Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Fiocruz vai levantar histórico de 600 bebês
MICROCEFALIA Estudo inclui 200 crianças com a anomalia e 400 sem
Daqui a 15 dias, pesquisadores da Fiocruz Pernambuco chegam às maternidades para
dar início a um estudo cujo objetivo é conhecer o perfil de 200 recém-nascidos com
microcefalia e compará-los às características de 400 bebês sem essa malformação,
nascidos nas mesmas unidades de saúde. O trabalho pretende investigar fatores de
origem infecciosa, genéticos e ambientais relacionados ao avanço dos casos de
microcefalia, ligados até pouco tempo a causas habituais como toxoplasmose, rubéola e
citomegalovírus.
Como a confirmação da relação entre a infecção pelo vírus da zika na gestação e o
aumento dos casos da malformação geram perguntas que precisam ser esclarecidas, os
pesquisadores têm a missão de explicar questões relacionadas à transmissão do vírus, a
forma como ele atua no organismo humano, a infecção do feto e o período de maior
vulnerabilidade para a gestante.
"As mães desses bebês com e sem microcefalia também participaram do estudo. Vamos
investigar medicações que elas usaram na gestação, vacinas administradas nesse
período, utilização de inseticidas em domicílio e possível aparecimento de manchas
vermelhas ou sinais de qualquer outra doença. Também vamos investigar a existência
de doença genética na família", explica a coordenadora do estudo, Celina Turchi
Martelli, pesquisadora visitante do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, unidade da
Fiocruz Pernambuco.
As investigações contam com a consultoria da Organização Pan-Americana da Saúde
(Opas) e do Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. "Pesquisadores
virão mensalmente para acompanhar os avanços do projeto", diz Celina. Ela acrescenta
que a pesquisa deve mostrar um panorama dos novos casos de microcefalia e apresentar
à comunidade científica fatores virais, ambientais e genéticos que podem contribuir com
a gravidade da malformação. "A expectativa é de que entre seis e oito meses possamos
apresentar os resultados desse estudo. Mas antes disso, daqui a dois ou três meses, já
faremos uma primeira análise dos dados."
EXAMES
Durante o estudo, os bebês com microcefalia passarão pelos exames já previstos no
protocolo estabelecido pela Secretaria Estadual de Saúde, como a tomografia. Os
recém-nascidos sem a malformação realizarão ultrassonografia transfontanela (exame
realizado através da moleira), que não é invasivo e não traz prejuízos aos bebês.
"Essa conduta permite dizer o percentual de crianças normais que também poderia ter
calcificações no cérebro, característico de uma anomalia de cunho infeccioso", esclarece
Celina.
A pesquisadora acrescenta que, paralelamente a esse estudo de caso controle, a Fiocruz
Pernambuco dá andamento a outras duas pesquisas: uma acompanhará, durante dois
anos, os casos de crianças que recentemente nasceram com microcefalia.
"Ao longo do desenvolvimento delas, vamos ver os déficits cognitivos e neurológicos
que elas possam apresentar", informa Celina. O outro estudo fará um seguimento de
gestantes que apresentarem manchas vermelhas na pele - um dos sinais clássicos da
zika.
O projeto de ambas as pesquisas está em fase de elaboração e contará com o apoio do
Instituto Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Departamento vira referência no vírus da zika
O Departamento de Virologia e Terapia Experimental (Lavite) da Fiocruz Pernambuco
se tornou referência nacional para análise dos casos do vírus da zika. O reconhecimento,
que vem do Ministério da Saúde, possibilita ao centro testar de forma periódica
amostras biológicas de diferentes grupos populacionais em relação aos vírus. A equipe
está encarregada também de realizar testes laboratoriais para identificar a infecção por
zika em mães e nos recém-nascidos com microcefalia. “Vamos analisar o sangue do
cordão umbilical a partir do PCR, exame que identifica, pelo sequenciamento genético,
a presença do vírus no organismo. Mas vamos guardar esse material para analisá-lo
novamente quando estiver disponível o exame de detecção de anticorpos para o zika,
que é mais eficaz para apontar uma possível infecção pelo vírus”, explica o biomédico
Rafael França, pesquisador do Lavite. Ele está à frente de um projeto que pretende
produzir novos métodos para diagnóstico das infecções do vírus da zika. O trabalho será
desenvolvido em colaboração com o Center of Virus Research da Universidade de
Glasgow (Reino Unido) e contará com apoio de pesquisadores da Universidade de São
Paulo (USP).
