Sumário Content Editorial Editorial 0DLVXPGHVD¿R Ana Paula Santos 1 Em nome da SOPTERJ Cláudia Henrique da Costa 2 Pelo Editor João G. Pantoja 3 Artigo de Revisão Review Article Vasculites Pulmonares para o pneumologista: Uma “cartilha” introdutória João G. Pantoja 4 &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV Rodrigo C Gaudio, Manuella L. G. Ochtrop, Ana Beatriz S. Bacchiega 9 $YDOLDomRUDGLROyJLFDGDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV Güis Saint-Martin Astacio 15 Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial Alessandra F. Nascimento 22 Abordagem terapêutica das Vasculites Pulmonares Larissa Aniceto, Ana Beatriz S. Bacchiega, Manuella L. G. Ochtrop 27 6LWXDo}HVHVSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV Luiz Paulo Loivos 32 ,QVWUXo}HVSDUDDXWRUHV Instructions for authors 37 ISSN 1415-4315 A Pulmão RJ WHPSRUPLVVmRID]HUSURVSHFomRSURPRYHUHGLYXOJDUWUDEDOKRVFLHQWt¿FRVHHGXFDWLYRVSDUD médicos, pesquisadores, professores, estudantes e demais partes interessadas, visando contribuir para a pesquisa e o desenvolvimento das melhores práticas médicas relacionadas ao tórax, com ênfase na pneumologia, no Brasil e no Mundo, por meio da distribuição trimestral de uma revista criativa e inovadora que UH~QHDRSLQLmRHDH[SHULrQFLDGRVPDLVFRPSHWHQWHVSUR¿VVLRQDLVHHQWLGDGHVFRUUHODWDV DIRETORIA DA SOPTERJ – BIÊNIO 2014/2015 Presidente: Domenico Capone Vice-Presidente: Gilmar Alves Zonzin Vice-Pres. Capital e Baixada Fluminense: Maria das Graças Basilio Rios Vice-Pres. Niterói e Região dos Lagos: Cyro Teixeira da Silva Vice-Pres. Região Serrana: André da Costa Furtado Vice-Pres. Região Norte: Luiz Guilherme Ferreira Vice-Pres. Região Sul: Selma de Oliveira Varela Secretário Geral: Thiago Thomaz Mafort Secretário Adjunto: Raphael Zenatti Monteiro da Silva 6HFUHWiULRGH$VVXQWRV&LHQWt¿FRV Eduardo Pamplona Bethlem 6HFUHWiULRGH'LYXOJDomR Jorge Eduardo Pio Tesoureiro: Valmir Sangalli Lucas Presidente do Conselho Deliberativo: Luiz Paulo Loivos Conselho Fiscal: Arnaldo José Noronha Filho Margareth Gomes Pio Helio Ribeiro Siqueira SOPTERJ Rua da Lapa, 120 – Grupos 301/302 Centro Rio de Janeiro RJ 20021-180 Fax: (21) 3852-3677 (PDLOVRSWHUM#UMQHWFRPEU 6LWHZZZVRSWHUMFRPEU Departamentos: Broncoscopia: Denis Muniz Ferraz Cirurgia Torácica: Gustavo Modesto Leal 'HIHVD3UR¿VVLRQDO Sonia Regina da Silva Carvalho (GLomR5HYLVWD3XOPmR5-Ana Paula Santos Pneumologia Pediátrica: Monica Firmida &RPLVV}HV Asma: Carlos Leonardo Pessoa Câncer de Pulmão: Marcos Eduardo Machado Paschoal 'RHQoDV,QWHUVWLFLDLV Claudia Henrique da Costa 'RHQoDVGD3OHXUDJoeber Bernardo Soares de Souza 'RHQoDV2FXSDFLRQDLV Luiz Carlos Correa Alves DPOC: Alexandre Pinto Cardoso (GXFDomR0pGLFD&RQWLQXDGDPaulo Cesar Oliveira Fisiopatologia: Agnaldo José Lopes Imagem: Ana Celia Baptista Koifmann ,QIHFomR Miguel Abdon Aidé Patologia Respiratória do Sono: Anamelia Costa Faria 5HVLGHQFLD0pGLFD Eucir Rabelo Tabagismo: Alexandre Milagres Tuberculose: Jorge Luiz da Rocha Terapia Intensiva: Gustavo Freitas Nobre Hipertensão Pulmonar: Silvana Romano 'LDJUDPDomRHDUWH Caíque Nunes FDLTXHQXQHV#JPDLOFRP 3XEOLFDomRR¿FLDOGD6RFLHGDGHGH3QHXPRORJLDH7LVLRORJLDGRHVWDGRGR5LRGH-DQHLUR7RGRVRVGLUHLWRVUHVHUYDGRV,QGH[DGDDREDQFR GHGDGRVGR/,/$&6%,5(0(Contato: SXOPDRUMVHFUHWDULD#JPDLOFRP&LUFXODomR7ULPHVWUDO'LVWULEXLomR assinantes e, gratuitaPHQWHDRVVyFLRVGD6237(5-jVVRFLHGDGHVUHJLRQDLVGHSQHXPRORJLDDELEOLRWHFDVGHIDFXOGDGHVHKRVSLWDLVXQLYHUVLWiULRVGR%UDVLO Capa: )LJXUDUHIHUHQWHDRDUWLJR EXPEDIENTE Editora Chefe Ana Paula Santos MD, MSc – Médica do HUPE/UERJ -RVp'LUFHX5LEHLUR - MD, PhD Universidade Estadual de Campinas - SP -RVp0DQRHO-DQVHQ - MD, PhD Universidade do Estado do Rio de Janeiro - RJ -RVp5REHUWR-DUGLP - MD, PhD Universidade Federal de São Paulo - SP -RVp5REHUWR/DSDH6LOYD - MD, PhD Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ Editores Adjuntos Julio Abreu Oliveira - MD, PhD Universidade Federal de Juiz de Fora - MG Leila John Marques Steidle - MD, PhD Denise Duprat Neves - MD, PhD, Unirio Bernardo Henrique Ferraz Maranhão - MD, MSc, Unirio Cyro Teixeira da Silva Junior - MD, PhD, UFF Jorge Luiz da Rocha - MD, HESM Luis Paulo Loivos - MD, MS, UFRJ Marcus Barreto Conde - MD, PhD, UFRJ Pierre d’Almeida Telles Filho - MD, HERJ Rafael de Castro Martins - MD, PUC/RIO Universidade Federal de Santa Catarina - SC Lúcia Helena Messias Sales - MD, PhD Universidade Federal do Pará - PA Marcelo Chalhoub Coelho Lima - MD, PhD Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - BA Margareth Pretti Dalcolmo - MD, PhD &HQWURGH5HIHUrQFLD3URI+pOLR)UDJD0LQLVWpULRGD6D~GH5- Martyn Partridge - MD, FRCP Imperial College London and NHLI Division - UK Mauro Musa Zamboni - MD, MS Instituto Nacional do Câncer - RJ 0LJXHO$ELGRQ$LGp - MD, PhD Universidade Federal Fluminense - RJ Conselho Editorial Miguel Aiub Hijjar- MD &HQWURGH5HIHUrQFLD3URI+pOLR)UDJD0LQLVWpULRGD6D~GH5- Nelson Rosário Filho - MD, PhD Adalberto Sperb Rubin - MD, PhD Universidade Federal do Rio Grande do Sul - RS Alexandre Pinto Cardoso - MD, PhD Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ Antonio Monteiro da Silva Chibante - MD, PhD Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - RJ $QWRQLR5XI¿QR1HWR - MD, PhD Universidade São Paulo e Faculdade de Medicina de Riberão Preto - SP Antonio Segorbe Luis - MD Presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia - PT Ashley Woodcock - MD University of Manchester and South Manchester University Hospital - UK Carlos Alberto de Barros Franco - MD Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - RJ Clemax Sant’Anna - MD, PhD Instituto de Puericultura e Pediatria Martagâo Gesteira da Universidade Federal do Rio de Janeiro – RJ Clóvis Botelho - MD, PhD Universidade Federal do Mato Grosso - MT Domenico Capone - MD, PhD Universidade do Estado do Rio de Janeiro - RJ Edson Marchiori - MD, PhD 8QLY)HGHUDOGR5LRGH-DQHLURH8QLY)HGHUDO)OXPLQHQVH5- Eduardo Pamplona Betlhem - MD, PhD Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - RJ Elizabeth Giestal de Araujo - MD, PhD Universidade Federal Fluminense - RJ (PtOLR3L]]LFKLQL- MD, PhD Universidade Federal de Santa Catarina e Global Initiative for Asthma - SC Giovanni Antonio Marsico - MD, PhD Hospital Geral do Andaraí (MS) e Instituto de Doenças do Tórax (UFRJ) Helio Ribeiro de Siqueira - MD, MS Universidade do Estado do Rio de Janeiro - RJ Hermano Albuquerque de Castro - MD, PhD Escola Nacional de Saúde Pública da FIOCRUZ - RJ Hisbello da Silva Campos - MD, PhD &HQWURGH5HIHUrQFLD3URI+pOLR)UDJD0LQLVWpULRGD6D~GH5- Hugo Goulart de Oliveira - MD, PhD Universidade Federal do Rio Grande do Sul - RS Universidade Federal do Paraná - PR Paulo Augusto Camargos - MD, PhD Universidade Federal de Minas Gerais - MG Peter John Barnes - MD, PhD National Heart and Lung Institute and at Imperial College - UK Renato Sotto-Maior - MD Hospital de Santa Maria - PT Robert J. Meyer - MD, FACP, FCCP United States Food and Drug Administration - USA Ricardo Marques Dias - MD, PhD Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - RJ Rodolfo Acatauassú Nunes - MD, PhD Universidade do Estado do Rio de Janeiro 5RJpULR5X¿QR - MD, PhD 8QLYGR(VWDGRGR5LRGH-DQHLURH1DWLRQDO+HDUWDQG/XQJ,QVWLWXWH8. Rui Haddad - MD, PhD Universidade Federal do Rio de Janeiro - RJ Saulo Maia Davila Melo - MD Universidade Federal de Sergipe - SE Sergio Menna Barreto - MD, PhD Universidade Federal do Rio Grande do Sul - RS Sidney Stuart Braman - MD Brown Medical School, Rhode Island Hospital, US Stephen Townley Holgate - MD, FRCPath Southampton General Hospital - UK Suzanne Hurd - PhD Global Initiative for Asthma (GINA) and for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) - USA Thais Mauad - MD, PhD Universidade de São Paulo - SP Vera Luiza Capellozzi - MD, PhD Universidade de São Paulo - SP Santos AP. Editorial Editorial 0DLVXPGHVD¿R Ana Paula Santos 2VHJXQGRQ~PHURGHGD3XOPmR5-WUD]FRPRWHPDXPDHQWLGDGHQRVROyJLFDGHVD¿DGRUDDV 9DVFXOLWHV 3XOPRQDUHV 6HUHP FODVVL¿FDGDV FRPR GRHQoDV UDUDV PXOWLVVLVWrPLFDV GH GLDJQyVWLFR PXLWDV YH]HVFRQIXVRHWDUGLRDVVRFLDGRVDXPDWHUDSrXWLFDDJUHVVLYDWRUQDPRDVVXQWRGHH[WUHPDLPSRUWkQFLD Nesta revista, conseguimos reunir especialistas essenciais na condução multidisciplinar desta doenoD3QHXPRORJLVWDVUHXPDWRORJLVWDVUDGLRORJLVWDVHSDWRORJLVWDVLUmR³FRVWXUDU´LQIRUPDo}HVHGDGRVTXH SHUPLWLUmRXPDWURFDGHSRVLo}HVDVYDVFXOLWHVQRVGHVD¿DPRXQyVGHVD¿DPRVDVYDVFXOLWHV" Bom aprendizado! Sempre agradecida, Ana Paula Santos Editora-Chefe – Pulmão RJ 1 Pulmão RJ 2014;23(2):1-1 Costa CH. Em nome da SOPTERJ Em nome da SOPTERJ Cláudia Henrique Costa Caros sócios, As vasculites pulmonares englobam doenças com características clínicas variadas, mas que apreVHQWDPHPFRPXPDSUHVHQoDGHLQÀDPDomRQRVYDVRVSXOPRQDUHV$VXVSHLWDGLDJQyVWLFDHRSRVWHULRU reconhecimento de cada entidade são fundamentais para se alcançar o tratamento adequado para cada SDFLHQWH(VWHQ~PHURGD3XOPmR5-HQJOREDDUWLJRVGHUHYLVmRDWXDOL]DGRVTXHVHPG~YLGDLUmRFRQWULEXLU SDUDDUHQRYDomRGRVFRQKHFLPHQWRVQDiUHDGHVWDVGRHQoDVUDUDVSRUpPLPSODFiYHLV/RJRQRSULPHLUR DUWLJRRVDXWRUHVDSUHVHQWDPRWHPDGHIRUPDGLGiWLFDSDUDRSQHXPRORJLVWD3RVWHULRUPHQWHROHLWRUSRGH DGTXLULURXDWXDOL]DUVHXVFRQKHFLPHQWRVFRPUHODomRjFODVVL¿FDomRjVPDQLIHVWDo}HVFOtQLFDVDRVDVSHFWRVUDGLRJUi¿FRVHPRUIROyJLFRV2WUDWDPHQWRpDERUGDGRHPXP~QLFRDUWLJRIDFLOLWDQGRRHQWHQGLPHQWR GDVVHPHOKDQoDVHQWUHDVYDVFXOLWHVDSUHVHQWDGDV)LQDOPHQWHHVWHYROXPHpIHFKDGRFRPDDSUHVHQWDomR GHDOJXPDVVLWXDo}HVHVSHFLDLV7UDWDVHGHXPWUDEDOKRIHLWRSRUHVSHFLDOLVWDVFRPH[SHULrQFLDQDiUHDTXH YDOHDSHQDVHUFRQIHULGR Boa leitura! Cláudia Henrique Costa Chefe da Comissão de Doenças Intersticiais - SOPTERJ Pulmão RJ 2014;23(2):2-2 2 Pantoja JG. Pelo Editor Pelo Editor João G. Pantoja Vasculites são doenças sistêmicas incomuns a raras, mas que frequentemente acometem o sistema respiratório, tanto pela sua diversidade antigênica, quanto pela exuberância de vasos sanguíneos necesViULRV SDUD FRQFOXLU VXD DWLYLGDGH SULQFLSDO DV WURFDV JDVRVDV 3HOD VXD LQIUHTXrQFLD GL¿FLOPHQWH VmR prontamente reconhecidas e isto impacta negativamente nossa capacidade de minimizar a resultante morELPRUWDOLGDGH5HFRQKHFLPHQWRGHFHQiULRVFOtQLFRVHVSHFt¿FRVRXVRGHPRGHUQRVPpWRGRVGLDJQyVWLFRV LQFOXLQGRLPDJHPODERUDWyULRHSDWRORJLDHUHFHQWHVDYDQoRVWHUDSrXWLFRVHVWmRPRGL¿FDQGRIDYRUDYHOPHQWHRKRUL]RQWHQHVWHVSURFHVVRVSDWROyJLFRV$UHYLVWD3XOPmR5-VHSURS{VDGLVFXWLUHVWDVLPSRUWDQWHV GRHQoDV FRP LQWXLWR GH DXPHQWDU D VXD YLVLELOLGDGH H LGHQWL¿FDomR SHOR SQHXPRORJLVWD SUDWLFDQWH H LQIRUPDUGHIRUPDREMHWLYDRVDYDQoRVHGLOHPDVQDiUHD7LYHDKRQUDGHUHFHEHURFRQYLWHGD(GLWRULDGD UHYLVWDSDUDIRUPDUXPWLPHPXOWLGLVFLSOLQDUGHSUR¿VVLRQDLVWDULPEDGRVGD0HGLFLQD&DULRFDHDLQFXPErQFLDGHGLUHFLRQiORVQDH[HFXomRGHVWHQ~PHUR7RGRVQyVDSUHQGHPRVDLQGDPDLVFRPDFRQIHFomRGHVWH H[HPSODUHHVSHUDPRVFRQWULEXLUWDPEpPSDUDRVHXDSUHQGL]DGRQHVWHVWySLFRV ³/HDUQIURP\HVWHUGD\OLYHIRUWRGD\KRSHIRUWRPRUURZ 7KHLPSRUWDQWWKLQJLVQRWWRVWRSTXHVWLRQLQJ´ Albert Einstein,German-born Swiss-American physicist João G. Pantoja Coordenador de Pneumologia Rede D’ Or – São Luiz 3 Pulmão RJ 2014;23(2):3-3 Pantoja JG. 9DVFXOLWHV3XOPRQDUHVSDUDR3QHXPRORJLVWD8PD³&DUWLOKD´,QWURGXWyULD Artigo Vasculites Pulmonares para o Pneumologista: Uma “Cartilha” Introdutória João G. Pantoja1, FCCP Resumo Vasculites pulmonares são doenças raras, mas com grande possibilidade de produzir morbimortalidade nos indivíduos acometidos, não somente pela sua potencial gravidade multisistêmica, mas também por seu diagnóstico JHUDOPHQWHWDUGLR$LGHQWL¿FDomRGHSDGU}HVGHGRHQoDTXHUHPHWHPDHVWHVGLDJQyVWLFRVHDXWLOL]DomRGHQRYRV meios de investigação - incluindo ANCA (anticorpo antineutrofílico citoplasmático), reconhecendo suas vantagens e OLPLWDo}HVVmRLPSRUWDQWHVVHTXLVHUPRVXWLOL]DURPRGHUQRDUVHQDOWHUDSrXWLFRGDIRUPDDGHTXDGDHFRPVXFHVVR$WHQomRjVUHVXOWDQWHVFOtQLFDVpIXQGDPHQWDOQRDFRPSDQKDPHQWRGHORQJRFXUVRGHVWHVSDFLHQWHV 3DODYUDV&KDYH9DVFXOLWH3XOPRQDU$1&$DQWLFRUSRDQWLQHXWUy¿ORFLWRSODVPiWLFR$WLYLGDGHGH'RHQoD 9DVFXOtWLFD Summary Pulmonary vasculitis are rare illnesses, although possessing substantial morbi-mortality in affected indiviGXDOVQRWRQO\GXHWRLWVPXOWLV\VWHPLFQDWXUHEXWDOVREHFDXVHRIFRPPRQO\GHOD\HGGLDJQRVLV'LVHDVHSDWWHUQ recognition that remind us of that group of diseases, and the use of modern investigation methods – including ANCA (anti-neutrophil cytoplasmic antibodies), with the knowledge of its pros and cons, are key features if the state of WKHDUWWKHUDSHXWLFPRGDOLWLHVDUHWREHSURSHUO\XVHGZLWKVXFFHVV$WWHQWLRQWRFOLQLFDORXWFRPHVLVIXQGDPHQWDO LQWKHORQJUDQJHPDQDJHPHQWRIWKHVHSDWLHQWV Key Words: Pulmonary vasculitis; ANCA (antineutrophil antibody); Disease (vasculitis) Activity &RRUGHQDGRUGH3QHXPRORJLD5HGH'¶2U±6mR/XL]±5LRGH-DQHLUR Diretor Médico Corporativo – Rede D’ Or – São Luiz (QGHUHoRSDUDFRUUHVSRQGrQFLD5XD)LJXHLUHGRGH0DJDOKmHV&RSDFDEDQD5LRGH-DQHLUR5-&(3 Email:MRDRSDQWRMD#UHGHGRUFRPEU Pulmão RJ 2014;23(2):4-8 4 Pantoja JG. 9DVFXOLWHV3XOPRQDUHVSDUDR3QHXPRORJLVWD8PD³&DUWLOKD´,QWURGXWyULD 'H¿QLo}HV O termo vasculite pulmonar designa literalmente um grupo heterogêneo de entidades clínico-patológicas FDUDFWHUL]DGDVSRULQÀDPDomRDFRPSDQKDGDSRUYDULDGD destruição da parede vascular e eventual perda da integridade do vaso e sangramento, ou necrose tissular is- VH ,PSRUWDQWH IULVDU TXH DV HVWDWtVWLFDV VRIUHP também de imprecisão pela transformação da nomenclatura que este grupo de doenças vem sofrendo ao correr GRWHPSR Tabela 1. (VWDWtVWLFDV 1RUWH$PHULFDQDV H[HPSOL¿FDQGR D LQFLGrQFLD FRPSDUDWLYDHQWUHYDVFXOLWHVHDVFRQGLo}HVSXOPRQDUHVPDLVLPSRUWDQWHVQRVHXGLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDO TXrPLFD2DFRPHWLPHQWRGRWUDWRUHVSLUDWyULRpVRPHQWH uma manifestação de uma doença sistêmica causada por qualquer um de uma variedade de distúrbios imunológiFRV Apesar de algumas doenças vasculíticas poderem ,VWRDOLDGRjVVXDVPDQLIHVWDo}HVYDULDGDVHUDUD- se apresentar de forma clássica e, portanto, facilmente PHQWHHVSHFt¿FDVIUHTXHQWHPHQWHFDXVDUHWDUGRVGLDJ- distinguíveis das demais, frequentemente existem qua- nósticos, que podem permitir uma maior oportunidade de dros comuns superponíveis entre as diversas nosologias, UHVXOWDQWHVDGYHUVDV TXHSRGHPGL¿FXOWDUVXDGLIHUHQFLDomReIUHTXHQWHTXH a apresentação inicial, com proeminência constitucional &HQiULRV&OtQLFRV IHEUH PDO HVWDU SROLDUWUDOJLDV SROLPLDOJLDV HWF FRQduza a avaliação na direção de infecção oculta ou mes- Em função da baixa incidência, é bastante líci- mo neoplasia, somente sendo considerado o diagnóstico to que um indivíduo se apresentando com febre, tosse, de doença de autoimunidade, incluindo vasculites, com TXHGDGRHVWDGRJHUDOHLQ¿OWUDGRSXOPRQDUUDGLROyJLFR VXEVWDQFLDO UHWDUGR e GLWR TXH FHUFD GH GRV SD- receba um curso de tratamento antibiótico empírico, pre- cientes com doenças de autoimunidade não podem ser sumindo-se síndrome infecciosa, estando o médico alerta FODVVL¿FDGRVQXPGLDJQyVWLFRHVSHFt¿FRQRVSULPHLURV VHRFXUVRGDUHVSRVWDWHUDSrXWLFDQmRIRURHVSHUDGR2 meses de acompanhamento médico (2), não se sabendo estágio da doença torácica (extensão do acometimento SUHFLVDUHVWDTXDQWL¿FDomRQRJUXSRGDVYDVFXOLWHV torácico, incluindo envolvimento multilobar, pleural, ou FRPHYLGrQFLDGHQHFURVHWLVVXODUFRPFDYLWDo}HVHHYL- Neste momento é importante separar as vasculi- GrQFLDVGHDQRUPDOLGDGHVH[WUDWRUiFLFDVOHV}HVFXWkQH- tes primárias das secundárias, já que o manuseio clínico DVRXGHYLDVDpUHDVVXSHULRUHVDUWULWHVKHPDW~ULDHWF p HVVHQFLDOPHQWH OLJDGR DR IHQyWLSR FOtQLFR GRPLQDQWH farão com que o pneumologista perspicaz considere diag- $V SULPiULDV VmR DTXHOHV JUXSRV VLQGU{PLFRV KHWHURJr- QyVWLFRVDOWHUQDWLYRVLQFOXLQGRDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV neos, de causa ainda desconhecida, que tem uma espé- Como a apresentação destas doenças incomumente se- cie de resposta comum ao tratamento imunossupressor JXH D ³YLD FOiVVLFD´ HYLGHQFLDQGR RV VLQDLV H VLQWRPDV (como por exemplo, as vasculites associadas ao ANCA), FKDPDGRV SDWRJQRP{QLFRV FHQiULRV VXJHVWLYRV LVROD- ao contrário das secundárias, que estariam relacionadas dos ou associados, seriam (5,6): à doença sistêmica conhecida (lúpus, artrite reumatoide, HWFH[SRVLo}HVDDJHQWHVLQIHFFLRVRVRXRXWURVDJHQWHV - A) Hemorragia alveolar DPELHQWDLVUHDo}HVDGURJDVLQFOXLQGRLOtFLWDVTXHWHP - B) Estenose traqueal ou sub-glótica KLVWyULDQDWXUDOHUHVSRVWDWHUDSrXWLFDEHPGLYHUVDV - C) Nódulos ou cavidades pulmonares Epidemiologia - D) Glomerulonefrite (/HV}HVXOFHUDQWHVGHVWUXWLYDVHPYLDDpUHD superior Estas entidades são bastante incomuns a raras, com estatísticas norte-americanas evidenciando incidênFLD GH DWp SHVVRDV SRU DQR WRUQDQGR R PHLRPpGLFRPHQRVIDPLOLDUL]DGRFRPHVWHVGLDJQyVWLFRV WDEHOD$SHVDUGLVWRHVWDVGRHQoDVFDUUHJDPULVFRGH mortalidade até 2,6 vezes mais elevada