Diocese de Jundiaí Paróquia São Francisco de Assis Jundiaí, outubro de 2014 Liturgia do Vaticano II “Um novo Pentecostes” As Contribuições da Liturgia para a Igreja A Liturgia contribui em sumo grau para que os fiéis exprimam na vida e manifestem aos outros o mistério de Cristo e a autêntica natureza da verdadeira Igreja. O Concílio recorda os princípios e determina as normas práticas para a reforma da Liturgia. O desafio vem de longe... Passados 50 anos da promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia, a Igreja ainda busca meios para que os fiéis possam viver na intereiza do ser o mistério de Cristo. A vivência deste mistério se dá por diversas formas: 1. 2. 3. Celebração dos sacramentos (Eucaristia); Celebração da Palavra; Recitação do ODC ou LH; Hoje o maior desafio é criar nos fiéis a consciência de que Liturgia não é um cumprimento de normas e regras, mas sim, a totalidade do mistério que a comunidade vai celebrar. Sacrosanctum Concilium: Por que? Nasce esta constituição, tão somente para devolver ao povo aquilo que é um direito da comunidade. Cuidadosamente preparado pela comissão litúrgica pré-conciliar, o projeto deste documento foi apresentado ao concílio para que a Liturgia recupera-se a límpida e rica fonte de inspiração para todos aqueles e aquelas que sentem a importância de aprofundar sempre mais a dimensão mística e melhorar continuamente o desempenho celebrativo na comunidade cristã. Um concílio: para que? 1. para alimentar sempre melhor a vida cristã entre aqueles que fielmente participam da vida da Igreja; 2. para ajustar melhor as necessidades do nosso tempo, tudo o que pode e precisa mudar; 3. Para incentivar tudo o que possa contribuir para união de todos os cristãos; 4. Para promover tudo o que possa chamar todas as pessoas ao seio da Igreja. Por esses motivos, os padres conciliares consideram como dever primeiro cuidar de modo especial da Liturgia, que é cume e fonte da vida cristã. Reformá-la para dar-lhe um novo impulso. Que importância tem a Liturgia para a vida da Igreja? Pela Liturgia, e sobretudo pelo divino sacrifício da Eucaristia, a comunidade vivencia celebrando o que Deus fez pela humanidade, isto é, “a obra da redenção”. A Liturgia contribui para que a comunidade não só concretize o Mistério de Cristo em suas vidas, como também os manifestem aos demais. É aí que brilha a face da verdadeira Igreja: humana e divina. É a Liturgia que nos dá forças, para que possamos anunciar Jesus Cristo. O que levar em conta, ao reformar e promover a Liturgia? Jesus veio a esse mundo fazer oque? Leitura atenta do Evangelho Lc 10, 25-37 O que vem a ser a Liturgia? A Liturgia, é por excelência servir, em outras palavras, é o exercício do sacerdócio de Jesus, o servo do Pai, através dos sinais sensíveis; e, de acordo com a especificidade de cada sinal realiza-se a santificação da humanidade e o corpo místico de Cristo, cabeça e membros, presta o culto público integral a Deus. Liturgia: cume e fonte de tudo que a Igreja é e faz! A Liturgia é o cume para onde converge toda a ação da Igreja e a fonte de onde brota toda a sua força. Diante desta afirmação, nos questionamos: QUAL É A IMPORTÂNCIA DA EUCARISTIA? Podemos afirmar que a Eucaristia tem importância maior, pois este sacramento é a renovação da Aliança do Senhor com a humanidade. Neste sentindo, mais do que as outras celebrações, a Eucaristia como uma fonte, faz brotar para nós a graça. A Liturgia, “para ser boa”, supõe o que? E deve levar a que? O cultivo da vida espiritual não se limita a participação na sagrada liturgia. Por esse motivo, o cristão chamado para a oração comunitária, precisa: 1. 2. 3. Entrar no seu quarto e orar ao Pai em segredo (Mt 6,6). Orar continuamente; Ter o espírito de serviço; Liturgia e as Devoções Populares Devemos ter sempre o cuidado para não corrermos o risco de acharmos que tudo é Liturgia. As devoções do povo cristão, contando que estejam de acordo com as normas da Igreja, são encarecidamente recomendadas, sobretudo quando são propostas pela sé apostólica. É importante que se levem em conta os tempos litúrgicos, de tal maneira que essas devoções estejam em sintonia com a Sagrada Liturgia. Sejam de alguma forma, seu prolongamento e para ela encaminhem o povo, já que a Liturgia é, por sua natureza, a referência principal da nossa oração. A Reforma da Liturgia Como responder aos desafios dos tempos modernos, sem perder a ligação com o passado? 