Recentemente a Fiocruz Pernambuco criou o Serviço de Referência Regional em
Arbovírus, que testará semanalmente amostras de soro sanguíneo de pacientes com
diagnóstico clínico de zika em Pernambuco, na Paraíba e no Rio Grande do Norte (serão
dez em cada Estado). As amostras serão enviadas pelos laboratórios centrais dos
Estados, com o objetivo de confirmar a continuidade da circulação do vírus da zika.
Com mais quatro serviços de referência de arbovírus no Brasil (três deles ligados a
outros centros da Fiocruz), o serviço da unidade pernambucana desenvolverá ainda o
teste sorológico para zika – exame capaz de revelar se uma pessoa teve ou não a doença,
ao longo da vida, por meio dos anticorpos gerados pelo organismo do paciente para
combater a doença. O desenvolvimento da sorologia para zika é um diferencial porque o
teste de PCR só aponta o vírus entre os três e os cinco primeiros dias após o início dos
sintomas.
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Mutirões vão ajudar crianças
O Real Hospital Português, por meio da Unidade de Cardiologia e Medicina Fetal e do
Ambulatório de Beneficência Maria Fernanda, promove hoje uma ação batizada de
Dezembro Lilás, que oferece gratuitamente avaliações cardiológicas e ecocardiografias
para crianças com diagnóstico de microcefalia.
A iniciativa leva em consideração o aumento dos casos de microcefalia em Pernambuco
e tem como objetivo afastar as suspeitas de que essas crianças possam ter problemas
cardíacos associados à malformação.
A ação, coordenada pela cardiologista pediátrica Sandra Mattos, começa às 8h e tem
como meta atender 100 crianças com até 1 ano.
Outra ação social voltada a bebês com microcefalia acontece na próxima segunda-feira
(14), quando a Fundação Altino Ventura (FAV) oferece atendimento para as crianças
diagnosticadas com essa anomalia congênita.
Elas serão examinadas pelos médicos da FAV no Polo de Retina, que fica na Rua da
Soledade, 170, no bairro da Boa Vista, área central do Recife.
O objetivo desse mutirão é orientar as mães das crianças para o tratamento da
microcefalia no campo visual. Os bebês serão encaminhados para a FAV por meio dos
serviços de saúde, públicos ou privados, para serem analisadas pelos oftalmologistas do
Departamento de Retina e Oftalmopediatria da instituição. Os pacientes ainda serão
submetidos a exames complementares.
CARUARU
A Unidade Pernambucana de Atenção Especializada (UPAE) Caruaru, administrada
pela FAV, também disponibilizou para a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco
exames de ultrassom obstétrica e ultrassonografia transfontanela (exame realizado
através da moleira), que não é invasivo e não traz prejuízos aos bebês. É um
procedimento necessário para ajudar no diagnóstico e no acompanhamento de casos de
microcefalia. Crianças com essa anomalia congênita também devem se submeter a uma
tomografia.
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Desafio de mãe vira palestra e grupo de apoio
MICROCEFALIA Jovem só descobriu anomalia depois que a filha nasceu. A partir daí,
começou a orientar outras mulheres
Enquanto sua filha, Anne Beatrys, diagnosticada com microcefalia e hoje com dois
meses de idade, estava internada no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Agamenon
Magalhães (HAM), no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, Bruna Gabrielly,
19 anos, não desanimou. A mãe dela, a professora Gilvânia Lima, conta, orgulhosa, que
a jovem chegou a realizar palestras no hospital para outras mães na mesma situação,
além de ajudar em rodas de diálogo e grupos de apoio. Quando perguntada sobre o
assunto, a tímida Bruna dá risada.
"Foi em um círculo de amizade que formamos na Enfermaria Canguru, onde fiquei para
aprender a cuidar do bebê", relata. Lá, conheceu várias mães. Formaram um grupo de
apoio, e, no Facebook, criaram a página "Mães de Bebês com Microcefalia em
Pernambuco", na qual fazem campanhas para doação de roupas e botas ortopédicas.
