Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino CAPÍTULO 2 ANÁLISE ESTUDO E DIAGNÓSTICO DE LOCAIS ANÁLISE DE ACIDENTES BOLETINS DE OCORRÊNCIAS Trata-se de um elemento essencial para a análise de um local, pois é o registro dos acidentes que ocorrem. Os Boletins de Ocorrências são necessários para diversas finalidades, como por exemplo, processos judiciais, comprovações perante seguradoras do sinistro ocorrido, análise de indústrias para novos projetos, estatísticas de acidentes, etc. A estatística de acidentes é o fator menos considerado quando se decide pelos investimentos na estrutura de preenchimento de boletins de ocorrências e, no entanto, é o fator primordial, pois se eles permitirem projetar soluções que eliminem os acidentes, todas as outras funções perderão o significado. Em Curitiba, por falta de orçamento, a estrutura existente é inferior à necessidade, o que faz com que o Batalhão de Polícia do Trânsito atenda e registre apenas os acidentes em que hajam vítimas envolvidas, ou nos casos em que os acidentados tenham real necessidade de registro de ocorrência (comprovação junto a seguradoras). SOB 29 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino FICHA TÉCNICA A Ficha Técnica de Acidentes nada mais é do que o resumo ordenado de informações sobre cada um dos acidentes que ocorreram em determinado local, em determinado período. DIAGRAMA DE ACIDENTES O Diagrama de Acidentes especifica esquematicamente o tipo de acidente, trajetória dos veículos, linha de travessia dos pedestres, ângulo de choque, danos vítimas, condições da via e do tempo, etc. Acompanhando o diagrama de acidentes deve ser preparado, também, um diagrama de operação do ponto, com volumes de utilização, volumes de conversão, classificados, se possível, quanto ao tipo de veículo, em um diagrama físico em que constem, em croqui, os elementos pertencentes à área de estudo. Adiante são apresentados diversas formas de representação gráfica para diagramas de acidentes, bem como exemplos desenhados de diagramas . DISTRIBUIÇÃO HORÁRIA E POR DIA DE SEMANA Essa é uma informação importante porque permite entender melhor como os acidentes num determinado local está ocorrendo. Por exemplo, se os acidentes ocorrem à noite, talvez o problema esteja na iluminação. Ficar procurando as causas geométricas, de nada adiantaria. Outros acidentes ocorrem apenas nos finais de semana, mais especificamente à tardinha de uma sexta feira. Convém, nesse caso, procurar pontos de encontro para confraternizações com bebidas alcoólicas nas proximidades. 30 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino LEGENDA PARA DIAGRAMAS DE ACIDENTES (Legenda para Diagramas de Acidentes adotado no Programa PARE do Ministério dos Transportes) Legenda Acidentes somente com danos materiais Acidentes com feridos Acidentes fatais Atropelamentos com ferimentos leves Atropelamentos com ferimentos graves Atropelamentos fatais 31 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 32 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino LEGENDA PARA DIAGRAMAS DE ACIDENTES Legenda adotada nos EXEMPLOS 1 e 2 adiantes (Legenda e Diagramas adotados no Curso de Segurança de Trânsito da CET/1995) 33 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 34 DIAGRAMA DE ACIDENTES - EXEMPLO 1 Modelo de Diagrama de Acidentes sugerido no Curso de Segurança de Trânsito da CET/1995 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 35 DIAGRAMA DE ACIDENTES - EXEMPLO 2 Modelo de Diagrama de Acidentes sugerido no Curso de Segurança de Trânsito da CET/1995 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 36 DIAGRAMA DE ACIDENTES Modelo de Diagrama de Acidentes sugerido no Manual de Segurança Rodoviária do DER do Paraná Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 37 DIAGRAMA DE ACIDENTES Modelo de Diagrama de Acidentes sugerido no Curso de Operação Rodoviária do DNER/1994 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino LEGENDA PARA DIAGRAMA DE ACIDENTES E PARA DIAGRAMA DE CONDIÇÕES DE ACIDENTES (adotado no Curso de Operação Rodoviária do DNER/1994) 38 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino DIAGRAMA DE CONDIÇÕES DE ACIDENTES (sugerido no Curso Operações Rodoviárias do DNER/1994) 39 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino REPRESENTAÇÃO GRÁFICA PARA DIAGRAMA DE ACIDENTES (adotado no Curso de Segurança de Trânsito da CET/1995) 40 Cap 02 - Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino RESUMO HISTÓRICO DOS ACIDENTES A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, no seu 20o.Curso Interno de Segurança de Trânsito, sugere, em sua apostila, um formato e disposição do Resumo Histórico dos Acidentes, através das Figuras 7.11 e 7.12, publicadas naquela apostila. Essas figuras são reproduzidas adiante, com o intuito de utilizar , no presente curso, a mesma sistemática da CET. Como se pode ver pela figura 7.11, os dados de cada acidente são organizados em uma coluna. Esse formato permite comparar visualmente