumáticas para a dentição permanente. O incisivo central superior é o dente mais frequentemente avulsionado na dentição permanente, e o grupo etário mais acometido é entre 7 a 10 anos (Trope M.; 2002). A avulsão é mais frequente na maxila do que na mandíbula e os dentes mais afetados são os incisivos centrais superiores, sequidos dos incisivos laterais superiores, incisivos centrais inferiores e caninos superiores (Lenstrup & Skieler, 1959; Ravn, 1974 e 1975; Blomlof et al., 1983; Filippi et al., 1997). Quando um dente é avulsionado e reimplantado após traumatismo dentário, complicações como a substituição e reabsorção inflamatória podem ocorrer (Finucane D, Kinirons MJ., 2003). Em última análise, esta reabsorção pode resultar na perda do dente (Niikuni N, Seki N, Sato K, Nasu D ; 2007). A reabsorção de origem inflamatória pode ocorrer na parede do canal radicular (reabsorção interna), na superfície externa da raiz (reabsorção externa), na área cervical do dente (reabsorção cervical) e pode ser transitória ou progressiva. A anquilose dento-alveolar é uma condição de fusão anquilótica entre o osso e a superfície de cemento radicular ou entre o osso e uma lacuna de reabsorção rasa. O ligamento periodontal não esta presente entre essas estruturas em função da extensa injúria traumática. A reabsoção substitutiva é o processo onde a dentina radicular é substituída por osso. A anquilose dento-alveolar é uma forma tardia de reabsorção por substituição, na qual a camada de cemento diminui a rabsorção e substitui a dentina por osso. A anquilose dento-alveolar e a reabsorção por substituição ocorrem se, após a injúria, a membrana periodontal torna-se necrótica em uma área da raiz. Uma avulsão favorece a anquilose devido à desidratação e morte das células do ligamento periodontal. Um processo inflamatório remove os restos necróticos da superfície radicular e se a infecção não estiver presente para 12 sustentar a inflamação, o reparo será seguido por uma competição entre as células vitais remanescentes do ligamento periodontal e a invasão do espaço periodontal (Trope, 2002). Na anquilose por substituição, os tecidos dentais em contato com o osso são reabsorvidos e são substituídos por osso. O tratamento endodôntico não é eficaz para alterar a progressão da reabsorção substitutiva que, embora lenta, após anos ou décadas, reabsorve completamente a raiz (Hammarström et al, 1985; Cvek et al.,1990; Trope, Melo, 1998). O sucesso clínico do reimplante de dentes avulsionados varia entre 4% e 50%. Estes devem ser acompanhados clínica e radiograficamente por longos períodos (10 anos ou mais), pelo risco eminente à reabsorção radicular (Andreasen & Andreasen, 1991; Trope, Melo, 1998; Oliveira M.A. et al, 2002) . 1.2 Anquilose x exodontia A exodontia do elemento dentário envolvido está indicada quando há risco eminente no prognóstico vascular da região evoluindo para reabsorções radiculares de moderadas a severas. A decisão da exodontia também depende do grau de estagnação vertical do tecido ósseo que passa a não mais responder aos estímulos ortodônticos locais, promovendo a gênese de uma assimetria quando comparado com o aspecto contra lateral, ou seja, a região onde se localiza o dente anquilosado não responde, da mesma maneira aos estímulos ortodônticos. Sendo a anquilose dento-alveolar uma condição de fusão anquilótica entre o osso e a superfície de cemento radicular, durante a exodontia, pode ocorrer resposta indesejável à luxação forçada, pela própira ausência do ligamento periodontal, proporcionando perdas ósseas indesejáveis. A exodontia do dente anquilosado pré-indicada visa amenizar ou evitar a restauração e reconformatação da anatomia óssea previamente à instalação e estabilização primária satisfatória do futuro implante osseointegrado que, se não prevista numa abordagem prévia, só serão alcançadas através de várias intervenções cirúrgicas como: transplantes ósseos autógenos associados a 13 biomateriais e redimensionamento tecidual através de manipulações cirúrgicas plásticas que otimizem sua elasticidade (Manso, 2001). Segundo Funato (2007) diagnosticar o motivo da exodontia possibilita a correção de defeitos ósseos e teciduais locais possibilitando sua correção ou amenizando suas seqüelas. A anquilose dental influencia na extensão e na severidade dos defeitos de tecido mole e ósseo. De