Também foi no Facebook que Bruna criou a página "Anne Beatrys Microcefalia", que
conta com 793 curtidas e diversos comentários de apoio postados por pessoas de todo o
País. A página começou com o objetivo de criar uma corrente de oração para a bebê,
hoje serve para Bruna compartilhar os avanços de Anne e, principalmente, perceber que
não está sozinha. Anne foi diagnosticada com microcefalia ao nascer: a cabeça tinha
apenas 27 cm de diâmetro.
Natural de Lagoa do Carro, Zona da Mata pernambucana, Bruna e a filha vêm
semanalmente ao Recife para sessões de Terapia Ocupacional realizadas no HAM.
Gilvânia as acompanha em todos os momentos. Ela conta que Bruna passou pelo prénatal adequado, fez todos os exames que deveria durante a gravidez e, mesmo assim,
nada foi diagnosticado. "Para a surpresa da gente, uma surpresa que família nenhuma
está preparada, a minha neta nasceu com microcefalia e só descobriram na hora do parto
mesmo." Com 19 dias de vida, Anne foi encaminhada ao setor de neurologia do hospital
e fez os primeiros exames. A tomografia confirmou a suspeita: a bebê tinha mesmo
nascido com microcefalia.
De lá, Bruna e a filha foram encaminhadas ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz
(Huoc), em Santo Amaro, onde passaram pelos exames de monitoramento. Ontem, elas
estiveram no Huoc para novos exames. Os resultados devem diagnosticar se a
microcefalia de Anne está relacionada com a contaminação por chicungunha que Bruna
sofreu ao fim do terceiro mês de gravidez.
Bruna conta que leu muitos relatos sobre o assunto e ficou chocada com a quantidade de
histórias que envolviam abandono. "Se um bebê normal a gente já ama, ame o dobro um
bebê com microcefalia, porque ele é especial. O amor que eu sinto pela minha filha é
imenso. Ela, para mim, é a filha mais linda do mundo. Então ame seus filhos. Não jogue
fora, porque Deus nos capacitou para ter esses filhos. Nós somos especiais para ter esses
bebês especiais", ressalta.
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
JC Negócios
O governador e a microcefalia
Na conversa que teve, ontem, com jornalistas do Sistema Jornal do Commercio de
Comunicação, o governador Paulo Câmara revelou uma grande preocupação com a
ocorrência da epidemia de microcefalia no Estado, que já registra 800 casos. Para ele,
temos uma situação novíssima em termos de saúde pública de nível global. Não temos
isso nessa dimensão noutro país. Esse fenômeno vai gerar despesas ao longo da vida
para pais e crianças nascidas vivas. É um cenário novo que não temos parâmetros
definidos.
Diario de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 08:05
Segredo pode estar no cordão umbilical
Pesquisa da Fiocruz vai coletar o sangue do cordão para encontrar o elo exato entre o
zika vírus e a microcefalia
Seiscentos recém-nascidos terão o sangue coletado do cordão umbilical, no momento do
parto, para que pesquisadores possam confirmar e detalhar a relação entre o zika vírus e
a microcefalia em bebês. O trabalho será coordenado pela pesquisadora convidada da
Fiocruz em Pernambuco, Celina Turchi, e pode começar ainda este ano. A equipe
aguarda o aval do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), que deve acontecer
em até 15 dias, pela urgência do tema.
A Pesquisa de Caso Controle vai coletar, na maternidade, o material de 200 recémnascidos com microcefalia e 400 sem a doença, além de amostras da placenta de cerca
de 10% dessas mães. Elas também serão entrevistadas sobre seu histórico genético e de
saúde, como o desenvolvimento de outras doenças infecciosas, e os fatores ambientais a
que as gestantes foram submetidas durante a gravidez.
Segundo Celina, esse trabalho é necessário para que se esclareçam questões como a
transmissão do vírus através da placenta, a interação com outras doenças infectocontagiosas e se há outras causas associadas que possam potencializar a exposição ao
zika vírus. "Essa é a primeira etapa num processo de avaliação de todos os potenciais
fatores de risco conhecidos entre um grupo que possui a doença (microcefalia) e o grupo
sem a doença, estando nas mesmas áreas de exposição.