todos os acidentes. Assim, se poderá verificar se os acidentes, ou grupos de acidentes, apresentam um tipo comum de acidente, um tipo predominante de veículo envolvido, semelhança no sentido de movimento dos veículos envolvidos, horas de ocorrências, etc. Se o número de acidentes for alto, a análise pode ser facilitada mediante separação de colunas, agrupandose os acidentes por tipo. Por exemplo, podem-se agrupar todos os acidentes que ocorreram no fim de semana, todos os abalroamentos transversais, ou todos com pista molhada. A figura 7.12 mostra alguns possíveis agrupamentos dos acidentes apresentados na figura 7.11 41 Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito 42 Pedro Akishino 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 3 11 19 25 29 41 49 49 58 61 62 69 70 71 74 77 83 85 08/08/7 9 03/09/7 8 27/10/7 8 11/11/7 8 06/12/7 8 06/03/7 9 17/03/7 9 24/03/7 9 16/06/7 9 22/01/7 9 25/07/7 9 17/09/7 9 03/10/7 9 09/10/7 9 23/10/7 9 11/12/7 9 08/02/7 9 22/03/8 0 QUI DOM SEG SAB QUA TER SAB SAB SAB DOM QUA SEG QUA TER TER TER SEG SAB 09:25 15:30 11:45 21:40 06:50 14:40 13:30 18:30 10:30 13:10 08:30 13:35 12:05 12:25 06:50 21:05 22:20 07:00 O O O O O O O O O O O O O B B n B B B B C B B C C B B B B B B S S S M S - S M S S M M S S S S S S C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V C/V AuxAu AuxOn AuxAu AuxAu xAu AuxAu AuxAu AuxAu xOn AuxAu xAu AuxMo AuxAu AuxAu AuxMo AuxOn xOn AuxAu AuxAu O AuxMo AuxCm Au Regis tro No. Boletim Da ta Dia Semana Hora Dia ou Noite Tempo Estado da Pista Tipo de Acident e Veículo s Envolvi d 2 3 1 1 1 Veículo parou na luz amarela (motoris ta) Veículo parou obede cendo ao semáfo ro Atropela mento resultou em Abalroa mento Véiculo s 1 e 2 iniciara frenage devido ao semá foro Ponto de impacto pelos danos no BO Figura 7.11 - Veículo 1 entrou no cruza mento com o sinal fechado Carro aguar dando abertura do semá foro Ponto de impacto pelos danos no BO 1 Veículo V2 evadiuse 2 Veículo 2 esperan do abrir o semá foro Croquis 2 V2 entrou no cruza mento com sinal fechado Motorista menor de 16 anos RESUMO HISTÓRICO DE ACIDENTES COM VÍTIMAS Total de Acidentes com Vítimas = 33 Total com informação suficiente para montar croquis: 18 Local: Av. Alcântara Machado x Rua Carneiro Leão Período: 07/78 a 04/80 Ponto de impacto pelos danos no BO Capo tamento Histórico e Observações Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito 43 Pedro Akishino Fator Comum No. de Acidentes 9 3 2 2 2 2 11 3 19 14 71 13 70 17 83 7 49 5 29 16 77 10 61 9 58 15 74 6 41 11 62 4 25 12 69 8 49 1 3 18 85 03/09/7 8 27/10/7 8 09/10/7 9 03/10/7 9 08/02/7 9 17/03/7 9 06/12/7 8 11/12/7 9 22/01/7 9 16/06/7 9 23/10/7 9 06/03/7 9 25/07/7 9 11/11/7 8 17/09/7 9 24/03/7 9 08/08/7 9 22/03/8 0 DOM 15:30 O B S C/V SEG 11:45 O n S C/V TER 12:25 O B S C/V QUA 12:05 O B S C/V SEG 22:20 SAB 13:30 O B S C/V QUA 06:50 O B S C/V TER 21:05 DOM 13:10 O B S C/V SAB 10:30 O B S C/V TER 06:50 O B S C/V TER 14:40 O B C/V QUA 08:30 O C M C/V SAB 21:40 SAB 18:30 B M C/V SEG 13:35 O C M C/V C M C/V QUI 09:25 O B S C/V SAB 07:00 O B S C/V AuxOn AuxAu AuxMo AuxAu AuxCm AuxAu AuxAu AuxMo AuxAux Au AuxAux On AuxOnx On AuxAux Au AuxMo AuxAu AuxAu AuxAu AuxAu Au Veículo V2 evadiuse Ponto de impacto pelos danos no BO Ponto de impacto pelos danos no BO Ponto de impacto pelos danos no BO Atropela mento resultou em Abalroa mento V2 entrou no cruza mento com sinal fechado Motorista menor de 16 anos Veículo 1 entrou no cruza mento com o sinal fechado Veículo 2 esperan do abrir o semá foro Véiculos 1 e 2 iniciara frenage devido ao semá foro Carro aguar dando abertura do semá foro Veículo parou obede cendo ao semáfo ro Veículo parou na luz amarela (motoris ta) Capo tamento B S C/V 14 acidentes envolvendo 1 veículo na Alcantara Machado Bairro - Centro B S C/V 7 acidentes envolvendo veículos tentando entrar no cruzam. com sinal vermelho na Alcantara Machado 4 acidentes em pista molhada Figura 7.12 - Agregação dos Acidentes da Figura 7.11 para melhor visualização Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino ANÁLISE DE CONDIÇÕES VIÁRIAS CADASTRO VIÁRIO PARA SEGURANÇA O Cadastro gera informações básicas para apoio à elaboração da análise de acidentes, das condições viárias e das propostas de melhorias. O Cadastro é bastante abrangente, contemplando cerca de 16 itens e 55 avaliações de posição, tipo, medidas e quantidades. Percorre-se a via, preenchendo formulários elaborados para tal, em cerca de 3. Formulário 1: Uso de solo, iluminação, terraplenagem, canteiro central, acostamento (ou calçada pedestres), pista de rolamento, intersecções e travessias. Formulário 2: Sinalização vertical e sinalização horizontal. Formulário 3: Rampa, curva, elemento lateral - dispositivo de segurança, tráfego, drenagem. LEVANTAMENTOS COMPLEMENTARES a) Fotográfico - quando realizado de posições estratégicas, permite o registro de todas as informações sobre as características físicas do local. b) Vídeo - permite a identificação não só das características físicas, mas também das condições operacionais, inclusive velocidade e conflitos de tráfego. 