CymMV e ORSV: UM RISCO PARA O CULTIVO DE ORQUÍDEAS NO ESTADO DE SÃO PAULO RENATO BROGIA FERREIRA1; MARCELO EIRAS2; GIÚLIO CESARE STANCATO3; PAULO HERCILIO VIEGAS RODRIGUES4 1 Mestrando - Instituto Biológico, IB/APTA, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, e-mail: [email protected] 2 Pesquisador - Instituto Biológico, IB/APTA, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, e-mail: [email protected] 3 Pesquisador – Instituto Agronômico de Campinas, IAC/APTA, Centro de Análise e Pesquisa Tecnológica do Agronegócio da Horticultura, e-mail: [email protected] 4 Universidade de São Paulo, Campus Luiz de Queiroz, ESALQ/USP, Centro de Fitotecnia, e-mail: [email protected] A produção e comercialização de flores e plantas ornamentais no Brasil têm apresentado notável crescimento nos últimos anos, tendo grande destaque as Orchidaceae, uma das famílias com maior representatividade neste segmento. Paralelamente ao aumento do cultivo e da comercialização, um aspecto deletério que tomou proporções incontroláveis é o aumento da ocorrência de doenças, principalmente as viroses, transmitidas por meio de propagação indiscriminada de matrizes infectadas oriundas do Brasil, ou de materiais propagativos importados. Este trabalho teve como objetivo principal avaliar o conhecimento dos produtores de orquídeas do Estado de São Paulo em relação aos vírus de maior ocorrência, Cymbidium mosaic virus (CymMV) e Odontoglossum ringspot virus (ORSV), por meio de um levantamento (questionário) elaborado com 28 questões, apresentadas em conjunto com fotos dos principais sintomas das viroses. Os resultados mostraram que 90% dos produtores estão familiarizados com os sintomas das infecções virais, mas também mostraram que não há critério definido no manejo das plantas nas estufas, uma vez que 40% dos produtores não empregam práticas fitossanitárias adequadas durante o cultivo, e 30% não se atentam ao emprego de procedimentos que dificultem a disseminação das viroses, o que acarreta na elevada incidência. O agente químico mais utilizado na desinfecção de ferramentas é o etanol, correspondendo a 30% dos entrevistados. Somente 10% dos entrevistados reutilizam substrato, porém, a reutilização de vasos é praticada por 40% dos produtores, e a metade destes não realiza nenhum tipo de assepsia. Além disso, a maioria dos produtores inicia o cultivo a partir de mudas que não possuem certificação fitossanitária. Esses fatores têm contribuído para a disseminação e manutenção do CymMV e ORSV nos sistemas de produção de orquídeas do Estado de São Paulo. Palavras-chave: Cymbidium mosaic virus; Odontoglossum ringspot virus; Potyvirus; Potexvirus; Manejo fitossanitário; Orchidaceae.