Temos evidências bastante sólidas da relação entre o zika vírus e a microcefalia, mas
não podemos descartar as outras causas que resultam em danos ao sistema nervoso
central do feto em formação."
Outra resposta muito importante, para a pesquisadora, é saber em que momento da
gestação essa exposição ao zika vírus é mais danosa ao feto. "Hoje já se sabe também
que existem outros casos, de má formações nas articulações e problemas de
deformidade em alguns membros, além de outras alterações ligadas ao zika vírus em
recém-nascidos. Mas falta sistematizar esses achados e avaliar essa frequência",
completa Celina Turchi.
Cinco maternidades já estabeleceram parceria com a Fiocruz em Pernambuco para a
realização do trabalho - Imip, BARÃO DE LUCENA, Barros Lima, Hospital
Agamenon Magalhães e Cisam. Mas, segundo a instituição, é possível que no decorrer
do processo, outras unidades de saúde gestacional sejam incluídas no trabalho.
A coordenadora da pesquisa ressalta a importância das gestantes em contribuir com o
estudo. "Esse projeto está completamente alinhado e acordado com os procedimentos de
atendimento da criança. Nenhum bebê será submetido duas vezes ao mesmo
procedimento. A mãe tem o direito de não participar. Mas solicito a colaboração porque
esse trabalho vai gerar conhecimentos que vão responder às nossas perguntas e podem
servir de forma muito clara para novas ações de preservação. Em toda a minha vida
profissional, essa é a pesquisa da maior transcendência, do ponto de vista social e
MÉDICO", confessa Celina.
Diario de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 08:05
Teste para zika vírus
A Fiocruz Pernambuco também começará a desenvolver um teste de sorologia para
detectar o zika no sangue. A expectativa é de que, no segundo semestre de 2016, o kit
para diagnóstico em laboratórios esteja em vias de conclusão. O trabalho faz parte do
recém-criado Serviço de Referência Regional em Arbovírus, que irá testar
semanalmente 30 amostras de soro sanguíneo de pacientes com diagnóstico clínico do
zika (feito através da observação dos sintomas), de Pernambuco, Rio Grande do Norte e
Paraíba. A única instituição que faz esse teste hoje é o Instituto Evandro Chagas (PA),
que será parceiro da pesquisa, com a Fiocruz do Rio e Paraná e o Instituto Adolfo Lutz
(SP). “O estudo vai identificar os anticorpos que o corpo desenvolve para o zika. O que
confirma se uma pessoa teve ou não um vírus é se ela desenvolveu esse anticorpos
específicos”, disse o coordenador da pesquisa, Rafael França. As amostras serão
enviadas à Fiocruz pelos laboratórios centrais do SUS no estado, os Lacens.
Diario de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 08:05
PCR investe em informação
Cerca de 700 profissionais das áreas de educação, esporte e lazer, serão capacitados
hoje pela Prefeitura do Recife para atuarem na coscientização contra o Aedes aegypti. O
curso acontece às 8h, na Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Educadores do
Recife Professor Paulo Freire, no bairro da Madalena.
Pela manhã, das 8h às 12h, serão capacitados 400 profissionais do Programa de Esporte
e Lazer da Cidade e do Programa Segundo Tempo. A ideia é criar uma “brigada” para
reforçar o enfrentamento ao mosquito, realizando campanhas educativas.
O trabalho continua à tarde, reunindo cerca de 300 gestores e vice-gestores das escolas,
creches e creches-escolas da rede municipal do Recife. O grupo se dividirá em três
turmas, das 13h às 18h30. Ainda este mês, será realizada uma campanha educativa nas
escolas, junto aos estudantes, na última semana de aula. A campanha será retomada e
intensificada no início do ano letivo de 2016, com palestras nas unidades.
Debate – As formas de combate ao mosquito foram discutidas por 350 estudantes de 22
escolas municipais do Recife ontem. Os alunos participaram da Feira Municipal de
Saúde. O secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, destacou que a luta contra o
mosquito é de todos, começando com a conscientização das crianças.