45 Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 46 DIAGNÓSTICO O Diagnóstico dos Problemas de Segurança se faz pelo confronto entre os dados de Caracterização da Segurança e os dados de Caracterização Física e Operacional, visando a identificação dos eventuais problemas viários que estejam contribuindo para a ocorrência anormal de acidentes no local. Na sequência são apresentados 3 tipos de Problemas Viários. Tipo 1 : Dispositivo de Segurança - inexistência ou ineficiência de dispositivos de segurança no canteiro central - inexistência de separador central - inexistência ou deficiência de proteção em secções de aterro - inexistência ou ineficiência de linhas de bordo - inexistência ou precariedade de balizamento lateral - inexistência ou deficiência na sinalização de advertência - inexistência ou deficiência na sinalização de indicação - inexistência ou deficiência na sinalização de regulamentação - ineficiência na sinalização vertical à noite - sinalização horizontal ineficiente à noite ou sob chuva ou neblina - obstrução lateral provocada por objetos fixos - presença de objetos fixos potencialmente perigosos não dotados de proteção - presença de objetos fixos não sinalizados - inexistência de áreas de refúgio para pedestres Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino Tipo 2 : Geometria da Via - inadequação do “lay-out” de intersecções, acessos e retornos existência de pistas ou faixas de tráfego estreitas inexistência de faixas de mudança de velocidade em áreas de intersecções obstrução visual em acessos e intersecções estreitamento brusco de pista áreas de entrelaçamento de pequena extensão superelevação contrária ou inexistente superlargura insuficiente pequenos raios de curvatura poucas curvas de raio crítico - elemento surpresa pequena distância de visibilidade para a velocidade permitida ilhas ou separadores inadequadamente construídos. Tipo 3: Condições Operacionais - deficiência no controle de preferencial travessia indiscriminada do canteiro central conversões a partir do tráfego de passagem congestionamentos alta velocidade inadequabilidade de travessia de pedestres em nível estacionamento em pontos inadequados pontos de parada de ônibus baixo índice de servicibilidade do pavimento deficiência ou inexistência de drenagem superficial rampas muito fortes para o tráfego intenso de caminhões e ônibus retornos inadequados no canteiro central ofuscamento por faróis 47 Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino VISTORIA DO LOCAL É importante que o técnico de engenharia de tráfego faça uma vistoria no local nos seguintes horários: • Hora de Pico da manhã • Hora de Pico da Tarde • Hora de baixo movimento • Horário Noturno Além da vistoria nos horários acima (obrigatório) é recomendável que o mesmo faça vistorias nos momentos especiais, como por exemplo, nos dias de chuva, nos horários de neblina, nos finais de semana, etc. A vistoria deve ser realizada pelo técnico que deverá fazer considerando-se ser: • motorista familiarizado com o local • motorista não familiarizado com o local • pedestre familiarizado com o local • pedestre não familiarizado com o local Esta distinção é importante porque os 4 tipos de usuários devem apresentar comportamentos significativamente diferentes com respeito à aproximação, percurso e afastamento do local. É necessário fazer a vistoria em 3 níveis: • nível 1 - detalhes do local • nível 2 - aproximações e saídas • nível 3 - origem/destino de veículos e pedestres 48 Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino ROTEIRO PARA VISTORIAS A vistoria é um passo demorado num diagnóstico, porque, como vimos, é necessário não só analisar o local específico de acidentes, como também os possíveis geradores de tráfego (nível 3 de vistoria). É preciso considerar que não se poderá indicar soluções que venham a fazer com que o tráfego se desvie para evitar os novos atrapalhos daquele local, criando condições de acidentes nas vizinhanças . Na vistoria, se tivermos, por exemplo, um cruzamento de duas vias de duas mãos, serão 8 movimentos a serem analisados (aproximações e saídas). Para cada um desses 8 movimentos serão analisadas 4 situações distintas (familiarizado e não familiarizado). Para cada uma dessas 32 situações, teremos que analisar nos diversos horários de pico e fora de pico. A certa altura, o técnico já terá esquecido o que analisou, ou as observações que fez. Por esta razão é imprescindível que faça constantes anotações de tudo que observar, escrevendo ou desenhando em croquis. A fim de facilitar esse trabalho, recomenda-se vistoriar o local com um Roteiro para Vistorias. Adotar-se-á um roteiro utilizado no curso “Engenharia de Tráfego na Redução e Prevenção de Acidentes de Trânsito” realizado pela CET em março/95 e cujo modelo se encontra anexado adiante. 