Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Fiocruz vai levantar histórico de 600 bebês MICROCEFALIA Estudo inclui 200 crianças com a anomalia e 400 sem Daqui a 15 dias, pesquisadores da Fiocruz Pernambuco chegam às maternidades para dar início a um estudo cujo objetivo é conhecer o perfil de 200 recém-nascidos com microcefalia e compará-los às características de 400 bebês sem essa malformação, nascidos nas mesmas unidades de saúde. O trabalho pretende investigar fatores de origem infecciosa, genéticos e ambientais relacionados ao avanço dos casos de microcefalia, ligados até pouco tempo a causas habituais como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Como a confirmação da relação entre a infecção pelo vírus da zika na gestação e o aumento dos casos da malformação geram perguntas que precisam ser esclarecidas, os pesquisadores têm a missão de explicar questões relacionadas à transmissão do vírus, a forma como ele atua no organismo humano, a infecção do feto e o período de maior vulnerabilidade para a gestante. "As mães desses bebês com e sem microcefalia também participaram do estudo. Vamos investigar medicações que elas usaram na gestação, vacinas administradas nesse período, utilização de inseticidas em domicílio e possível aparecimento de manchas vermelhas ou sinais de qualquer outra doença. Também vamos investigar a existência de doença genética na família", explica a coordenadora do estudo, Celina Turchi Martelli, pesquisadora visitante do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, unidade da Fiocruz Pernambuco. As investigações contam com a consultoria da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. "Pesquisadores virão mensalmente para acompanhar os avanços do projeto", diz Celina. Ela acrescenta que a pesquisa deve mostrar um panorama dos novos casos de microcefalia e apresentar à comunidade científica fatores virais, ambientais e genéticos que podem contribuir com a gravidade da malformação. "A expectativa é de que entre seis e oito meses possamos apresentar os resultados desse estudo. Mas antes disso, daqui a dois ou três meses, já faremos uma primeira análise dos dados." EXAMES Durante o estudo, os bebês com microcefalia passarão pelos exames já previstos no protocolo estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde, como a tomografia. Os recém-nascidos sem a malformação realizarão ultrassonografia transfontanela (exame realizado através da moleira), que não é invasivo e não traz prejuízos aos bebês. "Essa conduta permite dizer o percentual de crianças normais que também poderia ter calcificações no cérebro, característico de uma anomalia de cunho infeccioso", esclarece Celina. A pesquisadora acrescenta que, paralelamente a esse estudo de caso controle, a Fiocruz Pernambuco dá andamento a outras duas pesquisas: uma acompanhará, durante dois anos, os casos de crianças que recentemente nasceram com microcefalia. "Ao longo do desenvolvimento delas, vamos ver os déficits cognitivos e neurológicos que elas possam apresentar", informa Celina. O outro estudo fará um seguimento de gestantes que apresentarem manchas vermelhas na pele - um dos sinais clássicos da zika. O projeto de ambas as pesquisas está em fase de elaboração e contará com o apoio do Instituto Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Departamento vira referência no vírus da zika O Departamento de Virologia e Terapia Experimental (Lavite) da Fiocruz Pernambuco se tornou referência nacional para análise dos casos do vírus da zika. O reconhecimento, que vem do Ministério da Saúde, possibilita ao centro testar de forma periódica amostras biológicas de diferentes grupos populacionais em relação aos vírus. A equipe está encarregada também de realizar testes laboratoriais para identificar a infecção por zika em mães e nos recém-nascidos com microcefalia. “Vamos analisar o sangue do cordão umbilical a partir do PCR, exame que identifica, pelo sequenciamento genético, a presença do vírus no organismo. Mas vamos guardar esse material para analisá-lo novamente quando estiver disponível o exame de detecção de anticorpos para o zika, que é mais eficaz para apontar uma possível infecção pelo vírus”, explica