Folha de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 07:32
Exército de alunos no combate ao Aedes aegypti
12 MIL ESTUDANTES da rede municipal de Jaboatão vão visitar casas em três bairros
com maior incidência de focos do mosquito
Em paralelo às dúvidas sobre os casos crescentes de microcefalia no País, há uma
certeza: da necessidade de combater o transmissor do zika vírus - associado à
malformação -, da dengue e da chikungunya. Hoje, a mobilização envolverá um
exército de alunos das escolas públicas municipais de Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife. Dos 57 mil que compõem a rede, 12 mil de 12 a 14 anos foram treinados
e atuarão em mutirões, visitando móveis e propagando mensagens de conscientização na
companhia de profissionais de saúde. Além disso, oito polos, como praças e estações de
metrô, receberão caminhadas e encenações teatrais protagonizadas pelos demais
estudantes. A iniciativa, batizada de Dia Dd a Educação, deve ter outras edições.
Os esforços serão concentrados em Prazeres, Cavaleiro e Jaboatão Centro, onde vêm
sendo registrados mais indícios da presença do Aedes aegypti. Em toda a cidade, já
foram confirmados 432 ocorrências de dengue, sete de chikungunya e uma de zika. A
preocupação com a microcefalia também é real, já que há 40 notificações classificadas
como suspeitas. “O município, por meio da criação do Comitê Intersetorial, já abraçou
essa causa de forma integrada. Levar as escolas a participar dessa luta é uma peçachave, já que o público com que lidamos tem uma capacidade muito importante de
engajar pais, colegas e outros parentes”, explica o secretário-executivo de Educação do
município, Francisco Amorim.
O exército de estudantes que participará dos mutirões porta a porta em casas e mercados
públicos contará com os insumos necessários para se proteger, como repelentes, além da
cartazes, informativos e da companhia de adultos mediante a autorização dos pais. As
crianças se unirão a 230 gestores de escolas e quase mil professores capacitados para as
ações. Já quem não for às ruas terá um dia de mobilização dentro das unidades de
ensino. “Pretendemos, por exemplo, premiar os vídeos feitos pelos estudantes com
conteúdo voltado a essa causa e mais visualizados no YouTube. A ideia é fazer dessa
iniciativa constante e persistente”, afirma a gerente de educação da Regional Praias de
Jaboatão, Edilange Galvão.
Na próxima semana, a busca por engajar a sociedade deve atingir cem pastores
evangélicos, que, após capacitados, multiplicarão a mensagem de cuidado com o Aedes
em suas congregações. Lideranças católicas também serão procuradas por
representantes da prefeitura. “Com essas ações simultâneas, esperamos plantar o que
virá a ser uma mudança de hábito. Essa luta precisa partir de todos”, completou.
Folha de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 07:32
Pesquisa em 600 bebês do Estado
Até o final do ano pode começar uma triagem de 600 bebês, sendo 200 nascidos com
microcefalia e outros 400 saudáveis. A área de abrangência será oito maternidades da
RMR. Esses recém-nascidos farão parte da primeira pesquisa nacional de caso e
controle para a malformação cerebral, que já soma 804 casos suspeitos em Pernambuco
e 1.761 no Brasil. O estudo, que foi elaborado pela Fiocruz em parceria com o
Ministério da Saúde, aguarda apenas a liberação do Conselho Nacional de Ética em
Pesquisa para começar. A expectativa é que o aval saia em até 15 dias.
A previsão é que o levantamento apresente as primeiras respostas sobre as dúvidas
dessa epidemia de microcefalia. A investigação completa deve ser concluída em oito
meses e contará com cooperação do Centro e Controle de Doenças dos Estados Unidos
e da Opas, que farão visitas mensais ao Estado. A pesquisadora da Fiocruz que coordena
esta investigação, Celina Turchi, contou que no estudo de caso e controle serão
comparadas as características de recém-nascidos nascidos com microcefalia e outro
grupo sem a malformação. Para cada bebê doente será confrontado o caso de dois
nascidos sadios. “Teremos informações ricas em relação ao uso de drogas na gestação,
fatores genéticos e qualquer outro elemento que possa ter contribuído para o caso de
microcefalia.”
A pesquisa em bebês com microcefalia será compulsória. “Para o grupo de controle será
solicitada a permissão aos pais de forma expressa. É importante dizer que nenhuma
criança saudável será submetida a nenhum teste que cause dano. Isso nem passaria no
comitê de ética.”