acordo com Chen (2004) a extensão da perda óssea pós exodontia é influenciada a fatores relacionados ao motivo da exodontia, mas sempre ocorre a reabsorção do processo alveolar com redução de altura e espessura óssea. Quando indicada a exodontia deve-se recorrer a exodontia atraumática, ou seja, visando a preservação máxima dos tecidos duros e/ou moles. A utilização de materiais de colágeno, no interior do alvéolo, favorece o controle do sangramento, auxilia na formação do tecido de granulação e serve de arcabouço físico, prevenindo o colabamento dos tecidos moles, minimizando os efeitos no processo natural de reparo do alvéolo. O preenchimento com matriz de colágeno normalmente é associado a colocação do pôntico (2 a 3 mm no interior do alvéolo) para auxiliar o suporte dos tecidos moles. Suturas de estabilização podem ser necessárias. As técnicas de exodontia atraumática devem ser direcionadas à diminuição do trauma local procurando amenizar perdas ósseas que possam comprometer a futura instalação de um implante osseointegrado. Alguns instrumentos como extratores, instrumentos rotatórios, limas endodônticas, periótomo e dispositivos mecânicos podem ser utilizados para amenizar o trauma tecidual e favorecer a preservação tecidual. Em dentes anquilosados, após a remoção do fragmento coronário, remanescentes radiculares podem permanecer em íntimo contato com o tecido ósseo. Nestes casos podemos optar pela utilização de fresas que desgastem tanto a estrutura óssea quanto os remanescentes radiculares (Joly & col, 2009). 14 1.3 Periodontia x ortodontia A anquilose dentoalveolar limita o tratamento ortodôntico por ser uma anomalia que envolve a fusão anatômica do osso alveolar com o cemento e/ou dentina. É graças ao periodonto (cemento, ligamento periodontal, osso alveolar) que se torna possível, através de técnicas ortodônticas, realizar a movimentação dentária. As forças ortodônticas aplicadas ao dente a ser mobilizado, provoca no periodonto zonas de pressão e zonas de tensão. As primeiras estão sempre presentes no lado para o qual o dente se desloca, e as de tensão, no lado oposto. Alterações na distribuição de força no periodonto após a aplicação das forças ortodônticas acionam remodelagem de processos que tornam possível o movimento do dente. O movimento dentário está ligada à força aplicada ao sistema de encaixe (Cattaneo PM et al, 2008). A importância do conhecimento da tendência de crescimento facial pode nos apontar situações fundamentais de conduta. Estudos confirmam que os pacientes dolicocefálicos apontam a prevalência de mordida aberta anterior, rotação para baixo e para trás do mento e a elevada altura ântero-posterior, fazendo com que os ativadores de crescimento mandibular estimulem estas características. Com relação ao diagnóstico, Sassouni estabelece uma classificação para os tipos faciais onde descreve tipos de anomalias ântero-posteriores e verticais. As ântero-posteriores seriam: Classe II esquelética e Classe III esquelética, e as verticais: mordida profunda esquelética e mordida aberta esquelética. A partir da telerradiografia lateral é realizado o traçado cefalométrico. Os planos horizontais se divergem e tendem a se encontrar em um ponto; o ângulo da base craniana e o ângulo goníaco são obtusos. A altura facial posterior (S-Go) tende a ter a metade do tamanho da anterior (SOr-Me) e a altura facial inferior excede à superior, sendo o ramo mandibular curto. Na mordida aberta esquelética a sínfise é longa verticalmente e estreita anteroposteriormente. Segundo Suzuki e Ayala (1999), um ângulo maior ou mais aberto, indica uma posição mais horizontal da base posterior do crânio (S-Ar), e o crescimento crâniofacial irá deslocando a fossa articular para cima e para trás, provocando a retroposição mandibular. Para os mesmos autores, o valor desse ângulo é 15 encontrado geralmente nas maloclusões de Classe II e mordida aberta esquelética. A face será retrognata mesmo com uma mandíbula de tamanho normal (Scanavini et al , 2001). A análise facial subjetiva permite o estudo da avaliação estética realizada rotineiramente pela sociedade e a determinação do padrão facial. Por meio dessa análise classificamos os indivíduos. Um dos objetivos desta análise é facilitar a comunicação entre o paciente e os profissionais envolvidos no tratamento. A organização do diagnóstico ortodôntico