o biomédico Rafael França, pesquisador do Lavite. Ele está à frente de um projeto que pretende produzir novos métodos para diagnóstico das infecções do vírus da zika. O trabalho será desenvolvido em colaboração com o Center of Virus Research da Universidade de Glasgow (Reino Unido) e contará com apoio de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Recentemente a Fiocruz Pernambuco criou o Serviço de Referência Regional em Arbovírus, que testará semanalmente amostras de soro sanguíneo de pacientes com diagnóstico clínico de zika em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte (serão dez em cada Estado). As amostras serão enviadas pelos laboratórios centrais dos Estados, com o objetivo de confirmar a continuidade da circulação do vírus da zika. Com mais quatro serviços de referência de arbovírus no Brasil (três deles ligados a outros centros da Fiocruz), o serviço da unidade pernambucana desenvolverá ainda o teste sorológico para zika – exame capaz de revelar se uma pessoa teve ou não a doença, ao longo da vida, por meio dos anticorpos gerados pelo organismo do paciente para combater a doença. O desenvolvimento da sorologia para zika é um diferencial porque o teste de PCR só aponta o vírus entre os três e os cinco primeiros dias após o início dos sintomas. Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Mutirões vão ajudar crianças O Real Hospital Português, por meio da Unidade de Cardiologia e Medicina Fetal e do Ambulatório de Beneficência Maria Fernanda, promove hoje uma ação batizada de Dezembro Lilás, que oferece gratuitamente avaliações cardiológicas e ecocardiografias para crianças com diagnóstico de microcefalia. A iniciativa leva em consideração o aumento dos casos de microcefalia em Pernambuco e tem como objetivo afastar as suspeitas de que essas crianças possam ter problemas cardíacos associados à malformação. A ação, coordenada pela cardiologista pediátrica Sandra Mattos, começa às 8h e tem como meta atender 100 crianças com até 1 ano. Outra ação social voltada a bebês com microcefalia acontece na próxima segunda-feira (14), quando a Fundação Altino Ventura (FAV) oferece atendimento para as crianças diagnosticadas com essa anomalia congênita. Elas serão examinadas pelos médicos da FAV no Polo de Retina, que fica na Rua da Soledade, 170, no bairro da Boa Vista, área central do Recife. O objetivo desse mutirão é orientar as mães das crianças para o tratamento da microcefalia no campo visual. Os bebês serão encaminhados para a FAV por meio dos serviços de saúde, públicos ou privados, para serem analisadas pelos oftalmologistas do Departamento de Retina e Oftalmopediatria da instituição. Os pacientes ainda serão submetidos a exames complementares. CARUARU A Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) Caruaru, administrada pela FAV, também disponibilizou para a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco exames de ultrassom obstétrica e ultrassonografia transfontanela (exame realizado através da moleira), que não é invasivo e não traz prejuízos aos bebês. É um procedimento necessário para ajudar no diagnóstico e no acompanhamento de casos de microcefalia. Crianças com essa anomalia congênita também devem se submeter a uma tomografia. Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Desafio de mãe vira palestra e grupo de apoio MICROCEFALIA Jovem só descobriu anomalia depois que a filha nasceu. A partir daí, começou a orientar outras mulheres Enquanto sua filha, Anne Beatrys, diagnosticada com microcefalia e hoje com dois meses de idade, estava internada no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, Bruna Gabrielly, 19 anos, não desanimou. A mãe dela, a professora Gilvânia Lima, conta, orgulhosa, que a jovem chegou a realizar palestras no hospital para outras mães na mesma situação, além de ajudar em rodas de diálogo e grupos de apoio. Quando perguntada sobre o assunto, a tímida Bruna dá risada. "Foi em um círculo de amizade que formamos na Enfermaria Canguru, onde fiquei para aprender a cuidar do bebê", relata. Lá, conheceu várias mães. Formaram um grupo de apoio, e, no Facebook, criaram a página "Mães de Bebês com Microcefalia em Pernambuco", na qual fazem