49 Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 50 ROTEIRO PARA VISTORIA DE PONTOS CRÍTICOS (roteiro sugerido pelo curso “Engenharia de Tráfego na Redução e Prevenção de Acidentes de Trânsito da CET/SP - 1995) NÍVEIS DE ANÁLISE TIPOS DE USUÁRIOS Nível 1 - Local Nível 2 - Aproximações Nível 3 - Origem/Destino Condutor Familiarizado Condutor não familiarizado Pedestre familiarizado Pedestre não familiarizado Caracterização dos pedestres CROQUIS - DADOS BÁSICOS SINALIZAÇÃO REDUTORES DE VELOCIDADE Local Data Dia da Semana Feriado Hora de início da Vistoria Hora fim vistoria Geometria Topografia Nome das Vias Mãos de Direção Orientação geográfica Alturas numéricas Largura - Vias Número de Faixas Largura - Calçadas Largura Canteiro Central Guias Rebaixadas Tipo de Pavimento Super Elevação Uso do Solo Iluminação Noturna Obras em Andamento Outro Outro Outro Estado Estado Estado Estado Horizontal (Pintura) Vertical (Placas) Semafórica/Programação Piscante Tachões/Tachinhas Tartarugas Estacionamento Rotativo Estacionamento Farmácia Estacionamento Deficientes Estacionamento - Outro Ponto de Ônibus Ponto de Táxi Ponto de Lotação Ponto de Caminhão Sonorização para Cegos Objetos Fixos na Calçada Obras Outra Outra Outra Sinalização Errada Sinalização Faltando Sinalização Quebrada Sinalização Deteriorada Sinalização Encoberta Falta de Definição Falta de Informação Falta de Lógica Falta de Padronização Compreensão Difícil/Impossível da Pavimentação da Calçada Canteiro Central da Iluminação USO SELETIVO DA VIA CANALIZAÇÃO Faixa Exclusiva Ônibus Canaleta para Ônibus Ciclovia Calçadão Restrições Horárias Uso Seletivo Horário Prismas de Concreto Gradil (Pedestres) Defensas Tachões Outra Outra Canalização - Estado Canalização Visibilidade Canalização - Eficácia Lombadas Valetas Tachões Tachinhas Sonorizadores Sinalização Horizontal Outro Outro Outro Redutores - Estado Redutores - Visibilidade TRÁFEGO/COMPORTAMENTO Fluxos Veíc. Principais Fluxos Veíc. Origem/Destino Fluxos Veíc. Composição Velocidades Veiculares Conversões Principais Pedestres - Fluxos Principais Pedestres - Origem/Destino Veíc. Estacionados Regularm Veíc. Estacionados Irregularm Comport. Geral Condutores Comport. Geral Pedestres Comport. Irregular Condutores Comport. Irregular Pedestres Outro Outro FATORES CONTRIBUINTES Obstác.Visibil. Veíc./Veíc. Obstác.Visibil. Veíc./Pedestre Obstác Calçada-Ped.Tropeça Condições de Travessia Entrev.com Comerc./Moradores Ocorrência de Quase Acidente Indícios de Ocorr. de Acidente Obstác.Visibil. Veíc./Sinaliz. Obstác.Visibil. Ped./Sinaliz. Entrevistas com Usuários Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 51 CONSIDERAÇÕES Quando se realiza a vistoria é necessário levar em consideração alguns aspectos como os abaixo relacionados. montar vários croquis do local: - um para dados básicos e uso seletivo da via - um para sinalização, canalização e redutores de velocidades - um para fatores contribuintes Características do Comportamento de Pedestres: - são pessoas de toda e qualquer idade - muitos não sabem ler e podem não ter recebido nenhuma educação sobre o trânsito - podem estar em qualquer estado físico/mental - desejam andar e atravessar a rua pelo trajeto mais curto - se acham capazes de atravessar a rua em qualquer local Comportamento Geral dos Condutores de Veículos: - não devem ser analfabetos(possuem carteira de habilitação) - muitas vezes desejam andar a uma velocidade superior àquela regulamentada - obedecem à sinalização se a desobediência ameaçar sua segurança, ou se houver perigo de punição - muitos deles andam sem faróis acesos à noite, embora seja obrigatório usá-los Condições para Travessia de Pedestres: - existência de local seguro e correto - existência de hora certa para travessia - permitir perceptibilidade de local e hora certa de travessia - existência de tempo de espera tolerável - existência de desvio tolerável da linha de desejo - distância de travessia e brechas veiculares Sinalização do Local: - falta de sinalização para determinados movimentos - excesso de sinalização - visualização prejudicada de sinalizações - visualização de diversos focos semafóricos Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 52 Curitiba utiliza semáforos antes do cruzamento, diferentemente das demais cidades brasileiras que adotam a colocação de semáforos após o cruzamento. Algumas pesquisas foram realizadas na disciplina Transportes “B” da UFPR em 1995-1997 e as mesmas sugeriram ser grande o número de veículos que avançam o sinal vermelho. Vejamos que análise podemos realizar, no exemplo hipotético considerado adiante: 60 km/h 12 m Seja um veículo (automóvel) aproximando-se de um cruzamento a 60 km/h. No instante em que o mesmo chega ao cruzamento, o sinal muda para vermelho. De acordo com as Leis de Trânsito, o mesmo deve parar. Entretanto, se o mesmo não parar, deverá colidir-se com o veículo da outra via, conforme conceituação existente. Porém, façamos uma análise. O veículo a 60 km/h = 16,7 m/seg necessita apenas de 0,72 segundos para atravessar o cruzamento. Isto