em comparação com a população em geral, com fatores de pior prognós- - F) Mononeurite Multiplex (neuropatia periférica) - G) Púrpura palpável - H) Síndrome Pulmão-Rim (em geral, associação entre lesão pulmonar e glomerulonefrite) ,0DVVDUHWURRUELWiULDHPVLWXDo}HVGH*UDQXlomatose com Poliangiite) - J) Doença multisistêmica (associação concomi- WLFRVEHPGH¿QLGRVFRPRLGDGHDYDQoDGDDOWRJUDXGH tante ou sequenciada de vários órgãos, além do trato res- atividade de doença, hemorragia alveolar, envolvimento SLUDWyULR cardíaco e positividade sorológica do teste da Proteina- 5 Pulmão RJ 2014;23(2):4-8 / $VPD EU{QTXLFD UHIUDWiULD RX ³GHSHQGHQWH´ Pantoja JG. 9DVFXOLWHV3XOPRQDUHVSDUDR3QHXPRORJLVWD8PD³&DUWLOKD´,QWURGXWyULD de alta dose de corticoterapia (casos de Granulomatose ser inicialmente realizados naqueles sítios acometidos (RVLQRItOLFDFRP$QJLtWH que são de baixo risco cirúrgico, como pele e vias aére- Nesta revista, encontraremos discussão mais es- DVVXSHULRUHV(QWUHWDQWRFRPRIUHTXHQWHPHQWH QmRVH SHFt¿FDVREUHDVPDQLIHVWDo}HVFOtQLFDV³XVXDLV´GDVYDV- FRQVHJXHXPGLDJQyVWLFRHVSHFt¿FRFRPHVWDVDPRVWUDV FXOLWHV SXOPRQDUHV QR DUWLJR FDSLWDQHDGR SHOD 'U $QD D UHDOL]DomR GH ELySVLDV UHQDLV SRU SXQomR HVSHFt¿FD Beatriz Bacchiega, como também um aprofundamento ou por cirurgia torácica (vídeo-assistida) tem maior pro- VREUHDV³VLWXDo}HVHVSHFLDLV´FDXVDGDVSRUHVWDVGRHQ- babilidade diagnóstica, havendo necessidade de próxima oDVSHOR'U/XL]3DXOR/RLYRV LQWHUDomRFRPRSDWRORJLVWDSDUDDX[LOLDUQHVWD¿QDOLGDGH FRQIRUPH GLVFXWLGR QR FDStWXOR GD 'UD $OHVVDQGUD Testes Diagnósticos Em geral, nas doenças que sugerem vasculites acometendo o sistema respiratório, os exames labora- 1DVFLPHQWRQHVWDUHYLVWD 7HVWHGH$QWLFRUSRV$QWL1HXWURItOLFRV $1&$V toriais gerais são muito pouco reveladores e frequen3RVLWLYLGDGHVVRUROyJLFDVHPYHUGDGHSDGU}HVGH WHPHQWH LQHVSHFt¿FRV 0HVPR DVVLP SRGHP DMXGDU QR GLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDOLQIHFo}HVQHRSODVLDVRXUHDo}HV LPXQRÀXRUHVFrQFLD LQGLUHWD DRV FRPSRQHQWHV LQWUDFHOX- medicamentosas), evidenciar comprometimento renal in- ODUHV GRV QHXWUy¿ORV H PRQyFLWRV FRPR PDUFDGRUHV GR FLSLHQWHHULWUyFLWRVGLVPyU¿FRVRXFLOLQGU~ULDQR($6RX tipo ANCAs (Anti-neutrophil Cytoplasmic Antibodies, ou PHVPRHVSHFL¿FDUDOJXPDRXWUDDQRUPDOLGDGHUHOHYDQWH na tradução em língua Portuguesa: anticorpos contra no estadiamento de gravidade clínica, como miocardio- HOHPHQWRV FLWRSODVPiWLFRVGRVQHXWUy¿ORVGLVWLQJXHXP SDWLDVDFRPHWLPHQWRGRVLVWHPDQHUYRVRFHQWUDOHHWF subgrupo de doenças vasculíticas sistêmicas (denomina- 7HVWHVHVSHFt¿FRVODERUDWRULDLVFRPRSHVTXLVDGH GDVDTXLFRPR³SULPiULDV´DIHWDQGRSHTXHQRVHPpGLRV FAN (fator anti-nuclear) e complemento, poderiam ser YDVRVVDQJXtQHRV'HVGHDGpFDGDGHGDGRVFOtQL- úteis na avaliação da possibilidade diagnóstica de co- cos e laboratoriais apontam para estes auto-anticorpos lagenoses, e crioglobulinas (com suas diversas causas) contra componentes granulares citoplasmáticos daquelas UHVSHFWLYDPHQWH $ DYDOLDomR SRU LPDJHP WRUiFLFD células como etiopatogênicos de vasculites em vasos de avançou muito nas últimas décadas, principalmente com pequeno calibre, inicialmente descritos na literatura ne- RVJDQKRVWHFQROyJLFRVGDLPDJHPSRUWRPRJUD¿DFRP- IUROyJLFD 3URYDYHOPHQWH HVWHV DXWRDQWLFRUSRV SXWDGRUL]DGDPXOWLFDQDLV(PJHUDOSHUFHEHPVHPDLV DWLYDP QHXWUy¿ORV H PRQyFLWRV UHVXOWDQGR HP GDQR QR anormalidades torácicas em imagem do que existe clínica endotélio vascular, com a manifestação clínica eventual VLJQL¿FDWLYD SDUD WDO PDV DOWHUDo}HV FRPR SUHVHQoD GH dependendo de elementos moduladores genéticos e am- QyGXORVFDYLGDGHVRXLQ¿OWUDGRVHPYLGURIRVFRGHYHP ELHQWDLVDLQGDQmRFODUDPHQWHGHVFULWRV(VWHVWHVWHV WUD]HU D SRVVLELOLGDGH GH YDVFXOLWHV SXOPRQDUHV j WRQD WrP FDUDFWHUtVWLFDV WpFQLFDV EHP HVSHFt¿FDV H[LVWLQGR Por outro lado, a presença de dominante linfonodomega- HVVHQFLDOPHQWH GRLV WLSRV GH HQVDLR ,PXQRÀXRUHVFrQ- OLDLQWUDWRUiFLFDQmRpFRPXPQHVWDVSDWRORJLDV2FHQi- cia Indireta e ELISA (imunoabsorção ligada à atividade rio clínico determinará a necessidade de complementação HQ]LPiWLFD2SULPHLURDVHUGHVFULWRLPXQRÀXRUHVFrQ- SRU LPDJHP GH RXWUDV UHJL}HV GR FRUSR RX GH RXWUDV cia indireta) é notadamente mais sensível e serve para PRGDOLGDGHVFRPRGLVFXWLGRSHOR'U*XLV6DLQW0DU- rastreamento inicial para pesquisa clínica de vasculites, WLQ QHVWD UHYLVWD $ UHDOL]DomR GH EURQFR¿EURVFRSLD QD sendo que o método de ELISA e reconhecido como mais avaliação de vasculite pulmonar se resume na possibilida- HVSHFt¿FRMiTXHWHVWDGLUHWDPHQWHSDUDDSUHVHQoDGRV de diagnóstica de hemorragia alveolar difusa (quando o DOYRV DQWLJrQLFRV Mi GHYLGDPHQWH ³SXUL¿FDGRV´ HP HQ- lavado broncoalveolar é característico), inspeção das vias VDLRV FOtQLFRV (VWHV DQWtJHQRV VmR SURWHLQDVH DpUHDVLQIHULRUHVTXDQWRDOHV}HVXOFHUDWLYDVYHJHWDQWHV (PR3) e mieloperoxidase (MPO), respectivamente compo- RX HVWHQRVDQWHV RX SHVTXLVD GH FRPSOLFDo}HV LQIHF- QHQWHV GRV JUkQXORV D]XUy¿ORV RX SULPiULRV GRV QHX- ciosas em indivíduos imunossuprimidos pelo tratamento WUy¿ORVHOLVRVVRPRVSHUR[LGDVHSRVLWLYRVGRVPRQyFLWRV GDTXHODVFRQGLo}HV%LySVLDWUDQVEU{QTXLFDQmRpJH- 2VSDGU}HVGHLPXQRÀXRUHVFrQFLDLQGLUHWDGHVFULWRVHP ralmente uma boa alternativa diagnóstica em processos VRUR GH SDFLHQWHV FRP QHXWUy¿ORV LQFXEDGRV HP HWDQRO vasculíticos, pela diminuta amostragem do parênquima são de três tipos: pulmonar obtida neste procedimento, não possibilitando XP HVFODUHFLPHQWR GH¿QLWLYR 3URFHGLPHQWRV GLDJ- 1) c-ANCA: realce de mancha difuso pelo citoplas- nósticos por biópsia cirúrgica são frequentemente indica- ma, mais propriamente relacionado ao anticorpo anti- dos, principalmente quando o quadro clínico não é apoia- 35 GRSRUVXEVWDQFLDOHYLGrQFLDVRUROyJLFD(PJHUDOGHYHP 2) p-ANCA: realce de mancha perinuclear, em verPulmão RJ 2014;23(2):4-8 6 Pantoja JG. 9DVFXOLWHV3XOPRQDUHVSDUDR3QHXPRORJLVWD8PD³&DUWLOKD´,QWURGXWyULD GDGHVHQGRXPDUWHIDWRD¿[DomRSRUHWDQROPDLVSUR- H TXH PHVPR HP VLWXDo}HV DEVROXWDPHQWH HYL- SULDPHQWHUHODFLRQDGRDRDQWLFRUSR032 dentes de determinado tipo de vasculite primária acome- 3) a-ANCA: padrão atípico, não se adequando nos tendo o sistema respiratório, em casos de negatividade GRLV RXWURV DQWHULRUPHQWH FLWDGRV H VHP HVSHFL¿FLGDGH VRUROyJLFD D FRQ¿UPDomR GLDJQyVWLFD DWUDYpV GH DYDOLD- DQWLJrQLFDDLQGDGH¿QLGD omRGHWHFLGRELySVLDDLQGDVHIDUiQHFHVViULD1mR existe correlação perfeita entre a titulação destes anti- Importante salientar que estes testes ainda não estão devidamente corpos e a atividade clínica da doença, fato que torna padronizados internacionalmente, complexa qualquer decisão terapêutica tomada somente com diferentes características sendo observadas, depen- em relação à monitorização destes testes, sem a devida dendo da técnica utilizada, como também pela experiência FRUUHODomRFOtQLFDQDWHQWDWLYDGHVH³DERUWDU´FULVHDLQGD (e volume de testes) do laboratório na técnica em ques- QmRPDQLIHVWD3RUWDQWRRGLDJQyVWLFRGHUHFRUUrQFLDGH WmR 3DGU}HV DWtSLFRV SRGHP VHU HQFRQWUDGRV HP LPX- atividade de doença ainda é clínico, apoiado ou não pela QRÀXRUHVFrQFLD QXPD PLUtDGH GH FRQGLo}HV DXWRLPXQHV VRURORJLD LQFOXLQGRFRODJHQRVHVVHPGH¿QLomRGHUHOHYkQFLDFOtQLFDDWpDJRUD2WHVWHGH$1&$SRGHDSUHVHQWDUDOJXPD HVSHFL¿FLGDGHQRFDVRGD*UDQXORPDWRVHFRP3ROLDQJLLWH (VWUDWL¿FDomR GH 5LVFR H $ERUGDJHP Terapêutica (antiga Granulomatose de Wegener), com a positividade essencialmente citoplasmática (padrão c-ANCA), desco- Muito se evoluiu desde a década de 80, quando berto ser relacionado a anticorpos contra um componente ¿FRX FODUR TXH DOJXPDV YDVFXOLWHV HUDP XQLIRUPHPHQWH 3URWHLQDVHGRVJUkQXORVD]XUy¿ORVRXSULPiULRVGRV IDWDLVVHPWHUDSLDHTXHDSHVDUGDERDH¿FiFLDGRVFRU- QHXWUy¿ORV (VWH WHVWH SRGH WDPEpP DSUHVHQWDU XP SD- WLFRVWHURLGHVVHXXVRLVRODGRQmRLQGX]LDUHPLVV}HVSUR- drão perinuclear citoplasmático (padrão p-ANCA), menos longadas, e seus efeitos colaterais em altas doses eram HVSHFt¿FRUHODFLRQDGRjVRXWUDVYDVFXOLWHVGRJUXSRSUR- DLQGD SLRUHV 3RUWDQWR HYROXLXVH SDUD HVWUDWpJLD vavelmente ligado a anticorpos direcionados contra outro GHLGHQWL¿FDomRSUHFRFHVHJXLGDGHWHUDSLDLQGXWRUDGH FRPSRQHQWHPLHORSHUR[LGDVHJUDQXODU rápida remissão através de medicação imunossupresso- Tabela 2. Tipos de ANCA associados com vasculites primárias de pequenos vasos (6,1416,25) ra combinada, tornando-se esteio da conduta QHVWDV GRHQoDV $ UHFRPHQGDomR GH WUDWDPHQWRRXVHMDVXD³DJUHVVLYLGDGH´HPWHUmos de imunossupressão depende de uma boa avaliação de gravidade (estadiamento), incluindo tudo o que ameace diretamente a vida ou implique potencialmente em perda irreversível GH IXQomR GH DOJXP yUJmR 2V IDWRUHV PDLV LPSRUWDQWHVQHVWHVHQWLGRSDUHFHPVHU Anti-MPO = anti-mieloperoxidase Anti-PR3 = anti-proteinase 3 c - ANCA = ANCA Citoplasmático p - ANCA = ANCA Perinuclear 1~PHURGHyUJmRVDOYRDIHWDGRV *UDXGHGLVIXQomRUHQDOSHODJORPHrulonefrite); *UDXGHGLVIXQomRSXOPRQDUSHODKHPRUUDJLDDOYHRODU A população alvo destes testes é crítica no seu desempenho diagnóstico, portanto seu uso deve ser bem 2³WHPSR´GRSURFHVVRSDWROyJLFRUHIHULQGRVHj RULHQWDGRSDUDSRSXODo}HVVHOHFLRQDGDVGHDOWRULVFRSDUD rapidez da evolução clínica, antes e depois de iniciado ³SURFHVVRVYDVFXOtWLFRV´6HXXVRHPUDVWUHDPHQWRSRSX- tratamento, incluindo refratariedade não antecipada, é ODFLRQDORXHPSRSXODo}HVVHPGHYLGRFULWpULRSRGHFRQ- também elemento fundamental na decisão da abordagem IXQGLUHPVLWXDo}HVLQFRPXQVGHIDOVDSRVLWLYLGDGH WHUDSrXWLFD (VWDV TXHVW}HV VHUmR PDLV EHP DSUR- Em determinados cenários clínicos, estes testes poderiam fundadas nesta revista, no capítulo liderado pela 'UD0D- WHUXPDHVSHFL¿FLGDGHWmRDOWDTXHSHUPLWLULDPDWpSUHV- nuella Lima Ochtrop FLQGLUGHFRQ¿UPDomRGHELySVLDFRPRSRUH[HPSORHP casos bem sugestivos de granulomatose com angiíte e 5HVXOWDQWHV&OtQLFDV IUDQFD SRVLWLYLGDGH GR F$1&$ DQWL35 1HVWD VLWXDção, é importante também atentar para a tabela acima colocada, em que a sensibilidade do teste não alcança 7 Pulmão RJ 2014;23(2):4-8 Nas últimas décadas, a morbimortalidade parece HVWDUVHPRGL¿FDQGRSRUPRWLYRVPXOWLIDWRULDLVSDUDHVWH Pantoja JG. 9DVFXOLWHV3XOPRQDUHVSDUDR3QHXPRORJLVWD8PD³&DUWLOKD´,QWURGXWyULD grupo de doenças, e o acompanhamento continuado é Cerca de metade dos pacientes portadores de IXQGDPHQWDOQHVWHJUXSRGHSDFLHQWHV,PSRUWDQWHOHP- vasculites primárias sofrem algum relapso, apesar do uso brar que em qualquer momento, uma deterioração clínica FRUUHWRGDWHUDSLDVXSUHVVRUD(VWHVUHODSVRVWHQGHPD pode ser devida a: se manifestar da mesma forma clínica da apresentação i) ,QIHFomR Susceptibilidade aumentada pelo inicial, mas podem variar e afetar órgãos ainda não en- SUySULR SURFHVVR GH GRHQoD OHV}HV SXOPRQDUHV VHLRV volvidos no processo de doença, necessitando de muita GD IDFH LQVXI UHQDO HWF DVVRFLDGD RX QmR j WHUDSLD DWHQomR GR FOtQLFR UHVSRQViYHO 'DGRV ODERUDWRULDLV LPXQRVVXSUHVVRUD )UHTXHQWHPHQWH GHPDQGD LQYHVWLJD- que poderiam auxiliar na decisão clínica quanto à avalia- ção microbiológica extensa, frequentemente invasiva, e ção de atividade de doença vasculítica, seriam elevação HYHQWXDOPHQWHWHVWHVWHUDSrXWLFRV GHtQGLFHVLQÀDPDWyULRVLQHVSHFt¿FRV9+63&5WFRPR ii) Toxicidade Medicamentosa. Diagnóstico di- WDPEpP DOWHUDo}HV FHOXODUHV KHPDWROyJLFDV OHXFRFLWR- fícil de fazer, requerendo exclusão de infecção e atividade VH WURPERFLWRVH H DQHPLD HP JHUDO QRUPRFU{PLFD H da doença, e cujo manuseio traz complexidades ainda QRUPRFtWLFDFRPRQDVDQHPLDVSRU³GRHQoDVFU{QLFDV´ maiores no provável aumento transitório da imunossu- QHFHVVLWDQGRVH GHVFDUWDU DV FRPSOLFDo}HV LQIHFFLRVDV SUHVVmRHWURFDGHPHGLFDo}HV5HTXHUTXHRSUR¿VVLRQDO Estima-se que ao correr das últimas décadas a mortali- TXH XVD HVWD FODVVH GH PHGLFDo}HV LPXQRVVXSUHVVRUDV dade das doenças vasculíticas esteja seguindo o caminho tenha bastante familiaridade com seus efeitos adversos e das colagenoses, com redução por causas multifatoriais: FXLGDGRVQDVLQWHUDo}HVIDUPDFROyJLFDV diagnósticos mais precoces, disponibilidade de tratamen- iii) $WLYLGDGHGHGRHQoD Também denominado WR LPXQRVVXSUHVVRU H¿FD] H GH HVWUDWpJLDV GH VXSRUWH UHODSVRRXUHFRUUrQFLDGHDWLYLGDGH'HSRLVGHLQIHFomR FOtQLFRDYDQoDGR'DGRVGHPRUWDOLGDGHHPGRHQ- a principal dúvida diagnóstica, que frequentemente irá ças vasculíticas sugerem que, apesar dos óbitos precoces requerer a exclusão de atividade infecciosa e a avaliação serem diretamente relacionados à atividade da doença, probabilística baixa de toxicidade medicamentosa e ou- D PRUWDOLGDGH WDUGLD HVWi FRQHFWDGD D FRPSOLFDo}HV GR WUDVFRPSOLFDo}HV WUDWDPHQWR 'HVWD IRUPD DVVXPHP SURHPLQrQFLD iv) 2XWUDV&RPSOLFDo}HV Devemos lembrar que QDYLGDGHVWHVSDFLHQWHVDVTXHVW}HVGHPRUELGDGHFDU- estes pacientes parecem estar mais susceptíveis a proces- diovascular, oncológicas, infecciosas e mesmo eventos sos tromboembólicos (21) e neoplasias relacionadas ao adversos farmacológicos pela natureza e miríade de inte- XVRGHFLWRWy[LFRV UDo}HVDTXHHVWmRH[SRVWRV Referências &RQVHQVR%UDVLOHLURVREUH9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV-%UDV3QHXPRO 2005; 31 (Suplemento 1) $ODUFyQ*6HWDO(DUO\8QGLIIHUHQWLDWHG&RQQHFWLYH7LVVXH'LVHDVH -5KHXPDWRORJ\ )ORVVPDQQ2HWDO/RQJWHUPSDWLHQWVXUYLYDOLQ$1&$DVVRFLDWHG YDVFXOLWLV$QQ5KHXP'LV /DQH6:HWDO&XUU5KHXPDWRO5HS %URZQ .. 3XOPRQDU\ 9DVFXOLWLV 3URF $P 7KRUDF 6RF 9RO 3: 48-57 )UDQNHO 6. DQG 6FKZDU] 0, 7KH 3XOPRQDU\ 9DVFXOLWLGHV $P - Resp Crit Care Med 2012; 186: 216-224 5DPRV&DVDOV 0 HW DO 7KH &U\RJOREXOLQDHPLDV /DQFHW 6FKQDEHO$HWDO(I¿FDF\RIWUDQVEURQFKLDOELRSV\LQSXOPRQDU\ YDVFXOLWLGHV(XU5HVSLU- 'DYLHV'-HWDO6HJPHQWDOQHFURWLVLQJJORPHUXORQHSKULWLVZLWKDQWLQHXWURSKLODQWLERG\%U0HG- 9DQ GHU :RXGH )- HW DO $XWRDQWLERGLHV DJDLQVW QHXWURSKLOV DQG PRQRF\WHV/DQFHW )DON 5- DQG -HQQHWWH -& 5LWX[LPDE LQ $1&$$VVRFLDWHG 'LVHDVH NEJM 2010; 363: 285-286 -HQQHWWH-&HWDO'LDJQRVWLFSUHGLFWLYHYDOXHRI$1&$VHURORJ\ .LGQH\,QW 1LOHV-/HWDO$QWLJHQVSHFL¿FUDGLRLPPXQRDVVD\IRU$1&$LQWKH GLDJQRVLVRIUDSLGO\SURJUHVVLYHJORPHUXORQHSKULWLV-$P6RF1HSKURO )UDQNHO6.HWDO8SGDWHLQ'LDJQRVLVDQG0DQDJHPHQWRI3XOPR- QDU\9DVFXOLWLGHV&KHVW +DJHQ(&HWHO'LDJQRVWLF9DOXHRI6WDQGDUGL]HG$VVD\VIRU$QWL-Neutrophil Cytoplasmic Antibodies in Idiopathic Systemic VasculiWLV.LGQH\,QW &KRL+.HWDO'LDJQRVWLFSHUIRUPDQFHRIDQWLQHXWURSKLOF\WRSODVPLF DQWLERG\ WHVWV IRU LGLRSDWKLFYDVFXOLWLGHV - 5KHXPDWRO 0DQGO /$ HW DO 8VLQJ $1&$ WHVWLQJ WR GLDGQRVH YDVFXOLWLV $UFK ,QWHUQ0HG +RIIPDQ *6 7KHUDSHXWLF ,QWHUYHQWLRQV IRU 6\VWHPLF 9DVFXOLWLV JAMA 2010; 304 (21) 2413-2414 -D\QH'(YLGHQFHEDVHGWUHDWPHQWRIV\VWHPLFYDVFXOLWLV5KHXPDWRORJ\ 'LD]-HWDO3XOPRQDU\9DVFXOLWLVLQWKH,QWHQVLYH&DUH8QLW 26: 88-104 0HUNHO3$HWDO+LJK,QFLGHQFHRI97(HYHQWVDPRQJSDWLHQWVZLWK :HJHQHUJUDQXORPDWRVLV$QQ,QWHUQ0HG *ROGEODWW)2¶1HLOO6*&OLQLFDODVSHFWVRIDXWRLPPXQHUKHXPDWLF GLVHDVHV/DQFHW 3KLOLS5HWDO0RUWDOLW\LQV\VWHPLFYDVFXOLWLV&OLQ([S5KHXPDWRO V 6HR3DQG6WRQH-+7KH$1&$DVVRFLDWHGYDVFXOLWLGHV$P-0HG 6SHFNV 8 &RQWURYHUVLHV LQ $1&$ 7HVWLQJ &OHY &OLQ - 0HG 1RY6XSO6 Pulmão RJ 2014;23(2):4-8 8 Gaudio RC, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV Artigo &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV Rodrigo C Gaudio1, Manuella Lima Gomes Ochtrop2, Ana Beatriz Santos Bacchiega2 Resumo $VYDVFXOLWHVVLVWrPLFDVVmRGRHQoDVUDUDVHKHWHURJrQHDVTXHDFRPHWHPGLIHUHQWHVVLVWHPDV$JUDYLGDGH GDPDQLIHVWDomRFOtQLFDGHSHQGHGRWDPDQKRORFDOHH[WHQVmRGRFRPSURPHWLPHQWRGROHLWRYDVFXODU2UHFRQKHFLPHQWR GDV PDQLIHVWDo}HV FOtQLFDV SRU GLIHUHQWHV HVSHFLDOLGDGHV PpGLFDV SHUPLWH R GLDJQyVWLFR H R WUDWDPHQWR SUHFRFH LQWHUIHULQGR GHFLVLYDPHQWH QR SURJQyVWLFR 0XLWDV GHVVDV GRHQoDV DFRPHWHP R WUDWR UHVSLUDWyULR H R SQHXPRORJLVWDpFRPIUHTXrQFLDRHVSHFLDOLVWDHQYROYLGRQDSURSHGrXWLFDLQLFLDOeLPSRUWDQWHFRQKHFHUDVIRUPDV GHFODVVL¿FDomRGHVHQYROYLGDVQDWHQWDWLYDGHFDWHJRUL]DUDVYDVFXOLWHV2SUHVHQWHDUWLJRSURS}HVHDUHYHUWDLV FODVVL¿FDo}HVDVVLPFRPRDVGRHQoDVTXHDFRPHWHPRWUDWRUHVSLUDWyULRHRVSRVVtYHLVGLDJQyVWLFRVGLIHUHQFLDLV TXH FRVWXPDP PLPHWL]DU DV YDVFXOLWHV 'HVWDFDPRV TXH R DFRPHWLPHQWR SXOPRQDU RFRUUH SULQFLSDOPHQWH QDV vasculites de pequenos vasos, associadas ao ANCA (antineutrophil cytoplasmic antibodies), que incluem a granulomatose com poliangiite (GPA, antiga granulomatose de Wegener), a poliangiite microscópica (MPA), granulomatose HRVLQRItOLFD FRP SROLDQJLLWH (*3$ DQWLJD GRHQoD GH &KXUJ6WUDXVV $ UHVSHLWR GRV FULWpULRV FODVVL¿FDWyULRV GR American College of Rheumatology$&5UHIRUoDPRVTXHVHUYHPSDUDQRPHDUHFODVVL¿FDUDYDVFXOLWHSUHYLDPHQWH GRFXPHQWDGDPDVQmRLQFOXHPRH[DPHGH$1&$HDSUHVHQWDPUHVWULo}HVHPVHSDUDUSDFLHQWHVFRP*3$H03$ 'HVFULWRUHVDQWLFRUSRVDQWLFLWRSODVPDGHQHXWUy¿ORVFODVVL¿FDomRGLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDO Summary 6\VWHPLFYDVFXOLWLVDUHUDUHDQGKHWHURJHQHRXVGLVHDVHVWKDWDIIHFWGLIIHUHQWV\VWHPV7KHVHYHULW\RIFOLQLFDO PDQLIHVWDWLRQGHSHQGVRQWKHVL]HORFDWLRQDQGGLVWULEXWLRQRIYHVVHOLQYROYHPHQW7KHSURPSWUHFRJQLWLRQRIWKH FOLQLFDOPDQLIHVWDWLRQVDOORZVHDUO\GLDJQRVLVDQGWUHDWPHQWLPSURYLQJWKHSURJQRVLV7KHUHDUHPDQ\YDVFXOLWLV