Discurso da Reitora na Sessão Académica por ocasião do Dia da Universidade Católica Portuguesa 2015 30 de janeiro de 2015 1.Festejamos hoje, neste colorido enquadramento humano, a vida. E num duplo sentido: de um lado, a vida da Universidade Católica Portuguesa, já que este é o dia em que a universidade comemora a sua existência como instituição da Igreja e do sistema de ensino superior universitário português; de outro, a vida que nasce e se propaga através da actividade formativa que a Universidade Católica quotidianamente desenvolve, já que, nas belas palavras do Papa Francisco «educar … é dar vida». 2.Neste contexto, não será seguramente demais recordar que a primeira vez que se reclamou publicamente uma Universidade Católica em Portugal foi no 1º Congresso da Juventude Universitária Católica, realizado em Lisboa, em 1953. A história desta Universidade começa, pois, com a consciência crítica dos jovens perante o ambiente académico e cultural da época, uma consciência a que a voz dos membros do episcopado foi dando corpo, lembrando a liberdade de ensino em Portugal e a criação de uma Universidade Católica ao abrigo dessa liberdade. Com efeito, em 1961, o episcopado português elabora o estudo-base para a criação de uma Universidade Católica em Portugal, e, com a abertura do governo português à iniciativa, é benzida, em 29 de Junho de 1967, em Lisboa, a primeira pedra das instalações da que é hoje a Universidade Católica Portuguesa. Meses mais tarde, em Braga, a Santa Sé erige a Pontifícia Faculdade de Filosofia como primeira faculdade da universidade, com mandato para se estender a Lisboa. Estava fundada a Universidade Católica Portuguesa. 1 No ano seguinte, o curso de Teologia inicia a sua leccionação em Lisboa e, nesse mesmo ano, são inauguradas as instalações da sede da Universidade Católica no que é hoje conhecido por Campus da Palma de Cima, cujas instalações receberam o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian. O Estado português viria a reconhecê-la formalmente, por Decreto-Lei, em 1971. A vida da Universidade Católica brotou da vontade de quem acreditou ser possível transformar o sistema do ensino superior em Portugal num espaço de liberdade de ensinar e de exercício do direito de aprender. Brotou de quem consciencializou e trabalhou no sentido de «alargar horizontes» de compreensão da vida universitária portuguesa. Brotou de uma estreita e profícua aliança entre gerações, dentro da Igreja e fora dela. Brotou, em suma, de um acto de amor. A partir daí, a Universidade Católica Portuguesa foi paulatinamente alargando horizontes científicos, definindo estrategicamente as áreas académicas onde entendia que se devia posicionar e criar espaço de intervenção formativa. Tendo começado pela área da Teologia, evoluiu de imediato para a das Ciências Humanas e Sociais, seguindo para as Artes e Ciências da Comunicação e para as Ciências e Tecnologias da Vida e da Saúde. Umas são hoje áreas espraiadas, dando origem, por sua vez, a áreas científicas robustas e reconhecidas, nacional e internacionalmente, como é o caso da economia, da gestão, do direito, dos estudos de cultura, da ciência política; outras têm espaços menos estendidos, como acontece na área das Artes e Ciências da Comunicação ou na das Ciências e Tecnologias da Vida e da Saúde. Em qualquer caso, áreas académicas com sólido reconhecimento do público em geral, e dos pares, também nos planos, nacional e internacional, de que são exemplo a comunicação social, a biotecnologia, a enfermagem, a psicologia, a medicina dentária. Quatro grandes áreas científicas – Teologia, Ciências Humanas e Sociais, Artes e Ciências da Comunicação, Ciências e Tecnologias da Vida e da Saúde – a demandarem aquele contínuo «a fazer» que caracteriza a vida de uma Universidade, ademais uma instituição com identidade como a Católica, com responsabilidades particulares, de proximidade às pessoas. Uma Universidade que, por isso mesmo, tem, na Faculdade de Teologia, a unidade que lhe dá lastro e pensamento fundante, porque é uma universidade cuja identidade é Católica, se orgulha de ter no nome: Católica! Se reconhece internamente como: Católica! Se projecta na sociedade como marca Católica, a «Marca que marca» no âmbito das universidades e instituições de ensino superior em Portugal, como, pelo terceiro ano consecutivo, se concluiu num 2 estudo promovido pelo Diário