campanhas para doação de roupas e botas ortopédicas. Também foi no Facebook que Bruna criou a página "Anne Beatrys Microcefalia", que conta com 793 curtidas e diversos comentários de apoio postados por pessoas de todo o País. A página começou com o objetivo de criar uma corrente de oração para a bebê, hoje serve para Bruna compartilhar os avanços de Anne e, principalmente, perceber que não está sozinha. Anne foi diagnosticada com microcefalia ao nascer: a cabeça tinha apenas 27 cm de diâmetro. Natural de Lagoa do Carro, Zona da Mata pernambucana, Bruna e a filha vêm semanalmente ao Recife para sessões de Terapia Ocupacional realizadas no HAM. Gilvânia as acompanha em todos os momentos. Ela conta que Bruna passou pelo prénatal adequado, fez todos os exames que deveria durante a gravidez e, mesmo assim, nada foi diagnosticado. "Para a surpresa da gente, uma surpresa que família nenhuma está preparada, a minha neta nasceu com microcefalia e só descobriram na hora do parto mesmo." Com 19 dias de vida, Anne foi encaminhada ao setor de neurologia do hospital e fez os primeiros exames. A tomografia confirmou a suspeita: a bebê tinha mesmo nascido com microcefalia. De lá, Bruna e a filha foram encaminhadas ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, onde passaram pelos exames de monitoramento. Ontem, elas estiveram no Huoc para novos exames. Os resultados devem diagnosticar se a microcefalia de Anne está relacionada com a contaminação por chicungunha que Bruna sofreu ao fim do terceiro mês de gravidez. Bruna conta que leu muitos relatos sobre o assunto e ficou chocada com a quantidade de histórias que envolviam abandono. "Se um bebê normal a gente já ama, ame o dobro um bebê com microcefalia, porque ele é especial. O amor que eu sinto pela minha filha é imenso. Ela, para mim, é a filha mais linda do mundo. Então ame seus filhos. Não jogue fora, porque Deus nos capacitou para ter esses filhos. Nós somos especiais para ter esses bebês especiais", ressalta. Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 JC Negócios O governador e a microcefalia Na conversa que teve, ontem, com jornalistas do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, o governador Paulo Câmara revelou uma grande preocupação com a ocorrência da epidemia de microcefalia no Estado, que já registra 800 casos. Para ele, temos uma situação novíssima em termos de saúde pública de nível global. Não temos isso nessa dimensão noutro país. Esse fenômeno vai gerar despesas ao longo da vida para pais e crianças nascidas vivas. É um cenário novo que não temos parâmetros definidos. Diario de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 08:05 Segredo pode estar no cordão umbilical Pesquisa da Fiocruz vai coletar o sangue do cordão para encontrar o elo exato entre o zika vírus e a microcefalia Seiscentos recém-nascidos terão o sangue coletado do cordão umbilical, no momento do parto, para que pesquisadores possam confirmar e detalhar a relação entre o zika vírus e a microcefalia em bebês. O trabalho será coordenado pela pesquisadora convidada da Fiocruz em Pernambuco, Celina Turchi, e pode começar ainda este ano. A equipe aguarda o aval do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), que deve acontecer em até 15 dias, pela urgência do tema. A Pesquisa de Caso Controle vai coletar, na maternidade, o material de 200 recémnascidos com microcefalia e 400 sem a doença, além de amostras da placenta de cerca de 10% dessas mães. Elas também serão entrevistadas sobre seu histórico genético e de saúde, como o desenvolvimento de outras doenças infecciosas, e os fatores ambientais a que as gestantes foram submetidas durante a gravidez. Segundo Celina, esse trabalho é necessário para que se esclareçam questões como a transmissão do vírus através da placenta, a interação com outras doenças infectocontagiosas e se há outras causas associadas que possam potencializar a exposição ao zika vírus. "Essa é a primeira etapa num processo de avaliação de todos os potenciais fatores de risco conhecidos entre um grupo que possui a doença (microcefalia) e o grupo sem a doença, estando nas mesmas áreas de exposição. Temos evidências bastante sólidas da relação entre o