WKDWDIIHFWWKHUHVSLUDWRU\WUDFWWKHUHIRUHWKHSXOPRQRORJLVWLVRIWHQDVSHFLDOLVWLQYROYHGLQWKHLQLWLDOZRUNXS,WLV LPSRUWDQWWRNQRZWKHIRUPVRIFODVVL¿FDWLRQGHYHORSHGLQDQDWWHPSWWRFDWHJRUL]HYDVFXOLWLV7KLVDUWLFOHSURSRVHV WRUHYLVHVXFKFODVVL¿FDWLRQDVZHOODVGLVHDVHVDIIHFWLQJWKHUHVSLUDWRU\WUDFWDQGWKHSRVVLEOHGLIIHUHQWLDOGLDJQRVHVWKDWRIWHQPLPLFYDVFXOLWLV:HHPSKDVL]HWKDWWKHSXOPRQDU\LQYROYHPHQWRFFXUVPDLQO\LQ$1&$DVVRFLDWHG small vessel vasculitis (antineutrophil cytoplasmic antibodies), which include granulomatosis with polyangiitis (GPA, formerly Wegener’s granulomatosis), microscopic polyangiitis (MPA), eosinophilic granulomatosis with polyangiitis (*3$IRUPHUO\&KXUJ6WUDXVV6\QGURPH5HJDUGLQJWKHFODVVL¿FDWLRQFULWHULDRIWKH$PHULFDQ&ROOHJHRI5KHXmatology (ACR), it is important to reinforce its use in naming and classifying vasculitis after rule out infectious and neoplasic diseases, but remember that it does not include the ANCA exam and has its limits in separating patients ZLWK*3$DQG03$ .H\ZRUGVDQWLQHXWURSKLODQWLF\WRSODVPLFDQWLERGLHVFODVVL¿FDWLRQGLIIHUHQWLDOGLDJQRVLV 1 - Médico residente do Serviço de Reumatologia – HUPE/UERJ 2 - Médica Reumatologista – HUPE/UERJ (QGHUHoRSDUDFRUUVSRQGrQFLD%RXOHYDUGGHVHWHPEUR9LOD,VDEHO5LRGH-DQHLUR5-&(3 Serviço de reumatologia / HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – HUPE/UERJ Email: DQDEHDWUL]VDQWRVEDFFKLHJD#\DKRRFRP 3XOPmR5- Gaudio RC, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV ,QWURGXomR As vasculites sistêmicas são doenças raras e heWHURJrQHDV2WHUPRYDVFXOLWHUHIHUHVHDRDFRPHWLPHQWRLQÀDPDWyULRGDSDUHGHYDVFXODUFDXVDQGRLVTXHPLDH necrose tecidual em decorrência do estreitamento luminal ocasionado por espessamento dessa parede e conseTXHQWHWURPERVH2VSDFLHQWHVFRPRGLDJQyVWLFRGHYDVculite também podem apresentar aneurismas em virtude GRDGHOJDoDPHQWRGRYDVRVDQJXtQHR Esse grupo de doenças acomete diferentes sistemas e a gravidade da manifestação clínica depende do tamanho, local e extensão do comprometimento do leito YDVFXODU 2 UHFRQKHFLPHQWR GDV PDQLIHVWDo}HV FOtQLFDV por diferentes especialidades médicas permite o diagnóstico e o tratamento precoce, interferindo decisivamente QRSURJQyVWLFR Dada à heterogeneidade das doenças, habitualmente não é o reumatologista o primeiro médico a VHDPSODPHQWHGLVSRQtYHODSHQDVDSyVHVVDSXEOLFDomR 'HVVDIRUPDDFODVVL¿FDomRPHGLDQWHDSUHVHQoDGRVDXtoanticorpos não fez parte desse critério, assim como a SROLDQJLLWHPLFURVFySLFDQmRIRLGHVFULWDVHSDUDGDPHQWH (PIRLSXEOLFDGDDQRPHQFODWXUDSDUDYDVculites proposta pelo CHCC (Chapel Hill Consensus Con- ference8PVHJXQGRFRQVHQVRLQWHUQDFLRQDOIRLUHDOL]Ddo em 2012, na tentativa de aprimorar a nomenclatura existente, baseado no melhor entendimento das doenoDV4)RLUHDOL]DGRXPHVIRUoRSDUDTXHHS{QLPRVIRVVHP substituídos por termos que representassem o avanço no HVWXGRGD¿VLRSDWRORJLDGDVYDVFXOLWHV$QRPHQFODWXUD proposta pelo Consenso de Chapel Hill não deve ser utili]DGDFRPRLQWXLWRFODVVL¿FDWyULRRXGLDJQyVWLFR7UDWDVH de um sistema de nomenclatura apenas, que visa especi¿FDURQRPHDVHUXWLOL]DGRSDUDXPSURFHVVRSDWROyJLFR GH¿QLGR7DEHOD Tabela 2 - Chapel Hill Consensus Conference 2012 DERUGDUHVVHVSDFLHQWHV3RUWDQWRpLPSRUWDQWHTXHDV diversas especialidades, em destaque a Pneumologia, reconheçam uma síndrome vasculítica com alto grau de suspeição diagnóstica ao se deparar com sintomas constitucionais associados ao acometimento de diferentes órJmRVHVLVWHPDV $OJXPDVIRUPDVGHFODVVL¿FDomRIRUDPGHVHQYROvidas na tentativa de categorizar as vasculites, mas o sistema mais aceito utiliza o tamanho dos vasos predominantemente acometidos (pequenos, médios ou grandes vasos), a associação com algum agente etiológico ou doença (primária X secundária) e a associação com os anticorpos ANCA (antineutrophil cytoplasmic antibodies Vale ressaltar a necessidade de considerarmos uma ampla lista de diagnósticos diferenciais antes de aplicarmos TXDOTXHUFULWpULRSDUDFODVVL¿FDomRXPDYH]TXHDOJXPDV doenças infecciosas e drogas são mimetizadoras das vasFXOLWHVVLVWrPLFDV1,2,3 (Tabela 1) Tabela 1±&RQGLo}HVTXHPLPHWL]DPYDVFXOLWHVVLVWrPLFDV (P IRL SXEOLFDGR R FULWpULR FODVVL¿FDWyULR para vasculites sistêmicas do American College of Rheu- matology (ACR), para utilização nas pesquisas clínicas e HSLGHPLROyJLFDV$XWLOL]DomRGRVDQWLFRUSRV$1&$WRUQRX3XOPmR5- 10 Gaudio RC, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV Vasculites com acometimento do trato respiratório periores e do parênquima pulmonar muito bem estabelecido na GPADVPDQLIHVWDo}HVGDVYLDVDpUHDVLQIHULRUHV WUDTXHREU{QTXLFDV VmR VXEGLDJQRVWLFDGDV SHORV PpGL- O acometimento do trato respiratório pode ser FRV$HVWHQRVHVXEJOyWLFDTXHDIHWDGRVSDFLHQ- divido em: vias aéreas superiores, vias aéreas inferiores tes com GPA e pode ser manifestação isolada da doença WUDTXHLDEU{QTXLRVHSDUrQTXLPDSXOPRQDU0HQFLRQD- VHUiGLVFXWLGDGHWDOKDGDPHQWHQDVHomRVREUH³6LWXDo}HV PRVWDPEpPRDFRPHWLPHQWRGDDUWpULDSXOPRQDU (VSHFLDLV´ e LPSRUWDQWH UHVVDOWDU TXH R SDFLHQWH SRGH não apresentar atividade de doença sistêmica, e a res- (QYROYLPHQWRYLDVDpUHDVVXSHULRUHV SRVWDDRWUDWDPHQWRLQVWLWXtGRSDUDRXWUDVPDQLIHVWDo}HV QmRVHFRUUHODFLRQDFRPRJUDXGHHVWHQRVHVXEJOyWLFD Algumas vasculites sistêmicas podem acometer A doença obstrutiva de pequenas vias aéreas tam- DVYLDVDpUHDVVXSHULRUHV$VYDVFXOLWHV$1&$DVVRFLDGDV bém pode ocorrer nos pacientes com GPA, com acome- VmRDVPDLVUHODFLRQDGDV(PYLUWXGHGDDOWDIUHTXrQFLD WLPHQWROREDUVHJPHQWDURXVXEVHJPHQWDU2VPHFDQLV- GDVPDQLIHVWDo}HVVLQRQDVDLVGRVSDFLHQWHVR mos responsáveis incluem áreas localizadas ou difusas de diagnóstico de GPA deve ser considerado como potencial FRPSURPHWLPHQWR GR O~PHQ EU{QTXLFR EURQTXLHFWDVLD HQWUHSDFLHQWHVFRPVLQXVLWHSHUVLVWHQWH7DEHOD FLFDWUL]DomRHEURQTXLRPDOiFHD7DODFRPHWLPHQWRPHUH- 2VPHFDQLVPRV¿VLRSDWROyJLFRVHQYROYLGRVQDGR- ce especial atenção uma vez que em uma grande coorte ença das vias aéreas superiores nos pacientes com GPA Q GHSDFLHQWHVFRP*3$DWpGRVSDFLHQWHV QmRHVWmREHPHVWDEHOHFLGRV0XLWRVIDWRUHVIRUDPLGHQWL- relataram que os sintomas iniciais foram erroneamente ¿FDGRVLQFOXLQGRQHFURVH¿EULQRLGHGHYDVRVGHSHTXHQR DWULEXtGRVjDVPD8 FDOLEUHIRUPDomRGHJUDQXORPDVHLQÀDPDomRFU{QLFD$ vasculite complica com necrose, levando a destruição teFLGXDOHyVVHD2SURFHVVRLQLFLDVHQRVHSWRLUULJDGRSHOR Envolvimento do parênquima pulmonar plexo de Kiesselbach, eventualmente complicando com a apresentação clínica mais comum de perfuração do septo A vasculatura pulmonar pode ser acometida em QDVDODQWHULRU(YROXWLYDPHQWHDRDFRPHWHURVHSWRFDU- qualquer calibre - artérias pulmonares, capilares e veias tilaginoso, o paciente pode apresentar desabamento do pulmonares, no entanto o sítio mais comumente afetado QDUL] R FKDPDGR ³QDUL] HP VHOD´ 2V VLQWRPDV SRGHP QDVYDVFXOLWHVpRFDSLODUSXOPRQDU$+HPRUUDJLDDOYHRODU YDULDU GH FURVWDV QDVDLV VLQWRPDV GH ULQRVLQXVLWH FU{QL- difusa (HAD) devido à capilarite é a mais frequente ma- FD REVWUXomR QDVDO GHVFDUJD QDVDO VHURVDQJXLQROHQWD nifestação de envolvimento pulmonar, mais comumente Pode ocorrer ainda: rinorreia fétida, epistaxe, hiposmia associada à MPA e à GPA0HQRVIUHTXHQWHPHQWHWDP- ou anosmia e epífora (por obstrução granulomatosa do bém tem sido associada com síndrome de Goodpasture, GXFWRODFULPDO EGPA, púrpura de Henoch-Schönlein, arterite de Takaya- 5 eLPSRUWDQWHDKLVWRSDWRORJLDGDOHVmRDSHVDUGD su, arterite de células gigantes, crioglobulinemia, poliar- WUtDGHGLDJQyVWLFDGH*3$JUDQXORPDQHFURVH¿EULQRLGH WHULWHQRGRVDRXGRHQoDGH%HoKHW Essa manifestação HYDVFXOLWHUDUDPHQWHHVWDUSUHVHQWH$VHQVLELOLGDGHGD VHUiDERUGDGDPDLVSURIXQGDPHQWHQDVHomRGH³6LWXD- ELySVLD QDVDO p EDL[D 9DVFXOLWH RX JUDQXORPD HVWi SUH- o}HV(VSHFLDLV´ VHQWHHPPHQRVGHGRVFDVRVPDVDVHQVLELOLGDGH Pacientes apresentando HAD e glomerulonefrite DXPHQWDSDUDTXDVHTXDQGRVmRELRSVLDGDVOHV}HV GH IRUPD FRQFRPLWDQWH VmR FODVVL¿FDGRV FRPR SRUWD- maiores e mais profundas nos seios nasais, necessitando GRUHV GD ³VtQGURPH SXOPmRULP´ (VWHV FDVRV VmR PDLV GH DQHVWHVLD JHUDO Quando uma lesão granulomatosa comumente atribuíveis às etilogias imuno-mediadas, tais está presente, é importante reforçar o quão vasto é o como as vasculites ANCA-associadas, Lupus Eritematoso GLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDOSDUDHVVDVOHV}HVQDVYLDVDpUHDV Sistêmico e Síndrome do anticorpo anti-membrana basal 6 7DEHOD Rinite pseudoalérgica, sinusite e pólipos nasais são (síndrome de Goodpasture – SG(VWD~OWLPDpUDUDHR acometimento pulmonar da síndrome (isto é, hemorragia DVPDQLIHVWDo}HVGHYLDVDpUHDVVXSHULRUHVPDLVFRPXQV pulmonar) ocorre mais frequentemente em adultos jo- nos pacientes com EGPA$RFRQWUiULRGD*3$HVVHVSD- YHQVLGDGHDQRV15 A presença variável de doença FLHQWHVPHQRVFRPXPHQWHDSUHVHQWDPOHV}HVHURVLYDVH SXOPRQDUSDUHFHUHÀHWLUDIDOWDGHDFHVVRGRVDQWLFRUSRV GHVWUXWLYDV FLUFXODQWHV DQWL*%0 j PHPEUDQD EDVDO DOYHRODU $VVLP os pacientes com acometimento pulmonar muitas vezes Envolvimento traqueobrônquico têm lesão pulmonar subjacente devido ao tabagismo ou, menos frequente, à infecção, à inalação de cocaína, ou à Ao contrário do envolvimento das vias aéreas su- 11 3XOPmR5- H[SRVLomRGHKLGURFDUERQHWRV Gaudio RC, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV Tabela 3 -0DQLIHVWDo}HVGDVYDVFXOLWHVVLVWrPLFDVQDVYLDVDpUHDV$1&$ DQWLFRUSRDQWLFLWRSODVPDGHQHXWUy¿OR 3XOPmR5- 12 Gaudio RC, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV Tabela 4 - Diagnóstico diferencial de lesão granulomatosa nas vias aéreas A EGPA é outra vasculite ANCA-associada de JUDQGHLQWHUHVVHSDUDSQHXPRORJLD2FXUVRHYROXWLYRGD GRHQoDJHUDOPHQWHDSUHVHQWDYiULDVIDVHV,QLFLDOPHQWH existe a presença da asma alérgica com rinite e sinusite HRFDVLRQDOPHQWHSROLSRVHQDVDO3RVWHULRUPHQWHHRVLQR¿OLDDSDUHFHQRVDQJXHSHULIpULFRH¿QDOPHQWHDVPDQLIHVWDo}HVGHYDVFXOLWHVLVWrPLFD$SUHVHQoDGDDVPDp TXDVHFRQVWDQWHHVWiSUHVHQWHHPGRVSDFLHQWHV20 HSRGHSUHFHGHUDYDVFXOLWHSRUYiULRVDQRV 21 Na maioria dos casos, a asma remite depois da vasculite, mas SRGHSHUVLVWLUSRUDQRVPDLVWDUGH2XWUDVPDQLIHVWDo}HV pulmonares menos frequentes são HDA, anteriormente GHVFULWD H D SUHVHQoD GH GHUUDPH SOHXUDO 'D PHVPD IRUPDHODSRGHDIHWDURXWURVyUJmRVDOpPGRVSXOP}HV tais como o sistema nervoso, cardiovascular sistema, pele RXP~VFXOR$DSUHVHQWDomRKLVWRSDWROyJLFDQRVSXOP}HV pode combinar a presença de granulomas extravasculares, vasculite e pneumonia eosinofílica, no entanto, a coH[LVWrQFLDGDVWUrVOHV}HVpLQFRPXP2VJUDQXORPDVVmR FRQVWLWXtGRVSRUXPFHQWURGHHRVLQy¿ORVFHUFDGRSRUXP LQ¿OWUDGRGHKLVWLyFLWRVHDYDVFXOLWHpWDPEpPFDUDFWHUL- Diferentemente das vasculites, queixas e sinais sistêmicos, como mal estar, perda de peso, febre, ou artralgia, são geralmente ausentes na SG16 $ ¿EURVH SXOPRQDU DVVLP FRPR +$' WDPEpP pode ser manifestação da MPA3RGHHVWDUSUHVHQWHQR momento do diagnóstico e sua apresentação precoce asVRFLDVHDRSLRUSURJQyVWLFRGDGRHQoD17 A presença de nódulos pulmonares está associaGD FRP DOJXPDV YDVFXOLWHV $1&$DVVRFLDGDV 1D GPA evidenciamos múltiplos nódulos pulmonares, geralmete ELODWHUDLV H RFDVLRQDOPHQWH FDYLWDGRV 18 Tais achados são muitas vezes associados a sinais de obstrução EU{QTXLFDLQ¿OWUDGRRX¿EURVHGRSDUrQTXLPDSXOPRQDU2VQyGXORVSXOPRQDUHVSRGHPDSUHVHQWDU R ³VLQDO GR KDOR´ XP DQHO FDUDFWHUtVWLFR GH RSDFLGDGHHPYLGURIRVFRFLUFXQMDFHQWHDRQyGXOR$ presença do padrão em vidro fosco associado a nódulos pulmonares maiores do que três centímetros VXJHUHGRHQoDHPDWLYLGDGH Embora os achados radiológicos sejam evidentes, o diagnóstico da doença não é sempre simples, porque o desempenho GD ELySVLD WUDQVEU{QTXLFD RX FLWRORJLD GR /%$ p SREUH2PHOKRUPpWRGRSDUDRGLDJQyVWLFRKLVWRSDWROyJLFRpDELySVLDSXOPRQDUDEHUWD1DSUHVHQoDGHLQ¿OWUDGRVSXOPRQDUHVRXQyGXORVpSRVVtYHO encontrar granulomas e vasculite necrosante em DWpGRVFDVRV(PERUDPXLWDVOHV}HVGRSDrênquima possam melhorar após o tratamento, é SRVVtYHO HQFRQWUDU OHV}HV FLFDWULFLDLV UHVLGXDLV QD PDLRULDGRVSDFLHQWHV 13 3XOPmR5- ]DGDSRUXPLQ¿OWUDGRGHHRVLQy¿ORVQDFDPDGDPpGLDH tQWLPDGRVYDVRVVDQJXtQHRV (QYROYLPHQWRGDDUWpULDSXOPRQDU O aneurisma da artéria pulmonar é uma das FRPSOLFDo}HVYDVFXODUHVQDGRHQoDGH%HKoHW, e consWLWXLDSULQFLSDOFDXVDGHyELWRQHVVHVSDFLHQWHV22 Existe uma associação com sexo masculino, sendo considerada PDQLIHVWDomRTXDVHH[FOXVLYDGHKRPHQVMRYHQV$KHmoptise é o sintoma clínico mais comum, mas também Tabela 5&ULWpULRVFODVVL¿FDWyULRV$&5GDVYDVFXOLWHV$1&$DVVRFLDGDV Gaudio RC, Ochtrop MLG, Bacchiega ABS &ODVVL¿FDomRHFOtQLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV podem ocorrer tosse, dispneia, febre e dor pleurítica, por se eosinofílica com poliangiite (EGPA, antiga doença de H[HPSOR &KXUJ6WUDXVV1D7DEHODHQFRQWUDPVHUHSUHVHQWDGRV Em resumo, podemos concluir que o acometi- RVFULWpULRVFODVVL¿FDWyULRVGR American College of Rheu- mento pulmonar ocorre principalmente pelas vasculites matologyFLWDGRVDQWHULRUPHQWH9DOHUHVVDOWDUTXHHVVHV de pequenos vasos, associadas ao ANCA (antineutrophil FULWpULRVVHUYHPSDUDQRPHDUHFODVVL¿FDUDYDVFXOLWHGR- cytoplasmic antibodies), que incluem a granulomatose cumentada e não incluem o exame de ANCA, amplamen- com poliangiite (GPA, antiga granulomatose de Wege- WHXWLOL]DGRDWXDOPHQWHDOpPGHDSUHVHQWDUHPUHVWULo}HV ner), a poliangiite microscópica (MPA), granulomato- HPVHSDUDUSDFLHQWHVFRP*3$H03$ Referências: 1DLGHV6-.QRZQLQIHFWLRXVFDXVHVRIYDVFXOLWLVLQPDQ&OHYH&OLQ -0HG6XSSO6,,5HYLHZ 3DJQRX[&&RKHQ3*XLOOHYLQ/9DVFXOLWLGHVVHFRQGDU\WRLQIHFWLRQV&OLQ([S5KHXPDWRO0DU$SU6XSSO6 5HYLHZ 0ROOR\(6/DQJIRUG&$9DVFXOLWLVPLPLFV&XUU2SLQ5KHXPDWRO -DQ GRL %25EHIGFI 5HYLHZ Jennette JC, Falk RJ, Bacon PA, Basu N, Cid MC, Ferrario F, Flores-Suarez LF, Gross WL, Guillevin L, Hagen EC, Hoffman GS, Jayne DR, Kallenberg CG, Lamprecht P, Langford CA, Luqmani RA, Mahr AD, Matteson EL, Merkel PA, Ozen S, Pusey CD, Rasmussen N, 5HHV $- 6FRWW '* 6SHFNV 8 6WRQH -+ 7DNDKDVKL . :DWWV 5$ 2012 revised International Chapel Hill Consensus Conference NoPHQFODWXUHRI9DVFXOLWLGHV$UWKULWLV5KHXP-DQ $ODP'66HWK56LQGZDQL5:RRGVRQ($5DMDVHNDUDQ.8SSHU DLUZD\ PDQLIHVWDWLRQV RI JUDQXORPDWRVLV ZLWK SRO\DQJLLWLV &OHYH &OLQ-0HG1RY6XSSO6 3DJQRX[&:ROWHU1(9DVFXOLWLVRIWKHXSSHUDLUZD\V6ZLVV0HG :NO\0DUZ 3RO\FKURQRSRXORV963UDNDVK8%*ROELQ-0(GHOO(66SHFNV8 $LUZD\LQYROYHPHQWLQ:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLV5KHXP'LV&OLQ 1RUWK$P1RYYL $EGRX1,.XOOPDQ*-+RIIPDQ*6HWDO:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLVVXUYH\RISDWLHQWVLQ1RUWK$PHULFD&KDQJHVLQRXWFRPH LQWKHV-5KHXPDWRO± &DUWLQ&HED5.UDXVH0/6SHFNV83HLNHUW78SGDWHRQ'LIIXVH $OYHRODU +HPRUUKDJH DQG 3XOPRQDU\ 9DVFXOLWLV ,PPXQRO $OOHUJ\ &OLQ1RUWK$P1RYHPEHU± 0\HUV -/ .DW]HQVWHLQ $/ :HJHQHU¶V JUDQXORPDWRVLV SUHVHQWLQJ ZLWK PDVVLYH SXOPRQDU\ KHPRUUKDJH DQG FDSLOODULWLV $P - 6XUJ 3DWKRO± 7UDYLV:'&DUSHQWHU+$/LH-7'LIIXVHSXOPRQDU\KHPRUUKDJH $QXQFRPPRQ PDQLIHVWDWLRQ RI :HJHQHU¶V JUDQXORPDWRVLV$P - 6XUJ3DWKRO± 7UDYLV:'+RIIPDQ*6/HDYLWW5<3DVV+,)DXFL$66XUJLFDOSDthology of the lung in Wegener’s granulomatosis: review of 87 open OXQJELRSVLHVIURPSDWLHQWV$P-6XUJ3DWKRO± <RVKLPXUD 1 0DWVXEDUD 2 7DPXUD $ .DVXJD 7 0DUN (- Wegener’s granulomatosis: associated with diffuse pulmonary hePRUUKDJH$FWD3DWKRO-SQ± (ZDQ3:-RQHV+$5KRGHV&*+XJKHV-0'HWHFWLRQRILQWUDSXOmonary hemorrhage with carbon monoxide uptake: application in *RRGSDVWXUH¶VV\QGURPH1(QJO-0HG± 6DYDJH&23XVH\&'%RZPDQ&5HHV$-/RFNZRRG&0$QWLglomerular basement membrane antibody mediated disease in the %ULWLVK,VOHV%U0HG-&OLQ5HV(G .OXWK'&5HHV$-$QWLJORPHUXODUEDVHPHQWPHPEUDQHGLVHDVH -$P6RF1HSKURO 7]HOHSLV *( .RNRVL 0 7]LRXIDV $ HW DO 3UHYDOHQFH DQG RXWFRPHRISXOPRQDU\¿EURVLVLQPLFURVFRSLFSRO\DQJLLWLV(XU5HVSLU- ± 5RFNDOO$*5LFNDUGV'6KDZ3-,PDJLQJRIWKHSXOPRQDU\PDQLIHVWDWLRQVRIV\VWHPLFGLVHDVH3RVWJUDG0HG-± .RPyFVL$5HXWHU0+HOOHU00XUDN|]L+*URVV:/6FKQDEHO$ Active disease and residual damage in treated Wegener’s granulomatosis: an observational study using pulmonary high resolution FRPSXWHGWRPRJUDSK\(XU5DGLRO± /DQKDP-&(ONRQ.