Económico, na categoria de notoriedade espontânea. Uma Universidade que, para ser o que é e quer continuar a ser, tem de ser muito mais do que uma universidade! Em suma, a Universidade Católica nasceu, cresceu, amadureceu; de promessa volveu-se em certeza, uma certeza que diariamente se banha na humildade da interrogação e da busca da Verdade. Procurando saber o que não sabe, procurando iluminação para essa fronteira entre o conhecimento e a ignorância, tendo presente que um dos maiores problemas com que a actualidade se confronta é, precisamente, o de não saber o que não se sabe. Não admira, por isso, que, só por si, afirmar «não sei» é, quantas vezes, a resposta decisiva para as questões científicas, a resposta desafiante que abre portas, que permite partir na descoberta de novos horizontes, imaginar o que ainda não aconteceu. Mas a uma Universidade Católica não lhe basta um olhar distanciado sobre a realidade, como se ela própria se pudesse colocar fora das dificuldades e das angústias, das esperanças e das alegrias da história que corre. Seguindo o desígnio do Papa Francisco, a Universidade Católica quer estar «lá onde estão os desafios», quer colocar-se sempre mais expressamente ao serviço das pessoas e da sociedade, porque só desse modo sente que pode cumprir a sua missão. Investigar e inovar para bem formar, investigar e inovar para bem servir. Os horizontes alargam-se não em direcção ao abstracto, mas ao encontro do concreto. O Papa Francisco acentua que se não pode só educar na zona da segurança, mas tão pouco se pode só educar na zona do risco. É necessário andar, passo a passo, balançando o passo seguro com o arriscado, até que o risco deste passo esteja controlado e entre na zona da segurança para permitir um novo passo arriscado. Ah, como eu entendo o Santo Padre quando fala desta forma de andar, feita de passinhos curtos, nesta forma de andar em que o equilíbrio surge e se desenvolve através dos desequilíbrios que permanentemente se têm de controlar ao andar. Mas andar. Devagar mas andar. Andar sempre, sem medos. Mas ainda: para uma universidade católica, andar não significa somente formar, significa também formar-se; não significa apenas educar, mas também educar-se. Formar os mais jovens para serem protagonistas no espaço em que se inserem, com fidelidade aos princípios e valores. Mas formar-se igualmente, para melhor servir. Formar e formar-se para em contínuo participar na 3 transformação do mundo, cultivando e, simultaneamente, protegendo. Ciente de que «educar é um acto de amor». 3.Sediada em Lisboa, mas procurando a proximidade às pessoas para levar mais longe a formação universitária católica, a Católica ampliou-se pelo território português; está instalada em Braga, no Porto (1978) e em Viseu (1980). É uma universidade nacional. Presente na amizade com as identidades culturais espalhadas pelo mundo com as quais Portugal conviveu ao longo de séculos, também através da Igreja Católica, a Universidade Católica Portuguesa apoiou a criação da Universidade Católica de Angola, bem como a Universidade Católica de Moçambique, e tem inúmeros protocolos com as universidades católicas brasileiras, de que são exemplo a Universidade Católica do Rio de Janeiro e a Universidade Católica de Pernambuco. Além disso, contribuiu decisivamente para a criação do Instituto Interuniversitário de Macau, actual Universidade de S. José, à qual está umbilicalmente ligada. E é seu firme propósito estreitar ainda mais alianças estratégicas com as mais reputadas universidades católicas do mundo. Membro da International Federation of Catholic Universities (FIUC) e da Fédération des Universités Catholiques Européennes (FUCE), a Universidade Católica Portuguesa é também membro da European University Foundation (EUA) e da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP). E, sendo uma universidade em permanente procura da excelência, a Universidade Católica é hoje amplamente reconhecida no mundo universitário bem como no mundo empresarial, tendo criado parcerias com prestigiadas universidades dos cinco continentes e com inúmeras outras entidades de relevo, nomeadamente empresariais – tem perto de 500 protocolos em concretização –, participando na rede global de ensino superior de qualidade. Enraizada localmente, a Católica assume, deste modo, a vontade de alargar horizontes espaciais e ser cada vez mais uma universidade aberta