de acordo com os padrões faciais permite abordar o tratamento das más oclusões, considerando a localização da discrepância esquelética, quando presente, a etiologia da má oclusão, estabelecendo protocolos de tratamento específicos para cada padrão em cada faixa etária, com protocolos em curto prazo e perspectivas em longo prazo previsíveis, considerando a gravidade da discrepância. Os benefícios dessa nova visão da Ortodontia dependem do diagnóstico adequado do padrão facial. Considerando a limitação das medidas faciais em expressar forma ou normalidade, a classificação do padrão deve ser realizada pela avaliação morfológica da face nas visões frontal e lateral. Os indivíduos podem ser classificados como padrão I, II, III, face longa ou face curta (Capelozza, 2004). A mordida aberta é um fenômeno multifatorial. A etiologia desempenha um papel importante no diagnóstico. Hereditariedade, padrões de crescimento desfavoráveis, anquilose, controle do biofilme deficiente, má postura mandibular, são características da mordida aberta esquelética (Stojanović L, 2007). Dentre as alterações decorrentes da anquilose podem ser citadas: perda do comprimento do arco; inclinação dos dentes adjacentes; risco de cárie e doença periodontal nos dentes adjacentes pela dificuldade de higienização e impactação alimentar, redução da altura vertical dos dentes vizinhos e extrusão dos antagonistas (alterando o plano oclusal); mordida aberta e hábitos nocivos linguais; desvio de linha média para o lado da anquilose unilateral (Adans et al, 1981; Coutinho & Stulberg, 1995; Becker & Karneiem, 1992; Manso, 2001). 16 O paciente com biotipo facial fino e fenestrado apresenta osso delgado que interfere negativamente no prognóstico para a implantodontia . Segundo Saadoum (1998) é o correto posicionamento do implante que vai permitir a obtenção dos aspectos anatômicos naturais aos tecidos perimplantares. Três direções são consideradas para região anterior da maxila: ápico-coronária, mésio distal e vestíbulo- palatina. O posicionamento vertical do implante deve variar de acordo com o periodonto encontrado nos dentes adjacentes. No biotipo espesso não há grande diferença de altura entre o nível ósseo vestibular e intermediário e sua cobertura gengival. O implante deve ser colocado de 1,5 a 2 mm apical da crista óssea interproximal. Já no periodonto fino há uma maior discrepância entre os níveis das cristas vestibular e proximal, logo o implante deve ser colocado de 3 a 4 mm abaixo da crista óssea, dependendo de quanto festonado ele é, para que atinja o contorno ideal (Smukler et al.,2003). 1.4 Maturação óssea : ortodontia x implantodontia É Importante salientar o respeito que se deve dar a cada etapa de um tratamento odontológico e em que fase de maturidade esquelética o paciente se encontra. A idade óssea é uma maneira de descrever o grau de maturação do osso de um indivíduo. Certos estágios de ossificação na mão e no punho constituem os indicadores de maturidade somática mais comumente utilizados, em função da facilidade de sua determinação e eficiência do método. Radiograficamente é realizada a avaliação do índice de estimativa da maturação esquelética. Tanto o Índice de Maturação Carpal (IMC) quanto o Índice de Maturação Vertebral (IMV), são confiáveis para avaliar a maturação (Damian, 2006). Na ortodontia, estudos mostram que as respostas aos tratamentos ortopédicos e ortodônticos são mais satisfatórios quando o tratamento é realizado durante o surto de crescimento pubescente, ou seja, quando a terapia ocorre na fase da puberdade, com idade óssea entre os estágios 4 (início da ossificação do 17 sesamóide) e 7 (capeamento da falange média do dedo mínimo) de maturação esquelética, segundo o sistema de avaliação de maturidade esquelética de Fishmam (1982). Na implantodontia, o paciente deve se encontrar na fase de maturação esquelética completa, após a puberdade. A puberdade se refere àqueles eventos que levam ao amadurecimento biológico. As principais manifestações da puberdade são o surto de crescimento pubescente, o desenvolvimento das gônadas, o desenvolvimento das características sexuais secundárias, as alterações na composição corporal devido á distribuição de gordura, o desenvolvimento muscular e esquelético, e finalmente, o aumento da capacidade e resistência física, particularmente no sexo masculino. Presume-se