significa que, se houver um vermelho geral de 1 segundo, o mesmo terá efetuado o cruzamento sem risco de colisão. No caso particular de Curitiba, o semáforo é posicionado antes do cruzamento. Essa medida faz com que o veículo parado na outra via, não perceba a mudança de sinal da via em que vem o veículo considerado no exemplo. No mesmo instante em que o sinal muda para vermelho na via, o sinal da outra muda para verde, liberando o movimento da outra via. Contudo, de acordo com as bibliografias existentes, o veículo parado na outra via, demora aproximadamente 3 segundos para engatar a marcha e arrancar. Pesquisas realizadas em Curitiba nos anos de 1995 a 1997, por alunos da disciplina de Transportes “B” – Estudos de Tráfego, indicaram ser esse tempo variável entre 2 a 3 segundos, conforme o tipo de veículo (moto ou carro) e conforme o motorista. Significa, portanto, que existe aí um tempo extra favorável ao veículo do exemplo, fato que não ocorre nas demais cidades do país, uma vez que o Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito 53 Pedro Akishino semáforo, estando depois do cruzamento é visível para o veículo da outra via, que já está com a marcha engatada no instante em que o seu semáforo muda para verde. Todavia, para o veículo do exemplo, mesmo que não haja o tempo de 1 segundo de vermelho geral, existem ainda, pelo menos, 2 segundos a seu favor, permitindo atravessar o cruzamento sem risco de colisão. Se ele necessita menos de 1 segundo para realizar o cruzamento, e se existem, pelo menos 2 segundos de tempo de reação do veículo da outra via, então o veículo que vem atrás do veículo do exemplo, também terá tempo de efetuar o cruzamento sem risco algum. De fato, pesquisas realizadas na disciplina Transportes “B”, indicaram ser grande o número de veículos que avançam o sinal, nos primeiros instantes do vermelho e razoável o número de veículos em segunda fila que também avança o sinal, sendo poucos, mas existentes, os veículos da terceira fila que também avançam o sinal. Essa pesquisa não tem valor científico devido ao pequeno número de observações realizadas, porém sugerem que certamente uma pesquisa indicará que realmente o Curitibano, passa no vermelho, nos primeiros instantes do vermelho. Isto faz concluir também que o Curitibano não pára no sinal amarelo que tem, em Curitiba, um tempo médio de 4 segundos. Assim sendo, estando os veículos em fila, é normal até ao sexto veículo passar, após o início do amarelo (4 durante o amarelo e 2 durante o vermelho). Outro fato, relacionado com rodovias, são os acidentes em interseções. Análises realizadas em diversas rodovias levaram a concluir que são grandes os números de acidentes em interseções (normalmente sem semáforo). É normal também que essas interseções não tenham nenhum tratamento por serem acessos a propriedades lindeiras. V1 12 m V2 RODOVIA Via Secundária Considere-se que o veículo V1 deseja atravessar a Rodovia de 12 m de largura. Estando o veículo V1 parado, podemos considerar as expressões matemáticas da física: a × t2 e = e0 + v 0 × t + 2 v = v0 + a × t Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 54 Considerando a aceleração de um automóvel médio de 1,39 m/s2 e de um caminhão médio de 0,70 m/s2, temos: tauto = 4,15 segundos tcamin = 5,85 segundos vauto = 20,8 km/h vcamin = 14,8 km/h Se o veículo V2, estiver transitando a uma velocidade de 110 km/h (velocidade regulamentada), então ele está a 30,5 m/s; logo, nos tempos acima, teremos, que a distância por ele percorrida (d) será de: d = 127 m para o tempo de 4,15 segundos (auto) d = 179 m para o tempo de 5,85 segundos (caminhão) Isto significa que, se, não houver uma distância de visibilidade de 127 m, qualquer automóvel que queira fazer a travessia, sofrerá acidente de trânsito. No caso do caminhão a distância de visibilidade necessária será de 179 m. Se a distância de visibilidade existente no local for inferior aos valores calculados, o acidente de trânsito será inevitável. O que ocorre na prática? O veículo V2 que está vindo pela rodovia ao visualizar a situação (veículo V1 cruzando a rodovia), normalmente reagirá pisando no freio. Existe um tempo chamado “tempo de percepção/reação” que consiste no seguinte: o motorista “percebe” existir algum evento adiante. Entre perceber e entender o que está acontecendo é decorrido um determinado tempo. Ao “entender” a situação irá reagir (pisar no freio). Entre entender e pisar no freio decorre mais algum tempo. Nesses tempos entre perceber e reagir, o veículo irá andar um determinado espaço que depende da velocidade do veículo e do motorista, pois, uns reagem rapidamente, outros, muito lentamente. Para um adulto normal esse tempo de percepção/reação é de 0,75 segundos nas condições de clima normal (dia claro e sem chuva). Se o veículo estiver a 100 km/h, o mesmo irá percorrer 22 m nesse tempo de 0,75 segundos. A partir de então, o motorista irá pisar no freio. Para um carro normal (médio), depois de acionado o freio, o mesmo irá