zika vírus e a microcefalia, mas não podemos descartar as outras causas que resultam em danos ao sistema nervoso central do feto em formação." Outra resposta muito importante, para a pesquisadora, é saber em que momento da gestação essa exposição ao zika vírus é mais danosa ao feto. "Hoje já se sabe também que existem outros casos, de má formações nas articulações e problemas de deformidade em alguns membros, além de outras alterações ligadas ao zika vírus em recém-nascidos. Mas falta sistematizar esses achados e avaliar essa frequência", completa Celina Turchi. Cinco maternidades já estabeleceram parceria com a Fiocruz em Pernambuco para a realização do trabalho - Imip, BARÃO DE LUCENA, Barros Lima, Hospital Agamenon Magalhães e Cisam. Mas, segundo a instituição, é possível que no decorrer do processo, outras unidades de saúde gestacional sejam incluídas no trabalho. A coordenadora da pesquisa ressalta a importância das gestantes em contribuir com o estudo. "Esse projeto está completamente alinhado e acordado com os procedimentos de atendimento da criança. Nenhum bebê será submetido duas vezes ao mesmo procedimento. A mãe tem o direito de não participar. Mas solicito a colaboração porque esse trabalho vai gerar conhecimentos que vão responder às nossas perguntas e podem servir de forma muito clara para novas ações de preservação. Em toda a minha vida profissional, essa é a pesquisa da maior transcendência, do ponto de vista social e MÉDICO", confessa Celina. Diario de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 08:05 Teste para zika vírus A Fiocruz Pernambuco também começará a desenvolver um teste de sorologia para detectar o zika no sangue. A expectativa é de que, no segundo semestre de 2016, o kit para diagnóstico em laboratórios esteja em vias de conclusão. O trabalho faz parte do recém-criado Serviço de Referência Regional em Arbovírus, que irá testar semanalmente 30 amostras de soro sanguíneo de pacientes com diagnóstico clínico do zika (feito através da observação dos sintomas), de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. A única instituição que faz esse teste hoje é o Instituto Evandro Chagas (PA), que será parceiro da pesquisa, com a Fiocruz do Rio e Paraná e o Instituto Adolfo Lutz (SP). “O estudo vai identificar os anticorpos que o corpo desenvolve para o zika. O que confirma se uma pessoa teve ou não um vírus é se ela desenvolveu esse anticorpos específicos”, disse o coordenador da pesquisa, Rafael França. As amostras serão enviadas à Fiocruz pelos laboratórios centrais do SUS no estado, os Lacens. Diario de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 08:05 PCR investe em informação Cerca de 700 profissionais das áreas de educação, esporte e lazer, serão capacitados hoje pela Prefeitura do Recife para atuarem na coscientização contra o Aedes aegypti. O curso acontece às 8h, na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Educadores do Recife Professor Paulo Freire, no bairro da Madalena. Pela manhã, das 8h às 12h, serão capacitados 400 profissionais do Programa de Esporte e Lazer da Cidade e do Programa Segundo Tempo. A ideia é criar uma “brigada” para reforçar o enfrentamento ao mosquito, realizando campanhas educativas. O trabalho continua à tarde, reunindo cerca de 300 gestores e vice-gestores das escolas, creches e creches-escolas da rede municipal do Recife. O grupo se dividirá em três turmas, das 13h às 18h30. Ainda este mês, será realizada uma campanha educativa nas escolas, junto aos estudantes, na última semana de aula. A campanha será retomada e intensificada no início do ano letivo de 2016, com palestras nas unidades. Debate – As formas de combate ao mosquito foram discutidas por 350 estudantes de 22 escolas municipais do Recife ontem. Os alunos participaram da Feira Municipal de Saúde. O secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, destacou que a luta contra o mosquito é de todos, começando com a conscientização das crianças. Folha de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 07:32 Exército de alunos no combate ao Aedes aegypti 12 MIL ESTUDANTES da rede municipal de Jaboatão vão visitar casas em três bairros com maior incidência de focos