que o crescimento físico cesse após esta fase, não considerando os processos relacionados ao crescimento em geral, que continuam durante a vida toda. Existem evidências de que o crescimento esqueletal seja contínuo e pode alterar-se na fase adulta. Behrents (1985) avaliou radiograficamente o crescimento facial de indivíduos na fase adulta, aos 18 anos, e após duas ou três décadas. Os resultados indicam que, particularmente no sexo masculino, algum crescimento acontece durante a idade adulta, embora a quantidade não seja clinicamente relevante. Nos estágios acima de 8 (fusão da falange próxima do dedo médio), o paciente encontra-se praticamente em final de crescimento. Atingindo o estágio 11 (fusão do rádio), considera-se praticamente o crescimento terminado, segundo análise do índice carpal. Esta constatação é de fundamental importância nos pacientes indicados para cirurgia ortognáticas e/ou implantodontias. (Ursi, 1999; Mercadante, 2001). 1.5 Ortodontia x periodontia x implantodontia O conhecimento do comportamento das estruturas periodontais é necessário para a avaliação da atividade biomecânica do movimento dentário, bem como preparar a região comprometida para a reconstrução tecidual para a futura 18 reabilitação implanto-suportada procurando amenizar ou evitar a restauração e reconformação da anatomia óssea previamente à instalação do implante osseointegrado poupando o paciente de transplantes ósseos para obter estabilidade primária satisfatória e também evitando manipulações cirúrgicas plásticas tecidual(Mellonig & Nevins, 1998) A abordagem prévia prescrita por Hürzeler (1996) são procedimentos cirúrgicos e/ou não cirúrgicos realizados ao redor do dente ou rebordo cicatrizado, antes da implantação do implante ósseo-integrado. Os procedimentos cirúrgicos diz respeito aos cuidados com os rebordo alveolar pós exodontia quando há a impossibilidade, por um motivo qualquer, da implantação imediata, devendo, então, aguardar algum tempo para que essa implantação seja concretizada. Os procedimentos não cirúrgicos pode se referir à movimentação ortodôntica promovendo benefícios clínicos importantíssimo, pois, podem reverter condições teciduais desfavoráveis. Quando se movimenta um elemento dentário ortodonticamente, em qualquer direção, desde que seja lento, todo o periodonto (de proteção e sustentação) acompanha essa movimentação (Janson, 2008). No que diz respeito à fase ortodôntica a realização de profilaxia periódica mantêm a higiene bucal adequada evitando a formação de biofilme e doenças periodontais. Evita-se desta maneira, a presença de problemas interrelacionados à ortodontia e à periodontia, assegurando melhores resultados de movimentação ortodôntica e preservação de nível ósseo, em consequência da eliminação da lesão inflamatória (Kessler, 95; Polson, 84). O objetivo da periodontia é a manutenção de função e estética, reconstrução tecidual para posterior substituição dos dentes. (Greenwell, 2001). Prever precocemente, ainda que numa fase ortodôntica, a futura instalação de um implante com restauração estética gengival que seja harmônica com os dentes adjacentes é um desafio formidável. 19 Para prever com maior precisão o resultado estético perimplantar, antes da implantação dentária, mesmo que esta implantação só aconteça após a maturação esquelética, 5 itens de diagnósticos devem ser discutidos: 1) Posição dentária, 2) Forma do periodonto, 3) Biotipo do periodonto, 4) Margem da gengiva, 5) Posição da crista óssea. A previsão de um bom prognóstico após encerramento do crescimento esquelético nunca deve ignorar a avaliação da análise estética subjetiva e objetiva, biotipo periodontal e tecidual, integridade óssea, posição da margem gengival e tecidual, espaço protéticos e dentes adjacentes que são fundamentais para a individualização do tratamento (Keys,1983). O planejamento estético também envolve análise facial, labial, linha do sorriso, altura e harmonia da margem gengival, biotipo periodontal e tecidual (Kois, 2004). A intervenção prévia a um futuro implante osseointegrado com movimentos ortodônticos não deve perder de foco o que se refere a preservação das papilas interdentais e o comportamento dos tecidos moles peri-implantares pois ambos são considerados um ponto crítico para o sucesso estético. A manutenção de um contorno harmônico dos tecidos peri-implantares