percorrer mais 31 m antes de parar totalmente. Então, o veículo V2 irá percorrer um total de 53 m (22 + 32) antes de parar, ou seja, se o motorista do V2 enxergar o veículo V1 a 53 m, conseguirá parar sem colidir com o mesmo. Quanto ao veículo V1, se esboçar alguma reação será no sentido de pisar no freio. Considere-se ainda, que seja um caminhão velho em condições ruins para atravessar a rodovia e que o seu tempo de travessia seja, de aproximadamente, 15 segundos. Sendo de 15 segundos o tempo que o veículo V1 demora para atravessar a via, significa que o veículo V2 deverá estar, a pelo menos, 457 m (30,5 m/seg x 15 seg) distante da interseção para que haja tempo para completa travessia por parte do veículo V1, antes de o V2 chegar na interseção. Em outros termos, significa que se a interseção não apresentar distância de visibilidade superior a 457 m sempre haverá risco de colisão, toda vez que o veículo V2 estiver aproximando-se da interseção no mesmo instante em que V1 decide atravessar a rodovia, ou incorporar-se na mesma. Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 55 Esse valor de 15 segundos de tempo para o V1 atravessar a rodovia é uma estimativa a sentimento, pois é muito variável, conforme o tipo de veículo (automóvel novo e velho, caminhão novo e velho, carregado e vazio, etc.). Considerando ainda os valores dos tempos para V1 atravessar a rodovia de: t = 4,15 seg (automóveis) e t = 5,85 seg (caminhões), e, considerando que a velocidade V2 do veículo na rodovia principal de 130 km/h (36,1 m/seg), então a distância de visibilidade necessária é de 150 m para automóveis (36,11 m/seg x 4,15 seg) e 211 m para caminhões (36,11 m/seg x 5,85 seg). Verifica-se que, em rodovias do Estado do Paraná, diversas interseções apresentam distância de visibilidade inferior à necessária e que, para a escolha de sua localização, os técnicos do Projeto Geométrico não levam em consideração a análise da distância de visibilidade. Relativamente aos acessos a propriedades, a distância de visibilidade normalmente não é levada em consideração na escolha de sua localização, mesmo porque o proprietário é quem constrói o acesso e o mesmo nem tem conhecimento técnico necessário. Finalmente, conclui-se que as rodovias que apresentam acessos a propriedades lindeiras ou outras propriedades, mesmo distantes, com distância de visibilidade pequena são rodovias com características de acidentes esporádicos marcando a rodovia inteira. Assim, o gráfico de acidentes mostra um ou dois acidentes a cada 100 m, porém em toda a rodovia. No Capítulo 7 adiante, deverá ser mostrado o cálculo de brechas necessárias para travessia de pedestres em rodovias e em vias urbanas. Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 56 Diversos são os autores que definiram Quadros com indicações de medidas corretivas em função de causas prováveis de acidentes. Cita-se abaixo o Quadro 3.3 do “Procedimentos para o Tratamento de Locais Críticos de Acidentes de Trânsito” do Programa PARE do Ministério dos Transportes. TIPOS DE ACIDENTES, CAUSAS PROVÁVEIS E MEDIDAS CORRETIVAS Tipos • Causas Prováveis Medidas Corretivas Estacionamentos paralelos, perpendiculares e/ou oblíquos ao longo das vias de tráfego, principalmente aqueles localizados no lado esquerdo e próximo às interseções, prejudicam a visibilidade dos condutores de veículos nos procedimentos de manobra. Eliminação de vagas de estacionamento localizadas próximo às interseções, por intermédio do alargamento das calçadas nas esquinas ou pela pintura de zebrados; -Redução da velocidade de tráfego na via; e -Reforço da sinalização horizontal e vertical. -Adequação do layout da interseção ou trecho, dentro dos padrões técnicos de geometria horizontal, buscando o alinhamento adequado aos fluxos de tráfego; -Implantação de canalizações por intermédio da pintura de faixas de tráfego e de balizamento com tachões refletivos para visualização à noite; e -Pintura de zebrados junto aos vértices das ilhas de refúgio e canalizações com tachões refletivos. -Implantação de sinalização horizontal e vertical segundo os padrões técnicos recomendados, com a utilização de tinta e tachões refletivos para visualização noturna. -Pintura de setas de direção no pavimento, próximas às interseções ou trechos onde a orientação para os movimentos de tráfego encontra-se confusa. -Redimensionamento dos tempos de ciclo dos semáforos, após a realização de contagens de tráfego na interseção e ajustes nos tempos amarelo e vermelho total quando necessário; -Implantação de dispositivos eletrônicos de controle de avanço de semáforo; -Sincronização de semáforos entre interseções próximas e consecutivas; -Relocação de conjuntos semafóricos; e -Desobstrução da visibilidade do semáforo pela remoção das barreiras Desalinhamento na geometria horizontal da via ou interseção gera conflitos entre fluxos do mesmo sentido e/ou mudança brusca de direção, em Colisão função da existência de meios-fios ou Lateral ilhas incompatíveis ao alinhamento