1. É preciso, ao mesmo tempo, manter a sã Tradição, mas abrir também caminho para um legítimo progresso; 2. Para isto, é necessário, antes de tudo, empreender cuidadosa pesquisa teológica, histórica, e pastoral acerca de cada uma das partes da Liturgia a ser reformada; 3. Não se façam inovações (perceber a beleza do rito); 4. Cuide-se, na medida do possível, que não haja diferenças muito grandes nos ritos entre as Igrejas de regiões vizinhas. A Participação Ativa dos Fiéis na Liturgia Cristo é por excelência o protagonista do Pai. Por isso a Liturgia é OPUS TRINITATIS: ao Pai, por Cristo, no Espírito. Para promover a participação dos fiéis, nada melhor que incentivar: 1. As aclamações do povo; 2. As respostas; 3. As salmodias; 4. As antífonas ou refrãos; 5. os cantos; 6. As ações, os gestos, a postura; 7. Os momentos do Sagrado Silêncio. Na Liturgia não haja acepção de pessoas Sendo a Liturgia, momento privilegiado do encontro da comunidade com a Trindade de maneira alguma seja feito distinção entre as pessoas. É preciso um cuidado imenso para não fazer qualquer tipo de discriminação, nem se conceder nenhum tipo de privilégio, nas celebrações. O papel da Palavra de Deus na Liturgia 1. 2. 3. Para que apareça em intima ligação com os ritos: restaura-se o antigo costume de se proclamar com maior abundância, variedade e propriedade, a leitura da Sagrada Escritura; As rubricas indiquem, para cada tipo de celebração, o lugar mais apropriado da pregação, como parte da ação litúrgica; O ministério da pregação na Liturgia seja cumprido com muita fidelidade e exatidão, bebendo antes de tudo nas fontes das Escrituras e da Liturgia, como proclamação das maravilhas de Deus na História da Salvação, ou no mistério de Cristo, sempre presente em nós e agindo sobretudo nas celebrações litúrgicas. O que é preciso para uma boa homilia? Comunica DEUS à assembleia Comunica a ASSEMBLÉIA a Deus É um “sábio da vida” Não é perfeito; tem consciência de ser pecador, por isso apresenta “o” Caminho; Não é animador de auditório É como um pai de família É como uma mãe de família É pastor que conhece as ovelhas É guia espiritual É um profeta-sentinela do Reino Seu modelo é a Mãe do Senhor UM ESQUEMA DE HOMILIA (CNBB) SITUANDO-NOS BREVEMENTE RECORDANDO A PALAVRA ATUALIZANDO A PALAVRA LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA Estrutura da Celebração Eucarística Não combina com o jeito de ser da Igreja impor a todos os povos uma forma única e rígida de celebrar. Porém é preciso seguir a estrutura de cada rito a ser celebrado. Para entendermos o porque do seguir cada rito analisemos os gestos de Jesus: Leitura atenta do Evangelho Lc 24, 13-35 Os Quatro gestos fundamentais de Jesus A participação dos fiéis na Liturgia Tomou o Pão → Preparação das Oferendas Deus Graças → A Oração Eucarística Partiu → A Fração do Pão Deu → A Comunhão Questões para os Grupos 1. Que importância tem a Liturgia para a vida de nossa comunidade paroquial de São Francisco de Assis? 2. Como tem sido a participação dos fiéis em nossas celebrações? 3. Temos cuidado da saúde espiritual de nossas celebrações? "...Se, pelo contrário, nos deixamos guiar pelo Espírito, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca dão origem ao conflito, porque Ele nos impele a viver a variedade na comunhão da Igreja. O caminhar juntos na Igreja, guiados pelos Pastores – que para isso têm um carisma e ministério especial – é sinal da ação do Espírito Santo; uma característica fundamental para cada cristão, cada comunidade, cada movimento é a eclesialidade. É a Igreja que me traz Cristo e me leva a Cristo; os caminhos paralelos são muito perigosos! Quando alguém se aventura ultrapassando ('proagon') a doutrina e a Comunidade eclesial – diz o apóstolo João na sua Segunda Carta - e deixa de permanecer nelas, não está unido ao Deus de Jesus Cristo (cf. 2 Jo v. 9). Por isso perguntemo-nos: Estou aberto à harmonia do Espírito Santo, superando todo o exclusivismo? Deixo-me guiar por Ele, vivendo na Igreja e com a Igreja?".Papa Francisco, Homilia da Solenidade de Pentecostes. Roma, 19.05.2013 Fim Pe. Márcio Felipe de Souza Alves Diocese de Jundiaí [email protected]