influenciam, significativamente, o resultado estético final. Recentemente, alguns autores, preconizaram que as restaurações implantossuportadas harmônicas e estéticas devem imitar a aparência do dente natural (Belser U et al, 2004). Mesmo havendo inúmeros recursos protéticos para a restauração coronária nas reabilitações implantossuportadas o grande desafio estético encontra-se na zona de transição, entre a região cervical protética e os tecidos perimplantares. Neste contexto, o tecido peri-implantar é crítico para o sucesso estético das futuras restaurações protéticas instaladas no implante osseointegrado realizados pós maturação esquelética. 20 Para melhorar a previsibilidade tendo em foco o que se refere a papila interdental é interessante conhecer algumas classificações: Cardarapoli et al, 2004 sugeriram um sistema de classificação do nível da papila interproximal em dentes naturais, denominando de Índice de Presença de Papila (PPI). Segundo estes autores as avaliações estéticas relacionam a posição da papila, à junção amelocementária (CEJ) e dentes adjacentes. Este é um aspecto positivo desta classificação, pois possibilita uma visão mais ampla e comparativa da apreciação estética. Classificaram o Índice de presença de papila, PPI, em 1, 2, 3 e 4. Tem como objetivo mensurar a papila interdental correlacionando à recessão gengival. Sendo assim, no relato clínico a seguir, a papila mesial e a distal podem ser classificadas como PPI 1, uma vez que estão inteiramente presentes, e se estendem apicalmente ao ponto de contato. Fürhauser, et al propuseram uma classificação papilar denominada de Escala da Estética Cor de Rosa (PES). Os critérios de avaliação são compostos por sete variáveis do PES: papila mesial, papila distal, zênite, margem gengival, volume do processo alveolar, cor do tecido mole e sua textura. A classificação baseia-se na comparação da região investigada com o lado contralateral. Os itens avaliados foram pontuados em uma escala de 0 a 2, na qual a pontuação mínima varia de zero e a máxima de quatorze pontos. Os autores tiveram como objetivo obter uma apreciação estética de conjunto dos tecidos moles, mas esta sujeita à subjetividade dos avaliadores. O sistema apresenta uma excelente escolha para avaliar a evolução de um tratamento, visto que a simetria é um ponto crítico para a estética. No caso relatado, a seguir, considerando que a papila mesial e distal estão presentes e todos os outros itens podem ser quantificados com o escore 2, alcançando um resultado final de 14 pontos na Escala da Estética Rosa. 21 Variáveis da estética cor de rosa: Variáveis Papila mesial Papila distal Zênite 0 1 2 Ausente Incompleta Completa Ausente Incompleta Completa Nível x dente Discrepância Discrepância Nenhuma contralateral maior 2 mm 1-2 mm discrepância Artificial Artificial Natural Forma x dente contralateral Forma x dente contralateral Margem Margem gengival gengiva Após o término do crescimento a quantidade e qualidade óssea na região que receberá um implante osseointegrado deve contar com um maior número de paredes ósseas possíveis, uma grande profundidade óssea e com muitos ângulos melhorando assim a previsibilidade para instalação do futuro implante. A extensão, tipo e localização do defeito altera todo o prognóstico. O conhecimento da classificação dos defeitos ósseos ajuda nesta previsibilidade. Defeitos ósseos com perdas ósseas em espessura, classe I, têm prognóstico bom; perdas ósseas classificada como classe III, com perdas em altura combinada com perda em espessura têm prognóstico duvidoso, enquanto perdas ósseas em altura têm prognósticos hipotéticos,segundo Seibert. 22 2 RELATO DO CASO CLÍNICO 2.1 Histórico do paciente Paciente aos 13 anos (junho/2005). Queixa estética. Paciente com nível de exigência estético muito alto. Foi, então, prontamente esclarecido que a previsibilidade do resultado estético poderia ser restrito, por haver vários fatores que interferiam negativamente no prognóstico de altíssima exigência estética, mas seria muito mais negativo se nenhuma intervenção odontológica fosse executada. 2.2 Prognóstico tratamento ortodôntico Desfavorável pois após avaliação foi notado: Paciente com tendência de crescimento vertical; Mordida aberta anterior bilateral; Histórico do dente reimplantado após avulsão dentária; Incisivo central superior esquerdo com provável anquilose; Desnivelamento dentário; Incisivos laterais proporcionalmente menores: discrepância de Bolton. 