%3XVH\&'+XJKHV*56\VWHPLFYDVFXOLWLV with asthma and eosinophilia: a clinical approach to the Churg6WUDXVVV\QGURPH0HGLFLQH%DOWLPRUH± *XLOOHYLQ/&RKHQ3*D\UDXG0/KRWH)-DUURXVVH%&DVDVVXV3 &KXUJ6WUDXVVV\QGURPH&OLQLFDOVWXG\DQGORQJWHUPIROORZXSRI SDWLHQWV0HGLFLQH%DOWLPRUH± <D]LFL+(VHQ)0RUWDOLW\LQ%HKoHW¶VV\QGURPH&OLQ([S5KHXPDWRO6HS2FW6XSSO6 3XOPmR5- 14 Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares Artigo $YDOLDomRUDGLROyJLFDGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV Güis Saint-Martin Astacio1,2 Resumo $YDVFXOLWHSXOPRQDUFRUUHVSRQGHDXPJUXSRKHWHURJrQHRGHGRHQoDVHGHGLDJQyVWLFRGLItFLO(VWDUHYLVmR DERUGDRSDSHOGDUDGLRORJLDQDDYDOLDomRGHVVDVHQWLGDGHV2VDFKDGRVGHLPDJHPVmRYDULDGRVHSRXFRHVSHFt¿FRVQDYDVFXOLWHSXOPRQDUPDVXPDDQiOLVHSDGURQL]DGDGDVDOWHUDo}HVUDGLROyJLFDVSRGHDMXGDUDHVWUHLWDURGLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDO1HVWHDUWLJRXPDDQiOLVHUDGLROyJLFDEDVHDGDQRWDPDQKRGRVYDVRVDFRPHWLGRVpXWLOL]DGDSDUD FODVVL¿FDUDVYDVFXOLWHVSULPiULDV$KHPRUUDJLDDOYHRODUGLIXVDpXPDGDVPDQLIHVWDo}HVGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHV SULPiULDVDOpPGHYiULDVGRHQoDVHWDPEpPpUHYLVDGDQHVWHDUWLJR$LQWHJUDomRGDVFDUDFWHUtVWLFDVFOtQLFDVODERUDWRULDLVHUDGLROyJLFDVpLPSRUWDQWHSDUDXPGLDJQyVWLFRPDLVHVSHFt¿FRGDVYiULDVIRUPDVGHYDVFXOLWHSXOPRQDU 'HVFULWRUHV9DVFXOLWHUDGLRJUD¿D'RHQoDV3XOPRQDUHVUDGLRJUD¿D7RPRJUD¿DFRPSXWDGRUL]DGDPpWRGRV Summary The pulmonary vasculitides encompass a heterogeneous group of diseases and are usually hard to diagnoVH7KLVUHYLHZDGGUHVVHVWKHUROHRILPDJLQJLQWKHLQYHVWLJDWLRQRISXOPRQDU\YDVFXOLWLV,PDJLQJDUHYDULDEOHDQG SRRUO\VSHFL¿FLQSXOPRQDU\YDVFXOLWLVEXWDSDWWHUQDSSURDFKEDVHGRQUDGLRORJLF¿QGLQJVPD\KHOSWRUH¿QHRU QDUURZWKHGLIIHUHQWLDOGLDJQRVLV,QWKLVDUWLFOHDQDSSURDFKEDVHGRQWKHVL]HRIWKHDIIHFWHGYHVVHOVLVXVHGWR FODVVLI\WKHSULPDU\YDVFXOLWLGHV'LIIXVHDOYHRODUKHPRUUKDJHLVRQHRIWKHPDQLIHVWDWLRQVRISULPDU\SXOPRQDU\ YDVFXOLWLVDPRQJRWKHUHQWLWLHVDQGLVDOVRUHYLVLWHGLQWKLVUHYLHZ,QWHJUDWLRQRIFOLQLFDOODERUDWRU\DQGLPDJLQJ ¿QGLQJVLVLPSRUWDQWIRUPDNLQJDVSHFL¿FGLDJQRVLVRISXOPRQDU\YDVFXOLWLV Keywords: Vasculitis/radiography; Lung Diseases/radiography; Tomography, X-Ray Computed/methods 1 - Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ) Brasil; 2 - Hospital Copa D´Or, Rio de Janeiro (RJ), Brasil (QGHUHoRSDUDFRUUHVSRQGrQFLD$Y%UDVLO±0DQJXLQKRV5LRGH-DQHLUR&(3 E-mail:JXLVDVWDFLR#LSHF¿RFUX]EU 15 Pulmão RJ 2014;23(1):15-21 Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares sia da aorta, cardiomegalia e redução das marcas vascu- ,QWURGXomR ODUHVQRVSXOP}HV $WRPRJUD¿DFRPSXWDGRUL]DGD7&VHPFRQWUDV- A vasculite pulmonar corresponde a um grupo dis- te pode demonstrar aumento da densidade da parede tinto de doenças que afetam os vasos sanguíneos pul- DyUWLFDRXGDDUWpULDSXOPRQDUFRPRXVHPFDOFL¿FDomR PRQDUHV RQGH RFDVLRQDP LQÀDPDomR FHOXODU DJXGD RX $LQ¿OWUDomRGDJRUGXUDPHGLDVWLQDODRUHGRUGDDRUWDH FU{QLFDGHQWURGDSDUHGHYDVFXODUFRPSRVVtYHOGHVWUXL- da artéria pulmonar principal pode ser encontrada como ção dessas estruturas e necrose do tecido pulmonar ao XPVLQDOGHLQÀDPDomRDWLYD1DIDVHDUWHULDODSyVD UHGRU infusão venosa do meio de contraste, é comum o espes- Como a vasculite pulmonar pode ser causada por várias doenças, e os achados radiológicos não são es- VDPHQWR SDULHWDO FLUFXODU GH D PP $ LPSUHJQDomR parietal pelo contraste iodado na aorta ou artéria pulmo- SHFt¿FRV SDUD VH FKHJDU D XP GLDJQyVWLFR RX SHOR QDU SRGH VHU REVHUYDGD QDV DTXLVLo}HV WDUGLDV H p FD- menos, estreitar o diagnóstico diferencial, a correlação UDFWHUtVWLFDGHIDVHLQÀDPDWyULDDWLYD$VDOWHUDo}HV dos aspectos clínicos, radiológicos e laboratoriais é fun- vasculares podem acompanhar as áreas de perfusão em GDPHQWDO PRVDLFRQRSDUrQTXLPDSXOPRQDUFRUUHVSRQGHQWH 1HVWH DUWLJR DV DSUHVHQWDo}HV GH LPDJHP GDV vasculites pulmonares serão abordadas de acordo com o 1DIDVH¿EUyWLFDGDGRHQoDGH7DND\DVXD7&SRGHPRVWUDUSDUHGHVYDVFXODUHVFDOFL¿FDGDV WDPDQKRGRVYDVRVDFRPHWLGRVSRLVHVVHIDWRULQÀXHQFLD A ressonância magnética (RM) apresenta vanta- IRUWHPHQWH RV DVSHFWRV FOtQLFRV H UDGLROyJLFRV 3RU ¿P gens em relação à TC para avaliação dos pacientes com a hemorragia alveolar difusa também é revisada, pois é arterite de Takayasu, pois não utiliza radiação ionizante, XPDGDVPDQLIHVWDo}HVGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHVSULPi- o que é uma consideração importante nestes pacientes, ULDVDOpPGHYiULDVRXWUDVGRHQoDV JHUDOPHQWHMRYHQV¿JXUD1D50WDPEpPSRGH ser observada a impregnação tardia pelo meio de con- Vasculite de grandes vasos traste nas paredes espessadas quando há algum grau de DWLYLGDGHLQÀDPDWyULD As vasculites de grandes vasos afetam predomiQDQWHPHQWHDDRUWDHVHXVUDPRVPDLRUHV$VGXDVHQtidades principais são arterite de Takayasu e a arterite GHFpOXODVJLJDQWHV$&*(PERUDKLVWRORJLFDPHQWHVHmelhantes, essas doenças são consideradas distintas com EDVHHPGLYHUVRVFULWpULRVFOtQLFRV1RHQWDQWRFDVRV mais frequentes de ACG com acometimento da aorta e de artérias de grande calibre estão sendo relatados, criando XPDVREUHSRVLomRFUHVFHQWHHQWUHHVWDVHQWLGDGHV$ doença de Behçet também é organizada neste grupo, pois SRGHOHVLRQDUYDVRVSXOPRQDUHVGHJUDQGHFDOLEUH Arterite de Takayasu $DUWHULWHGH7DND\DVXpXPDGRHQoDLQÀDPDWyULD idiopática que acomete vasos de grande calibre, principalPHQWHDDRUWDWRUDFRDEGRPLQDOHVHXVUDPRVPDLRUHV Esses processos eventualmente podem levar a estenose, RFOXVmR GLODWDo}HV SyVHVWHQyWLFDV H DQHXULVPDV 2 comprometimento da artéria pulmonar é relatado em cerFDGHGRVFDVRVPDVpUDURRFRUUHULVRODGDPHQWH Como a apresentação clínica e os resultados dos testes GH ODERUDWyULR VmR JHUDOPHQWH LQHVSHFt¿FRV R GLDJQyVtico dessa vasculite quase sempre depende de estudos UDGLROyJLFRV $ UDGLRJUD¿D GH WyUD[ GHPRQVWUD DOWHUDo}HV QD IDVH ¿EUyWLFD GD GRHQoD RQGH SRGHP VHU LGHQWL¿FDGRV em ordem de frequência: contorno ondulado da aorta, FDOFL¿FDo}HVOLQHDUHVSUHPDWXUDVGDSDUHGHDyUWLFDHFWD- Figura 1 3DFLHQWH GH DQRV FRP DUWHULWH GH 7DND\DVX $ angiorressonância apresenta extensas áreas de estenose nos ramos do arco aórtico, aorta infrarrenal e artéria renal direita, DOJXPDVDVVRFLDGDVDGLODWDomRSyVHVWHQyWLFD Pulmão RJ 2014;23(2):15-21 16 Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares (VWXGRVSUHOLPLQDUHVFRPWRPRJUD¿DSRUHPLVVmR de pósitrons (PET) também têm demonstrado potencial para avaliação da resposta ao tratamento ao evidenciar uma doença vascular generalizada, com potencial para FRPSOLFDo}HVDUWHULDLVSHULIpULFDVJUDYHV O acometimento extracraniano provavelmente DWLYLGDGHLQÀDPDWyULDGDGRHQoDSRUPHLRGRDXPHQWRGD é subdiagnosticado nos pacientes com ACG clássico ou FDSWDomR GH ÀXRURGHVR[LJOLFRVH )'* QDV DUWpULDV DFR- confundido com doença aterosclerótica em pacientes sem PHWLGDV DUWHULWH WHPSRUDO RX VLQWRPDV WtSLFRV GHVVD YDVFXOLWH $ ACG extracraniana tem sido mais frequentemente relataGDQRDUFRDyUWLFRHQDVDUWpULDVVXEFOiYLDHD[LODU $UWHULWHGHFpOXODVJLJDQWHV A ACG é a vasculite mais comum de artérias de Nos achados histológicos e radiológicos, a ACG ex- grande e médio porte, afeta quase exclusivamente indiví- WUDFUDQLDQDpVHPHOKDQWHjDUWHULWHGH7DND\DVX$ duos com mais de 50 anos de idade e acomete predomi- ACG pode se apresentar com espessamento da parede ar- nantemente os ramos da carótida extracraniana e a aorta WHULDOHVWHQRVHHDQHXULVPD$DRUWDIUHTXHQWHPHQ- te permanece assintomática na fase inicial da doença e Até recentemente acreditava-se que a ACG era HYROXLPDLVIUHTXHQWHPHQWHFRPDQHXULVPDHGLVVHFomR uma doença predominantemente localizada, afetando Ao contrário da arteriosclerose, os aneurismas na ACG principalmente as artérias cranianas, particularmente a afetam mais frequentemente a aorta torácica e parecem DUWpULD WHPSRUDO DV DUWpULDV GD UHWLQD H R QHUYR ySWLFR VHUPDLVSURSHQVRVDGLVVHFomR¿JXUD Entretanto, a ACG está cada vez mais reconhecida como Figura 23DFLHQWHFRPDUWHULWHGHFpOXODVJLJDQWHVHGRUWRUiFLFDDJXGD$DQJLRWRPRJUD¿DDSUHVHQWDHVSHVVDPHQWRSDULHWDOHGLVVHFomRQR DUFRDyUWLFRFRPH[WHQVmRjVDUWpULDVVXSUDDyUWLFDV$$DRUWDHVWiDVFHQGHQWHHVWiDXPHQWDGDGHFDOLEUHHWDPEpPDSUHVHQWDGLVVHFomR% 'RHQoDGH%HKoHW A doença de Behçet é uma vasculite multissistêmiFDFU{QLFDTXHSRGHDFRPHWHUYDVRVJUDQGHVPpGLRVH SHTXHQRVGDFLUFXODomRDUWHULDOHRXYHQRVD Essa doença é a causa mais comum de aneuris- 1R HQWDQWR Ki HYLGrQFLDV UHFHQWHV GH UHVROXomR FRPSOHWDHPDWpGRVDQHXULVPDVHPSDFLHQWHVFRP WUDWDPHQWRLPXQRVVXSUHVVRU O espessamento parietal dos vasos pode ser visto QDDRUWDHQDYHLDFDYDVXSHULRUHPIXQomRGHYDVFXOLWH A trombose da veia cava superior, muitas vezes acompa- PD GH DUWpULD SXOPRQDU HP IXQomR GD LQÀDPDomR nhada de trombose de outras veias do mediastino, tam- GRYDVDYDVRUXPHGHVWUXLomRGDV¿EUDVHOiVWLFDVYDVFX- EpPpUHODWDGDQHVWHJUXSRGHSDFLHQWHV ODUHV1DUDGLRJUD¿DGHWyUD[SRGHRFRUUHUDODUJDPHQWR $V DOWHUDo}HV SXOPRQDUHV SDUHQTXLPDWRVDV PDLV hilar ou opacidade arredondada peri-hilar decorrente de FRPXQVVmRRSDFLGDGHVDOYHRODUHVVXESOHXUDLVPDOGH¿- DQHXULVPDSXOPRQDU2VDQHXULVPDVSXOPRQDUHVVmRXVX- nidas e opacidades arredondadas ou em forma de cunha, almente fusiformes ou saculares, múltiplos, bilaterais e que representam vasculite focal e trombose dos vasos localizados nos lobos inferiores ou principais artérias pul- pulmonares, resultando em infarto, hemorragia e atelec- PRQDUHV¿JXUDeIUHTXHQWHDWURPERVHSDUFLDO WDVLDIRFDO RXWRWDOGHVVHVDQHXULVPDV1RVSDFLHQWHVQmRWUDWDGRV a formação de aneurisma pulmonar está associada a uma DOWDWD[DGHPRUWDOLGDGHDWpGHQWURGHGRLVDQRV 17 Pulmão RJ 2014;23(2):15-21 Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares Figura 33DFLHQWHGHDQRVFRPGRHQoDGH%HKoHW2WRSRJUDPDGDWRPRJUD¿DFRPSXWDGRUL]DGDDSUHVHQWDDODUJDPHQWRGRVKLORVSXOPRQDUHV HRSDFLGDGHVQRGXODUHVFRPSUHGRPtQLRQDVUHJL}HVSHULKLODUHV$$DQJLRWRPRJUD¿DGHPRQVWUDP~OWLSORVDQHXULVPDVSXOPRQDUHVDOJXQVSDUFLDOPHQWHWURPERVDGRV% Vasculite de pequenos vasos FP DSUHVHQWDP HVFDYDomR QR LQWHULRU $V HVFDYDo}HV geralmente têm paredes espessadas, mas podem evoluir Essa categoria de vasculite afeta os vasos menores FRPUHGXomRGHGLPHQV}HVHSDUHGHV¿QDVDRORQJRGR GRTXHDVDUWpULDVFRPRDUWHUtRODVYrQXODVHFDSLODUHV WUDWDPHQWR2VLQDOGRKDORQD7&KDORFRPDWHQX- No entanto, a vasculite de pequenos vasos também pode ação em vidro fosco ao redor da lesão pulmonar) é visto DFRPHWHUYDVRVJUDQGHVHPpGLRV3RUWDQWRSDUDVH HPDWpGRVFDVRV¿JXUD1RVHVWXGRVGH7& considerar a possibilidade de vasculite de pequenos va- com contraste iodado venoso, a maioria dos nódulos e sos, tem que se buscar características de acometimento massas tem baixa atenuação central (provavelmente por vascular dos capilares e vênulas, como púrpura, glome- necrose), com ou sem impregnação periférica pelo con- UXORQHIULWH RX FDSLODULWH SXOPRQDU $V YDVFXOLWHV GH WUDVWHLRGDGR pequenos vasos mais comuns nos adultos são primárias, &RQVROLGDo}HV SXOPRQDUHV H RSDFLGDGHV HP YL- frequentemente associadas ao anticorpo anticitoplasma GURVmRRVHJXQGRDFKDGRUDGLRJUi¿FRPDLVFRPXP GHQHXWUy¿OR$1&$HLQFOXHPWUrVFDWHJRULDVSULQFLSDLV D GRV FDVRV H IUHTXHQWHPHQWH UHÀHWHP D GRHQoD granulomatose de Wegener, síndrome de Churg-Strauss e pulmonar vascular na forma de pneumonite ou hemor- SROLDQJLLWHPLFURVFySLFD UDJLDDOYHRODU$VFRQVROLGDo}HVSRGHPWHUXPD distribuição aleatória e se localizar na periferia pulmonar Granulomatose com poliangiite JUDQXORPDWRVHGH:HJHQHU A granulomatose com poliangiite (conhecida tamEpPFRPRJUDQXORPDWRVHGH:HJHQHUHS{QLPRTXHVH preconiza abandonar) é a mais comum das vasculites as- RX UHJLmR SHULEU{QTXLFD $V RSDFLGDGHV HP YLGUR IRVFR bilaterais e difusas normalmente representam hemorragia alveolar difusa (HAD), que ocorre em aproximadamente GHVVHVSDFLHQWHV $VDQRUPDOLGDGHVEU{QTXLFDVMiIRUDPFRQVLGHUD- VRFLDGDVDR$1&$3RGHVHDSUHVHQWDUFOLQLFDPHQWHFRPD GDVLQFRPXQVPDVRHVSHVVDPHQWRGHSDUHGHVEU{QTXL- tríade clássica de acometimento das vias aéreas superio- FDV Mi IRL UHODWDGR HP D GRV SDFLHQWHV UHVGRWUDWRUHVSLUDWyULRLQIHULRUHJORPHUXORQHIULWH Bronquiectasias são vistas com menos frequência (10 a $V DOWHUDo}HV GH LPDJHP PDLV FRPXQV QHVWD 2 HVSHVVDPHQWR SDULHWDO FRQFrQWULFR GD GRHQoD HQFRQWUDGDV HP DWp GRV SDFLHQWHV FRQ- WUDTXHLD GHYLGR j LQÀDPDomR FRP HVWUHLWDPHQWR GD OX] VLVWHP GH QyGXORV SXOPRQDUHV H PDVVDV RV TXDLV GDV YLDV DpUHDV HVWi SUHVHQWH HP GRV SDFLHQWHV são geralmente múltiplos e bilaterais, tendem a se lo- 2 DFRPHWLPHQWR GD WUDTXHLD VXEJOyWLFD p PDLV Wt- FDOL]DU SULQFLSDOPHQWH QDV UHJL}HV VXESOHXUDLV H PHQRV pico, com a extensão variável às cordas vocais, traqueia IUHTXHQWHPHQWH QDV UHJL}HV SHULEURQFRYDVFXODUHV &RP GLVWDOHEU{QTXLRVSUR[LPDLV a progressão da doença, os nódulos e massas tendem a $ UDGLRJUD¿D GH WyUD[ p R PpWRGR GH HVFROKD aumentar em tamanho e número, com coalescência por SDUDDYDOLDomRLQLFLDOQHVVHVSDFLHQWHV(QWUHWDQWRDUD- vezes, e podem variar de milímetros a mais de 10 cm GLRJUD¿DGHWyUD[DSUHVHQWD OLPLWDo}HV SDUDDDYDOLDomR GHGLkPHWUR1D7&DPDLRULDGRVQyGXORVPDLRUHVTXH GD YLD DpUHD H SRGH QmR GHPRQVWUDU VX¿FLHQWHPHQWH R Pulmão RJ 2014;23(2):15-21 18 Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares SDGUmR H D GLVWULEXLomR GD GRHQoD WRUiFLFD 1HVVHV FD- avaliação desses pacientes, mas pode ser uma alternativa sos, recomenda-se a realização de TC, usualmente sem a QRHVWXGRGHFDVRVFRPHVWHQRVHVXEJOyWLFD XWLOL]DomRGHFRQWUDVWHLRGDGR$50pSRXFRXWLOL]DGDQD Figura 43DFLHQWHFRPJUDQXORPDWRVHGH:HJHQHU$WRPRJUD¿DFRPSXWDGRUL]DGDDSUHVHQWDSHTXHQRVQyGXORVQRVHJPHQWRSRVWHULRUGRORERVXSHULRUFLUFXQGDGRVSRUDWHQXDomRHPYLGURIRVFRVHWDHGLVFUHWD¿EURVHSHULIpULFD$$OJXQVQyGXORVDSUHVHQWDPGLVFUHWDHVFDYDomRQRLQWHULRU% 6tQGURPHGH&KXUJ6WUDXVV A síndrome de Churg-Strauss (SCS) é caracteriza- sitórias, bilaterais e muitas vezes periféricas (25,26,27) ¿JXUD (VVDV FRQVROLGDo}HV SRGHP VH DVVHPHOKDU D VtQGURPH GH /|IÀHU TXDQGR VmR WUDQVLWyULDV RX SQHX- GDSHODWUtDGHFOtQLFDGHDVPDKLSHUHRVLQR¿OLDHYDVFXOLWH PRQLD HRVLQRItOLFD FU{QLFD SQHXPRQLD HP RUJDQL]DomR QHFURWL]DQWH2SXOPmRpRyUJmRPDLVFRPXPHQWH TXDQGR WrP ORFDOL]DomR SHULIpULFD 2XWUR DFKDGR DFRPHWLGR VHJXLGR SHOD SHOH +HPRUUDJLD SXOPRQDU H relativamente comum é o espessamento septal, encon- glomerulonefrite são muito menos comuns do que nas WUDGR HP DSUR[LPDGDPHQWH GRV SDFLHQWHV 2 RXWUDVYDVFXOLWHVGHSHTXHQRVYDVRV espessamento dos septos interlobulares pode representar $V DOWHUDo}HV QD 7& PDLV IUHTXHQWHV VmR FRQVROLGDo}HV SXOPRQDUHV H RSDFLGDGHV HP YLGUR IRVFR WUDQ- HGHPDRXLQ¿OWUDomRHRVLQRItOLFDVHSWDOjVYH]HVVHQGRR ~QLFRDFKDGRQD7& Figura 5 3DFLHQWHFRPVtQGURPHGH&KXUJ6WUDXVV$WRPRJUD¿DFRPSXWDGRUL]DGDDSUHVHQWDiUHDFRPDWHQXDomRHPYLGURIRVFRQRORERVXSHULRU GLUHLWR$HFRQVROLGDomRQRORERLQIHULRUHVTXHUGR% $VDOWHUDo}HVGDVYLDVDpUHDVTXHVHPDQLIHVWDP HRVLQRItOLFD por pequenos nódulos centrolobulares, preenchimento 'HUUDPHSOHXUDOpUHODWDGRHPDGRVSD- EURQTXLRODU GLODWDomR EU{QTXLFD H HVSHVVDPHQWR SDULH- FLHQWHVHSRGHVHUFDXVDGRSRULQVX¿FLrQFLDFDUGtDFDUH- WDOEU{QTXLFRSURYDYHOPHQWHVmRGHFRUUHQWHVGRTXDGUR VXOWDQWHGHFDUGLRPLRSDWLDRXSOHXULWHHRVLQRItOLFD GH DVPD 1R HQWDQWR R HVSHVVDPHQWR GD SDUHGH EU{QTXLFD WDPEpP SRGH VHU RFDVLRQDGR SRU LQ¿OWUDomR Pulmão RJ 2014;23(2):15-21 O estudo por imagem inicial na avaliação pulmoQDUGHSDFLHQWHVFRPDVPDpDUDGLRJUD¿DGHWyUD[$7& Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares raramente acrescenta informação adicional, mas é indica- tose de Wegener, SCS e poliangiite microscópica); GD TXDQGR Ki FRPSOLFDo}HV SDFLHQWHV QmR UHVSRQVLYRV DRWUDWDPHQWRRXUDGLRJUD¿DVFRPSDGU}HVDWtSLFRV Poliangiite microscópica (b) Síndromes causadas por depósitos imunes que SRGHP VHU GHWHFWDGRV FRP LPXQRÀXRUHVFrQFLD FRPR D síndrome de Goodpasture e lúpus eritematoso sistêmico; A poliangiite microscópica é uma vasculite sistêmi- (c) Um grande grupo de doenças diversas que FDQHFURWL]DQWHQmRJUDQXORPDWRVDFXMDVPDQLIHVWDo}HV LQFOXL GDQR DOYHRODU GLIXVR UHDo}HV PHGLFDPHQWRVDV FOtQLFDVVmRJHUDOPHQWHUHQDLV2DFRPHWLPHQWRSXOPRQDU FRDJXORSDWLDV LQIHFo}HV H GRHQoDV LGLRSiWLFDV FRPR D é menos comum nessa doença, mas nesses pacientes, KHPRVVLGHURVHSXOPRQDULGLRSiWLFD a HAD com capilarite é a manifestação mais frequente A maioria dos casos de HAD é causada por ca- O diagnóstico de poliangiite microscópica deve ser pilarite associada a doenças autoimunes sistêmicas, tais suspeitado nos pacientes que apresentam glomerulonefri- como vasculite de pequenos vasos associada ao ANCA, te rapidamente progressiva, com P-ANCA presente e que síndrome de Goodpasture e lúpus eritematoso sistêmico mostram achados clínicos e radiológicos compatíveis com KHPRUUDJLDSXOPRQDU 2VDFKDGRVUDGLRJUi¿FRVQDVGRHQoDVTXHFDXVDP Conclusão +$'SRGHPVHULGrQWLFRVHVmRGHVFULWRVDVHJXLU Hemorragia alveolar difusa As vasculites primárias são compostas por doenças raras e de diagnóstico difícil, pois seu quadro clínico p LQHVSHFt¿FR SRGHQGR VLPXODU LQIHFo}HV GRHQoDV GR $ +$' SRGH VHU GH¿QLGD TXDQGR Ki KHPRSWLVH WHFLGR FRQMXQWLYR H QHRSODVLDV 6LQDLV H VLQWRPDV FRPR opacidades alveolares difusas e queda no nível de hema- uveíte, exantemas cutâneos incomuns, artrite ou relatos WyFULWR2VVLQWRPDVLQFOXHPWRVVHKHPRSWLVHGLVSQHLDH de sinusite devem ser considerados relevantes, quando DQHPLD1RHQWDQWRRVDFKDGRVGHUDGLRJUD¿DH7&VmR DVVRFLDGRVDDOWHUDo}HVUDGLROyJLFDVWRUiFLFDVIDOWDGHDU LQHVSHFt¿FRVLQFOXVLYHDVRSDFLGDGHVDOYHRODUHVSRGHP RX LQVX¿FLrQFLD UHQDO $V UDGLRJUD¿DV GH WyUD[ H HVSH- ser unilaterais) e a manifestação de hemoptise pode não cialmente, a TC, são bastante úteis para o diagnóstico estar presente (mesmo em pacientes com hemorragia su- não-invasivo de pacientes com vasculite pulmonar e, em ¿FLHQWHSDUDDFDUUHWDUDQHPLD combinação com as características clínicas e laboratoriais, Seja qual for a causa subjacente da HAD, o pre- SRGHSHUPLWLUXPGLDJQyVWLFRPDLVSUHFRFH enchimento hemorrágico dos espaços aéreos pulmonares costuma provocar opacidades que variam de acordo com a intensidade da hemorragia; de discretas opacidades em YLGURIRVFRDH[WHQVDFRQVROLGDomR $V DOWHUDo}HV QD UDGLRJUD¿D GH WyUD[ FRQVLVWHP de opacidades do espaço aéreo bilaterais, esparsas ou GLIXVDV 1D 7& D RSDFLGDGH HP YLGUR IRVFR p DOWHUDomR PDLV FRPXP H FDUDFWHUtVWLFD DSHVDU GH LQHVSHFt¿FD $V opacidades em vidro fosco são bilaterais e as áreas de consolidação são geralmente generalizadas, mas podem ser mais proeminentes nas áreas peri-hilares e nas zonas SXOPRQDUHVPpGLDVHLQIHULRUHV1mRKiGLVWULEXLomR típica, e as opacidades podem ser esparsas ou uniforPHV2DFKDGRGHFRQVROLGDomRFRPDOWDGHQVLGDGHSRGH UHSUHVHQWDU R SUHHQFKLPHQWR GRV DOYpRORV FRP VDQJXH 1yGXORVFHQWUROREXODUHVPDOGH¿QLGRVSRGHPSUHGRPLQDU HPDOJXQVSDFLHQWHV $VHQWLGDGHVTXHFDXVDP+$'SRGHPVHUFODVVL¿cadas em três grupos: (a) Vasculites de pequenos vasos associadas ao ANCA, geralmente com capilarite pulmonar (granulomaPulmão RJ 2014;23(2):15-21 20 Astacio GSM Avaliação radiológica das vasculites pulmonares Referências 21 %URZQ .. 