EXAME
Segundo Celina Turchi, os exames nos bebês sem anomalia serão clínicos, incluindo
coleta de sangue de cordão umbilical na sala de parto e a realização de um exame de
imagem chamado de ultrassonografia fontanela. No caso das crianças com microcefalia,
o teste de imagem é a tomografia. As mães, em ambos os casos, também terão sangue
coletado.
PROJETOS
Os cientistas trabalham com mais duas linhas de pesquisa: a investigação com recémnascidos microcéfalos e as grávidas que apresentam exantema em qualquer momento da
gestação. Ambos ainda estão em fase de elaboração.
Folha de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 07:32
Laboratório fará 30 exames por semana
O conjunto de investigações sobre o zika vírus e o aumento de casos de microcefalia
conta ainda com a participação do Laboratório de Virologia e Terapia Experimental
(Lavite), que também faz parte da Fiocruz. Será de responsabilidade dele a realização de
exames diagnósticos nesses 600 bebês que compõem a avaliação de caso e controle e
também das mães. No recém-criado Serviço de Referência Regional em Arbovírus do
Lavite será testado semanalmente 30 amostras de soro sanguíneo de pacientes com
diagnóstico clínico do vírus. O laboratório passou a ser referência para vigilância do
zika no Nordeste.
O pesquisador Rafael França explicou que o Lavite terá uma função estratégia e, por
isso, não será o centro de referência de diagnóstico da população geral. Para um
diagnóstico de maior escala, o laboratório desenvolveu um teste de biologia molecular
para o zika, que deve ser ofertado pelo Laboratório Central do Estado (Lacen), assim
que forem adquiridos insumos.
“Não vamos fazer diagnóstico de todos os casos. Vamos dar suporte tecnológico para os
Lacens no Nordeste”, disse França. Uma das corridas é na formatação de um kit
diagnóstico rápido para o vírus. O também pesquisador do Lavite, Ernesto Marques,
afirmou ainda que a corrida sobre as descoberta em torno desse quadro epidêmico “não
é uma corrida de 100 metros, mas uma maratona” e que a epidemia de zika e
microcefalia ainda está em evolução.
Folha de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 07:32
Gestantes não devem usar repelente caseiro
Com o aumento de casos de microcefalia no País, relacionados ao vírus Zika, a
coordenadora do ambulatório de microcefalia do Hospital Oswaldo Cruz, Regina Coeli,
recomendou que grávidas usem repelentes para evitar que sejam picadas pelo mosquito
Aedes aegypti, transmissor do vírus. O Hospital Oswaldo Cruz tem centralizado o
atendimento aos pacientes com Zika em Pernambuco, estado que registra o maior
número de casos de microcefalia, com mais de 800.
Em uma palestra no Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) na
manhã de ontem, a médica alertou que as gestantes busquem usar os repelentes do tipo
deet e icaridina e evitar os repelentes caseiros, pois não têm comprovação científica de
serem eficazes. “A gente orienta que os repelentes caseiros não têm nenhuma conotação
científica”, disse.
A diferença entre o deet e o icaridina, segundo Regina Coeli, é o tempo de intervalo
para o uso. Enquanto o deet deve ser passado aproximadamente de três horas em três
horas, o icaridina pode ter intervalos de oito a dez horas. Em dias quentes, os períodos
de reposição devem ser menores por causa do suor.
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Saúde: família gasta mais que governo
PESQUISA Despesa per capita com serviços de saúde das famílias foi de R$ 1.162,14
em 2013, 11,87% mais do que o gasto per capita do governo, que foi de R$ 946,21 no
ano
O acesso universal à saúde é direito de todos os cidadãos e dever do Estado, segundo a
Constituição Federal. No entanto, as famílias brasileiras ainda estão gastando mais do
que o governo com bens e serviços de saúde, de acordo com os dados da Conta-Satélite
de Saúde 2010-2013, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A despesa per capita com bens e serviços de saúde das famílias e instituições
sem fins lucrativos foi de R$ 1.162,14 em 2013, 11,87% a mais do que o gasto per
capita do governo, que foi de R$ 946,21 no ano.