2.3 Relatos do paciente Tratamento ortodôntico já procurado anteriormente pelo paciente (2003), mas adiado pelo profissional para não ¨comprometer¨ o dente reimplantado. Incisivo central superior esquerdo avulsionado. Dente reimplantado logo após acidente de bicicleta, paciente com 8 anos de idade na ocasião. 2.4 Avaliações Gerais 2.4.1 Classificação segundo maloclusão Avaliação do padrão dentário segundo Angle, avaliadas pelo exame clínico e pela análise de modelo, em Relação Cêntrica: Mordida aberta anterior Cl II relação canino C I relação molar 23 Análise fotográfica 2003 Perfil: Convexo 2.4.2 Planejamento estético, Check List Análise facial: face longa Análise labial e linha do sorriso: lábio médio e côncavo, e linha do sorriso média. Altura e harmonia da margem gengival: boa Biotipo periodontal e tecidual: osso delgado Observar desvio severo linha mediana superior para esquerda Análise fotográfica perfil - 2003 24 Análise radiográfica. 2003 Reabsorção radicular interna e externa: 21 Análise radiográfica de perfil. Lucas 2003 Relação maxila/mandíbula: Paciente com problemas verticais esqueléticos: Maxila retruída Mandíbula retruída Relação dentes x Maxila/mandíbula: Paciente com problemas de inclinações dentárias para vestibular: Superior: vestibularizado/protuído Inferior: vestibularizado/protuído Análise do padrão facial: Paciente com predominância de crescimento vertical e mordida aberta, face longa: Dolicocefálico 25 2.5 Tratamento ortodôntico 1. 2005: Paciente com 13 anos, motivado. Início de nivelamentos dentários, incluindo o dente avulsionado. 2. 2006: Bracket ortodôntico descolado do dente reimplantado, logo que constatada a gênese de uma assimetria quando comparada com o lado contra lateral, ou seja, a região onde se localizava o dente, já definido, assim, como anquilosado, não respondia da mesma maneira aos estímulos ortodônticos. A intenção era fechar a mordida aberta anterior ortodonticamente. 3. 2007: Observações radiográficas: Nota-se: Incisivo Central superior esquerdo em infraoclusão, dente não incluso na mecânica ortodôntica, incisivo Central Superior esquerdo com reabsorção radicular, obturação endodontica dos canais radiculares. Momento decisão pela exodontia ICSE : O paciente, e principalmente os pais, ficaram resistentes a extrair o dente que já foi submetido a muitos tratamentos odontológicos (endodontia, dentística, acompanhamentos radiográfico por anos), sem contar todos os transtornos sucedidos durante a reimplantação dentária após avulsão, com o objetivo de mantêlo na arcada dentária a todo custo. 26 Este paciente, em particular, tinha uma irmã (18 anos) que, neste mesmo momento, estava se preparando para enxertias ósseas, visando uma futura implantação, na região de um elemento dentário com o mesmo histórico de avulsão dentária com reimplantação. Este fato ajudou muito que o paciente, e a família deste, aceitassem a exodontia. Semelhanças fotográficas entre 2 pacientes distintos com histórico de reimplante dental O paciente ¨consciente¨ aceitou e concordou com a decisão pela exodontia, já que este ficou convencido que a conservação do elemento dentário condenado seria uma das causas de perda de rebordo alveolar e papilas interdentais; Assim sendo, aquele momento de decisão pela exodontia do elemento dentário anquilosado seria um momento precioso nesta fase de crescimento esquelético e tratamento ortodôntico que este se encontrava. O paciente estava muito bem esclarecido que a abordagem prévia seria fundamental, já que esta fase de crescimento seria um momento único para ele e, só assim, se poderia almejar aumentar a preservação de nível ósseo e tecidual para reduzir ou eliminar a necessidade de correção de futuros defeitos periimplantares como regeneração tecidual com enxertos de epitélio e conjuntivo e/ou regeneração óssea com enxertos ósseos. 27 Análise fotográfica - fev.2007 Observações: ICSE anquilosado; Bracket descolado do dente desde; Mordida aberta inferior acentuada em relação ao início do tratamento; Disnivelamento dentário em relação à fase oclusal dos demais; Região edemasiada confirmando inflamação local; Linha mediana desviada para esquerda; Reabsorção radicular confirmada radiograficamente. Comparações fotográficas, entre o início do tratamento até o momento da decisão pela exodontia do elemento dental anquilosado, de acordo com o fechamento da mordida aberta anterior. 