3XOPRQDU\ YDVFXOLWLV 3URF $P 7KRUDF 6RF ± Marten K , Schnyder P , Schirg E , Prokop M , Rummeny EJ , EngeONH&3DWWHUQEDVHGGLIIHUHQWLDOGLDJQRVLVLQSXOPRQDU\YDVFXOLWLV XVLQJYROXPHWULF&7$-5$P-5RHQWJHQRO± 0LFKHO%$$UHQG:3+XQGHU**&OLQLFDOGLIIHUHQWLDWLRQEHWZHHQ JLDQWFHOOWHPSRUDODUWHULWLVDQG7DND\DVX¶VDUWHULWLV-5KHXPDWRO ± Castañer E, Alguersuari A, Gallardo X, Andreu M, Pallardó Y, Mata -0 HW DO :KHQ WR VXVSHFW SXOPRQDU\ YDVFXOLWLV UDGLRORJLF DQG FOLQLFDOFOXHV5DGLRJUDSKLFV -RKQVWRQ6//RFN5-*RPSHOV007DND\DVXDUWHULWLVDUHYLHZ- &OLQ3DWKRO± 3DUN-+&KXQJ-:,P-*.LP6.3DUN<%+DQ0&7DND\DVX arteritis: evaluation of mural changes in the aorta and pulmonary DUWHU\ZLWK&7DQJLRJUDSK\5DGLRORJ\± Gotway MB, Araoz PA, Macedo TA, Stanson AW, Higgins CB, Ring (-HWDO,PDJLQJ¿QGLQJVLQ7DND\DVX¶VDUWHULWLV$-5$P-5RHQWJHQRO± Nastri MV, Baptista LPS, Baroni RH, Blasbalg R, de Avila LF, Leite && HW DO *DGROLQLXPHQKDQFHG WKUHHGLPHQVLRQDO 05 DQJLRJUDSK\RI7DND\DVXDUWHULWLV5DGLR*UDSKLFV± Meller J, Strutz F, Siefker U, Scheel A, Sahlmann CO, Lehmann .HWDO(DUO\GLDJQRVLVDQGIROORZXSRIDRUWLWLVZLWK>)@)'* 3(7DQG05,(XU-1XFO0HG0RO,PDJLQJ± Marten K, Schnyder P, Schirg E, Prokop M, Rummeny EJ, EngeONH&3DWWHUQEDVHGGLIIHUHQWLDOGLDJQRVLVLQSXOPRQDU\YDVFXOLWLV XVLQJYROXPHWULF&7$-5$P-5RHQWJHQRO± 7DWz)+RIIPDQQ8*LDQWFHOODUWHULWLVDV\VWHPLFYDVFXODUGLVHDVH9DVF0HG± (YDQV-02¶)DOORQ:0+XQGHU**,QFUHDVHGLQFLGHQFHRIDRUWLF aneurysm and dissection in giant cell (temporal) arteritis: a popuODWLRQEDVHGVWXG\$QQ,QWHUQ0HG± (UNDQ)*O$7DVDOL(3XOPRQDU\PDQLIHVWDWLRQVRI%HKoHW¶VGLVHDVH7KRUD[± +LOOHU 1 /LHEHUPDQ 6 &KDMHN6KDXO 7 %DU=LY - 6KDKDP ' 7KRUDFLF PDQLIHVWDWLRQV RI %HKoHW GLVHDVH DW &7 5DGLR*UDSKLFV ± (UNDQ)*O$7DVDOL(3XOPRQDU\PDQLIHVWDWLRQVRI%HKoHW¶VGLVHDVH7KRUD[± 7XQDFL02]NRUNPD]%7XQDFL$*XO$(QJLQ*$FXQDV%&7 ¿QGLQJV RI SXOPRQDU\ DUWHU\ DQHXU\VPV GXULQJ WUHDWPHQW IRU %HKoHW¶VGLVHDVH$-5$P-5RHQWJHQRO± -HQQHWWH -& )DON 5- 6PDOOYHVVHO YDVFXOLWLV 1 (QJO - 0HG ± Pulmão RJ 2014;23(2):15-21 )UDQNHO6.&RVJURYH*3)LVFKHU$0HHKDQ57%URZQ..8SGDWH LQWKHGLDJQRVLVDQGPDQDJHPHQWRISXOPRQDU\YDVFXOLWLV&KHVW ± /RKUPDQQ&8KO0.RWWHU(%XUJHU'*KDQHP1/DQJHU03XOPRQDU\PDQLIHVWDWLRQVRI:HJHQHUJUDQXORPDWRVLV&7¿QGLQJVLQ SDWLHQWVDQGDUHYLHZRIWKHOLWHUDWXUH(XU-5DGLRO ± 7UDYLV :' +RIIPDQ *6 /HDYLWW 5< 3DVV +, )DXFL $6 6XUJLFDO pathology of the lung in Wegener’s granulomatosis: review of 87 RSHQ OXQJ ELRSVLHV IURP SDWLHQWV $P - 6XUJ 3DWKRO ± .RPyFVL$5HXWHU0+HOOHU00XUDN|]L+*URVV:/6FKQDEHO$ Active disease and residual damage in treated Wegener’s granulomatosis: an observational study using pulmonary high-resolution FRPSXWHGWRPRJUDSK\(XU5DGLRO± $QDQWKDNULVKQDQ/6KDUPD1.DQQH-3:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLVLQWKHFKHVWKLJKUHVROXWLRQ&7¿QGLQJV$-5$P-5RHQWJHQRO ± Lee KS, Kim TS, Fujimoto K, Moriya H, Watanabe H, Tateishi U, et DO7KRUDFLFPDQLIHVWDWLRQRI:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLV&7¿QGLQJVLQSDWLHQWV(XU5DGLRO± 6LOYD&,60OOHU169DVFXOLWHV,Q6LOYD&,6HWDOHGLWRUHV7yUD[ (GLomR5LRGH-DQHLUR(OVHYLHUS &KRL <+ ,P -* +DQ %. .LP -+ /HH .< 0\RXQJ 1+ 7KRUDFLF manifestation of Churg-Strauss syndrome: radiologic and clinical ¿QGLQJV&KHVW± 6LOYD &, 0OOHU 1/ )XMLPRWR . -RKNRK 7 $M]HQ 6$ &KXUJ $ &KXUJ6WUDXVVV\QGURPHKLJKUHVROXWLRQ&7DQGSDWKRORJLF¿QGLQJV-7KRUDF,PDJLQJ± :RUWK\6$0OOHU1/+DQVHOO'0)ORZHU&'&KXUJ6WUDXVVV\QGURPHWKHVSHFWUXPRISXOPRQDU\&7¿QGLQJVLQSDWLHQWV$-5 $P-5RHQWJHQRO± $NLNXVD%6DWR72JDZD08HGD6.RQGR<1HFURWL]LQJDOYHRODU capillaritis in autopsy cases of microscopic polyangiitis: incidence, KLVWRSDWKRJHQHVLV DQG UHODWLRQVKLS ZLWK V\VWHPLF YDVFXOLWLV $UFK 3DWKRO/DE0HG± 3ULPDFN6/0LOOHU550OOHU1/'LIIXVHSXOPRQDU\KHPRUUKDJH FOLQLFDO SDWKRORJLF DQG LPDJLQJ IHDWXUHV $-5 $P - 5RHQWJHQRO ± +DQVHOO'06PDOOYHVVHOGLVHDVHVRIWKHOXQJ&7SDWKRORJLFFRUUHODWHV5DGLRORJ\± Nascimento AF Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial Artigo Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial Alessandra F. Nascimento1 Resumo As vasculites são um conjunto de entidades clínico-patológicas sistêmicas caracterizadas pela destruição GDSDUHGHGHYDVRVVDQJXtQHRV2SDUrQTXLPDSXOPRQDUpFRQVLVWHQWHPHQWHPDLVDIHWDGRSRUWUrVYDVFXOLWHVHP particular: granulomatose de Wegener (ou granulomatose com poliangiite), síndrome de Churg-Strauss e poliangiite PLFURVFySLFD'HPRJUD¿FDPHQWHHVWDVGRHQoDVLQÀDPDWyULDVDIHWDPDGXOWRVGHPHLDLGDGHHDSUHVHQWDPVHFRP VLQDLVHVLQWRPDVUHVSLUDWyULRVDOpPGHVLQWRPDVVLVWrPLFRV2GLDJQyVWLFRGHVWDVHQWLGDGHVUHFDLQDFRUUHODomR GDDSUHVHQWDomRFOtQLFDHFRUUHODomRGHVWDFRPDFKDGRVUDGLROyJLFRVHPRUIROyJLFRV2GLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDOGDV WUrVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHVPDLVFRPXQVpSULQFLSDOPHQWHFRPLQIHFo}HVJUDQXORPDWRVDVFRPRPLFREDFWHULRVHVH LQIHFo}HVI~QJLFDVOLQIRPDVHRXWUDVYDVFXOLWHV(VWHDUWLJRH[SORUDDVSULQFLSDLVFDUDFWHUtVWLFDVKLVWRSDWROyJLFDVHR GLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDOGHVWDVHQWLGDGHV Descritores: vasculite, ANCA, granulomatose de Wegener, síndrome de Churg-Strauss, poliangiite microscópica Abstract 9DVFXOLWLGHVDUHDJURXSRIV\VWHPLFGLVHDVHVFKDUDFWHUL]HGE\WKHGHVWUXFWLRQRIWKHEORRGYHVVHOZDOOV7KH pulmonary parenchyma is consistently affected by three vasculidites in particular, namely, Wegener granulomatosis RU JUDQXORPDWRVLV ZLWK SRO\DQJHLLWLV &KXUJ6WUDXVV V\QGURPH DQG PLFURVFRSLF SRO\DQJLLWLV 'HPRJUDSKLFDOO\ these entities affect middle aged adults, and present with pulmonary signs and symptoms, besides systemic sympWRPV7KHGLDJQRVLVRIWKLVJURXSRIGLVHDVHVLVEDVHGRQWKHFRUUHODWLRQRIWKHFOLQLFDOSLFWXUHZLWKUDGLRORJLFDQG PRUSKRORJLF¿QGLQJV'LIIHUHQWLDOGLDJQRVLVLVPRVWO\GRQHZLWKJUDQXORPDWRXVLQIHFWLRQVVXFKDVP\FREDFWHULD DQGIXQJXVO\PSKRPDVDQGRWKHU YDVFXOLGLWHV 7KLVDUWLFOH H[SORUHV WKH PDLQKLVWRSDWKRORJLFFKDUDFWHULVWLFV RI WKHVHYDVFXOLGLWHVDVZHOODVWKHLUPDLQGLIIHUHQWLDOGLDJQRVHV .H\ZRUGVYDVFXOLWLV$1&$:HJHQHUJUDQXORPDWRVLV&KUXJ6WUDXVVV\QGURPHPLFURVFRSLFSRO\DQJLLWLV &RRUGHQDGRUDGR%DQFR1DFLRQDOGH7XPRUHVH'1$'HSDUWDPHQWRGH3DWRORJLDGR,QVWLWXWR1DFLRQDOGH&kQFHU,1&$'LUHWRUDGD$QDWRPLD3DWRlógica e Citopatologia Rede D´Or (QGHUHoRSDUDFRUUHVSRQGrQFLD5XD$OPLUDQWH%DOWD]DU±6HWRU$QDWRPLD3DWROyJLFDH&LWRSDWRORJLD'¶2U6mR&ULVWyYmR5LRGH-DQHLUR5Email: DQDVFLPHQWR#LQFDJRYEU Pulmão RJ 2014;23(2):22-26 22 Nascimento AF Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial ,QWURGXomR com GW podem demonstrar nódulos ou massas pulmoQDUHVGHGLYHUVRVWDPDQKRVHFRQIRUPDo}HVEHPFRPR As vasculites são um conjunto de entidades FDYLWDo}HVDIHWDQGRSULQFLSDOPHQWHRVORERVLQIHULRUHV clínico-patológicas sistêmicas caracterizadas histologicaPHQWHSHODLQÀDPDomRHGHVWUXLomRGDSDUHGHGHYDVRV sanguíneos e, clinicamente, pelo tipo e localização dos &DUDFWHUtVWLFDV+LVWROyJLFDV O diagnóstico histopatológico de GW deve ser YDVRVDIHWDGRV'DGDDFRPSOH[LGDGHHKHWHURJHQHLGDGH idealmente baseado em biópsias em cunha do parênqui- GHVWHJUXSRGHGRHQoDVRGLDJQyVWLFRGH¿QLWLYRGDVYDV- PD SXOPRQDU 0DWHULDO SURYHQLHQWH GH ELySVLDV GD UH- culites recai na correlação de dados clínicos, radiológicos gião de cabeça e pescoço são frequentemente difíceis e e laboratoriais, principalmente o anticorpo antineutrofíli- LQFRQFOXVLYDVHSRUWDQWRGHYHPVHUHYLWDGDVeYiOLGR FRFLWRSODVPiWLFR$1&$FRPRVDFKDGRVPRUIROyJLFRV ressaltar que o diagnóstico de GW, bem como de outras Acredita-se que a etiologia das vasculites é de natureza vasculites, é impossível em exames de congelação e pun- autoimune, porém a patogênese ainda é vastamente des- o}HVSRUDJXOKD¿QD3$$)VHQGRLPSUHVFLQGtYHORH[D- FRQKHFLGD2SULQFLSDOGLDJQyVWLFRGLIHUHQFLDODVHUIHLWR PHGHSDUD¿QDGHURWLQD)LQDOPHQWHRFRQKHFLPHQWRGH é com processos infecciosos, uma vez que as vasculites tratamento imunossupressivo prévio parcial é fundamen- são, de uma forma geral, tratadas com agentes imunos- tal para a interpretação dos achados histológicos, uma VXSUHVVRUHV YH]TXHRVDFKDGRV³FOiVVLFRV´SRGHPHVWDUDXVHQWHVQD Das vasculites conhecidas, três afetam o parên- ELySVLDGHSDFLHQWHVWUDWDGRVGL¿FXOWDQGRRGLDJQyVWLFR quima pulmonar de forma consistente e, frequentemen- Macroscopicamente, GW é caracterizada por WHSULPiULD6mRHODVJUDQXORPDWRVHGH:HJHQHU*: LQ~PHURVQyGXORVHFRQVROLGDo}HVSXOPRQDUHVELODWHUDLV ou granulomatose com poliangiite, síndrome de Churg- IUHTXHQWHPHQWHFRPFDYLWDomR$QHFURVHSRGHVHUSRQ- 6WUDXVV6&6HSROLDQJLLWHPLFURVFySLFD30 1,2 Outras vasculites como granulomatose sarcoide necrotizante, arterite de células gigantes, poliarterite nodosa, arterite WXDORXJHRJUi¿FD$PRVWUDJHPGHVWHVQyGXORVGHYHVHU UHVHUYDGDSDUDFXOWXUDGHPLFURRUJDQLVPRV Os principais achados histopatológicos de GW de Takayasu, síndrome de Behçet, entre outras, afetam o LQFOXHPYDVFXOLWHQHFURVHSDUHQTXLPDWRVDHLQÀDPDomR SDUrQTXLPDSXOPRQDUGHIRUPDUDUDHVHFXQGiULD$TXL JUDQXORPDWRVD¿JXUDVH serão discutidos os achados morfológicos das vasculites que mais comumente afetam as vias respiratórias, características que auxiliam no diagnóstico clínico e o diagnósWLFRGLIHUHQFLDOGHVWDVHQWLGDGHV *UDQXORPDWRVHGH :HJHQHU *: RX Granulomatose com poliangiite $FKDGRV&OtQLFRVH/DERUDWRULDLV A GW, ou granulomatose com poliangiite, é uma doença rara que afeta principalmente o trato respiratório e os rins, e em que a principal manifestação histológica é DYDVFXOLWH*:RFRUUHSULQFLSDOPHQWHHPDGXOWRVFRP LGDGHPpGLDGHDQRV3$VSULQFLSDLVPDQLIHVWDo}HVFOtnicas no momento da apresentação da doença e durante o curso clínico incluem, mas não estão limitadas a, sinuVLWHREVWUXomRQDVDOPDQLIHVWDo}HVSXOPRQDUHVLQ¿OWUDGRVHQyGXORVSXOPRQDUHVWRVVHKHPRSWLVHHSOHXULWH4-6 Pacientes afetados por WG geralmente demonstram leucocitose, trombocitose, aumento da velocidade de sedimentação eritrocitária e anemia normocítica norPRFU{PLFDDOpPGHVRURORJLDSRVLWLYDSDUDF$1&$7 Um número menor de pacientes apresentará positividade SDUDS$1&$7 Estudos demonstram que os achados histopatológicos são similares entre os pacientes portadores Figuras 1 e 2 - Principais achados histopatológicos de granulomatose FRP SROLDQJLLWH YDVFXOLWH QHFURVH SDUHQTXLPDWRVD H LQÀDPDomR JUDnulomatosa GHF$1&$HDTXHOHVSRUWDGRUHVGHS$1&$8 Radiologicamente, pacientes diagnosticados $YDVFXOLWHpFDUDFWHUL]DGDSRULQÀDPDomRJUDQXlomatosa caseosa com histiócitos empalisados envolven- 23 Pulmão RJ 2014;23(2):22-26 Nascimento AF Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial do as camadas adventícia e média de arteríolas e vênulas, FLDOPHQWH HVWDEHOHFLGD HP D SUHVHQoD GH TXDWUR EHPFRPRLQÀDPDomRDJXGDHPFDSLODUHVHPYiULRVHV- (4) dos seis (6) critérios diagnósticos permite o diagnós- WiJLRV GH DWLYLGDGH H FLFDWUL]DomR $ QHFURVH SDUHQTXL- WLFR GH 6&6 FRP VHQVLELOLGDGH GH H HVSHFL¿FLGDGH matosa tem características basofílicas devido aos debris GH FHOXODUHVGHQHXWUy¿ORV$ViUHDVQHFUyWLFDVSRGHPVHU HRVLQy¿ORV ! QD FRQWDJHP OHXFRFLWiULD PRQR RX bem delimitadas ou vagas, e são geralmente acompanha- SROLQHXURSDWLD LQ¿OWUDGRV SXOPRQDUHV UDGLRORJLFDPHQWH GDVGHXPLQ¿OWUDGRLQÀDPDWyULRPLVWRLQFOXLQGRQHXWUy- QmR ¿[RV DQRUPDOLGDGH GRV VHLRV SDUDQDVDLV H ELySVLD ¿ORV HRVLQy¿ORV OLQIyFLWRV H SODVPyFLWRV $ LQÀDPDomR GHPRQVWUDQGR YDVRV VDQJXtQHRV FRP HRVLQy¿ORV H[WUD- granulomatosa tipicamente inclui células gigantes em YDVFXODUHV pequenos agregados e histiócitos empalisados arranjados DRUHGRUGHiUHDVQHFUyWLFDV $FKDGRVKLVWROyJLFRVPHQRUHVHPHQRVHVSHFt¿- Os seis critérios diagnósticos são: asma, A SCS afeta homens e mulheres adultos igualPHQWHFRPLGDGHPpGLDGHDQRV10-12 FrequentemenWHHQYROYHRWUDWRUHVSLUDWyULRVXSHULRUSXOP}HVSHOHH FRVGH*:LQFOXHP¿EURVHLQWHUVWLFLDOQRGXODUSQHXPRQLD QHUYRVSHULIpULFRV10-12$IDVHSUHFRFHRXSURGU{PLFDGD OLSRLGHHQGyJHQDKHPRUUDJLDDOYHRODU¿EURVHLQWUDOXPL- GRHQoDpFDUDFWHUL]DGDSRUULQLWHDOpUJLFDDVPDHRVLQR¿- QDORUJDQL]DGDDJUHJDGRVOLQIRLGHVLQ¿OWUDGRHRVLQRItOLFR OLDSHULIpULFDHRXGRHQoDHRVLQRItOLFDLQ¿OWUDWLYD10-12 Esta OHV}HV[DQWRJUDQXORPDWRVDVDF~PXORGHPDFUyIDJRVDO- fase é seguida da fase vasculítica em que pacientes apre- YHRODUHV EURQTXLROLWH FU{QLFD EURQFRSQHXPRQLD DJXGD VHQWDPVLQDLVHVLQWRPDVGHYDVFXOLWH10-12 A terceira fase bronquiolite obliterante, granulomatose broncocêntrica, da doença é a pós-vasculitica com neuropatia, hiperten- EURQTXLROLWHIROLFXODUHHVWHQRVHEU{QTXLFD VmRDVPDHULQLWHDOpUJLFDSHUVLVWHQWHV10-12 Estes pacientes tipicamente demonstram posi- Diagnóstico Diferencial WLYLGDGHVRUROyJLFDSDUDS$1&$10-12 Outros achados la- Os principais diagnósticos diferenciais a se- ERUDWRULDLV QmRHVSHFt¿FRV LQFOXHP DQHPLD QRUPRFtWLFD rem considerados quando avaliando uma biópsia para a QRUPRFU{PLFD YHORFLGDGH GH VHGLPHQWDomR HULWURFLWiULD SRVVLELOLGDGH GH *: LQFOXHP LQIHFo}HV JUDQXORPDWRVDV elevada, leucocitose, elevados níveis de IgE e hipergama- PLFREDFWHULRVHV H LQIHFo}HV I~QJLFDV JUDQXORPDWR- JOREXOLQHPLD10-12 VH OLQIRPDWRLGH H 6&6 ,QIHFo}HV JUDQXORPDWRVDV PDLV Radiologicamente, pacientes demonstram a pre- IUHTXHQWHPHQWH DSUHVHQWDPVH FRP OHV}HV QRGXODUHV H VHQoDGHLQ¿OWUDGRVSXOPRQDUHVPXOWLIRFDLVTXHDOWHUQDP cavitárias únicas, em contraste com a multinodularidade GHORFDOL]DomRHWDPDQKREHPFRPRFRQVROLGDo}HV1y- FDUDFWHUtVWLFD GH *: &RORUDo}HV HVSHFLDLV SDUD PLFUR- GXORVFDYLWiULRVHPFRQWUDVWHFRP*:VmRUDURV RUJDQLVPRV EHP FRPR FXOWXUD GH OHV}HV FDYLWiULDV VmR LPSUHVFLQGtYHLVSDUDRGLDJQyVWLFRGH¿QLWLYR&RPRPHQ- &DUDFWHUtVWLFDV+LVWROyJLFDV FLRQDGR LQLFLDOPHQWH R WUDWDPHQWR GDV GXDV FRQGLo}HV O lavado broncoalveolar em pacientes com SCS GLIHUH VLJQL¿FDQWHPHQWH H R GLDJQyVWLFR GH *: UHTXHU JHUDOPHQWHVmRULFRVHPHRVLQy¿ORVTXHJHUDOPHQWHFRQ- FRUUHODomRFRPRXWURVDFKDGRVFOtQLFRVHODERUDWRULDLV WDELOL]DP ! GDV FpOXODV FRPSRQHQWHV GD DPRVWUD A granulomatose linfomatoide é uma variante A biópsia pulmonar é somente necessária em casos em rara do linfoma não Hodgkin B de grandes células difu- que os sintomas sistêmicos não são acompanhados doa VR+LVWRORJLFDPHQWHKiXPLQ¿OWUDGROLQIRLGHFRPSRVWR DFKDGRV UDGLROyJLFRV 2V DFKDGRV KLVWRSDWROyJLFRV GH- de células B grandes circundando vasos, bem como em penderão da fase da doença e de tratamentos parciais iUHDVGHQHFURVH$SHVDUGRQRPHDIRUPDomRGHJUDQX- SUpYLRVUHFHELGRVSHORSDFLHQWH ORPDVpLQFRPXPHPJUDQXORPDWRVHOLQIRLGH3RU¿PHP Na fase vasculítica, a biópsia geralmente de- contraste com GW, granulomatose linfoide é caracterizada monstra a presença de granulomas extra-vasculares com por linfócitos neoplásicos infectados pelo vírus Epstein- histiócitos empalisados e células gigantes com centro ne- %DUU(%9 FUyWLFRULFRHPHRVLQy¿ORVHGHEULVFHOXODU¿JXUD$ O diagnóstico diferencial de GW com SCS será GLVFXWLGRHPPDLRUHVGHWDOKHVQDVHVVmRDEDL[R vasculite afeta principalmente as artérias e é caracterizaGD SRU XP LQ¿OWUDGR LQÀDPDWyULR PLVWR FRP HRVLQy¿ORV HQHXWUy¿ORV+HPRUUDJLDSXOPRQDUWDPEpPSRGHHVWDU 6tQGURPHGH&KXUJ6WUDXVV6&6 $FKDGRV&OtQLFRVH/DERUDWRULDLV SUHVHQWH Diagnóstico Diferencial A SCS, também conhecida como granulomatose O diagnóstico diferencial de SCS inclui GW, do- eosinofílica com poliangiite, é clinicamente caracterizada HQoDI~QJLFDEURQFRSXOPRQDUDOpUJLFDLQIHFo}HVSDUDVtWL- SHOD WUtDGH GH DVPD HRVLQR¿OLD HP VDQJXH SHULIpULFR H FDVHOLQIRPDGH+RGJNLQ$SULQFLSDOGLIHUHQoDHQWUH6&6 YDVFXOLWH'HDFRUGRFRPDFODVVL¿FDomRWUDGLFLRQDOLQL- H*:pDHRVLQR¿OLDSHULIpULFDFDUDFWHUtVWLFDGDSULPHLUD Pulmão RJ 2014;23(2):22-26 24 Nascimento AF Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial des vasculares e extravasados para HVSDoRV DOYHRODUHV 'HSRVLomR GH ¿EULQD QRV FDSLODUHV H HP HVSDoRV DOYHRODUHVWDPEpPpHYLGHQWH Diagnóstico Diferencial O diagnóstico diferencial de PM deve ser feito principalmente com GW, poliarterite nodosa e outras vasculites afetando vênulas, capilares e arteríolas como púrpura de Henoch-Schönlein, crioJOREXOLQHPLD H YDVFXOLWH O~SLFD $ principal diferença com GW é a DXVrQFLDGHLQÀDPDomRJUDQXORPDFigura 3 - Síndrome de Churg-Strauss: granulomas extra-vasculares com histiócitos empalisados e células gigantes com centro necrótico tosa em PM bem como a evidência VpULFD GH S$1&$ 3ROLDUWHULWH QRdosa geralmente afeta artérias de EHP FRPR D PDQLIHVWDomR FOtQLFD GH DVPD $OpP GDV PpGLRSRUWHHJHUDOPHQWHSRXSDRSDUrQTXLPDSXOPRQDU diferenças clínicas, a positividade sorológica para p-ANCA 3RU¿PHPFRQWUDVWHFRPRXWUDVYDVFXOLWHVTXHWDPEpP WDPEpPSRGHVHUXVDGRSDUDRGLDJQyVWLFRGH6&6 afetam vasos de calibre pequeno, PM não está associada A doença fúngica broncopulmonar alérgica não pDFRPSDQKDGDGHHRVLQR¿OLDWHFLGXDOHYDVFXOLWH$SHsar de parasitas como Strongyloides stercoralis desencaGHDUHP R DF~PXOR GH HRVLQy¿ORV QRV WHFLGRV YDVFXOLWH JHUDOPHQWHQmRpDFKDGRQHVWDVFRQGLo}HV2OLQIRPDGH +RGJNLQ p IUHTXHQWHPHQWH FDUDFWHUL]DGR SRU HRVLQR¿OLD HPDLVUDUDPHQWHGDIRUPDomRGHJUDQXORPDV7RGDYLD na SCS não se encontra a presença das típicas células de 5HHG6WHUQEHUJ56GROLQIRPDGH+RGJNLQ 3ROLDQJLLWH0LFURVFySLFD30 $FKDGRV&OtQLFRVH/DERUDWRULDLV 30pGH¿QLGDFRPRXPDYDVFXOLWHUHVWULWDDDUWHUtRODVYrQXODVHFDSLODUHVVHPGHSyVLWRVLPXQHV*HUDOmente afeta homens e mulheres de meia idade e afeta RSDUrQTXLPDSXOPRQDUHPDSUR[LPDGDPHQWHGRV FDVRV13-16$VPDQLIHVWDo}HVVLVWrPLFDVGHJORPHUXORQHIULte, febre, mialgia e artralgia, perda de peso e manifestao}HVFXWkQHDVVmRHPJHUDOPDLVFRPXQV13-16 Pacientes afetados por PM frequentemente demonstram evidência VpULFDGHS$1&$5DGLRORJLFDPHQWH30pFDUDFWHUL]DGD SRUKHPRUUDJLDSXOPRQDU &DUDFWHUtVWLFDV+LVWROyJLFDV O lavado broncoalveolar demonstra a presença de hemorragia aguda ou macrófagos contendo hemosideULQD$ELySVLDSXOPRQDUHYLGHQFLDDKHPRUUDJLDSXOPRnar bem como macrófagos carregados de hemosiderina em espaços alveolares (essencial para o diagnóstico) e FDSLODULWH QHXWURItOLFD GLIXVD FRP QHXWUy¿ORV QDV SDUH- 25 Pulmão RJ 2014;23(2):22-26 jSUHVHQoDGHGHSyVLWRVLPXQHVQRSXOPmR Nascimento AF Vasculites Pulmonares: Achados Morfológicos e Diagnóstico Diferencial Referências )DON5-*URVV:/*XLOOHYLQ/HWDO*UDQXORPDWRVLVZLWKSRO\DQgiitis (Wegener’s): an alternative name for Wegener’s granulomaWRVLV$UWKULWLV5KHXP -HQQHWWH )DON 5- $QGUDVV\ . HW DO 1RPHQFODWXUH RI V\VWHPLF YDVFXOLWLGHV SURSRVDO RI DQ LQWHUQDWLRQDO FRQVHQVXV FRQIHUHQFH $UWKULWLV5KHXP *RGPDQ *& &KXUJ - :HJHQHU¶V JUDQXORPDWRVLV SDWKRORJ\ DQG UHYLHZRIWKHOLWHUDWXUH$UFK3DWKRO )DXFL$6+D\QHV%).DW]3HWDO:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLVSURVpective clinical and therapeutic experience with 85 patients for 21 \HDUV$QQ,QWHUQ0HG /HDYLWW5<)DXFL$6%ORFK'$HWDO7KH$PHULFD&ROOHJHRI5KHXPDWRORJ\FULWHULDIRUWKHFODVVL¿FDWLRQRI:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLV$UWKULWLV5KHXP 'XQD *) *DOSHULQ & +RIIPDQ *6 :HJHQHU¶V JUDQXORPDWRVLV 5KHXP'LV&OLQ1RUWK$P +X1:HVWUD-.DOOHQEHUJ&*0HPEUDQHERXQGSURWHLQDVHDQG its receptors: relevance for the pathogenesis of Wegener’s GranuORPDWRVLV$XWRLPPXQ5HY 7RPDVVRQ*/DYDOOH\07DQULYHUGL.HWDO5HODWLRQVKLSEHWZHHQ PDUNHUVRISODWHOHWDFWLYDWLRQDQGLQÀDPPDWLRQZLWKGLVHDVHDFWLYLW\LQ:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLV-5KHXPDWRO 0DVL$7+XQGHU**/LH-7HWDO7KH$PHULFDQ&ROOHJHRI5KHXPDWRORJ\ FULWHULD IRU WKH FODVVL¿FDWLRQ RI &KUXJ6WUDXVV V\QGURPH DOOHUJLF JUDQXORPDWRVLV DQG DQJLLWLV $UWKULWLV 5KHXP &RPDUPRQG & 3DJQRX[ & .KHOODI 0 HW DO (RVLQRSKLOLF JUDQXlomatosis with polyangiitis (Churg-Strauss): clinical characteristics and long-term followup of the 383 patients enrolled in the French 9DVFXOLWLV6WXG\*URXSFRKRUW$UWKULWLV5KHXP 0DKU$0RRVLJ)1HXPDQQ7HWDO(RVLQRSKLOLFJUDQXORPDWRVLV ZLWKSRO\DQJLLWLV&KXUJ6WUDXVVHYROXWLRQVLQFODVVL¿FDWLRQHWLRSDWKRJHQHVLVDVVHVVPHQWDQGPDQDJHPHQW&XUU2SLQ5KHXPDWRO 9DJOLR $ %X]LR & =ZHULQD - (RVLQRSKLOLF JUDQXORPDWRVLV ZLWK SRO\DQJLLWLV&KXUJ6WUDXVVVWDWHRIWKHDUW$OOHUJ\ 9LOOLJHU30*XLOOHYLQ/0LFURVFRSLFSRO\DQJLLWLVFOLQLFDOSUHVHQWDWLRQ$XWRLPPXQ5HY Borao-Cengotita-Bengoa M, Corral-Gudino L, Del Pino-Montes J, et DO/RQJWHUPIROORZXSRIPLFURVFRSLFSRO\DQJLLWLV\HDUH[SHULHQFHDWDVLQJOHFHQWHU(XU-,QWHUQ0HG *LEHOLQ $ 0DOGLQL & 0DKQ $ (SLGHPLRORJ\ DQG HWLRORJ\ RI :Hgener granulomatosis, microscopic polyangiitis, churg-strauss syndrome and goodpasture syndrome: vasculitides with frequent lung LQYROYHPHQW6HPLQ5HVSLU&ULW&DUH0HG $KQ-.+ZDQJ-:/HH-HWDO&OLQLFDOIHDWXUHVDQGRXWFRPHRI microscopic polyangiitis under a new consensus algorithm of AN&$DVVRFLDWHGYDVFXOLWLGHVLQ.RUHD5KHXPDWRO,QW Pulmão RJ 2014;23(2):22-26 26 Aniceto L, Bacchiega ABS, Ochtrop MLG Abordagem terapêutica das vasculites pulmonares Artigo Abordagem terapêutica das vasculites pulmonares Larissa Aniceto1, Ana Beatriz Santos Bacchiega2, Manuella Lima Gomes Ochtrop2 Resumo 0XLWDVYDVFXOLWHVVLVWrPLFDVDFRPHWHPRWUDWRUHVSLUDWyULR2DFRPHWLPHQWRPDLVIUHTXHQWHpRGRSDUrQquima pulmonar pelas vasculites de pequenos vasos ANCA associadas (antineutrophil cytoplasmic antibodies), que incluem a granulomatose com poliangiíte (GPA, antiga granulomatose de Wegener), a poliangiíte microscópica 03$JUDQXORPDWRVHHRVLQRItOLFDFRPSROLDQJLtWH(*3$DQWLJDGRHQoDGH&KXUJ6WUDXVV(VWHDUWLJRSURS}HVH DUHYLVDURWUDWDPHQWRGHVVDVGRHQoDVGHDFRUGRFRPUHFRPHQGDo}HVGDOLJDHXURSHLDGHFRPEDWHDRUHXPDWLVPR (EULAR), com base no estádio e na atividade de doença, incluindo as terapias usadas na indução e na manutenção GHUHPLVVmRDVVLPFRPRQRVFDVRVUHIUDWiULRVDRWUDWDPHQWRFRQYHQFLRQDO 'HVFULWRUHVDQWLFRUSRVDQWLFLWRSODVPDGHQHXWUy¿ORVWUDWDPHQWRWHUDSLDGHLQGXomRWHUDSLDGHPDQXWHQomR Summary 7KHUHDUHPDQ\YDVFXOLWLVWKDWDIIHFWWKHUHVSLUDWRU\WUDFW7KHSXOPRQDU\SDUHQFK\PDLVWKHPRVWIUHTXHQtly involved and occurs mainly in ANCA-associated small vessel vasculitis (antineutrophil cytoplasmic antibodies), which include granulomatosis with polyangiitis (GPA, formerly Wegener’s granulomatosis), microscopic polyangiitis 03$HRVLQRSKLOLFJUDQXORPDWRVLVZLWKSRO\DQJLLWLV(*3$IRUPHUO\&KXUJ6WUDXVV6\QGURPH7KLVDUWLFOHUHYLHZV the treatment of them, according to EULAR (European league against rheumatism) recommendations, which are based on stage and severity of disease, including induction and maintenance therapy, and therapy of refractory GLVHDVH Key Words: antineutrophil cytoplasmic antibodies, treatment, induction therapy, maintenance therapy 1 - Médica residente do Serviço de Reumatologia – HUPE/UERJ 2 - Médica Reumatologista –HUPE/UERJ (QGHUHoRSDUDFRUUVSRQGrQFLD%RXOHYDUGGHVHWHPEUR9LOD,VDEHO5LRGH-DQHLUR5-&(3 Serviço de reumatologia / HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO – HUPE/UERJ Email: PDQXHOODOJ#KRWPDLOFRP 27 Pulmão RJ 2014;23(2):27-31 Aniceto L, Bacchiega ABS, Ochtrop MLG Abordagem terapêutica das vasculites pulmonares ,QWURGXomR SDUrQTXLPD SXOPRQDU H[ QyGXORV SXOPRQDUHV VHP comprometimento funcional orgânico ou risco de vida, As vasculites são entidades heterogêneas que recomenda-se uma combinação de metotrexato (MTX, podem acometer qualquer parte do trato respiratório, oral ou parenteral) e glicocorticoide como uma alternativa como abordado no artigo anterior, desde as vias aéreas PHQRVWy[LFDSDUDDFLFORIRVIDPLGDHFRPPHVPDH¿Fi- superiores, inferiores, parênquima pulmonar e até mesmo cia na indução de remissão dessas formas2(PSDFLHQWHV DDUWpULDSXOPRQDU2DFRPHWLPHQWRPDLVIUHTXHQWHpR com função renal normal, o MTX deve ser iniciado com do parênquima pulmonar pelas vasculites de pequenos uma dose de 15 mg/semana que deve ser aumentada vasos, associadas ao ANCA (antineutrophil cytoplasmic para 20-25 mg/semana durante os próximos 1-2 meses, antibodies), que incluem a granulomatose com poliangiite VHWROHUDGDeUHFRPHQGDGDDVXSOHPHQWDomRFRPiFLGR (GPA, antiga granulomatose de Wegener), a poliangiite fólico, 5-10 mg via oral, 24 horas após o MTX, também microscópica (MPA), granulomatose eosinofílica com po- HPGRVH~QLFDVHPDQDO3DFLHQWHVFRPHQYROYLPHQWRSXO- OLDQJLLWH (*3$ DQWLJD GRHQoD GH &KXUJ6WUDXVV (VVH monar podem levar mais tempo para atingir a remissão artigo tratará principalmente do manejo dessas mani- FRP PHWRWUH[DWR VH FRPSDUDGRV jTXHOHV TXH ¿]HUDP IHVWDo}HV H DR ¿QDO DERUGDUi R WUDWDPHQWR GD HVWHQR- XVRGDFLFORIRVIDPLGD se subglótica, assim como será revisto o tratamento do Na forma generalizada que apresenta adicional- aneurisma da artéria pulmonar, especialmente acometida mente o acometimento renal recomenda-se uma com- QD'RHQoDGH%HKoHW$DERUGDJHPDRSDFLHQWHFRPKH- binação de ciclofosfamida (por via intravenosa ou oral) PRUUDJLDDOYHRODUVHUiUHYLVWDHPRXWURFDStWXOR H JOLFRFRUWLFRLGHV SDUD LQGXomR GD UHPLVVmR (P A terapia das vasculites envolve o uso de imunos- foi publicado o estudo CYCLOPS que mostrou a não in- supressores em duas fases: a fase de indução de remis- ferioridade da ciclofosfamida intravenosa em relação à VmR H D IDVH GH PDQXWHQomR GD UHPLVVmR DOFDQoDGD $ ciclofosfamida oral, associada à menor dose cumulativa fase de indução pode ser feita mais agressivamente, e GDSULPHLUDDR¿QDOGRWUDWDPHQWR32JUXSR(89$6VX- por um período mais curto, visando o controle rápido da gere um regime de ciclofosfamida intravenosa numa dose doença, enquanto que na fase de manutenção, pode ser GHPJNJPi[JDFDGDGXDVVHPDQDVGXUDQWH usada uma imunossupressão de menor intensidade e por RV SULPHLURV WUrV SXOVRV VHJXLGRV SRU LQIXV}HV D FDGD PDLRUGXUDomRSHORPHQRVGRLVDQRV WUrVVHPDQDVSDUDDVSUy[LPDVSXOVRV2UHJLPHHV- Os ensaios clínicos de colaboração efetuados pelo pera remissão dentro dos primeiros três meses, e, após grupo europeu que estuda as vasculites (EUVAS) demons- atingida remissão, mais 3 meses de terapia deve ser ad- traram que pacientes com diferentes níveis de gravidade ministrada como fase de consolidação (geralmente, um da doença respondem a diferentes protocolos de trata- WRWDOPHVHV&DVRDUHPLVVmRQmRVHMDDWLQJLGDGHQWUR PHQWR %DVHDGR QLVVR IRUDP SXEOLFDGDV HP UHFR- dos três primeiros meses, este regime deve ser mantido PHQGDo}HVGDOLJDHXURSHLDGHFRPEDWHDRUHXPDWLVPR com pulsos a cada três semanas até atingir remissão num (8/$5TXHEDVHLDDVGHFLV}HVWHUDSrXWLFDVQRHVWiGLRH tempo máximo de nove meses, com mais três meses de na atividade de doença17DEHOD FRQVROLGDomRWHPSRPi[LPRWRWDOPHVHV7DEHOD Tabela 1 - Subgrupo clínico de acordo com a gravidade de apresentação nas vasculites ANCA associadas A dose da ciclofosfamida intravenosa deve ser DMXVWDGDSDUDIXQomRUHQDOHLGDGH7DEHOD Na EGPA recomenda-se o uso da ciclofosfamida na presença de um dos cinco fatores GHPDXSURJQyVWLFR))6³Five Factor Score´ envolvimento cardíaco, doença gastrointestinal (sangramento, perfuração, infarto, ou pancreatiWHLQVX¿FLrQFLDUHQDOFUHDWLQLQD!PJGO SURWHLQ~ULD!JGLDRXHQYROYLPHQWRGRVLVWHPD QHUYRVR FHQWUDO 1RV SDFLHQWHV VHP IDWRUHV de mau prognóstico (FFS=0) com acometimento de vias aéreas superiores, asma ou de parênquima pulmonar recomendava-se até recentemente o tratamento isolado com corticosteroides, 7HUDSLDGH,QGXomRGH5HPLVVmR no entanto, novos estudos sugerem o benefício do uso precoce de imunossupressores como o metotrexato ou a Em pacientes com doença localizada em vias DpUHDV VXSHULRUHV H[ VLQXVLWHV GH UHSHWLomR RX QR D]DWLRSULQD5 $SUR¿OD[LDFRQWUDPneumocystis jiroveci (anteriorPulmão RJ 2014;23(2):27-31 28 Aniceto L, Bacchiega ABS, Ochtrop MLG Abordagem terapêutica das vasculites pulmonares Tabela 2 - Esquema terapêutico de ciclofosfamida intravenosa HPLQWHUYDORVVHPDQDLV$WHUDSLDGHPDQXWHQomRFRPR ULWX[LPDEDLQGDQmRIRLEHPHVWDEHOHFLGD 7HUDSLDGH0DQXWHQomR Após o alcance da remissão, recomenda-se terapia de manutenção com corticoide em baixas doses associado a azatioprina (2 mg/kg/dia), metotrexato (20-25 mg/ NJVHPDQDRXOHÀXQRPLGDPJGLD$WHUDSLDGH manutenção da remissão deve ser continuada por pelo menos 18-24 meses, especialmente na GPA que apresenWDJUDQGHSRWHQFLDOGHUHFLGLYD2SDSHOGDGRVDJHPVpULFDGR$1&$SDUDRULHQWDUDWHUDSLDpFRQWURYHUVR$OJXQV Tabela 3 - Ajuste da dose de ciclofosfamida intravenosa para idade e função renal estudos têm demonstrado que os pacientes nos quais os títulos de ANCA persistirem aumentado em quatro vezes ou tornam-se positivo apresentam maior incidência de recaída, enquanto outros estudos não mostraram esta asVRFLDomR(PSDFLHQWHVFRPGRHQoDQDVDORWUDWDPHQWR com antibióticos tópicos tais como mupirocina pode ser considerado na documentação da presença de Staphylo- mente chamado Pneumocystis carinii) é recomendada em coccus aureusHPFXOWXUDVGRPDWHULDOGRVVHLRVQDVDLV WRGRV RV SDFLHQWHV HP WUDWDPHQWR FRP FLFORIRVIDPLGD Tal medida reduziria a reativação de doença nas vias aé- Orienta-se sulfametoxazol/trimetoprim (800/160 mg em reas10 dias alternados ou 400/80 mg por dia ), quando não são FRQWUDLQGLFDGRV Terapia dos casos refratários Recomenda-se o uso de corticoides em altas doses como uma parte importante da terapia de indução de re- &HUFD GH GRV SDFLHQWHV PRVWUDPVH UH- PLVVmReSUiWLFDFRPXPLQLFLDUDSUHGQLVRORQDSUHGQLVR- fratários à terapia, seja permanecendo em atividade de QDFRPPJNJGLD$GRVHLQLFLDOGHDOWDGHYHVHUPDQ- doença ou mostrando progressão da mesma apesar da tida por 1 mês, e não deve ser reduzida para menos de 15 WHUDSLD7 Nesses casos, considera-se o uso rituximab PJGLDQRVSULPHLURVPHVHV$GRVHGHYHHQWmRVHUUH- FRPRPHGLFDPHQWRGHHVFROKDPDVRXWUDVRSo}HVVmRD duzida para manutenção de 10 mg/dia ou menos durante imunoglobulina intravenosa, micofenolato de mofetil e 15 DUHPLVVmR4XDQGRXPHIHLWRUiSLGRpQHFHVViULRPHWLO- GHVR[LHVSHUJXDOLQD prednisolona em pulso intravenoso (500mg ou 1g durante três dias) pode ser usado em adição a prednisolona oral, FRPRSDUWHGHLQGXomRGDWHUDSLDGHUHPLVVmR3UHYHQomR Terapia da estenose subglótica da osteoporose induzida por esta classe de medicamentos GHYHVHUVHJXLGDHPWRGRVRVSDFLHQWHV Em pacientes com doença grave envolvendo A estenose subglótica é uma manifestação presenWHQD*3$FRPIUHTXrQFLDYDULDQGRHQWUH±GRV acometimento renal grave rapidamente progressivo SDFLHQWHVGHSHQGHQGRGRHVWXGRHPTXHVWmR7DOYH]HV- recomenda-se plasmaférese, como um adjuvante da ci- ses dados sejam subestimados uma vez que, na maioria FORIRVIDPLGD RUDO GLDULDPHQWH H SUHGQLVRORQD D ¿P GH dos trabalhos, são estudados apenas os pacientes com melhorar sobrevida renal, recomendação esta baseada no queixas respiratórias11,12 0HUHFH DWHQomR HVSHFLDO SHOR estudo MEPEX6$WXDOPHQWHHPDQGDPHQWRSDUDDYDOLD- ULVFRGHFRPSOLFDomRFRPLQVX¿FLrQFLDUHVSLUDWyULD$VXD ção da plasmaférese em pacientes com vasculites ANCA- apresentação pode ser precoce no curso da doença e, -associadas, o PEXIVAS, analisará também pacientes com até mesmo, manifestação clínica isolada dessa vasculite KHPRUUDJLDDOYHRODU sistêmica13 3RUWDQWR WRGR SDFLHQWH DGPLWLGR FRP HVWH- O rituximab, mesmo sem estar incluído como nose subglótica deve ser investigado para GPA, mesmo WHUDSLD GH LQGXomR QDV UHFRPHQGDo}HV GH YHP com ANCA negativo, considerando que a sensibilidade ganhando importância como terapia de indução, assim deste autoanticorpo é inferior nos pacientes com doença como nos casos de doença refratária, após os resultados OLPLWDGD(VVHWLSRGHFRPSOLFDomRSRGHRFRUUHULQGHSHQ- dos estudos RAVE e RITUXVAS $GRVHXWLOL]DGDpDQiOR- GHQWHPHQWH GD DWLYLGDGH LQÀDPDWyULD GD GRHQoD FDVR ga à utilizada na terapia do linfoma de 375mg/m2, 4 doses HVWHMD UHODFLRQDGR j ¿EURVH UHVROXomR GD LQÀDPDomR 8 Pulmão RJ 2014;23(2):27-31 Aniceto L, Bacchiega ABS, Ochtrop MLG Abordagem terapêutica das vasculites pulmonares Tabela 4 5HFRPHQGDo}HV7HUDSrXWLFDVVHJXQGRRVXEJUXSRFOtQLFRHJUDYLGDGHGHDSUHVHQWDomRQDVYDVFXOLWHV submucosa $1&$DVVRFLDGDV de corticoide de longa duração como a metilprednisolona na tentativa de WUDWDURSURFHVVRLQÀDPDWyULR ORFDO 6mR UHDOL]DGDV SHTXHQDVLQFLV}HVSDUDDXPHQWDUD OX]HVWHQRVDGD$VHJXLURSDFLHQWHpVXEPHWLGRjVVHVV}HV seriadas de dilatação progressiva com dilatador semirrígiGRHÀH[tYHORXGLODWDomRSRU EDOmR 2 JUXSR GH &OHYHODQG preconiza a aplicação tópica MTX = metotrexato; GCT = glicocorticóide; CTX = ciclofosfamida repetida da Mitomicina-C, na Nessa situação, o quadro não responde à terapia imunosVXSUHVVRUDVLVWrPLFD'HVVDIRUPDQDDXVrQFLDGHDWLYL- tentativa de evitar reestenose10 Todos os pacientes devem ser orientados para a GDGH LQÀDPDWyULD SHUVLVWHQWH D HYROXomR SDUD HVWHQRVH lavagem dos seios nasais com o intuito de evitar acúmu- VXEJOyWLFD QmR VLJQL¿FD IDOrQFLD WHUDSrXWLFD $ PXFRVD lo de secreção que possa agravar a obstrução das vias GD WUDTXHLD H EU{QTXLRV WDPEpP SRGH VHU DFRPHWLGD H DpUHDV$OpPGLVVRRXVRGHXPLGL¿FDGRUHVGRPLFLOLDUHV HYROXLUFRPHVWHQRVHGHIRUPDPDLVUDUD SRGHSUHYHQLUDIRUPDomRGHFURVWDV$GRHQoDGRUHÀX- O tratamento da estenose subglótica necessita de equipe multidisciplinar (pneumologista, reumatologista e xo gastroesofageano também deverá ser tratada nesses SDFLHQWHV RWRUULQRODULQJRORJLVWD (QYROYH WHUDSLD PHGLFDPHQWRVD (sistêmica ou intralesional), assim como tratamento não IDUPDFROyJLFR $ WHUDSLD PHGLFDPHQWRVD VLVWrPLFD VHUi 7HUDSLD GR DFRPHWLPHQWR GH DUWpULD pulmonar utilizada nos casos em que existe atividade de doença em outros órgãos, indícios laboratoriais ou evidência de O acometimento da artéria pulmonar na forma de SURFHVVRLQÀDPDWyULRDWLYRDRH[DPHGDPXFRVDGRWUD- aneurismas é visto principalmente na doença de Behçet to respiratório (hiperemia, edema, presença de pseudo- e representa uma manifestação muito grave com alto PHPEUDQDRXXOFHUDomR2VSULQFtSLRVGDWHUDSLDHVWmR tQGLFH GH PRUWDOLGDGH16 O tratamento dos aneurismas de acordo com o que foi previamente proposto nesse ca- SXOPRQDUHVpSULQFLSDOPHQWHFRPLPXQRVVXSUHVVRUHV$ StWXOR&RQGLo}HVPDLVJUDYHVQHFHVVLWDPGHWUDWDPHQWR FLUXUJLDDFDUUHWDXPDOWRULVFRGHPRUWDOLGDGH2UHFRQKH- mais agressivo com ciclofosfamida e corticosteroides na cimento precoce e o uso intensivo de imunossupressores GRVH LPXQRVVXSUHVVRUD SDUD LQGXomR GH UHPLVVmR 3HOR com pulsos mensais de ciclofosfamida e doses elevadas risco de obstrução das vias aéreas, raros pacientes são de corticoides mudaram o prognóstico dos pacientes com candidatos ao uso de metotrexate como terapia de indu- DQHXULVPDGDDUWpULDSXOPRQDU2WUDWDPHQWRUHFRPHQGD- omR$WHUDSLDGHPDQXWHQomRSRGHUiVHUUHDOL]DGDFRP do é por mínimo de dois anos de ciclofosfamida seguido PHWRWUH[DWHRXD]DWLRSULQD$OJXQVDXWRUHVSUHFRQL]DPR GHD]DWLRSULQD17 LQtFLRGHFRUWLFRLGHLQDODWyULRÀXWLFDVRQDPLFURgrama 2x/dia) quando a prednisona oral estiver 30mg/ dia, em redução14$SHQDVGRVSDFLHQWHVUHVSRQGHP a terapia sistêmica isolada10 O tratamento medicamentoso tópico associado ao tratamento não farmacológico é controverso e varia de DFRUGRFRPGLIHUHQWHVFHQWURV$VLQWHUYHQo}HVPHFkQLcas incluem a dilatação endoscópica, a excisão endoscópica ou com laser, a ressecção cirúrgica do segmento enGRVFySLFRVHJXLGDGHUHFRQVWUXomR$WUDTXHRVWRPLDWHP sido evitada e está reservada apenas para os casos de PDLRUJUDYLGDGH2PpWRGRPDLVUHFRPHQGDGRQDDWXDOLdade e que parece ser o mais promissor é a dilatação da estenose subglótica associada à injeção medicamentosa intralesiona10,152SURFHGLPHQWRpSUHFHGLGRSRULQMHomR Pulmão RJ 2014;23(2):27-31 30 Aniceto L, Bacchiega ABS, Ochtrop MLG Abordagem terapêutica das vasculites pulmonares Referências 31 Mukhtyar C, Guillevin L, Cid MC, Dasgupta B, de Groot K, Gross W, Hauser T, Hellmich B, Jayne D, Kallenberg CG, Merkel PA, Raspe H, Salvarani C, Scott DG, Stegeman C, Watts R, Westman K, Witter J, <D]LFL+/XTPDQL5(XURSHDQ9DVFXOLWLV6WXG\*URXS(8/$5UHcommendations for the management of primary small and medium YHVVHOYDVFXOLWLV$QQ5KHXP'LV0DU De Groot K, Rasmussen N, Bacon PA, Tervaert JW, Feighery C, *UHJRULQL * HW DO 5DQGRPL]HG WULDO RI F\FORSKRVSKDPLGH YHUVXV methotrexate for induction of remission in early systemic antineuWURSKLOF\WRSODVPLFDQWLERG\DVVRFLDWHGYDVFXOLWLV$UWKULWLV5KHXP ± 'H*URRW.