do mosquito Em paralelo às dúvidas sobre os casos crescentes de microcefalia no País, há uma certeza: da necessidade de combater o transmissor do zika vírus - associado à malformação -, da dengue e da chikungunya. Hoje, a mobilização envolverá um exército de alunos das escolas públicas municipais de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Dos 57 mil que compõem a rede, 12 mil de 12 a 14 anos foram treinados e atuarão em mutirões, visitando móveis e propagando mensagens de conscientização na companhia de profissionais de saúde. Além disso, oito polos, como praças e estações de metrô, receberão caminhadas e encenações teatrais protagonizadas pelos demais estudantes. A iniciativa, batizada de Dia Dd a Educação, deve ter outras edições. Os esforços serão concentrados em Prazeres, Cavaleiro e Jaboatão Centro, onde vêm sendo registrados mais indícios da presença do Aedes aegypti. Em toda a cidade, já foram confirmados 432 ocorrências de dengue, sete de chikungunya e uma de zika. A preocupação com a microcefalia também é real, já que há 40 notificações classificadas como suspeitas. “O município, por meio da criação do Comitê Intersetorial, já abraçou essa causa de forma integrada. Levar as escolas a participar dessa luta é uma peçachave, já que o público com que lidamos tem uma capacidade muito importante de engajar pais, colegas e outros parentes”, explica o secretário-executivo de Educação do município, Francisco Amorim. O exército de estudantes que participará dos mutirões porta a porta em casas e mercados públicos contará com os insumos necessários para se proteger, como repelentes, além da cartazes, informativos e da companhia de adultos mediante a autorização dos pais. As crianças se unirão a 230 gestores de escolas e quase mil professores capacitados para as ações. Já quem não for às ruas terá um dia de mobilização dentro das unidades de ensino. “Pretendemos, por exemplo, premiar os vídeos feitos pelos estudantes com conteúdo voltado a essa causa e mais visualizados no YouTube. A ideia é fazer dessa iniciativa constante e persistente”, afirma a gerente de educação da Regional Praias de Jaboatão, Edilange Galvão. Na próxima semana, a busca por engajar a sociedade deve atingir cem pastores evangélicos, que, após capacitados, multiplicarão a mensagem de cuidado com o Aedes em suas congregações. Lideranças católicas também serão procuradas por representantes da prefeitura. “Com essas ações simultâneas, esperamos plantar o que virá a ser uma mudança de hábito. Essa luta precisa partir de todos”, completou. Folha de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 07:32 Pesquisa em 600 bebês do Estado Até o final do ano pode começar uma triagem de 600 bebês, sendo 200 nascidos com microcefalia e outros 400 saudáveis. A área de abrangência será oito maternidades da RMR. Esses recém-nascidos farão parte da primeira pesquisa nacional de caso e controle para a malformação cerebral, que já soma 804 casos suspeitos em Pernambuco e 1.761 no Brasil. O estudo, que foi elaborado pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde, aguarda apenas a liberação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa para começar. A expectativa é que o aval saia em até 15 dias. A previsão é que o levantamento apresente as primeiras respostas sobre as dúvidas dessa epidemia de microcefalia. A investigação completa deve ser concluída em oito meses e contará com cooperação do Centro e Controle de Doenças dos Estados Unidos e da Opas, que farão visitas mensais ao Estado. A pesquisadora da Fiocruz que coordena esta investigação, Celina Turchi, contou que no estudo de caso e controle serão comparadas as características de recém-nascidos nascidos com microcefalia e outro grupo sem a malformação. Para cada bebê doente será confrontado o caso de dois nascidos sadios. “Teremos informações ricas em relação ao uso de drogas na gestação, fatores genéticos e qualquer outro elemento que possa ter contribuído para o caso de microcefalia.” A pesquisa em bebês com microcefalia será compulsória. “Para o grupo de controle será solicitada a permissão aos pais de forma expressa. É importante dizer que nenhuma criança saudável será submetida a