28 Momento da exodontia: Alguns instrumentos como extratores, periótomo e dispositivos mecânicos foram utilizados para amenizar o trauma tecidual e favorecer a preservação tecidual. Exodontia realizada com grau de dificuldade acentuada no terço apical radicular. Como o dente estava anquilosado, após a remoção do fragmento coronário, remanescentes radiculares permaneceram em íntimo contato com o tecido ósseo. Nestes casos optamos pela utilização de fresas que desgastem tanto a estrutura óssea quanto os remanescentes radiculares. Foram utilizados esponjas de colágeno no interior do alvéolo para favorecer o controle do sangramento, auxiliar na formação do tecido de granulação e servir de arcabouço físico, prevenindo o colabamento dos tecidos moles, minimizando os efeitos no processo natural de reparo do alvéolo. Suturas de estabilização foram necessárias. Foi receitado ao paciente antibioticoterapia, via oral: amoxilina 2 gr, 1 hora antes do procedimento e 1 comprimido de 500gr de 8/8 horas durante 7 dias e uso de clorexidina 0,12% local, 2 vezes ao dia. Dente ICSE extraído (26/02/2007) e a coroa dentária, após acertos e polimentos necessário, foi incluído no arco ortodôntico para manutenção do espaço e condicionamento gengival; Retorno do paciente em abril/2007. Avaliação do paciente dois meses depois. 29 Comparações radiográficas entre fevereiro a abril 2007 Dente anquilosado na arcada 2 meses após exodontia 2.5.1 Resumo Tratamento ortodôntico Junho/2005: Colagem aparelho fixo (straight Wire): Nivelamento sup./inf.; Maio2006: Certifica-se um agravamento na mordida aberta anterior; Maio/2006: Descolagem bracket colado ICS; Fev/2007: Constatada pouca melhora, ou quase nenhuma, na mordida aberta anterior e desnivelamento do dente anquilosado; Fevereiro/2007: Extração atraumática ICS. Abril/2007: Nota-se acentuado fechamento na mordida aberta anterior; Outubro/2007: Remoção aparelho fixo superior, arco lingual superior Novembro/2007: Remoção aparelho fixo inferior. 2.6 Paciente aos 16 anos (Novembro/2007) Paciente após remoção aparelho fixo 30 Paciente aguardando final de crescimento ósseo para posterior implantodontia. Em 2007, paciente encontra-se ainda em estágio de crescimento ósseo estatural. Radiografia dedo médio mostra: Aparecimento nítido e completo do gancho,começa a haver a projeção das extremidades laterais das epífises,como que recobrindo as diáfises; significa que o paciente esta na curva ascendente de crescimento, no surto de crescimento. 2.7 Paciente aos 17 anos (Novembro/2008) Respeitar os objetivos da periodontia estabelecendo manutenção de saúde, função e estética proporcionando reconstrução tecidual para posterior substituição de dentes (Greewell,2001). 31 1. Avaliando integridade óssea: radiografia panorâmica do paciente após 1 ano da remoção do aparelho fixo. Nota-se formação óssea na região ICSE. 2. Avaliando posição margem gengival/tecidual: Tecido gengival condicionado, papilas definidas. 3. Avaliando estética subjetiva e objetiva: Percebe-se linha gengival cervical ICSE abaixo da linha cervical ICSD 4. Avaliando biotipo periodontal/tecidual:Biotipo periodontal: Fino/Festonado Rebordo cicatrizado 5. Avaliando espaço protético e dentes adjacentes (Keys) Avaliação fotográfica 2008 32 Escala da estética cor de rosa (PES) nov/2008 6 4 75 3 1 1-papila mesial 2-papila distal 2 3-zênite 4-margem gengiva 5-Volume do processo alveolar 6-cor do tecido mole 7-textura Fürhauser, et al, (2005) comparam a área investigada (ICSE) com a área contralateral. No caso deste paciente, considerando que a papila mesial e distal estão presentes e todos os outros itens, podem ser quantificados com o escore dois, alcançando um resultado final de quatorze pontos na Escala da Estética Rosa. Um excelente resultado para o requisito estética. Paciente aguardando a fase de maturação esquelética, final do crescimento esqueletal. Condicionamento gengival e preservação do espaço através da coroa provisória fixada em contenção palatina superior. Esta contenção deverá ser preservada e monitorada até o momento da reabilitação implanto-suportada. 