+DUSHU/-D\QH'6XDUH]/*UHJRULQL**URVV :HWDO(89$6(XURSHDQ9DVFXOLWLV6WXG\*URXS3XOVH versus daily oral cyclophosphamide for induction of remission in antineutrophil cytoplasmic antibody-associated vasculitis a randoPL]HGWULDO$QQ,QWHUQ0HG± Guillevin L, Lhote F, Gayraud M, Cohen P, Jarrousse B, Lortholary 27KLEXOW1&DVDVVXV33URJQRVWLFIDFWRUVLQSRO\DUWHULWLVQRGRVD DQG&KXUJ6WUDXVVV\QGURPH$SURVSHFWLYHVWXG\LQSDWLHQWV 0HGLFLQH%DOWLPRUH Moosig F, Bremer JP, Hellmich B, Holle JU, Holl-Ulrich K, Laudien 00DWWKLV&0HW]OHU&1|OOH%5LFKDUGW**URVV:/$YDVFXOLWLV centre based management strategy leads to improved outcome in eosinophilic granulomatosis and polyangiitis (Churg-Strauss, (*3$PRQRFHQWULFH[SHULHQFHVLQSDWLHQWV$QQ5KHXP'LV 2013 Jun;72(6):1011-7 Jayne DR, Gaskin G, Rasmussen N, Abramowicz D, Ferrario F, Guillevin L, Mirapeix E, Savage CO, Sinico RA, Stegeman CA, Westman KW, van der Woude FJ, de Lind van Wijngaarden RA, Pusey CD; (XURSHDQ9DVFXOLWLV6WXG\*URXS5DQGRPL]HGWULDORISODVPDH[change or high-dosage methylprednisolone as adjunctive therapy IRUVHYHUHUHQDOYDVFXOLWLV-$P6RF1HSKURO-XO Holle JU, Gross WL, Latza U, Nölle B, Ambrosch P, Heller M, FertPDQQ55HLQKROG.HOOHU(,PSURYHGRXWFRPHLQSDWLHQWVZLWK Wegener’s granulomatosis in a German vasculitis center over four GHFDGHV$UWKULWLV5KHXP-DQ Stone JH, Merkel PA, Spiera R, Seo P, Langford CA, Hoffman GS, Kallenberg CG, St Clair EW, Turkiewicz A, Tchao NK, Webber L, Ding L, Sejismundo LP, Mieras K, Weitzenkamp D, Ikle D, Seyfert-Margolis V, Mueller M, Brunetta P, Allen NB, Fervenza FC, Geetha D, Keogh KA, Kissin EY, Monach PA, Peikert T, Stegeman C, YtterEHUJ656SHFNV85$9(,715HVHDUFK*URXS5LWX[LPDEYHUVXV F\FORSKRVSKDPLGH IRU $1&$DVVRFLDWHG YDVFXOLWLV 1 (QJO - 0HG -XO Pulmão RJ 2014;23(2):27-31 Jones RB, Tervaert JW, Hauser T, Luqmani R, Morgan MD, Peh CA, Savage CO, Segelmark M, Tesar V, van Paassen P, Walsh D, Walsh 0:HVWPDQ.-D\QH'5(XURSHDQ9DVFXOLWLV6WXG\*URXS5LWX[LPDEYHUVXVF\FORSKRVSKDPLGHLQ$1&$DVVRFLDWHGUHQDOYDVFXOLWLV 1(QJO-0HG-XO $ODP'66HWK56LQGZDQL5:RRGVRQ($5DMDVHNDUDQ.8SSHU DLUZD\ PDQLIHVWDWLRQV RI JUDQXORPDWRVLV ZLWK SRO\DQJLLWLV &OHYH &OLQ-0HG1RY6XSSO6 /DQJIRUG&$6QHOOHU0&+DOODKDQ&:HWDO&OLQLFDOIHDWXUHVDQG therapeutic management of subglottic stenosis in patients with :HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLV$UWKULWLV5KHXP± 6FUHDWRQ1-6LYDVRWK\3)ORZHU&'HWDO7UDFKHDOLQYROYHPHQWLQ :HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLVHYDOXDWLRQXVLQJVSLUDO&7&OLQ5DGLRO ± *XHUUHUR0*DOO(7LODKXQ(HWDO:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLVSUHVHQWLQJDVVXEJORWWLFVWHQRVLV-&OLQ5KHXPDWRO± 3RO\FKURQRSRXORV963UDNDVK8%*ROELQ-0(GHOO(66SHFNV8 $LUZD\LQYROYHPHQWLQ:HJHQHU¶VJUDQXORPDWRVLV5KHXP'LV&OLQ 1RUWK$P1RYYL 3DJQRX[&:ROWHU1(9DVFXOLWLVRIWKHXSSHUDLUZD\V6ZLVV0HG :NO\0DUZ <D]LFL+(VHQ)0RUWDOLW\LQ%HKoHW¶VV\QGURPH&OLQ([S5KHXPDWRO6HS2FW6XSSO65HYLHZ Hatemi G, Silman A, Bang D, Bodaghi B, Chamberlain AM, Gul A, +RXPDQ 0+ .|WWHU , 2OLYLHUL , 6DOYDUDQL & 6¿NDNLV 33 6LYD$ 6WDQIRUG 05 6WELJHU 1 <XUGDNXO 6 <D]LFL + 0DQDJHPHQW RI Behçet disease: a systematic literature review for the European League Against Rheumatism evidence-based recommendations IRU WKH PDQDJHPHQW RI %HKoHW GLVHDVH $QQ 5KHXP 'LV 2FW GRL DUG (SXE $SU5HYLHZ Loivos LPP 6LWXDo}HV(VSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV Artigo 6LWXDo}HV(VSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV Luiz Paulo Pinheiro Loivos1,2 Resumo $ H[WHQVD UHGH YDVFXODU SXOPRQDU H EU{QTXLFD DVVRFLDGD j JUDQGH TXDQWLGDGH GH FpOXODV LPXQRFRPSHWHQWHVWRUQDRVSXOP}HVLPSRUWDQWHDOYRGHYDVFXOLWHVLPXQRPHGLDGDV2HQYROYLPHQWRGHVWHVYDVRVVDQJXtQHRV pode provocar qualquer sintoma respiratório, dependendo do tipo, local e extensão da lesão no sistema vascular UHVSLUDWyULR$OJXPDVVLWXDo}HVDPHDoDGRUDVGDYLGDSRGHPUHVXOWDUDEULQGRRXDFRPSDQKDQGRRTXDGURGHVWDV SDWRORJLDVHVHQmRSURQWDPHQWHLGHQWL¿FDGDVHWUDWDGDVSRGHPUHVXOWDUHPULVFRHOHYDGRGHPRUELPRUWDOLGDGH 'HVWDFDPRVGXDVGHVWDVFRQGLo}HVHVSHFLDLVHVWHQRVHVGHJUDQGHVYLDVDpUHDVHKHPRUUDJLDDOYHRODUGLIXVDH GHVFUHYHPRVVHXVDVSHFWRV¿VLRSDWROyJLFRVFOtQLFRVHWHUDSrXWLFRV Palavras-chave: pulmonares vasculites; estenose traqueal; hemorragia alveolar difusa Abstract The extensive pulmonary and bronchial vascular system, associated to large amount of immunocompetent FHOOVPDNHVWKHUHVSLUDWRU\V\VWHPDQLPSRUWDQWWDUJHWRILPPXQHPHGLDWHGYDVFXOLWLV7KHVHEORRGYHVVHOVLQYROYHment can cause any respiratory symptoms, depending on the type, location, and degree of lesion in the pulmonary YDVFXODUV\VWHP6RPHOLIHWKUHDWHQLQJFRQGLWLRQVPD\HQVXHRSHQLQJRUIROORZLQJWKHFRXUVHRIWKRVHGLVHDVHV DQGLIQRWLGHQWL¿HGDQGWUHDWHGSURPSWO\UHVXOWLQLQFUHDVHGULVNRIPRUELGLW\DQGPRUWDOLW\:HKLJKOLJKWWZRRI those special situations: large airway stenosis and diffuse alveolar hemorrhage, describing their pathophysiological, FOLQLFDODQGWKHUDSHXWLFDVSHFWV Key-words: pulmonary vasculitis; tracheal stenosis; diffuse alveolar hemorrhage 1 - Médico Pneumologista do Instituto de Doenças do Tórax / Universidade Federal do Rio de Janeiro 2 - Médico Pneumologista do Hospital Quinta D’Or (QGHUHoRSDUDFRUUHVSRQGrQFLD5XDGD/DSD/DSD5LRGH-DQHLUR5-&(3 Email: OSORLYRV#XQLQHWFRPEU Pulmão RJ 2014;23(2):32-36 32 Loivos LPP 6LWXDo}HV(VSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV ,QWURGXomR GLVSQHLDDRVHVIRUoRVTXHSRGHHYROXLUSDUDRUHSRXVR ¬ DXVFXOWD SXOPRQDU D RFRUUrQFLD GH VLELORV PRQRI{QL- Virtualmente, todo o débito cardíaco atravessa o cos, especialmente unilaterais, pode sugerir obstrução sistema arterial pulmonar de baixa pressão, em seu pro- distal à carina principal, enquanto a presença de estrido- pósito de oxigenação do sangue nos capilares pulmona- UHVDSRQWDPSDUDREVWUXomRWUDTXHDORXVXEJOyWLFD UHV$VDUWpULDVEU{QTXLFDVSRURXWURODGRFDUDFWHUL]DGDV O principal determinante da gravidade do acometimento SRU SUHVV}HV PDLV HOHYDGDV SRUpP FRP GpELWR PXLWR das vias aéreas é o comprometimento da oxigenação e menor, fornecem suprimento para as vias aéreas, hilos GDYHQWLODomR3DFLHQWHVFRPREVWUXo}HVPHQRVLQWHQVDV SXOPRQDUHV SOHXUD YLVFHUDO H DOJXPDV SRUo}HV GR PH- são geralmente assintomáticos, podendo se agravar se o GLDVWLQR(VWDH[WHQVDUHGHYDVFXODUDVVRFLDGDjJUDQGH SURFHVVRLQÀDPDWyULRHRXDSUHVHQoDGHVHFUHo}HVDX- quantidade de células imunocompetentes, torna os pul- mentar o grau de obstrução, condição que pode ser con- P}HVLPSRUWDQWHDOYRGDVYDVFXOLWHV IXQGLGDFRPH[DFHUEDomRGHDVPDRX'32& O envolvimento deste amplo sistema de vasos A Poliangiite Granulomatosa tem uma prevalência pode causar qualquer sintoma respiratório, dependen- de 25 a 160 casos por 1 milhão de habitantes e suas do do local afetado e/ou da área suprida pelo vaso aco- PDQLIHVWDo}HVUDGLROyJLFDVSULQFLSDLVVmRQyGXORVSXOPR- PHWLGR 2V VLQDLV H VLQWRPDV DSUHVHQWDGRV VHUmR QDUHVTXHQDPDLRUSDUWHGRVFDVRVpELODWHUDOHHP consequentes à isquemia e/ou sangramento do território GHOHV DSUHVHQWD FDYLWDo}HV $ GRHQoD p D SULQFLSDO UHV- DFRPHWLGR$LVTXHPLDVHUiGHFRUUHQWHGDLQÀDPDomRGD ponsável pelo acometimento de grandes vias aéreas den- parede do vaso e a consequente redução de sua luz, com tro do grupo das vasculites pulmonares, sendo a estenose KLSRSHUIXVmRGRWHFLGR DGMDFHQWH 2VDQJUDPHQWRRFRU- DPDQLIHVWDomRPDLVJUDYHGRDFRPHWLPHQWRWRUiFLFR(OD rerá em resposta à ruptura da parede do vaso e/ou dos é mais comum na localização subglótica, observada de aneurismas formados após o processo de reparação, ou DGRVFDVRVVHJXLGDGDHVWHQRVHWUDTXHDOHP ainda, decorrente do processo de capilarite pulmonar (3- DGRVSDFLHQWHVPpGLDGHDFRPHWLPHQWRGDiUYRUH WUDTXHREU{QTXLFDDGRVSDFLHQWHV$SDWRJHQLD 1RFRQWH[WRGDVYDVFXOLWHVSXOPRQDUHVVLWXDo}HV da estenose permanece desconhecida, mas acredita-se HVSHFLDLVVHUmRDTXHODVPDQLIHVWDo}HVFOtQLFDVGHFRUUHQ- que seja de natureza auto-imune, em que o processo in- WHVGHFRQGLo}HVDJXGDVRXVXEDJXGDVTXHSRGHPDEULU ÀDPDWyULRDWXHFRPRXPHVWtPXOROHYDQGRDSURJUHVVmR ou acompanhar o quadro da vasculite e que, se não pron- GHXPDLUULWDomRORFDOjHVFDUL¿FDomRHSRVWHULRUPHQWH WDPHQWHLGHQWL¿FDGDVHWUDWDGDVSRGHPUHVXOWDUHPULVFR DR HVWUHLWDPHQWR ¿EUyWLFR GR yUJmR 2 SURFHVVR SDUHFH HOHYDGRGHPRUELPRUWDOLGDGH6HOHFLRQDPRVFRQGLo}HV se iniciar pelo acometimento circunferencial do órgão, especiais, que descrevemos a seguir: FRP IULDELGDGH GD PXFRVD VHJXLGD GH XOFHUDomR H ¿- (67(126(6'(*5$1'(69,$6$e5($6 QDOPHQWH¿EURVHSURJUHVVLYD$VHVWHQRVHVSRGHPRFRU- +(0255$*,$$/9(2/$5',)86$ UHUGXUDQWHDDWLYLGDGHLQÀDPDWyULDVLVWrPLFDGDGRHQoD As vasculites envolvendo o trato respiratório mais mas também podem estar presentes independentemente IUHTXHQWHPHQWH DVVRFLDGDV jV FRQGLo}HV GHVFULWDV VmR GHVWD(VWHVTXDGURVGHPDQGDPGLDJQyVWLFRHWUDWD- aquelas de pequenos vasos associadas aos auto-anticor- mento precoces em função da progressão da obstrução SRV DQWLFLWRSODVPD GRV QHXWUy¿ORV $1&$ TXH VmR D GDVYLDVDpUHDV Poliangiite Granulomatosa (Granulomatose de Wegener), Poliangiite Microscópica e Poliangiite Granulomatosa EosiQRItOLFD6tQGURPHGH&KXUJ6WUDXVV ,QYHVWLJDomR 7HVWHVGH)XQomR3XOPRQDU $FRPHWLPHQWRGH*UDQGHV9LDV$pUHas – Estenose Subglótica e Traqueal $ DQiOLVH GD FXUYD ÀX[RYROXPH SRGH FRQWULEXLU SDUDRGLDJQyVWLFRGHREVWUXomRGDVYLDVDpUHDV7HQGR em vista que as vias aéreas intra-torácicas estão expostas O envolvimento de grandes vias aéreas pode estar j SUHVVmR LQWUDSOHXUDO DV HVWHQRVHV QHVWD WRSRJUD¿D presente nos pacientes com vasculites pulmonares, pro- por exemplo na região inferior da traqueia – provocarão YRFDQGRURXTXLGmRWRVVHGLVSQHLDHVWULGRURXVLELOkQFLD achatamento na curva expiratória, decorrente do agra- Estes sintomas podem estar acompanhados por sinais clí- YDPHQWR GD REVWUXomR DR ÀX[R DpUHR SHOR DXPHQWR GD QLFRV GH HVWHQRVH VXEJOyWLFD RX WUDTXHDO 2V VLQWRPDV SUHVVmRSOHXUDOQHVWDIDVHGDUHVSLUDomR3RURXWURODGR dependem da localização da estenose, da presença de a presença de estenoses nas vias aéreas extra-torácicas distorção das vias aéreas e da existência de co-morbi- – exemplo: sub-glóticas - resultarão em achatamento GDGHVWRUiFLFDV*HUDOPHQWHRVSDFLHQWHVTXHL[DPVHGH na curva inspiratória, quando a demanda pela entrada 33 Pulmão RJ 2014;23(2):32-36 Loivos LPP 6LWXDo}HV(VSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV de ar não tem o auxílio da pressão pleural negativa que Tratamento contribui para a abertura das vias aéreas intra-torácicas PDVQmRGDVH[WUDWRUiFLFDV'HVWDIRUPDQDFXUYDÀX[R- O tratamento se baseia na abordagem da doença YROXPHDREVHUYDomRGHXPSODW{QDFXUYDH[SLUDWyULD de base - vasculites pulmonares - e medidas direcionadas aponta para a presença de obstrução intra-torácica, assim jHVWHQRVH2DFRPHWLPHQWRGDiUYRUHWUDTXHREU{QTXLFD FRPRXPSODW{QDFXUYDLQVSLUDWyULDUHSUHVHQWDREVWUXomR pela Poliangiite Granulomatosa geralmente apresenta um QDVYLDVDpUHDVH[WUDWRUiFLFDV'DGDDHOHYDGDLQFL- FXUVRLQGHSHQGHQWHGDVRXWUDVPDQLIHVWDo}HVGDGRHQoD GrQFLDGHHQYROYLPHQWRGDiUYRUHWUDTXHREU{QTXLFDSHOD Com exceção dos raros casos em que o paciente se apre- Poliangiite Granulomatosa, recomenda-se que os pacien- senta com estenoses muito graves, ameaçadoras à vida, e tes com queixas respiratórias realizem provas funcionais TXHQHFHVVLWDPGHWUDTXHRVWRPLDGHXUJrQFLDDVOHV}HV pulmonares rotineiramente, com análise das alças inspi- de via aérea não devem ser tratadas inicialmente por ci- UDWyULDVHH[SLUDWyULDVGDFXUYDÀX[RYROXPHFRPRSDUWH rurgia, podendo ser utilizados procedimentos endoscópi- GDLQYHVWLJDomRGLDJQyVWLFD FRVFRPERQVUHVXOWDGRV$EURQFRVFRSLDLQWHUYHQFLRQLVWD LQFOXLGHQWURGDVRSo}HVWHUDSrXWLFDVDGLODWDomRGDYLD Exames de imagem aérea, destruição local de tecido estenótico e a colocação $7RPRJUD¿D&RPSXWDGRUL]DGD7&GHWyUD[pR GHVWHQWVQDYLDDpUHD(PDOJXQVFDVRVHVSHFLDOPHQWH exame de imagem mais preciso para o diagnóstico de es- DTXHOHV FRP REVWUXomR VLJQL¿FDWLYD ± UHGXomR GH PDLV WHQRVHVGHJUDQGHVYLDVDpUHDVLGHQWL¿FDQGRVXDORFDOL- GHGDOX]GRyUJmR±SRGHPVHUUHDOL]DGRVSURFHGL- zação, características e extensão, além de permitir avaliar mentos combinados, como a injeção de corticosteroides a patência da via aérea e a anatomia vascular na topo- na lesão (metil-prednisolona em dose total, variando de JUD¿DGDOHVmR4XDQGRDVHVWHQRVHVVmRYLVXDOL]DGDVQRV D PJ HP DWp DSOLFDo}HV QRV TXDGUDQWHV GR cortes transversais da TC, é possível avaliar se elas são DQHOHVWHQyWLFRFRPUHVXOWDGRVVDWLVIDWyULRVHPDWp FLUFXQIHUHQFLDLV RX LQFRPSOHWDV $ 7& GH WyUD[ WDPEpP GRVFDVRV$EURQFRVFRSLDLQWHUYHQFLRQLVWDQmRLPSHGHD SHUPLWH LGHQWL¿FDU D SUHVHQoD GH RXWUDV SQHXPRSDWLDV possibilidade de cirurgia torácica futura, podendo, inclusi- DVVRFLDGDV$OpPGLVWRD³EURQFRVFRSLDYLUWXDO´LPDJHP ve, melhorar a condição clínica e ventilatória do paciente construída após o processamento das imagens adquiridas SDUDHVWDLQWHUYHQomR1RHQWDQWRDSHQDVQRVFDVRVGH na TC sem carga adicional de radiação - fornece imagem exceção, como aqueles com recidiva da estenose após que simula os exames endoscópicos ampliando a capa- tratamento endoscópico são encaminhados para ressec- FLGDGH GH LQYHVWLJDomR GD iUYRUH EU{QTXLFD LQFOXLQGR omR FLU~UJLFD GR VHJPHQWR HVWHQRVDGR $ FRPSOLFDomR outros segmentos que também podem estar acometidos, mais frequente da ressecção e reconstrução traqueal é a FRPRRVEU{QTXLRVOREDUHV formação de tecido de granulação no local da anastomose (10) Broncoscopia %URQFRVFRSLD ÀH[tYHO p XWLOL]DGD QD LQYHVWLJDomR GLDJQyVWLFD GDV SDWRORJLDV WUDTXHDLV 2 GLDJQyVWLFR KLVWRSDWROyJLFRGDHVWHQRVHYLVDQGRDLGHQWL¿FDomRGHVXD Acometimento do Parênquima Pulmonar – Hemorragia Alveolar Difusa etiologia, geralmente é obtido através de biópsia do teFLGRUHVSLUDWyULRDWUDYpVGDEURQFR¿EURVFRSLDTXHSRGH A origem mais comum de hemoptise é a via aérea, demonstrar vasculite com necrose e granulomas (às ve- mas sangramento pode ser decorrente do acometimento ]HVLGHQWL¿FDVHDSHQDVWHFLGRGHJUDQXODomRLQHVSHFt¿FR GR SDUrQTXLPD RX GRV YDVRV SXOPRQDUHV $V KHPRUUD- VHPVLQDLVGHYDVFXOLWH1RHQWDQWRDEURQFR¿EURVFRSLD gias originadas na microvasculatura pulmonar (arteríolas, apresenta risco de obstrução completa da via aérea por capilares e vênulas) são designadas como hemorragia HGHPDRXKHPRUUDJLDSUR[LPDO%URQFRVFRSLDUtJLGDWDP- alveolar, hemorragia intraparenquimatosa pulmonar ou EpPSRGHVHULQGLFDGDQDDYDOLDomRGDVOH}HVHVWHQyWLFDV KHPRUUDJLD SXOPRQDU $ KHPRUUDJLD DOYHRODU GLIXVD da traqueia, com vantagens do melhor controle da via aé- caracterizada pelo amplo extravasamento de hemácias rea, reduzindo o risco de sangramento e permitindo me- para os espaços alveolares, está