ao mundo global, na formação, nas parcerias institucionais, no acolhimento de estudantes internacionais, na mobilidade de docentes e discentes, nos projectos científicos. Para a melhor concretização deste objectivo, tem estado presente em feiras internacionais, na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil, este ano também na China e em Angola, e, enquanto membro do CRUP – Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas –, está em conexão com 4 a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, ampliando a sua visibilidade no exterior por intermédio desta instituição do Estado português, vocacionada também para o apoio às universidades no mundo global. Recentemente, a Universidade Católica assinou, em Vigo, um Protocolo de Cooperação Cultural, Científico e Pedagógico entre as universidades da Galiza e do Norte de Portugal e, no Porto, o Protocolo de criação da Plataforma de Cooperação Noroeste Global, uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian que junta os municípios e as universidades do norte de Portugal e a COTEC, com o objectivo de tornar a macro-região do Noroeste uma marca global. Por outro lado, celebrou com a FLAD – a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento – um protocolo, junto com outras universidades do CRUP, que põe em marcha o Study in Portugal Network, direccionado a promover a presença de estudantes norte-americanos nas nossas universidades, e assinou com a Câmara Municipal de Lisboa um Protocolo integrado na Programa «Study in Lisbon», com o objectivo de atrair e melhor qualificar a estada de investigadores e estudantes internacionais na capital. Actualmente, cerca de 10% dos estudantes da Católica são internacionais de mais de 80 nacionalidades e, na sede, a FCEE ou Católica Lisbon School of Business and Economics, para além de oferecer a licenciatura em economia e a licenciatura em gestão integralmente ministradas em língua inglesa, tem a decorrer mestrados em que 50% dos alunos são internacionais. Por sua vez, a oferta, na sede, de um liberal arts curriculum aos alunos internacionais, aberto também a alunos nacionais, é prova do empenho que a Universidade Católica coloca na internacionalização e no acolhimento destes alunos, procurando contribuir para um seu maior conhecimento da cultura portuguesa no período de estudo em Portugal. Ao que julgamos, é a única universidade portuguesa com esta oferta formativa, uma oferta formativa que também permite internacionalizar, no espaço nacional, o ambiente académico dos estudantes portugueses da Católica. 4. Com vista a alargar os horizontes do conhecimento, através da investigação, a Escola de Biotecnologia candidatou-se a um financiamento do QREN de equipamento de laboratório, importante para o relançamento da investigação de topo que desenvolve e para a renovação do equipamento a usar na licenciatura e ganhou esse financiamento, que cobre 90% do seu custo; por 5 sua vez, a Católica candidatou-se ao Roteiro Nacional de Infra-estruturas de I&D da Fundação para a Ciência e Tecnologia com duas propostas e ambas foram aceites: uma foi apresentada pelo Centro de Criatividade Digital da Escola das Artes, a outra pelo Instituto de Ciências da Saúde, em associação com a Universidade de Coimbra, na área da imagiologia. Ganhou também um financiamento europeu para a investigação na área das Ciências Biomédicas, em associação com o Instituto Politécnico de Viseu, que cobrirá 85% do custo do investimento. E, também na investigação, o CUBE-Catolica Lisbon Research Unit of Business and Economics foi considerado, na última avaliação da FCT, o melhor centro de investigação da área das ciências sociais, com a classificação excelente. Além disso, e precisamente nesta área da investigação e da inovação, a Universidade Católica tem vindo a ampliar a sua ligação com o mundo empresarial, criando, entre outras iniciativas, um Gabinete de Apoio à Captação de Financiamento para a Investigação e a Inovação em Saúde, designado Creating Health – Research and Innovation Funding, em cujo lançamento público esteve presente o Primeiro-Ministro e que recebeu o Alto-Patrocínio do Presidente da República. Na altura foram assinados protocolos de prestação de serviço entre a Universidade Católica e 4 ministérios: Ministério dos Negócios Estrangeiros, Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ciência e Ministério da Economia. E