33 3 DISCUSSÃO Normalmente o paciente, e principalmente os pais, ou responsáveis por estes, são muito resistentes a extrair o dente que já foi submetido a tantos tratamentos odontológicos (endodontia, contenção com fios ortodônticos, dentística, acompanhamentos radiográfico por anos, sem contar todos os transtornos, estresse e pânicos sucedidos durante a reimplantação dentária após avulsão) com o objetivo de mantê-lo na arcada dentária. A família torna-se emocionalmente, muito fragilizada com tal proposta. O profissional deve ter, no mínimo, o conhecimento básico das especialidades que englobam a odontologia para que o paciente ¨consciente¨ possa fazer sua opção. É básico saber que a conservação de um elemento dentário condenado é uma das causas de perda de rebordo alveolar e papilas interdentais, assim sendo, o momento de decisão pela exodontia atraumática do elemento dentário anquilosado é um momento precioso, nesta fase de crescimento esquelético e tratamento ortodôntico, que não deve ser negligenciado. Esta abordagem prévia é fundamental já que esta fase de crescimento é um momento único para o paciente e, só assim, se pode almejar aumentar a preservação de nível ósseo e tecidual para reduzir ou eliminar a necessidade de correção de futuros defeitos periimplantares como regeneração tecidual com enxertos de epitélio e conjuntivo e/ou regeneração óssea com enxertos ósseos. Fatores primordiais na terapia com implantes: Reeimplantar dentes avulsionados é discutível por provocar reabsorção óssea Preservação do dente avulsionado reimplantado com anquilose e/ou reabsorção dentária e óssea não está indicada quando há risco eminente no prognóstico vascular da região Dificuldade de manutenção da margem perimplantar e de regeneração de papila em um caso de periodonto fino e dentes triangulares. Segundo Smukler et al (2003) quando o periodonto é fino o protocolo de implante 34 imediato e provisionalização imediata deve ser substituído por um protocolo de multi estágios, no qual seja possível todas as etapas cirúrgicas para alcançar a estética. As técnicas que vem sendo utilizadas são: enxerto de conjuntivo, regeneração tecidual guiada, enxerto ósseo, regeneração óssea guiada, extrusão ortodôntica, técnica de reabertura e condicionamento de tecido mole com provisória. 35 4 CONCLUSÃO Durante o crescimento crânio-facial a abordagem prévia é um procedimento imprescindível no que diz respeito aos cuidados com o rebordo alveolar, promovendo, assim, benefícios clínicos importantíssimo, pois podem reverter condições teciduais desfavoráveis e complexa em condições teciduais e ósseas favoráveis e previsíveis. Esta abordagem prévia consiste em decidir sobre: A exodontia indicada deve ser executada no momento exato, Indicada a exodontia deve-se recorrer a exodontia atraumática, ou seja, visando a preservação máxima dos tecidos duros e/ou moles, Ter cuidados após exodontia indicada quando não há a possibilidade para a implantação imediata, Intervir com a movimentação ortodôntica, Provocar condicionamento gengival com provisória até o momento da implantação. Após o término do crescimento, a quantidade e qualidade óssea na região que receberá um implante osseointegrado deve contar com um maior número de paredes ósseas possíveis, uma grande profundidade óssea e com muitos ângulos melhorando, assim, a previsibilidade para instalação do futuro implante. A extensão, tipo e localização do defeito, altera todo o prognóstico. Os elementos que ditam a chamada estética rosa são, principalmente, o perfeito posicionamento tridimensional do implante, contorno de tecidos moles estáveis e estéticos e a manutenção ou regeneração das papilas. Estes objetivos só podem ser alcançados com um perfeito planejamento ortodôntico-cirúrgico-protético no qual o poder de decisão, bem como o seu momento, não pode ser negligenciado. 36 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Belser U. Buser D. Higginbottoom F. Consensus statements and recommended clinical procedures regarding esthetics in implant dentistry. Int J Oral Maxilofac Implants. 2004; 19 Suppl: 73-4. Capelozza Filho L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press Editora; 2004. Cardaropoli D, Re S, Corrente G. The pappila presence índex: a new system to assess interproximal papillary levels. Int J Periodontics Restorative Dent. 2004; Oct 24(5): 489-93. Cattaneo PM, Dalstra M, Melsen B. 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