associada à ruptura da OKRU YHQWLODomR GXUDQWH R SURFHGLPHQWR $ EURQFRVFRSLD PHPEUDQDEDVDOGRDOYpRORHGRFDSLODUSXOPRQDU$DSUH- também tem um papel importante no tratamento, como sentação clínica é muito variável, indo desde pacientes SRGHVHYHUDEDL[R assintomáticos com anormalidades apenas radiológicas, Pulmão RJ 2014;23(2):32-36 34 Loivos LPP 6LWXDo}HV(VSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV DWp TXDGURV GH LQVX¿FLrQFLD UHVSLUDWyULD $ PDLRULD GRV FDUDFWHUL]DGDVFRPRFRQVROLGDo}HV([FHSFLRQDOPHQWHD pacientes apresenta graus variáveis de hemoptise, mas UDGLRORJLDFRQYHQFLRQDOSRGHQmRPRVWUDUDOWHUDo}HVVLJ- HVWDSRGHHVWDUDXVHQWHHPDWpXPWHUoRGRVFDVRV&OLQL- QL¿FDWLYDV¿FDQGRDVDOWHUDo}HVYLVtYHLVDSHQDVjWRPR- camente, a hemorragia alveolar apresenta-se como disp- JUD¿D FRPSXWDGRUL]DGD 2V SDGU}HV WtSLFRV GH LPDJHP QHLDDGRVFDVRVWRVVHKLSR[HPLDDXPHQWR j 7& GH WyUD[ VmR iUHDV IRFDLV RX GLIXVDV GH LQ¿OWUDGRV do gradiente alvéolo-arterial, febre, dor torácica (20 a HP YLGUR IRVFR HRX FRQVROLGDo}HV FRPR FRQVHTXrQFLD DQHPLDHLPDJHPUDGLROyJLFDGHLQ¿OWUDGRDOYpROR- GR SUHHQFKLPHQWR DOYHRODU 1R HQWDQWR RV DFKDGRV UD- LQWHUVWLFLDODGRVFDVRV&DSLODULWHSXOPRQDUp GLROyJLFRVHRXWRPRJUi¿FRVVmRLQHVSHFt¿FRVHVXMHLWRV o principal achado histológico obtido na biópsia pulmonar DPRGL¿FDo}HVDRORQJRGRFXUVRGDGRHQoD$SyVDFHV- GHVWHVSDFLHQWHVHVHFDUDFWHUL]DSRULQ¿OWUDGRQHXWURItOLFR sação da hemorragia, as imagens se resolvem em alguns no interstício pulmonar, com grande parte destas células GLDVDVHPDQDV'XUDQWHDUHVROXomR±JHUDOPHQWHPDLV em apoptose, resultando em espessamento do espaço lenta do que a observada nos processos decorrentes de LQWHUVWLFLDOIRUPDGRSRUHGHPD¿EULQDHQHXWUy¿ORVtQWH- edema pulmonar mas mais rápida do que a observada JURVHIUDJPHQWDGRV(VWHSURFHVVROHYDjQHFURVH¿EUL- QRV TXDGURV LQIHFFLRVRV RX LQÀDPDWyULRV SRGH VH RE- noide, lesando a membrana basal dos capilares alveolares servar o padrão de perfusão em mosaico, associado ao HSHUPLWLQGRRH[WUDYDVDPHQWRGH¿EULQDQHXWUy¿ORVH HVSHVVDPHQWRGRVVHSWRVLQWHUOREXODUHV principalmente, hemácias para a luz alveolar, caracteri]DQGRDKHPRUUDJLDDOYHRODU1DPDLRULDGRVFDVRVQmR Broncoscopia VHFRQKHFHRHVWtPXORLQLFLDOSDUDRDF~PXORGHQHXWUy¿- (P IXQomR GD QDWXUH]D LQHVSHFt¿FD GR TXDGUR ORVQRHVSDoRDOYHRODU clínico-radiológico das vasculites pulmonares, broncoscopia com lavado broncoalveolar (LBA) é frequentemente indicada para o diagnóstico da hemorragia alveolar di- ,QYHVWLJDomR IXVD 2 SURSyVLWR GR H[DPH p FRQ¿UPDU D SUHVHQoD GH sangue nos espaços alveolares, investigar outras fontes Exames laboratoriais GHVDQJUDPHQWRHH[FOXLULQIHFo}HV$SUHVHQoDGHVDQ- Têm por objetivo o diagnóstico etiológico da he- gue nos alvéolos provoca uma aparência hemorrágica em PRUUDJLD H D DYDOLDomR GD JUDYLGDGH GR TXDGUR (VWHV DOtTXRWDVVXFHVVLYDVGR/%$$DQiOLVHFLWROyJLFDGR/%$ incluem: hemograma completo (demonstrando anemia/ na hemorragia alveolar difusa revela a presença de mais redução dos valores da hemoglobina proporcional à perda GH GH PDFUyIDJRV DOYHRODUHV SUHHQFKLGRV SRU KH- sanguínea), estudos da coagulação, dosagem de escó- PRVVLGHULQD rias nitrogenadas, nível sérico de p-ANCA e c-ANCA por 'HSHQGHQGR GR HVWXGR DWp GRV SDFLHQWHV LPXQRÀXRUHVFrQFLD LQGLUHWD H GRV DQWtJHQRV HVSHFt¿FRV FRPKHPRSWLVHQmRDSUHVHQWDPFDXVDLGHQWL¿FDGDDSyV PR3- e MPO-ANCA, anticorpos anti-membrana basal glo- DYDOLDomR FXLGDGRVD LQFOXLQGR EURQFRVFRSLD (VWHV SD- merular, fator antinuclear (FAN), anticorpo peptídio anti- FLHQWHV VmRFODVVL¿FDGRVFRPR SRUWDGRUHV GH KHPRSWLVH -cíclico citrulinado (Anti-CCP), fator reumatoide, anticor- FULSWRJrQLFD RX LGLRSiWLFD 3DUWH GHVWHV SDFLHQWHV SRGH pos antifosfolipídio, creatino-quinase (CPK) e avaliação do apresentar vasculites e este diagnóstico deve ser buscado VHGLPHQWRXULQiULR HPVLWXDo}HVHPTXHDFDXVDGRVDQJUDPHQWRQmRpFODUD eLPSRUWDQWHDUHDOL]DomRGHHFRFDUGLRJUDPDSDUD 3URYDVGH)XQomR3XOPRQDU avaliar a presença de doença da válvula mitral, como cau- Uma transitória elevação na Capacidade de Difusão VD±LQGHSHQGHQWHRXDVVRFLDGDDRXWUDVSDWRORJLDV GH do Monóxido de Carbono (DLCO) decorrente do aumento KHPRUUDJLDDOYHRODUQHVWHVSDFLHQWHV da captação do monóxido de carbono pelo sangue extraYDVFXODUWHPVLGRREVHUYDGDQHVWHVSDFLHQWHV&RQWXGR devido à apresentação aguda, à gravidade geralmente Tratamento relacionada ao quadro e à ausência de valores prévios para comparação, a medida da DLCO não é rotineiramen- A conduta na fase aguda da hemorragia alveolar te realizada em pacientes com suspeita de hemorragia inclui tratamento intensivo, incluindo suporte ventilatório DOYHRODUGLIXVD LQYDVLYR GHSHQGHQGR GD JUDYLGDGH GR FDVR 'LVW~UELRV associados da coagulação devem ser investigados e cor- Exames de Imagem Os achados mais comuns, à radiologia conven- ULJLGRV Metilprednisolona pode ser utilizada em altas do- cional, da hemorragia alveolar associada a vasculites pul- VHV YLVDQGR R FRQWUROH UiSLGR GD DWLYLGDGH LQÀDPDWyULD monares são áreas de preenchimento alveolar bilaterais, que caracteriza as hemorragias alveolares imuno-media- 35 Pulmão RJ 2014;23(2):32-36 Loivos LPP 6LWXDo}HV(VSHFLDLVQDV9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV das, em função da alta mortalidade associada a estes TXDGURV Conclusão Plasmaferese representa outra modalidade terapêutica, indicada para os casos de hemorragia alveolar DVVRFLDGDjLQVX¿FLrQFLDUHVSLUDWyULDKLSR[rPLFDFRPQHFHVVLGDGH GH UHSRVLomR GH R[LJrQLR HP DOWRV ÀX[RV RX ventilação mecânica, de acordo com a American Society for Apheresis, devendo ser realizada diariamente ou em GLDVDOWHUQDGRVSRUGLDV As vasculites com acometimento pulmonar representam um grupo de patologias pouco comuns, mas que podem acometer diversas estruturas do trato respiratório, SURYRFDQGR VLQDLV H VLQWRPDV YDULDGRV H LQHVSHFt¿FRV DOJXQVJUDYHVHSRWHQFLDOPHQWHDPHDoDGRUHVjYLGD&Dsos de estenoses de grandes vias aéreas e hemorragia DOYHRODUGLIXVDSRGHPVHUPDQLIHVWDo}HVGHVWHJUXSRGH vasculites e seu reconhecimento e tratamento, além da 6LWXDo}HV(VSHFLDLV±7UDWDPHQWR abordagem de suas consequências, pode contribuir para XPDPHOKRUHYROXomRFOtQLFDGRSDFLHQWH $OpP GR WUDWDPHQWR GH FDGD XPD GDV VLWXDo}HV especiais descritas, é fundamental o tratamento da vasculite, geralmente associada ao ANCA - as mais frequenWHPHQWHUHODFLRQDGDVDRDFRPHWLPHQWRSXOPRQDU2WUDWDPHQWRpHVWUDWL¿FDGRFRPEDVHQDDWLYLGDGHGDGRHQoD HDDYDOLDomRGHVXDH[WHQVmRHVHYHULGDGH Referências )DXFL$6+D\QHV%).DW]37KHVSHFWUXPRIYDVFXOLWLVFOLQLFDOSDWKRORJLFLPPXQRORJLFDQGWKHUDSHXWLFFRQVLGHUDWLRQV$QQ,QWHU 0HG3DUW 4XHOX] 7+$7 )UHLUH %)$ 9DVFXOLWHV SXOPRQDUHV ,Q &XNLHU $ 1DNDWDQL-0RUURQH1HGLWRUHV$WXDOL]DomRHUHFLFODJHPSQHXPRORJLD6mR3DXOR$WKHQHXYS &RQVHQVR%UDVLOHLURVREUH9DVFXOLWHV3XOPRQDUHV-RUQDOGH3QHXmologia 2005 Jan/Fev; vol 31 – Suplemento 1 )LVEDLQ*$HWDO/XQJYDVFXOLWLVDQGDOYHRODUKHPRUUDJH5HY3UDW 0DU 6FUHDWRQ1-6LYDVRWK\3)ORZHU&'/RFNZRRG&07UDFKHDOLQYROYHPHQW LQ :HJHQHU¶V JUDQXORPDWRVLV HYDOXDWLRQ XVLQJ VSLUDO &7 &OLQ5DGLRO 7D\ORU6&&OD\EXUJK'55RVHQEDXP-76FKLQGOHU-6&OLQLFDOPDnifestations and treatment of idiopathic and Wegener granulomaWRVLVDVVRFLDWHGVXEJORWWLFVWHQRVLV-$0$2WRODU\QJRO+HDG1HFN 6XUJ *yPH]*yPH]HWDO3XOPRQDU\PDQLIHVWDWLRQVRIJUDQXORPDWRVLV ZLWKSROLDQJLLWH5HXPDWRO&OLQ)HE 9HUEDQFN6GH.HXNHOHLUH7HWD'HWHFWLQJXSSHUDLUZD\REVWUXFWLRQLQSDWLHQWVZLWKWUDFKHDOVWHQRVLV-$SSO3K\VLRO -XO &DVWDxHUHWDO,PDJLQJ¿QGLQJLQSXOPRQDUYDVFXOLWLV6HPLQ8OWUDVRXQG&705'HF %DFRQ-/3DWWHUVRQ&00DGGHQ%3,QGLFDWLRQVDQGLQWHUYHQWLRQDORSWLRQVIRUQRQUHVHFWDEOHWUDFKHDOVWHQRVLV-7KRUDF'LV 0DU )LVKEHLQ*$)LVKEHLQ0&/XQJYDVFXOLWLVDQGDOYHRODUKHPRUUKDJHSDWRORJ\6HPLQ5HVSLU&ULW&DUH0HG-XQ .UDXVH0&DUWLQ&HED5HWDO8SWDWHRQ'LIIXVH$OYHRODU+HPRUUKDJHDQG3XOPRQDU\9DVFXOLWLV,PPXQRO$OOHUJ\&OLQ1RUWK$P Nov 2012; 32(4): 587-600 &DVWDxHU ( $OJXHUVXDUL $ HW DO :KHQ WR VXVSHFW SXOPRQDU\ YDVFXOLWLV UDGLRORJLF DQG FOLQLFDO FOXHV 5DGLRJUDSKLFV Jan;30(1):33-53 0DOGRQDGR ) 3DUDPELO -* <L (6 'HFNHU 3$ 5\X -+ +DHPRVLGHULQODGHQ PDFURSKDJHV LQ WKH EURQFKRDOYHRODU ODYDJH ÀXLG RI SDWLHQWV ZLWK GLIIXVH DOYHRODU GDPDJH (XU 5HVSLU - Jun;33(6):1361-6 6DYDOH / 3DUURW $ .KDOLO $ HW DO &U\SWRJHQLF KHPRSW\VLV IURP DEHQLJQWRDOLIHWKUHDWHQLQJSDWKRORJLFYDVFXODUFRQGLWLRQ$P- 5HVSLU&ULW&DUH0HG 6]F]HSLRUNRZVNL =0 :LQWHUV -/ HW DO *XLGHOLQHV RQ WKH XVH RI therapeutic apheresis in clinical practice--evidence-based approach from the Apheresis Applications Committee of the American SocieW\IRU$SKHUHVLV-&OLQ$SKHU Pulmão RJ 2014;23(2):32-36 36 ,QIRUPDo}HVSDUDDXWRUHVHFRODERUDGRUHVGDUHYLVWD3XOPmR5CARACTERÍSTICAS DA REVISTA O Pulmão RJ ISSN-1415-4315, publicado triPHVWUDOPHQWHpyUJmRR¿FLDOGD6RFLHGDGHGH3QHXPROR- A revista reserva o direito de efetuar nos artigos DFHLWRVDGDSWDo}HVGHHVWLORJUDPDWLFDLVHRXWUDV Com exceção das unidades de medidas, si- JLDGR5LRGH-DQHLURGHVWLQDGRjSXEOLFDomRGHUHYLV}HV glas e abreviaturas devem ser evitadas ao máximo, atualizadas e discutidas, no escopo da Pneumologia e áre- devendo ser utilizadas apenas para termos consagra- DVFRUUHODWDV&DGDQ~PHURYHUVDUiDFHUFDGHXPWHPD GRV (VWHV WHUPRV HVWmR GH¿QLGRV QD /LVWD GH $EUHYLD- de destaque, sendo que todos os artigos serão feitos por WXUDV H $FU{QLPRV DFHLWRV VHP GH¿QLomR SUHVHQWHV QD PHLRGHFRQYLWHDRVSULQFLSDLVHVSHFLDOLVWDVGDiUHD www.sopterj.com.br 4XDQWR D RXWUDV DEUHYLDWXUDV Nossa meta é poder apresentar ou disponibilizar VHPSUHGH¿QLODVQDSULPHLUDYH]HPTXHIRUHPFLWDGDV DR 3QHXPRORJLVWD GH IRUPD REMHWLYD H FRQFLVD UHYLV}HV SRU H[HPSOR ODYDGR EURQFRDOYHRODU /%$ $SyV D GH¿- DFHUFDGHXPGHWHUPLQDGRWHPDHVSHFt¿FRHQIDWL]DQGR nição da abreviatura, o termo completo não deverá ser os artigos mais importantes e as eventuais controvérsias PDLVXWLOL]DGR&RPH[FHomRGDVDEUHYLDWXUDVDFHLWDVQmR H[LVWHQWHV QD DWXDOLGDGH (VVD IRUPD IDFLOLWDUi D OHLWXUD XWLOL]iODVHPWtWXORVRXHPUHVXPRGRVPDQXVFULWRV GRVSUR¿VVLRQDLVGHVD~GHDWXDOL]DQGRRVHGDQGRDFHV- Quando os autores mencionarem qualquer subs- VR DR VXPiULR GRV UHFHQWHV DYDQoRV QD iUHD 7RGRV RV tância ou equipamento incomum, deverão incluir o mode- PDQXVFULWRV VHUmR DYDOLDGRV SRU UHYLVRUHV TXDOL¿FDGRV ORRQRPHGDIDEULFDQWHDFLGDGHHRSDtV sendo o anonimato garantido em todo o processo de julJDPHQWR 2V DUWLJRV SRGHP VHU HVFULWRV HP SRUWXJXrV HVSDQKRORXLQJOrV7RGRVRVDUWLJRVVHUmRGLVSRQLELOL]D- PREPARO DO MANUSCRITO $SiJLQDGHLGHQWL¿FDomRGHYHFRQWHURWtWXORGR GRVHOHWURQLFDPHQWHHPZZZVRSWHUMFRPEU,661 trabalho, em português e inglês, nome completo e titula- QDYHUVmRHPOtQJXDODWLQDRXHPLQJOrV omRGRVDXWRUHVLQVWLWXLo}HVDTXHSHUWHQFHPHQGHUHoR completo, inclusive telefone, fax e e-mail do autor princi- CRITÉRIOS DE AUTORIA SDOHQRPHGRyUJmR¿QDQFLDGRUGDSHVTXLVDVHKRXYHU A inclusão de um autor em um manuscrito encaPLQKDGRSDUDSXEOLFDomRVypMXVWL¿FDGDVHHOHFRQWULEXLX Resumo: Deve ser estruturado consistindo de VLJQL¿FDWLYDPHQWH GR SRQWR GH YLVWD LQWHOHFWXDO SDUD D WUrVSDUiJUDIRVQmRH[FHGHQGRSDODYUDV2SULPHLUR VXD UHDOL]DomR )LFD LPSOtFLWR TXH R DXWRU SDUWLFLSRX GH parágrafo deve descrever o objetivo da revisão, isto é por WRGDVDVIDVHVQDHODERUDomRGRDUWLJR$UHYLVWDFRQVLGH- TXHDUHYLVmRpUHOHYDQWH2VHJXQGRSDUiJUDIRGHVFUH- ra 3 o número máximo aceitável de autores para redação verá os achados mais recentes e o terceiro será um resu- GR DUWLJR 1R FDVR GH PDLRU Q~PHUR GH DXWRUHV HQYLDU PRGHVFUHYHQGRDVSULQFLSDLVLPSOLFDo}HVGRVDFKDGRVQD FDUWD D 6HFUHWDULD GD 5HYLVWD MXVWL¿FDQGR D SDUWLFLSDomR SHVTXLVDRXSUiWLFDFOtQLFD QRDUWLJR Abstract: Uma versão em língua inglesa, corresAPRESENTAÇÃO E SUBMISSÃO DOS MA- SRQGHQWHDRFRQWH~GRGRUHVXPRGHYHVHUIRUQHFLGD NUSCRITOS Os manuscritos deverão ser obrigatoriamente en- Descritores e Keywords: Deve ser fornecido FDPLQKDGRVYLDHOHWU{QLFDDSDUWLUGDSUySULDKRPHSDJH GHWUrVDFLQFRWHUPRVHPSRUWXJXrVHLQJOrVTXHGH¿- GR-RUQDO$VLQVWUXo}HVHRSURFHVVRGHVXEPLVVmRHVWmR QDPRDVVXQWRGRWUDEDOKR'HYHPVHUREULJDWRULDPHQWH disponíveis no endereço www.sopterj.com.br $LQGD baseados nos DeCS (Descritores em Ciências da Saúde), que os manuscritos sejam submetidos eletronicamente, SXEOLFDGRVSHOD%LUHPHHGLVSRQtYHLVQRHQGHUHoRHOHWU{- GHYHUmRVHUHQYLDGDVSRUID[FRUUHLRHOHWU{QLFRSGIRX nico: http:// decs.bvs.br, enquanto os keywords em pelo correio Carta de Transferência de Copyright e De- inglês devem ser baseados nos MeSH (Medical Subject FODUDomRGH&RQÀLWRVGH,QWHUHVVHVDVVLQDGDVSRUWRGRV Headings) da National Library of Medicine, disponíveis no os autores, conforme modelo disponível no endereço HQGHUHoR HOHWU{QLFR www.nlm.nih.gov/mesh/MBro- www.sopterj.com.br 3HGHVH DRV DXWRUHV TXH VLJDP wser.html rigorosamente as normas editoriais da revista, particularmente no tocante ao número máximo de palavras, tabe- Texto: A introdução deve discutir os principais ODV H ¿JXUDV SHUPLWLGDV EHP FRPR jV UHJUDV SDUD FRQ- DVSHFWRV GD UHYLVmR 2 WH[WR GHYH WHU QR Pi[LPR IHFomR GDV UHIHUrQFLDV ELEOLRJUi¿FDV $ QmR REVHUYkQFLD SDODYUDVH[FOXLQGRUHIHUrQFLDVHWDEHODV'HYHFRQWHUQR GHVVDVLQVWUXo}HVLPSOLFDUiQDGHYROXomRGRPDQXVFULWR Pi[LPRWDEHODVHRX¿JXUDV2Q~PHURGHUHIHUrQFLDV pela Secretaria da revista para que os autores façam as ELEOLRJUi¿FDVQmRGHYHH[FHGHUD FRUUHo}HVSHUWLQHQWHVDQWHVGHVXEPHWrORDRVUHYLVRUHV 37 Pulmão RJ 2014;23(2):37-38 Tabelas e Figuras7DEHODVHJUi¿FRVGHYHPVHU referências marcadas com * ou ** devem ter sido publi- apresentados em preto e branco, com legendas e res- FDGDVQRV~OWLPRVPHVHV$VUHIHUrQFLDVVHPRX SHFWLYDVQXPHUDo}HVLPSUHVVDVDRSpGHFDGDLOXVWUDomR QmRSUHFLVDPGHDQRWDo}HV5HVXPRVRXWUDEDOKRVDLQGD $VWDEHODVH¿JXUDVGHYHPVHUHQYLDGDVQRVHXDUTXLYR QmRSXEOLFDGRVQmRSRGHPVHUPDUFDGRVHRXDQRWDGRV digital original, as tabelas preferencialmente em arquivos Exemplos: 0LFURVRIW:RUGRX0LFURVRIW([FHOHDV¿JXUDVHPDUTXL- Artigos Originais YRV 7LII RX -3* )RWRJUD¿DV GH H[DPHV SURFHGLPHQWRV ;LVWR '* )DULDV // )HUUHLUD +& 3LFDQoR 05 FLU~UJLFRV H ELySVLDV RQGH IRUDP XWLOL]DGDV FRORUDo}HV H $PLWUDQR'/DSD(6LOYD-5HWDO/XQJSDUHQFK\PDUH- técnicas especiais serão consideradas para impressão PRGHOLQJLQDPXULQHPRGHORIFKURQLFDOOHUJLFLQÀDPPD- FRORULGDVHPFXVWRDGLFLRQDODRVDXWRUHV$VJUDQGH]DV WLRQ$P-5HVSLU&ULW&DUH0HG unidades e símbolos devem obedecer ao sistema métrico internacional e às normas nacionais correspondentes Resumos (ABNT: http://www.abnt.org.br $V ¿JXUDV TXH QH- 6DGG\)2OLYHLUD*5]H]LQVNL$)2UQHOODV'6 cessitem de permissão deverão ser comunicadas ao edi- *DUFLD &61 1DUGHOOL / HW DO 3DUWLDO 9HQWLODWRU\ 6XSSRUW WRU6HIRUQHFHVViULDSHUPLVVmRVROLFLWDVHTXHVHMDHQFD- improves oxygenation and reduces the expression of in- PLQKDGDFySLDGDLOXVWUDomRRULJLQDOGD¿JXUDHQGHUHoR ÀDPPDWRU\PHGLDWRUVLQDPRGHORIDFXWHOXQJLQMXU\$P GHFRQWDWRHPDLOID[HQ~PHURGHWHOHIRQH -5HVSLU&ULW&DUH0HG$ Legendas: Deverão acompanhar as respectivas &DStWXORVGH/LYURV ¿JXUDVJUi¿FRVIRWRJUD¿DVHLOXVWUDo}HVHWDEHODV&DGD %DUEDV&65RFFR350RQLWRUL]DomR'D0HFk- legenda deve ser numerada em algarismos arábicos, cor- nica Respiratória em Indivíduos respirando espontanea- UHVSRQGHQGRDVXDVFLWDo}HVQRWH[WR$OpPGLVVRWRGDV PHQWH H YHQWLODGRV PHFDQLFDPHQWH ,Q 5RFFR 35 =LQ DVDEUHYLDWXUDVHVLJODVHPSUHJDGDVQDV¿JXUDVHWDEHODV :$ HGLWRUHV )LVLRORJLD 5HVSLUDWyULD $SOLFDGD (GLomR GHYHPVHUGH¿QLGDVSRUH[WHQVRDEDL[RGDVPHVPDV 5LRGH-DQHLUR*XDQDEDUD.RRJDQS Referências: Devem ser indicadas apenas as re- 3XEOLFDo}HV2¿FLDLV ferências utilizadas no texto, numeradas com algarismos :RUOG +HDOWK 2UJDQL]DWLRQ *XLGHOLQHV IRU VXU- DUiELFRV H QD RUGHP HP TXH IRUDP FLWDGDV $ DSUHVHQ- YHLOODQFH RI GUXJ UHVLVWDQFH LQ WXEHUFXORVLV :+27E tação deve estar baseada no formato Vancouver Style, atualizado em outubro de 2004, conforme os exemplos abaixo e disponíveis em http://www.ncbi.nlm.nih. +RPHSDJHV(QGHUHoRV(OHWU{QLFRV gov/bookshelf/br.fcgi?book=citmed2VWtWXORVGRV &DQFHU3DLQRUJ >KRPHSDJH RQ WKH ,QWHUQHW@ periódicos citados devem ser abreviados de acordo com 1HZ<RUN$VVRFLDWLRQRI&DQFHU2QOLQH5HVRXUFHV,QF o estilo apresentado pela List of Journal Indexed in In- F>XSGDWHG0D\FLWHG-XO@$YDL- dex Medicus, da National Library of Medicine disponibi- ODEOHIURPKWWSZZZFDQFHUSDLQRUJ lizados no endereço: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/ entrez/journals/loftext.noprov.html 2XWUDVVLWXDo}HV Para todas as referências, cite todos os autores até 1DHYHQWXDOLGDGHGRVXUJLPHQWRGHVLWXDo}HVQmR VHLV$FLPDGHVVHQ~PHURFLWHRVVHLVSULPHLURVDXWRUHV FRQWHPSODGDV SRU HVWDV ,QVWUXo}HV 5HGDWRULDLV GHYHUmR VHJXLGRVGDH[SUHVVmRHWDO VHUVHJXLGDVDVUHFRPHQGDo}HVFRQWLGDVHP,QWHUQDWLRQDO Nas referências de principal interesse deve-se &RPPLWWHH RI 0HGLFDO -RXUQDO (GLWRUV 8QLIRUP UHTXLUH- marcar um * e descrever abaixo 1 a 2 sentenças com a PHQWVIRUPDQXVFULSWVVXEPLWWHGWRELRPHGLFDOMRXUQDOV LGpLDSULQFLSDOGRDUWLJR1DVUHIHUrQFLDVGHPDLRULPSDFWR 8SGDWHG2FWREHU'LVSRQtYHOHPKWWSZZZLFPMH PDUFDU H UHDOL]DU XPD DQRWDomR PDLV GHWDOKDGD $V RUJ Toda correspondência para a revista deve ser encaminhada para: 'UD$QD3DXOD6DQWRV0'06FDQDSVDQWRVSXOPDRUM#JPDLOFRP (QGHUHoRGD3XOPmR5-SXOPDRUMVHFUHWDULD#JPDLOFRP Pulmão RJ 2014;23(2):37-38 38