A diferença já foi maior em anos anteriores, o que significa que o País vem aumentando
aportes públicos em saúde numa velocidade maior do que crescem os gastos das
famílias. O consumo total com saúde no Brasil alcançou R$ 424 bilhões no ano. As
famílias consumiram R$ 227,6 bilhões em bens e serviços de saúde, ou 4,3% do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, um aumento de 1,3% ante o ano
anterior.
A diferença já foi maior em anos anteriores, o que significa que o País vem aumentando
aportes públicos em saúde numa velocidade maior do que crescem os gastos das
famílias. O consumo total com saúde no Brasil alcançou R$ 424 bilhões no ano. As
famílias consumiram R$ 227,6 bilhões em bens e serviços de saúde, ou 4,3% do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, um aumento de 1,3% ante o ano
anterior.
A diferença já foi maior em anos anteriores, o que significa que o País vem aumentando
aportes públicos em saúde numa velocidade maior do que crescem os gastos das
famílias. O consumo total com saúde no Brasil alcançou R$ 424 bilhões no ano. As
famílias consumiram R$ 227,6 bilhões em bens e serviços de saúde, ou 4,3% do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2013, um aumento de 1,3% ante o ano
anterior.
As instituições sem fins lucrativos a serviço das famílias, como ONGs e igrejas,
gastaram outros R$ 6 bilhões. Assim, o consumo total de saúde no Brasil – governo,
famílias e instituições sem fins lucrativos – correspondeu a 8% do PIB em 2013, abaixo
da média de 8,9% registrada pelos países integrantes da Organização para a Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O governo respondeu por 47% do financiamento à saúde no País em 2013, em que são
contabilizadas as transferências para programas de farmácia popular e incentivos a
instituições privadas, além das despesas habituais. Maria Angélica ressalta que, em
países desenvolvidos, essa participação de recursos públicos no financiamento à saúde
passa de 80%.
“Na Europa, o governo tem um peso muito grande com o financiamento à saúde
pública. Nos Estados Unidos, a saúde privada é bastante grande. O Brasil é semelhante
a países como o Chile e o México. Não tem uma proporção ideal. Cada país tem que ver
qual a forma de distribuição melhor para si”, defendeu Moraes.
O maior gasto das famílias é com serviços de saúde privados, que incluem os planos de
saúde: R$ 141,3 bilhões em 2013. As despesas com remédios consumiram outros R$
78,6 bilhões. No governo, a principal despesa é com a saúde pública, o equivalente a R$
149,9 bilhões no ano. Os gastos públicos com medicamentos são de R$ 8,5 bilhões.
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Concurso para o HC da UFPE
A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) está com inscrições abertas
para o seu novo concurso público, que visa preencher vagas em diversas áreas dos
hospitais universitários da rede, incluindo o Hospital das Clínicas da UFPE. As
inscrições seguem até o dia 14 de janeiro, e devem ser feitas no site da banca
organizadora do certame, o Instituto AOCP. Os salários chegam a R$ 7.425,31.
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Plano Dengue
Em 2007, publicamos o artigo Model of Combined Prevision: An Application of the
Monthly Series of Dengue Notifications in the State of Pernambuco na revista
internacional Communications in Statistics – Simulation and Computation na área de
Statistics in Health. Na época o cenário traçado pelo modelo apoiou-se numa
extrapolação dos resultados das previsões obtidas. A resposta das previsões aceita pelos
testes estatísticos adequados foi a baixa possibilidade de erradicar a doença nos
próximos 10 anos. Como sabemos, a dengue é transmitida pela fêmea do mosquito
Aedes aegypti, também o vetor transmissor da febre amarela. Então, qualquer uma
dessas epidemias está diretamente ligada à concentração do mosquito transmissor.
Quanto mais houver tais insetos, mais doenças far-se-ão presentes.