horizontal. • Colisão Transversa l Sinalizações horizontal e vertical ou inexistentes provocam falta de orientação e/ou informações confusas aos condutores de veículos e, geralmente, ocasionam conflitos entre os movimentos contínuos e de conversões nas interseções. • Colisão Transversal • Colisão Traseira • Engave tamento Semáforo: -Com tempo de amarelo ou vermelho total insuficiente para a travessia completa dos veículos na interseção; -Com tempo de cicio muito longo, induzindo o desrespeito dos condutores de veículos na prioridade de passagem; -Com defasagem inadequada e falta de sincronia entre interseções próximas e consecutivas;e -Com visibilidade prejudicada por estar implantado em local inadequado ou por interferências tais como árvores, vegetação, equipamentos urbanos, bem como em situações que provocam ofuscamento para visão do motorista. Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 57 TIPOS DE ACIDENTES, CAUSAS PROVÁVEIS E MEDIDAS CORRETIVAS Tipos • Colisão Transversal • Colisão Traseira • Engavetamento Causas Prováveis Medidas Corretivas Excesso de velocidade que pode ser induzido pelas características geométricas da via, com elementos horizontais superdimensionados, grandes declividades e vias com larguras excessivas. -Adequação do layout da interseção ou trecho dentro dos padrões técnicos da geometria horizontal, buscando soluções voltadas à redução das velocidades, tais como: redimensionamento de curvas horizontais, alteração de traçado nas aproximações da interseção forçando a redução da velocidade, implantação de passeios, reduzindo o excesso de área de circulação; -Implantação de dispositivos de controle de velocidade, tais como: lombadas eletrônicas, ondulações transversais e sonorizadores, devidamente sinalizados, nos locais e trechos de grandes declividades e de altas velocidades; e -Implantação ou reforço da sinalização vertical de regulamentação da velocidade máxima permitida. -Sinalização de interseções com o deslocamento das faixas de pedestre para fora da área de conflito nas aproximações; -No topo das curvas verticais côncavas, evitar situações de conflito tais como: estacionamento de veículos, retornos, conversões prejudicadas pela visibilidade e travessia de pedestres; -Remoção de barreiras que possam estar obstruindo a visibilidade dos condutores nas interseções; e -Alteração dos sentidos de circulação em interseções ou proibição de movimentos de conversão que provoquem conflitos em áreas de pouca visibilidade. -Implantação ou reforço da iluminação pública nos trechos e interseções onde os acidentes estejam relacionados à falta de visibilidade noturna; e -Implantação ou reforço de sinalização Horizontal e Vertical, com materiais refletivos. -Eliminação das vagas de estacionamento próximas às interseções por intermédio de alargamento de calçadas ou pintura horizontal em zebrado. -Recuperação do pavimento das vias; -Implantação ou correção de sistemas de drenagem superficial; e -Promoção de programa de manutenção e recuperação de vias. -Implantação ou recuperação da sinalização horizontal e vertical, avaliando a sua necessidade de adequação em função das ocorrências dos acidentes de trânsito; e -Utilização de material para pintura no pavimento visível à noite e eficiente em tempos de chuva. Pouca visibilidade entre as aproximações de interseções não semaforizadas, devido a: -edificações construídas muito próximas às vias, impedindo a visão dos condutores; -curvas verticais côncavas de comprimento inadequado; e -existência de barreiras obstruindo a visibilidade, tais como: barracas de camelô, placas de propaganda, arbustos, árvores e outros. Iluminação noturna precária ou inexistente prejudica a visibilidade nas interseções e trechos viários e torna estes locais potencialmente mais perigosos quando associados à ausência de sinalizações horizontal e vertical. Estacionamento de veículos muito próximo às áreas das interseções provoca conflitos entre os movimentos de manobra e de conversão de veículos nas interseções. Pavimento em condições precárias e problemas na drenagem superficial ocasionam a presença de depressões, recalques, buracos e poças d'água. Sinalizações horizontal e vertical precárias ou inexistentes resultam em falta de orientação e/ou informações confusas aos condutores de veículos. Esta situação é agravada pela falta de iluminação noturna. Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 58 TIPOS DE ACIDENTES, CAUSAS PROVÁVEIS E MEDIDAS CORRETIVAS Tipos • • Colisão Traseira Engave tamento Causas Prováveis Travessia irregular de ocasiona freadas bruscas. Visibilidade precária em vias com curvas verticais côncavas de desenvolvimento inadequado ocasiona acidentes em ultrapassagens, em vias de mão dupla. Pavimento danificado, com depressões, recalques e buracos, ocasiona a • Colisão mudança brusca de direção e perda do Frontal controle do veículo. • Choqu e com Objeto Fixo Pavimento escorregadio ocasiona derrapagens. Sinalizações horizontal e vertical precárias ou inexistentes, omitindo regulamentação de sentidos de tráfego e/ou proibição de ultrapassagens. Desrespeito à sinalização horizontal e Vertical relativa à proibição de ultrapassagens, movimentos de retorno e sentidos de tráfego. Excesso de velocidade associado a vias com características geométricas precárias e situações de perigo. • • Medidas Corretivas -Regulamentação das travessias de pedestres em locais de alta movimentação, por intermédio da implantação de faixas de pedestres pedestres sinalizadas ou semaforizadas, de acordo com as características do tráfego no local; e -Diminuição da velocidade de tráfego nas vias de grande movimentação de pedestres. -Implantação ou reforço de sinalização viária proibindo ultrapassagens; e -Implantação de barreiras físicas, separando os fluxos opostos de tráfego, por intermédio de tachões, muretas de concreto e defensas New Jersey. -Implantação e recuperação do pavimento e dos dispositivos de drenagem superficial; -Adoção de revestimentos rugosos, que apresentam melhor resistência às derrapagens em locais críticos de frenagem de veículos, de travessia de pedestres e junto a semáforos. -Implantação ou recuperação da sinalização horizontal e vertical, com reforço aos sentidos de tráfego, proibição de conversões e ultrapassagens, e -Implantação de barreiras físicas tais como tachões, muretas de concreto e defensas New Jersey. -Implantação de dispositivos de controle de velocidades, tais como lombadas eletrônicas, ondulações transversais, sonorizadores com reforço de sinalização de advertência; e - Minimização das situações de perigo por intermédio da implantação de defensas, reforço da sinalização horizontal e remanejamento de acessos perigosos. danificado e/ou -Recuperação do pavimento e adoção de Capota Pavimento revestimentos rugosos antiderrapantes. escorregadio, ocasionando mudança gem brusca de direção, perda de controle do Tomba veículo e derrapagens. de medidas corretivas mento Mudança brusca de direção ocasionada por -Adoção situações de perigo, tais como: objetos ou discriminadas nos demais tipos de veículos parados indevidamente na pista, acidentes, após a avaliação das causas. travessia irregular de pedestres ou animais. A capotagem e o tombamento também podem estar relacionados, direta ou indiretamente, aos outros tipos de acidentes de trânsito, ou seja: podem ocorrer pela reação do condutor na tentativa de evitar uma colisão ou atropelamento, ou pode estar associado a outro tipo de acidente (ex: capotagem com choque em objeto fixo). Apostila: Algumas Técnicas de Engenharia de Tráfego na Redução de Prevenção de Acidentes de Trânsito Pedro Akishino 59 TIPOS DE ACIDENTES, CAUSAS PROVÁVEIS E MEDIDAS CORRETIVAS Tipos Causas Prováveis Medidas Corretivas Sinalizações horizontal e vertical precárias ou inexistentes nas travessias de pedestres, sobretudo em áreas de grande movimentação de transeuntes e junto a equipamentos urbanos (hospitais, escolas e outros). -Implantação ou recuperação da sinalização horizontal e vertical das travessias de pedestres; -Elevação do nível do pavimento nas faixas de pedestres localizadas em áreas centrais e de grande movimentação; -Implantação de semáforo para pedestres nas travessias onde o desrespeito à sinalização é constante; -Implantação de dispositivos de redução de velocidade, tais como ondulações, sonorizadores no pavimento, tachões colocados transversalmente e lombadas eletrônicas. Desrespeito à sinalização travessias de pedestres. • Atropelamen -to das Excesso de velocidade desenvolvida em áreas urbanas, quer pelas características geométricas da via, quer por desrespeito às normas de trânsito. Iluminação noturna precária ou inexistente em áreas de travessia de pedestres. Visibilidade precária para o condutor do veículo e para o pedestre, em vias com curvas verticais côncavas de comprimento inadequado e nas travessias de pedestres. Travessia irregular de pedestres em locais inadequados à visibilidade dos condutores de veículos, tais como: entre veículos estacionados nas laterais da via e junto a pontos de ônibus e táxi. largura excessiva das vias, expondo o pedestre ao risco de atropelamento, associada ao desenvolvimento de altas velocidades. -Implantação ou reforço da iluminação pública noturna das travessias de pedestres. -Relocação das travessias de pedestres, buscando os locais mais favoráveis à visibilidade dos condutores de veículos e dos pedestres. -Implantação de faixas de pedestres em locais apropriados; -Implantação de dispositivos de controle de travessia irregular dos pedestres tais corno: grades, muretas vazadas e ajardinamento de canteiros com arbustos. -Alargamento de calçadas com o avanço dos passeios sobre a via nos locais de travessia de pedestres, para que estes fiquem mais visíveis aos condutores de veículos, encurtando o trecho de travessia; -Implantação de ilhas de refúgio para pedestres, auxiliando o resguardo nas travessias extensas; e -Implantação de dispositivos de redução de velocidade.