nenhum teste que cause dano. Isso nem passaria no comitê de ética.” EXAME Segundo Celina Turchi, os exames nos bebês sem anomalia serão clínicos, incluindo coleta de sangue de cordão umbilical na sala de parto e a realização de um exame de imagem chamado de ultrassonografia fontanela. No caso das crianças com microcefalia, o teste de imagem é a tomografia. As mães, em ambos os casos, também terão sangue coletado. PROJETOS Os cientistas trabalham com mais duas linhas de pesquisa: a investigação com recémnascidos microcéfalos e as grávidas que apresentam exantema em qualquer momento da gestação. Ambos ainda estão em fase de elaboração. Folha de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 07:32 Laboratório fará 30 exames por semana O conjunto de investigações sobre o zika vírus e o aumento de casos de microcefalia conta ainda com a participação do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental (Lavite), que também faz parte da Fiocruz. Será de responsabilidade dele a realização de exames diagnósticos nesses 600 bebês que compõem a avaliação de caso e controle e também das mães. No recém-criado Serviço de Referência Regional em Arbovírus do Lavite será testado semanalmente 30 amostras de soro sanguíneo de pacientes com diagnóstico clínico do vírus. O laboratório passou a ser referência para vigilância do zika no Nordeste. O pesquisador Rafael França explicou que o Lavite terá uma função estratégia e, por isso, não será o centro de referência de diagnóstico da população geral. Para um diagnóstico de maior escala, o laboratório desenvolveu um teste de biologia molecular para o zika, que deve ser ofertado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), assim que forem adquiridos insumos. “Não vamos fazer diagnóstico de todos os casos. Vamos dar suporte tecnológico para os Lacens no Nordeste”, disse França. Uma das corridas é na formatação de um kit diagnóstico rápido para o vírus. O também pesquisador do Lavite, Ernesto Marques, afirmou ainda que a corrida sobre as descoberta em torno desse quadro epidêmico “não é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona” e que a epidemia de zika e microcefalia ainda está em evolução. Folha de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 07:32 Gestantes não devem usar repelente caseiro Com o aumento de casos de microcefalia no País, relacionados ao vírus Zika, a coordenadora do ambulatório de microcefalia do Hospital Oswaldo Cruz, Regina Coeli, recomendou que grávidas usem repelentes para evitar que sejam picadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus. O Hospital Oswaldo Cruz tem centralizado o atendimento aos pacientes com Zika em Pernambuco, estado que registra o maior número de casos de microcefalia, com mais de 800. Em uma palestra no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) na manhã de ontem, a médica alertou que as gestantes busquem usar os repelentes do tipo deet e icaridina e evitar os repelentes caseiros, pois não têm comprovação científica de serem eficazes. “A gente orienta que os repelentes caseiros não têm nenhuma conotação científica”, disse. A diferença entre o deet e o icaridina, segundo Regina Coeli, é o tempo de intervalo para o uso. Enquanto o deet deve ser passado aproximadamente de três horas em três horas, o icaridina pode ter intervalos de oito a dez horas. Em dias quentes, os períodos de reposição devem ser menores por causa do suor. Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Saúde: família gasta mais que governo PESQUISA Despesa per capita com serviços de saúde das famílias foi de R$ 1.162,14 em 2013, 11,87% mais do que o gasto per capita do governo, que foi de R$ 946,21 no ano O acesso universal à saúde é direito de todos os cidadãos e dever do Estado, segundo a Constituição Federal. No entanto, as famílias brasileiras ainda estão gastando mais do que o governo com bens e serviços de saúde, de acordo com os dados da Conta-Satélite de Saúde 2010-2013, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A despesa per capita com bens e serviços de saúde das famílias e instituições sem fins lucrativos foi de R$ 1.162,14 em 2013, 11,87% a mais do que o gasto per capita do governo, que foi de