muito espera desta pequena mas promissora estrutura de prestação de serviços à comunidade. No que respeita aos rankings internacionais, tendo presente o que significam, em razão dos índices de atractividade que proporcionam, os LLM’s da Global School of Law foram distinguidos pelo Finantial Times, pelo 5º ano consecutivo, que os integrou entre os 10 mais pioneiros da Europa e a formação de executivos da Católica Lisbon School of Business and Economics é a única portuguesa a figurar no ranking do Finantial Times, onde está entre as vinte melhores da Europa e as cinquenta melhores do mundo. Além disso, enquanto escola de negócios, a Católica Lisbon School of Business and Economics reforçou a sua posição no TOP 25 Europeu, grupo em que é a única escola portuguesa a figurar. Já no ranking dos mestrados, a Católica tem 8 mestrados entre os trinta melhores do mundo, tendo, na categoria de gestão das artes e da cultura, o mestrado em Estudos de Cultura da Faculdade de Ciências Humanas entrado directamente para o terceiro lugar. 6 Por sua vez, no âmbito da responsabilidade social, a Católica integra, por intermédio da Faculdade de Ciências Humanas, com mais sete universidades (nomeadamente, Lisboa, Nova, ISCTE, ISEG, Aveiro, Évora e Europeia), o projecto UNI-Network, da iniciativa da GRACE, cujo objectivo reside em intervir socialmente nas áreas da formação, empregabilidade e voluntariado, a aluna da Escola de Lisboa da Faculdade de Direito, Margarida Ferraz de Oliveira, recebeu o Prémio Jovens Inspiradores 2014 por ter fundado a Pro Bono, um projecto de voluntariado jurídico de apoio a populações desfavorecidas e um seu docente do mestrado integrado de arquitectura, Professor António Carvalho, recebeu o Prémio André Jordan com a tese de doutoramento sobre «Habitação para idosos em Lisboa: de colectiva a assistida. O caso de Alvalade». Num outro plano, dirigido à formação da comunidade docente, Monsenhor Vincenzo Zani, Secretário da Congregação da Santa Sé para a Educação Católica, proferiu na Católica uma importante e estimulante conferência, na qual nos encorajou a renovar a paixão por educar, sublinhando que «educar não é uma profissão, mas uma atitude, um modo de ser», e incentivando os docentes «a acompanhar as palavras com o testemunho, com a coerência de vida». 5.Apresentado embora com o entusiasmo e a alegria com que desde a primeira hora exerço o cargo, o caminho traçado, e aqui brevemente ilustrado no que ao último ano respeita, não tem sido fácil de trilhar. As adversidades múltiplas, nacionais e internacionais, desde logo demográficas mas também económico-financeiras, sentidas por todos em Portugal, e muito especialmente pelas famílias, em razão da acentuação da dificuldade da escolha da Universidade Católica para a formação universitária dos seus filhos, já que os diminutos apoios do Estado entravam a referida liberdade de escolher, aliadas às múltiplas incertezas dos tempos que correm, têm determinado, no imediato, custosas decisões de contenção, que a Universidade Católica não deixa, porém, de agregar a decisões estratégicas, porque não pode nem muito menos quer ficar refém do imediato. Acresce que, apesar de todos confluírem na ideia, particularmente no âmbito das universidades católicas, de que é necessário conciliar uma maior qualidade da formação universitária com o respeito pela equidade, a verdade é que, no plano dos factos, qualidade e equidade revelam-se realidades tendencialmente conflituantes no dia-a-dia da instituição. 7 Na verdade, a procura de maior qualidade educativa tende a forçar a autonomia das unidades de ensino e a sublinhar a respectiva diferença. Porém, uma acentuação da autonomia e da diferença põe em risco a concretização da equidade, valor fundamental a proteger no quadro de uma qualquer instituição universitária, em especial se esta for católica. Não surpreende que aqui resida outro dos desafios com que a Universidade Católica se confronta, porventura não menor do que o anteriormente enunciado. Fiel à sua missão, a Universidade Católica pôs em marcha a fusão e a reestruturação de unidades de ensino e de investigação e tomou medidas de racionalização financeira, de acordo com princípios de contenção. Tudo com as portas abertas ao futuro, rasgando janelas de esperança, apelando ao espírito de coesão e ao sentido da solidariedade, rumo à conciliação de uma maior qualidade com