A primeira grande epidemia brasileira se deu em 1920 no Rio de Janeiro, atingindo,
posteriormente, todo o território nacional. Na grande campanha de 1955, realizada pela
Organização PanAmericana de Saúde, o Aedes aegypti foi erradicado não somente no
Brasil, mas na maioria dos países do continente americano. Entretanto, por falta de
recursos, a referida campanha não foi completa; o mosquito continuou presente nas
ilhas caribenhas, especialmente, nas Guianas e Venezuela, voltando a se espalhar para o
Brasil, Bolívia e Colômbia. Na década de 1970, o Brasil figurava com um surto de
dengue em suas principais cidades, provavelmente vindo do Caribe em pneus
contrabandeados. Em 2002, Rio de Janeiro e Pernambuco foram notificados como os
estados líderes da doença. A única garantia para o fim da dengue era, então, a total
ausência do vetor transmissor. A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que
há maior probabilidade de ser deflagrada uma epidemia quando os índices de infestação
predial – número de imóveis amostrados com focos positivos de Aedes aegypti sobre o
total de imóveis inspecionados – estiverem acima de 5%. Para explicar o
comportamento da série das notificações da dengue em Pernambuco, fizemos um
modelo matemático representado pela combinação de outros três modelos clássicos de
séries temporais. A decomposição da série temporal das notificações entre 1995 e 2001
sugere que entre as componentes relevantes destaca-se a componente sazonal. Após a
análise dos resultados, obtivemos a seguinte conclusão: no futuro, havendo
desequilíbrio entre as componentes estacionais e sazonais da série, a probabilidade de
uma nova explosão das notificações seria grande, gerando, provavelmente, uma
epidemia mais grave que as anteriores. Neste ano, estamos convivendo com alguns
casos de microcefalia de recém-nascidos. Alguns cientistas médicos sugerem que essas
ocorrências são decorrentes de infecções provocadas pelo mosquito. É urgente que os
sanitaristas proponham um “Plano Dengue” para erradicar essa doença do território
nacional. Estamos há mais de 50 anos convivendo como um “grupo de gente” sem saber
o que fazer e tentando não ser o próximo notificado.
Dirac Moutinho Cordeiro é professor de engenharia de transporte
Jornal do Commercio - PE
11/12/2015 - 08:17
Voz do Leitor
Plantão sem profissional especializado
Dia 3, fui, com muita dor, ao Hospital Militar do Recife. O tenente que me atendeu
falou que lá não tinha máquina de raio-x. Implorei por exame de sangue e
ultrassonografia, ele disse que não era necessário. Não havia ginecologista de plantão.
Tomei três analgésicos, mas continuei com dor. No dia seguinte voltei à unidade, ainda
com dor. O médico passou exames e me encaminhou para o Hospital Português, onde
realizei os procedimentos. Depois fui liberada. No outro dia, novamente fui ao Hospital
Militar. Passaram medicamentos. Só no 4º dia descobriram que eu estava com dois
cistos e um causou infecção no ovário. A demora para o diagnóstico se deu por falta de
profissional preparado no plantão. Rafaela Cavalcanti, por Facebook
Combate ao mosquito
Durante anos fala-se na erradicação do mosquito transmissor da dengue e outras
doenças no Recife, porém, na prática, tudo continua como antes. A Prefeitura fecha os
olhos para a imundície em que a cidade está mergulhada e a população, mal educada e
sem qualquer noção de higiene, emporcalha tudo. Agora chegou “a conta”. A população
só se educa se o poder público cobrar dos cidadãos o cumprimento das normas legais.
Nos países considerados de primeiro mundo, as cidades são limpas porque as
autoridades punem com severas multas o cidadão que joga lixo nas ruas. Quando o
poder público se omite, o caos se estabelece. Nicélio Fernando
[email protected]
Diario de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 08:05
Diario Urbano
Serviços gratuitos
Em greve, os médicos residentes de Pernambuco trocam as manifestações de rua por
atendimentos gratuitos. Um grupo, das 8h às 14, vai aferir pressão arterial, realizar teste
de glicemia, além de orientar sobre dengue e zika no Memorial de Medicina, no Derby.
Entre as reivindicações dos residentes, a atualização do valor da bolsa, hoje de R$ 2,6
mil. A greve atinge cerca de 20 hospitais.
Folha de Pernambuco - PE
11/12/2015 - 07:32
Folha Política
ZIKA - Elias Gomes veste a camisa da guerra contra o Aedes aegypti. Estampou sete
opções diferentes de camisas com frases distintas pregando o combate. Virou farda.
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saúde notícias 11 de dezembro 2015