R$ 946,21 no ano. A diferença já foi maior em anos anteriores, o que significa que o País vem aumentando aportes públicos em saúde numa velocidade maior do que crescem os gastos das famílias. O consumo total com saúde no Brasil alcançou R$ 424 bilhões no ano. As famílias consumiram R$ 227,6 bilhões em bens e serviços de saúde, ou 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, um aumento de 1,3% ante o ano anterior. A diferença já foi maior em anos anteriores, o que significa que o País vem aumentando aportes públicos em saúde numa velocidade maior do que crescem os gastos das famílias. O consumo total com saúde no Brasil alcançou R$ 424 bilhões no ano. As famílias consumiram R$ 227,6 bilhões em bens e serviços de saúde, ou 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, um aumento de 1,3% ante o ano anterior. A diferença já foi maior em anos anteriores, o que significa que o País vem aumentando aportes públicos em saúde numa velocidade maior do que crescem os gastos das famílias. O consumo total com saúde no Brasil alcançou R$ 424 bilhões no ano. As famílias consumiram R$ 227,6 bilhões em bens e serviços de saúde, ou 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, um aumento de 1,3% ante o ano anterior. As instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias, como ONGs e igrejas, gastaram outros R$ 6 bilhões. Assim, o consumo total de saúde no Brasil – governo, famílias e instituições sem fins lucrativos – correspondeu a 8% do PIB em 2013, abaixo da média de 8,9% registrada pelos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O governo respondeu por 47% do financiamento à saúde no País em 2013, em que são contabilizadas as transferências para programas de farmácia popular e incentivos a instituições privadas, além das despesas habituais. Maria Angélica ressalta que, em países desenvolvidos, essa participação de recursos públicos no financiamento à saúde passa de 80%. “Na Europa, o governo tem um peso muito grande com o financiamento à saúde pública. Nos Estados Unidos, a saúde privada é bastante grande. O Brasil é semelhante a países como o Chile e o México. Não tem uma proporção ideal. Cada país tem que ver qual a forma de distribuição melhor para si”, defendeu Moraes. O maior gasto das famílias é com serviços de saúde privados, que incluem os planos de saúde: R$ 141,3 bilhões em 2013. As despesas com remédios consumiram outros R$ 78,6 bilhões. No governo, a principal despesa é com a saúde pública, o equivalente a R$ 149,9 bilhões no ano. Os gastos públicos com medicamentos são de R$ 8,5 bilhões. Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Concurso para o HC da UFPE A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) está com inscrições abertas para o seu novo concurso público, que visa preencher vagas em diversas áreas dos hospitais universitários da rede, incluindo o Hospital das Clínicas da UFPE. As inscrições seguem até o dia 14 de janeiro, e devem ser feitas no site da banca organizadora do certame, o Instituto AOCP. Os salários chegam a R$ 7.425,31. Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Plano Dengue Em 2007, publicamos o artigo Model of Combined Prevision: An Application of the Monthly Series of Dengue Notifications in the State of Pernambuco na revista internacional Communications in Statistics – Simulation and Computation na área de Statistics in Health. Na época o cenário traçado pelo modelo apoiou-se numa extrapolação dos resultados das previsões obtidas. A resposta das previsões aceita pelos testes estatísticos adequados foi a baixa possibilidade de erradicar a doença nos próximos 10 anos. Como sabemos, a dengue é transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, também o vetor transmissor da febre amarela. Então, qualquer uma dessas epidemias está diretamente ligada à concentração do mosquito transmissor. Quanto mais houver tais insetos, mais doenças far-se-ão presentes. A primeira grande epidemia brasileira se deu em 1920 no Rio de Janeiro, atingindo, posteriormente, todo o território nacional. Na grande campanha de 1955, realizada pela Organização PanAmericana de Saúde, o Aedes aegypti foi erradicado não somente no Brasil, mas na maioria dos países do continente americano. Entretanto, por falta de recursos, a referida campanha não foi completa; o mosquito continuou presente nas ilhas caribenhas, especialmente, nas Guianas e Venezuela, voltando a se espalhar para o Brasil, Bolívia e Colômbia. Na década de 1970, o Brasil figurava com um surto de dengue em suas principais cidades, provavelmente vindo do Caribe em pneus contrabandeados. Em 2002, Rio de Janeiro e Pernambuco foram notificados como os estados líderes da doença. A única garantia para o fim da dengue era, então, a total ausência do vetor transmissor. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que há maior probabilidade de ser deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação predial – número de imóveis amostrados com focos positivos de Aedes aegypti sobre o total de imóveis inspecionados – estiverem acima de 5%. Para explicar o comportamento da série das notificações da dengue em Pernambuco, fizemos um modelo matemático representado pela combinação de outros três modelos clássicos de séries temporais. A decomposição da série temporal das notificações entre 1995 e 2001 sugere que entre as componentes relevantes destaca-se a componente sazonal. Após a análise dos resultados, obtivemos a seguinte conclusão: no futuro, havendo desequilíbrio entre as componentes estacionais e sazonais da série, a probabilidade de uma nova explosão das notificações seria grande, gerando, provavelmente, uma epidemia mais grave que as anteriores. Neste ano, estamos convivendo com alguns casos de microcefalia de recém-nascidos. Alguns cientistas médicos sugerem que essas ocorrências são decorrentes de infecções provocadas pelo mosquito. É urgente que os sanitaristas proponham um “Plano Dengue” para erradicar essa doença do território nacional. Estamos há mais de 50 anos convivendo como um “grupo de gente” sem saber o que fazer e tentando não ser o próximo notificado. Dirac Moutinho Cordeiro é professor de engenharia de transporte Jornal do Commercio - PE 11/12/2015 - 08:17 Voz do Leitor Plantão sem profissional especializado Dia 3, fui, com muita dor, ao Hospital Militar do Recife. O tenente que me atendeu falou que lá não tinha máquina de raio-x. Implorei por exame de sangue e ultrassonografia, ele disse que não era necessário. Não havia ginecologista de plantão. Tomei três analgésicos, mas continuei com dor. No dia seguinte voltei à unidade, ainda com dor. O médico passou exames e me encaminhou para o Hospital Português, onde realizei os procedimentos. Depois fui liberada. No outro dia, novamente fui ao Hospital Militar. Passaram medicamentos. Só no 4º dia descobriram que eu estava com dois cistos e um causou infecção no ovário. A demora para o diagnóstico se deu por falta de profissional preparado no plantão. Rafaela Cavalcanti, por Facebook Combate ao mosquito Durante anos fala-se na erradicação do mosquito transmissor da dengue e outras doenças no Recife, porém, na prática, tudo continua como antes. A Prefeitura fecha os olhos para a imundície em que a cidade está mergulhada e a população, mal educada e sem qualquer noção de higiene, emporcalha tudo. Agora chegou “a conta”. A população só se educa se o poder público cobrar dos cidadãos o cumprimento das normas legais. Nos países considerados de primeiro mundo, as cidades são limpas porque as autoridades punem com severas multas o cidadão que joga lixo nas ruas. Quando o poder público se omite, o caos se estabelece. Nicélio Fernando [email protected] Diario de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 08:05 Diario Urbano Serviços gratuitos Em greve, os médicos residentes de Pernambuco trocam as manifestações de rua por atendimentos gratuitos. Um grupo, das 8h às 14, vai aferir pressão arterial, realizar teste de glicemia, além de orientar sobre dengue e zika no Memorial de Medicina, no Derby. Entre as reivindicações dos residentes, a atualização do valor da bolsa, hoje de R$ 2,6 mil. A greve atinge cerca de 20 hospitais. Folha de Pernambuco - PE 11/12/2015 - 07:32 Folha Política ZIKA - Elias Gomes veste a camisa da guerra contra o Aedes aegypti. Estampou sete opções diferentes de camisas com frases distintas pregando o combate. Virou farda.