uma maior equidade. No Porto, as infra-estruturas estão a ser requalificadas e os projectos de ensino e de investigação rejuvenescidos. Em Viseu, intentam-se soluções de reforço da convivência académica e de animação dos espaços onde a Católica está instalada. Em Braga está a conferir-se ainda maior consistência aos programas que marcam a diferença da Católica na região e, na sede, há estimulantes projectos em curso com vista à sua expansão e consolidação. O apoio do Senhor Magno Chanceler tem sido decisivo no calcorrear deste caminho, como fundamental tem sido a resposta pronta, competente e abnegada da pequena equipa reitoral ao impossível que, quantas vezes, lhe peço. Não nos tolhem, pois, as adversidades externas nem, internamente, o árduo trabalho de conciliação da qualidade com a equidade. Temos ambição. Queremos alargar horizontes. Definimos uma estratégia e, para a cumprir, seguimos o lema sintetizado de forma impressiva por Fernando Pessoa: «Trabalhar com nobreza, esperar com sinceridade, sentir as pessoas com ternura». 6. O Dia da Universidade Católica Portuguesa 2015 tem um ponto que muito nos toca e enche de alegria: a imposição de insígnia de doutor honoris causa ao Cardeal Gianfranco Ravasi. Personalidade incontornável da cultura dos nossos tempos, o Cardeal Ravasi brindou-nos no final da tarde de ontem com uma memorável conferência sobre «Parábolas Mediáticas e Parábolas Evangélicas – comunicar a fé em tempos de internet». Bem-haja pela sua presença e pelo que para nós representa de estímulo para gizar novos projectos e amanhãs, neste 2015, no qual se celebram duas importantes datas para a educação católica: os 50 8 anos da Declaração Gravissimum educationis, emanada do Concílio Vaticano II, e os 25 anos da Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae, promulgada pelo Papa João Paulo II sobre a identidade e a missão das Universidades Católicas. A laudatio competirá ao Vice-Reitor Professor Tolentino de Mendonça, teólogo, poeta, homem notável, de cultura e sensibilidade apuradas, nas ciências e nas artes. Irão também receber os seus diplomas 44 novos doutores dos 86 que, ao longo do ano, obtiveram o grau. Para eles e respectivas famílias vão as minhas saudações afectuosas, os meus votos de felicidade e agradecimentos, pessoais e institucionais, por confiarem na Universidade Católica. Agradecimento extensivo a todos os estudantes e respectivas famílias que anualmente nos escolhem, em nós confiam, e são a nossa razão de vida. É por vós que docentes e investigadores respondem afirmativa e convictamente ao desafio educativo, produzindo e transmitindo ciência, com paixão renovada, docentes e investigadores a quem também manifesto um sentido agradecimento. A Católica sabe que pode contar convosco. Os funcionários da Católica que perfizeram vinte e cinco anos de trabalho vão receber um certificado, mostra do muito que contribuíram para que ela seja o que é, e prova singela do reconhecimento pelo que a Universidade lhes é devedora. Amplio este reconhecimento aos demais funcionários e colaboradores, sem os quais a construção do projecto universitário católico não seria possível. A todos, bem hajam! À Igreja, ao Estado, aos antigos alunos, docentes e funcionários da Universidade Católica, aos amigos e benfeitores, à sociedade em geral aqui representados, um obrigado pela vossa presença e pelo testemunho de confiança que para nós significa. 7. Retomo as palavras com que iniciei o discurso. Festejamos hoje a vida da Universidade Católica e a vida que da sua acção diariamente emana. Cientes do repto do Papa Francisco aos universitários, não queremos olhar a realidade debruçados da varanda; queremos estar «lá onde estão os desafios». A aventura do conhecimento não é outra coisa senão uma paixão pela vida, que pede para ser cuidada e protegida, mas também iluminada por novos horizontes de sentido. Os horizontes alargam-se na audácia de olhar a realidade nos olhos, de aprender a amá-la e de insuflar nela esperança, ciência, inovação, ambição, competência e futuro. 9 Rejuvenescido o encontro de vontades e gerações que presidiu ao nascer da Universidade Católica, e certos do vosso apoio, vamos conseguir! Com a força das palavras, Santo Agostinho não pára de nos lembrar: «Enquanto houver vontade de lutar haverá esperança de vencer». Vamos «alargar horizontes»! Profª Doutora Maria da Glória Garcia (Reitora) 10